Pergunta: Ao levantar um horóscopo devemos levar em consideração as condições e o ambiente que afetam a vida de uma determinada pessoa, ou os critérios formulados nos livros de Astrologia são corretos se aplicados a qualquer pessoa e a qualquer momento da vida?
Resposta: Não, as leituras não são corretas se aplicadas a qualquer momento da vida. Devemos sempre dizer que tais e tais Aspectos e configurações em um horóscopo conferem tais e tais tendências. Da mesma forma que uma planta exige tempo para crescer e revelar suas diversas e pequenas folhas e flores, também a planta humana deve crescer, e aquilo que se encontra em estado latente no momento do nascimento, desenvolver-se-á gradualmente no decurso da vida. Isso se dará tanto quanto o permita o meio ambiente.
Os Aspectos representam coisas diferentes para pessoas colocadas em situações diferentes. Para citar um caso histórico, se a memória não nos falhar, uma criança nasceu no mesmo instante em que na parte mais baixa da cidade de Londres nascia George III no palácio de Windsor. Essas duas crianças cresceram e cada uma iniciou uma carreira independente no mesmo dia, isto é, uma tornou-se um monarca e a outra entrou no mundo dos negócios. Casaram no mesmo dia, tiveram o mesmo número de filhos (embora isso possa ser apenas uma coincidência, pois os filhos dependem também do horóscopo do outro cônjuge), e morreram também no mesmo dia. Como vemos, os acontecimentos principais de suas vidas foram similares, embora fossem diferentes por terem sido colocados em ambientes diferentes. Um foi rei, o outro um ferragista. Se lerem o Capítulo “O grau de Receptividade às Vibrações Astrais” no livro “A Mensagem das Estrelas”, verão que a humanidade aprende a responder a todos os Astros, um após outro. Muitos de nós estamos começando a responder a Urano, mas pouquíssimos respondem às vibrações de Netuno.
(Pergunta nº 121 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas, Vol. II)
Pergunta: Podemos, pela força de vontade, controlar os Aspectos mostrados em nosso horóscopo? Temos o direito de mudar o destino gerado pela nossa última vida?
Resposta: Podemos, pela força de vontade, controlar os Aspectos no nosso horóscopo? Esta é uma grande e bonita pergunta, mas podemos dizer que se os Aspectos de um horóscopo não podem ser controlados e temos que nos submeter a eles, então, é melhor ficarmos descansando, tomar nossos remédios prescritos e viver à deriva. Se o destino é quem governa e nós somos impotentes no mar da vida, de que adiantaria estudar a astrologia? O único fator que não é mostrado no horóscopo é a força de vontade do ser humano! É isso que faz toda a diferença.
Vamos supor que duas pessoas tenham os mesmos Aspectos nos seus horóscopos; eles podem ter nascidos em horários muito próximos e podem ter horóscopos bem semelhantes, no que se refere à alguns Aspectos. Elas têm o mesmo Signo no Ascendente e os mesmos Planetas em Conjunção. Suponhamos que elas tenham as mesmas aflições, advindas de um desses Planetas, e uma se desanime e diga: “Não posso evitar isso. Assim o é. Eu tenho, simplesmente, que passar por isso. Não adianta lutar”. E a outra pessoa diz: “Não vou me submeter! Eu enfrentarei o desafio e lutarei”. A atitude mental da última pessoa alterará, inteiramente, o curso dos eventos a seu favor.
Este é o motivo pelo qual nós nunca podemos predizer as coisas com absoluta certeza. Em noventa e nove por cento dos casos podemos prognosticar com certeza, porque a maioria das pessoas se deixa levar pelo fluxo das marés, mas essa é justamente a razão pela qual devemos estudar astrologia. Por meio da ciência estelar sabemos o que está para vir, e se vemos algo maléfico, podemos nos podemos dizer: “Eu sei que há uma certa influência prestes a se manifestar e eu não vou me submeter a ela”. No entanto, constatamos inúmeros casos onde as pessoas são regidas por seus Astros, apesar de tudo. Nós dissemos às pessoas que uma certa influência viria a acontecer e que se elas agissem precipitadamente e não fossem cuidadosas, uma grande mágoa poderia ser provocada, e no exato momento que a influência foi prevista ocorrer fizeram exatamente aquilo contra o qual foram advertidas.
Porém, existe em tudo isto um grande conforto: os Astros IMPELEM, mas não COMPELEM. Esta é a base sobre a qual deveríamos trabalhar com os Astros para extrair todo o bem do nosso horóscopo. Quando vemos os bons Aspectos se aproximarem, algo que favorece o crescimento da alma, tente trabalhar com eles com determinação. As pessoas são, frequentemente, muito propensas a se deixarem levar tanto pelos bons Aspectos como pelos Aspectos adversos. Se vamos ou não fazer a nossa parte, é algo que não pode ser previsto.
Temos o direito de mudar o destino gerado? Certamente, pois é isso o que devemos fazer. Numa vida anterior geramos uma determinada posição astral, e tivemos que trazê-la conosco. Estamos aqui justamente para aprender a proceder corretamente e a governar os nossos Astros, e é por isso que a ciência da astrologia é dada para nós. Devemos tentar fazer o melhor possível com esse conhecimento, caso contrário ele poderá se tornar uma maldição. Há pessoas que recorrem, constantemente, aos seus horóscopos e dizem: “Vou ficar doente e posso ver que a morte é certa”, etc. Se este é o motivo que se utiliza a astrologia, é melhor não estudá-la.
(Pergunta 30 do Livro Filosofia Rosacruz por Perguntas e Respostas vol. II, de Max Heindel)
Pergunta: Será prudente duas pessoas com o mesmo temperamento casarem, se ambas nasceram sob o mesmo Signo do Zodíaco? Em agosto, por exemplo?
Resposta: Diz-se que nasce uma criança por segundo no mundo; portanto, temos 3.600 nascimentos por hora, 86.400 em 24 horas, e aproximadamente dois milhões e meio num mês1. Supondo que tivessem o mesmo temperamento e o mesmo destino na vida, teríamos apenas 12 tipos de pessoas. Entretanto, sabemos que não há duas pessoas exatamente iguais, de forma que seria absurdo dizer que as pessoas têm o mesmo temperamento porque nasceram sob o mesmo Signo do Zodíaco, como é determinado pelo mês.
Para calcular um horóscopo cientificamente é necessário levar em consideração o dia e o ano em que uma pessoa nasceu, pois, os Astros não chegam às mesmas posições relativas mais do que uma vez a cada, em torno de, 25.868 anos.
Além disso, temos que levar em consideração a hora do nascimento e, se possível, o minuto, pela rápida mudança de posição da Lua. Se levarmos também em consideração o lugar, podemos calcular o Signo Ascendente, que proporciona, entre outros, a forma do Corpo. Nós teríamos, então, um horóscopo realmente individual, uma vez que os graus do Zodíaco surgindo no horizonte oriental mudam a cada 4 minutos. Mesmo no caso de gêmeos haveria uma diferença.
Para que o astrólogo possa dizer se o casamento entre duas pessoas será harmonioso ou não, é necessário que ele calcule o horóscopo de ambas e que tente descobrir se são: mental, moral e fisicamente congeniais. Ele fará essa avaliação comparando os Signos Ascendentes ou em elevação que mostram a afinidade física. As posições de Marte e Vênus mostrarão se são moralmente do mesmo calibre, e o Sol e a Lua mostrarão as suas características mentais. Após essas observações, terá uma medida precisa para saber se as suas naturezas irão combinar ou não. Entretanto, se as predições forem feitas sem incluir esses cálculos, elas não terão qualquer valor.
(Perg. 24 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. I – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz SP)
[1] N.T.: esses números se referem à primeira década do século XX. Atualmente, temos, em torno, de quase 3 por segundo, 360.000 crianças nascendo por dia.
Detalhando a pergunta: Poderiam explicar a aparente discrepância encontrada no artigo “The Astral Rays”, no exemplar mais recente do RAYS, página 110, nas últimas linhas do primeiro parágrafo, quando lemos: “… e quando parecemos retardar ou acelerar o nascimento, ESTAMOS NA REALIDADE AJUDANDO A NATUREZA em seu curso predeterminado…”. Ao passo que no artigo do ano passado sobre os trigêmeos, lemos: “… seria absolutamente errado se um médico antecipasse a morte de um agonizante. Não há diferença alguma se compararmos isso com o médico que apressa o nascimento de uma criança… constatamos, por essa razão, que certas pessoas não parecem adaptadas ao seu meio ambiente. Sua vinda ao mundo foi antecipada, recebendo vibrações astrais que não se adequavam a elas”. Gravei firmemente em minha Mente a advertência contida no artigo sobre os trigêmeos, mas estas últimas observações parecem alterá-la.
Há também dois outros pontos que procuro esclarecer. Nesse mesmo artigo do exemplar de fevereiro é afirmado: “É melhor nascer quando a Lua está aumentando sua luminosidade…a Lua crescente sempre aumenta a vitalidade e favorece nossos negócios”. Mas, em vários artigos anteriores, ressaltou-se o fato de que a Conjunção da Lua com o Sol é um dos melhores augúrios para a saúde e para a prosperidade em geral. Como conciliam essas afirmações?
Num texto que se refere às inclinações, escrevendo sobre a Quadratura de Saturno e Mercúrio, lemos: “Isso o torna crítico e sarcástico, particularmente para aqueles com quem a pessoa trabalha”. Saturno é, no entanto, o Astro da diplomacia, e em textos anteriores foi dito: “…se Mercúrio está nos Signos saturninos de Capricórnio e Aquário, ou Saturno nos Signos mercuriais de Gêmeos e Virgem, ou se Saturno e Mercúrio estão configurados, isso conferirá à pessoa precaução, tato e diplomacia”.
Resposta: O artigo sobre os trigêmeos foi publicado na edição de fevereiro de 1916 (Uma Análise dos Três Horóscopos de Trigêmeos: Causas Ocultas de Desajustes) e, em proveito dos que não o leram, podemos dizer que a senhora que deu à luz a esses trigêmeos não era assistida regularmente por um obstetra, mas por sua tia que permitiu que a natureza seguisse o seu curso normal. O primeiro dos trigêmeos nasceu em 22 de setembro de 1915, à 1:50 A.M. O trigêmeo nº 2 nasceu em 24 de setembro de 1915 a 1:15 A.M., e o trigêmeo nº 3 nasceu dez minutos depois.
Houve assim um intervalo de quarenta e oito horas entre o nascimento do primeiro e do último. Este é um caso anormal que se assemelha à categoria de um nascimento prematuro de sete meses, e nunca vimos o horóscopo de uma criança de sete meses que se ajustasse bem. Também nunca vimos uma criança de sete meses que se adaptasse ao seu meio ambiente. Há sempre algo errado na vida quando se interferiu no período de gestação e a pessoa recebeu o seu batismo astral num período em que as configurações astrais não se adequavam ao seu caso e condição. Em consequência disso, dissemos e pensamos que é criminoso trazer uma criança ao mundo sob tais condições. No caso dos trigêmeos, a mãe não sentiu as dores do parto, senão quando o segundo estava prestes a nascer. Se um obstetra os tivesse feito nascer antecipadamente, dois dias antes da data marcada, teria, em nossa opinião, causado problemas para os dois últimos. Embora não o tenhamos expressado no artigo dos trigêmeos, a nossa opinião é que foi justamente para evitar esse dano que essa senhora não foi assistida por um profissional, mas foi entregue a uma enfermeira que não iria tomar medidas drásticas.
É possível, em nossa opinião, que um astrólogo possa, às vezes, dar um conselho que interfira no destino maduro de alguém. Citaremos o caso relatado no “Conceito”, onde o autor preveniu alguém de um acidente ferroviário numa data determinada. O homem, assim mesmo, foi à estrada de ferro e feriu-se em decorrência do acidente, conforme a predição. Ele pensou que o dia vinte e oito fosse o vinte e nove, e acreditamos que, para impedir a predição do autor, os Senhores do Destino ou seus agentes fizeram o homem esquecer a data. Por isso, estamos convencidos que eles interferem em tudo que não deva ser alterado por interferência humana, e isso nos leva a crer que a mãe dos trigêmeos foi entregue aos cuidados de alguém que deixaria a natureza seguir seu curso natural.
Casos especiais são tratados de maneira especial, havendo provavelmente uma razão para explicar o nascimento prematuro. No entanto, nunca tivemos tempo ou oportunidade de investigar isso.
Quanto ao ponto levantado no segundo parágrafo, realmente dissemos todas essas coisas, e não há razão para modificar qualquer uma delas. A Conjunção do Sol e da Lua é um dos melhores augúrios para a saúde e para o sucesso geral. Quando ocorre a Conjunção, o brilho da Lua vai-se intensificando, e assim continua até a época da Lua Cheia. Realmente, é melhor nascer no período em que a Lua está aumentando de brilho do que no período que vai de Lua Cheia até a Conjunção seguinte, quando a luz vai minguando.
Quanto ao assunto mencionado no último parágrafo, o Estudante Rosacruz deve compreender que as virtudes transmitidas por um Astro são reveladas pelos seus Aspectos benéficos, o Sextil ou o Trígono, em particular, enquanto os vícios de um Astro são expressos pela Quadratura ou Oposição, que são Aspectos adversos. Se considerarmos algumas das virtudes de Saturno, como o tato e a diplomacia, não podemos esperar encontrá-las numa Quadratura de Saturno e Mercúrio, mas devemos procurar os vícios de Saturno e concluir que uma pessoa com essa configuração deve ser cínica, crítica e sarcástica. Não nos recordamos de nenhuma passagem em que dissemos que se Mercúrio estiver nos Signos saturninos de Capricórnio ou Aquário, ou Saturno nos Signos mercuriais de Gêmeos ou Virgem, ou ainda Saturno e Mercúrio configurados, que isso irá conferir à pessoa precaução, tato e diplomacia. Contudo, isso se torna verdade se eles estiverem configurados por Aspectos benéficos. As virtudes de Saturno aparecerão, mas se a configuração se apresenta sob Aspectos adversos, como Quadratura e Oposição, ela revelará os vícios. Talvez tenhamos falado de um Aspecto benéfico nesse caso e esquecido de mencionar também o efeito modificador de um Aspecto adverso. Se esse for o caso, acreditamos que o que foi dito acima esclarecerá o assunto. Concluindo, podemos dizer que estamos muito satisfeitos que os Estudantes Rosacruzes apresentem quaisquer pontos onde lhes pareça haver uma discrepância, ou onde não nos expressamos claramente. Dessa forma, tiraremos o maior proveito desses estudos.
(Pergunta nº 123 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
Pergunta: Seria sempre arriscado colocar a tentação no caminho de uma pessoa cujo horóscopo indica Mercúrio ou Netuno afligidos por Saturno, apesar de haver influências que contrabalancem essas provas?
Resposta: É esse exatamente o motivo pelo qual estamos aqui, para enfrentarmos a tentação. Precisamos entender que a tentação é uma das maiores bênçãos que podemos ter, porque se resistirmos a ela teremos vencido e adquirido uma virtude definitiva. Caso contrário, sofreremos as consequências e aprenderemos por meio da dor que nos será infligida.
Encontramos na Bíblia um exemplo elucidativo. Em determinada passagem, lemos que o Rei Davi foi tentado por Satanás a numerar seu povo e, quando ele o fez, coisas terríveis aconteceram-lhe; um grande número de pessoas morreu de peste. Em outro trecho, lemos que Deus tentou Davi a numerar seu povo e, em seguida, disse: “Eu te punirei. Tu serás derrotado por teus inimigos ou haverá uma epidemia de peste ou a morte assolará toda a região” e Davi disse: “Deixai antes que eu caia nas mãos de Deus”. Então, milhares de filhos de Israel foram ceifados pelo anjo da morte. Esses dois relatos são idênticos. Um afirma que foi Satanás que tentou Davi, e o outro diz que foi Deus. À primeira vista parece ser muito, muito estranho que Deus tenha tentado Davi, ou lhe ordenasse fazer uma determinada coisa para em seguida castigá-lo por ter obedecido sua ordem. Entretanto, se formos analisar o caso mais atentamente, veremos que se trata simplesmente de um caso semelhante ao do professor que incita seu aluno a fazer algo errado, lhe armando uma cilada, com o objetivo de verificar se determinada lição foi ou não aprendida.
(Perg. 127 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz SP)
Pergunta: Ao falar da polaridade astral em relação ao casamento, sendo a Lua e Vênus fatores significativos no horóscopo de um homem, e o Sol e Marte no de uma mulher, dizem que se estes Astros forem harmoniosamente configurados, etc., a harmonia prevalecerá. Seria a configuração da Lua PARA Vênus e Marte PARA o Sol nos respectivos horóscopos, ou da Lua e Vênus em um horóscopo e o Sol e Marte no outro? O que aconteceria se o Sol masculino estivesse em Oposição a sua própria Lua, mas se harmonizasse com a Lua do provável companheiro? Caso o Ascendente seja desconhecido, qual a melhor base para avaliar a compatibilidade? Será a harmonia ou qualquer outro Aspecto dos dois signos da Lua?
Resposta: Realmente, ambos são necessários para haver harmonia. Uma pessoa com Marte em Quadratura com Vênus não será bem-sucedida nos assuntos amorosos, mas só Marte, no horóscopo de uma mulher, estiver no lugar de Vênus no horóscopo de um homem, teremos então, um caso de amor, à primeira vista. Contudo, esse amor será terreno e mundano — a fase inferior do amor.
O Sol de uma pessoa no lugar da Lua de outra, produz uma condição de harmonia espiritual. Também é verdade que até mesmo a Oposição dos dois luminares de um horóscopo em relação a outro trará harmonia devido a serem opostos. O mesmo não acontece com as Quadraturas, mas verificamos que a Oposição produz harmonia.
A Quadratura do Sol e da Lua sempre torna um homem vacilante. Ele nunca sabe o que quer. Ele está sempre em conflito entre duas ideias. Não obstante, ele pode harmonizar-se com alguém do outro sexo se sua Lua estiver no lugar do Sol da companheira ou em Trígono. Isso traria, sem dúvida, harmonia espiritual.
(Perg. 126 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz SP)
Pergunta: A dor é necessária no grande esquema das coisas? Não está no plano de Deus sentirmos alegria?
Resposta: Quando Tannhauser, levado pela sua paixão profana pela nobre, pura e virtuosa Elizabeth, vagou pela montanha e foi atraído para a gruta de Vênus, como o ferro pelo imã, ele não só teve permissão, mas foi encorajado a satisfazer totalmente os seus desejos sensuais. Naturalmente, saciou logo a sua paixão e implorou, em seguida, para ser libertado do poder da deusa Vênus e obter autorização para voltar a Terra. No decorrer de sua súplica, ele profere o truísmo de que no atual estágio de desenvolvimento, o ser humano precisa tanto da alegria como da dor para o seu próprio progresso. Na Mente filosófica, este sentimento é imediatamente aprovado, pois embora sejamos bastante humanos para ansiar pela alegria e temer a dor, não podemos em sã consciência negar o fato de que uma vida de constante alegria, sem o mínimo sofrimento para perturbá-la, seria absolutamente insípida e incolor. É a própria mistura da luz e sombra que confere beleza a um quadro ou a uma paisagem, e uma combinação semelhante de dor e alegria é necessária para dar sabor a vida e torná-la digna de ser vivida.
Do ponto de vista astrológico, a luz e a sombra da vida são proporcionadas pela posição e Aspectos de Júpiter e de Saturno por ocasião do nascimento, juntamente com sua progressão e trânsitos em relação ao horóscopo de qualquer pessoa. A alegria e o riso provêm de Júpiter, o planeta da benevolência e do otimismo, que nos outorga os favores dos deuses a medida que merecemos sua generosidade. Por outro lado, Saturno, o planeta do pessimismo e da dificuldade, é o dispensador dos desfavores nos quais incorremos por ações que vão de encontro a lei, e visto sermos ainda tão ignorantes a respeito de como trabalhar em harmonia com o grande plano de Deus para o universo, não devemos admirar-nos de que sejam necessárias as chibatadas de Saturno para forçar-nos a entrar na linha sempre que nos desviamos do caminho da virtude. Não obstante, o que indica de forma mais significativa o amor do nosso Pai, é o fato de Júpiter passar três vezes ao redor do horóscopo, produzindo bons aspectos e oportunidades para cada revolução de Saturno, que nos traz experiências e que são chamadas de más porque nos falta a necessária compreensão para o fato.
Que bênção maravilhosa é a astrologia, propiciando-nos uma percepção interior do plano infinito de evolução, por meio do qual estamos sendo plenamente educados e levados da ignorância para a onisciência! Saturno é um dos fatores principais nesse processo de iluminação. Aqueles que não conhecem astrologia podem achar que a dor os acomete sem nenhuma razão justificável e, frequentemente, invejam os que são aparentemente mais afortunados que eles. Contudo, uma vez que aprendam a buscar a luz através da astrologia, toda a sua perspectiva de vida muda. Torna-se, então, evidente que o objetivo da nossa presença aqui não consiste no prazer, mas na experiência.
Não importa quão tristes ou quão desastrosas sejam essas experiências; o verdadeiro estudante de astrologia acolhe-as com alegria e procura descobrir tanto a razão do ponto de vista astrológico, como as lições a serem aprendidas. Além do mais, ele experimenta o consolo de saber que os aspectos que produzem efeitos desastrosos são apenas passageiros e que, no tempo devido o qual pode ser calculado, as chicotadas de Saturno desaparecerão, e o raio benéfico de Júpiter dispersará a tristeza saturnina e curará a ferida. Esse conhecimento dar-lhe-á, naturalmente, coragem para suportar os dias de provação e permitir-lhe uma atitude mental esperançosa que o ajudará a aguardar o fim das adversidades.
Quando vivemos na ignorância do grande plano de Deus e não compreendemos as fases cíclicas da dor e da alegria, introduzidas em nossas vidas para o nosso bem, através de Saturno e Júpiter, podemos ficar exaltados e excessivamente enlevados quando Júpiter nos cumula com as dádivas dos deuses – saúde, riqueza, amigos, sucesso e prosperidade. Tendemos também a ficar excessivamente deprimidos quando, sob o açoite de Saturno, somos privados de tudo que faz a vida digna de ser vivida. No entanto, quando o livro da vida nos for aberto pela sagrada ciência da astrologia, e nele reconhecermos o propósito benevolente de Deus e de Seus ministros para conosco, aprenderemos, gradualmente, a manter o nosso equilíbrio de forma que, quando as alegrias de Júpiter se apresentarem, não nos tornaremos excessivamente eufóricos, mas iremos recebê-las com espírito moderado e tranquilo, aprendendo a ser administradores de todas as boas coisas que nos são assim confiadas. Aprenderemos que não devemos usá-las somente para os nossos próprios interesses e propósitos egoístas, mas para o bem de todos e, algum dia, teremos que prestar contas e mostrar como usamos as provisões de nosso Senhor.
Por outro lado, as chicotadas de Saturno não serão muito severas ou aplicadas frequentemente sobre aquele que sabe examinar-se para verificar onde falhou, procurando a causa de suas tribulações sob as quais padece.
A lição será certamente entendida por quem procura com sinceridade e, ao descobrir a valiosa pérola do conhecimento, a alegria excederá de muito a dor decorrente do aprendizado dessa lição. Com o decorrer dos anos, desenvolver-se-á o mais valioso de todos os bens que o Ego possui, o equilíbrio, que eleva o ser humano que o possui acima do mar encapelado de emoções para o reino da paz eterna, que transcende toda a compreensão. Quando o ser humano tiver chegado a esse ponto de desenvolvimento, nem Saturno, nem Júpiter, nem quaisquer dos outros Espíritos Planetários terão o poder de influenciá-lo, pois ele terá aprendido a dominar seus Astros e a ajustar o seu destino de acordo com a sua própria vontade divina.
(Perg. 125 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz SP)