Arquivo de categoria Método para Adquirir o Conhecimento Direto

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Autodomínio só alcançado pelo conhecer a si mesmo e que é tão doloroso

Autodomínio só alcançado pelo conhecer a si mesmo e que é tão doloroso

O domínio de nós mesmos muitas vezes fracassa, porque desconhecemos nossas falhas. O que não conhecemos, não podemos dominar. Sentimo-nos virtuosos, cheios de razão simplesmente por não poder enxergar o outro lado da medalha. A retrospecção tem o papel de despertar a consciência de nossa verdadeira personalidade, descobrindo as sombras. “Se pudéssemos ver a nós mesmos como os outros nos veem, e pudermos acrescentar com lucidez percebendo as falhas profundamente encerradas no nosso ser, seria mais fácil o trabalho, um trabalho honesto e digno de extirpar o joio do nosso trigal.

A chispa divina, a “água viva” está aprisionada fundo no nosso íntimo, não podendo jorrar livremente, purificando os canais que servem para receber mais luz, mais capacidade de elevação, agindo acertadamente. Quantas vezes queremos ajudar, amparar os outros e não achamos meios, nem palavras de fazê-lo. Andamos desorientados, separados da nossa fonte, da nossa intuição, que poderia tão bem nos guiar. Falta o elo com o nosso Eu Superior. A alma chora e a personalidade não percebe. O seu julgamento é superficial, é indulgente, marcando passos, passos vagarosos que não elevam, suas asas são frágeis.

“Conheça a ti mesmo”, talvez por este conhecer ser tão doloroso, os olhos se fecham. Estamos sozinhos nas tempestades, abalados, sofridos, mas estes sofrimentos, saibamos ou não, serão a nossa libertação e talvez um dia recobramos a visão para ver o nosso interior, recobremos a capacidade de ouvir aquilo que nosso Espírito fala, podendo começar a verdadeira caminhada para a luz, para o conhecimento próprio, alcançando o autodomínio.

(Publicado na revista ‘Serviço Rosacruz” – 01/86 – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Autorregeneração: o cuidado com nossos pensamentos num círculo espiritual

Autorregeneração: o cuidado com nossos pensamentos num círculo espiritual

Há um momento, na vida espiritual do estudante Rosacruz, em que ele se dá conta do extraordinário poder que poderá ter o pensamento na conquista de seus anelos, especialmente quando bem assessorado por um desejo forte. Neste momento, entretanto, poderá correr o risco de se deixar ofuscar, empregando levianamente a vontade a serviço desse poder. Pode acontecer, por exemplo, que sentindo necessidade de alguma coisa material e não dispondo de meios para adquiri-la, e percebendo que bastará pensar com toda a sua força em como seria bom obtê-la para que cedo ou tarde veja realizado o seu desejo; mas, como nada vem de graça às nossas mãos, acabará percebendo também que sempre haverá um preço a pagar por tudo o que recebemos. Já o fato de sentirmos necessidade de coisas materiais, por mais válidos que sejam os nossos desejos, traz consigo várias implicações que podem desvirtuar o sentido natural de um simples desejo e transformá-lo numa espada de dois gumes.

Se o estudante for mesmo sincero e honesto em seu propósito superior, acabará concluindo que de nada servirá para a sua escalada a um nível superior o fato de empregar a vontade de maneira tão limitada. Se for mesmo, aprendendo a pensar com justeza, acabará desejando somente coisas justas. E, à medida que aumentar o seu entendimento para o certo, e para o seu desprendimento, a vontade vai se transmutando em força de realização, e notará que as coisas materiais, de que tenha real necessidade, acabarão vindo-lhe às mãos naturalmente, sem que precise preocupar-se com elas.

Na verdade, o ser humano que se eleva não necessita pedir nem desejar. Seu próprio esforço para melhorar intimamente vai torná-lo digno de merecimentos cada vez maiores e mais evidentes. Tendo aprendido a transformar a vontade em força de autorregeneração, essa própria vontade irá também ampliando o seu campo de possibilidades e de aquisições tanto materiais, como espirituais, dependendo a que direção tenha encaminhado a sua vida.

Seria bom não esquecermos, também, que o pensamento não é válido apenas para adquirirmos algo para nós mesmos, em função apenas de nosso próprio benefício. Qualquer que seja a nossa atitude na vida, o modo como dirigimos nossos pensamentos, tem sempre grande influência junto ao grupo de que fazemos parte, à sociedade a que pertencemos. Especialmente se participamos de alguma entidade espiritual, nossa atitude diante do mundo, nossas disposições para com os indivíduos e mesmo para com as massas vão repercutir sistematicamente em nosso trabalho e em nosso convívio com os nossos irmãos. Nossos pensamentos têm uma tremenda influência sobre nós mesmos, nossa conduta, nossas disposições, nossa vida, enfim; tanto que nossos rasgos de sinceridade ou nossas capitulações mais íntimas, por mínimos que forem, vão ressoar favorável ou desfavoravelmente, não apenas sobre nós mesmos, mas também no ambiente de que fazemos parte, tanto ativa como passivamente.

Se, por exemplo, alguém falhar em uma só disposição interna, ou se alimentar alguma dúvida, mesmo que não as exteriorize, aquele lapso irá, cedo ou tarde, retumbar no conjunto, como uma pequena nota discordante, que, se não for sanada a tempo, acabará nos arrojando – de um jeito ou de outro – fora do contexto. Daí a necessidade de mantermos bem claros os nossos pensamentos e as nossas intenções, procurando ser muito fiéis às nossas certezas, para que qualquer indecisão ou desleixo possa ser cortado de início, não arriscando afetar ou comprometer o equilíbrio de um conjunto.

Segundo dizem, a caridade começa em casa. E o fato de sermos autênticos, antes de mais nada, não deixa de ser uma forma de caridade, porque só tendo segurança de pensamentos, de ideias, de ideais, daquilo que realmente se quer, é que realmente se poderá influir positivamente na segurança e no progresso de um todo, para que esse todo possa expressar-se, forte e positivo, na difícil arena do mundo. E, neste particular, não nos basta afirmações ou aparências de santidade, exposição gratuita e valores íntimos, tampouco a defesa de um ponto de vista religioso, se tudo isto não estiver fortemente escudado na força de uma verdade interna positiva. Por isso, é mister esforçar-nos por saber o que realmente queremos, para que não haja dúvida alguma em nossas escolhas. A dúvida enfraquece qualquer disposição, retardando ou modificando o bom resultado que todos podem estar esperando de nós, como um compromisso sagrado.

Se, em nosso lar ou sociedade devemos ter este cuidado com nossos pensamentos, principalmente no que se refere ao sentido moral das coisas, num círculo espiritual, com muito mais razão esta verdade se impõe. Porque o sentido espiritual é muito mais amplo, abarca não só o ideal que abraçamos como escopo de vida, como também nosso relacionamento com o indivíduo, e, num estágio mais elevado, com a humanidade inteira, com a vida, com o Cosmos. E esta, como veem, é a nossa grande responsabilidade.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de 1/75)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Empenhe-se em uma Só Direção

Empenhe-se em uma Só Direção

Vagávamos, todos nós, durante longo tempo, juntamente com a humanidade comum, pelo deserto do mundo, como que perdidos, ansiando, graças a certa maturidade interna, espiritual, por algo mais elevado do que tudo aquilo que existia até então; até que, em um belo dia, tivemos a ventura de encontrar a Escola Iniciática Rosacruz, portadora de sublimes ensinamentos dados pelos Irmãos Maiores da Ordem desse nome, para eterno benefício da humanidade. Esses ensinamentos foram-nos transmitidos por seu fiel mensageiro, o iluminado mestre Max Heindel, a quem muito devemos. Esse nosso encontro com a Rosacruz foi de suma importância e ficamos maravilhados mesmo. Portanto, encontrado o caminho certo, com justa razão nos matriculamos nesta Escola, cujo curriculum consta de 7 etapas ou Cursos, que são: Preliminar, Regular, Probacionista, Discípulo, Irmão Leigo (a), Adepto e Irmão Maior, com o firme propósito de seguirmos fielmente e com toda diligência os preciosos ensinamentos por ela ministrados. Estes nos incitam, como um dos pontos FUNDAMENTAIS, A CONCENTRAR OS NOSSOS ESFORÇOS NUMA SÓ DIREÇÃO, E JAMAIS FICARMOS ZIGUEZAGUEANDO DE UM CAMINHO PARA OUTRO. Temos esses ensinamentos, já na obra básica, isto é, no “Conceito Rosacruz do Cosmos”, com o título A FRATERNIDADE ROSACRUZ, que, entre outras coisas, nos diz, expressamente, o seguinte:

“Depois de completar o Curso Preliminar, o estudante é automaticamente matriculado como Estudante Regular durante dois anos. Findos esses, caso tenha-se compenetrado da verdade dos ensinamentos Rosacruzes e preparado para cortar toda relação com qualquer outra ordem oculta ou religiosa excetuando-se as Igrejas Cristãs e ordens fraternais – pode assumir a Obrigação que o admite no grau de Probacionista. Não pretendemos insinuar, na cláusula anterior, que as demais escolas de ocultismo não servem. Longe disso; muitos caminhos conduzem a Roma, mas chegaremos com menos esforços seguindo por um deles do que ziguezagueando de um caminho para outro. Nosso tempo e energias são limitados e, além disso, reduzidos por deveres de família e sociais que não devemos descuidar para atender ao próprio desenvolvimento. A fim de evitar, no máximo, o desperdício das energias de que legitimamente dispomos e evitar a perda dos poucos momentos ao nosso dispor, os Guias insistem no corte de relações com as demais ordens”.

Os Guias, a que “O Conceito” se refere, são os Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz. É lógico e coerente que devemos seguir essa segura e sábia orientação, e, se assim fizermos tornará patente estarmos com o pé na realidade, aliás sublime, portanto, libertos de imperfeições maiores, particularmente de confusão dentro de nós, como se ainda fôssemos seres indefinidos (pois a árvore se conhece por seus frutos – é um ensinamento dos Evangelhos).

Para ilustrar, ainda, o importante assunto aqui tratado, lembramos a todos que, se nos matricularmos numa Faculdade de Direito e quisermos alcançar bons resultados, temos que seguir com diligência o curriculum dela, a sua orientação, pois, se ficássemos correndo de uma faculdade a outra finalmente, não nos formaríamos em nenhuma delas. No campo espiritual a coisa é mais séria ainda. Atentemos.

Nos centros e grupos Rosacruzes, devemos transmitir os formosos ensinamentos que recebemos dos queridos Irmãos Maiores, de maneira fiel e diligente, pois, de certo modo estamos funcionando como guias de outros que estão começando, portanto, necessitam muita definição e firmeza; ademais, não temos o direito de deturpar nada, de ninguém, principalmente dos Irmãos Maiores, aos quais devemos o máximo respeito e admiração!

Neste artigo, que não passa de lembrete de pontos fundamentais da Filosofia Rosacruz, aparece o nome de quem o escreve, unicamente com a finalidade de resguardar a Fraternidade Rosacruz de qualquer falha que por ventura exista. Encerra ele, tão-somente, o pouco que o autor pôde alcançar dos ensinamentos Rosacruzes.

(De Hélio de Paula Coimbra, Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 10/77)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Sombra da Cruz: qual o tamanho da sua?

A Sombra da Cruz: qual o tamanho da sua?

A cruz é o símbolo oculto da vida humana em sua relação com as correntes vitais. O madeiro vertical superior representa o ser humano, que recebe a energia solar verticalmente e a força crística do interior da Terra. O madeiro horizontal configura o corpo animal, por cuja espinha dorsal perpassam as correntes circulantes pelo nosso planeta. O madeiro vertical inferior simboliza o reino vegetal.

A CRUZ representa o conflito entre as duas naturezas aludidas por São Pedro, quando disse (IPd 2:1): “eu vos rogo que vos abstenhais dos desejos carnais que lutam contra a alma”. Sob tal ponto de vista, são muito significativas as palavras de Cristo: “Se alguém quiser vir após Mim, negue-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me”.

É comum ouvir falar de sofrimentos, de alguma limitação física ou alguma dura experiência como uma “CRUZ” que se carrega. Em certo sentido, a comparação é exata, se a aflição é causada por outrem. Como exemplo, podemos citar o sofrimento do Cristo pela humanidade, seu confinamento a um mundo de baixa vibração, como o nosso.
Que comparação podemos estabelecer entre essa limitação do Mestre e os nossos pesares, por grandes que sejam? No entanto, recebemos nossa cruz em proporção às nossas forças. Mas, a cruz que tomamos após Cristo, é a mesma vida terrestre que lhe dedicamos no serviço desinteressado aos nossos semelhantes.

A enfermidade pode nos deixar preocupados; porém se constitui uma parte de nossa cruz, chega a se converter em benção, até a saúde da alma se refletir no Corpo.

Nestes conturbados dias, quem serão aqueles que tomarão a sua cruz e seguirão o Mestre amado?

(Publicado na ‘Revista Rosacruz’ de 02/79)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Como na Pedagogia: Objeto, Meio e Fim e a Órbita de Influência de Aquário

Como na Pedagogia: Objeto, Meio e Fim e a Órbita de Influência de Aquário

Como na pedagogia, a Escola Rosacruz, em seu trabalho, leva em conta três elementos:

1. O ser humano – objeto do aprendizado e regeneração;
2. A Filosofia – o meio; e,
3. Regeneração do ser humano e sua religação a Deus – o fim.

Embora todos os seres humanos tenham tido a mesma origem, como espíritos virginais diferenciados em Deus para a peregrinação na matéria e potencialização dos atributos divinos herdados, é sempre inevitável que cada espírito passe, ao longo de seu caminho evolutivo, por experiências diferentes. Desse modo foi formando um todo diferente, um microcosmo original, uma chispa divina que essencialmente é igual a seu Pai e seus Irmãos, porém dinamizou e modelou as qualidades divinas a seu modo. Daí ser ele um indivíduo, algo indivisível, distinto, um mundo próprio. E precisamente essa heterogeneidade do ser em evolução, pelo uso da Epigênese, ou seja, pela capacidade de criar coisas novas e originais, é que vai formando, no macrocósmico corpo de Deus, algo sempre novo. Desse modo, à medida que evoluímos, Deus também evolui porque “nele Vivemos, nos movemos e temos o nosso ser”. Isso exposto, justificamos porque a Escola Rosacruz, ensinando o Renascimento, a Lei de Consequência e a Epigênese, tem no indivíduo a base de sua mensagem. Cada indivíduo é um mundo à parte. O conceito de individualidade, na Escola Rosacruz, atinge muito mais profundamente a realidade universal do ser humano, porque a isenta de culpa dos condicionamentos hereditários e outras dependências passageiras, inerentes ao seu presente estado evolutivo.

De fato, o ser humano real, o indivíduo, está destinado a converter-se num “super-ser humano”, livre dos laços de sangue, de nacionalidade, de raça, de credo e todas as demais restrições até agora justificadas pela necessidade.

O ser humano é nos estados atual e futuro, um Prometeu e um Hércules. Agora nos achamos encadeados, pela transgressão às Leis geradoras da morte, ao mundo material, como Prometeu ao Cáucaso. Havendo trazido o fogo divino, sentimos interno anseio de libertação e nossa dignidade de príncipe nos anima a resistir e lutar; mas a parte humana exige a repetição dos perniciosos hábitos antigos e com isso vemos o abutre (a lei de Consequência) comer-nos todo dia (cada vida) o fígado, (centro do Corpo de Desejos) que se renova (renascimento), até que nos convertamos num Hércules, um “super-ser humano”, que vence os doze trabalhos (libertação da influência adversa de seu zodíaco e sublimação das qualidades de suas doze casas zodiacais). Diz-se que Hércules, quando foi libertar Prometeu, atravessou o grande oceano num pote ou caneco de barro. Aqui está vivamente figurada a resolução do Cristão que navega no frágil barco da carne, do corpo, pelas ondas ou vicissitudes do mundo.

Estamos nessa transição de Prometeu a Hércules. É a condição expressa por Paulo apóstolo quando se sentia exaltar, como espírito, mas reconhecia outra lei em seus membros. É o que disse o iniciado Goethe, quando, pela boca de um de seus personagens, sabia possuir duas almas em conflito: uma que ansiava voar aos céus e outra que se agarrava à Terra com passionais desejos.

Diz a Bíblia que a Lei e os Profetas vieram até João Batista. Depois deste vem a época de Cristo, do Amor. Todavia, como citamos acima, o Novo Testamento reconhece a penosa transição. Começamos um novo dia, mas pouco passamos da meia-noite. Temos de trabalhar, vigiando e orando, até que nos chegue a Alva. O egoísmo e as limitações geradas pelas religiões de raça e pelas leis ainda persistem em nós, em graus diferentes para cada indivíduo. O aspirante Rosacruz procura abreviar a libertação desses obstáculos, não pelo medo ao inferno ou de chamas eternas, não pela recompensa de um céu futuro, embora essas ideias sejam ainda justificáveis para aqueles que estão ao nível do cristianismo popular, mas pelo dever que lhe impõe a condição de Filho de Deus, iluminado pelo discernimento. A Escola Rosacruz é Cristianismo Esotérico, a Religião do Futuro, da Época de Aquário, que se vai iniciar daqui a uns 600 anos e cuja órbita de influência, segundo a precessão dos Equinócios, começou em meados do século passado. Sob o raio de originalidade e racionalidade de Urano, Aquário iniciou o evento da conquista do ar e do éter (rádio, TV, telégrafo, telefone, avião, conquistas espaciais etc.) e a tendência de tudo racionalizar trouxe comprometedora sombra de materialismo. Para atender a essas almas avançadas e orientá-las com uma religião científica, surgiu a Fraternidade Rosacruz. Ela mostra a constituição trina corporal do indivíduo (Corpos Denso, Vital e Desejos), sétupla (os corpos citados, dirigidos, através da Mente, pelo tríplice espírito individual) e decupla (com acréscimo da tríplice alma ou fruto da experiência do espírito sobre os corpos). Sua Antropogênese abrange uma anatomia oculta (os veículos mencionados, centros espirituais, posição, natureza) e fisiologia oculta (como se formaram funções, estado atual e futuro). Disseca o homem como ser humano e espiritual, história sua queda e prescreve os métodos mais racionais e seguros de desenvolvimento, transmutação e reunião final com Deus.

Assim, revela ao ser humano o que ele é (“Nosce te ipsum”), identifica-o com seu Criador, cuja Trindade em Um (Pai, Filho e Espírito Santo) se acha nele expressa em igual natureza e na proporção de seu estado de consciência, como tríplice Espírito, que trabalha através da Mente para dinamizar os atributos latentes de Vontade-Poder, Amor-Sabedoria e Movimento-Atividade.

Mostra-lhe os fins imediatos e mediatos: a regeneração para uma vida mais feliz, baseada no sentimento de verdadeira fraternidade e serviço amoroso e desinteressado; e seu destino de Filho Pródigo que é de tomar a resolução de voltar à Casa Paterna de onde veio, mas agora rico, pela consciência da riqueza herdada, através da experiência. O apóstolo o exprime bem na I epístola aos Coríntios, cap. XV: “passando da fraqueza à fortaleza, da corruptibilidade à incorruptibilidade, da mortalidade material à imortalidade do espírito, porque o primeiro Adão foi feito em alma vivente, mas o último Adão sê-lo-á em espírito vivificante”.

Finalmente, a Fraternidade Rosacruz facilita amorosa e desinteressadamente o MEIO de o ser humano atingir esses fins imediatos e mediatos, por meio do desenvolvimento paralelo e harmonioso da Mente e do Coração, da Razão e do Sentimento. Seus livros são vendidos a preços razoáveis; os cursos orais e epistolares, bem como os folhetos informativos, são gratuitos. Como Escola essencialmente cristã, sustenta-se dos donativos voluntários de seus membros. E os recursos recebidos ela os canaliza para esse relevante serviço da regeneração humana, na qual se funda a verdadeira felicidade.

Se você, leitor, não empreendeu ainda um estudo sério da Filosofia Rosacruz para conhecer a si mesmo (Antropogênese) e o Universo (Cosmogênese), faça-o agora. Se já o está realizando, contagie outras almas afins, que estão buscando também. Espalhemos a mensagem de Aquário a todos os companheiros. Nossa vida, nosso exemplo, farão ecoar o som que vibrará nos corações deles, como um diapasão, tocando, afeta outro afinado no mesmo tom.

Que o Senhor, através do nosso exemplo, se comunique aos outros, como a energia da Usina Central ilumina as casas. Basta apenas a resolução e ato de ligar a “chave” dentro de nós, para que a corrente de Deus se exprima em luz.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz em 11/1975)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Você sabe quais são os Perigos no seu Caminho?

Você sabe quais são os Perigos no seu Caminho?

“Apenas uma coisa é necessária”, disse Cristo a Marta. Nestas palavras encontramos uma das grandes verdades fundamentais da vida, e embora a grande maioria não pense ser necessária apenas uma coisa, muitas pessoas concordam que, mesmo sendo inúmeros os nossos desejos, na realidade as nossas necessidades são poucas.
Não obstante esta grande realidade, a complexidade de nossa vida atual é tal que a maior parte da humanidade se consome para a obtenção do conforto e do luxo que servem apenas para o corpo, enquanto deixa a alma definhar.

Mas esse conforto e esse luxo não são suficientes, não satisfazem depois de possuídos. Os seres humanos que atingiram a riqueza poderão dizer que o gozo da riqueza existia antes da sua obtenção e não depois da sua posse e que o dinheiro é, em verdade uma pílula amarga na boca do seu possuidor. O mesmo acontece com o prestígio social; a mulher que conseguiu sobressair em seu círculo social, verifica, quando chega a tal posição, que aí tudo é banalidade, vazio, não tendo valido o esforço despendido.

Verdade é que sempre há aqueles que clamam por riquezas, por prestígio social, que procuram avidamente essas coisas, apesar do grande preço exigido a sua alma. Procuram-nos como mariposas procurando a luz. Mas embora existam muitos lugares perigosos na vida social para seduzir as mariposas humanas, existem engodos mais fatais no caminho espiritual. A parábola do semeador, como todas as outras parábolas de Cristo, aqui tem sua aplicação.
Alguns grãos caem na estrada, outros sobre rochas, outros entre espinhos, etc., e somente uma pequena parte cai em solo fértil, onde produz abundância de frutos. Hoje em dia os seres humanos, em todo o mundo, correm daqui para ali, guiados por essa necessidade interna, por esse desejo insatisfeito de algo que não sabem o que é. Mas embora procurem, são surdos e cegos, não podem ver a luz interior, não ouvem o silencioso chamado interior; a concupiscência dos olhos e o orgulho da vida no mundo exterior são atrações muito fortes. Como toupeiras escondemo-nos na escuridão de uma existência vazia, longe da luz, longe do Pai de Luz, embora Ele esteja presente em toda a parte. Grande verdade exprimiu Davi poeticamente em seu Salmo 139:7-10: “Para onde me irei do teu Espírito, ou para onde fugirei da tua face? Se subir ao céu, tu aí estás; se fizer no Sol a minha cama, eis que tu ali estás também. Se tomar as asas da alva, se habitar nas extremidades do mar, até ali a tua mão me guiará e a tua destra me susterá”.

Deus é Luz, disse o apóstolo São João em mística vidência, e a luz está em toda a parte; só que não a vemos em nossa cegueira de coração.

Mas por vezes, no decorrer de nossas vidas, a luz latente que existe em nós, desperta. A centelha divina de nosso Pai invisível começa a brilhar e aos poucos despertamos à realidade de que somos filhos da luz.

Esta é uma grande crise pela qual passamos. É o ponto de retorno na peregrinação do filho pródigo, quando ele verifica sua condição, quando vê claramente que a riqueza mundana, todo prestígio social, a força de sua posição, são unicamente “vaidade”, e que apenas uma coisa é necessária, apenas uma coisa vale a pena, e essa coisa é: VOLTAR AO SEIO DO PAI.

No momento da conversão o Espírito manifesta o intenso desejo que existe em todas as fibras do seu ser com este grito que lhe queima a alma: “levantar-me-ei e irei para meu Pai”.Esta é a senha para entrar no “Caminho”. No outro extremo eleva-se a Cruz onde o espera a libertação. E o espírito santificado penetra nas esferas mais sutis com o grito de triunfo: “Consummatum est!”. Está terminado! Estou livre dos grilhões da carne, sou Espírito livre, uno com meu Pai. Mas ninguém pense que está a salvo depois de ter passado os portais da aspiração. Muitos fogos-fátuos lampejam pelo caminho, procurando distrair a atenção dos que buscam a verdadeira luz e nenhuma armadilha é mais perigosa nesse momento do que aquela que é lançada sobre o desejo ardente da alma pela perfeição. A seu respeito São Paulo nos previne em sua II Carta aos Coríntios 5: 1-9: “Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus.

E por isso também gememos, desejando ser revestido da nossa habitação, que é do céu; se,todavia, formos achado vestidos e não nus. Porque também nós, os que estamos neste tabernáculo, gememos carregados; não porque queremos ser despidos, mas revestidos, para que o mortal seja absorvido pela vida, enquanto estamos no corpo, vivemos ausentes do Senhor. Desejamos, antes deixar este corpo, para habitar com o Senhor. Por isso trabalhamos, para que, presente ou ausente, possamos ser aceitos por Ele”.

Notemos particularmente que São Paulo reconhece o perigo de ser encontrado nu e por isso ele insiste que não queria ser despido, mas revestido e que para isso ele trabalhava.

Guiadas pelo desejo insensato de rápido desenvolvimento, as almas estão sendo constantemente seduzidas por pessoas inescrupulosas que se intitulam “Mestres” e que prometem resultados rápidos desde que seja paga a taxa de Iniciação. Muitos loucos correm para esses pseudo-mestres como mariposas para a Luz.

É verdade que, as vezes, obtêm resultados, sendo jogados nos Mundos invisíveis. Mas tendo descuidando o “trabalho” na vinha, como São Paulo advertiu, não conseguiram obter o “traje de bodas” ou a “casa nos céus”.

Faltam-lhes o veículo vital de consciência, necessário para se poder agir inteligentemente nas esferas superiores e dessa forma são incapazes de achar o caminho de volta ao Corpo Denso que abandonaram e sua morte, e, em geral, atribuída a “colapso cardíaco”. Tais estão, na verdade, “nus” e são condenados a sofrer até que tenha se escoado o tempo que deveriam viver, porque, de fato cometeram suicídio e os arquétipos de seus Corpos Densos continuam intactos, vibrando, tentando atrair a si substância física. Mas como o cordão prateado partiu-se, nenhum corpo pode ser constituído e eles experimentam um sofrimento que os suicidas descrevem como semelhante à tortura da fome ou como uma dor de dentes sentida em todo o corpo. “Aquele que não entra pela porta é ladrão e salteador”. Numa casa terrestre, é possível roubar e escapar, mas quem procura enganar a Deus verifica que o caminho do transgressor é duro, quando queimar suas asas na chama.

Não é estranho que seres humanos que compreendem a necessidade de se gastar anos para se aprender determinada ciência, arte ou profissão, que trabalham pacientemente dia a dia, ano após ano com assiduidade e aplicação a fim de obter o conhecimento de qualquer ciência material possam ser tão infantis ao ponto de pensarem que em pouco tempo poucos dias, semanas, ou meses no máximo um ano ou dois, possam dominar a ciência da alma dedicando-lhe, apenas dez minutos ou menos por dia? Eles ririam de alguém se oferecesse para iniciá-los nos mistérios da cirurgia em poucos meses, mas quando se trata da ciência da alma eles perdem todo o senso comum. Seu desejo de obter poderes ocultos é tão forte que obscurece a razão e como as mariposas voam para a luz, assim eles voarão para o “mestre” que prometeu fenômenos em curto prazo.

E, quando alguém se tenha queimado, os outros tomam cuidado? Infelizmente, não! Para cada mariposa que cai, uma outra ou dez mais estão prontas para tomar o seu lugar. Os espelhos mágicos e as bolas de cristal encontram mercado fácil, ao passo que a verdade continua mendigando. É maior do que se julga, o número de pessoas enganadas por aqueles “mestres” inescrupulosos.

Na maioria dos casos os iludidos ficam com o prejuízo financeiro, mas às vezes, processos na justiça mostram que pessoas que se consideram inteligentes abrem mão de vultuosas somas a pedido desses pseudo-mestres e pseudo-espiritualistas. E também, por vezes o túmulo se fecha sobre um desses pesquisadores ou um hospício os segrega da sociedade.

Mas se a mariposa humana raciocinasse, e ouvisse a advertência e perguntasse: “Como posso distinguir a luz verdadeira da falsa?”, poderia confiantemente procurar a resposta nas Sagradas Escrituras. Não há nenhuma dúvida a respeito. Cristo deu aos Seus discípulos os poderes necessários para ajudarem a humanidade e preveniu-os para darem de graça o que de graça receberam. São Pedro, quando instado por Simão, o Mago, para que lhe vendesse seus poderes espirituais, amaldiçoou-o. Tudo o que davam, era sem retribuição, não tinha preço. Da mesma forma o verdadeiro instrutor não estabelece preço para seus ensinos, mas vive como viveram os apóstolos, de contribuições voluntárias daqueles a quem ajudavam.

Nem é necessário para quem não busca o ouro do mundo, enganar outros com promessas de fenômenos ou poderes a curto prazo. E fácil construir uma casa do tipo desejado se possuirmos o material. Podemos aumentá-la, acrescentando-lhe mais tijolos. Mas nem o vegetal, nem o animal, nem o ser humano, crescem dessa maneira. Seu crescimento vem de “dentro”, e cada um deve fazer seu próprio trabalho para isso. Não podemos comer o alimento de outro e dar a esse outro a força que retiramos do alimento comido.

Do mesmo modo não podemos assimilar as experiências de outro e dar-lhe o crescimento anímico resultante dessas experiências.

Portanto, fujam dos falsos mestres, adquiram seus poderes individualmente, pacientemente. Trabalhem, orem e esperem. No devido tempo a Luz do Cristo brilhará dentro de cada alma; nunca será necessário procurar por ela em outro lugar.

(Traduzido de “Rays from the Rose Cross” de junho de 1935 e publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 10/79 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Arte de Conhecer

A Arte de Conhecer

“Não sabeis que Deus que sois o Templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” (ICor 3:16).

Estas palavras foram escritas aos Coríntios por Saulo de Tarso, mais conhecido por seu nome romano de Paulo, o Apóstolo. Em seu sentido espiritual, tais palavras têm alto significado. São Paulo bem o pode fazer, mercê do seu elevado padrão cultural que possuía como estudante de Gamaliel; era um cidadão romano sofisticado e discípulo da cultura greco-hebráica.

Sua íntima associação com São Pedro foi o início do desenvolvimento da religião Cristã como um ensinamento, uma teologia, uma fé. Poderíamos dizer que São Pedro foi o historiador que narrou as ações do Cristo, enquanto que São Paulo foi o organizador daqueles que acreditavam no que São Pedro ensinava.

Pode-se dizer que a comunidade cristã teve seu começo no ponto de confluência dos mundos oriental e ocidental, os Judeus e os Gentios. Este encontro e essa mescla de culturas foi em grande parte, trabalho de São Paulo.

Foi São Pedro quem disseminou os Ensinamentos do Cristo, mas foi São Paulo quem procurou explicá-los. Crê-se que São Pedro foi martirizado no reinado de Nero, enquanto que a tradição diz que São Paulo foi decapitado em Roma, e que ambos os eventos ocorreram cerca do ano 65 depois de Cristo. Assim, os primeiros seguidores do Cristo deram sua vida, como o fez seu Mestre, para que outros pudessem ter vida mais abundante.

A arte pode ser definida como a adaptação de meios para se conseguir um fim. Aqui é aplicada como o maravilhoso conhecimento da realização de Deus no interior do indivíduo. É realmente verdade que se nos conhecemos, conheceremos a Deus; daí o valor do aforismo: “Homem, conhece a ti mesmo”. Neste sentido a arte é uma ciência e é tão elevadora em sua influência, como a religião. Portanto, temos a religião, a arte e a ciência, numa trindade educacional do ser humano.

Vivendo neste mundo e sendo governados pelas leis da natureza, se nós as conhecermos, podemos com elas cooperar inteligentemente, usando-as como valiosos serviçais. Sendo a natureza o símbolo visível do invisível. Deus, podemos utilizar as vantagens oferecidas, crescendo, por seu intermédio, em força e poder, da escravidão ao domínio.

O saber não é atingido sem esforço persistente e sem a convicção que somos feitos à imagem de Deus; tudo está latente em nós, aguardando o desenvolvimento pelos métodos apropriados. Adquirimos o saber na proporção exata ao esforço que despendermos para o adquirir.

Há duas classes de saber: o exotérico e o esotérico; o que é visto e o que não é visto. Em ambos, contudo, o supremo motivo para sua pesquisa deve ser um desejo ardente de BENEFICIAR a HUMANIDADE, desprezando a si mesmo para TRABALHAR PARA OUTROS. Este é o “saber artístico” que faz nascer o mais valioso de todo o saber, isto é, A SABEDORIA uma combinação de cabeça e o coração.

Devemos primeiro procurar compreender o conhecimento inferior antes de podermos aspirar com sucesso ao conhecimento superior. Intentar conhecer os Mundos Invisíveis e os veículos sutis, tendo pouco conhecimento dos veículos com os quais trabalhamos diariamente e do ambiente em que vivemos, é rematada tolice. É por isso que para nós é essencial a construção de um CORPO SÃO. Subamos a escada com segurança, degrau a degrau, não tentando um novo passo enquanto não estivermos perfeitamente seguros e equilibrados no lugar em que nos encontramos.

A maioria dos nossos fracassos na vida, provém de tentarmos obter as coisas antes de estarmos preparados para elas, “avançando o sinal”, por assim dizer, pois estamos numa época de impaciência e não podemos nem sabemos esperar. Tais nascimentos prematuros, sendo contrários à natureza produzem penas sofrimentos e tristezas.

Devemos também lembrar-nos que o conhecimento traz consigo a RESPONSABILIDADE, pois “a quem muito é dado, muito será EXIGIDO” (Lc 12:48). Se persistirmos em usar nosso conhecimento egoisticamente, nossa magia se transforma de branca em cinzenta e depois em negra, e por fim é-nos retirado, a menos que nos arrependamos enquanto é tempo.

O saber pode ser definido como conhecimento prático, dependendo, portanto, da capacidade mental individual, que é um produto da Mente. A Mente foi dada ao ser humano na Época Atlante para que ele tivesse propósito para agir na Época Ariana, foram desenvolvidos o pensamento e a razão pelo trabalho do Ego através da Mente, para conduzir o Desejo por caminhos que o levassem à obtenção da perfeição espiritual, meta da evolução.

Esta faculdade de pensar e de formar ideias, obteve-a o ser humano a expensas do controle sobre as forças vitais, isto é, as forças da natureza.

Nós, como Egos, agimos diretamente na substância sutil da Região do Pensamento Abstrato, que temos especializada dentro da periferia de nossa aura individual. Daí vemos as impressões causadas pelo mundo exterior sobre o Corpo Vital por meio dos sentidos, juntamente com os sentimentos e emoções gerados por essas impressões no Corpo de Desejos e REFLETIDAS NA MENTE. Dessas imagens mentais formamos nossas conclusões na substância da Região do Pensamento Abstrato. Tais conclusões são as IDEIAS. Pelo poder da vontade projetamos a ideia através da Mente, onde ela toma forma concreta como PENSAMENTO-FORMA atraindo em torno de si substância mental da Região do Pensamento Concreto. Pela atividade desses pensamentos-forma nós adquirimos o que designamos por CONHECIMENTO.

O Espírito, por meio da parte da força sexual ou ENERGIA CRIADORA dirigida “para dentro”, construiu o cérebro para acumular CONHECIMENTO do Mundo Físico. Essa força é a que, ainda hoje, constrói e alimenta o cérebro. A força que é exteriorizada com o propósito de criar outro ser chamamos AMOR. O ser humano exterioriza somente parte do seu Amor; o resto ele conserva egoisticamente para construir seus órgãos de expressão internos para aperfeiçoar-se. Com parte do seu poder anímico criador ele, egoisticamente, ama outro ser porque deseja sua cooperação na propagação. A outra parte do seu poder anímico criador ele utiliza para pensar, porque DESEJA CONHECIMENTOS.

Atualmente a Mente pode apenas modelar essas imagens, pois está no grau de evolução “mineral”; criar VIDA está fora do poder do ser humano até que sua própria Mente se torne VIVA.

No Período de Júpiter a Mente humana será vivificada em certa extensão e então o ser humano poderá imaginar formas que VIVAM e cresçam como as plantas. No Período de Vênus, quando a Mente humana tenha adquirido SENTIMENTO, o ser humano poderá criar coisas vivas que cresçam e “sintam”. Finalmente a perfeição humana será atingida no final do Período de Vulcano e o ser humano poderá “imaginar”, trazendo à “existência” criaturas que vivam, cresçam, sintam e pensem. O ser humano terá adquirido completo PODER ANÍMICO e MENTE CRIADORA como fruto de sua peregrinação pela matéria. Avançou da impotência à onipotência, da ignorância à Onisciência.

Logo, a arte de conhecer é o aformoseamento da Mente, à medida que o ser humano transmuta o Corpo em Alma e a Alma em Espírito.

Esta parte do ano é aquela em que estamos a meados da última parte da TRINDADE CRIADORA, enquanto o Sol atravessa o Signo intelectual de Gêmeos. Este ano já passamos pelas criações do Espírito Humano (Jeová) por meio de Áries; pelas criações do Espírito de Vida (Cristo) por meio de Touro e agora estamos sujeitos às criações do Espírito Divino (o Pai) por meio de Gêmeos; assim o Corpo, a Alma e o Espírito são, respectivamente, criados.
É essencial que o Princípio Paterno aja pelo Princípio Jeovístico, ou seja, pelo Confortador que agora está conosco.

Agora é, portanto, a ocasião em que a Mente em evolução deve receber maior consideração, o que bem pode ser feito pela prática de pensar NOS OUTROS E PARA OS OUTROS. A Ordem do Dia é: “trabalhar para que a Mente egoísta se torne altruísta em suas atividades”.

Tendo a Mente surgido do poder criador da força sexual transmutada em poder anímico pelo AMOR, isto se torna na “chave mágica” pela qual a Mente pode evoluir. O Amor foi a grande dádiva que nos fez Cristo, o Espírito da Vida, o qual, por seu poder, produz a Alma Intelectual, resultado do CONHECIMENTO adquirido por intermédio do Corpo Vital, que é a base por onde o Aspirante principia. Logo, a Arte de Conhecer oportunamente nos elevará com o Cristo até o Pai nesta parte especial do ano.

“Apenas uma coisa o mundo necessita: SABER. Apenas um bálsamo existe para as dores humanas, apenas um caminho conduz aos céus: SIMPATIA E AMOR” (Credo ou Cristo do livro Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel).”.

“Por isso o Pai me ama, porque eu dou a minha vida para reassumir” (Jo 10:17).

(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 08/79 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Vigilância e Oração

Vigilância e Oração

Não se pode deixar as coisas acontecerem à vontade em nossas vidas. Temos que ter o controle de nossas vidas nas mãos. Mesmo aquilo que não se pode mudar, pode pelo menos ser atenuado, pela atenção e o cuidado que dermos ao fato. Isso faz com que nos tornemos mais atentos de nossas coisas, mentalmente mais ativos. Mesmo as pessoas com quem convivemos diariamente ou mesmo acidentalmente, podem ter suas atitudes para conosco controladas, se soubermos tomar as rédeas das situações.

Já explicaremos isto: quando se diz que devemos amar a nossos irmãos, não significa que nos tornemos tolerantes em relação a todas as pessoas que nos cercam. Amar não é aceitar a um e outro com seus erros, suas implicâncias, com todos os seus desafios. Amar é saber controlar a situação, de tal modo, que nós não ajamos errado em relação aos outros, mas também, da mesma forma, não permitamos que eles procedam errado conosco.

Porque só assim estaremos cumprindo o mandamento de amar-nos uns aos outros, e, principalmente, de amar ao próximo como a nós mesmos, e não MAIS do que a nós mesmos. É acertando estas disparidades que equilibramos a nossa vida.

Quando, por exemplo, sentimos que amanhecemos contrariados, com ou sem razão aparente, e reconhecemos que nossos Astros devem estar adversos, atentemos para a renovação de nossos valores, procurando nos fixar no BEM e no CERTO. Não se deve deixar a situação piorar em torno de nós ou em nós mesmos, ao ponto de não ter mais forças para orar, como muitas pessoas, às vezes, ficam. Deixam então que o nervosismo tome conta e não encontram refúgio nem mais em Deus.

Só chegaremos a este ponto crucial, se nos faltar a vigilância, a permanente atenção ao que se passa conosco, com o que sentimos, às vezes, já no início do dia. Temos que evitar, se possível, sair à rua quando estivermos negativos, porque este descuido poderá facilitar e até atrair algum acontecimento desagradável e até prejudicial.

Reajustemos primeiro nosso estado de espírito no Bem, através da oração, de um pequeno relaxamento, de uma curta meditação, antes de qualquer iniciativa, quando isto acontecer.

Melhor é orar diariamente, entregando-nos a Deus, e pedir-Lhe que tome conta de nós, sem esperarmos pelos maus momentos para só então rogar proteção. Porque se facilitarmos, afrouxando o cuidado com nosso equilíbrio interno, acabaremos agravando a situação de abandono a Deus e vamos aos poucos nos separando de Sua Presença. Ele está sempre em nós, mas nós devemos estar sempre n’Ele. E é este cuidar-se permanente para estarmos com o pé na linha reta, que nos aproxima de Deus e nos coloca permanentemente a Seu lado. Estar em Deus é isso mesmo: vigilância e oração.

Quanto às causas de nossos desajustes que julgamos, às vezes, imprevistos, bem podem ter origem em coisas simples e malfeitas, até numa raivinha de véspera, alguma crítica mental menos bondosa, enfim, qualquer coisa que se possa ter feito contra a ordem natural das coisas, contra as leis da natureza que são Deus. Porque viver certo é um modo-contínuo que não pode ser quebrado a fim de conservar a harmonia, o que se consegue pela vontade atuante e permanente no Certo que é Deus.

Por isso, o que tanto se fala e se aconselha sobre o Amor ao semelhante, não deve ser encarado como algo longínquo e transcendental.

O amor é algo bem próximo de nós, efetivo e constante, e depende da nossa própria atividade, até na defesa dos nossos interesses. Porque, procurando estar equilibrado, atentos para não errar, por nossa segurança e pela dos outros, certamente esta preocupação nos levará a bem viver com o próximo. E este bem viver, essa tentativa de acertar permanentemente, é Amor.

(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 08/79 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Livrando-se de todo o pensamento indigno e de sentimentos sem bondade ou amor

Livrando-se de todo o pensamento indigno e de sentimentos sem bondade ou amor

Poucos compreendem ou tem alguma ideia do poder do pensamento. Mesmo os que costumam cuidar de suas palavras, amiúde se descuidam de seus pensamentos, crendo que, enquanto não os expressam, eles de nada valem. Mas o pensamento se difunde pelo mundo com maior força do que a palavra proferida.

A diferença é que essa se dirige à Mente consciente e o pensamento impressiona a Mente subconsciente. O pensamento vibra muito mais rapidamente que a palavra e abarca, em poucos momentos, o que levaria centenas de palavras para ser expressa. Desconhece ele os limites do tempo e espaço.

O rádio nos revelou as maravilhas da vibração, que é a lei de toda a manifestação material. Há poucos anos, acreditávamos ser impossível a comunicação sem alarmes transmissores, mas agora o rádio demonstra o contrário.

O pensamento é criador. Produz nos Éteres “pensamentos-formas” que chegam a ser arquétipos ou moldes para fatos ou objetos que mais tarde aparecem no plano físico. Nada existe materialmente, que não haja sido concebido pelo pensamento. Nada sucede por casualidade. Diz-se “é minha falta de sorte”quando, na realidade se deveria dizer “são meus maus pensamentos”.

O pensamento atua sempre repleto de sentimentos e emoções e a influência destes é imensa. A qualidade dos sentimentos influi grandemente na saúde, na felicidade e no êxito, bem como nas condições que nos rodeiam, pois “os semelhantes se atraem”. Emoções fortes como o ódio, inveja, amargura, ansiedade, ciúmes, etc., injetam no sangue algo que altera a ação, especialmente do fígado, e, consequentemente, a digestão e todo o corpo. É necessário dominar os pensamentos e emoções pela força de caráter.

A religião Cristã nos ensina esse dever e, por meio de Cristo Jesus, nos proporciona os meios de fazê-lo. É certo que algumas de nossas dificuldades provêm de nossas vidas anteriores e, talvez, nos sejam inevitáveis. Mas Deus, nosso Pai, é misericordioso e nos perdoa.

É bom esquadrinhar toda nossa vida passada para, se possível, descobrirmos qualquer sentimento inconfessável e dele nos libertarmos. Uma injustiça ainda não reparada, o ressentimento de uma experiência amarga ainda não esquecida, pode ficar como uma infecção na alma e causar enfermidades.

As emoções de puro amor e prazer natural de uma vida boa, exercem também enorme e benéfica influência. Temos de retirar do coração toda a perturbação e livrá-lo de todo o pensamento indigno e sentimentos sem bondade ou amor, até gozar a pureza de um coração receptivo da radiante vida divina. Perceberemos então um descanso indescritível.

(de Maria José A.S. de P. Coimbra, publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 06/79 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Caminho do Aspirante: está disposto a se submeter a tal disciplina?

O Caminho do Aspirante: está disposto a se submeter a tal disciplina?

O amplo esquema de filosofia exposto pelos Rosacruzes é perfeitamente acessível a todos aqueles desejosos de compreender as leis cósmicas.

É bem verdade que nem tudo pode ser comprovado de imediato, porquanto a fonte de muitos ensinamentos se encontra nos planos internos da natureza. Somente os indivíduos mais avançados, cujo desenvolvimento lhes propicia a oportunidade de investigar “do outro lado”, possuem o “conhecimento direto”.

Seus relatos, entretanto, merecem toda confiabilidade. Seu acesso à chamada “Memória da Natureza” é consequência de uma vida pura e altruísta, única forma segura de sensibilização dos veículos e despertamento das faculdades extra-sensoriais. São, portanto, seres idôneos.

A maior parte dos neófitos em ocultismo aprende por meio do conhecimento indireto. “Vivendo a vida” poderão, um dia, adquirir a capacidade de penetrar e perceber os planos internos. Por ora, seu amadurecimento interior lhe indica a verdade contida em um propósito. Além disso, também se valem da analogia e da observação da natureza. 

Este, por conseguinte, é o primeiro passo do estudante Rosacruz.

Nenhum ensinamento espiritualista tem valor real se não for capaz de promover uma reforma interior. O estudante deve tentar ascender um degrau acima do simples estudo intelectual. Cabe-lhe — se se tratar de um autêntico idealista — pôr em prática os conhecimentos hauridos ao longo de cursos, conferências e leitura das obras Rosacruzes.

Cada um poderá fazê-lo a seu modo, se reorientando, traçando novas diretrizes. A Escola Rosacruz respeita a liberdade de todos. Quando muito indica, sugere e mostra alternativas. Nosso exemplo maior, quanto a esse comportamento, são os próprios Irmãos Maiores que “nunca dão ordens, não censuram e nem elogiam”. Não fazem pelo aspirante, o que este pode e deve fazer por si mesmo. É mais sábio ensinar “alguém a plantar do que lhe dar alimentos”, parafraseando um milenar provérbio chinês.

Mesmo assim, tomamos a liberdade de adiantar alguns subsídios a respeito da aplicação, no cotidiano, dos ensinamentos Rosacruzes. Em primeiro lugar, é de bom alvitre zelar pelo bem-estar do Corpo Denso. É o mais antigo dos veículos do espírito, e, atualmente, o mais importante como meio de expansão da consciência. Os outros veículos são, também, importantes. Não tendo alcançado tal nível de aperfeiçoamento, sua utilidade não pode se comparar com a do primeiro.

Uma alimentação pura e adequada à constituição do aspirante, ar puro, higiene, exercícios físicos moderados, temperança, formam um conjunto disciplinador indispensável a consecução desse objetivo.

Além disso, a aplicação prática dos sagrados conhecimentos transmitidos publicamente por Max Heindel abrange, também, uma vivência de ordem superior.

O que entendemos por uma “vivência de ordem superior”?

É um estilo de vida em que as coisas do Espírito ocupam um lugar preponderante. É o cultivo da leitura edificante como veículo de informação e formação; é a dedicação ou apreciação das artes em sua expressão mais elevada; é a admiração aos ideais superiores e caracteres nobres; é o respeito a todas as ondas de vida em manifestação e reverência à própria natureza. Enfim, consiste viver em harmonia e integração com o próprio Cosmos.

A Fraternidade Rosacruz oferece um método de realização espiritual. Esse método compreende alguns exercícios imprescindíveis à organização dos veículos internos. O aspirante deve praticá-los de uma forma sistemática, consciente e sincera. Logicamente chegará a resultados definidos pela observância de todos esses preceitos.

Porém, só o fará com segurança se temperá-los com as práticas devocionais, onde a oração ganha um destaque especial.

Pela prática devocional, dia a dia, o sentimento de unidade com todas as coisas e seres se consolida no coração do aspirante. Brota-lhe, dessa forma, um incontido amor, traduzido no máximo ideal de todo Cristão: SERVIR.

A todos aqueles que anseiam, às vezes até impacientemente, pelo conhecimento direto, perguntamos: estão dispostos a se submeter, consciente e voluntariamente, a tal disciplina, por mais dura que possa parecer?

Se a resposta for afirmativa, de uma coisa podem estar certos: sua caminhada será árdua; algumas vezes ver-se-ão tentados a desistir; mas superados paulatinamente os obstáculos, conquistarão uma paz inefável, impossível de ser oferecida pelo mundo.

Contudo, não desejarão desfrutar dessa gloriosa paz. Sensíveis ao sofrimento da humanidade, renunciarão a todo e qualquer galardão, pelo privilégio de continuar servindo ao próximo.

(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 10/79 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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