Arquivo de categoria Filosofia

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Sempre adquirimos o saber a partir dos esforços de outros, assim o que acrescentamos para que vem depois?

Sempre adquirimos o saber a partir dos esforços de outros, assim o que acrescentamos para que vem depois?

A pedra atirada na superfície da água forma ondas que se propagam até muito distante do ponto de origem. A ação do badalo na parede do sino produz sons que alcançam grande distância do campanário. Uma ação gera uma resposta parecida em múltiplos corações e uma vida deixa uma esteira que serve de farol, de norte, de modelo para outras vidas. Nenhum ato é tão pequeno que não produza efeito. Ninguém é tão insignificante que não influa sobre outra existência. Mesmo o bebê afeta a vida dos pais.

Quem não se lembra daquela viúva que, certo dia, aproximou-se silenciosamente da arca do Templo para colocar dentro dela a sua oferta de duas moedinhas? Tão humilde era a sua dádiva que procurou evitar ser vista entre os que podiam oferecer orgulhosamente grandes quantidades de ouro.

Contudo, aquele ato humilde e aquela oferta quase sem valor material, há quase dois mil anos, continua a mover os corações em reconhecimento a Deus e à generosidade para com o próximo.

Faz muitos anos, dois meninos divertiam-se brincando no jardim de uma mansão, na Inglaterra. Um era o filho do jardineiro; o outro, do dono da propriedade. Em dado momento, o menino rico caiu na piscina de natação e, sem sombra de dúvida, teria se afogado, não fosse o menino pobre que, sem medir consequências, lançou-se na água para salvá-lo.

Sua generosa ação comoveu o dono da casa que, de alguma forma, desejou recompensá-lo.

— “Que podemos fazer pelo garoto?”, perguntou ao pai.

— “Se for possível, que os seus estudos sejam custeados”, respondeu o jardineiro.

Passaram-se os anos. O menino rico tornou-se um grande estadista, um dos maiores homens da História contemporânea. Certo dia, porém, foi gravemente acometido de pneumonia. Sua vida estava em sério perigo. A Inglaterra inteira estava apreensiva com a enfermidade do homem que a levara à vitória, na Segunda Guerra Mundial. Havia apenas um remédio, recém-descoberto e muito raro, que pudesse salvar sua vida. Fora ele descoberto pelo filho do jardineiro: era a penicilina.

Dessa forma, por duas vezes Alexander Fleming salvou a vida de Winston Churchill. Por outro lado, enquanto o generoso ato de Fleming em sua infância o levou à fama mundial, a ação do pai de Churchill contribuiu mais tarde para salvar a vida de seu filho.

O que trazemos para este mundo deve ser posto a juros de ação e convertido em mais alma. Nesse processo dependemos das realizações dos demais, do trabalho que eles realizaram.

É verdade que nos empenhamos na aquisição de conhecimentos; mas em grande medida, adquirimos o saber a partir dos esforços de outros. Por conseguinte, nada mais justo do que acrescentarmos, nós mesmos, alguma coisa ao acervo cultural do meio em que nascemos.

Se falharmos no cumprimento desse dever, outros se sentirão inclinados a seguir os nossos passos. Se nele nos empenharmos, outros se inspirarão em nossa vida no momento de desânimo.

Passamos mais uma vez por este mundo e devemos, ao abandoná-lo, procurar deixá-lo melhor do que o encontramos, quando a ele viemos. “Ninguém vive para si e ninguém morre para si”. Cada um deixa os sinais das suas pegadas por este mundo. Que as nossas indiquem as alturas para os que vierem atrás de nós e lhes deem ânimo na cansativa, mas bela luta de abrir caminho rumo à luz.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de maio/1967)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Um Exemplo de um Amigo Verdadeiro

Um Exemplo de um Amigo Verdadeiro

Em certa ocasião, um judeu caminhava sozinho de Jerusalém para Jericó. Era um lugar deserto, cheio de pedras e cavernas. Aí moravam ladrões e malfeitores que às vezes saíam das cavernas para assaltar os que passavam por ali.

Quando esse judeu passava por um desses lugares solitários, foi assaltado, espancado e deixado como morto, sem dinheiro e sem roupa.

Ferido daquela maneira, o pobre homem não poderia chegar a Jericó e, além disso, não havia quem o socorresse.

Depois de algum tempo alguém passou por ali: um sacerdote judeu. Era de se esperar que parasse para ajudar o pobre ferido. O sacerdote, porém, nem se aproximou dele. Olhou apenas e continuou a viagem. Mais tarde, passou pelo lugar um mestre judeu chamado de levita. Observando o pobre homem, aproximou-se para ver o que havia acontecido.

Parou um momento, mas parece que se arrependeu de tê-lo feito. Por que se desviara do seu caminho? Por que havia notado esse miserável? Era certo que o homem necessitava de ajuda, mas ele era orgulhoso demais para ajudá-lo. Talvez o ferido fosse um samaritano.

Os samaritanos e os judeus não gostavam uns dos outros. Não se consideravam bons vizinhos, nem se tratavam bem. Não era imprudente expor-se ao perigo para ajudar um estranho? Ajustando seus vestidos, o levita retirou-se.

Em seguida, aproximou-se um homem montado em um burrinho. Vinha de Samaria; também ele avistara o ferido, mas não pensou nas diferenças que existiam entre samaritanos e judeus. Ele sabia que o pobre homem necessitava de ajuda e sentiu compaixão por ele.

O samaritano retirou sua própria túnica e a pôs sobre o ferido. Em seguida, untou suas feridas com azeite. Com muito cuidado ele o colocou sobre o burrinho e, andando ao seu lado, levou-o até à hospedaria mais próxima.

Durante toda a noite, o bom samaritano cuidou do ferido. Na manhã seguinte, este ainda não estava em condições de ir para casa. Ao sair, o Samaritano deixou dinheiro com o hospedeiro, para que ele cuidasse do seu amigo.

Crianças, sejam gratas ao bom Deus por todas as coisas e procurai fazer o bem a todos.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de junho/1966)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Os Requisitos Necessários para que o Nosso Progresso Espiritual se estabeleça em Base Sólida

Os Requisitos Necessários para que o Nosso Progresso Espiritual se estabeleça em Base Sólida

Certo dia estávamos conversando sobre assuntos espirituais com uma irmã da Fraternidade Rosacruz, quando ela aproveitou o ensejo para nos fazer esta indagação: quais são os requisitos necessários para que o nosso progresso espiritual se estabeleça em base sólida, isento de qualquer aspecto dubitativo?

Essa pergunta nos impeliu a meditar um pouco, antes de responder, pois compreendemos perfeitamente a responsabilidade que assumimos quando somos solicitados a opinar sobre algo de tamanha reverência. Respondemos que não pode haver progresso espiritual sem três qualidades fundamentais: Sinceridade, Amor, Lealdade. Se assim respondemos, é porque temos procurado pautar nossa existência por esses três princípios e as experiências que temos vivido dia a dia nos dão plena convicção de que deve ser assim. Ademais, isso se confirma quando analisamos fatos decorrentes da inobservância desses princípios.

Quando Cristo-Jesus divulgava Seus ensinamentos maravilhosos em nosso mundo, deixava sempre transparecer que não devemos fazer a outrem aquilo que não queremos que nos façam, pois nisso há Sinceridade; isto é, a coerência conosco mesmos. Aquele que se identifica com o sentimento de sinceridade é digno de crédito em qualquer circunstância.

Depois vem o Amor, o qual, sem sombra de dúvida, é a base, o fundamento, o ideal e a coluna mestra do Cristianismo. Sem esse sentimento sacrossanto não podemos sequer cogitar o crescimento espiritual, porque ele é o princípio que neutraliza todas as dissenções e discrepâncias existentes entre os homens. No entanto, para que esse Amor opere prodígios é necessário que seja um Amor sincero. A sinceridade é a qualidade inerente ao próprio Amor e o meio de sua subsistência.

Finalmente vem a Lealdade, a única condição que pode provar realmente se o Amor é sincero, desprendido, desinteressado. Como consta em nosso Ritual do Serviço do Templo, “Se nos amamos uns aos outros, Deus está em nós e, em nós, é perfeito o Seu Amor”, concluímos que esse é o magno princípio que devemos albergar em nossos corações; contudo, não pode ser duradouro, se não se revestir de Sinceridade e Lealdade.

Assim, fazemos um apelo aos que anseiam pelo crescimento espiritual, para que procurem integrar-se ao reto viver, pois gradativamente sentirão o desabrochar dos poderes latentes do espírito, mediante estes três maravilhosos princípios: Sinceridade, Amor, Lealdade.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de novembro/1967)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Por que há almas novas e almas velhas se todos iniciamos na evolução ao mesmo tempo?

Pergunta: Lemos sobre almas novas e almas velhas. Não nos iniciamos todos nesta vida terrena ao mesmo tempo, ou alguns já vieram para cá em uma onda de vida anterior? Não são os de cor branca da mesma idade anímica?

Resposta: Começamos ao mesmo tempo como Espíritos Virginais, em nossa peregrinação evolutiva; entretanto, desde o início alguns adaptaram-se mais ao ambiente. Portanto, desde os primórdios, alguns atrasaram-se nessa escola da vida, da mesma forma que acontece atualmente com as crianças, em nossas escolas. Alguns são mais precoces que outros, e estes, naturalmente, são mais capazes de passar, na escola da vida, pelas fases da evolução, atingindo um grau de consciência mais elevado.

Assim, a onda de vida que hoje é humana dividiu-se automaticamente em várias classes que agora conhecemos como raças branca, negra, vermelha e amarela; os mais atrasados da escola são atualmente os antropoides superiores (bonobos, chimpanzés, orangotangos e gorilas). Por outro lado, há os que se revelaram particularmente precoces e galgaram mais degraus, em termos de evolução, do que a maior parte da humanidade. São pouquíssimos, comparativamente falando; no entanto, encontramo-los entre os Iniciados, Adeptos e os Irmãos Maiores da humanidade, que estão no topo da escada da onda de vida humana. Por conseguinte, é certo que todos nós estamos percorrendo a estrada da evolução no mesmo período de tempo, mas alguns foram mais adaptáveis, mais diligentes. Consequentemente, acumularam para si mais experiência. É isso que constitui realmente a idade da alma, de forma que aqueles que alcançaram maior conhecimento podem ser chamados “almas velhas”, enquanto aqueles que estão atrás são, falando em termos comparativos, “almas novas”. Os Espíritos que habitam os antropoides podem ser considerados “sem alma”.

(Pergunta nº 35 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. 2)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Quando o Ascendente está em Áries, isso mostra que o nativo é uma alma nova?

Pergunta: Desejaria fazer uma pergunta a respeito da declara­ção feita por Max Heindel em alguns dos seus artigos, no sentido de que, quando o Ascendente está em Áries, isso mostra que o nativo seja uma alma nova, ou, em outras palavras, esteja no início da manifestação material. Em oposi­ção a isso, Max Heindel diz também que sempre que o Ascendente ocorre em Escorpião indica que a disso­lução começou a ocorrer.

Porém, enquanto o aspecto relativo a Áries indica uma proposta física, o relativo a Escorpião deixa-nos em dúvida. O aspecto de Escorpião está relacionado unicamente ao físico, de que forma? A dissolução ocorre imediatamente ou será de natureza gradual, culminando finalmente na passagem pelo Signo de Peixes?

Max Heindel declara também ser difícil elucidar o horóscopo de uma criança de sete meses, porque parece estar fora da linha relativa ao nativo. Eu sou um exem­plo de criança nascida aos sete meses e posso comprovar a veracidade dessa declaração. No entanto, levando em consideração a primeira parte desta carta, não consigo ver como poderia reconciliar, em minha Casa, as condi­ções relativas ao Ascendente de cada membro com a apa­rente indicação e inclinação de cada um como opostas a mim.

Resposta: Mesmo que tivéssemos feito a declaração que o consulente nos atribui, ou seja, que aqueles que têm Áries no Ascendente sejam almas novas, isso não poderia servir-lhe de orientação neste caso, pois admite ser uma criança nascida aos sete meses. Em consequência, os princípios gerais não poderiam ser aplicados em seu caso. Contudo, na realidade, nunca fizemos tal declaração. Se procurar a passagem à qual se refere, verá que sua memória o enganou. O que dissemos, e ainda dizemos, é que o Espírito nasce sob todos os doze Signos a fim de adquirir a experiência advinda de cada um deles; e podemos considerar como princípio, falando em termos gerais, que os que nascem com Áries no Ascendente entraram recentemente em um novo ciclo de vida, uma espiral mais elevada no caminho de sua evolução.

Torna-se evidente que alguns de seus familiares ou outros que o rodeiam possam ter qualquer um dos onze Signos se elevando e, assim mesmo, estar a um ou mais degraus, ou espirais, abaixo ou acima daquele que tem Áries no Ascendente. Quando isso for entendido, compreenderemos facilmente que quando uma pessoa alcança Escorpião, o Signo da morte e da dissolução, os frutos de todas as vidas regidas pelos vários Signos precedentes estão começando a amadurecer e a dissolver-se para que, quando o Espírito progredir através de Capricórnio, Aquário e Peixes, esses frutos sejam gradualmente assimilados, a semente amadureça para permitir a entrada da alma em Áries e, assim, iniciar um novo ciclo de vida.

Devemos também entender que o número de nascimentos referentes a qualquer Signo particular varia de acordo com a adaptabilidade do Espírito e a facilidade com que aprende as lições programadas para ele pelas Divinas Hierarquias. Só pode haver um único nascimento sob Áries num determinado ciclo de vida e, talvez, cinco ou dez sob os outros Signos; e vice-versa, de forma que, se dois espíritos tivessem que nascer sob o Signo de Áries na mesma espiral de evolução e um dentre eles se mostrasse diligente na aprendizagem de suas lições na escola da vida, poderia ser promovido à classe de Touro ou mesmo Gêmeos, antes que o outro deixasse Áries. Tendo ele uma especial preferência pelo trabalho de Gêmeos, poderia acelerar-se, ultrapassando o outro que marcharia lentamente pelo caminho de Câncer e assim por diante. Não há regras definidas. Tudo depende da qualidade inerente ao Ego e o que um faz não pode servir de critério para o que o outro possa fazer. Por isso, não podemos julgar a condição de qualquer um examinando apenas o seu Ascendente.

Só há um método que fornece solução aproxi­mada para a questão da intenção das Divinas Hierarquias a respeito de uma vida particular, que é comparar a progressão relativa do Ascendente com a do Meio-Céu. Ao fazer isso, podemos notar que um deles esteja movendo-se mais rapidamente que o outro. Supo­nhamos, por exemplo, que estejamos acompanhando o ho­róscopo de uma pessoa durante quarenta anos. Digamos que um grau de Áries esteja no Meio-Céu e um grau de Câncer, no Ascendente, no momento do nascimento. Imaginemos, então, que, aos quarenta anos, o Meio-Céu tenha progredido até Touro, 5, e o Ascendente, até Leão, 15. Isso mostra que o Meio-Céu percorreu 35 graus, enquanto o Ascendente andou 45. O Meio-Céu indica as tendências espirituais e as oportunidades na vida e o Ascendente mostra o lado material. Assim, é evidente que as oportunidades colocadas diante daquele Ego foram principalmente materiais e a tendência da sua evolução, na vida que estamos considerando, seria especialmente terrena.

Contudo, preste atenção a isto: o horóscopo, como reiteramos repetidamente, só mostra as tendências e é perfeitamente possível que uma pessoa com tal horóscopo decida seguir seu próprio caminho e cultivar todas as oportunidades espirituais que puder. Se ela tiver suficiente força de vontade, poderá mudar completamente a sua vida. Outra, cujo Meio-Céu progrida mais rapidamente do que o Ascendente, poderá encontrar dificuldades em atingir o sucesso material, mas terá todas as oportunidades para o crescimento anímico que almejar em seu caminho. Poderá também decidir governar as suas estrelas e ser bem-sucedida nos casos mundanos, mas o fato de conseguir isso, ou não, dependerá da sua força de vontade em oposição à indução das estrelas.

(Pergunta nº 36 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. 2)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Vença o Mal com o Bem

Vença o Mal com o Bem

Quando, no início de nossos esforços para viver uma vida superior, nós nos examinamos e julgamos a cada noite, conforme previsto no exercício noturno usado pela Fraternidade Rosacruz, o de Retrospecção, encontramos naturalmente dentro de nós muitos hábitos e qualidades de caráter que consideramos indesejáveis, que dificultam nosso avanço e que, imediatamente, tentamos erradicar.

Então começa a luta contra a natureza inferior, que muitas vezes sobrecarrega nossa força ao máximo, pois descobrimos que, ao nos opormos a essas tendências, elas parecem se fortalecer e resistir a nós com um poder cada vez maior. Isso ocorre porque essas disposições estão profundamente enraizadas em nossa natureza e são, consequentemente, difíceis de desalojar. Ao nos opormos ao mal, nós o fortalecemos, fazemos com que ele revide e, assim, derrote nosso objetivo.

Existe um método, no entanto, pelo qual podemos atingir nosso objetivo com muito menos gasto de energia e, com este fim, São Paulo nos deu a chave, quando disse: “Não sejam vencidos pelo mal, mas vençam o mal com o bem”. Nessa declaração, ele enuncia um princípio bem estabelecido de treinamento oculto, que é superar todo o mal de nossa natureza, transmutando-o em bem.

É óbvio para qualquer um que não possamos ter qualidades de natureza exatamente oposta. Não podemos ser tanto santos quanto pecadores; sábios e ignorantes; pacientes e impacientes; portanto, ao cultivarmos um atributo, o outro deve necessariamente ser erradicado. Assim, vivendo uma vida de devoção a altos ideais, cultivando o bem e a verdade dentro de nós mesmos, vencemos e expulsamos nossas más tendências com tanta facilidade e segurança quanto o calor supera o frio ou a luz dissipa as trevas. Parecendo ser o caminho da Natureza, é muito mais fácil sobrepujar uma falha cultivando um bom hábito para substituí-la do que arrancá-la pelas raízes.

Além disso, é indesejável eliminar tudo o que encontramos em nossa natureza. Todas as nossas faculdades nos foram dadas para uso. É por meio delas que adquirimos experiência. O fato de parecerem más é simplesmente porque canalizamos nossa energia na direção errada. Portanto, se as matarmos, nós nos privaremos de algo que possa ser benéfico, enquanto , se transmutarmos e usarmos essa energia para o bem, não apenas erradicaremos o mal, como também adquiriremos novas faculdades de valor para o crescimento da alma. Lembrem-se de que é nossa a tarefa de purificar e refinar nossa natureza para, assim, nos prepararmos para o trabalho nos Mundos superiores.

Portanto, não gastemos tempo em resistir ao mal ou negá-lo; contudo, esforcemo-nos por cultivar ao máximo nossas naturezas mais elevadas e viver vidas de tanta pureza que, não apenas por atos, mas também palavras, pensamentos e sentimentos, possamos expressar apenas aquilo que é bom, belo e, por meio da alquimia espiritual, transformar nossa natureza inferior, transmutando o metal básico no mais puro ouro.

Nosso objetivo é nos tornar criadores autoconscientes e o primeiro passo necessário para essa conquista é deixar o amor governar supremo em nossos corações, para que não procuremos mais destruir, porém unicamente elevar e preservar. Cristo disse: “Ame seus inimigos”. E podemos ver prontamente que nossos piores inimigos sejam as próprias paixões e desejos carnais, porque impedem nosso avanço em uma medida muito maior do que qualquer força externa pode fazer.

No entanto, essas paixões têm sido o meio do nosso progresso, pois por meio delas ganhamos as experiências necessárias para o crescimento e devemos amá-las de acordo com isso.

No entanto, agora, tendo aprendido a lição, assimilando tudo o que elas possam ensinar, é necessário, a fim de avançar ainda mais, que toda faculdade seja elevada e treinada para nos servir em níveis mais elevados.

O polo oposto de todo vício é uma virtude na qual esse vício pode ser transmutado e, quando purificado, torna-se um servo valioso.

Esforcemo-nos, assim, para transmutar em bem tudo o que é ruim em nossa natureza; para tornar o que já é bom em um bem ainda maior e, logo, prepararmo-nos para ser colegas de trabalho daqueles que estão atuando para acelerar o grande Dia do Senhor.

(Publicado na Revista Rays from Rose Cross de outubro/1915 e traduzido pela Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Fogo Espiritual na Tripartida Coluna Vertebral

O Fogo Espiritual na Tripartida Coluna Vertebral

A tripartida coluna vertebral era para os alquimistas o crisol da consciência. Sabiam que os Anjos lunares eram especialmente ativos na secção simpática da coluna nervosa, a regente das funções relacionadas à conservação e ao bem-estar do corpo; designavam essa seção com o nome do elemento sal. Viam claramente que os lucíferos espíritos marcianos governavam a seção relativa aos nervos motores, que difundem a dinâmica energia armazenada no corpo pelos alimentos; simbolizavam a dita seção por enxofre. A terceira seção, a que assinala e registra as sensações transmitidas pelos nervos, recebeu o nome de mercúrio porque, diziam, era regida pelos espirituais seres de Mercúrio.

Contrariamente ao que afirmam os anatomistas, o canal formado pelas vértebras não contém um fluido, mas um gás, semelhante ao vapor de água, que pode se condensar quando exposto à ação atmosférica; igualmente, a atividade vibratória do espírito pode sobreaquecê-lo a um grau tal que se converta no brilhante e luminoso fogo da regeneração. A esse campo, pertencente às grandes Hierarquias espirituais de Netuno, chamaram os alquimistas de azoto.

Esse fogo espiritual não é o mesmo nem brilha igualmente em todos os seres humanos. Sua intensidade depende do grau de evolução espiritual do indivíduo. Quando o aspirante à vida superior estava instruído no mistério desses símbolos, chegava a hora de falar-lhe com toda a clareza. Comunicavam-lhe os seguintes ensinamentos, ainda que sem as mesmas palavras nem da mesma maneira. Era dado ao seu entendimento, de forma clara, o seguinte.

“Sob o ponto de vista anatômico o ser humano pertence ao reino animal. Imediatamente inferior a esse reino está o vegetal, constituído pelas plantas, puras e inocentes, que se propagam sem paixão; toda a força criadora delas dirige-se para a luz, onde se manifesta na flor, formosura e gozo dos que a contemplam. As plantas não procedem de outra maneira porque carecem de inteligência, não conhecem o mundo exterior nem atuam com livre-arbítrio. Podem somente criar no Mundo Físico”.

“Acima do ser humano, na escala da evolução, estão os deuses, que criam nos Planos físico e espiritual. Também são puros como as plantas porque toda a sua força criadora se dirige para o alto e se consome de acordo com sua inteligência. Conhecem o bem e o mal; porém em seu arbítrio sempre agem bem”.

“Entre o reino dos deuses e o das plantas está o ser humano, um ser dotado de inteligência, de poder criador e de livre-arbítrio, podendo usá-los para o bem ou para o mal. No seu presente estado encontra-se sob o domínio da paixão infundida pelos espíritos de Lúcifer; por isso, para deleitar os sentidos, dirige para baixo, contrariamente à luz, a metade da sua força criadora. Progredir espiritualmente significa, em primeiro lugar, modificar essa condição, tendo em vista e como exemplo a semelhança entre a casta planta e os puros deuses espirituais, ambos dirigindo toda a sua força criadora para a luz”.

“No transcurso da evolução, o ser humano superou a etapa vegetal, cujo poder criador se limita ao mundo físico. Possuindo poder criador nos Planos físico e mental, livre-arbítrio e inteligência para dirigir o seu poder, assemelha-se aos deuses. Esse resultado foi obtido pela separação da sua energia sexual: metade foi canalizada para cima a fim de construir o cérebro e a laringe, órgãos alimentados e nutridos por essa exaltada energia sexual. Contudo, enquanto os deuses empregam mentalmente toda a sua força criadora com propósitos altruístas, o ser humano desperdiça a metade da sua com desejos e prazeres sensuais”.

“Portanto, aquele que deseja ser como os deuses deve aprender a dirigir para cima toda a sua energia criadora e empregá-la inteiramente segundo os ditames da inteligência. Só assim poderá ser como eles, criar pelo poder mental da Magna Palavra, equivalente ao Fiat Criador”.

“Recorde o tempo em que, sendo hermafrodita como a planta, era o ser humano capaz de procriar por si mesmo. E, agora, olhe o futuro através das perspectivas do passado e saiba que a sua presente condição unissexual seja apenas uma temporária fase de evolução. Em futuros tempos, terá que dirigir toda a sua energia criadora para o alto, de modo a tornar-se espiritualmente hermafrodita, capaz de plasmar ideias, infundir-lhes a vida e a vibração daquela vital energia. Assim, poderá enunciar a palavra vivente que, expressando a dual energia criadora, é o elixir da vida que brota da pedra viva do filósofo espiritualmente hermafrodita”.

“O alquímico processo de acender essa energia efetua-se na coluna vertebral, onde se encontram o sal, o enxofre, o mercúrio e o azoto. Os nobres e altos pensamentos, a meditação sobre assuntos espirituais e o altruísmo manifestado na vida cotidiana tornam incandescente a medula espinhal”.

“A segunda metade da energia criadora, encaminhada para cima através da coluna vertebral, é o fogo espírito-espinhal ou serpente da sabedoria. Ascende gradualmente e, quando no cérebro, chegando à Glândula Pineal e à Glândula Pituitária (ou Corpo Pituitário), põe em vibração esses órgãos, abrindo os mundos espirituais e capacitando o ser humano a comunicar-se com os deuses. Então, irradiando esse fogo em todas as direções, penetra no corpo inteiro, na aura e o ser humano converte-se na pedra viva cujo fulgor supera o do diamante ou do rubi. Ele é agora a pedra filosofal”.

Há muitos outros símbolos tomados da técnica química e aplicados ao processo espiritual que converte os seres humanos em pedras vivas do templo de Deus. O narrado é o bastante para demonstrar o que os alquimistas, nos termos que empregavam, queriam dar a entender e a razão por que encobriam as verdades dos seus ensinamentos sob a linguagem simbólica. Contudo, o caminho da Iniciação está e tem estado sempre aberto para todo aquele que sinceramente deseje iluminação e se comprometa a pagar o preço na moeda da abnegação e do sacrifício. Portanto, buscai a porta do templo e encontrá-la-eis; chamai e abrir-se-vos-á.

Se buscarmos devotamente, com insistência chamarmos e ativamente trabalharmos, alcançaremos a meta e nos converteremos na pedra filosofal.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de abril/1975)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Aquela outra Vida: você sabe qual é e se está pronto para vivê-la?

Aquela outra Vida: você sabe qual é e se está pronto para vivê-la?

Há uma vida em que o ser humano pode viver que ultrapassa os limites das possibilidades visíveis. Como Jacob Boehme a nomeou, “A vida superagradável aos seus sentidos”, que é a vida superior e isenta de sentidos. Os sentidos nos amarram e nos afastam de uma vida plena de grande felicidade e prazer e de conhecimentos tangíveis de um futuro sem limites. Alcançamos uma leve apreciação dessa vida em momentos quando nossas Mentes estão desocupadas com as demandas dos sentidos. No mundo selvagem da natureza, na vasta extensão do oceano, entre colinas e montanhas. Então, se começa a desenvolver a posse de uma paz maravilhosa que acalma a agitação da Mente. Os caprichos e as necessidades da existência nos impedem de desfrutar sempre dessa bela paz, no entanto, uma vez tomado consciência de sua mensagem e das coisas da vida, que são consideradas tão vitais para a felicidade real, assumem um aspecto diferente. Acabam se tornando várias conquistas em nosso caminho na vida, pelo qual medimos nosso progresso.

Percebemos que os negócios de cunho material não têm importância em si mesmos, porém, são valiosos como lições de onde se deve extrair a verdade. Se falhamos em um empreendimento, não é um momento de entrar em depressão. Há uma lição a ser aprendida pela experiência. Por causa de nossas próprias falhas, tornamo-nos solidários com outras pessoas, em particular, que falharam em determinada direção. Quem aprecia tão bem as esperanças humanas e pode prontamente dar ao coração cansado essa feliz palavra de conforto, como alguém que falhou com frequência e mesmo assim manteve o senso de magnitude entre o fracasso e o sentido interno da vida? Os tropeços nos ensinam muitas coisas. Eles nos tornam infinitamente mais compassivos. Todavia, acima de tudo, o conhecimento de que todas provas em nossas vidas têm um grande valor intrínseco, que nunca pode ser diminuído, nos torna determinados a obter o maior benefício de todas as ocorrências e vicissitudes materiais.

Aquelas pessoas que conhecem o grande trabalho que se desenvolve depois de termos passado por essa existência terrena (e são milhões de renascimentos) sabem que a vida após a morte do Corpo Denso é cheia de energia palpitante, de planejamento, correção das falhas, preparação e repleta de oportunidades para estudos. O verdadeiro significado da vida com suas tristezas, seus sucessos, fracassos, medos, suas esperanças, alegrias e assim sucessivamente serão mostrados de maneira abrangente. A obtenção do conhecimento sobre nós mesmos e sobre os problemas externos nos leva, finalmente, ao autocontrole e à capacidade criativa, fazendo disso uma lição externa.

O vasto Esquema de Evolução em que todos nós estamos intimamente inseridos está, gradualmente, sendo revelado ante a Mente do ser humano. Naturalmente, essa manifestação transcendental de poderes inteligentes só pode ser superficialmente concebida.

Alguns Seres elevados estão, presentemente, fornecendo à humanidade um esboço desse Esquema nos trabalhos da Fraternidade Rosacruz. Hoje, a vida superagradável aos seus sentidos é vivida por milhares de Estudantes Rosacruzes que perceberam as verdades eternas da vida, embora muitas vezes ocultas. Quão frequentemente uma verdade é percebida pela intuição!

Viver a vida adequada nos habilita a provar que tudo o que nos é ensinado ajuda a acelerar nossa evolução sob a orientação de Deus.

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross – jul/1916, traduzido e atualizado pela Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Dominando o Temor e a Ansiedade

Dominando o Temor

O temor e a ansiedade são os maiores inimigos da felicidade humana. São a ferrugem moral e mental da personalidade. São os quinta-colunas na sabotagem de nossos melhores esforços. Debilitam a coragem e a iniciativa. São os cupins do caráter humano, pois corroem o próprio âmago da felicidade, ao mesmo tempo que destroem as possibilidades de uma vida exuberante.

Hoje, talvez mais que nunca, o coração dos seres humanos está cheio de temor. Muitas são as tempestades a soprar furiosamente a fim de desintegrar o caráter. Todos têm experimentado os efeitos desses terríveis ventos. Cristo, por Sua divina presciência, falou a respeito destes dias. Eis Suas palavras: “Homens desmaiando de terror, na expectação das coisas que sobrevirão ao mundo. Porquanto as virtudes do céu serão abaladas.” (Lc 21:26).

O ser humano, sem Deus, não tem sossego. Nunca encontramos descanso enquanto não achamos segurança em nosso Criador. Em nós não nos é possível encontrar calma, mas n’Ele a podemos achar. As alegrias do mundo são transitórias, fugazes; a paz de Cristo, porém, é duradoura, perpétua. Dentre as promessas das Escrituras, de nenhuma necessitamos mais, talvez, hoje em dia, que das palavras de Cristo Jesus: “Deixo-vos a paz, a Minha paz vos dou: não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração nem se atemorize.” (Jo 14:27).

Pesadas nuvens de incerteza pairam baixas e ameaçadoras. Os seres humanos se acham perplexos; falta-lhes estabilidade interior. Defrontados por esta situação, que melhor lhe poderia convir do que as graciosas palavras: “Deixo-vos a paz, a Minha paz vos dou?”

A paz de Deus sobrepuja o entendimento, pois o intelecto humano não pode compreender essa grande paz que Deus dá aos que Lhe entregam plenamente o coração.

Que é o temor? É o pessimismo e o descontentamento. Produz acabrunhamento, ódio, aflição nervosismo, melancolia, zanga e vacilação. O temor e a ansiedade envolvem aquelas destrutivas forças que extinguem a esperança e a confiança.

A despeito de o mundo viver de temor, e os nervos dos seres humanos se acharem retesados, temos, uma mensagem de ilimitada esperança, uma mensagem de alegria e felicidade, uma promessa de completa vitória sobre os temores que assediam a raça humana. No mesmo do Evangelho Segundo São Lucas que fala dos indivíduos desmaiando de terror, encontramos um quadro dos que estão fortes em Deus: “Quando estas coisas começarem a acontecer, olhai para cima, e levantai as vossas cabeças, porque a vossa redenção está próxima” (Lc 21:28). Aí está um grupo que não se acha cabisbaixo. Homens e mulheres que triunfam da perspectiva que os rodeia mediante o olhar para cima.

Na vida do verdadeiro cristão o poder do temor e da ansiedade deve ser completamente neutralizado. Viver no mundo e participar do mundo são duas coisas diversas. “No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo. Eu venci o mundo” (Jo 16:33). Não precisamos ser participantes do temor, da perturbação, da melancolia e do pessimismo que esgotam as forças vitais. O temor não deve dominar o cristão. Cristo é o vencedor de todos os poderes das trevas. Recebendo Cristo, tornamo-nos também vitoriosos.

Hoje, como nunca antes, necessita o mundo de otimismo. Como Cristãos, podemos ser a força que atrai os seres humanos a renovada confiança em Deus e em seus semelhantes. Cabe-nos o privilégio de demonstrar o que Deus pode fazer mediante pessoas a Ele plenamente entregue: em dias trágicos assim como os que ora atravessamos. Quando os tempos vão pelo pior, devem os cristãos ir pelo melhor. O Cristão deve sentir-se cheio de segurança, de coragem, de esperança. Deve libertar-se da prisão das circunstâncias tomar-se livre mediante a verdade de Deus: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (Jo 8:32). Libertará de quê? Dos elementos negativos que destroem as qualidades positivas da vida. Isto quer dizer libertar do temor, da ansiedade, do pessimismo, da perturbação interior. Sim, a verdade despedaçará as cadeias, permitindo-nos viver abundantemente em Cristo-Jesus. “Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância.” (Jo 10:10).

Que temem os seres humanos? Enumeremos alguns dos espectros que os perseguem.

Um dos inquietantes temores da humanidade é o temor do fracasso. Isto enfraquece de tal modo uma pessoa que ela se toma ineficiente em seu trabalho. Sois acaso acossado pelo temor do fracasso?

Cristo Jesus pouco se preocupava com o êxito ou o fracasso em termos de valor material. Se Cristo Jesus vivesse em nossos dias, seria considerado, pelas normas correntes, um verdadeiro fracasso. Sua vida é um registro de derrota aos olhos daqueles com quem vivia. Ele não foi reconhecido pelos intelectuais do Seu tempo. O escol da sociedade não O contou em seu número. Nas comissões dos financistas, não teve Ele assento. Não possuía domínio real nem tinha outros bens. Aos olhos dos indivíduos carnais, Cristo era um fracasso digno de compaixão. Foi rejeitado, como traidor, por Sua própria nação. Foi crucificado pelos romanos, e morreu da ignominiosa morte de cruz.

O tempo, entretanto, vindicou o Cristo. Sua vida ergue-se triunfante. Seu êxito baseava-se em valores espirituais. Da mesma maneira podemos ser um completo fracasso aos olhos do mundo, e ser, contudo, um êxito glorioso diante de Deus. Uma coisa unicamente requer Deus de nós – e esta é a LEALDADE. Somos chamados a viver em harmonia com Sua Lei. Nenhuma outra coisa importa afinal. Uni a Deus a vossa vida. Fazei com Ele inteira aliança.

Na parábola dos talentos lemos, que, quando o Senhor chegou para ajustar contas com os servos dos talentos que lhes tinham sido confiados, o homem que recebera apenas um, respondeu: “Atemorizado, escondi na terra o Teu talento.” (Mt 25-25). O temor lhe paralisara as forças criadoras. O temor da derrota roubou-lhe toda a iniciativa. Se tememos, teremos a mesma experiência, pois o temor do fracasso é o caminho seguro e certo para a derrota. O homem que recebera um só talento é condenado porque tinha os olhos no êxito em vez de os fixar no dever. Aos que temem, seja-me permitido dizer: Não vos cumpre ser bem-sucedidos. Tudo quanto Deus requer, é que façais o melhor que vos for possível. Os resultados, deixai-os com Deus.

O temor da morte está dominando a muitos. Quando uma pessoa vive temendo continuamente morrer, não pode viver bem. O Cristão não teme a morte, pois sabe que tem a vida eterna em Cristo, no porvir. Os Cristãos não são criaturas do tempo, mas da eternidade. Esta vida não é o fim, mas antes um preparo para o glorioso começo.

Para o Cristão, a morte não é uma derrota. Destemido, pode ele dizer com o salmista: “ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque Tu estás comigo; a Tua vara e o Teu cajado me consolam” (Sl 23:4). Aqui há perfeito triunfo sobre o temor da morte.

Muitos existem que nunca vivem bem, porque estão sempre temendo que vão morrer. Como escreve bem conhecido médico a respeito do efeito da ansiedade: “Não sabemos porque é que os ansiosos morrem mais cedo do que os que não se afligem; mas isto é um fato. Os temerosos da morte, morrem por certo antes do tempo”.

Se quereis viver, bani o temor da morte. Vossa vida está em Deus. “Porque n’Ele vivemos, e nos movemos, e temos o nosso ser” (At 17:28).

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de outubro/1978)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Um novo Corpo: alterações produzidas com a proximidade da Nova Era

É fato que tanto o altruísmo impulsionado por Cristo, ano após ano, quanto a gradual expansão de consciência, promove alterações na dinâmica do funcionamento biológico de partes do Corpo Denso do ser humano. Tais mudanças são efeitos de alterações na composição de outros Corpos mais sutis e das alterações da composição atmosférica da Terra. O presente artigo busca descrever parte destas mudanças graduais, que está estreitamente relacionada à promoção de maior longevidade e até mesmo a tão mal compreendida vida eterna.

Para fins didáticos, o texto é divido em três partes:

  • Parte I – Recapitulação do modo como o ser humano tornou-se consciente no Mundo Físico;
  • Parte II – Mudanças físicas que estão ocorrendo devido à correspondência ao altruísmo;
  • Parte III – O que ele deve fazer para acompanhar as mudanças biológicas que necessariamente devem ocorrer.

Parte I – Recapitulação do modo como o ser humano tornou-se consciente no Mundo Físico 

A recapitulação do modo pelo qual ser humano tornou-se consciente do Mundo Físico se faz necessária para traçar uma linha de referência de seu desenvolvimento. Conforme bem explorado pela Filosofia Rosacruz, o Espírito Virginal desceu dos mundos superiores na involução. Com o propósito de desenvolver os três princípios divinos (Espírito Divino, Espírito de Vida e Espírito Humano) que herdou de Deus (pois tal como Deus, quando se manifesta, o faz de forma tríplice – Pai, Filho, Espírito Santo), o ser humano, criado a Sua imagem e semelhança, por ação recíproca constituiu três Corpos compostos por materiais correspondentes aos Mundos pelos quais passava – o Corpo Denso, oitava inferior do Espírito Divino (Pai); o Corpo Vital, oitava inferior do Espírito de Vida (Filho); e o Corpo de Desejos, oitava inferior do Espírito Humano (Espírito Santo).

Mas para que houvesse união e comunicação entre os princípios herdados e seus instrumentos, um veículo mental teve de ser construído. A partir daqui o Espírito se torna um Ego: um Espírito Virginal manifestado em forma sétupla (Tríplice Espírito, Tríplice Corpo e a Mente). Neste ponto do desenvolvimento, a dual força criadora (pólo masculino ou vontade e pólo feminino ou imaginação) ainda era direcionada para baixo, isto é, ambos os pólos, fluíam para o mesmo sentido e conferia ao ser humano a capacidade de ser hermafrodita.

No entanto, para que as vivências exteriores pudessem ser capturadas e para que as ideias concebidas pela Mente pudessem ser transmitidas, adaptações nos Corpos deveriam ocorrer. Especialmente para o Corpo Denso e Vital, deveria ser construído um encéfalo que fosse capaz de processar as informações provenientes do meio e enviar tais códigos para que o Espírito trabalhe sobre as mesmas, e, por fim, transmitir estas conclusões de volta ao meio. Também uma laringe para facilitar a comunicação das conclusões que foram produzidas pelo processamento das informações provenientes do meio.

Concomitante a essas necessidades, a matéria que hoje constitui nosso planeta Terra foi arrojada do Sol e, posteriormente, a matéria que forma a Lua foi arrojada da Terra. Tais separações promoveram expressões separadas de forças (força do Sol e força da Lua). Deste modo, alguns Corpos passaram a serem melhores condutores das forças solares e outros lunares. Um dos pólos da dual força criadora foi internalizado e direcionado para cima, a fim de construir o cérebro e a laringe. No caso do Corpo masculino (condutor da influência do Sol), o pólo feminino foi internalizado para este fim. Já o Corpo feminino (condutor da influência da Lua), o oposto. A condição de ser hermafrodita cessou e a necessidade da cooperação do sexo oposto para procriar se fez necessária. Além disso, um meio físico que suportasse as altas vibrações do Espírito individualizado era necessário para sua manifestação no Mundo Físico e para governo de seus Corpos. O sangue vermelho e quente constitui tal veículo.

O metal marciano conhecido como ferro é o elemento essencial para a produção deste sangue vermelho e quente. Já é bem consolidado pela ciência atual que durante a realização de uma tarefa, grande quantidade de sangue é direcionada a determinadas regiões do Corpo Denso necessárias para realização da mesma. O ocultista sabe que tal fenômeno significa o Ego utilizando sua ferramenta corporal para governar o Corpo e adquirir experiências.

Foi somente na Época Lemúrica – uma das Épocas que atravessamos nesse Período Terrestre desse atual esquema de evolução – que o ferro pode ser livremente utilizado (após a eliminação da influência marciana sobre a Terra) e, assim, o sangue tornar-se mais quente no interior do Corpo Denso em relação à temperatura ambiente.  Com o sangue quente e vermelho e com um cérebro e uma laringe bem formados, o ser humano pôde alcançar o estado de consciência de vigília, parecido com o que temos atualmente.

O plano inicial era o seguinte: quando o Ego renasce em um corpo feminino (mulher) era exposto a estímulos ambientais extremamente fortes* (tempestades gigantescas, ventos, explosões vulcânicas): o objetivo era despertar a consciência das mulheres para fora, e, por meio desta exposição a acontecimentos alheios, a atenção seria direcionada também para isso. Isto iniciou um processo de construção de representações mentais das coisas externas (criação de códigos para que o Espírito pudesse interpretar o meio externo). A neurociência atual comprovou este fenômeno, pois mostra que tudo aquilo que o cérebro interpreta é, em realidade, representações mentais subjetivas que servem como código ou referência. Não se enxerga as coisas como são, mas se enxerga as representações mentais que se criou para interpretar tais coisas. O meio pelo qual as representações foram criadas ocorreu pela imaginação (pólo feminino da força criadora).

Porém, quando o Ego renasce em um corpo masculino (homem), estímulos corporais de dor e de estados de prisões eram determinados. Os estados de prisões eram realizados de modo que o, então homem, pudesse, com um pouco de força de vontade, se libertar. Já a dor, fazia com que um movimento para que a mesma cessasse fosse realizado. Ambos tinham o objetivo de despertar a vontade (força masculina).

Vemos, deste modo, as duas polaridades sexuais agindo separadamente, e métodos de aprendizagem adaptados a cada um eram necessários. Juntamente com esses estímulos, os Arcanjos – seres que estão a dois graus de evolução acima dos seres humanos – neutralizavam o Corpo de Desejos do ser humano, e este só era libertado em épocas propícias para a procriação. A procriação era orientada pelos Anjos – seres que estão a um grau de evolução acima dos seres humanos.

Diferentemente dos Anjos, que direcionam toda sua energia criadora para fora de si e, em troca, recebem sabedoria, o ser humano internalizou metade de sua força criadora para construção de uma laringe e um cérebro. A internalização para autosserviço determina uma característica de individualismo genuíno para ele. Se o estudante meditar sobre este caminho, compreenderá que o processo era demasiadamente lento, mas garantia o despertar seguro da vontade e da imaginação humana. Isto é, naquela época, a Personalidade e o temperamento não agiam como um fator de dificuldade tal como ocorre nos dias de hoje. Pelo menos até o ponto em que este plano pôde perdurar.

Mesmo que a morte do Corpo Denso ocorresse naquela época, a longevidade era muito maior do que atualmente, pois não se conhecia o pecado (transgressões das leis). A mulher, pela imaginação, já conseguia identificar muitas coisas que ocorria fora de si mesma. Mas ela também conservava a visão etérica das coisas. Por isso, quando ela percebia a morte do Corpo Denso e, ao mesmo tempo, também percebia a permanência do Corpo Vital (isto é, a pessoa que morreu no Mundo Físico permanecia viva nos planos internos), esse fato a deixava extremamente confusa.

Para acelerar o processo de evolução, os Espíritos Lucíferos – uma parte da onda de vida Angélica que se atrasou – entraram em contato com a mulher pela coluna espinhal, relatando que poderia gerar um novo Corpo Físico que morria. Para isso, deveria realizar o ato sexual (“comer o fruto da Árvore do Conhecimento”) sem esperar o comando dos Anjos. Isso a tornaria, juntamente com o homem, semelhante aos deuses (com capacidade de “criar”). Esse ato também favoreceria a libertação do Corpo de Desejos, pois haveria motivação para procriação sem a presença dos Arcanjos.

Por isso a Bíblia relata que Lúcifer era uma serpente sábia (coluna espinhal) que apareceu para Eva em uma árvore. Lúcifer (portador da luz) tentou adiantar o processo, ensinando ao ser humano como se libertar da influência dos Anjos e dos Arcanjos, assumindo sua própria evolução e geração de novos Corpos. Isto é relatado na Bíblia como a expulsão da humanidade do Jardim do Éden, que a obrigou a “comer poeira todos os dias de tua vida” e “com o suor de teu rosto, comer teu pão, até que retornes ao solo” (Gn 3:14 e 19). O problema é que o Corpo de Desejos estava em situação muito rudimentar, composto, praticamente, apenas de materiais das regiões inferiores do Mundo do Desejo. A Mente também estava em situação similar, sendo muito fraca para refrear os desejos e direcioná-los para motivação de propósitos do Ego. Tal condição precária somada a genuína condição de individualismo, o egoísmo e as paixões predominaram e uma série de desequilíbrios deu início.

O ser humano deve, pois, a Lúcifer e a seus “Anjos caídos”, à capacidade de ser autômato e da possibilidade de se desenvolver ao ponto de se tornar semelhante aos deuses – por isso, a ideia de que Lúcifer é mau e que deve ser abominado está incutido no inconsciente humano, isto é, foi ele que ensinou a humanidade a desobedecer aos deuses e lhe abriu o caminho para ser semelhantes aos mesmos (superiores aos Anjos). Essa desobediência não deve ser confundida com emancipação de Deus, mas como um novo caminho autômato em Deus (pois nele vivemos, nos movemos e temos o nosso ser).

O problema é que tal estado só será alcançado quando a Personalidade for dominada (estado ainda sonhado pela maioria das pessoas que já despertaram para a vida espiritual).  O individualismo genuíno, transformado agora em egoísmo e orgulho pela Personalidade, fez com que cada ato do ser humano fosse direcionado para benefício próprio e quase nenhuma cooperação era conseguida. A sabedoria divina incutindo determinadas motivações no âmago da Personalidade, fez com que a evolução não fosse totalmente frustrada. As motivações foram: Amor, Fortuna, Poder e Fama. O desejo de alguma ou várias destas coisas é o motivo pelo qual se faz ou deixa de fazer algo. Isso promove alguma experiência e aprendizado. O livro O Conceito Rosacruz do Cosmos já explorou todos os fatos mencionados até o momento com extraordinária maestria. Convidamos o leitor para estudar este livro, a fim de que tenha uma ideia melhor de tudo isso.

Parte II – Mudanças físicas que estão ocorrendo devido à correspondência ao altruísmo

Agora que foi recapitulado o processo de aquisição do estado de consciência vigília e esclarecido o modo pelo qual deixamos o plano inicial de evolução e iniciamos o processo de evolução “por nossa própria conta e risco”, o segundo objetivo do presente artigo pode ser trabalhado. Isto é, que mudanças físicas estão ocorrendo devido ao aumento da consciência e altruísmo no mundo?

O Corpo Denso é um instrumento que, atualmente, possui duração pré-determinada de utilidade para servir ao propósito do Ego que é: extrair a quintessência das experiências vividas. Com o passar do tempo, suas funções vão declinando (devido à incompetência do ser humano em não deixá-lo cristalizar), até que a morte (a incapacidade do ser humano em se manter encarnado nesse Corpo Denso) sobrevém.

Dois fatores importantes atrapalham o desenvolvimento dos poderes do Ego: 1) a busca da satisfação pessoal imposta pela Personalidade que inclui o gasto demasiado da força sexual, a gula, os vícios, os maus hábitos, as omissões, as preguiças e irresponsabilidades com a saúde, entre outros, todos constituem maiores prazeres físicos e encurtamento da vida; 2) a influência da Lei de Consequência, pois muitos desequilíbrios foram gerados a partir da falsa iluminação lucífera. As doenças limitam, consideravelmente, a qualidade da produção anímica pelo Ego.

Presença de doença não significa ausência de possibilidades para geração de produção anímica. A Graça Divina é tamanha que há espaço para o desenrolar concomitante de produção anímica e o reequilíbrio das Leis transgredidas. Esse plano só pôde ser concretizado a partir do trabalho misericordioso de Nosso Senhor (o Cristo), que anualmente “retira o pecado do mundo”, isto é, purifica o Mundo do Desejo da Terra com seu Altruísmo. Com isso, disponibiliza materiais para que a humanidade possa avançar no caminho, mesmo que ainda tenha muitos pecados.

O tema astrológico natal revela as tendências de pontos fracos, cuja ciência material compreende como de origem genética e ambiental. Tais tendências são determinadas a partir dos desequilíbrios praticados em vidas precedentes e de desequilíbrios que tenderemos a realizar na presente vida. Por meio da progressão pode-se saber o momento em que tais tendências estarão ativas e fortes.

Independente do tipo de doença e do tratamento que o doente e seus cuidadores devem buscar, duas são as fontes de energia que, se deficitárias, acelerarão o desenvolvimento de qualquer patologia: 1) a energia vital que vem diretamente do Sol e é absorvida através do baço; e 2) a energia proveniente dos alimentos físicos, produto da respiração celular realizada, principalmente, pelas mitocôndrias. “É a fusão dessas duas correntes que produz o poder latente que está armazenado em nosso Corpo Vital até converter-se em energia dinâmica pelo desejo marciano natural” (veja mais detalhes no livro O Mistério das Glândulas Endócrinas), e, assim, o ser humano pode utilizar essa energia para produzir crescimento anímico.

Com foco na corrente de energia proveniente do consumo de alimentos, Max Heindel descreve: “o sangue que entra em contato com o ar, todas as vezes que respiramos, passa pelos pulmões e, da mesma maneira que uma agulha é atraída para um imã, o oxigênio do ar inspirado se mistura com o ferro no sangue. Realiza-se, então, um processo de combustão que é semelhante à ferrugem ou oxidação que observamos no ferro exposto ao ar”. Continua: “a experiência ensinou-nos que o material combustível pode ser colocado em uma fornalha com todas as condições necessárias para a combustão, porém, até que se use o fósforo, os materiais não serão consumidos. Aqueles que estudaram as leis de combustão sabem que uma corrente de ar bem forte leva consigo grande quantidade de oxigênio, que é necessário para se obter calor do combustível que contém muito mineral”. Assim, oxigênio é o acelerador deste processo. “Um processo similar ocorre dentro do corpo, que é o templo do espírito” (veja mais detalhes no livro Maçonaria e Catolicismo).

O processo de combustão que ocorre dentro do Corpo é um pouco diferente da combustão verificada, por exemplo, quando se queima gasolina, madeira ou papel. Neste último, o processo de retirada de energia ocorre em grande quantidade e de uma única vez. Por outro lado, a respiração celular promove quebra das cadeias de carbono (processo químico necessário para a retirada de energia das moléculas) de modo gradativo e em pequenas parcelas. Isto é necessário para a preservação da estrutura das células, pois se a combustão ocorresse como no primeiro exemplo, as células pereceriam pelo excesso de energia. Além disso, a energia retirada pelas mitocôndrias não é consumida rapidamente, mas permanece dissolvida na célula e, gradativamente, é utilizada no metabolismo.

Um dos problemas é que durante a extração de energia, moléculas incompletas de oxigênio também são geradas: incompletas por conterem um número ímpar de elétrons em sua última camada eletrônica. Este elétron ímpar, que se estabelece após cada quebra das cadeias de carbono, pode não ser pareado com o restante dos elétrons do átomo em questão. Em outras palavras, sua órbita segue uma rota diferente da órbita dos demais elétrons. Tal característica confere-lhe grande capacidade de reagir com outras biomoléculas que existem na célula, contra as quais colidem. Essa reação forçará a retirada de elétrons de outras moléculas que já são completas e possuem função importante dentro do sistema biológico (principalmente lipídios e proteínas das membranas celulares e, até mesmo, o DNA). Essa retirada de elétrons modificará suas adequadas estruturas e funções. Os exemplos mais comuns de radicais de oxigênio altamente reativos são: radicais superóxido (O2-), hidroxila (OH-), peroxila (RO2), alkoxila (RO) e hidroperoxila (HO2). O óxido nítrico (NO) e o dióxido de nitrogênio (NO2) são espécies reativas de nitrogênio.

O organismo normalmente consegue equilibrar os efeitos desses radicais de oxigênio reativos (radicais livres). Porém, há casos em que ocorrem desequilíbrios a favor do sistema pró-oxidantes em detrimento do sistema antioxidantes. Isto é denominado estresse oxidativo. O acúmulo dos efeitos do estresse oxidativo promove danos nas células e acelera o surgimento de doenças e envelhecimento (principalmente se ocorrer em órgãos do corpo relacionados a vulnerabilidades que acumulamos em outras vidas), fatores estes que limitam as oportunidades do Ego de gerar experiências e crescimento anímico.

Dentre as doenças já comprovadas pela ciência física que estão relacionadas aos efeitos dos radicais livres, somados a outros fatores estão: demência de Alzheimer, doença de Parkinson, aterosclerose, complicações da diabetes mellitus, câncer, doenças cardiovasculares, catarata, declínio do sistema imunológico, disfunções cerebrais, o envelhecimento precoce, enfisema pulmonar, doenças inflamatórias, entre outras.

Sobre a respiração celular e oxigênio dentro do Corpo Denso, Max Heindel continua: “É a chama que acende o fogo interior e gera o produto espiritual que se exterioriza de todas as criaturas de sangue quente, da mesma maneira que o calor se irradia de uma estufa. Estas linhas radiantes de força que emanam de nossos Corpos Densos de maneira invisível à visão física, são nossa aura, como já foi dito, e, não obstante a cor da aura de cada indivíduo diferir da dos outros, existe uma cor básica ou fundamental que mostra sua posição na escala da evolução. Nas raças inferiores esta cor básica é um vermelho fraco, semelhante ao vermelho de um fogo que queima lentamente, que indica sua natureza passional e emocional (isso indica que a pessoa ainda responde a Lúcifer e a Jeová). Ao examinarmos as pessoas que estão em grau mais elevado na escala da evolução, a cor básica ou a vibração irradiada por elas parece ser de uma tonalidade alaranjada, que é o amarelo do intelecto misturado com o vermelho da paixão”.

O uso de antioxidantes, pela alimentação, naturalmente pode evitar os danos corrosivos dos radicais livres de oxigênio. O problema é que as transgressões das Leis Divinas e a natureza passional, em muitos casos, são tamanhas, que o uso de oxidantes nem sempre é suficiente, e os danos ainda permanecem. A produção de radicais livres constitui um fator natural do Corpo Físico e sempre foi programada por nós mesmos. Afinal, o propósito da existência física é o acúmulo de experiências e não devemos permanecer na Terra para “todo o sempre”. Naturalmente, processos que facilitam a morte e o desgaste do Corpo Físico devem ocorrer. O comer da árvore da vida, provavelmente, implicaria em também solucionar o problema dos efeitos dos radicais livres, dentre outros relacionados a doenças e morte do Corpo Físico.

“A auréola dourada ao redor dos santos, pintada por artistas dotados de visão espiritual, é a representação física de uma promessa espiritual que se aplica à humanidade como um todo, embora isto tenha sido compreendido apenas por alguns poucos, que são chamados Santos. Após vidas de luta com suas paixões, perseverança no fazer o bem, cultivando nobres aspirações e depois de aderir firmemente a propósitos superiores, estas pessoas elevaram-se acima do raio vermelho e estão agora totalmente imbuídas com o raio dourado de Cristo e sua vibração.” Max Heindel continua: “A cor dourada natural é o raio de Cristo, que encontra sua expressão química no oxigênio, um elemento solar”.

Naturalmente, o aspirante pode concluir que conforme a correspondência às vibrações Crísticas e o estabelecimento de uma vida com propósitos superiores, tanto a eficiência das mitocôndrias no processo de respiração celular quanto fatores que neutralizam os radicais livres aumentarão, promovendo menores danos às células e maior longevidade saudável. Porém, tal conclusão parece ser equivocada. Lembre-se: o propósito do Ego não é permanecer na Região Química do Mundo Físico, mas retornar ao Pai com sua herança divina despertada e totalmente desenvolvida (Parábola dos Talentos).  A compreensão de como ocorre a longevidade é fator chave para a terceira etapa (conclusão) deste artigo.

Parte III – Que se deve fazer para acompanhar as mudanças que necessariamente devem ocorrer

Qual a diferença de desempenho de uma pessoa experiente e de outra iniciante, em uma dada tarefa em comum? A diferença básica é que a pessoa experiente já aprendeu todos os mecanismos e as técnicas necessárias para desempenhar, com segurança, cada etapa de uma tarefa. Por isso, aplica de modo direcionado, com paciência e observação, a quantidade ideal de energia (vontade) e estratégias para cumprir o propósito com eficiência. Já o inexperiente, por não conhecer os mecanismos e nem as técnicas, necessita muito tempo para aprender e tirar conclusões. Além disso, mesmo que realize todo este movimento, se realmente não se dedicar na extração da experiência, pouca memória formará. Isso significa que “viveu as cegas”, e continuará a gastar bastante energia todas as vezes que se deparar com a mesma situação, sendo um eterno aprendiz das mesmas coisas.

O acúmulo de experiência permite o menor gasto de energia e assim, menor necessidade das funções das mitocôndrias para gerar energia. Isso não significa que há menos atividades ou produção anímica. Inversamente, se faz muito mais com muito menos! Conforme a correspondência de vida vai gradativamente se afinando com as lições Cristãs, o uso dos Corpos pelo Ego ocorre mais adequadamente. Isto é, o Eu Superior domina a Personalidade e a espiritualiza. Este domínio pode ser ilustrado da seguinte maneira:

  1. uma determinada ideia é concebida pela Mente;
  2. a força de vontade do Ego utilizará a Mente (foco mental) para direcionar essa ideia e concretizá-la no Mundo Físico;
  3. com este foco mental sob o domínio da vontade, haverá o despertar da motivação (Corpo de Desejos) e energia física (Corpo Vital e trabalho das mitocôndrias) para concretização física da ideia;
  4. o movimento voluntário observado será o produto final de uma tentativa de concretização da ideia concebida;
  5. a experiência da tentativa (quintessência) deverá ser observada em termos de eficiência do foco mental; motivação necessária para tal; e energia física para ação. Se houver falha em alguma destas etapas, a eficiência será abalada. Se houver sucesso total, significa que o domínio da situação já é uma verdade;
  6. Várias memórias são formadas neste processo e servirão de base para ações futuras e aumento da eficácia. Para estas formações, necessitamos dos Éteres de Luz e Refletor (Corpo-Alma).

Vemos, pois, que uma vida bem vivida está pautada no acúmulo de sabedoria e firmada a propósitos superiores. Não há outro propósito maior do que estes. A fé, o amor universal, o propósito de contribuir com a evolução da humanidade e a convivência com verdades espirituais, revelam caminhos tão sublimes e infinitos que tornam cada ato da vida uma nota musical afinada à grande sinfonia divina. Não haverá mais espaços para desequilíbrios ou transgressões das leis, mas sim ações que nos aproximam de Deus.

A lógica do menor esforço e maior eficiência é o padrão de ouro para a vida espiritual, mas ela exige o emprego constante da observação e do aprendizado. Com o tempo, passaremos a evocar as experiências de modo tão eficiente que não mais necessitaremos dos arquivos do cérebro denso para nos fornecer referência de como agir, mas iremos acessar diretamente o éter refletor, não mais necessitando de energia física. Consequentemente haverá menos necessidade de mitocôndrias e menos radicais livres. Passaremos a utilizar o éter, um material com vibração superior aos elementos químicos do sangue, para manifestação do estado de vigília (já o fazemos atualmente, mas a quantidade será muito maior), pois o poder do Ego será tamanho que necessitará de materiais mais vibrantes para dar conta de sua expressão. Neste estado de Corpo de Vida, não mais conheceremos a morte e a vida eterna será, então, uma realidade.

Para finalizar, é importante considerar que um dos pólos da dual força criadora foi internalizada e direcionada para cima, a fim de construir um cérebro e uma laringe (mencionado na primeira parte deste artigo). Antes, ambas eram direcionadas para baixo com o propósito de gerar Corpos Físicos. Com o novo Corpo de Vida, não mais haverá mortes e desnecessária a geração de Corpos Densos, sendo o ser humano Cristificado isento da paixão lucífera.

O casamento místico, conforme bem expressado por Salomão em seu “Cântico dos Cânticos”, mostra a reunião dos polos da força criadora, mas agora com parte que permaneceu para baixo também direcionada para cima. “O homem deve se casar com a mulher que possui dentro de si mesmo, e a mulher com seu homem interno”. O mito denominava cada polo como Anima (feminino) e Animus (masculino). Com esta “re-união” dos polos criadores, mas direcionados para cima, a palavra fornecerá o molde (o verbo se fará carne) para gerar obras tão grandiosas como as obras dos deuses.  

*note que as condições da Terra nesta época era bem diferentes das condições atuais.

Que as Rosas Floresçam em vossa cruz

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