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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Fatores Determinantes na Seleção de Alimentos

São muitos os fatores que determinam a seleção alimentar. Como não há no mundo duas pessoas iguais, a alimentação deve ser individual, pois os tipos de alimentos requeridos, bem como a quantidade deles, dependem das mais variadas condições, tais como altura, peso, clima, estação do ano, grau de metabolismo e estado de saúde, condições das glândulas do corpo, temperamento individual, idade, grau de crescimento de crianças, quantidade de sono e de exercícios físicos.

Outro fator importante chamado, geralmente, de “psicologia da digestão” é aquele que inclui o estado mental do indivíduo no momento de comer e o prazer derivado do alimento.

Devemos evitar comer alimentos sólidos quando sob qualquer tensão emocional, como preocupações, medos ou aborrecimentos, ou quando estivermos demasiadamente cansados, ou sob outro qualquer desconforto. O alimento, para ser benéfico, precisa ser saboreado a fim de que sua assimilação seja completa. Enquanto os gostos por certos alimentos precisam ser adquiridos, a aversão a algum, em particular, pode ser uma advertência natural contra esse alimento ou contra sua combinação com outros. Todavia, devemos recordar que gosto é uma questão de educação e hábito, e toda pessoa saudável pode e deve aprender os benefícios que cada alimento oferece ao corpo, alimentando-se das verduras, legumes, cereais e frutas.

(Publicado no Ecos da Fraternidade Rosacruz de São Paulo – SP de setembro-outrubro/1998)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Trabalhemos…não nos preocupemos!

Trabalhemos…não nos preocupemos!

Há quem diga que o mundo não necessita de seres humanos preocupados, mas sim de ocupados. Há um fundo de verdade nisso. Só a atividade abre canais de solução.

A vida tornou-se complexa, exigindo ação enérgica para a suplantação dos obstáculos. Os desafios do quotidiano encontram os seres humanos, em sua grande maioria, despreparados para enfrentá-los. Assim, não raro, estampam no rosto a marca do desespero, da ansiedade, do ceticismo. Carecem de uma estrutura espiritual capaz de sobrepô-los aos problemas existenciais.

Faz-se muito alarde de crises nos dias atuais, a ponto de imaginarmos que a convivência com elas representa a normalidade da vida. Crises econômicas. Crises políticas. Crises morais. As manchetes dos jornais não cansam de proclamá-las.

Analisado, o problema, sob o prisma essencialmente materialista, não nos deixa conclusões alentadoras.

Mas, à luz do espiritualismo, as coisas se apresentam de outra maneira. O que corrói a humanidade, realmente, é uma crise de FÉ. Esta é a verdadeira crise. O ser humano vive preso de temores, quase sempre infundados. Por descrer na ação equilibradora de Forças Superiores, acaba sofrendo contínuos abalos em sua existência.

Ora, se “em Deus vivemos, nos movemos e temos o nosso ser” – e isso os ocultistas admitem como uma verdade axiomática – não podemos nos conceber dissociados do TODO. Somos células vivas do Grande Corpo Divino. Além disso, estamos sujeitos a leis imutáveis, cuja ação promove a harmonia universal. Então, porque imaginarmo-nos apartados desse processo? Deus está em nós, e a recíproca é verdadeira. Max Heindel vai mais longe ainda, quando afirma “que Deus evolui por nosso intermédio”.

Diante disso, não é sensato duvidar da Divina Presença em todos os seres da criação.

Deus mora, vibra, palpita em todas as pessoas. Se elas não O manifestam em suas vidas, é porque se fecharam à Sua ação. E se se mantiverem refratárias ao fluxo de Sua “seiva”, por certo provocaria um desequilíbrio e o consequente sofrimento.

Eis uma verdade fundamental: Deus encontra-se presente em cada um de Seus filhos, como atuante e poderoso auxílio. Foi-nos destinado um caminho luminoso, ascensional, transbordante de plenitude. Nossa meta é a perfeição. Os fatos que nos envolvem, nossos êxitos e fracassos, alegrias e tristezas, lutas e desafios, constituem eterno convite para a PERFEIÇÃO. Dão sabor à nossa vida. Porém, quantos já se sensibilizaram a essa realidade?

A consciência da Divina Presença em nós afasta a possibilidade de qualquer preocupação, porque esta resulta de um temor, de uma dúvida, de uma hesitação. A certeza de Deus em nós elimina qualquer sentimento negativo. São Paulo apóstolo dizia: “Se Cristo é por nós, quem será contra nós?”

O temor contrapõe-se à fé. E a sua negação. Devemos, portanto, substituí-lo por sentimentos positivos, conservando uma inabalável confiança na Providência Divina.

É possível que, às vezes, deixemo-nos desgastar com preocupações, por causa de problemas financeiros, de saúde, etc. É importante libertarmo-nos desses cuidados.

Cabe-nos o empenho em resolvê-los, sem, contudo, deixarmo-nos envolver pela ansiedade.

É necessário ver a mão de Deus em todos os acontecimentos e circunstâncias, sempre laborando por tudo aperfeiçoar. Onde a maioria só encontra dúvida e confusão devemos perceber a força da Divina Sabedoria. Onde os problemas e o sofrimento parecem dominar, devemos vislumbrar o poder de Deus em ação. Onde antigamente só lamentávamos a enfermidade, hoje procuremos ver as leis naturais agindo para restabelecer o equilíbrio rompido pela ignorância humana. Em tudo devemos ver a Divindade.

Às vezes é necessária uma fé inquebrantável para acreditar que todas as coisas estejam contribuindo para o nosso bem. São momentos decisivos, a provar nossa convicção. E quando tomamos a consciência de que não devemos apenas aguardar confiantemente as leis operarem, senão que é necessário colaborarmos com elas através da sabedoria e do poder do Espírito em nós. Devemos agir serenamente, seguros de que nossa cooperação produzirá um BEM final.

Portanto, a atitude assumida nunca deve ser de passividade. Cumpre conservar-nos sempre ativos e atentos, trabalhando incansavelmente na Seara do Cristo. Isso só é possível quando nos elevamos acima da humana conceituação das coisas, aprofundando nossa visão a respeito de tudo que nos rodeia.

Há um propósito superior na vida de cada ser: o constante aprimoramento de suas potencialidades. Todas as coisas tendem a melhorar, a encontrar a sua exaltação. Donde infere-se que o pecado e o sofrimento são anomalias na natureza. Libertemo-nos deles, assumindo nossa verdadeira identidade, espiritual por excelência.

Não nos preocupemos. Trabalhemos.

(Publicado na revista ‘Serviço Rosacruz’ – 10/1978)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Ansiosa Solicitude pela Vida

A Ansiosa Solicitude pela Vida

“Por isso vos digo: Não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber, nem pelo vosso corpo quanto ao que haveis de vestir. Os mundanos é que procuram todas estas coisas. Contudo, vosso Pai Celeste sabe que necessitais de todas elas. Buscai, pois, e em primeiro lugar Seu reino e Sua justiça e todas as demais coisas vos serão dadas por acréscimo. Não vos inquietais, portanto, com o dia de amanhã”. (Mt 6:25-34).

Preocupação com o imediato, com os anos vindouros ou com as próprias condições no crepúsculo da existência.

Não importa. A maioria de nós experimenta essa ansiedade, essa insegurança, esse medo do futuro, em nossa trajetória pelo mundo.

Muitos impõem-se um sistema de economia ou austeridade que chega às raias da avareza, privando-se a si próprio e aos seus dependentes até das comodidades mais básicas, para não ficarem sujeitos a privações no futuro: este o pensamento, esta a intenção. Jamais nos passa pela cabeça nesses dias de ansiosa solicitude pela vida, que todo ser humano é um importantíssimo filho do zeloso Provedor Universal, que fornece permanentemente de tudo aos “armazéns cósmicos” e a esta “praça consumidora” terráquea com a mais infalível pontualidade. E não percebemos também pouco que se o cuidadoso e indefectível Provedor alimenta, veste e até adorna os quadrúpedes, as aves e flores dos campos, quanto mais a nós, por quem Seu próprio Filho sacrificou-se um dia e continua se sacrificando anualmente!

E foi Ele quem recomendou certa vez que nos mantivéssemos tranquilos quanto ao dia de amanhã. Como elevadíssimo Iniciado, sabia quão prejudiciais são o receio e a ansiedade à nossa saúde e ao nosso progresso; sabia que a cada momento de preocupação uma parcela de nossa saúde se esgota, um pouco do nosso tempo é perdido, parte da alegria de viver se desvanece e muito do nosso progresso espiritual – talvez também o material – estaciona; e sabia, finalmente, o quanto atraímos para nós aquilo que de bom desejamos ou o de que precisamos somente por confiar em Deus – ou em que Deus jamais deixa faltar nada àqueles que aos Seus cuidados se entregam.

“O justo não mendigará o pão”, registrou Salomão.

E o que significa ser justo? Muitos séculos depois do registro dessa Verdade, mas já no Sermão da Montanha, Cristo a esclarece esotericamente na exortação: “Buscai primeiramente o reino de Deus e Sua justiça e todas as demais coisas vos serão dadas por acréscimo”.
Aí está.

Aquele que procura ver além da matéria, que busca as coisas do espírito (“o reino de Deus”), procurando ao mesmo tempo conhecer as leis suprafísicas (“Sua justiça”) que regem a vida evolucionante e vivendo consoante elas, passa a ter – por força dessas mesmas leis tudo a seu favor, como se o Universo inteiro iniciasse uma tácita cooperação efetiva com ele.

O Iniciado de Tarso esclarece mais uma vez e com outras palavras: “Todas as coisas colaboram para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por Seus decretos” (leis). Ora, como amar ao próximo (a quem vemos) é o mesmo que amar a Deus (a quem não vemos); e como em linguagem esotérica “ser chamado” é o mesmo “que ser atraído” (considere-se a Lei de Atração do Semelhante), as palavras de São Paulo na Epístola aos Romanos (8:28) podem ser lidas assim: “Todas as circunstâncias favorecem àquele que ama ao seu semelhante e se harmoniza com as leis universais, de tal modo que nada lhe poderá faltar”. Isso não é uma promessa milagrosa, como se pensa há séculos. Não existe milagre. É muito, e muito mais. É a “mecânica” das leis universais em pleno funcionamento, atuante desde os primórdios dos mundos; leis vibrantes em cada átomo das matérias físicas e suprafísicas; sábias, justas, onipresentes e infalíveis. “Causa e Efeito”, “Dar e Receber”, “Atração do Semelhante”, entre outras. É pois mais que um aval dos céus: é uma CERTEZA!

Percebe aí o amigo leitor quanta confiança esse sopro de Verdade pode infundir no sincero “Siegfried” dos nossos dias – dias de contagiante medo, ansiedade, incertezas e carências materiais e espirituais – ou no ser humano que se volta para as coisas superiores do espírito em qualquer tempo? É de fato impressionante! Maravilhosamente impressionante!

A Sabedoria Ocidental ensina: “É lei da Natureza que nossa atitude confiante favorece os nossos propósitos quando desejamos alcançar alguma coisa”. O admirável porta-voz dessa Sabedoria, valendo-se do exemplo de sua própria vida quando lutava arduamente para fundar e manter a Fraternidade Rosacruz em Oceanside, escreveu algures: “Asseguro-lhe que falo por experiência própria quando advogo o viver pela fé, porque tenho trabalhado duramente e me mantido rigorosamente nesses labores, dia após dia. Apesar disso minha vida é um gozo contínuo nunca interrompido por pensamentos de aflição sobre necessidades materiais ou pela falta de dinheiro para continuar e terminar minha tarefa. E nos anos que transcorreram desde que comecei a viver pela fé, meus recursos se tornaram muito mais amplo do que naqueles dias em que costumava me preocupar”.

Aí está. Isso é FÉ, isso é VIVER. Max Heindel comprovava realmente na prática a Verdade registrada por antigos Iniciados no Livro de Habacuque, Capítulo 2, Versículo 4 e citada pelo Apóstolo na Epístola aos Romanos (1:17): “O justo viverá pela fé”.

Complemento dessa CONFIANÇA EM DEUS, o cultivo do AMOR AO PRÓXIMO ajuda-nos, sobremaneira, a afastar o medo, a ansiedade, ou a ansiosa solicitude pela vida. Em parte, porque a natureza desse Amor é de tal sublimidade que nos eleva a pararmos onde impossível é lembrarmos de nós mesmos. E em parte porque – já que amar o semelhante é o mesmo o que amar a Deus – esse Amor é perfeito e sabemos que “O Amor perfeito lança fora o temor”, como escreveu o evangelista.

Também ajuda bastante a afirmação diária (ao acordar de manhã e ao dormir à noite) de verdades como: “Eu e meu Pai somos UM”; “Tudo posso n’AqueIe que me fortalece” (Fp 4:13); “‘Se Deus é por mim, quem será contra mim?” (Rm 8:31) e “O Senhor é meu Pastor, não me faltará” (Sl 23:1), na convicção de que “O homem nada recebe que não venha do céu” (Jo 4:27). Ajuda principalmente nos “dias de nossas fraquezas”.

(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 09/88 – Fraternidade Rosacruz)

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