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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Em Busca do que é a Verdade nessa Vida que vivemos aqui

Em Busca do que é a Verdade nessa Vida que vivemos aqui

No Evangelho Segundo São João, capítulo 18, versículos 37-38 temos a conversa entre Cristo Jesus e Pilatos:

“- Disse Cristo Jesus: Para isso nasci, para isso vim ao mundo, para dar testemunho da Verdade. Todo aquele que é da Verdade ouve a minha voz.

– Disse-lhe Pilatos: O que é a Verdade?”

E nós aqui perguntamos: O que é a Verdade?

Será que a Verdade é o que vemos com os nossos olhos físicos? O que sentimos? O que ouvimos? Será que são as nossas posses? Nossos recursos intelectuais, emocionais, sentimentais?

Não… Essas coisas são muito limitadas para serem a Verdade.

Essas explicações e outras que são demonstráveis material ou concretamente e que tencionam explicar tudo sobre o ser humano e seu meio só satisfazem o intelecto, a Mente.

Raciocinar nesse Mundo dos Fenômenos, dos Efeitos, em que vivemos buscando a verdade é ilusão.

O que temos aqui são os efeitos da Verdade que se expressa como causas nos Mundos superiores.

Como disse Cristo:

Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará.”

Contudo, como conheceremos a Verdade, estando aqui vivendo neste Mundo dos efeitos, dos fenômenos, onde tudo está obscurecido ou torcido, irreconhecível sob essas condições ilusórias?

À medida que deixemos de lado todas as nossas aspirações para aquisições materiais, buscando amontoar tesouros no céu, quanto mais servirmos amorosa e desinteressadamente tanto mais rapidamente conheceremos a Verdade e, então mesmo vivendo neste Mundo dos fenômenos, poderemos falar como um Iniciado:

Vivo neste Mundo, mas não sou deste Mundo”.

Portanto: para uma pessoa que um dia parou para pensar e chegou à brilhante conclusão que não sabe nada sobre o assunto, e, como diz Max Heindel, compreendeu sua ignorância e, assim, deu o primeiro passo para o conhecimento desse assunto, sente internamente, que algo maior existe e aspira conhecer a Verdade, mesmo sabendo que dificilmente alcançará pelos próprios meios.

Todavia, o que é esse “sentir internamente”? Não é nada mais, nada menos do que o coração aspirando por esclarecimentos mais profundos.

Vamos a um exemplo:

Quantas vezes estamos trabalhando afincadamente para resolver um problema e por mais que fazemos não conseguimos chegar à conclusão alguma.

Aí, eis que um belo dia, sem mais nem menos, um fio de intuição nos dá a solução que satisfaz todos os requisitos.

Nesse momento paramos para pensar no dito popular:

“O coração tem razões que a própria razão desconhece”.

E mais: todo ato motivado por uma intuição pura raramente deixa de produzir um resultado positivo.

Aqui surge mais uma pergunta: O que é a intuição? Ou, ainda, para não fugirmos do assunto: e o que ela tem a ver com a busca da Verdade?

Para entendermos o que seja a intuição, precisamos entender os nossos três tipos de Memória todas relacionadas com a nossa Mente, que nos conduz à Região Abstrata do Mundo do Pensamento, onde começa a realidade, e, portanto, o vislumbre da Verdade. Porque nesse reino de realidades abstratas a Verdade não está obscurecida pela matéria. Ela é evidente por si mesma.

A Memória Consciente, também conhecida como Memória Voluntária, está Relacionada totalmente com as experiências desta Vida. Basicamente é formada pelas ilusórias e imperfeitas percepções dos nossos 5 sentidos: olfato, audição, visão, paladar e tato. Essas percepções são gravadas no Éter Refletor do nosso Corpo Vital como impressões dos acontecimentos. Tais impressões podem ser modificadas ou até apagadas. Temos acesso instantâneo a ela. De onde se veem duas coisas: Os nossos 5 sentidos sãos os veículos da Memória Consciente e as diversas regiões do Cérebro são os pontos onde acessamos para compor a nossa Memória Consciente. Experimente fechar os olhos e lembrar de algo.  Acabou de utilizar a sua Memória Consciente ou Voluntária.

É através da utilização dessa nossa Memória e da execução persistente do exercício da Observação como um dos exercícios do método para adquirir o conhecimento direto (detalhado no Conceito Rosacruz do Cosmos) que compreendemos o que Cristo quis dizer no Evangelho Segundo São Marcos, capítulo 8, versículo 18 com: “Tendes olhos e não vedes. Tendes ouvidos e não ouves.”.

A Memória Subconsciente, também conhecida como Memória Involuntária, relaciona-se totalmente com as experiências desta vida. Basicamente é formada pelo Éter contido no ar que aspiramos. Esse Éter leva consigo uma imagem fiel e detalhada de tudo o que está em nossa volta, tenhamos observado ou não. Portanto, muito mais precisa na gravação do que a Memória Consciente ou Voluntária. Esse ar impregnado com o Éter chega aos nossos pulmões através das vias respiratórias. Do pulmão é absorvido pelo sangue no processo de oxigenação. Através das quatro Veias Pulmonares o sangue chega até a Aurícula esquerda do Coração. E passando pela Válvula Mitral, o sangue vai até o Ventrículo Esquerdo. No Ápice desse Ventrículo está localizado o Átomo-semente do nosso Corpo Denso, o físico. O sangue ao passar por aí deixa gravado nesse Átomo-semente todo pensamento, emoção, desejo, sentimento, palavra, obra, ação e ato registrado no Éter que o acompanha. De onde se veem duas coisas: o sangue é o veículo da Memória Subconsciente e esse registro é a nossa Memória Subconsciente.

Assim, esse Átomo-semente contém as recordações de toda a vida nos seus mínimos detalhes e são essas imagens que serão tanto o árbitro do nosso destino após a morte, como a base da nossa vida futura. Isso ocorre as 24 horas do dia, 7 dias por semana desde a nossa primeira respiração que inalamos ao nascer até o último alento ao morrer.

Também tais impressões podem ser modificadas ou até apagadas por meio de outro exercício do método para adquirir o conhecimento direto, o exercício de Retrospecção (detalhado no Conceito Rosacruz do Cosmos).

Não temos acesso instantâneo a essa Memória. Daqui vemos a importância de se ter um Corpo são, pois o estado do sangue afeta o cérebro e todos os outros órgãos do nosso Corpo.

A Memória Supraconsciente contém todas as nossas faculdades e conhecimentos adquiridos em todas as vidas anteriores. Ou seja: está relacionada com as nossas vidas passadas e não com esta como as outras duas Memórias. É o resultado de todas as nossas lições aprendidas em todas as nossas vidas passadas. É o que entendemos como Verdade. Verdade segundo o nosso ponto de vista. Essas faculdades e conhecimentos são gravados no nosso veículo Espírito de Vida.  O nosso Espírito de Vida está permanentemente em estreito contato com o nosso coração. Pois, o nosso Espírito de Vida é a contraparte superior do nosso Corpo Vital e tem o seu assento secundário no nosso coração. O Espírito de Vida é um dos nossos três veículos espirituais e que retrata o amor e a unidade. Por isso o coração é o foco do amor altruísta.

Esse nosso veículo do Espírito de Vida funciona no Mundo do Espírito de Vida. Esse Mundo é o primeiro Mundo, de baixo para cima, onde cessa toda a separatividade, onde o cotidiano é a Fraternidade Universal e é onde se encontra a verdadeira Memória da Natureza.

O Espírito de Vida vê mais claramente no seu Mundo do que em qualquer um dos Mundos mais densos. Contudo, as recordações gravadas na Memória da Natureza, quando trazidas pelo Espírito de Vida, não voltam pelos nossos sentidos físicos, mas sim por meio do Éter Refletor do nosso Corpo Vital.

Assim, quando estamos com algum problema, podemos utilizar nosso veículo Espírito de Vida para buscar a solução, a verdadeira solução. Essa solução é enviada através do Éter Refletor até o nosso coração, como orientação e iniciativa. Tão logo a recebe, o nosso coração a retransmite ao nosso cérebro através do Nervo Pneumogástrico. Isso é como se torna impulso emanado diretamente da fonte da sabedoria e do amor cósmico. O processo é extremamente rápido. O nosso coração o elabora muito antes da nossa Mente, mais lenta, poder considerar a situação. Normalmente, esse impulso atua como: consciência e caráter. Ou, ainda, compele a ação com uma força tão grande que chega até a contradizer a nossa Mente e o nosso Corpo de Desejos.

Perceba que, para compelir a ação esse impulso não precisa se envolver em matéria Mental ou de Desejos, como ocorre com as nossas ideias. Pena que, na maioria dos casos, após esse verdadeiro impulso intuitivo, vem o raciocínio e o cérebro acaba dominando o coração.

Em outras palavras: a nossa Mente e o nosso Corpo de Desejos frustram o nosso próprio objetivo e, assim, junto com os nossos Corpos sofremos as consequências. De qualquer modo, quanto mais estivermos dispostos a seguir essa orientação da nossa Memória Supraconsciente, tanto mais frequentemente ela falará, para o nosso próprio benefício.

Com isso vemos que através da utilização mais frequente da nossa Memória Supraconsciente podemos aplicar a Verdade aqui na nossa vida cotidiana. Daqui percebemos que tanto a fé como o conhecimento são somente meios para se chegar a um fim comum: chegar a Deus.

E para chegar a Deus precisamos buscar a união entre o Coração e Mente. Equilibrando a nossa fé com as ações.

Pois quando as perguntas da nossa Mente são respondidas, o nosso coração está livre para amar. E, ajudada pela nossa intuição, a nossa Mente pode penetrar nos mistérios do nosso ser.

Esse equilíbrio é fundamental para chegarmos a um conhecimento mais verdadeiro de nós próprios e do mundo que vivemos. E, portanto, entenderemos que buscar a verdade aqui, não é mais nada senão buscar viver a vida superior. Despojarmo-nos do nosso egoísmo e viver o bem pelo simples prazer de fazer o bem.

Quanto mais acharmos difícil é porque estamos perto de conseguir o objetivo, pois nisso estamos mostrando que já compreendemos a luta interna, aqui dentro, entre o nosso “eu inferior”, a personalidade, e o nosso “eu superior”, a individualidade, o Ego, o que realmente somos.

Uma luta árdua, constante, sem descanso. E uma vozinha lá dentro, baixinha, mas firme, a nos empurrar para cima e para frente, dizendo-nos, constantemente: “O único fracasso é deixar de lutar”.

Que as Rosas floresçam em Vossa Cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Tipo de Renúncia necessária para trilhar o Caminho de Preparação para a Iniciação Rosacruz

O Tipo de Renúncia necessária para trilhar o Caminho de Preparação para a Iniciação Rosacruz

A renúncia, ou renunciamento, para trilhar o Caminho de Preparação para a Iniciação Rosacruz con­siste em um esforço de desprendimento progressivo dos laços que ligam o indivíduo à vida e à experiência mate­riais, tendo em vista ampliar o do­mínio de sua vida moral e espiritual. É um trabalho de desmaterialização ou abandono dos instintos animais, empreendido para que se efetue a espiritualização; isto é, o acesso mais rápido à vida sobrena­tural e feliz do espírito. É um des­locamento do dinamismo, no organismo humano, que se opera reduzindo as exigências sensuais, depois transportando e concentrando as ener­gias vitais, tanto quanto possível, nas operações espirituais. Pela mesma razão, criam-se relações entre o corpo e o espírito que têm por efeito domar a animalidade e fazer triunfar o espírito.

A renúncia é, pois, uma espécie de morte progressiva e anteci­pada do ser terrestre, um esgotamento dele que acelera a elevação do espírito individual e pre­para sua união com Deus. “É preciso que vivamos neste mundo”, dizia S. Francisco de Sales, “como se tivéssemos o espírito no céu e o corpo no túmulo”.

Com efeito, o que é que nos pesa neste mundo e retarda o pro­gresso? É a vaga tumultuosa das satisfações concedidas aos desejos egoístas e sensuais. É o livre exercício dos prazeres do orgulho e da sensualidade, as duas grandes raí­zes do sofrimento e embruteci­mento.

A vida não é, portanto, mais do que o aprendizado do renunciamento material, que se deve realizar sob a ação combinada da providência diretriz da vontade pouco a pouco clarividente no indivíduo.

O não-renunciamento cria o sofrimento, forma a doença física e a degradação moral. Não pode existir verdadeira saúde física e moral sem a renúncia. É por isso que aque­le que deseja a saúde material e o progresso espiritual deve recusar-se a entrar na via larga e fácil que con­duz ao inferno dos prazeres, da ri­queza, do egoísmo, do orgulho e da sensualidade; entretanto, deve procurar a via estreita e rude do sacrifício, em um esforço permanente de domínio das paixões e da elevação moral. “En­trai pela porta estreita, porque lar­ga é a porta e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela. E porque es­treita é a porta e apertado o cami­nho que leva à vida e poucos são os que entram por ele” (Mt 7:13-14).

Antes de Cristo, a renúncia pessoal não existia em parte alguma com tanta caridade, coração e sacrifício de si mesmo pelos outros. Muitíssimas vezes contentavam-se em oferecer à Divindade um presente material ou a vida dos animais, supondo que a alma deles pudesse voltar à sua origem cria­dora e servir de veículo às orações. Só se podia exigir o sacrifício da pos­se material. Mesmo nas religiões em que o renunciamento era prescrito, não se tinha observado que o apaziguamento do desejo pessoal devesse ser conduzido mais como obra de al­truísmo ativo; isto é, de auxílio mú­tuo e resgate. Em suma, não se tinha compreendido que o indivíduo devesse, acima de tudo, sacrificar-se por outra pessoa e renunciar a si mesmo pelo amor ao próximo a fim de se com­portar na Terra à imagem de Deus que, por puro amor, sacrifica-Se to­dos os dias, dando vida às Suas criaturas com o alimento material e espiritual.

A renúncia pessoal e ativa constitui, assim, o eixo da vida cristã.

Assim, a sua obrigação encontra-se inscrita em termos concordantes nos evangelhos: “Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz e siga-me” (Mt 16:24). “Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me” (Mc 8:34). “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a cada dia a sua cruz e siga-me” (Lc 9:23). “Assim, pois, qualquer de vós que não renuncie a tudo quanto tem não po­de ser meu discípulo” (Lc 14:33).

Se queremos então manter-nos no caminho direito do desenvolvimento espiritual (como ensinado pela Fraternidade Rosacruz), seguir a verdade e conservar a saúde, é necessário ter­mos o cuidado de tomar a cruz, domi­nando as paixões e renunciando a muitos impulsos da personalidade. E, correlativamente, quando os tormen­tos morais ou os sofrimentos físicos nos afligirem, o verdadeiro remédio que destruirá o mal na sua origem será aplicarmo-nos ao renunciamento em certos pontos. Quanto sofrimento, na verdade, os seres humanos se afligem por não saberem renunciar às ambições exageradas e às vantagens frágeis; por terem estimado demais as suas capacidades físicas e intelectuais; por terem bebido e comido em excesso; por terem gastado muitas forças em ocupações inúteis ou em excesso de sensualida­de por estarem agarrados demais aos bens e às afeições deste mundo!

Em lugar, portanto, de esperarmos que as pesadas sanções das crises morais e das doenças contraídas amiúde apoderem-se de nós, é mais prudente aceitarmos a cruz mais le­ve das privações voluntárias e todos os dias sacrifi­car um pouco a ambição e a sen­sualidade, o que permitirá edificar pouco a pouco, em nós, os três pilares do renunciamento: SOBRIEDADE, HUMILDADE, CASTIDADE.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de fevereiro/1965)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Preparação para a Era de Aquário

Preparação para a Era de Aquário

Nós, Estudantes Rosacruzes, a despeito dos quadros não muito animadores que o mundo nos oferece, mantemos inabalável a fé no futuro da humanidade.

Quando instituições, dogmas e estruturas das mais diversas parecem se encontrar a beira de um colapso, prestes a fundirem-se num caos total, nossa maneira de encarar as coisas, por paradoxal que possa parecer, é otimista.

Nossa visão dos fatos não é apocalíptica, no sentido exotérico do termo. Cremos estar próximo o fim, não do mundo, mas de uma Era, de um estado de coisas.

Toda essa confusão prenuncia o desabamento de estruturas obsoletas, de sectarismos, de preconceitos. Esse sofrimento vivido na época atual compelirá o ser humano a se desapegar, de uma vez por todas, de um estilo de vida já inadequado as suas necessidades evolutivas.

“Eis que as coisas se farão novas”. Você percebe que nos encontramos em fase de transição? Você está consciente do significado dessas transformações?

Em 1918, Max Heindel escreveu: “O trabalho de preparação para a Era de Aquário já se iniciou”.

Como se trata de um Signo de Ar, científico, intelectual, depreende-se que a nova religião deverá se alicerçar em bases racionais, sendo capaz de resolver o enigma da vida e da morte de tal forma a satisfazer tanto o intelecto como o coração.

Abriu-se, então, o caminho para o alvorecer da Era de Aquário. Sobre os escombros da Era atual, florescerão um ideário mais avançado, estruturas mais dinâmicas e, consequentemente, uma nova humanidade.

Lembramos, também, que dia a dia surgem condições favoráveis ao desenvolvimento das faculdades latentes do espírito. O gradativo crescimento da quantidade de Éter no Planeta já está afetando as pessoas mais sensíveis. Não constitui exagero afirmar que a própria ciência já se encontra no umbral da Região Etérica.

Desde as primeiras Eras viemos desenvolvendo os cinco sentidos por meio dos quais nos foi possível contatar e conhecer a Região Química do Mundo Físico. Da mesma forma, futuramente, a humanidade desenvolverá outro sentido, que deverá capacitá-la a perceber a Região Etérica, seus habitantes, inclusive aqueles entes queridos que não estão aqui renascidos e que permanecem na Região Etérica do Mundo Físico e no Mundo do Desejo durante os estágios iniciais nos planos internos.

As pessoas mais evoluídas já estão, mesmo que tênue e esporadicamente, ensaiando seus primeiros passos no Éter.

O dilúvio, responsável pela submersão da Atlântida, tornou mais seca a atmosfera, fazendo baixar sua umidade para o mar. Quando o Sol, por Precessão dos Equinócios, entrar em Aquário, a eliminação da umidade será bem maior. As vibrações mais facilmente transmissíveis através do Éter serão mais intensas, gerando condições para a sensibilização do nervo ótico, requisito necessário à abertura de nossa visão a Região Etérica.

Mesmo não tendo concluído suas pesquisas sobre os Éteres, Max Heindel legou-nos conhecimentos notáveis a respeito desse elemento.

Em verdade, estamos próximos a grandes transformações, principalmente no campo das ideias.

Cabe-nos, portanto, mantermo-nos atentos às mudanças que se operarão, preparando-nos para interpretá-las e, posteriormente a elas nos integrarmos.

Os Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz não limitam suas atividades aos Estudantes e Probacionistas, nem a nenhum outro grupo específico. Trabalham também através dos cientistas, embora estes nem sempre estejam conscientes disso. O propósito deles é estabelecer a Fraternidade Universal. Sendo assim, o campo de ação deles é de uma amplitude inimaginável.

Segundo Augusta Foss Heindel, “a Nova Era mostrará a verdade indiscutível do espaço interestelar, novas aventura cósmicas para o Espírito Humano e uma Filosofia Cósmica mais perfeita”.

E, então, você está cultivando uma sincera e verdadeira afinidade com o ideal aquariano?

(De Gilberto A V Sillos – no Editorial da Revista Serviço Rosacruz de 2/80)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Corpo, Alma e Espírito em um Espírito Virginal da Onda de Vida humana e seu desenvolvimento

De acordo com a Bíblia o ser humano é composto de três partes: Corpo, Alma e Espírito.

Cada um de nós é um Espírito Virginal da Onda de Vida humana. Um ser que começou o seu desenvolvimento no Período de Saturno e o terminará no Período de Vulcano, pelo menos no que se refere a este Grande Dia de Manifestação.

Um membro da Onda de Vida dos Espíritos Virginais. Diferenciados dentro de Deus como chispas de uma Chama, com as mesmas qualidades dela e capazes de se expandir até se converter em chamas.

E os Elohim formaram o homem à sua semelhança e imagem” (Gn 1:27). Portanto, em todos os Espíritos Virginais estão contidas todas as possibilidades de Deus, inclusive o germe da vontade independente, o livre arbítrio, que nos torna capazes de originar novas fases, além das latentes, fases originais, o que corresponde à faculdade da Epigênese.

Vemos, portanto, que é um fato que: “n’Ele vivemos, nos movemos e temos o nosso ser”. Nada pode existir fora de Deus.

A Onda de Vida dos Espíritos Virginais forma a Hierarquia Criadora de Peixes. Uma Hierarquia Criadora é um grupo de seres duplos ou bissexuais que coletivamente são Deus (chamados de Elohim no Gênesis) e que trabalham ativamente para se cumprir o plano evolutivo criado por Deus neste Grande Dia de Manifestação – em Gn 22:1: “Assim foram acabados os céus, a terra e todo seu exército”.

Como cada Hierarquia Criadora tem seu trabalho no Plano Evolutivo de Deus, nós também temos o nosso. E temos, ao nosso cargo, a Evolução da Onda de Vida que começou no Período Terrestre e que hoje anima os minerais.

Atualmente estamos trabalhando com eles por meio da imaginação, dando-lhes formas, fazendo com eles: livros, edifícios, pontes, máquinas, carros, etc…

Perceba que só trabalhamos com as formas minerais dos três reinos inferiores. Contudo, não podemos trabalhar com a vida que as anima. Isso porque, atualmente, a nossa Mente está no estado ou forma “mineral”. Tempo virá em que poderemos “imaginar formas que viverão e crescerão”. E depois, criar “coisas com vida, sensíveis e capazes de crescer”. E por último, seremos capazes de “imaginar a criação de seres que viverão, crescerão, sentirão e pensarão”.

Em harmonia com o Esquema da Evolução, traçado por Deus, cada Hierarquia só entra em atividade quando tenham sido criadas condições necessárias para o seu trabalho. Os Espíritos Virginais da Onda de Vida humana, nós, só entraram em atividade quando as Hierarquias Criadoras prepararam as condições para o seu desenvolvimento.

Cada Hierarquia tem o seu trabalho. Por exemplo, os Anjos, a Hierarquia Criadora de Aquário, têm como objetivo conquistar, dominar e funcionar conscientemente na Região Etérica do Mundo Físico. Tornaram-se especialistas na matéria dessa região. Para isso tiveram que descer a essa Região e aprender como lidar com tal matéria. Foi-lhes fornecido todo tipo de ajuda para tal, desde alimentação até instruções, experiências e orientação. Conquistarão e expandirão sua consciência nos quatro Mundos superiores a essa Região do Mundo Físico.

Do mesmo modo, os Espíritos Virginais da Onda de Vida humana têm como objetivo conquistar, dominar e funcionar conscientemente na Região Química do Mundo Físico. Devem se tornar especialistas na matéria dessa Região. Peritos na construção das formas constituídas de substâncias minerais químicas. Para isso tivemos que descer a essa Região e estamos aprendendo como lidar com tal matéria. Tivemos que adquirir a consciência de nós próprios. Portanto, “somos a vida que se juntou à forma, para, por meio de Deus, obter consciência”. Aperfeiçoaremos os nossos veículos e expandiremos a nossa consciência nos cinco Mundos superiores a essa Região do Mundo Físico, por nosso esforço e vontade. Estamos aprendendo, através da experiência, como fazer isso.

O Espírito é um só, entretanto, observado do Mundo Físico, ele refrata-se em três aspetos: Espírito Divino, Espírito de Vida e Espírito Humano. Como Deus, que nos criou, refrata-se em três: Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo. Cada um desses aspectos corresponde a um aspecto da Deidade.

E na oração o Pai-Nosso, fornecida por Cristo, cada um expressa a sua adoração. O Espírito Humano é a contraparte do Espírito Santo (Jeová): “Santificado seja O vosso nome”. Ele expressa a ATIVIDADE, o MOVIMENTO, atributos do Espírito Santo.

O Espírito de Vida é a contraparte do Filho (Cristo): “Venha a nós o Vosso reino”. O reino do Filho, da Fraternidade Universal. Ele expressa o AMOR, a SABEDORIA.

O Espírito Divino é a contraparte do Pai: “Faça-se a Tua vontade”. Reverenciando a onipotência do Pai. Ele expressa o Poder, a Vontade.

Durante a involução, conforme nós passamos por cada Mundo vindo em direção à Região Química do Mundo Físico, foi despertado cada um desses aspectos, por cada uma das Hierarquias Criadoras que nos ajudaram.

Assim, quando entramos no Mundo do Espírito Divino, foi despertado o nosso Espírito Divino pelos Senhores da Chama.

Descendo a um grau a mais de densidade, mergulhamos no Mundo do Espírito de Vida. Então, foi despertado o nosso Espírito de Vida pelos Querubins.

Depois, descemos a mais um grau de densidade, e entramos na Região Abstrata do Mundo do Pensamento. Quando, então, foi despertado o nosso terceiro aspecto: o Espírito Humano, pelos Serafins. Quando isso aconteceu, os Espíritos Virginais da Onda de Vida humana perderam a onisciência, pois essa Região é a primeira Região separatista, de cima para baixo.

Assim, já não podendo descerrar seus véus (os três aspectos) para observar as coisas exteriores (espirituais) ou perceber os outros, nos vimos forçados a dirigir a consciência para dentro, ali encontrando nosso próprio “EU” ou EGO, separado e à parte de todos os outros à nossa volta. Foi assim que os Espíritos Virginais da Onda de Vida humana se viram envoltos no seu Tríplice Espírito.

Perceba que é o Espírito Humano que encerrou o Espírito Virginal. É a capa externa – é o Ego.

Portanto, o Ego humano é um Espírito Virginal da Onda de Vida humana envolto em um Tríplice Véu de matéria que obscurece sua consciência divina original.

Nosso atual Esquema de Evolução é dividido em duas partes: a involução e a evolução. Durante a involução, o Ego mantém a ilusão da separatividade. O Ego vai descendo na matéria, entrando em Mundos e em Regiões de maior densidade.

Assim, já é fácil deduzir que o Espírito Virginal da Onda de Vida humana precisava funcionar conscientemente no Mundo do Pensamento, Mundo do Desejo e Mundo Físico. Entretanto, para funcionar num determinado Mundo (ou Região desse Mundo) e expressar as qualidades que lhe são realizáveis é necessário construir um veículo formado de matéria desse Mundo. Para funcionarmos na Região Química do Mundo Físico precisamos de um Corpo Denso. Para expressar vida e crescimento, ou as outras qualidades da Região Etérica do Mundo Físico, precisamos de um Corpo Vital. Para expressar sentimentos, desejos e emoções precisamos de um Corpo formado de matéria do Mundo do Desejo, ou seja, de um Corpo de Desejos. E para manifestar o pensamento, precisamos de um veículo formado de matéria da Região do Pensamento Concreto, ou seja, de uma Mente. Esses são os instrumentos que utilizamos atualmente; cada um em seu estágio de evolução; todos interpenetrados; sendo que a Mente é o elo entre esse Tríplice Corpo e o nosso Tríplice Espírito.

Para que pudéssemos possuir cada um desses Corpos e veículos, as Hierarquias Criadoras nos deram o germe, ou irradiaram de si mesmo o germe de cada um deles.

No Período de Saturno, os Senhores da Chama irradiaram de si mesmo o germe do Corpo Denso. Esse germe foi desenvolvido e tem no seu Átomo-semente sua expressão e que se encontra na posição relativa ao local chamado ápice do coração.

No Período Solar, os Senhores da Sabedoria irradiaram de si mesmo o germe do Corpo Vital. Esse germe foi desenvolvido e tem no seu Átomo-semente sua expressão e que se encontra na posição relativa ao local chamado Plexo Celíaco.

No Período Lunar, os Senhores da Individualidade irradiaram de si mesmo o germe do Corpo de Desejos. Esse germe foi desenvolvido e tem no seu Átomo-semente sua expressão e que se encontra na posição relativa ao local chamado fígado.

E, por fim, agora no Período Terrestre, os Senhores da Mente irradiaram de si mesmo o germe do veículo Mente. Esse germe foi desenvolvido e tem no seu Átomo-semente sua expressão e que se encontra na posição relativa ao local chamado meio do sinus frontal.

Cada um desses germes serviu para o Ego humano (ou o Espírito Virginal envolto no Tríplice Espírito) aprender a construir cada corpo e veículo durante a involução.

Eles continham, e ainda contêm, o núcleo para a formação de cada Corpo e de cada veículo.

Hoje cada um desses Átomos-sementes forma parte de todos os veículos já usados por um Ego humano. Esses Átomos-sementes estão ligados entre si pelo Cordão Prateado, enquanto estamos aqui renascidos, nesta vida. E é esse Cordão Prateado que mantém unidos os veículos: Corpo Denso, Corpo Vital, Corpo de Desejos e Mente.

Durante a involução, ou seja, do início do Período de Saturno até à Época Atlante no Período Terrestre as energias dos Espíritos Virginais da Onda de Vida humana estavam dirigidas para dentro, para a construção desses Corpos e veículos. Essas energias são as mesmas que o ser humano hoje emprega para construir casas, pontes, estradas e qualquer coisa que melhore as condições externas na Região Química do Mundo Físico.

O caminho que compreende a involução e evolução desse Esquema de Evolução é a peregrinação dos Espíritos Virginais da Onda de Vida humana da total inconsciência à consciência individual.

Hoje nos reconhecemos como um indivíduo, um ser pensante, unidos no Corpo místico de Deus, mas separados um do outro, um criador, como o nosso Pai que nos criou.

Esses Corpos e veículos são os instrumentos de trabalho do Ego humano. Como diz São Paulo em ICor 15:44-45: “Se há um corpo animal <Corpo Denso e Vital>, também há um espiritual <Corpo de Desejos e Mente>. Como está escrito: ‘o primeiro ser humano, Adão, foi feito alma vivente; o segundo Adão é Espírito vivificante’”.

É por meio deles que o Ego humano obtém a experiência. Como disse São Paulo em ICor 6:13-20: “Não sabeis que o vosso corpo é Templo do Espírito Santo, que habita em vós, O qual recebeste de Deus (…), glorificam, pois, a Deus no vosso corpo”.

Assim, cada aspecto do Tríplice Espírito trabalha sobre um dos três Corpos.

Novamente, na oração do Pai-Nosso podemos ver como isso se dá: O Espírito Divino pede à sua contraparte, o Deus Pai, pelo Corpo Denso: “O pão nosso de cada dia”.

O Espírito de Vida pede à sua contraparte, Deus Filho, pelo Corpo Vital: “Perdoai as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores”.

O Espírito Humano pede à sua contraparte, Deus Espírito Santo, pelo Corpo de Desejos: “não nos deixeis cair em tentação”.

Por fim, os três aspectos (Espírito Divino, Espírito de Vida e Espírito Humano) se juntam na súplica pela Mente ao Pai, Filho e Espírito Santo: “livrai-nos do mal”.

Vale a pena lembrar que qualquer trabalho sobre um Corpo reflete em todos os outros. Por isso é importantíssimo o Aspirante à vida superior cuidar de cada um dos seus Corpos da melhor maneira possível. Sem isso é impossível se desenvolver espiritualmente em uma Escola como a Fraternidade Rosacruz.

Os três aspectos (Espírito Divino, Espírito de Vida e Espírito Humano), ou nossos veículos superiores, possuem assentos particulares no Corpo Denso.

O Espírito Humano possui um assento na Glândula Pineal e no sistema nervoso cérebro-espinhal. O Espírito de Vida possui um assento no Corpo Pituitário e no coração. O Espírito Divino possui um assento na impenetrável área conhecida como raiz do nariz.

Quando nós obtivemos o domínio dos nossos corpos por meio do foco mental, da Mente, começamos a desenvolver a Alma, trabalhando de dentro dos nossos Corpos. A Alma também é Tríplice. Cada vez que agimos bem, praticamos boas ações, servindo altruisticamente, a Alma Consciente cresce, e o Espírito Divino a assimila do Corpo Denso, assentando sua consciência. Cada vez que sentimos o bem, esforçando-nos por ter desejos e sentimentos superiores, emoções elevadas, alimentamos a nossa Alma Emocional e o Espírito Humano a assimila do Corpo de Desejos. Cada vez que exercitamos a nossa memória, originando a simpatia, ligando as experiências, alimentamos a nossa Alma Intelectual e o Espírito de Vida a assimila do Corpo Vital. Portanto, a Alma nada mais é do que o produto espiritualizado dos nossos Corpos; é a quintessência desses, o seu poder ou a sua força. É através desse trabalho que o Ego humano adquire a perfeição de cada um dos Corpos.

E nesse trabalho, percorrendo a parte conhecida como evolução desse Esquema de Evolução, os Espíritos Virginais da Onda de Vida humana vão da consciência de vigília (que temos agora) à onisciência, da impotência à onipotência. A evolução da vida, da consciência e da forma; a tríplice manifestação do Espírito Virginal da Onda de Vida humana, completando o Plano de Deus que nos criou neste Grande Dia de Manifestação.

Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Lutar sempre para aprender as lições com espírito de aceitação e benevolência

Lutar sempre para aprender as lições com espírito de aceitação e benevolência

Tentaram alguma vez elevar as vossas consciências e ver a vida como Deus quer vê-la? Uma perspectiva mais ampla, uma visão mais longínqua, um compreensivo entendimento — tudo isso nos capacita a obter um quadro mais claro da vida e do seu propósito.

Também todos esses fatores nos ajudam a CONHECER que ainda que todas essas coisas passem, existe um tesouro imperecível, extraído de todas as nossas experiências realizadas aqui na Terra, pois como disse Max Heindel: “A Alma Consciente cresce por meio da ação, dos impactos externos e da experiência”; “O propósito da vida não é a felicidade terrena, mas, sim, a experiência”.

A iluminada poetisa Ella Wheeler Wilcox nos dá um maravilhoso argumento para meditação, nas seguintes linhas da sua obra intitulada:

Isto também passará

“A tua vida teve algum infortúnio? Isto também passará — absorve o pensamento e espera; a tua espera não será em vão.

O tempo cobre de ouro os férreos elos da dor.

O presente tenebroso conduz a um luminoso futuro;

Não existe a alegria eterna, nem o sofrimento eterno.

Estás no alto da terra, sem qualquer nuvem à vista?

Vem ler o teu lema uma vez mais; — Isto também passará —.

A fama, a glória, o lugar e o poder. Não são mais do que pequenos balbucios do momento.

Emitidos pelos cruéis anos agora em pó.

Toma conselho e seja digno da confiança de Deus.

Usa bem o teu valor enquanto durar, não deixes murchar a flor.

Não marques as tuas pegadas no caminho do túmulo

Com destruição, mas com floração. A verdadeira grandeza está em ser bom;

A verdadeira sabedoria, na mente feliz”.

Que possamos nós, como Aspirantes espirituais, lutar sempre para aprender as lições que os Grandes Seres nos estão ensinando, mediante as nossas experiências diárias e que as aprendamos com espírito de aceitação e benevolência.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de março/1965)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Seja Corajoso

A atitude otimista e corajosa é essencial tanto à conservação da própria saúde quanto para podermos auxiliar aqueles que se encontram enfermos. Essa afirmação tem fundamento científico, mas somente pela filosofia oculta é que temos a prova cabal da sua utilidade.

“A energia solar flui continuamente para dentro do nosso Corpo Denso e Vital através do baço, órgão especializado na função de atrair e especializar esse Éter universal. No Plexo Celíaco esse Éter se transforma em um fluido de cor rosa, atravessando todo o sistema nervoso. Por meio dele os músculos são movimentados e os órgãos executam suas funções vitais. Quanto melhor se encontra o nosso estado de saúde, tanto maior é a qualidade desse fluido solar que somos capazes de absorver. Entretanto, do absorvido somente uma parte é utilizada e o excesso é irradiado do Corpo Vital seguindo direções retilíneas. Devido a essas correntes invisíveis de força, os germes, micróbios, vírus e bactérias nocivas das enfermidades não conseguem penetrar no nosso Corpo Denso e os micro-organismos que conseguem, associados aos nossos alimentos, são expelidos logo em seguida. Não obstante, ao emitirmos pensamentos de medo, aborrecimentos, ira e outros similares em inferioridade ou negativos o baço se fecha, cessando então de especializar o fluido em quantidade necessária. Então as linhas de força do Corpo Vital se encurvam, dando acesso fácil aos organismos deletérios que transformam os tecidos em seu pasto, originando, assim, a enfermidade”.

Além disso, “os pensamentos de medo, raiva, cólera, ódio e outros afins tomam forma e no decorrer do tempo se cristalizam naquilo que conhecemos como bacilos. De modo especial, os bacilos de enfermidades infecciosas são a incorporação do medo, da tristeza e do ódio; portanto, são vencidos pela força oposta — a coragem, o amor, a alegria.

Quando nos aproximamos de uma pessoa contaminada por uma enfermidade contagiosa, medrosos e trêmulos, é certo que dirigimos contra nós mesmos os venenosos micróbios portadores da morte.

Se, de outro modo, dela nos aproximarmos completamente livres de medo, escaparemos da infecção, particularmente se formos guiados pelo amor”.

(Traduzido da Revista Rays from the Rose Cross e publicado na Revista Serviço Rosacruz de maio/1965)

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Você sabe estudar?

Você sabe estudar?

Muitas pessoas e, especialmente nossos filhos, começam a estudar e são obrigados a aprender a técnica do estudo por meio da experiência e do erro, perdendo com isso um tempo precioso que poderiam aproveitar melhor.

Para o Estudante Rosacruz esse conhecimento é indispensável para que ele possa caminhar a passos largos no Caminho Rosacruz!

Estudar requer habilidade e uma série de requisitos que, por certo, interessam a todos que desejam melhorar o nível de rendimento cultural em suas horas vagas. Antes de iniciar seus estudos, procure estabelecer as seguintes condições.

  1. Economize tempo. Saiba, precisamente, o que vai fazer, a matéria que vai estudar, os livros de que necessitará, as notas das quais dispõe.
  2. Arrume todo o material de estudo em local próximo e de fácil alcance. Não esqueça o dicionário de português e o de termos analógicos.
  3. Tome notas de todas as dúvidas e inicie, imediatamente, a resolução delas, evitando deixá-las para depois, o que prejudicaria seu aproveitamento no estudo.
  4. Divida corretamente o tempo destinado ao estudo, a fim de evitar que se torne cansativo e improdutivo. Longos períodos de estudo dificultam a absorção da matéria e a compreensão do assunto.
  5. Forme um programa sobre os assuntos que vai estudar. Não permita que a curiosidade o afaste do programa traçado e lhe cause atrasos. A curiosidade recomendável por todos os títulos pode tornar-se, quando excessivamente alimentada, um elemento de dispersão que prejudica a concentração no assunto e o seu devido aproveitamento.
  6. Escolha um local adequado para estudar. Essa escolha deve incluir: a) silêncio; b) conforto; c) boa iluminação que seja indireta e venha pelo ombro esquerdo do Estudante; d) ausência de elementos de distração como animais, relógio, rádio, conversa, janela aberta para a rua, pessoas entrando e saindo a todo instante, telefone celular, etc.

A boa técnica de estudo inclui as seguintes atividades:

  1. Obter uma ideia do assunto em sua generalidade;
  2. Correr os olhos pelo assunto todo, página por página;
  3. Ler atenciosa e cuidadosamente todas as páginas;
  4. Fechar o livro e reconstituir com palavras próprias o assunto, como se estivéssemos explicando a outra pessoa;
  5. Recapitular e insistir em determinados pontos que nos parecem mais difíceis;
  6. Tomar notas do assunto estudado e guardá-las para futura referência, devidamente identificadas.

Para obter uma ideia do assunto em sua totalidade, tomamos conhecimento dos títulos, subtítulos e parágrafos do capítulo a ser estudado. Obtemos, assim, uma visão panorâmica e da divisão das matérias do capítulo em questão. Correr os olhos pelo assunto significa folhear as páginas ainda sem ler palavra por palavra, olhando porções esparsas, frases soltas que nos chamam a atenção.

Ler cuidadosamente o texto implica aprender o significado dos assuntos, relendo o que for necessário e retendo os conceitos encontrados. Ao contrário da visão panorâmica anterior, agora é necessário explicar lenta e conscienciosamente as frases e as páginas.

A reconstituição do texto com palavras próprias é um exercício de memória, de conhecimento e nos dá confiança em nós mesmos. O confronto com o livro nos mostra os pontos que esquecemos e precisamos rememorar: fórmulas, números, nomes, datas, autores… Finalmente, as notas nos auxiliam a recordar rapidamente assuntos estudados há algum tempo e que, por esse meio, são rapidamente postos em dia.

A técnica de estudo exposta talvez pareça complicada demais. Entretanto, depois de aprendida e dominada, impõe-se pelo benefício e rendimento que, com a sua aplicação, conseguiremos, especialmente para aqueles que dispõem de pouco tempo e têm muita matéria para estudar.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de setembro/1965)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Fraternidade: demonstremos pelos nossos atos coerentes de amor e entendimento

Fraternidade: demonstremos pelos nossos atos coerentes de amor e entendimento

Seria maravilhoso se pudéssemos estar reunidos, todos nós que vibramos de forma uníssona neste sublime ideal, em um espontâneo diálogo, de simpatia e esclarecimento, uma osmose em que todos pudéssemos absorver as experiências de cada um, em real comunhão de ideias, sentimentos e esforços.

Não sendo isso possível, ficamos no monólogo, em que nós falamos, mas não escutamos; em que dizemos o que pensamos e não aprendemos o que você, leitor, acrescentaria ao assunto. Contudo, pelo menos permanece o conforto de nos estender até vocês com sentimentos de comunhão, simpatia e incentivo, dizendo: estudemos e assimilemos juntos os Ensinamentos Rosacruzes. Dentro desses Ensinamentos, vibramos em uma nota-chave de iluminação e serviço, dentro do Plano Etérico, em um grande todo a que chamamos FRATERNIDADE, não de prédios de tijolos, mas formada por ALMAS-tijolos, que tomam toda a área do mundo, acima das limitações rácicas e ideológicas que muram e adstringem os irmãos e irmãs menos preparados.

Graças damos ao irmão Max Heindel. Sua mensagem libertadora gravou-se em nossas consciências com letras de fogo, indelevelmente. Ele teve o dom de fazer ecoar com novas modalidades a voz do Bom Pastor, que há quase dois milênios vibrou na Palestina, espalhando-se em todos os sentidos pelos vales e serras dos homens e mulheres, em busca de consonância; a voz do amor e da sabedoria, conhecida por seus cordeiros; o radar divino que denuncia, pela resposta, a distância e a posição de seus eleitos.

Max Heindel teve o mérito de, como ninguém depois do evento Cristão, graças ao seu treinamento oculto, verter-nos em primeira mão e pela primeira vez publicamente os mistérios Cristãos com tal poder penetrador que fez vibrar todas as almas afins, como um chamado familiar, estranhamente familiar, que nos descortina uma nova terra prometida, uma nova ordem de coisas — a Era de Aquário.

Temos uma grande obra a realizar, embora nos reconheçamos humildes pedreiros, de acordo com os desígnios do Grande Arquiteto, seguindo as linhas de uma Pedra Angular — O Cristo.

Cada ação nobre será um tijolo que poderemos juntar à construção com a argamassa do amor. E a melhor homenagem que podemos prestar ao fundador da Fraternidade Rosacruz, Max Heindel, é mostrar, por nossos atos COERENTES de amor e entendimento, o que aprendemos da inestimável mensagem que ele nos legou.

Trabalhemos todos para sermos dignos dessa herança, não importando se estejamos distantes e isolados dos Centros e Grupos de Estudos Rosacruzes. O que realmente vale é estarmos afinados com o Ideal através de nossos pensamentos, emoções e atos. Eles é que mostrarão, como frutos, que a semente lançada caiu em terra fértil; eles é que farão erguer o mais expressivo sentimento de gratidão ao iluminado mensageiro dos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz!

(de Olga Guerreiro – publicado na Revista Serviço Rosacruz de julho/1965)

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Pergunta: Retemos o conhecimento obtido no Primeiro Céu e o trazemos para a Terra no nascimento seguinte? Podemos prosseguir o estudo lá e colher o fruto desse estudo na próxima ou numa futura vida terrena?

Pergunta: No que se refere ao Primeiro Céu, lemos no “Conceito Rosacruz do Cosmos”: “O estudante e o filósofo têm acesso imediato a todas as bibliotecas do mundo”. Retemos o conhecimento lá obtido e o trazemos para a Terra no nascimento seguinte? Podemos prosseguir o estudo lá e colher o fruto desse estudo na próxima ou numa futura vida terrena?

Resposta: Temos grandes oportunidades se nos prepararmos mentalmente para obter esses estudos, após passarmos para os Mundos invisíveis. Contudo, a grande maioria das pessoas parece continuar a viver lá quase da mesma forma que viveu aqui. Não precisam comer, mas comem, como dizem os espiritualistas; têm casas lá e parecem viver, em outros aspectos, da mesmíssima forma que fizeram aqui, tendo uma vida fácil e boa quanto lhes é possível desfrutar. Essa categoria de pessoas não obtém grande proveito da sua vida “post-mortem”.

Contudo, os estudiosos que procuram pesquisar sobre a humanidade têm lá um campo amplo de estudos. Podem realizar um bom e variado trabalho, que os beneficiará posteriormente. Esse estudo não parece proporcionar um crescimento de alma no mesmo sentido em que o faz aqui. Todavia, apesar de tudo, favorece-os com posições, confere-lhes maior espiritualidade e ajuda-os consideravelmente em sua evolução. Desse modo, a essência do conhecimento adquirido lá é retida e trazida para a Terra no próximo nascimento.

(Pergunta nº 6 do livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas” – Vol. 2 – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

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A Personalidade e a Individualidade segundo os Ensinamentos Rosacruzes

Não há outro inimigo, senão nós mesmos. Enquanto houver dentro de nós um resquício sequer de Personalidade, haverá separação.

Na Fraternidade Rosacruz, distinguimos nitidamente entre Personalidade e Individualidade. Personalidade é a “persona”, o conjunto enganoso, provisório e em constante mudança formado pelas nossas sensações, emoções, sentimentos e modo de pensar. São os laços de sangue, as tradições, os elos do mundo, essas coisas mais fortes que algemas de aço, tudo a que o Cristo simbolicamente chamava de “o reino dos mortos”. O mundo, a família, os bens, tudo isso é meio de aprendizagem indispensável ao espírito, no presente estado evolutivo. Contudo, há o perigo de nos identificarmos com eles, de pensar que nos pertencem ou que lhes pertencemos, olvidando nossa origem celestial, nossa condição de espírito livre, em peregrinação e aprendizagem.

Aquele que quiser ser meu discípulo, deve abandonar pai, mãe, irmãos, amigos, tudo”, disse o Cristo. Com isso não quis significar que devamos desleixar nossos deveres de pais, filhos, irmãos ou amigos Cristãos. Ao contrário, o verdadeiro Cristão é um excelente marido, esposa, pai, mãe, irmão, amigo, porque dá à sua afeição e trabalho o mais puro pensamento, sentimento e esforço. Dá e não espera receber; ama e não espera ser amado; compreende e não espera ser compreendido. As ingratidões não lhe suscitam ressentimentos, mas o cuidado de verificar se não contribuiu para isso. O verdadeiro Cristão busca a amorosa tentativa de reconciliação; ora e espera pela pessoa que é teimosa e rancorosa.

Ser Cristão é exemplificar AMOR, em seu sentido lato. É deixar que o Cristo, em si, fale, viva, ame.

Individualidade é a expressão do EU real (o que somos de fato, Espírito), verdadeiro e superior, comandando os pares físicos, morais e mentais como instrumentos de ação.

A Personalidade é a expressão do ser humano, de baixo para cima, o “homem invertido”, os valores instintivos, colorindo desordenadamente seu modo de ser; é o amordaçamento do espírito e seu condicionamento às conveniências instintivas. Um pentagrama com a ponta superior para baixo…

A Individualidade não prescinde da bagagem de experiências anímicas; ao contrário, vale-se dela de um modo próprio, original, epigenético, criador. Porém, nós, o Espírito, é quem mandamos e orientamos. Como disse São Paulo: “Não sou mais eu quem vive, mas o Cristo em mim”; e o próprio Cristo-Jesus: “Eu e o Pai somos um”.

É certo que essa condição vamos atingindo gradativamente, em uma luta constante entre a natureza inferior e a superior, entre as trevas e a luz dentro de nós. Por isso, a lenda dos Maniqueus, referindo-se internamente ao ser humano e ao mundo, fala da guerra dos Filhos das Trevas contra os Filhos da Luz. Estes acabam vencendo aqueles; entretanto, sendo bons, não podem exterminá-los. Incorporam, pois, o reino das trevas ao da Luz; ou seja, efetuam a transmutação dos valores inferiores em valores espirituais. Os alquimistas medievais faziam o mesmo, quando falavam sobre transformar os metais inferiores em ouro. Também entre os manuscritos encontrados no soterrado mosteiro dos Essênios, Qumran, às margens do Mar Morto, há um que fala da guerra dos Filhos das Trevas contra os Filhos da Luz.

Goethe, o grande Iniciado e autor de “Fausto”, falou, pela boca de um de seus personagens: “Duas almas — ai! — lutam dentro do meu peito pela posse de um reino indivisível; uma buscando alçar-se aos Céus em ilibados anseios, enquanto a outra se agarra à Terra, em passionais desejos”. São Paulo, o apóstolo, igualmente dizia: “Pobre homem sou! O bem que desejaria fazer, não faço; o mal que não desejaria fazer, esse eu faço”.

Tudo isso mostra, de sobejo, o que todas as Escolas (como a Fraternidade Rosacruz) e Ordens ocultistas (como a Ordem Rosacruz) ensinam.

Todo Aspirante sincero à espiritualidade “ora e vigia”, sobretudo quando se acha à frente de um movimento espiritualista e deve viver o que ensina. Ao mesmo tempo, o claro entendimento dessa luta dentro de cada um de nós nos torna rigorosos conosco e tolerantes com os demais, de modo a unir e não desunir, a estimular e não censurar; enfim, “a buscar a divina essência que existe em cada um”, o que constitui a base da Fraternidade que almejamos formar, como precursores da “Era de Aquário”.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de setembro/1965)

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