Sabemos que a partir do momento que nascemos aqui começa o processo de dureza e solidificação do nosso Corpo Denso, surgido no primeiro estágio visível de existência. Se temos a Graça de Deus, passamos através dos diferentes estágios da vida aqui na Terra: infância, adolescência, juventude, virilidade e senilidade (também chamada de terceira idade), até chegar uma mudança denominada morte.
Com todos nós, os ossos, tendões, as cartilagens, os ligamentos, tecidos, as membranas, a pele e, até o estômago, os pulmões e outros órgãos internos sofrem uma gradual densidade e solidificação. As articulações vão se tornando rígidas e secas, começam a ranger com o movimento. O fluído sinovial que as lubrifica e abranda vai diminuindo em quantidade e qualidade, e vai se transformando em uma densidade viscosa e gelatinosa e perde a eficiência para aquilo que foi feito: lubrificar.
Órgãos importantíssimos para o nosso Corpo Denso, como o coração, cérebro, todo o sistema muscular, a medula espinhal, nervos, olhos, ouvidos, pele, participam do mesmo processo de solidificação, se tornando cada vez mais duros.
Milhões e milhões dos diminutos vasos capilares, que se ramificam como os ramos de uma árvore através de todo o nosso Corpo Denso, se cerram gradualmente e se transformam em fibras sólidas, por onde o sangue já não pode passar com toda a fluidez que passava. Os vasos sanguíneos maiores, as artérias e veias, também endurecem, perdem a elasticidade, se estreitam, incapazes de levar a quantidade necessária de sangue.
Os fluídos do Corpo Denso e a linfa se tornam viscosos e impuros, carregados de matéria que não deveria estar lá nessa quantidade. A pele fica amarelada, seca e áspera. O cabelo e os pelos do nosso Corpo Denso cai ou enfraquecem por falta de gordura. Os dentes se cariam, se enfraquecem e com a baixa eficiência das gengivas se desprendem por falta de gelatina. Os nervos motores começam a secar, os sentidos se debilitam e os movimentos se tornam pesados e lentos. A circulação do sangue se retarda, se paralisa e se coagula nos vasos.
Enfim os Corpos Densos, depois de serem elásticos, cheios de saúde, flexíveis, ativos, sensitivos, ficam tardos, rígidos, insensíveis e, finalmente, se morre de senilidade, se temos a Graça de Deus de chegarmos nessa fase da vida.
Do ponto de vista físico, a solidificação do nosso Corpo Denso é, principalmente, um crescente depósito de: fosfato de cálcio (substância dos ossos), carbonato de cálcio (giz comum), sulfato de cálcio (gesso), ocasionalmente, um pouco de magnésio e uma quantidade insignificante de outras matérias terrosas.
A única diferença entre o Corpo Denso de uma criança e o Corpo Denso de uma pessoa idosa é a maior densidade, dureza e rigidez, causadas pela quantidade de matérias terrosas, calcárias, depositadas no Corpo Denso da pessoa idosa. Os ossos Corpo Denso de uma criança são compostos de três partes de gelatina para uma parte de matéria terrosa. Na pessoa idosa a proporção é inversa.
Qual é a fonte desse acúmulo de matérias que produz a morte? Como o Corpo Denso é nutrido pelo sangue, qualquer substância nele existente deve ter estado primeiramente no sangue. A análise mostra que o sangue tem substâncias terrosas da mesma classe dos agentes da solidificação.
Devemos notar que o sangue arterial contém mais substâncias terrosas do que o sangue venoso. Isto é sumamente importante, porque demonstra que em cada ciclo o sangue deposita substâncias terrosas. Por consequência, o sangue é o veículo das substâncias que destroem o sistema. A quantidade de matérias terrosas nele contida renova-se, pois, do contrário o trabalho de solidificação não continuaria. Como se renova essa mortífera carga? Só pode haver uma resposta: pelo alimento e pela bebida. Não pode tomá-la de outra fonte!
Assim, quando entramos na fase de senilidade temos que alterar alguns hábitos na nossa alimentação. Sabemos que a alimentação é uma coisa tão individual que não é possível estabelecer regras fixas. Um profissional de saúde é a pessoa mais indicada para prescrever os alimentos necessários para cada um de nós. Mas, há regras gerais que devem ser seguidas quando chegamos a essa fase da vida que chamamos de senilidade. Vamos a algumas:
Primeiro – A debilidade do aparelho digestivo nas pessoas idosas é uma realidade, bem como a menor capacidade de absorção do Corpo Denso.
Segundo – Os componentes dos alimentos não devem ser ricos em celulose, fibras de vegetais, que não são facilmente absorvidos. É aconselhável não abusar de alimentos que propiciam a formação de gases intestinais.
Terceiro – O volume das refeições deve ser diminuto, evitando o empanzinamento do aparelho digestivo.
Quarto – Cautela com o uso de gorduras: estas devem figurar nos cardápios apenas em doses mínimas; porque retardam à digestão, preferindo-se o uso de gorduras de origem vegetal, porque, segundo dizem consagradas autoridades. Elas podem provocar o aumento do colesterol, predispondo à arteriosclerose.
Quinto – A pessoa idosa deve dar a máxima importância ao uso de sais minerais e vitaminas que devem ser naturais.
Sexto – Cautela com o uso e abuso do sal. Esse condimento em doses altas pode provocar edemas, inchações e até a hipertensão arterial.
Sétimo – O uso do leite, ovos, feijão e queijo devem ser reduzidos; portanto, de consumo moderado.
Oitavo – A pessoa idosa não deverá de forma alguma ficar inativa. Nada de preguiça, devendo, portanto, movimentar-se de acordo com a idade.
Nono – Se a pessoa idosa não adotar essas medidas, pode ocorrer o aparecimento da obesidade. E a obesidade da pessoa idosa é uma condição que predispõe a várias doenças próprias da idade avançada, como sejam: arteriosclerose, hipertensão, enfermidades hepáticas, doenças do coração e outras afins.
Décimo – Para garantir a longevidade sadia é preciso não ser glutão, não comer demais.
A principal regra da alimentação da pessoa idosa consiste na temperança e frugalidade.
A pessoa idosa não deve seguir a norma prussiana: de manhã comer como um rei, almoçar como um príncipe e jantar como um mendigo.
Prudência, cuidado e cautela com as refeições copiosas nesse último estágio da vida.
Que as rosas floresçam em vossa cruz
Foram os trabalhos de Eijkmann (em 1884), de Grijns (em 1901) e de Funk, sobretudo, (desde 1911) que culminaram no descobrimento das vitaminas das quais se pode dizer que revolucionaram os dados da dietética. Conhece-se atualmente uma vintena de vitaminas, mas o público em geral não se interessa senão por uma dezena delas, pertencentes aos dois grupos: lipossolúveis (solúveis em gorduras; A, D, E, K) e hidrossolúveis (solúveis em água: B1, B2, B6, C, F, H, P, PP).
Como se sabe, as vitaminas não figuram entre os alimentos energéticos, não constituindo, assim, fonte de calorias. Tampouco são elementos reconstituintes. São, porém, por excelência, “alimentos funcionais” que acompanham a ação dos protídeos (alimentos azotados), dos lipídios (matérias graxas) e dos glicídios (feculentos e açúcares), aos quais servem de “ativadores”; isto é, promovem e ativam a combustão. Têm sido comparadas à faísca produzida pelo magneto, em um motor de explosão.
As necessidades de vitaminas do organismo variam de um para outro indivíduo, bem como no mesmo indivíduo, na proporção do esforço que efetua. O estado de saúde, bem como a idade e o sexo, tem também a sua influência (em caso de febre intensa, por exemplo, as necessidades de vitamina C são nitidamente mais elevadas).
A quantidade de vitaminas necessárias ao organismo não é muito elevada: de 0 mg a l mg para a vitamina A; de l,5 mg a 8,5 mg para a vitamina B1; de 2 mg a 3 mg para a vitamina B2; de 5 mg a 15 milésimos de miligrama para a vitamina D; etc.
Apenas a vitamina C é uma exceção. São precisos aproximadamente 60 mg para uma criança de 8 anos, 100 mg para o adolescente, 75 mg para o adulto, 100 mg para a gestante, 150 mg para a lactante e pelo menos outro tanto para o doente com febre. Esses números não dizem tudo. Pode ser perigoso ater-se a eles de maneira absoluta, sobretudo se conhecemos ou pensamos conhecer o teor das vitaminas nos alimentos, porque o teor varia de um espécime para outro, do mesmo alimento.
A vitamina B12 é também conhecida como cobalamina e é uma vitamina do complexo B que tem um papel determinante no desenvolvimento, mielinização e função do sistema nervoso central, formação de glóbulos vermelhos, e síntese de ADN.
As manifestações do déficit de Vitamina B12 incluem sinais e sintomas hematológicos, gastrointestinais, neurológicos e psiquiátricos. Entre as consequências hematológicas, a anemia macrocítica pode ter como sintomas a fadiga, falta de ar (dispneia), e palpitações. Em relação às alterações do sistema nervoso, o défice de B12 poderá resultar na desmielinização de neurónios periféricos e centrais, que se pode apresentar clinicamente na forma de: parestesias das mãos e dos pés (sensações de formigueiro, picadas, dormência…), perda de sensibilidade periférica, fraqueza, e instabilidade a caminhar.
Mas, o esgotamento das reservas corporais de vitamina B12 pode tornar-se evidente apenas alguns anos após o início de uma alimentação pobre nesta vitamina, devido às necessidades diárias baixas, assim como devido ao facto do nosso organismo conseguir uma recaptação eficiente da vitamina B12 através da circulação enterohepática (uma pequena fração das reservas de vitamina B12 é excretada na bile, e prontamente reabsorvida, representado um mecanismo pelo qual a vitamina B12 é conservada no organismo).
As únicas fontes alimentares de vitamina B12 adequadas a vegetarianos incluem os alimentos que são fortificados com esta vitamina, tais como algumas bebidas vegetais, levedo ou levedura de cerveja ou nutricional, alternativas vegetais à carne animal, e alguns cereais.
As atuais recomendações nutricionais para a ingestão de vitamina B12 para as diferentes faixas etárias podem ser encontradas nessa tabela:
Idade | PRI (µg/dia) |
7–12 meses | 1,5 |
1–6 anos | 1,5 |
7–10 anos | 2,5 |
11–14 anos | 3,5 |
15–17 anos | 4 |
≥ 18 anos | 4 |
Gravidez | 4,5 |
Lactação | 5 |
E a quantidade de vitamina B12 (microgramas, µg) de algumas fontes alimentares por porção de consumo, e respetiva contribuição relativa face aos valores de referência para indivíduos adultos estão na tabela abaixo. Os valores dos produtos fortificados podem variar consoante a marca, devendo confirmar a quantidade na declaração nutricional do produto:
Alimentos e Porções | Quantidade de vitamina B12 (µg) |
LÁCTEOS E OVOS | |
Leite de vaca meio-gordo (1 copo, 200g) | 0,24 |
Queijo com 30 % matéria gorda (1 fatia, 18 g) | 0,32 |
Ovo (1 unidade, 59 g) | 0,59 |
ALIMENTOS FORTIFICADOS | |
Bebida vegetal fortificada (1 copo, 200 g) | 0,76 |
Alternativa ao iogurte, de soja (1 unidade, 125 g) | 0,481 |
Levedo de cerveja (1 col. sopa, 5 g) | 2,2 |
Cereais fortificados (6 colheres de sopa, 40 g) | 0,2 – 0,92 |
No que tange à eficácia das vitaminas e, por conseguinte, ao seu grau de utilização para o organismo, convém saber que as vitaminas naturais de origem vegetal possuem sérias vantagens tanto sobre as vitaminas de origem animal (com exceção da manteiga) quanto, sobretudo, as vitaminas sintéticas. As vitaminas naturais são sempre administradas em combinação com outros elementos que facilitam a sua assimilação. Além disso, parecem atuar em doses mínimas. O escorbuto, por exemplo, desaparece muitas vezes mais rápida e totalmente, depois da ingestão de suco de limão (ou de laranja), do que pela administração de doses altas de ácido ascórbico (vitamina C sintética). Não convém, assim, recorrer às vitaminas sintéticas, senão quando a isso impuser uma absoluta força maior.
Convém também lembrar que deve haver equilíbrio entre as diferentes vitaminas e que um bom equilíbrio vital não pode ser mantido sem a absorção de todas as vitaminas. A administração de uma vitamina em excesso interfere no teor de absorção de outras vitaminas. Podem resultar disso as manifestações de carência de uma ou várias vitaminas, fenômeno que o Dr. V. Bisceglie qualificou de “carência sem carência”. Com efeito, é uma carência não devida à ausência de uma vitamina, mas à sua destruição ou eliminação pelo excesso, no organismo, de outra vitamina.
As vitaminas desempenham papel útil e benéfico, com o máximo de proveito, quando se encontram em seu meio natural, em equilíbrio estável com os elementos minerais e todas as outras substâncias que, em geral, acompanham-nas. Sua ação é tanto mais eficaz quando absorvidas em intervalos bastante aproximados e em quantidades razoáveis, de preferência uma única vez, em dose elevada.
As vitaminas estão mais particularmente nas hortaliças e nas frutas cruas; mas exercemos sobre elas ação destrutiva com o cozimento, associado à ação do oxigênio, (sobretudo a vitamina C). Mas, para nos beneficiarmos, tornam-se necessárias duas condições.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de maio/1965 – Fraternidade Rosacruz – São Paulo – SP)
O lema Rosacruz “Mente Pura, Coração Nobre, Corpo São” implica a harmoniosa coordenação do Espírito, da Alma e do Corpo a fim de que essas três qualidades combinadas façam da vida uma série de felizes experiências que realizem as aspirações e confirmem as esperanças de uma vida essencialmente sã e moral.
Um eminente médico e escritor definiu assim a saúde: “uma condição que torne possíveis as alegrias mais elevadas da vida, as obras mais construtivas do mundo, os serviços para com a sociedade mais úteis; quer isso dizer, manter o Corpo e o Espírito no mais elevado nível, ser capaz de viver mais e de servir melhor, responder às aspirações que nos elevam e inspiram e nos incitam ao esforço e ao êxito”.
Para atingir o desenvolvimento das três mencionadas qualidades, são necessários três fatores: pensamento são, ação justa, alimentação conveniente.
a) Fatores que determinam a escolha da alimentação
São numerosos os fatores que determinam a escolha dos alimentos. As dessemelhanças fisiológicas fazem que “o que é nutritivo para um seja venenoso para outro”. Além disso, o gênero de alimentos e a quantidade requerida para cada um estão sujeitos a várias condições: estado das glândulas, temperamento individual, clima, estação do ano, profissão, exercício, horas de trabalho, etc.
Outro fator muito importante é o que se poderá chamar de “a psicologia da digestão”, que compreende o estado de espírito durante a refeição, o tempo gasto nela e o prazer que ela nos dá. Nunca devemos nos sentar à mesa sob a influência de uma emoção tal como o desgosto, a dor, o medo ou a cólera, ou quando temos frio, estamos fatigados, não nos sentindo bem.
É necessário encontrar prazer na alimentação para assimilá-la perfeitamente. A aversão por certos alimentos é, algumas vezes, um bom aviso. Todavia, importa lembrar que o gosto é o resultado do treinamento, do hábito e que todas as pessoas com boa saúde podem e devem aprender a comer todos os legumes e todos os frutos.
À medida que a dietética progride, um maior número de doenças se inclui na classe das desordens da digestão. É um fato bem conhecido que certos casos crônicos, tais como a doença dos fenos, a asma, o catarro ou as doenças de pele, podem curar-se por meio de dieta específica.
Não é possível formular um regime alimentar apropriado a todas as pessoas. O regime é individual e, por isso, cada um deve observar o que melhor lhe convém. Uma dieta bem equilibrada convém às pessoas que gozam de boa saúde, porque contém os necessários elementos para a manutenção do corpo.
b) Elementos nutritivos requeridos pelo corpo
A proporção desses elementos, hidratos de carbono, gordura, proteínas, é variável segundo os indivíduos, as estações do ano, a classe de trabalho, a sua duração etc.
Para o bom funcionamento orgânico do corpo, é necessário acrescentar os minerais, as vitaminas, a água e a celulose. O quadro seguinte ajudará a equilibrar os elementos nutritivos que devem estar presentes em todas as principais refeições.
ELEMENTOS PRINCIPAIS
I. Hidratos de carbono
II. Gorduras
III. Proteínas
MINERAIS
I. Ferro
II. Cálcio (cal)
1. Características: constrói os ossos, os dentes, coagula o sangue, ajuda a regularizar o metabolismo mineral.
2. Fontes: leite, queijo, cereais integrais, leguminosas, frutos, melaço (O leite é a melhor fonte de cálcio).
III. Fósforo
1. Características: forma uma parte ativa de cada célula, particularmente as do sistema nervoso; reunido ao cálcio, dá rigidez aos ossos e dentes.
2. Fontes: leite, cereais integrais, frutas, legumes, folhas dos legumes, especialmente as de cenoura.
IV. Iodo
1. Características: regulariza a ação da glândula tireoide.
2. Fontes: algas, alfaces, nabos, rabanetes, cenouras, leite de cabra.
Outros minerais, tais como o potássio, o magnésio, o enxofre, o sódio e o cloro, são elementos necessários ao corpo, mas estão de tal forma combinados no estado natural com os demais, acima mencionados, que não é preciso lhes dedicar uma atenção particular.
VITAMINAS
I. Vitamina A (fator de crescimento)
II. Vitamina B (antinevrótico)
III. Vitamina C (fator antiescorbútico)
IV. Vitamina D (antirraquítica)
V. Vitamina E (antiesterilidade que está associada à vitamina B)
VI. Vitamina G (antipelagra)
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de março/1965-Fraternidade Rosacruz-SP)
Todo sincero Aspirante à vida espiritual considera que seu Corpo Denso, o físico, é o “Templo do Deus vivente” e, em consequência, observa que é seu sagrado dever aprender a comer para viver, no mais elevado sentido da palavra — prover o seu veículo físico daqueles alimentos que, em qualidade e quantidade, são capazes de lhe dar não só a possibilidade de funcionar com o máximo de eficiência no mais longo período de tempo, mas também para torná-lo mais refinado e sensível às solicitações do Espírito. Isso requer necessariamente um estudo de dietética sob os dois pontos de vista, o físico e o espiritual, e a efetivação da necessidade de se abster dos tóxicos, das bebidas alcoólicas, carnes de animais (mamíferos, aves, peixes, anfíbios, répteis, frutos do mar) e de todos os alimentos muito temperados.
É de importância básica um conhecimento substancial dos fundamentos da dietética — dos alimentos, das quantidades necessárias ao corpo e dos alimentos que fornecem as necessárias proteínas, carboidratos, gorduras, vitaminas e minerais, todos sob a forma mais facilmente digerível e assimilável. Evidentemente, os vegetais, as frutas e as nozes são os que melhor proveem esses elementos nutritivos, mas uma vez que cada indivíduo é uma lei em si mesmo e reage aos alimentos de modo inteiramente peculiar, é necessário que cada um adapte os seus conhecimentos sobre dietética às suas próprias necessidades. Observação impessoal e intuição são os dois principais meios para aprender a fazê-lo e quanto mais a pessoa presta atenção à sua intuição, quer nesse, quer em qualquer outro assunto, tanto mais claramente essa intuição se manifesta.
O fator dominante para a maioria, no aprendizado do comer para viver, é conduzir o Corpo de Desejos, objetivando a extirpação de hábitos alimentares inconvenientes e a implantação daqueles que sejam saudáveis. Verdadeiramente, nisso está a cruz do aprendizado, pois não importa a grande soma de conhecimento que se tem sobre dietética, se não for utilizado. Logo, aprender a comer para viver torna-se uma forma definitiva de treino espiritual. Ele pode solicitar muito exercício de vontade com o fim de dominar os clamores do apetite físico e de desejos, antes que o nosso paladar esteja exercitado na apreciação de alimentos adequados. Em todo caso, uma corajosa persistência sempre vence e a recompensa vale todo o esforço.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de junho/1965, traduzido da Revista Rays from the Rose Cross-Fraternidade Rosacruz-SP)
Um mês de estrita observância à seguinte dieta, removerá grandes quantidades de desperdício do corpo, rejuvenescerá os tecidos, normalizará a pressão do sangue, melhorará a circulação, estimulará a percepção e trará um bem-estar notável. Estas instruções podem ser modificadas para ajustá-las às necessidades individuais, porém os resultados serão de acordo com o esforço feito.
Haverá ocasiões em que o processo purificador será desagradável, já que os venenos e desperdícios têm que ser libertados, e ao serem dissolvidos podem causar dor de cabeça, enjoos e mal-estar geral, passageiro. Todos esses inconvenientes desaparecerão à medida que aumentem a purificação e renovação. Todavia, muitos não sentem nenhum desses males e se libertam, desde o início, das enfermidades. Para começar, suspenda sua costumeira alimentação da tarde, durante 10 ou 12 dias, substituindo-a com uma refeição de tomates, utilizando não mais de 350 gramas.
Durante os 10 ou 12 dias seguintes, suspenda sua costumeira primeira refeição do dia, substituindo-a com a mesma quantidade de suco de fruta, 350 gramas, da qualidade que preferir.
Durante os 10 ou 12 dias que se seguem, substitua seu almoço costumeiro por frutas, como já fez para o desjejum e à tarde. Se não lhe apetecer tomates, substitua-os por outras frutas de bastante suco, como laranjas, uvas, maçãs, peras, pêssegos, mamão, etc. Use uma só qualidade de frutas e somente 350 gramas em cada comida. Para variar, pode comer-se alface ou aipo (salsão) em cada comida ou com as frutas, pois são compatíveis. Nunca misture frutas cruas com produtos farinhosos. Se desejar, misture verdura às frutas. Deixe passar 4 horas entre uma refeição de frutas cruas e produtos farinhosos. Não coma frutas diferentes juntas. Deixe passar 2 horas entre uma e outra qualidade de frutas, para facilitar a digestão. As frutas devem comer-se devagar, mastigando-as bem e saboreando-as.
Se você costuma tomar café na primeira refeição, pode continuar tomando meia xícara, preto, meia hora antes da refeição, não na refeição.
Se o plano acima lhe parecer muito drástico, volte gradualmente às suas refeições normais, pois uma mudança brusca poderá afetá-lo. Muitos homens que trabalham no serviço pesado têm curado suas enfermidades, continuando sempre trabalhando e seguindo esta dieta. Informaram-nos terem obtido resultados benéficos na primeira semana. Não se deve voltar à antiga alimentação de comidas fritas, amidos e açúcar, a menos que se deseje voltar às antigas enfermidades. Depois da purificação, será possível usar moderadamente, sem causar danos nem mal-estar, os tipos naturais de doces e produtos farinhosos.
Um copo de suco de fruta, de qualquer qualidade, sem adoçar, note bem, sem pôr açúcar, pode ser tomado entre as refeições (nunca com produtos farinhosos), e uma quarta refeição de frutas pode ser acrescentada, se assim o desejar, mas deve fazer-se de modo que não interrompa a digestão e dando ao estômago suficiente tempo para descanso.
CALDO PURIFICADOR
.6 cenouras picadas;
.1 maço de aipo (salsão) picado;
.1 maço de espinafre picado e
.6 raminhos de salsa picada.
Os vegetais devem picar-se bem finos. Acrescente-se dois litros de água, preferivelmente destilada. O caldo deve pôr-se a fogo lento durante 30 minutos, sem deixar ferver. O calor intenso destrói o princípio vital nos vegetais. Coe os vegetais cozidos. Tempere a gosto com sal, cebola, alho e tomates. Esse caldo pode usar-se frio ou quente. Se houver necessidade de esquentá-lo, deixe-o ao fogo somente alguns minutos. Deve ser feito fresco cada dois dias. Não mude nenhum dos vegetais, nem as quantidades, pois isso alteraria as propriedades químicas do caldo.
CONSELHOS ÚTEIS SOBRE A DIETA
Tome-se um copo de água fria, ou quente, com um pouco de suco de limão (se não houver restrição), ao levantar-se.
Primeira Refeição: Frutas frescas da estação, ou frutas secas sem enxofre. Use-se somente uma qualidade de frutas de cada vez, não misture. Se desejar adoçar, use mel de abelha. Não use açúcar. Quando se usam frutas secas, deixe-as em água, de molho, por 24 horas. Não as cozinhe. Dessa forma os elementos químicos se preservam. As misturas de diferentes frutas tornam-se indigestas ocasionando mal ao estômago. Cada fruta, cada alimento, produz um tipo diferente de suco gástrico. Quando se requer uma primeira refeição mais forte, use um cereal de grão integral ou torradas de pão de trigo integral com manteiga, um ovo quente, feito ao vapor, e leite ou “postum”. Se se incluir suco de laranja ou “grape fruit” com a primeira refeição, o ideal será tomá-lo 15 ou 30 minutos antes das outras coisas. Suco de tomate ou de qualquer outra fruta pode também ser usado. O suco de tomate mistura-se bem com ameixas e leite. O suco de laranjas mistura-se também com ovos e alimentos que tenham proteínas, por serem compatíveis. Sucos de frutas surtem melhor efeito, tomado nos intervalos entre as refeições. Use-se grandes quantidades de água pura filtrada ou destilada de preferência.
COMIDAS CRUAS
Saladas de vegetais crus e frescos nas seguintes combinações:
1— Alface e tomates;
2— Alface, cebolas novas e salsa;
3— Couve e agrião picados;
4— Aipo (salsão), maçãs picadas e nozes moídas;
5— Cenouras raladas e maçãs picadas;
6- Escarolas e rabanetes;
7— Espinafre cru picado, acelga e cebolinhas;
8— Ananás, peras ou pêssegos com queijo;
9— Laranjas, passas e nozes;
10— Pastinacas verdes e novas picadas (1), nabos, alface, espinafres, alho-poró, escarolas, folhas de mostarda e beterraba misturada com algumas nozes. Use maionese ou salsa francesa feita com limão (nunca vinagre);
11— Maçãs raladas, pepino ralado e abacates. Misture com suco de limão (pondo-se a maçã por último, para não ficar preta).
Com essas saladas, pão de trigo integral com manteiga e um copo de leite, constituem uma refeição balanceada. Os tomates devem comer-se sozinhos para poder receber o benefício de seus sais minerais orgânicos. Coma um prato de tomates, sem sal, ou salsa, 3 vezes por semana, como medicamento. Quando a digestão é anormal, use somente um vegetal na salada.
(1) Pastinaca ou pastinaga é a fonte mais rica de ácido fosfórico. Também chamada bisnaga, espécie de cenoura.
COMIDAS COZIDAS
Os vegetais devem ser ralados ou picados finos e postos em uma caçarola sobre fogo lento. Acrescente-se duas colheres de água, para evitar que se adiram ao fundo da caçarola, e proporcionar suficiente vapor para extrair os sucos vegetais. Estarão prontos em 4 a 10 minutos, dependendo isso da quantidade de vegetais preparados. É muito importante cozinhá-los em fogo lento e mexê-los continuamente para que os vegetais fiquem bem cozidos em pouco tempo.
Vegetais sem amido: aspargos, espinafres, beterrabas, cebolas, alho-poró, folhas de nabo, folhas de beterraba, brotos de couve, couve crespa, acelga, vagem, ervilhas verdes.
Produtos Farinhosos (contêm amido): mingaus (moles e doces), milho, arroz e cevada.
Use pouco sal (ou nenhum) na preparação das comidas e use mel de abelha em lugar do açúcar. Evite os produtos feitos com farinhas brancas.
Quando o estômago e os rins estão em más condições, faça uma refeição de vegetais cozidos e uma fatia de pão de trigo (pão de centeio) com manteiga. Isso é de fácil digestão. Pode acrescentar-se também um copo de leite, tomando-o aos goles, lentamente.
SUBSTITUTOS PROTÉICOS PARA AS CARNES (MAMÍFEROS, AVES, PEIXES, CRUSTÁCEOS, ANFÍBIOS, RÉPTEIS, FRUTOS DO MAR E AFINS)
Regra geral, uma dieta bem balanceada deve conter uma boa quantidade de frutas e vegetais com 120 gramas de proteínas. A quantidade de proteínas pode variar de acordo com a ocupação e hábitos do indivíduo. Os melhores vegetais e outros substitutos proteicos para as carnes são:
1 — Nozes e amêndoas (moídas) são mais fáceis de digerir. As amêndoas amolecem facilmente deixando-as em água uma noite;
2- Queijo (cottage) e queijo creme;
3— Feijão soja;
4 – Gema de ovo (não a clara);
5— Abacates maduros.
A gema de ovo deve-se tomar crua, batendo-a bem, dentro de um copo com suco fresco de laranjas. Tomada dessa forma é uma combinação nutritiva e restabelecedora.
Quase todos os vegetais e frutas contêm proteínas em pequenas quantidades.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de maio/1978-Fraternidade Rosacruz-SP)
Antes de tudo, é um grande erro sentar-se à mesa e comer um prato substancioso, quando se está cansado. É igualmente errado começar a comer quando se está com pressa.
O comer depressa é sempre perigoso.
Se estivermos nervosos, irritáveis ou cansados, é aconselhável comermos pouco. O estômago acha-se sob uma tremenda influência nervosa enquanto está digerindo a comida; de maneira que, quando estivermos cansados, tomemos algum alimento simples, leve, talvez algum líquido, ou uma fruta com biscoitos, ou ainda uma fatia de pão com manteiga.
Um ou dois copos de leite constituem um excelente alimento nesses casos.
Estando-se fatigado, o melhor é reclinar-se e descansar, deixando o comer para depois. Em geral, as pessoas de tendência nervosa sofrerão depois de tomarem uma refeição pesada e completa, estando cansadas. Tenho ajudado muitos de meus clientes que sofriam de indigestão nervosa, recomendando-lhes que descansassem na cama, durante meia hora antes de comer e uma hora depois.
Quando uma pessoa adoece, precisa, muitas vezes, seguir uma dieta especial; mas, os que têm saúde, não necessitam de sistemas especiais de alimentação. O que devem fazer é comer uma quantidade normal de alimentos comuns e não pensar, então, na digestão.
Devem confiar na natureza, e ela terminará o trabalho!
Não deve haver repreensões ou censuras durante o comer. Não é difícil encontrar pessoas bem-intencionadas arruina a saúde dos filhos, dos responsáveis e até de outra pessoa por tratar de corrigir-lhes as faltas à hora da refeição. A hora da refeição é a única ocasião de que se dispõe para todos juntos ficarem juntos, muitas vezes, em raros momentos!
Nesses momentos de “boa intenção”, se considera as “faltas de Maria” e os “defeitos de João”. Este mau costume perturba a digestão de um, e tornando-o mal-humorado. Outras vezes se fala de negócios à hora de comer. Se não se põe termo a essa péssima mania, bem depressa irá destruir a saúde e a felicidade de todos a sua volta. Fácil desenvolver uma indigestão nervosa.
A primeira coisa que aprendemos acerca do efeito que exerce um ânimo perturbado sobre a digestão deduzimo-la da observação nos animais mediante o Raio X.
Se quisermos ter boa digestão, devemos aprender a comer com alegria. À hora da refeição é que devemos nos alegrar e rir. A livre conversação das crianças favorece a digestão. A atmosfera da sala de jantar deve ser de jovialidade e esperança. Falemos de nossas próximas férias; relatemos, à mesa, incidentes alegres e que provoquem riso.
Às vezes até parece que temos uma indigestão (algo que não caiu bem). Outras vezes parece ser um caso de dispepsia nervosa. Olhe a lista de todos os pratos de cada refeição que está se fazendo e comendo e, mais ou menos, a quantidade de cada um. Pode-se se assustar pela quantidade e pela péssima distribuição e qualidade. Experimente fazer três pratos variados em cada refeição.
Muitas pessoas sofrem de indigestão em virtude da multiplicidade dos manjares. Provam um pouco disto e um pouco daquilo, e não parecem compreender que é difícil, para a natureza, segregar sucos gástricos capazes de digerir tantos alimentos diferentes de uma só vez.
O estômago segrega, para cada alimento, uma espécie adequada de suco. As experiências feitas com um cão têm demonstrado que, se estamos acostumados a um regime de pão e leite, sofreremos indigestão ao mudarmos repentinamente para um regime cárneo. Certo investigador descobriu que se requer 21 dias para se acostumar o estômago de um cão a uma mudança radical de regime. Há uma espécie de suco gástrico para o pão e para o leite; e uma outra espécie para a carne; e essa é, provavelmente, a razão porque temos dificuldades com nosso estômago quando ingerimos quinze pratos diferentes numa só refeição.
Se tiver algum distúrbio gástrico experimente fazer do seu primeiro prato de um almoço comum a sopa. Por quê? Por duas razões:
Primeira: um líquido dessa espécie, ingerido ao princípio da comida, favorece a secreção do suco gástrico; e, em segundo lugar, ajuda a encher o estômago e contribui, assim, para evitar que se coma em excesso.
Um erro muito comum é a ingestão de sopa ou outros alimentos quentes. Não só prejudica o paladar e os tecidos da língua e da boca, como também o estômago.
Os alimentos demasiado quentes são realmente debilitantes para o estômago, e algumas autoridades consideram que a ingestão deles predispõe certas pessoas a úlceras e mesmo ao câncer. A sopa é, também, melhor quando contém pedaços de pão tostado ou biscoito, de modo a precisar alguma mastigação, para ser ingerida.
As bebidas geladas são também prejudiciais à maioria das pessoas. A temperatura do estômago deve alcançar certo grau para que possa verificar-se a digestão; e quando se ingerem bebidas ou sobremesas muito frias, como sucede nos casos dos gelados, reduz-se a temperatura estomacal, ficando perturbada, por um momento, a digestão. Sob o ponto de vista dos nervos, há também inconveniente em beber grande quantidade de água gelada em um dia de muito calor.
O hábito de comer entre as refeições pode ser, para você, uma das causas da perda de apetite, perturbações de digestão e má saúde, especialmente entre as que são nervosas. Para outros, não. Procure se autotestar.
Ensinem as crianças, desde os cinco ou seis anos, a comer três vezes ao dia, em horas fixas. Pode ser que para ela o comer entre as refeições estraga o apetite, isto é, diminui diretamente a força dos sucos gástricos. Para outras, não. Procure observar!
Cada qual deve determinar, por sua própria experiência, o número de refeições de que necessita. Experimentem, com prudência, e descubram o que mais lhe convém.
Creio que o nosso maior erro dietético é comer demais. Há, naturalmente, alguns que comem deficientemente. Procure se ajustar se alimentando sempre de alimentos orgânicos, frutas, legumes, verduras, grãos, ovos, leite, mel. “Abra menos e descasque mais”!
(Publicada na Revista Serviço Rosacruz – janeiro/1978-Fraternidade Rosacruz-SP)
A saúde depende da boa constituição dos tecidos e da função normal dos órgãos. Os primeiros se formam pelas substâncias nutritivas contidas nos alimentos que comemos, os quais, se são adequados, favorecem – ao mesmo tempo – o bom funcionamento do nosso organismo.
Os alimentos que naturalmente estão destinados ao ser humano, além de conter as substâncias nutritivas para fornecer energia ao corpo, possuem outras, de caráter vital, dotadas de qualidades terapêuticas; em função dessas propriedades, podemos dividir os alimentos em vários grupos. Uns estimulam de maneira natural a função de um órgão, como, por exemplo, os vegetais que ativam o trabalho dos intestinos e curam a prisão de ventre. Outros, como o aspargo, estimulam o funcionamento renal, aumentando a quantidade de urina. Outros há que têm efeitos vitalizadores, como as vitaminas contidas em abundância nas verduras e frutas cruas, de grande importância na cura das enfermidades, especialmente o escrofulismo, o raquitismo, a tuberculose, a anemia, a debilidade geral, etc.
Cada alimento natural possui uma ou outra dessas qualidades em um grau diferente. Assim, por exemplo, as amêndoas contêm substâncias plásticas para substituir o desgaste dos tecidos, enquanto a maçã – estimulante em alto grau – é mineralizante e purificadora do sangue, porém não contém substâncias plásticas. Vários alimentos, como as ameixas, espinafre, trigo integral e outros podem ser considerados laxantes, enquanto outros são diuréticos, tônicos, calmantes, purificadores do sangue, energéticos, desinfetantes, mineralizantes, refrescantes, etc.
Os sais potássicos, absorvidos em forma de verduras, são perfeitamente assimiláveis e fortalecem os órgãos internos. O ferro contido nos vegetais e frutas em estado natural é também facilmente utilizado pelo organismo.
Alimentos que servem para a formação e reparação dos órgãos são aqueles ricos em albumina, como ovos, leite, queijo, frutas oleaginosas (amêndoas, avelãs, amendoim, nozes, pinhões, coco, castanhas), legumes secos (lentilhas, favas, etc.). A albumina é indispensável para a conservação da vida.
Geradores de energia e calor, os mais importantes são os cereais (trigo, aveia, cevada, arroz, milho, pão, féculas, batatas, castanhas, etc.); da mesma forma o são as gorduras como o azeite e a manteiga, frutas secas (figos, uvas, ameixas), mel e açúcar sem refinar. As frutas ácidas são purificadoras do sangue. Também várias hortaliças como favas frescas, cenouras, beterraba e a cebola, pelo açúcar que contêm, são energéticas.
O ferro, fator importante para a formação do sangue, encontra-se no espinafre, agrião, rabanetes, alface, morangos, ameixas e maçãs. O cálcio, que ajuda a formação de ossos, dentes, etc., está contido nos alimentos mineralizantes. O fósforo, indispensável para o cérebro e nervos, é encontrado nas cerejas, amêndoas, nozes, feijões, etc. O sódio e o potássio, necessários para neutralizar os ácidos tóxicos do sangue, estão no espinafre, cenoura, pera, laranja, maçã, etc. São muito úteis para combater a arteriosclerose, artritismo, gota, reumatismo, etc.
Portanto, vimos que o organismo requer, para seu normal desenvolvimento e função, as três classes de alimentos: plásticos, energéticos e mineralizantes. O único alimento que reúne essas três qualidades é o leite materno e, ainda que o leite de vaca seja de composição semelhante e possua igualmente essas propriedades, os elementos que o integram são ligeiramente diferentes.
Algumas pessoas que não receberam as instruções adequadas sobre uma dieta nutritiva e a quem foi dito que os legumes, ervilhas, feijões, etc. podem substituir a carne animal (mamíferos, aves, peixes, anfíbios, répteis e afins) começam a comer tais vegetais em grande quantidade, depois de abandonar o regime carnívoro. É verdade que os feijões contêm mais proteína que os bifes, porém ela não é assimilada com facilidade. Há outras que começam a viver somente de pão, batatas e outros alimentos similares que contêm amidos; como resultado, passam a sofrer de desnutrição e anemia. Uma boa dieta tem que estar bem equilibrada em todos os sentidos e não podemos esperar resultados satisfatórios a menos que a estudemos com cuidado.
Todo aquele que deseja curar-se deverá esforçar-se no sentido de que o conjunto de alimentos que coma produza uma boa dose de reação alcalina sobre os ácidos. Igualmente, deve haver compatibilidade entre os alimentos. Essa regra consiste em não comer, em uma mesma refeição, alimentos que não combinem bem ou que se suspeite sejam de difícil digestão.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de junho/1976-Fraternidade Rosacruz-SP)
Quando alguém vem ter comigo, dizendo: “O meu estômago me está incomodando”, me vem a vontade de responder: “Não; não é esse o caso, mas o inverso: o senhor é que o está incomodando, e ele apenas protesta”. Como comer corretamente?
Em minha infância eu via mamãe comer maçãs raspadas. Ela sempre dizia que não tolerava as maçãs, mas afinal descobriu que podia comê-las quando raspadas. Mamãe tinha então poucos dentes de resto e, naqueles tempos, poucas eram as dentaduras em uso. Ela não podia triturar o alimento, e as partículas não mastigadas da maçã lhe irritavam o estômago e, sem dúvida, provocavam fermentação.
Anos depois, veio-me, em estado crítico, uma enferma de tifo, filha única de abastado comerciante. Ela não podia tomar leite nem mingau nem outro alimento habitualmente dado às pessoas enfraquecidas pela doença. Instruí a enfermeira para que conseguisse bananas bem maduras, amassasse-as com garfo e misturasse-as com um pouco de creme de leite. Minha paciente passou, com essa dieta, melhor do que os outros pacientes de tifo, até então atendidos por mim. Notável foi a sua convalescença.
Não se tratava de uma experiência. Eu sabia que nada havia na banana, desde que fosse reduzida a purê, que lhe prejudicasse o estômago. Quando a banana é mal mastigada e engolida em pedaços, como em geral acontece, não deve surpreender o incômodo que ela causa no estômago da pessoa. Se não são instruídas, é assim que as crianças costumam comer a fruta, e comem-na não bem amadurecida.
Ao comermos alguma coisa temos de pensar na devida combinação com o outro alimento que ingerimos. Se surge um desarranjo, não seja culpado o alimento, mas a combinação imprópria.
A mais nova higiene de viver inclui alguns pontos muito importantes para entender como melhor devemos nos nutrir: “são muitos os fatores que determinam a seleção alimentar. Como não há no mundo duas pessoas iguais e o que é alimento para um indivíduo pode ser veneno para outro, os tipos de alimentos requeridos, bem como sua quantidade, dependem das mais variadas condições, tais como altura, peso, clima, estação do ano, grau de metabolismo e estado de saúde, condições das glândulas, temperamento individual, idade, grau de crescimento de crianças, quantidade de sono e de exercícios físicos.
Outro fator importante chamado geralmente de “psicologia da digestão” é aquele que inclui o estado mental do indivíduo no momento de comer e o prazer derivado do alimento. Nunca devemos tentar comer alimentos sólidos quando sob qualquer tensão emocional, como preocupação, medo ou aborrecimento, ou enquanto muito cansados, com frio, ou sob outro qualquer desconforto. O alimento para ser benéfico, precisa ser saboreado a fim de que sua assimilação seja completa. Enquanto os gostos por certos alimentos precisam ser adquiridos, a aversão a algum, em particular, pode ser uma advertência natural contra esse alimento ou contra a sua combinação com outros. Todavia, devemos recordar que gosto é também uma questão de educação e hábito, e toda pessoa saudável pode e deve aprender a comer todas as verduras e frutas.
Na medida em que a ciência dietética progride, mais doenças vão sendo incluídas na classe de desordens de nutrição. É fato agora bem conhecido que casos crônicos como os de asma, febre do feno, catarro, doenças da pele, reagem a uma dieta correta. Contudo, nenhuma dieta deve ser improvisada. “Testes de alimentos” devem ser feitos e a dieta planejada de acordo com as necessidades alimentares e peculiaridades do paciente. Uma dieta bem balanceada é o que há de mais seguro para as pessoas sadias, porquanto tal dieta combina todos os elementos indispensáveis à manutenção da saúde.”.
“As Leis de saúde são as leis de um viver apropriado. Não obstante, a saúde pode ser afetada por influências externas, tais como o meio-ambiente em que se situa um lar e o ambiente da comunidade em que se vive.
Conquistar saúde e vencer fraquezas latentes dependem de se formar bons hábitos, organizar os pensamentos, e ordenar a vida diária. Os hábitos precisam ser flexíveis, isto para que possam ajudar-nos a modificar e melhorar a nossa maneira mental e física de viver. Hábitos nada salutares, tais como tomar estimulantes nocivos, alimentar pensamentos depressivos, etc., são decididamente destruidores de saúde. Examinando nosso programa de saúde, podemos achar novos meios de aperfeiçoá-lo, tais como: separar uma hora para exercícios físicos diários ao ar livre, acrescentar ou excluir alguma coisa de nosso regime alimentar, melhorar a circulação do ar em nosso dormitório, etc.
Os bons hábitos alimentares e a prática de uma higiene de vida incluem ar fresco e exposição ao Sol, exercícios diários ao ar livre, higiene pessoal, ambiente alegre e agradável, atitude mental sadia, recreação, eliminação normal satisfatória, tudo como fatores promotores de saúde.”.
“Cuidadosa atenção precisa ser dada à eliminação através dos intestinos, dos rins e da pele, já que saúde e nutrição dependem em grande parte de uma rápida e regular eliminação dos resíduos do corpo.
Os intestinos podem ser mais bem regulados pela aplicação de certas regras relativas à formação de hábitos, à dieta, à ingestão de água entre as refeições e a exercícios.
O hábito de evacuar os intestinos diariamente, na mesma hora, previne a ocorrência de prisão de ventre entre quase todas as pessoas sadias. As horas consideradas mais favoráveis para isso são as de antes ou logo após o café da manhã, como também aquela após o jantar. Um ou dois copos d’água, tomados imediatamente após levantar-se pela manhã, estimula o peristaltismo e ajuda grandemente na formação rápida e regular do hábito da eliminação. De fato, beber água à vontade durante o dia todo é muito importante para conseguir-se isso. Por outro lado, o que facilita a constipação é a irregularidade no horário das refeições, é o comer demasiado, e é também o uso seguido de alimentos concentrados, especialmente carboidratos.”.
(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’-novembro/1978-Fraternidade Rosacruz-SP)
Nossa vida depende em grande parte do que comemos. Na educação da saúde, a escolha dos alimentos ocupa, por isso, um lugar muito importante. Os alimentos fazem o Corpo Denso crescer; uns desenvolvem os ossos, outros os músculos, outros o sangue. Quem bem conhece o valor dos alimentos, bem pode se alimentar.
Não é o comer muito nem o comer a toda hora que vale. A alimentação deve ser variada, bem equilibrada para se obter resultados compensadores.
Ela varia de acordo com a idade, o clima, o estado de saúde e as necessidades do Corpo Denso e da pessoa.
Uma criança não pode se alimentar como um adulto, nem esse como uma criança. A criança precisa de alimentos que não só a façam crescer, mas equilibrem os gastos de sua constante e vigorosa atividade (contrações do coração, movimentos respiratórios, calor do corpo, reparação dos tecidos, movimento em geral, trabalho em geral).
O adulto tem necessidade de variar o seu regime alimentar segundo sua profissão, seu peso, sua estatura, seu sexo e sua idade. Enfim, o melhor alimento é aquele que melhor se adapta à natureza da pessoa.
Vamos ver alguns predicados particulares de diversos alimentos:
(Do Livro Cozinha Vegetariana – Fraternidade Rosacruz)
Devemos consumir alimentos que tenham mais nutrientes, que não atrapalhem a absorção de vitaminas e minerais e que ajudem o organismo a manter o equilíbrio emocional.
Alguns nutrientes, como o triptofano, o magnésio e a vitamina B6 ajudam a evitar a sensação de desânimo e favorecem a liberação da serotonina no cérebro (que é a responsável pela sensação de bem-estar e satisfação e que regula nosso humor).
Abaixo alguns alimentos que afastam o desânimo:
Alguns bons hábitos para você cultivar sobre a sua alimentação:
Além de ficarmos atentos ao que colocamos no prato, é preciso adotar uma rotina mais saudável:
Sempre que possível, procure cozinhar em casa, utilizando alimentos naturais. Procure cozinhar legumes no vapor.
Que as rosas floresçam em vossa cruz