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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: O que acontece quando um suicida vive apegado à Terra?

Pergunta: Lembra-se de Outram Court, um ex-estudante que cometeu suicídio? Bem, deixei completamente de pensar nele, pois acreditava estar seguro, onde se encontrava. Mas um dos meus colegas me contou que assistiu a uma sessão espírita em uma dessas noites e que Outram Court se apresentara. Para provar sua identidade ele insistia em falar inglês, embora também soubesse espanhol; como nenhum dos presentes entendia inglês, houve um atraso até que encontrassem um espírito conhecedor de ambas as línguas. Outram disse que ainda estava vivendo na casa do meu vizinho, onde se matara; estava sofrendo as torturas da fome e queria que lhe dessem comida. Mais tarde, durante a entrevista, passou a falar espanhol.

Desejo saber o que posso fazer. O pior é que não consigo me lembrar de coisa alguma que acontece durante o meu sono. E desejo tanto lembrar! O que posso fazer?

Resposta: Esta questão abre o vasto assunto da transição anormal para o além, tanto por acidente como por desígnio, juntamente às sensações experimentadas pelas pessoas que passaram pela porta da morte, que se comunicam através dos médiuns e pelo fato curioso que muitas das pessoas que chamamos de mortas não têm consciência de ter perdido seus corpos físicos.

Para elucidar a questão é necessário mencionar primeiro alguns fatos que dizem respeito ao ser humano e ao mundo em que vivemos. A observação diária, tanto quanto as pesquisas científicas, provam que a matéria existe e que se movimenta em condições que não podemos ver. A água evapora devido ao calor do Sol e se condensa novamente em forma de chuva. O Éter é tão necessário para transmitir a luz e a eletricidade como o ar, para a transmissão do som. O vento invisível, que é o ar em movimento, é tão seguramente uma força cósmica quanto a eletricidade, que se move no reino ainda mais sutil do Éter. Resumindo, estamos cercados por Mundos invisíveis de força e matéria que são tão real como o Mundo que conhecemos através dos nossos sentidos físicos.

Ao mesmo tempo que comemos as substâncias provenientes deste mundo denso, que é a Região Química do Mundo Físico, para sustentar os nossos corpos visíveis, assimilamos certa quantidade de matéria pertencente aos Mundos invisíveis, o que forma um revestimento para o Espírito, quando ele abandona o envoltório mortal. “O vento sopra onde quer e ouvimos a sua voz; mas não sabe de onde ele vem nem para onde vai: assim é todo aquele que é nascido do Espírito”.

Sob condições normais, a saída do Espírito do corpo já inútil pode comparar-se à queda da semente da fruta madura. Mas quando o Espírito rompe a ligação antes do tempo previsto para a colheita através da morte, o veículo espiritual imaturo não pode ascender aos reinos superiores. Fica pairando nas proximidades do local que frequentava, tão ávido pelo sustento físico quanto a semente bruscamente arrancada da fruta verde. Pela própria natureza das coisas, a vontade não pode ser gratificada e uma intensa sensação de fome provocará no suicida o mais doloroso suplício. Às vezes, consegue um breve e temporário alívio, ao inalar os aromas de pratos muito condimentados.

Além do mais, da mesma forma que a polpa adere ao caroço quando este é arrancado violentamente da fruta ainda verde, alguns dos Éteres inferiores, e mesmo gases do corpo morto, aderem aos veículos superiores do suicida, ficando ele quase em um estado material, suscetível às sugestões grosseiras e sensuais em uma proporção não sentida pelas pessoas, enquanto estão no Corpo Denso. Se sua natureza é tal que sente prazer nisso, ele poderá afundar no mais profundo lamaçal do inferno, com grande prejuízo para seu bem-estar espiritual. No entanto, se tem aversão pelo que é grosseiro e sensual, a atmosfera de bestialidade na qual o suicida se encontra chocará a sua sensibilidade na proporção do seu refinamento, como muitos já expressaram ao autor. Disseram que o inferno ortodoxo, com o seu demônio, seria uma diversão suave, se comparado com o que sentiram. Alguns descrevem a dor, que comparamos a uma fome permanentemente insatisfeita ou uma dor de dentes que é persistente e latejante, mas que é sentida no corpo todo, ao invés de limitar-se à região dental.

A experiência de Outram Court confirma os ensinamentos anteriores dos Rosacruzes. Ele ainda está apegado à Terra, na mesma casa onde viveu, e o seu Corpo de Desejos evidentemente permanece muito denso, tão denso que, às vezes, ele não pode compreender que já morreu, vendo claramente o Mundo Físico e as pessoas; provavelmente senta-se à mesa com elas e tenta compartilhar o seu alimento, ou pelo menos o seu aroma. Não devemos estranhar que frequente as reuniões espíritas desses camaradas, pois essas pessoas estão em um estágio inferior de desenvolvimento, são muito sensuais e praticam, sem que estejam conscientes, a magia negra sob o pretexto de entrar em comunicação com os espíritos.

Há duas maneiras de ajudar tal Ego: uma é por comunicação direta com ele, à noite, usando a razão para lhe mostrar que ele está cometendo um erro que irá prejudicá-lo no futuro. Aconselhá-lo a suportar a dor pacientemente, até que o arquétipo sucumba na época em que deveria acontecer a sua morte. Podemos ou não ser bem-sucedidos, mas vale a pena tentar. Se o autor da carta estiver consciente a respeito do que lhe acontece à noite, poderia ter ido discutir o assunto com Outram Court exatamente como o faria, caso ambos se encontrassem no Corpo Denso. Apesar de não ter essa consciência, nada o impede de ajudá-lo. É a vontade que determina as nossas ações tanto lá como aqui e, se o consulente fixar de modo firme o seu pensamento, antes de dormir, no objetivo desejado, preparando-se com argumentos e concentrando todo o seu ser para ajudar Outram Court, este pensamento, o último antes do adormecer, será também o primeiro a penetrar nos Mundos invisíveis onde os que dormem e os que falecem encontram-se e conversam. Este pensamento passa a ser um tipo de “ideia fixa” que o acompanhará durante a noite, excluindo todos os outros pensamentos e desejos; sem dúvida, os resultados serão benéficos.

Outro método, para aqueles que não estão treinados na Concentração, é a Oração. Esse é um método apropriado para o presente caso, pois a atitude da prece frequentemente atua como um guia para essa pessoa e causa mudança no seu estado mental, o que a favorece espiritualmente. Então, os pensamentos-forma da oração tomam o lugar do Auxiliar Invisível. No entanto, são muito facilmente postos de lado, o que não os torna tão eficientes, e não podem emitir argumentos.

Aconselhamos sempre uma combinação desses dois métodos para os que não estão suficientemente treinados. Rezem pela pessoa que querem ajudar, estejam dentro do corpo ou fora dele, vivos ou mortos. Pensem no que gostariam de lhes dizer, antes de adormecer. Quando cruzarem a “Terra do Sonho”, se não estiverem ainda conscientes e não puderem interceder nem argumentar, seus sentimentos a respeito causarão alguma impressão e, se sustentados por algum tempo, o efeito será certamente perceptível.

Nosso amigo diz na sua carta que a mãe de Outram Court não compreendeu que ela própria já estava morta. Ninguém que tenha perdido o Corpo Denso pensa em si mesmo como “morto”. Na realidade, os chamados “mortos” se sentem muito mais vivos do que nós. Quando falecem normalmente, não sentem a doença nem a dor. Portanto, não podemos esperar que adotem o nosso ponto de vista, que é considerar o Corpo Denso como sendo o próprio ser humano, quando esse corpo é apenas uma vestimenta que usamos e gastamos. Suas consciências estão inteiramente focalizadas nos seus corpos espirituais, não tendo qualquer recordação do denso veículo que descartaram. Por outro lado, o suicida sente a cada momento a sensação de fome provocada pelas tentativas do corpo arquetípico de atrair para si matéria física. No entanto, sua sensação de não estar morto tem uma origem bem diferente da sensação similar da maioria daqueles que vivem agora nos Mundos invisíveis.

(Pergunta nº 11 em uma carta endereçada a Max Heindel, de Porto Rico, publicada no Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. 2″ – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

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Exercícios para Adquirir Conhecimento Direto – Retrospecção

Exercícios para Adquirir Conhecimento Direto – Retrospecção

O mais eficiente dos métodos existentes para nos fazer avançar no nosso caminho de realização espiritual é o exercício noturno da Retrospecção.

E executá-lo é extremamente simples:

“Após deitarmos à noite, relaxamos o nosso Corpo Denso (ou Físico) e começamos a nos recordar dos acontecimentos do dia na ordem inversa: primeiro os da noite, em seguida os da tarde e, finalmente os da manhã.” Utilizando a nossa capacidade de lembrar, de recordar, reproduzamos tudo o que aconteceu em cada acontecimento que nós vivemos: os pensamentos emitidos, os pensamentos recebidos; os sentimentos emitidos, os sentimentos recebidos; as palavras emitidas, as palavras recebidas; os atos cometidos, os atos assistidos. E vamos julgando a nós mesmos: censurando-nos onde couber a reprovação e elogiando-nos onde couber a aprovação.

Com ele avançamos a passos largos em várias direções:

  1. Restauramos mais rapidamente o ritmo dos nossos Corpos: Vital e Denso do que com o nosso Corpo de Desejos trabalhando a noite toda; com isso sobra muito mais tempo para trabalharmos fora do Corpo durante o sono nos processos de cura como Auxiliar Invisível, no início, Inconsciente e, após algum tempo, Consciente;
  2. Vivemos nosso Purgatório toda noite: com isso abreviamos nosso tempo no Purgatório depois da morte – pois incorporamos o senso da retidão, objetivo da existência purgatorial – podemos até escaparmos dessa existência totalmente;
  3. Vivemos nosso Primeiro Céu toda noite: com isso abreviamos nosso tempo no Primeiro Céu depois da morte – pois incorporamos o senso da gratidão, objetivo da existência no Primeiro Céu – podendo até não precisar passar por ele.
  4. Como consequência dos dois itens anteriores: adiantamos lições a aprender que estariam, normalmente, reservadas somente para vidas futuras. Com isso estaremos preparados para entrar no Mundo do Desejo, onde adquiriremos nossas primeiras experiências de vida consciente fora do nosso Corpo Denso.

Dicas para aumentar a eficiência do exercício de Retrospecção:

  • Primeiro de tudo: ele deve se tornar um hábito. E um hábito é algo que já não conseguimos viver sem ele é como se faltasse alguma coisa se nós não o fizéssemos.
  • Segundo: é errado supor que se deva pensar minuto por minuto a tudo que temos feito durante o dia que passamos, controlando, assim, todos os atos automáticos e todas as nossas ações diárias.

Se temos tal ideia desse exercício, logo descobriremos que o nosso sucesso é nulo ou que estamos perdendo um tempo precioso. É muito prosaico, ou indesejável que no nosso exercício de Retrospecção, nos detenhamos sobre fatos simples como o de ter comido uma fatia de pão com manteiga ou se ter amarrado o sapato.

O sucesso no nosso exercício de Retrospecção está em viver uma vida diária consciente e está no poder de pensar abstratamente. Se somos verdadeiros Aspirantes a vida superior, desempenhamos conscientemente toda nossa ação diária, somos igualmente conscientes das nossas palavras, dos nossos pensamentos, dos nossos sentimentos e dos nossos atos.

Se assim o for, nós notaremos, imediatamente, que, cada erro em pensamento, sentimento, palavra ou ato nos chama a consciência para corrigir.

Do mesmo modo, nós notaremos, imediatamente, que, cada acerto em pensamento, sentimento, palavra ou ato nos chama a gratidão por termos acertado.

Se assim procedermos durante o dia, o nosso exercício de Retrospecção será apenas de uma recordação de tudo o que se passou conosco durante o dia, e que está no nosso pensamento abstrato, pois lembrem-se: fizemos questão de cada pensamento, sentimento, palavra e ato durante o dia, foi analisado e, seu resultado (correção ou gratidão) alcançado.

Isso supera o trabalho do cérebro e, com o tempo, veremos como as experiências importantes e notáveis do dia se apresentarão com a rapidez do relâmpago tocando nossos corações e nossas mentes dependendo, logicamente, da tendência de cada um, seja místico ou ocultista, respectivamente.

Para nos colocar em disposição para o exercício, sigamos as seguintes sugestões:

  1. Após acabarmos de nos deitar, tomemos uma posição o mais confortável possível.
  2. Fixemos nosso pensamento sobre o emblema Rosacruz e deixemos aproximar de nós a Cruz com as Rosas até que ela se imponha a nós de maneira a mais luminosa possível.
  3. Depois disso, examinemos rapidamente tudo o que se passou durante o dia. Lembre-se: estamos utilizando o pensamento abstrato, superando o trabalho lento do cérebro.
  4. Em seguida, pelo choque ocasionado, importantes órgãos do Corpo Denso recebem vibrações elevadas graças às quais o caminho da liberação vai se desenhando.
  5. Depois do exercício – que não dura mais do que alguns instantes – elevemos ao abstrato.
  6. Após algum tempo de execução, passaremos conscientemente ao estado do sono onde os mundos espirituais nos esperam.

                                                                   Que as Rosas Floresçam em vossa cruz

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Pergunta: Quando morremos, tem como irmos diretamente para os Mundos espirituais sem passar pelo sofrimento no Mundo do Desejo?

Pergunta: Alguns escritores ensinam que é possível ir diretamente do Mundo Físico para os Mundos espirituais sem ter que atravessar as regiões inferiores do Mundo do Desejo, evitando assim todas as visões repulsivas e peculiares àquela região. No entanto, os Ensinamentos Rosacruzes dão a entender que seja necessário atravessar cada reino sucessivamente. Por que essa disparidade?

Resposta: Sabemos perfeitamente que algumas pessoas fazem afirmações como essa, em relação à transição do reino físico para o reino espiritual mais elevado, ao qual chamam de “subplanos atômicos”. Para ajudar na procura da verdade, citaremos a Lei de Analogia, “Como é em cima, assim é embaixo”, que é a chave mestra de todos os mistérios, tanto espirituais como físicos, pois essa Lei funciona em qualquer reino da natureza que investigarmos. Sabemos que seja impossível para um mergulhador chegar ao fundo do mar sem começar pela superfície e ir descendo através da água que se interpõe. É evidente também que seja impossível a um avião subir acima das nuvens sem atravessar primeiro o espaço de ar que se interpõe entre a terra e as nuvens. De forma semelhante, o Ego ascende gradualmente após a morte, atravessando os vários reinos espirituais rumo ao Terceiro Céu e, no tempo do renascimento, desce gradualmente, atravessa a Região do Pensamento Concreto, o Mundo do Desejo e o Éter, até chegar ao plano físico. Esses fatos são de conhecimento de muitos que já investigaram a questão e tão inquestionáveis ou incontestáveis para o cientista da ciência oculta quanto o fato de a Terra girar em torno do seu eixo é para o cientista materialista; quem afirmar o contrário estará simplesmente errado.

O autor não declara isso apoiado unicamente em sua própria experiência, pois ele está relacionado com centenas de pessoas que possuem a faculdade de atuar fora do corpo nos vários reinos espirituais. Nunca discutiu expressamente essa fase de experiência suprafísica com qualquer uma delas, porém suas referências contínuas nas situações que aconteceram ao passar através dos reinos inferiores do Mundo do Desejo e do Éter deram-lhe a certeza de que nenhum dos que conheceu chegou a subir à zona mais elevada do Mundo do Desejo ou à Região do Pensamento Concreto sem passar primeiro pelo Éter e pelas camadas inferiores do Mundo do Desejo; ou seja, a Região do Purgatório.

Além do mais, mesmo que houvesse tal atalho do mundo físico para os reinos espirituais mais elevados, acreditaríamos realmente que algum auxiliar de Deus o teria usado a fim de evitar cenas repugnantes e sofrimentos como os encontrados no Purgatório? Não, com certeza! Cristo nunca demonstrou repugnância em relação aos leprosos ou qualquer um que sentisse dor ou aflição. Ele sempre os procurou a fim de poder curá-los e ajudá-los. Que trabalho poderia ser feito por um Auxiliar Invisível no Primeiro Céu e na Região do Pensamento Concreto, onde não há dor, sofrimento ou tormento, mas tudo transpira felicidade e alegria? A sua presença seria desnecessária. O seu trabalho se realiza exatamente nas regiões em que esses escritores dizem poder ser evitadas. No entanto, caso houvesse esse atalho, nenhum Auxiliar Invisível que se valorize desejaria utilizá-lo. Na realidade, não há desvio no caminho que leva ao Céu.

(Pergunta nº 3 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas” – Vol. II)

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Uma Decisão para Caminhar com o Bem ou com o Mal

Estudantes místicos e ocultistas geralmente relatam histórias que soam parecerem falsas para aqueles que não estão familiarizados com a ampla gama de trabalhos realizados pelos Auxiliares Invisíveis. As histórias descritas a seguir ilustram alguns destes trabalhos e, também mostram como são fornecidas provas para os Estudantes sobre a veracidade dos ensinamentos ocultos e místicos.

Certo dia, um Estudante de ocultismo foi jantar num refeitório, escolheu seu prato e sentou-se à sua habitual mesa. Por meio do pensamento, uma amiga lhe chamou, perguntando se ele gostaria de presenciar um fato incomum. Ela deixou claro que se caso aceitasse, ele não teria tempo para jantar.

“Sim, eu gostaria de ver o que você tem para me mostrar”, ele disse. “Eu posso comer outra coisa em outra hora”.

Então, esta amiga, que é uma Irmã Leiga[i], mostrou-lhe uma jovem mulher que era apresentadora e dançarina em um cabaré. Naquela noite, não estava no trabalho porque pegou uma pneumonia que a afastou do trabalho por uma semana. Nesta condição, ela tinha muito tempo para pensar, enquanto ficava deitada em sua cama. Durante esse tempo enferma e de cama, esta jovem saiu de seu corpo e contemplou seu futuro. Ela se viu numa bifurcação de caminhos. Ela tinha que decidir qual caminho tomaria. Não tinha qualquer consciência da presença de seu Anjo, que estava em pé, atrás dela. Também estava inconsciente da presença de uma forma maléfica de um corpo, criado por seus próprios maus pensamentos e que estava em pé a sua esquerda. Igualmente, não tinha consciência da presença do seu Anjo da Guarda, formado pelos seus bons pensamentos, que ficava a sua direita. Estes três estavam esperando sua decisão.

Então, a jovem mulher foi, lentamente, caminhando para a estrada do reto viver, deixando o caminho da perdição para trás. Após ter caminhado uns três metros além da bifurcação, o Anjo da Guarda envolveu-a e, seu Anjo, um ser da onda de vida Angélica, derramou seus raios luminosos sobre ela. Neste momento, a forma maléfica de pensamento se virou e desapareceu. Em seguida, a jovem retornou para o seu Corpo, entrando pela cabeça, e acordou. Ela pulou da cama e chamou sua mãe, contando que tinha morrido, que havia visto sua vida e para onde sua vida estava sendo levada e, ainda, que tinha decidido viver uma vida melhor. Então, perguntou para sua mãe o que ela deveria fazer. Sua mãe era uma mãe de família típica da sociedade, apreciadora de uma vida boa e não sabia o que dizer para ela. “Espere até ficar boa, pois você pode mudar de ideia”, disse a mãe.

A Irmã Leiga, que estava mostrando todos estes acontecimentos para o Estudante, lhe disse que enviaria um Auxiliar para esta jovem moça, a fim de lhe instruir sobre o que ela deveria fazer. Esta jovem pertencia a uma família de bem e acabou indo para um cabaré pelo prazer que aquele ambiente lhe proporcionava.

O aspirante teve que deixar seu jantar sem poder tocá-lo, mas sentiu-se mais do que retribuído, pois ele pode presenciar uma visão maravilhosa. Você pode imaginar que visão maravilhosa poder ver uma garota em seu Corpo de Desejos acompanhada pelo seu Anjo da Guarda, composto pelas boas forma-pensamentos que jovem tinha criado, e ver um Anjo verdadeiro com sua ampla aura composta de cores delicadas e brilhantes?

A forma maléfica de pensamento era realmente seu Corpo de Pecado. Esse Corpo de Pecado é composto por um Corpo Vital e por um Corpo de Desejos, e possui uma consciência individual que é muito impressionante. Ele não pode raciocinar, mas há uma pequena astúcia presente nele que lhe faz parecer como se, na verdade, fosse dotado de um ego interno, e essa astúcia o permite viver uma vida separada, após a morte do Corpo Denso do Ego que o fez. Quando este Espírito retorna a terra, este Corpo de Pecado é, naturalmente, atraído para ele e normalmente permanece com ele por toda a nova vida como um demônio.

(I.H. – AMBER M. TUTTLE)

[i] Irmão Leigo ou Irmã Leiga– Vivem em diferentes partes do mundo ocidental e receberam uma ou mais Iniciações de Mistérios Menores. Ou seja, depois de realizar a 1ª Iniciação Menor, torna-se Irmão Leigo da Ordem Rosacruz. Assim, a evolução dos Irmãos Leigos (ou Irmãs Leigas) é feita através de várias Iniciações Menores. São capazes de abandonar seu Corpo Físico conscientemente, assistir aos serviços e participar nos trabalhos espirituais no Templo da Ordem Rosacruz, junto aos Irmãos Maiores. Portanto: o Irmão Leigo ou Irmã Leiga percorre um caminho de nove graus com sessões no Templo Rosacruz à meia-noite, cada dia da semana para cada grau do primeiro ao sétimo, sendo as reuniões do oitavo e nono graus realizadas nos Equinócios. Também podem abandonar o corpo físico para diversas missões de serviço altruísta, amoroso e desinteressado. A última iniciação de um Irmão Leigo ou Irmã Leiga, nesta fase, é a 9ª Iniciação Menor. Esta é a última Iniciação disponibilizada pela Escola de Mistérios Menores da Ordem Rosacruz. A partir deste momento, o Irmão Leigo ou Irmã Leiga está preparado para tornar-se um Adepto.

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Pergunta: O que sucedeu ao Corpo Denso de Jesus, colocado no túmulo e não encontrado na manhã da Páscoa?

Pergunta: O que sucedeu ao Corpo Denso de Jesus, colocado no túmulo e não encontrado na manhã da Páscoa? Se o Corpo Vital de Jesus foi preservado para ser novamente usado por Cristo, o que faz Jesus, nesse meio tempo, para obter um Corpo Vital? Não seria mais prático conseguir um novo Corpo Vital para Cristo, quando da Sua Segunda Vinda?

Resposta. O estudo das Escrituras nos revela que Cristo costumava afastar-se de Seus discípulos, os quais ignoravam nesses momentos o Seu paradeiro — ou se sabiam, nunca mencionaram. Não obstante, isso é explicado pelo fato de que, sendo um Espírito tão glorioso, Suas vibrações eram por demais elevadas até mesmo para os melhores e mais puros veículos físicos. Por conseguinte, era necessário que o Espírito se retirasse, deixando o Corpo em completo repouso por algum tempo para que os átomos pudessem reduzir a sua frequência até atingir o nível costumeiro. Cristo acostumara-se a recorrer aos Essênios, deixando o Corpo aos seus cuidados. Esses eram peritos nisso e o Cristo não sabia lidar com os veículos que recebera de Jesus. Não tivesse recebido esses cuidados e o repouso necessário, o Corpo Denso de Jesus teria sido desintegrado muito antes que se concluíssem os três anos do Seu ministério e o Gólgota nunca teria sido alcançado.

No momento oportuno, quando Seu ministério terreno terminou, os Essênios cessaram de interferir. Os acontecimentos retomaram o seu curso natural e a tremenda força vibratória concedida aos átomos os espalhou aos quatro ventos; assim, quando o túmulo foi aberto, poucos dias mais tarde, não se encontrou o menor sinal do Corpo.

Isso está em perfeita harmonia com as leis naturais conhecidas por nós através de sua ação no mundo físico. Correntes elétricas de baixo potencial queimam e matam, enquanto uma voltagem muitas vezes superior pode passar através do Corpo sem qualquer efeito nocivo. A luz, cuja frequência vibratória é tremenda, é agradável e benéfica para o Corpo, mas quando focalizada através de uma lente, sua frequência vibratória diminui e temos uma força destrutiva. Da mesma maneira, quando Cristo, o grande Espírito Solar, entrou no denso Corpo de Jesus, a frequência vibratória foi reduzida devido à resistência da matéria densa, o que poderia reduzir o Corpo a cinzas, como ocorre na cremação, se não tivesse havido uma interferência. A força foi a mesma, o resultado idêntico — exceto que, sendo um fogo invisível o que consumiu o Corpo de Jesus e não o fogo comum, não houve cinzas. Com relação a isso, é bom lembrar que esse fogo jaz invisível em todas as coisas. Apesar de não o vermos na planta, no animal ou na pedra, ele está presente, visível à visão interna e capaz de manifestar-se a qualquer momento, contanto que se revista com uma chama de substância física.

Considerando que o autor do Conceito Rosacruz do Cosmos praticamente não teve ajuda na revisão das provas desse livro, é motivo para congratulações não serem encontrados muitos erros. O Capítulo XV, O Sangue Purificador, refere-se ao presente assunto. Foi corrigido e a palavra “Átomo-semente” substituiu a expressão “outros veículos”. A frase ficou assim: “Depois da morte do Corpo Denso de Jesus, os Átomos-semente foram devolvidos a seu primitivo dono.”. Durante os três anos de intervalo entre o Batismo, quando cedeu seus veículos, e a Crucificação, que ocasionou a volta dos Átomos-semente, Jesus adquiriu um veículo de Éter, da mesma forma que um Auxiliar Invisível adquire matéria física sempre que for necessário materializar todo o seu Corpo ou parte dele. Contudo, um material que não combine com o Átomo-semente não pode se adaptar definitivamente. Ele se desintegra tão logo se esgote a força de vontade nele reunida; portanto, isso foi apenas um paliativo. Quando o Átomo-semente do Corpo Vital retornou, um novo Corpo foi formado e, nesse veículo, Jesus atua desde então, trabalhando com as igrejas. Ele nunca mais tomou para si um Corpo Denso, embora fosse perfeitamente capaz de fazê-lo. Provavelmente pelo fato de seu trabalho ser inteiramente desligado das coisas materiais e diferir diametralmente do trabalho de Christian Rosenkreuz, que tratou dos problemas do Estado, da indústria e da política. O último, portanto, necessitou de um Corpo físico para poder aparecer diante do público.

A razão pela qual o Corpo Vital de Jesus está sendo preservado para a Segunda Vinda de Cristo, ao invés de ser formado um novo veículo, é dada em Fausto, um mito que expõe, em termos pictóricos, uma grande verdade espiritual de valor inestimável para a alma que busca. Fausto, desejando adquirir um grande poder espiritual antes de merecê-lo, atrai um Espírito disposto a satisfazer seu desejo — mas exige uma retribuição, pois o altruísmo é uma virtude que ele simplesmente não possui. Quando Lúcifer se volta para sair, ele fica temeroso ao ver um pentagrama diante da porta, com uma ponta voltada em sua direção. Ele pede a Fausto que remova o símbolo para que ele possa sair, porém esse último pergunta-lhe por que não sai pela janela ou pela chaminé. Lúcifer admite relutantemente que: “Para fantasmas e Espíritos, é lei que por onde entraram, devam sair”.

De acordo com o curso natural dos acontecimentos, o Espírito, ao nascer, entra no Corpo Denso pela cabeça, trazendo consigo os veículos superiores. Ao deixar o Corpo, à noite, ele sai pelo mesmo caminho e da mesma forma que reentrará pela manhã.

O Auxiliar Invisível também sai e reentra no Corpo pela cabeça. Finalmente, quando a nossa vida na Terra termina, alçamo-nos para fora do Corpo pela última vez através da cabeça, que é, então, reconhecida como sendo o caminho de entrada e saída natural do Corpo. Portanto, o pentagrama com uma ponta para cima é o símbolo da magia branca que trabalha em harmonia com a lei da evolução.

O mago negro, que age contra a natureza, subverte a força vital, dirigindo-a para baixo através dos órgãos inferiores. A passagem pela cabeça fecha-se para ele; então, retira-se pelos pés e o cordão prateado estende-se em direção aos órgãos inferiores. Por conseguinte, Lácifer entrou facilmente no gabinete de Fausto, pois o pentagrama estava com duas pontas voltadas para ele, representando o símbolo da magia negra. No entanto, ao tentar sair, ele encontra somente uma ponta voltada para si e tem que se curvar diante do símbolo da magia branca. Ele só podia sair pela porta, pois havia entrado por ela e assim vê-se preso, ao descobrir que esse caminho esteja bloqueado. Da mesma forma, Cristo tinha a liberdade de escolher Seu veículo de entrada na Terra, onde está agora confinado; contudo, uma vez escolhido o veículo de Jesus, Ele é forçado a sair pelo mesmo caminho. Se esse veículo fosse destruído, Cristo permaneceria neste ambiente tão limitado até que o Caos dissolvesse a Terra. Isto seria uma grande calamidade e é por tal razão que o veículo usado por Ele é guardado com o máximo cuidado pelos Irmãos Maiores.

Nesse meio tempo, Jesus foi quem perdeu todo o crescimento anímico obtido durante os trinta anos terrestres anteriores ao Batismo e contido no veículo cedido a Cristo. Esse foi e é um grande sacrifício feito para nós; mas, como todas as boas ações, esse sacrifício redundará em maior glória no futuro. Esse veículo será usado por Cristo quando Ele vier estabelecer e aperfeiçoar o Reino de Deus; estará tão espiritualizado e glorificado que, quando for novamente restituído a Jesus no momento em que Cristo entregar o Reino ao Pai, será o mais maravilhoso de todos os veículos humanos. Embora isso não tenha sido ensinado, o autor acredita que Jesus será o mais elevado fruto que o Período Terrestre produziu nesse sentido, vindo Christian Rosenkreuz em segundo lugar. “Não há maior ser humano do que aquele que dá a sua própria vida” e o fato de dar não somente o Corpo Denso mas também o Corpo Vital, por tanto tempo, certamente é o supremo sacrifício.

(Pergunta nº 96 do Livro: Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Volume II)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Quando alguém que trabalhou inconscientemente como Auxiliar Invisível abandona o corpo, ao morrer, reconhecerá no Mundo Espiritual aqueles com quem trabalhou à noite, ou essas experiências não ficam registradas?

Pergunta: Quando alguém que trabalhou inconscientemente como Auxiliar Invisível abandona o corpo, ao morrer, reconhecerá no Mundo Espiritual aqueles com quem trabalhou à noite, ou essas experiências não ficam registradas?

Resposta: As experiências de um Auxiliar Invisível que trabalha inconscientemente nos Mundos invisíveis durante o sono físico podem ser comparadas a um sonho que ele não lembrará ao acordar. Não obstante, as experiências são assim mesmo armazenadas no Átomo-semente e formarão parte do panorama da sua vida, de modo que, ao deixar o corpo no momento da morte, ele verá tudo que lhe aconteceu, acordado ou adormecido, durante o período vivido no corpo. Nesse caso, a lembrança do que aconteceu não será exatamente a mesma do que teria sido se ele tivesse passado isso conscientemente, contudo, ele obterá do panorama da vida um conhecimento e uma ideia do que foi realizado. Embora não sinta a mesma sensação como se tivesse passado pela experiência conscientemente, logo acostumar-se-á a crer e a entender que o que lhe pareceu um sonho foi, na verdade, uma experiência perfeitamente real.

(Pergunta 47 do Livro Perguntas e Respostas – Vol. I, de Max Heindel)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Ressaltemos os Fundamentos e as Verdades que brotam dos Ensinamentos Rosacruzes

Ressaltemos os Fundamentos e as Verdades que brotam dos Ensinamentos Rosacruzes

Ressaltemos os fundamentos, a verdade e a atração que brotam desses ensinamentos da Sabedoria Ocidental e que foram tão bem expostos pelo notável arauto dos Irmãos Maiores.

Atualmente, nota-se uma preocupação constante de suavizar o espírito de competição, profundamente evidenciado na dinâmica civilização ocidental, através do bom relacionamento que, embora ainda mesclado com interesses pessoais e grupais, indica a aurora de uma condição ainda mal compreendida pelos seres humanos e, por isso, mal-empregada.

Essa condição, que exprime um estado de espiritualização, alicerçou a obra, a Vida e o ideal de Max Heindel. Por essa razão, a Filosofia Rosacruz pode ser denominada de FILOSOFIA DO CORRELACIONAMENTO, porque ela concede aos seus estudantes a possibilidade de tudo correlacionar, de aparar as arestas dos desentendimentos, de unir os opostos e de operar o milagre de estabelecer o entendimento e a harmonia entre os seres humanos.

Mas, de que maneira? – Muitos poderão perguntar.

Os fundamentos da Filosofia Rosacruz apoiam-se em dois princípios básicos enunciados por Cristo: “Ama a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo”, depois, “Mas não sereis VÓS assim; antes o maior entre VÓS seja como o menor; e o que governa como quem serve”.

Assim, os fundamentos em que estão amparados os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental, expostos no Conceito Rosacruz do Cosmos e nas demais obras de Max Heindel, são os princípios do AMOR e do SERVIÇO; na terminologia Rosacruz “O SERVIÇO AMOROSO E DESINTERESSADO PRESTADO AOS DEMAIS”.

Nosso Irmão Heindel sempre chamou a atenção dos estudantes para o fato de que o estudo da Filosofia Rosacruz se torna inútil se os seus ensinamentos não forem aplicados ou vividos sinceramente. Na aplicação dos ensinamentos da Filosofia, no início da aprendizagem, temos de levar em consideração o SÍMBOLO. O SÍMBOLO é o auxiliar do aspirante Rosacruz em particular, bem como de toda a humanidade em geral. Há um valor oculto e universal no SÍMBOLO que, mesmo depois da Iniciação, o aspirante Rosacruz reverencia. Ele constitui-se no meio de ligação entre o oculto e o visível, crescendo em significação na medida em que o aspirante cresce espiritualmente. Eis porque Max Heindel no livro Iniciação Antiga e Moderna nos diz: “o simbolismo que desempenhou um papel de importância capital em nossa evolução passada, ainda é uma necessidade vital para o nosso desenvolvimento espiritual”.

Daí então a conveniência em estudá-lo tanto com os nossos corações, como também com os nossos intelectos. Os diferentes símbolos divinos que têm sido outorgados à humanidade por uma e outra vez, falam a esse tribunal da verdade que existe dentro do nosso íntimo e despertam as nossas consciências para as ideias divinas que estão completamente além do alcance das palavras.

Desse modo, somos levados a considerar o SÍMBOLO como um auxiliar eficaz para a prática daqueles dois princípios enunciados: AMAR E SERVIR.

SERVIR BEM E DESINTERESSADAMENTE É AMAR, mas como encontramo-nos ainda na fase de aprendizagem, “vemos como que através de Vidros obscurecidos”, como diz o nosso ritual. Depositamos “a essência que emana dos Pães da Proposição” na “Rosa Branca” do nosso SÍMBOLO, a fim de que os Irmãos Maiores a empreguem onde acharem mais conveniente.

Executando um trabalho dessa natureza, vamos gradativamente nos tornando aquilo que na terminologia Rosacruz designa-se por AUXILIAR, primeiramente um AUXILIAR Visível, operando pelo uso da VONTADE QUE APLICA OS ENSINAMENTOS ROSACRUZES, para depois qualificar-se também para agir como AUXILIAR INVISÍVEL, um cidadão dos mundos. Por isso, cinco dias antes de passar para o além, nosso Irmão Heindel escreveu uma carta aos seus estudantes, na qual sublinha o ponto fundamental do êxito em assuntos espirituais e, portanto, no VIVER A VIDA. Essa carta de Max Heindel está à disposição dos amigos que podem retirar uma cópia ou mais, na Secretaria.

(Traduzido da Revista Rays from the Rose Cross e Publicado na revista ‘Serviço Rosacruz’ – 04/1967)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O último renascimento de um ser humano como gorila

O último renascimento de um ser humano como gorila

Aqui está uma das mais marcantes histórias que eu já ouvi: um gorila irá renascer como humano em seu próximo renascimento.

Uma vez, dois Auxiliares Invisíveis estavam indo para uma clareira numa parte densa da selva na África quando a Auxiliar Invisível olhou para baixo e viu uma cativa nos braços de um gorila que estava dormindo. “Olhe! Há uma mulher branca”, ela falou para seu companheiro. “Vamos lá salvá-la.”

Eles desceram e perguntaram para a mulher se ela queria ajuda para sair daquela situação.

“Sim, por favor” me tire daqui”, ela falou.

Ela estava deitada nos braços do gorila, e se ela se movesse ele iria acordar. Quando ela se levantou, ele acordou e também se levantou. Os Auxiliares Invisíveis estavam se perguntando como conseguiriam tirá-la de lá. Todas as vezes que eles tentavam tirá-la do gorila, esse se levantava e grunhia para eles. Eles estavam com medo que se eles tentassem pegá-la à força, ele a faria em pedaços.

Ela precisava de roupas e contou a eles como o gorila tirou suas roupas, e que cada vez que ela fazia novas roupas de casca ou grama, ele as tirava novamente. Ele não a machucou, mas a protegeu dos outros gorilas, das cobras e dos animais selvagens da selva. Ele providenciou comida para ela e sempre se manteve próximo a ela e distante dos outros para que nada pudesse machucá-la.

Com o passar do tempo ela ficou com a pele totalmente bronzeada e a pele dos seus pés se tornou tão dura que ela conseguia andar sem machucá-los. Ela aprendeu que para viver dependia de seu gorila protetor, e começou a ensiná-lo tudo que podia. Ela disse que em um certo momento ele se tornou inquieto e desconfortável e ela ficou com medo que a deixasse, então durante a noite ela se amarrava a ele com seus longos cabelos. Ele aprendeu a amá-la de seu modo peculiar e ela sabia que estaria viva, enquanto ele cuidasse dela. Quando perguntaram como ela foi parar naquele lugar, ela contou que acompanhava alguns viajantes que estavam caçando na selva. Eles foram atacados pelo bando de gorilas e ela viu os gorilas matarem a todos.

Os Auxiliares Invisíveis solicitaram permissão para levar essa mulher e eles disseram que poderiam levá-la. Um dos Auxiliares Invisíveis disse a ela para mandar o gorila buscar alguma comida. Ela o fez, e então os Auxiliares Invisíveis disseram para que ela se deitasse. Então, os dois Auxiliares Invisíveis a ergueram e a carregaram até uma vila pequena, onde encontraram algumas pessoas que deram roupas para ela se vestir. Os Auxiliares Invisíveis falaram para ela procurar o Cônsul e conseguir um passaporte para voltar para casa.

Algumas noites depois um altíssimo Irmão Leigo foi até àqueles mesmos Auxiliares Invisíveis e disse para eles irem aquela vila onde levaram aquela mulher e compelir o Cônsul a dar a ela o passaporte e o dinheiro para as despesas para ela poder voltar para casa. Ele deu a Auxiliar Invisível o poder para fazer esse trabalho e disse para que ela fosse mais firme para resolver esse caso.

Quando os Auxiliares Invisíveis chegaram à vila, encontraram a pobre mulher em uma casa velha com algumas pessoas pobres. Ela vestia algumas roupas rasgadas. Quando ela viu os Auxiliares Invisíveis, implorou para que a levassem de volta à selva para seu amigo gorila e a deixasse morrer com ele, porque ele era bom para ela, mesmo de sua maneira, e a amava. Os Auxiliares Invisíveis contaram a ela que vieram para levá-la de volta para sua casa.
“Vocês não podem fazer nada por mim, já que ninguém acredita na minha história”, ela lhes disse.
Os Auxiliares Invisíveis pediram que ela os levassem ao escritório do Cônsul.

“Ele não irá recebê-los”, ela falou.

Eles foram e solicitaram ao guarda, que estava na porta de entrada, que queriam ver o Cônsul.

“Ele não está acordado’, disse o homem.

“Vá acordá-lo e diga que queremos falar com ele sobre um assunto importante, e não fique aí me olhando”, disse o Auxiliar Invisível.

O homem foi e depois de um tempo o Cônsul voltou com o homem e convidou os três estrangeiros a entrar. O Cônsul estava bravo e queria saber o que queriam com ele.

“Eu quero um passaporte e dinheiro para essa mulher poder voltar para sua casa na Europa”, disse um dos Auxiliares Invisíveis.

“Eu não a conheço e não tenho nenhum registro sobre ela”, ele disse. “A mulher que ela diz ser se perdeu há cinco anos, e nenhum dos integrantes do grupo foi encontrado”. Ele pegou seu livro de registros e perguntou à mulher para dizer o nome dos outros integrantes do grupo, onde viviam e a idade deles.

Ela fez isto e ele ficou atônito. “Eu preciso saber na cidade dela se os pais dela ainda vivem ou não”, disse ele.
“Ambos estão vivos”, disse o Auxiliar Invisível. “Escreva aos pais dela e peça a eles que escrevam uma carta, e que o Prefeito da cidade coloque um selo nela”.

O Cônsul escreveu uma carta e colocou um selo nela. Um Auxiliar Invisível contou que o outro iria entregar a carta, enquanto ele fazia o passaporte. O Auxiliar Invisível foi até a cidade onde a mulher vivia, encontrou seus pais e entregou a carta a eles.

A mãe gritou de alegria, se sentou e imediatamente começou a responder a carta. Ela contou ao estranho onde o Prefeito morava e ele foi lá para que ele carimbasse a carta. O Auxiliar Invisível gastou uns vinte minutos e quando ele voltou com a resposta, o Cônsul olhou para ela e quase desmaiou porque viu um carimbo familiar datado e carimbado no papel.

“Você é casado?”, a Auxiliar Invisível perguntou.

“Sim, eu tenho esposa”, ele respondeu.

“Chame sua esposa aqui para ajudar a essa mulher?”, disse a Auxiliar Invisível.

“Eu tenho empregados para esse tipo de serviço”, disse o homem.

“Faça como eu disse”, a Auxiliar Invisível falou com uma voz firme.

“Sim, Vossa Alteza”, o Cônsul respondeu e foi buscar sua esposa.

Ela veio correndo, mas quando a Auxiliar Invisível olhou para ela, ela parou abruptamente. “O que você quer que eu faça?”, ela perguntou.

“Limpe essa mulher e lhe dê algumas roupas para viajar”, a Auxiliar Invisível respondeu.

“Sim, Vossa Alteza”, a mulher do Cônsul falou, e levou a mulher para um outro cômodo.

Elas retornaram em meia hora e os Auxiliares Invisíveis quase não reconheceram a mulher. Seu cabelo estava penteado e ela estava muito bem vestida. Até suas unhas tinham sido feitas. Todas viram que ela estava muito linda.

O Cônsul lhe deu o passaporte e quinhentos dólares. “Temos pouco tempo para tomar o barco”, ele falou. Então, ele pediu aos Auxiliares Invisíveis para retornarem depois que a mulher tivesse partido.

Os Auxiliares Invisíveis se despediram da mulher no barco. Ela chorou e disse que não queria ir para casa, mas queria voltar para seu amigo na selva. Ela pediu aos Auxiliares Invisíveis para cuidar dele e eles disseram que fariam isto.

Os Auxiliares Invisíveis voltaram para a casa do Cônsul. Ele e sua esposa estavam no escritório e eles se ajoelharam aos pés da Auxiliar Invisível. “Senhora Anjo, eu suplico por perdão”, o Cônsul falou: “Eu não sabia quem era essa mulher, quando ela veio aqui na primeira vez.”

“Levante-se”, ela falou. “Não sou um Anjo. Sou apenas uma Auxiliar Invisível da humanidade”.

“Rogo que me diga como posso fazer o que você faz e ser um Auxiliar Invisível”, ele falou. Sua esposa falou que ela também gostaria de saber e a Auxiliar Invisível contou a eles e mostrou todos os ensinamentos e o que eles deveriam fazer. Ela contou a eles que teriam oportunidades em sua posição de fazer maiores trabalhos.

“Nós faremos isto”, o Cônsul prometeu. “Se você conseguir trazer o gorila que é amigo dessa senhora, eu cuidarei dele e o domesticarei”.

A Auxiliar Invisível disse a essas duas pessoas para irem para a cama e se deitarem juntos, e que ela os levaria ao gorila. O homem e sua esposa fizeram isso, e depois que a Auxiliar Invisível os colocou para dormir os quatro foram encontrar com o gorila na selva.

Eles o encontraram morto. Ele havia retornado com frutas para a mulher, e quando descobriu que ela havia sumido seu coração se partiu. Os Auxiliares Invisíveis chamaram o Espírito-Grupo, e ele os contou o que havia acontecido.

Ele falou que esse gorila iria renascer como um menino e no futuro sua amiga iria ter a chance de ensinar a ele, porque ela seria uma verdadeira missionária para os seres humanos atrasados de todas as raças.

O Cônsul e sua esposa, em seus Corpos de Desejo, puderam ver e ouvir o Espírito-Grupo e estavam surpresos. “Com certeza eles devem ser Anjos ou Deuses, pois nenhum ser humano consegue fazer o que eles fizeram”, o Cônsul falou.

O Espírito Grupo falou que a mulher trouxe o gorila ao estágio humano com sua bondade, e ele contou sobre o destino maduro que causou seu problema. Uma vez ela havia largado umas pessoas na selva e nessa vida ela devia pagar aquela dívida, e fez isto muito bem.

Uma cobra imensa apareceu e a Auxiliar Invisível a chamou e ela se aproximou, mas o Cônsul e sua esposa se afastaram. Então os Auxiliares Invisíveis levaram o homem e sua esposa para casa.

(IH – de Amber M. Tuttle)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Consciência do Auxiliar Invisível – Parte I

A Consciência do Auxiliar Invisível
Parte I

A Fraternidade Rosacruz ensina que os Auxiliares Invisíveis são aqueles que vivem uma vida digna de altruísmo, durante o dia, em seus corpos físicos. Aqueles cujo desenvolvimento evolutivo já ultrapassou de muito o ser humano comum e conquistaram o privilégio de se tornarem úteis, durante a noite, quando seus corpos estão repousando, agindo em benefício da humanidade, por meio da instrumentalidade dos Irmãos Maiores da Rosacruz.

Assim, enquanto estão funcionando em seus veículos superiores poderão ser vistos trabalhando fielmente na Vinha do Cristo.

Os Auxiliares Invisíveis são reunidos em grupos, de acordo com seus temperamentos e habilidades, sob a orientação de outros Auxiliares que são médicos. O trabalho global dos grupos sob a direção dos Irmãos Maiores são os espíritos propulsores da Equipe.

Max Heindel nos instrui sobre os dois graus de Auxiliares Invisíveis: os conscientes e os inconscientes. Estes últimos são os que trabalham inconscientemente nos Mundos invisíveis enquanto seus corpos dormem.
A experiência de um Auxiliar Invisível inconsciente pode ser comparada a um sonho que não é recordado quando desperta. Contudo, é uma experiência perfeitamente real e, como tal, forma parte do panorama da vida e é presenciada pelo Ego quando, no estado post-mortem, revive sua existência inteira.

Toda a evolução, incluindo a Iniciação, é um problema de expansão de consciência. A lagarta não rasteja ao longo do galho, transforma-se em crisálida e finalmente emerge na borboleta alada, fendendo o espaço azul?

São três realidades num mesmo mundo. Contudo, sob o ponto de vista de consciência a vida-borboleta passou através de três mundos diferentes. Da mesma forma, o Espirito Virginal existe somente num mundo: o Universo de Deus em sua infinita manifestação. Somos uma ideia Epigênese espiritual na Mente de Deus, uma criação eternamente perfeita, que foi, é e será. Entretanto, como a consciência se desenvolve no caminho da evolução, vemos passar através de vários planos ou mundos, cada qual representando um estado particular de consciência.

De cada plano, como Egos, aprendemos uma infinita variedade de sensações. Sob um aspecto vemos o Mundo de Deus à semelhança do Universo Físico que, aos cinco sentidos, parece algo inerte, sujeitos à impiedosa ação das leis naturais e do domínio de inteligências cruéis. Neste plano físico estamos envoltos em um casulo da materialidade, um corpo inerte. Podemos facilmente imaginar, como Max Heindel, que a Iniciação vem pela prática dos preceitos.

Em que consiste essa prática?

No uso adequado das leis do pensamento. Ainda é Max Heindel quem nos diz: “A Mente é o caminho”. De fato, a totalidade do caminho da Iniciação está sob a direção dos Senhores de Mercúrio, cujo trabalho de individualização e libertação pela razão se vai tornando cada vez mais potente na evolução humana, na medida em que seu Planeta vai emergindo da Noite Cósmica. Daí que o Caduceu seja usado como símbolo de Iniciação, pois Mercúrio rege o poder da razão pura (Gêmeos), bem como a Virgindade do Espírito Virginal puro e não contaminado pela materialidade. Eis a chave de completo método de desenvolvimento espiritual, tal como nos é dado pela Ordem Rosacruz.

Desnecessário é dizer que a consciência do Auxiliar Invisível de modo algum é idêntica à do Iniciado. Todavia, é um dos aspectos subsidiários do desenvolvimento ascendente. Não se trata de uma consciência definida, porém, já é algo maravilhoso para ser grandemente desejado por todo Aspirante a esferas mais amplas de serviço. O Auxiliar Invisível é um aspecto do esforço pelo qual a borboleta emerge, com as asas pintadas, do casulo da materialidade. Nesse grau temos uma noção de nosso lugar no caminho, percebendo o grau em que a luz se manifesta nos lugares sombrios da alma, durante o sono.

A consciência do Auxiliar Invisível é comparável ao Arco-íris pelo qual os heróis ancestrais cavalgam para atingir o Valhala, pois representa uma transição para a consciência espiritual e não a consciência integral em si mesma.

Há também na consciência do Auxiliar Invisível certa gradação de conhecimento, que poderá ser avaliada quando comparada com a consciência ordinária de vigília. Observe o leitor, fisicamente, como se dá o despertar diário. Um indivíduo se desperta completamente e logo depois se situa em seu ambiente, reconhecendo-se perfeitamente distinto de tudo o que rodeia. Esse é um extremo. O outro é um completo despertar de consciência noturna do Ser.

O Ego fica completamente desperto e consciente durante o sono, podendo observar e raciocinar, conversar com outros Seres Invisíveis, mais ou menos conscientes do que ele mesmo pode investigar trechos da superfície Terrena, ver a história em formação no outro lado do mundo. Esta última consciência é como a completa consciência de vigília no Mundo Físico, porém, em ambiente diferente.

“Lá”, as leis da natureza nos aparecem como reflexos de nossa própria alma; são fenômenos psíquicos e não fenômenos materiais, objetivos. Contudo, operando nesse estado de consciência, o neófito está apto a relacionar-se com acontecimentos materiais, a viajar para países estrangeiros e mesmo produzir impressões sobre o mundo da matéria. Eis porque o mundo integral da matéria é meramente um efeito de causas operantes nos Mundos superiores.

Max Heindel comparava relacionamento de causa e efeito a uma imagem lançada sobre uma tela por um estereoscópio. Se você muda o “slide”, a imagem da tela automaticamente se muda. É inútil tentar mudar a imagem sem previamente mudar o “slide”, porque o “slide”, em tal caso, é o arquétipo da imagem projetada na tela. Ora, as coisas e circunstâncias deste mundo são as imagens da tela.

Por isso devemos aprender a, primeiramente, olhar o que temos na mente. Ali é que devemos mudar o arquétipo mental. Os mínimos resultados seguirão os efeitos daquela causa. Se o “slide” que introduzimos na consciência é uma imagem do mal e do sofrimento, a imagem, na tela material, é correspondente. Esse é o segredo do Auxiliar Invisível, a Chave da Iniciação e da Libertação final.

A consciência do Auxiliar Invisível varia de acordo com o desenvolvimento das qualidades anímicas citadas em “O Conceito Rosacruz do Cosmos”: Vida Anímica, Luz Anímica e Poder Anímico (planos superiores do Mundo do Desejo).

Isso é assim explicado para atender à tendência de separação, de acordo com os conceitos de espaço e tempo que nos limitam neste Mundo.

Mas, as coisas espirituais têm um sentido global. Por isso, tanto os estudos metafísicos como os matemáticos exigem amor e muita dedicação. Quando hajamos conquistado um completo despertar nos planos internos, não haverá má compreensão a respeito. Mas até lá tomamos muita confusão mental como realidade e semi-despertamentos serão confundidos com verdadeiras experiências comum ou de um sonho real (passeio anímico).

Certa vez foi feita uma pergunta a uma Probacionista sobre seu trabalho nos planos internos, à noite. A descrição que ela fez foi a de um sonho comum ou de um sono real (passeio anímico?).

-“Oh, era real eu sei que era! Exclamou ela veementemente – “porque depois fiz uma verificação”.

A questão era saber se ela havia estado consciente quando o “sonho” se realizou, pois, sua descrição era de um sonho real. Mas verificamos que ela não estava consciente nessa ocasião e nem em outras ocasiões embora conhecesse teoricamente bem estas questões.

A respeito de sonhos esclarece-nos Max Heindel: “antes que o aspirante aprenda a deixar voluntariamente o corpo pode trabalhar em Corpo de Desejos durante o sono, porque em certas pessoas o Corpo de Desejos pode organizar-se antes da separação dos Éteres Superiores. Sob tais condições é impossível ter a memória de nossa atividade fora do Corpo Denso e observar, conscientemente, o que lá fazemos, porque não nos acompanham os Éteres Luminoso e Refletor, veículos dos sentidos e da memória. Todavia, se trabalhamos fora, embora inconscientemente, temos como sinal a ausência de sonhos confusos. Cessarão os sonhos desconexos; depois de um lapso variável de tempo os sonhos se tornarão mais vívidos e perfeitamente lógicos. O Aspirante sonhará que esteve em certos lugares com determinadas pessoas conhecidas ou não, conduzindo-se de modo tão razoável com se estivera em estado de vigília aqui. Se lhe aparece um lugar no sonho, ser-lhe-á possível, quando voltar ao Corpo e já em estado de vigília, comprovar a realidade do sonho, dirigindo-se àquele lugar e comprovando “in loco” certos detalhes que tenha observado no sonho. Verificará, também, que poderá visitar, durante suas horas de sono, qualquer lugar que deseje sobre a face da Terra, investigá-lo mais completamente do que estando no seu corpo material, em virtude da facilidade de acesso a todos os Lugares, não importando estejam fechados. Persistindo mais, chegará um tempo em que não precisará mais das horas de sono para anular a conexão entre os veículos, mas poderá deixar o corpo voluntariamente quando queira.

As experiências de muitos Probacionistas se enquadram nos “sonhos reais” ou “voos anímicos”. Sonhos reais são acontecimentos astrais. Todavia o inteiro despertar depende do desenvolvimento do Corpo-Alma, por meio de um reto viver e serviço altruísta. Aquele que se preocupar muito com seu desenvolvimento, a miúdo esquece a chave dele, que é o esquecimento de si e a amorosa entrega aos demais. Só os dois Éteres Superiores, convenientemente desligados, podem formar, com a parte superior do Corpo de Desejos, o veículo em que se funciona desperto, imprimindo no cérebro físico a imagem de uma jornada nos planos internos.

Convém advertir: há um sonho comum em que sonhamos que estamos despertos. Ocorre com bastante frequência.

Estamos no leito, dormindo, sonhando que nos levantamos, nos vestimos e estamos pronto para ir ao serviço.

Nisso soa pela segunda vez o despertador (na verdade a primeira vez), abrimos os olhos e, admirados, descobrimos que nem tínhamos levantado, pois estávamos dormindo. O mesmo pode suceder ao neófito que sonha que está desperto como um Auxiliar Invisível. É o que Du Maurier chama de “sonhos verdadeiros”, causados pelo mencionado fato de em algumas pessoas o Corpo de Desejos organizar-se antes da separação do Corpo Vital.

Naturalmente tais sonhos são reais, acontecimentos astrais, mas o neófito, em tais casos, não está realmente desperto fora de seu corpo. Apenas sonha que o está, como Auxiliar Invisível. Sob tais sutis condições, como saber se o neófito estava ou não desperto? Para responder a essa pergunta devemos fazer outra. Pela manhã, quando você despertou, estava mesmo desperto ou sonhando que o estava? Só poderá perceber a diferença quando se levanta, desperto. Nada sabe a respeito enquanto está sonhando. Isto é precisamente o que acontece em relação à consciência do Auxiliar Invisível.

Há definição para a consciência de Vigília? É descritível? Não. Apenas podemos mencioná-la, porque é uma experiência conhecida de todos.

Nossa opinião é que a maioria dos Auxiliares Invisíveis opera nessa consciência do sonho verdadeiro. Sonham real e acuradamente que são Auxiliares Invisíveis. Comparamos esse tipo de conhecimento com o do sonâmbulo que sonha que se levantou, vestiu-se e se pôs a descer as escadas. Está ele desperto, consciente, no lato sentido do termo? Naturalmente que não! Ele está apenas sonhando que está desperto. No entanto, está em condições de executar não somente as ações normais, peculiares a pessoas despertas, como também, muitas vezes, a fazer proezas que demonstram coragem e capacidade inexistentes em seu estado normal. Diz Max Heindel que o Auxiliar Invisível, à semelhança do sonâmbulo, é hábil e aparentemente inteligente em seu trabalho, mas, como o sonâmbulo que desperta subitamente, muitas vezes fica paralisado pelo medo, diante de situações imprevistas.

O vago estado do sonâmbulo é também comum ao Auxiliar Invisível que, em sentido oposto, é um sonâmbulo. A diferença é que o Auxiliar Invisível caminha, enquanto sonha, com um corpo que, de fato, se tornou um canal de ação onírica.

Tal corpo é o “Soma Psuchicon” (soma psíquico ou corpo psíquico) a que alude São Paulo, e que os Rosacruzes chamam de “o Corpo-Alma”. Neste ponto surge, outra pergunta: se tal sonho é real, será ele visível a outra pessoa que, desperta embora em seu Corpo físico, disponha de capacidade visual para perceber o Mundo do Desejo? Sim, pode e acontece. Sabemos de exemplos em que o “sonho” de um homem foi visto mentalmente por outro, à distância e no tempo comprovado, pois o sonhador despertou e olhou o relógio.

Porém, mesmo a consciência de sonho real não é a consciência média dos Auxiliares Invisíveis, em sua totalidade.

Para alguns, apenas, pois eles são, geralmente, inconscientes. Sua lembrança, pela manhã, quando despertam, é de que simplesmente sonharam, nada mais.

Max Heindel disse que a primeira parte (primeiras horas) do período de sono é dedicado à restauração das energias perdidas e preparação para o dia seguinte. “O Mundo do Desejo é um oceano de harmonia. Nele o Ego mergulha, deixando os veículos inferiores no sono. Seu primeiro cuidado é restaurar o ritmo, a harmonia do Corpo de Desejos e a Mente. Essa restauração é obtida gradualmente à medida em que as harmoniosas vibrações do Mundo do Desejo fluem através deles. Há lá uma essência que corresponde ao fluído vital que interpenetra o Corpo físico por intermédio do Corpo Vital. Esses veículos superiores (Mente, Corpo de Desejos), mergulham, por assim dizer, nesse “Elixir de Vida”. Quando já se encontram restaurados e vigorizados, eles iniciam o trabalho sobre o Corpo Vital, deixado com o Corpo Denso, sobre o leito. Então, o Corpo Vital começa a especializar a energia solar novamente, reconstruindo o Corpo Denso, usando, particularmente nisso, o Éter Químico. Essa atividade durante o sono é que forma a base para a atividade do dia seguinte.

Não nos devemos deter em sonhos comuns, embora vívidos, belos e convincentes, porque são puramente fenômenos astrais, conforme demonstramos no decorrer deste trabalho. A consciência de sonho real e desenvolvimento superior seguinte, que constitui a consciência desperta do Auxiliar Invisível, apresenta muitas armadilhas sobre as quais é de nosso dever prevenir o neófito. Tal advertência é de suma importância. Porque de seu conhecimento depende a ativação dos dois Éteres Superiores, na formação do Corpo-Alma.

Max Heindel enfatiza o ponto que o medo poderá ser eliminado da consciência, pelo amor. Ele confessa haver encontrado nesse medo um sério obstáculo, nos períodos iniciais de seu trabalho Iniciático. E recomenda ao Estudante e Probacionista, que pensem bastante e muitas vezes sobre o trabalho do Auxiliar Invisível, a fim de se irem habituando com a ideia de ficarem ausentes do Corpo, sem receios, porque a estocada do medo corta imediatamente a consciência psíquica, precipitando o neófito de volta ao Corpo Denso.

Um Probacionista nos conta como, na aurora de um dia, despertou com uma recordação fresca e aguda, de algum contato com os irmãos da Rosacruz. Estava perfeitamente consciente e ainda sentia o penetrante perfume de rosas em seu quarto. Enquanto estava deitado, as correntes perfumadas pareciam fluir através de seu corpo, de tal forma que lhe parecia flutuar nelas. Subitamente, porém, viu que “estava flutuando”, flutuando acima de seu próprio corpo, que jazia no leito. Sentiu a cutilada do medo e teve a consciência de que mergulhava no corpo. “Era como entrar numa nuvem de pontos; maiores do que aqueles que vemos no ar; quando tudo se normalizou, a nuvem se fechou sobre a cabeça, quase como acontece com a água. Ao abrir os olhos se encontrava no Mundo Físico.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de 11/1966)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Salvando um homem perdido na floresta e uma mulher incrédula

Salvando um homem perdido na floresta e uma mulher incrédula

Aqui está uma história de um homem perdido que foi salvo da morte na floresta.

Uma noite, dois Auxiliares Invisíveis encontraram um homem que estava perdido há três dias. O pobre homem disse que precisou caminhar para se manter vivo, devido ao tempo frio, e que estava com muita fome. “Eu orei por dois dias e duas noites para que alguém me ajudasse”, disse ele.

“Você deveria ter orado pelo perdão de seus pecados, pois, se a ajuda física não chegasse, certamente, você morreria de qualquer maneira”, disse o Auxiliar Invisível.

“Rezei da melhor maneira que pude, e comecei a ver todas as coisas que eu já havia feito”, disse o homem. “Eu vi um urso e uma raposa em armadilhas, e senti sua fome e dor. Eu até rezei por eles”.

O Auxiliar Invisível perguntou ao homem onde ele morava.

“Eu não sei dizer, mas eu quero ir para casa”, disse o homem que sofria.

O Auxiliar Invisível disse à sua companheira que fosse soltar o urso e a raposa e ajudá-los no que fosse possível, e assim ela se afastou feliz. Mas, ela logo retornou e disse que tinha libertado a raposa, mas não podia fazer nada com o urso.

“Me dê uma mão aqui com esse homem, pois ele está inconsciente e pode congelar até a morte”, disse o Auxiliar Invisível.

Os Auxiliares Invisíveis levaram o homem para a casa mais próxima, que ficava, aproximadamente, cinco quilômetros de distância, e esse era o seu lar. Os Auxiliares Invisíveis deixaram o homem aos cuidados da esposa e disseram que precisavam retornar para libertar um urso.

“Esse homem não é mais importante que um urso?” ela perguntou.

Um dos Auxiliares Invisíveis lhe disse que voltariam, mas que precisavam ir até o urso preso. O Auxiliar Invisível viu imediatamente que o urso estava congelando e com fome e que a perna presa na armadilha já estava congelada.

Esse Auxiliar Invisível finalmente acalmou o urso e conseguiu libertá-lo, que se deitou aos pés do Auxiliar Invisível.

Porém, logo depois o urso morreu de dor, fome e frio. Os Auxiliares Invisíveis retornaram a casa do caçador e a esposa os deixou entrar. Um dos Auxiliares Invisíveis lhe contou que o urso estava morto, pois chegaram tarde demais para salvá-lo. A esposa do caçador começou a retrucar com os Auxiliares Invisíveis enquanto eles cuidavam do homem. O Auxiliar Invisível disse a esposa com que frequência deveria alimentar e que tipo de alimento seu marido poderia ingerir.

Depois disso, os Auxiliares Invisíveis falaram à esposa sobre seus ensinamentos. Eles puderam observar que a mulher não acreditava neles, pois estava em desvario, enquanto eles falavam. O Auxiliar Invisível finalizou dizendo que ela deveria tomar cuidado porque não sabia com quem estava falando.

“Eu não quero saber das bobagens de que você está falando”, disse ela.

Um dos Auxiliares Invisíveis enviou um pensamento ao outro para desaparecerem dali, e ambos desapareceram. A mulher exclamou: “Anjos!” e desmaiou.

Os Auxiliares Invisíveis voltaram a ficarem visíveis e ajudaram a mulher a retomar a consciência. “Oh, por favor Anjos, perdoem-me”, ela disse, “eu não sabia que existiam Anjos reais”.

“Tudo o que disserem, eu farei com prazer”.

Os Auxiliares Invisíveis disseram-lhe que ajudasse a todos que ela pudesse, mas sem se magoar, independentemente, da cor, raça ou religião que praticassem.

“Fico feliz em poder ajudar”, disse a mulher.

Os Auxiliares Invisíveis disseram-lhe adeus e, usando as suas auras, desapareceram. Seu marido, também viu as auras dos Auxiliares Invisíveis.

(IH – de Amber M. Tuttle)

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