O Ecos de um Centro Rosacruz tem como objetivo informar as ATIVIDADES PÚBLICAS de um Centro, bem como fornecer material de estudo sobre os assuntos estudados durante o mês anterior.
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1.Para acessar a Edição digital
clique aqui: Ecos da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil de Julho de 2023
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A Fraternidade Rosacruz é uma Escola de Filosofia Cristã, que tem por finalidade divulgar a filosofia dos Rosacruzes, tal como ela foi transmitida ao mundo por Max Heindel. Exercitando nosso papel de Estudantes da Filosofia Rosacruz, o Centro Rosacruz de Campinas-SP-Brasil, edita o informativo: ECOS.
As reuniões presenciais abertas ao público ocorrem na nossa sede situada na Avenida Francisco Glicério, 1326 – Centro – Conj. 82 – Campinas – SP, aos domingos às 17hs.
É necessário que os interessados em participar presencialmente avisem antecipadamente pelo fone: 55 19 99185-4932 ou pelo e-mail: fraternidade@fraternidaderosacruz.com
Atividades gerais ocorridas em nosso Centro, no mês de Julho/2023: 3
Agosto – Sol transitando pelo Signo de Virgem (agosto-setembro) 4
Estudos Bíblicos Rosacruzes – Novo Testamento – Evangelho Segundo São Mateus 3, 1-17. 5
Alguns Artigos Publicados nas redes sociais no mês de Julho: 21
Repetição – Evolução constante. 22
Max Heindel – Irmão Leigo – Um exemplo. 24
O Papel do enfermo no processo de Cura Rosacruz. 25
Fiquemos atentos às sementes que nos são lançadas. 27
Datas de Cura: Agosto: 05, 12, 20, 27. 30
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Atividades gerais ocorridas em nosso Centro, no mês de Julho/2023:
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Agosto – Sol transitando pelo Signo de Virgem (agosto-setembro)
Quando o Sol passa por Virgem, o Signo do serviço, uma necessidade cósmica impulsiona o Cristo para deixar o Reino do Pai e descender, novamente, à Terra.
A Trilha da Santidade, seguindo o raio de Cristo, abandona também a região espiritual da Terra, enquanto o Sol passa por Virgem. Sendo o Amor a nota-chave de Leão e o serviço por meio da pureza a de Virgem, aquele que caminha por essa parte da Trilha, atravessando os planos da mais elevada vibração dessa esfera, há de ter desenvolvido a pureza como um poder interno. De modo geral, a qualidade de tal poder não se reconhece, embora Cristo tenha declarado que só os puros de coração verão a Deus.
O candidato, que é digno de alcançar o sobrenatural plano de Virgem, se encontra ante o mistério da Imaculada Concepção e aprende que esse dom divino não foi outorgado somente a um indivíduo, mas que Maria e Jesus foram os modelos que a humanidade toda está destinada a emular. Nessa morada celestial, os espiritualmente iluminados ouvem os Anjos cantarem sobre o dia em que, em um novo Céu e em uma nova Terra, a Imaculada Concepção será a herança da Onda de Vida Humana inteira.
Estudos Bíblicos Rosacruzes – Novo Testamento – Evangelho Segundo São Mateus 3, 1-17
Nesse evangelho falamos da Pregação de São João Batista e o Batismo de Jesus.
O Estudo Bíblico é fundamental para o Estudante Rosacruz para ajudá-lo a equilibrar cabeça-coração, intelecto-coração, razão-devoção, Cristão ocultista-místico.
Algumas Advertências:
Pregação de João Batista
Que a partir da primeira vinda de Cristo estava aberto o acesso a quem quisesse para conhecer diretamente (sem nenhum intermediário), tudo o que envolve a Peregrinação do ser humano, desde quando começou nesse Esquema de Evolução, lá no longínquo Período de Saturno, até quando chegar ao final, no Período de Vulcano.
E, com isso, qualquer um pode alcançar o desenvolvimento espiritual que quiser, adiantando-se nesse Esquema de Evolução e, ajudando com o máximo de eficácia todos os seus irmãos e suas irmãs de caminhada além do próprio Plano de Cristo para a “Salvação da Humanidade”.
Não confundamos Reino dos Céus com Reino de Deus: Reino dos Céus se refere a todo o Esquema, a Obra e o Caminho de Evolução no qual estamos inseridos.
São João Batista pregou o seu Evangelho da preparação sem palavras ambíguas. Sua advertência era voltada a todos, como nos exemplos abaixo:
O que isso significa? – Uma necessidade urgente e imediata de alterar toda a estrutura social que havia e que, infelizmente, ainda há e nos enreda nessa ilusão de realização e felicidade falsas, focada em falsos valores materiais e de poder, fama, fortuna e foco somente nessa vida material!
Onde significa: Que passou da hora de preparar a nossa Personalidade para receber quem nos tirará desse atraso, que nos impusemos nós mesmos em persistir no doloroso caminho do transgressor, das Leis de Deus.
Dirigindo-se com energia aos:
Resumindo:
No versículo: “Eu vos batizo com água para o arrependimento, mas aquele que vem depois de mim é mais forte do que eu. De fato, eu não sou digno nem ao menos de tirar-lhe as sandálias. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo”
Era conhecido como Batismo… por meio do arrependimento dos pecados, como está claro nesses versículos:
“Arrependei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo”.
“Produzi, então, fruto digno de arrependimento”.
“Eu vos batizo com água para o arrependimento”.
Nesse tipo de Batismo, era aberto ao candidato à Iniciação, o conhecimento dos Mundos Espirituais, pela primeira vez, pela sufocação.
Os Iniciadores, como S. João Batista, sabiam que, quando se submerge alguém na água, os seus Corpos sutis, por falta de condições biológicas de respiração de ar, abandonavam, em parte, o veículo denso (Corpo Denso), da mesma forma como acontece num afogamento. Antes de o indivíduo afogar-se completamente, o espírito encontra-se consciente dentro de seu nível interno, conhecendo-se a si mesmo como um ser espiritual entre outros seres semelhantes, que se encontram em seu nível, estando só parcialmente ligado ao seu corpo.
Os Essênios conheciam perfeitamente o ponto exato em que o candidato aos mistérios podia ser novamente levado para fora da água, enriquecido com os conhecimentos obtido nos planos superiores.
Dessa forma, o candidato tinha plena certeza da existência de uma vida espiritual, o que o levava a morrer para tudo quanto é material. Ele era um morto para o Mundo, e nascido para os Céus.
S. João Batista também anuncia que aquele que está chegando, batizará de uma outra forma, o chamado “Batismo de Fogo ou Batismo do Fogo ou, ainda, o Batismo com Fogo”.
O Fogo aqui é o fogo do Espírito Santo que resulta em uma iluminação interna do candidato à Iniciação, e leva a uma comunhão direta com o Fogo do Cosmos do Espírito Universal. É um processo de dentro para fora, portanto, sem nenhuma necessidade de alterar a condição da consciência externa do candidato à Iniciação.
Vejamos 2 exemplos que estudaremos com mais profundidade mais à frente:
Já no evento do “Batismo de Jesus” vejam a presença clara da Santíssima Trindade: Deus Pai proclamando: “Este é Meu Filho amado, em quem Me comprazo”, Deus Filho, o Cristo, na presença própria iniciando a Sua missão, tomando os Corpos Denso e Vital de Jesus. A partir de então sendo Cristo Jesus ou Jesus Cristo. E, também, a do Deus Espírito Santo (Jeová) como a forma de uma pomba.
Conceito Rosacruz do Cosmos – Estudo das “Terminologias Rosacruzes” – Capítulo II – Os Quatro Reinos – Parte 5
-Chispa Divina que se transformará em uma Chama Divina.
-Essa transformação começa em um Grande Dia de Manifestação do Deus que as criou.
-O Dia de Manifestação atual começou com o Período de Saturno e terminará no Período de Vulcano. -Compõe-se de uma Obra, Esquema e Caminho de Evolução.
2.Espíritos Virginais da Onda de Vida Humana:
Somos nós atualmente. Como Deus potencial, nos tornaremos peritos construtores de Corpos formados de matéria da Região Química do Mundo Físico.
Como em todos os Espíritos Virginais, todas as possibilidades de Deus estão contidas, inclusive:
Temos, ao nosso cargo, a Evolução da Onda de Vida que começou nesse Período Terrestre e que hoje anima os minerais.
3.Ego:
O Espírito Virginal de uma Onda de Vida manifestado.
Atualmente um Ego tem os seguintes veículos:
-O Ego é também chamado de “Deus interno”.
-O Tríplice Espírito (Ego) dirige o Tríplice Corpo por meio do veículo Mente, que é elo de união entre o Espírito e seus Corpos, e trabalha nesses Corpos para extrair a Tríplice Alma.
Ego e Espírito Virginal são a mesma coisa?
Não. O Ego é um Espírito Virginal manifestado em uma das 4 Ondas de Vida.
-No Período Lunar tínhamos a consciência do sono com sonhos -consciência pictórica interna.
-Era uma consciência pictórica interna das coisas externas, uma representação interna dos objetos, das cores e dos sons externos.
– Era análoga à dos animais inferiores de hoje.
Estado ou consciência de vigília:
-Estado em que os objetos podem ser observados fora, distintos e definidos.
-O ser humano passou a perceber a realidade do Mundo exterior e, pela primeira vez, vislumbrou a diferença entre si, o “eu” e os outros.
-O ser humano compreendeu que era separado e, desde então, a consciência do “eu”, o egoísmo, predomina.
-A mudança da consciência pictórica interna para a consciência objetiva e do “eu” foi efetuada muito lentamente.
-Desde a permanência no Globo C, na terceira Revolução do Período Lunar, até a última parte da Época Atlante do Período Terrestre.
Vontade humana:
-É um dos atributos essenciais do Espírito, pelo qual este determina e realiza os atos que deseja – através do livre arbítrio.
-A vontade se desenvolve com o exercício ou se atrofia pela inanição ou o abandono.
-Vontade é uma força masculina.
-Deus nos pede uma vontade reta, uma intenção pura, um coração inocente; que não tenha outros desejos senão os Seus.
-É a VONTADE humana que tem condições de afirmar-se e frustrar o Destino.
Lei Cósmica:
-A Lei Cósmica é o “Guia” em nossa peregrinação através da matéria.
-São Leis naturais, universais e imutáveis, que comandam o funcionamento de todo o Universo.
-Elas atuam diretamente sobre todos os seres que estão em Evolução.
-Vivendo em harmonia com as Leis Cósmicas, irradiando paz e amor ao nosso redor – servindo ao próximo-, nossos veículos se sensibilizarão.
-A órbita de cada Astro é determinada por essas Leis Cósmicas.
Exemplos:
Livre escolha (ou livre arbítrio):
-É definida como a possibilidade de decidir, escolher em função da própria vontade, isenta de qualquer condicionamento, motivo ou causa determinante.
-Durante a Época Atlante, recebemos a Mente e pudemos começar a usar nossos veículos. Um certo grau de livre arbítrio foi concedido para nós e nos tornamos responsáveis perante a Lei de Causa e Efeito.
-É um sagrado direito individual, e Deus, como Pai e pedagogo incomparável, sabe que precisamos aprender a usá-lo, para um dia exercermos os deveres e direitos de cidadãos espirituais.
-Com o livre arbítrio, temos o poder da Epigênese, ou iniciativa, de forma que podemos adotar uma nova linha de conduta a qualquer momento que queiramos.
Conceito Rosacruz do Cosmos – Estudo das Terminologias Rosacruzes – Capítulo III – O Ser Humano e o Método de Evolução – Atividades da Vida: Memória e Crescimento Anímico – Parte 1
-Imagens mentais, que vem das nossas observações, obtidas pelos nossos sentidos, e formadas pelas nossas conclusões na substância da Região do Pensamento Abstrato relativas aos assuntos a que se referem, colhidos via Corpo Vital e Corpo de Desejos.
O processo ocorre como mostra a figura ao lado:
Pensamentos-forma:
-Dessas imagens mentais formamos as nossas conclusões na substância da Região do Pensamento Abstrato relativas aos assuntos a que se referem. Tais conclusões são ideias.
Pelo poder da vontade projetamos as ideias através da Mente quando então, revestindo-se de matéria mental da Região do Pensamento Concreto, concretizam-se como Pensamento-forma.
Memória (s):
Há 3 tipos de Memória, segundo os Ensinamentos Rosacruzes:
-É a energia do Sol que flui constantemente em nosso Corpo Denso por meio do baço etérico, um órgão especialmente adaptado para a atração e assimilação desse Éter universal.
-Durante o dia, quando o fluido solar é absorvido pelo ser humano em grandes quantidades, esses pontos do Corpo Vital ficam inchados ou dilatados pelo fluido vital. Mas, com o passar das horas e à medida que as substâncias tóxicas vão obstruindo cada vez mais o Corpo Denso, o fluido vital flui mais lentamente.
-No Plexo Celíaco – onde está o Átomo-semente do Corpo Vital – esse Éter é convertido em um fluído rosado que banha o sistema nervoso. Por meio deste fluído vital os músculos se movem e os órgãos desempenham suas funções vitais.
-O Corpo Vital é formado por inumeráveis pontos que se projetam em todas as direções: para dentro, para fora, para cima e para baixo. Todos através do corpo, e cada pequeno ponto passa através do centro de um dos átomos químicos fazendo-o vibrar numa velocidade maior que a normal.
-O Corpo Vital interpenetra o Corpo Denso desde o nascimento até a morte, em todas as circunstâncias, exceto quando, por exemplo, a circulação sanguínea é interrompida numa certa parte, como acontece quando descansamos a mão na beira de uma mesa e dizemos que ela “adormece”.
Quanto melhor for a saúde, maior será a quantidade deste fluído vital solar que poderemos absorver, mas dele só utilizamos uma parte; o excesso é irradiado do Corpo Vital em linhas retas. Os germens, os micróbios, os vírus das doenças não poderão entrar do exterior devido a essas invisíveis torrentes de força, e os microrganismos que entrem no corpo com o alimento são rapidamente expelidos.
Não obstante, toda a vez que tivermos pensamentos e desejos de medo, raiva, ciúmes, inveja, cobiça, ódio, enfim de qualquer coisa que coletamos das três Regiões inferiores do Mundo do Desejo, o baço funciona mal e deixa de especializar o fluído vital em quantidade suficiente. As linhas de força se curvam, permitindo assim o acesso fácil aos organismos deletérios que podem então se alimentar nos nossos tecidos, sem nenhuma oposição, causando as doenças.
Além disso, quase todo o fluido vital, energia solar especializada pelo baço, é absorvida pelo sangue que, depois das refeições, passa através desse órgão em maior volume. O resto do sistema também fica privado de fluido vital, em grande extensão, durante o processo digestivo.
Constituição Sétupla
Se compõe de:
O ser humano é um Espírito Tríplice que possui uma Mente, com a qual governa Corpo Tríplice que emanou de si próprio, para adquirir experiência.
Este Corpo Tríplice se transmuta em uma Alma Tríplice da qual se alimenta, elevando-se, por essa forma, da impotência à onipotência.
O espelho da Mente também contribui para aumentar o crescimento espiritual, porque o pensamento que transmite ao Espírito, ou que dele recebe, dão-lhe polimento e mais brilho, intensificando, cada vez mais, o seu foco e reduzindo-o a um ponto único perfeitamente flexível e sob o domínio do Espírito.
Cremação:
Nota:
no endereço: https://fraternidaderosacruz.com/assistindo-ao-proprio-funeral/.
Mundos celestes
Assim como o gesso é colocado no seu molde e aí forma uma escultura, assim também os átomos físicos são dispostos em um molde idêntico e formam um corpo vivente, seja ele de uma planta, de um animal ou de um ser humano.
O tom de um Astro, em particular ao qual um Ego está sintonizado, estabelece a nota-chave do Arquétipo; e mais tarde, quando a matriz do Corpo Vital é colocada pelos Anjos do Destino dentro do útero do Corpo da mãe que espera o bebê, é ajustada para a mesma nota-chave musical que soa no Arquétipo.
O Corpo Denso, portanto, também é construído em harmonia com este mesmo ritmo musical.
Quando este fato é reconhecido, torna-se claro como a relação harmoniosa do Ego com seus Corpos; significa saúde e como uma dissonância entre ela e seus veículos produz a doença.
Tais fraquezas são vistas no horóscopo radical da pessoa, já que ele é, na verdade, um retrato da Alma. Onde há as Quadraturas e Oposições são os lugares em que a desarmonia é mais provável de aparecer.
Uma análise científica de todos os fatores envolvidos aponta para a natureza de uma doença mental ou física, que é susceptível de se manifestar.
Lembre-se, no entanto, que o Cristo interno despertado pode elevar o ser humano acima destas linhas que causam tal desarmonia.
Suicida:
Existem 3 aforismos Rosacruzes importantíssimos sobre a eutanásia:
Processo de construção dos Corpos e Mente para um novo Renascimento:
Quando uma pessoa morre de morte natural, mesmo no vigor da vida, a atividade do Arquétipo cessa, e o Corpo de Desejos por si mesmo se ajusta para ocupar toda a forma.
A parte da aura ovoide, que geralmente contém o Corpo Denso, está vazia e, ainda que o Corpo de Desejos tenha tomado a forma do Corpo Denso descartado, ele se sente como uma concha vazia, pois o Arquétipo criador do Corpo persiste, por assim dizer, como um molde vazio na Região do Pensamento Concreto por tanto tempo quanto deveria viver o Corpo Denso.
No caso do suicida, o horrível sentimento de “vazio” permanece até o tempo em que deveria ocorrer a morte natural.
À primeira vista, e desde a perspectiva das pessoas não versadas nos ensinamentos do ocultismo, a eutanásia parece possuir considerável apelo para ser recomendada.
A maioria das pessoas ao ver um animal sofrendo agonias, e sem esperanças de cura, é acometida prontamente pelo instinto humanista de acabar com o seu sofrimento e surgem as perguntas:
Nós não podemos fugir de nossos estritos deveres. O sofrimento que nos é dado é necessário para ensinar-nos uma lição, ou abrandar nosso caráter.
A única maneira para encurtar esse sofrimento é por um esforço em compreender por que estamos em condição que nos traz dor.
De outra forma, não deveríamos estar sofrendo agora, e quanto mais rápido aprendermos a lição de cor e, começarmos a viver uma vida melhor, mais em harmonia com as Leis da Natureza que desrespeitamos, mais rápido nosso sofrimento cessará. Está sempre em nosso próprio domínio alterar condições, embora, naturalmente, não possamos remediar em um dia aquilo que levou anos ou vidas para ser destruído, mas certamente não existe outra maneira pela qual uma cura permanente possa ser efetivada. Mesmo que agora, pela supressão da lei que condena a eutanásia (ou como é erroneamente chamada de “morte por misericórdia”), o sofrimento seja abreviado, podemos estar certos de que a pessoa tão pronta deixe seu corpo e renasça em um novo veículo, terá a tendência a desenvolver a mesma doença da qual escapou de forma indireta.
Alguns Artigos Publicados nas redes sociais no mês de Julho:
Vencer o Medo:
Toda pessoa que aspira chegar longe no Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz, que deseja prestar um verdadeiro serviço amoroso e desinteressado aos demais, que aspira ser um Auxiliar Invisível Consciente (pois inconsciente muitos de nós já somos, todas as noites), deve sobrepor-se ao medo.
O medo é o maior dos obstáculos para o Aspirante Rosacruz.
No Mundo do Desejo a pessoa precisa estar completamente convencida de que nem o fogo, nem qualquer objeto ou entidade tem o poder de prejudicá-lo. Vencer qualquer medo físico é condição inicial indispensável para atingir o objetivo de se tornar um Auxiliar Invisível.
Também há que se perder o medo de falar em público, se expor em público, justificando timidez ou medo de críticas. Há muitas pessoas talentosas que poderiam dar uma boa contribuição ao bem-estar social, mas se fecham, se escondem, e perdem a oportunidade de servir, de deixar sua luz brilhar.
A timidez nada mais é do que a falta de confiança em si mesma.
Sabemos que temos internamente uma Divina Centelha. Se renunciarmos à nossa Personalidade (formada pelo Corpo Denso, Corpo Vital, Corpo de Desejos e Mente, que criamos a cada renascimento aqui) e deixarmos livremente nossa Divina Essência se manifestar e presidir nossas ações, veremos que pouco a pouco a confiança em nós mesmos vai se firmando e se desenvolvendo.
Se temos a convicção de que somos feitos à imagem e semelhança de Deus, nosso Criador, qualquer medo, isso inclui a timidez (que é uma forma de egocentrismo), é uma blasfêmia, porque é uma negação dos valores espirituais.
Se deixarmos que se faça a vontade de Deus e não a nossa, muito melhoraria nosso ponto de vista, nosso comportamento emocional e as nossas ações.
O medo pode não ser uma tarefa fácil de se vencer, porém não impossível.
A pessoa precisa reunir condições internas nela para converter-se num servo altruísta no Reino de Deus. Há que se ter persistência, perseverança, humildade, paciência e fé, mas jamais deixar de tentar.
Deve-se vencer as próprias limitações, ter muita fé e ter a vitória sobre si mesmo. A vitória do sacrifício da sua Personalidade.
A partir daí poderá fazer pleno uso da sua capacidade de servir, aqui e lá.
Repetição – Evolução constante
Estamos em um momento nesse Esquema de Evolução que, segundo aprendemos nos Ensinamentos Rosacruzes, envolvendo a Órbita de Influência da Era de Aquário nos últimos graus da Era de Peixes, onde experimentamos um grande desenvolvimento intelectual e espiritual (“cabeça-coração”, razão-devoção, portanto: chances enormes para conquistarmos esse tão necessário equilíbrio entre a razão e o coração!). Isso requer de todos nós um despertar do Corpo Vital, em todos os sentidos, e como sabemos, a Palavra-chave do nosso Corpo Vital é: repetição.
Onde encontrar essa repetição e evoluirmos intelectual e espiritualmente?
Ora, nossos afazeres diários, nosso cotidiano, a nossa rotina, são uma repetição necessária.
Acordamos, nos preparamos para um novo dia, tomamos nosso café da manhã, pegamos uma condução para o trabalho, etc., tudo isso é repetição, dia após dia. Podemos fazer disso nosso progresso, ao invés de reclamar, de achar monótono. Como? Fazendo tudo com amor, desde o despertar.
Cada dia pode ser uma experiência nova; podemos “puxar” conversas com desconhecidos, mudar nosso caminho, ver as mudanças ocorridas nas ruas, nos prédios, no bairro, um comércio novo que abriu, etc., assim vamos vivendo nossa rotina, nossa repetição, porém diversificando, mudando hábitos.
Às vezes um “Bom dia” que damos pode abrir um sorriso, uma conversa. Ainda de abrirmos oportunidades para fazer os nossos Exercícios Esotéricos Rosacruzes durante um afazer e outro.
Todos temos os nossos fardos na vida e podemos torná-los mais leves, isso se nos mudarmos internamente; se “enxergarmos o outro”, se ouvirmos o desabafo de alguém, se entendermos a dor do outro, se nos compadecermos, orarmos pelos outros. Saiamos do nosso “mundinho”. Isso nos fará crescer um pouquinho espiritualmente.
O mundo já tem demais pessoas egoístas, egocêntricas, que não saem dos celulares, usam fones de ouvido o tempo todo, não enxergam nem ouvem ninguém, sejamos então a mudança que queremos e precisamos, ou seja, malbaratam as influências enormes espirituais que temos a nossa disposição atualmente.
Conversemos com pessoas idosas; elas têm muitas e interessantes histórias, experiências e quanta sabedoria! Não os desprezemos jamais.
E as crianças? Precisam de atenção, querem ser ouvidas, que brinquem com elas. Levem-nas para os parques, para brincarem ao ar livre, correr, se sujar.
Vamos viver nossa rotina sim, nosso dia a dia, sem que fique monótono.
Repetir sim, deixar o dia a dia chato, isso não.
Repetição faz parte, é a Palavra-chave do seu Corpo Vital.
S. Tomé representa a dúvida e o ceticismo que necessariamente nasce durante o treinamento intelectual.
Dúvida e ceticismo são dois dos maiores impedimentos enfrentados pelo moderno Aspirante, na aquisição direta do conhecimento.
As palavras do Mestre para S. Tomé: “não sejas incrédulo, mas crê”, ainda estão ecoando através dos Éteres.
Não podemos esperar progressos longos no Caminho, enquanto o estágio de S. Tomé de desenvolvimento não passe.
Max Heindel – Irmão Leigo – Um exemplo
Se você está trilhando seriamente o Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz, você pode se inspirar no exemplo do Irmão Leigo Max Heindel, o Mensageiro dos Irmãos Maiores, responsável por promulgar os Ensinamentos Rosacruzes – por meio da Fraternidade Rosacruz – para o mundo ocidental, e que não hesitou um só momento, abraçou essa causa maravilhosa e foi muito bem-sucedido.
Qual foi o merecimento de tão elevado encargo?
Sem dúvida alguma foi o seu indescritível impulso interno de encontrar a verdade, o seu virtuoso caráter e constância, e o amor para com os seus semelhantes. Tudo era em prol do próximo. Conhecia e repassava.
Mesmo em meio a muitas dificuldades, sob tremendos sacrifícios, só ficou satisfeito quando transmitiu esses luminosos, maravilhosos e profundos Ensinamentos ao mundo.
Levou a público a grandiosa Filosofia Rosacruz, explicando com meridiana clareza os mistérios da vida, dando-nos fé, consolo e esperança de uma vida futura, melhor e bem compreendida. Ele plantou uma fecunda semente – a Fraternidade Rosacruz – que germinou, cresceu, tornou-se frondosa árvore, floresceu e frutificou. E continua frutificando e sob ela nos abrigamos.
Suas flores perfumam nossas vidas e seus saborosos frutos alimentam nossas Almas. Que privilégio nós temos! Quão agradecidos devemos ser também aos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz!
A nós, cabe avaliarmos a nossa responsabilidade também, pois “a quem muito é dado, muito será exigido”. Temos muito o que fazer, divulgar, repassar.
Somos imperfeitos, sabemos, mas podemos nos converter em Auxiliares dos Irmãos Maiores, “Pregando o Evangelho e Curando os enfermos”.
Que missão mais sublime podemos aspirar do que ajudar os nossos semelhantes e a Evolução do mundo?
Riquezas materiais, honras, glórias, poder, fama, tudo isso são bens temporais e efêmeros; porém, os valores espirituais que acumulamos e podemos transmitir, são o tesouro da Alma (“o que a traça não rói e a ferrugem não destrói”) e jamais os perderemos.
Cristo abriu o “Caminho” para todos, e Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida, Suas irradiações espirituais tocam nossos corações, basta estarmos alertas e dispostos a recebê-lo, Ele desperta nosso Espírito, impulsionando-nos à ação.
Esforcemo-nos, pois, até o limite de nossas capacidades para nos tornarmos receptivos a essas elevadas vibrações.
Harmonizemo-nos com os princípios da Nova Era, como Cristo nos ensinou.
Elevemos sempre nossos profundos e sinceros sentimentos de gratidão ao Pai Celestial, aos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz e a Max Heindel, pelas grandes bênçãos recebidas, por tão elevados Ensinamentos.
O Papel do enfermo no processo de Cura Rosacruz
Muitas pessoas, felizmente, se inscreveram para o Departamento de Cura da Fraternidade Rosacruz quando estavam doentes ou enfermas (do Corpo ou da Mente), e já alcançaram a cura definitiva. Isso com certeza é porque além da fé, de acreditarem no trabalho dos Irmãos Maiores e dos Auxiliares Invisíveis, fizeram a parte deles, como pacientes, durante o processo de Cura Rosacruz.
Primeiro seguiram todas as orientações (assinaturas semanais nas fichas, com o uso das canetas corretas, oficiaram os Rituais dos Serviços Devocionais (do Templo, de Cura, dos Solstícios e Equinócios e de Véspera de Natal) todos os dias, todas nas Datas de Cura e todos nas datas específicas, estudaram e aplicaram na sua vida o material recebido mês a mês, além de uma mudança de vida, para melhor, se esforçando para eliminar os maus hábitos e ter uma vida mais saudável.
Sabemos que Cristo realizou muitas curas e dentre essas algumas pessoas não seguiram o que Ele mesmo disse, ou seja, se mantiveram duras de coração, doentes no coração, dando total ênfase ao intelecto e/ou voltaram aos maus hábitos. Para sermos curados no físico, precisamos além da fé, seguir as orientações médicas e do Departamento de Cura, de uma Escola séria como é a Fraternidade Rosacruz.
Para sermos curados de fato, além de não sermos mais duros de coração, não cometermos mais os mesmos erros, temos que ter uma grande força de vontade para mudarmos radicalmente nossas vidas.
É preciso também entender que continuar no pecado, “levando a vida”, vivendo no materialismo, egoísmo, nos vícios, na inveja, no ódio, com ressentimentos e quaisquer outros que utilizam materiais, coletados pelo paciente, das Regiões inferiores do Mundo do Desejo, jamais obterá a Cura, além de criar mais Destino Maduro e uma quantidade maior de pecados (que se tornam dívidas a serem pagas, porque sempre, além de prejudicar o próprio paciente, prejudica os que estão em torno dele).
Se ficamos doentes ou enfermos é porque ativamos nossas doenças (as doenças latentes, todas bem demonstradas no nosso horóscopo são ativadas), pela transgressão às Leis da Natureza (as Leis de Deus). Se queremos ser curados definitivamente precisamos fazer a nossa parte, seriamente, confiantes, com muita fé e fazendo as mudanças necessárias nas nossas vidas.
Sem um coração puro, nobre, amoroso e uma Mente pura, não teremos um Corpo são, ou seja, não seremos curados. Jamais! Porque não somos merecedores.
Os Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz e os Auxiliares Invisíveis têm muito trabalho e não perderão tempo com quem não quer mudar, não quer a Cura definitiva e prefere levar a vida ao sabor dos ventos e remediar (viver à base de remédios), às vezes, se fazendo de coitadinho (a) pois assim terão atenção e, astutamente, continuarão seguindo o duro “caminho do transgressor”.
“Eis que estás curado; não peques mais, para que não te suceda algo ainda pior!” (Jo 5:14)
Fiquemos atentos às sementes que nos são lançadas
Às vezes ouvimos ou lemos algo sobre a parte espiritual e não percebemos.
Aprendemos, nos Estudos Bíblicos Rosacruzes, na parábola do semeador o significado da seguinte frase: “Todo aquele que ouve a palavra do Reino e não a compreende, vem o maligno e a rouba.” (Mt 13:1-23).
Cristo falou à multidão em parábolas, pois muitos não estavam preparados, tinham “olhos e não viam, tinham ouvidos e não ouviam”.
Assim acontece hoje conosco, se não estamos atentos com nossos olhos e ouvidos, a semente é lançada e não brota, ouviremos e não entenderemos, não conseguiremos compreender com o nosso coração e, consequentemente, não cresceremos espiritualmente.
Muitos ouvem a “Palavra”, os Ensinamentos estão na sua frente, às claras, e muitos não veem; têm suas preocupações do mundo, vivendo na ilusão de “ser feliz”, tentando se saciar com bens materiais, que é muito forte e os encanta. Esquecem que daqui, materialmente falando, nada se leva. No Purgatório sempre virá um grande arrependimento e o sofrimento correspondente por seguir o “caminho do transgressor”. É recorrente…sempre se repete!
Quando estudamos a Bíblia por meio dos Estudos Bíblicos Rosacruzes, por exemplo, devemos buscar entender as entrelinhas. É fácil? Não, mas também não é impossível. Ali há uma grande riqueza de ensinamentos, grandes tesouros escondidos nas entrelinhas. E a chave é a compreensão (não só “uma lida”, mas um estudo profundo e constante) da Filosofia Rosacruz.
Devemos nos habituar a orar e pedir ajuda e discernimento a Deus.
Sejamos humildes e falemos com o Senhor. Digamos que temos sede de verdade e de conhecimento dos grandes ensinamentos deixados por Cristo!
Não esperemos chegar o momento em que desejaremos ardentemente obter conhecimentos, que queremos cuidar da parte espiritual, porém não estaremos bem fisicamente (o tempo passa para todos e a idade chega com suas consequências no Corpo Denso), a fraqueza já tomando conta do nosso Corpo Denso (Corpo Denso), os olhos já não são os mesmos, os ouvidos idem, isso se não tivermos doenças, estivermos aos cuidados de outros, piorando ainda mais a situação.
Fiquemos sempre alertas, sempre atentos. O momento é agora, é já! Afinal o presente é o aqui e agora.
Resposta: Justamente para transformar tudo isso que você escreveu e que está latente em ativo, construtivo, manifestado somente para o bem, “aguentando o tranco” segundo a vontade de Deus (e não segundo a vontade própria), internalizando as Leis de Deus e não lutando contra elas, imitando exatamente cada passo que Cristo deu na sua primeira vinda e não ficar somente no intelecto, na compreensão de fora para dentro. Temos tudo dentro de nós, sim, mas daí para colocar em ação, há muito o que fazer. Um exemplo? Consegue trabalhar conscientemente na Região Etérica do Mundo Físico atualmente, tanto de dia como de noite durante o sono? E, por quê? Por que você não sabe? Não. Todos sabemos, mas não temos o autodomínio para tal. Inconscientemente todos trabalhamos, nem que seja para restaurar o nosso Corpo Denso.
2ª) Pergunta: Fomos advertidos a respeito da possibilidade de “vencer os obstáculos postos em nosso caminho, através desse horóscopo. Cada vez que vencermos um Aspecto viveremos de acordo com nossa natureza divina.” Também aprendemos em outras lições e materiais a respeito do “Destino Maduro”. Muitas das questões que aprendemos não envolvem temperamento, personalidade etc. Mas envolvem questões de saúde e até de acidentes. Mesmo estas questões podem ser superadas ou vencidas? Ou, como dizem alguns, “o caminho para fora é através”. Ou seja, teremos que passar por estas provações e superá-las vivendo a doença, acidente, etc.?
Resposta: Primeiro de tudo: todos os nossos “problemas” têm a ver com a nossa saúde e, portanto, com presença ou ausência de doença ou enfermidade (física, mental, psíquica, emocional). Por isso que a Astrologia Rosacruz é focada em Astro-diagnose e Astro-terapia, e não deve ser usada para saber se “vamos nos dar bem nessa vida ou não”, se “vamos ter sucesso ou não” e outras questões mundanas.
Segundo, aprendemos na Fraternidade Rosacruz que existem dois caminhos para aprendermos as lições que temos que aprender nesse Esquema de Evolução (e estamos aqui renascidos é somente para aprender lições): um é pelo amor, outro é pela dor.
O pelo amor envolve a observação no nosso entorno para não repetirmos os erros que temos o privilégio de ver em nossos irmãos e irmãs e que tiveram por consequência (Lei de Causa e Efeito) a dor e o sofrimento provocados pelas doenças e enfermidades (daí o Exercício Esotérico da Observação ser um importante exercício que deve ser praticado pelo Estudante Rosacruz).
O caminho pelo amor também envolve estudarmos o nosso próprio horóscopo, utilizando os conhecimentos adquiridos de Filosofia Rosacruz e dos Ensinamentos Bíblicos Rosacruzes, para compreendermos quais são nossas provações (dificuldades, adversidades, pontos fracos) e o que devemos fazer para não “cair na tentação quando tal provação nos “aparece” – “vigiai e orai para não cair em tentação”.
O método que somos submetidos de “espirais dentro de espirais” nos garante que “aparecerão” esses momentos e não será só uma vez na nossa vida (apesar de um dia vai se esgotar, se não aproveitarmos, e perdermos totalmente a oportunidade de aprender tal lição – ficará para as próximas vidas). Na Astrologia Rosacruz você aprenderá através dos cálculos de Progressão e Trânsito a calcular as datas na sua vida que elas terão as maiores probabilidades de acontecerem.
E se optarmos por seguir o caminho pelo amor até as dívidas de Destino Maduro, ou seja, aquelas em que já esgotamos, em vidas passadas, todas as oportunidades de aprender a lição por amor, se utilizarmos a observação e se oramos para não cair em tentação, podem ser atenuadas (exemplo: ao invés de ter que quebrar um joelho para aprender uma determinada lição, apenas o arranhamos).
Já o caminho pela dor é o que a grande maioria de irmãos e irmãs seguem. “Como uma folha ao sabor do vento, pende para lá ou para cá” achando que não há outro modo e tentando se esquivar da dor e do sofrimento, seja negando-o, seja suportando-o, seja atacando os sintomas. Há casos tão interessantes que se você retira a dor ou sofrimento de um irmão ou irmã, ele ou ela sucumbe e até morre, tamanha é a identificação com essa dor ou sofrimento!
Obviamente como não somos perfeitos, vira e mexe também caímos na tentação e trilhamos o caminho da dor para aprender uma lição. A diferença aqui está em por sabermos a causa, o motivo e o propósito dessa dor ou sofrimento sabemos o que devemos aprender com ela e utilizando a nossa virtude da paciência (se não a temos é imprescindível o Estudante Rosacruz criar esse bom hábito) aguardemos o “tempo de Deus” com a certeza de que a suplantaremos e que a máxima “lição aprendida, ensino suspenso” se realizará em nós. E mais, sabemos que em alguns casos de desenvolvimento espiritual a dor e o sofrimento fazem parte da vida que escolhemos e que servem para mudarmos de patamar no nosso caminho espiritual. Para sabemos se é esse o caso ou é o caso de sermos descuidados, pode ter certeza, que “seremos avisados” para não vivermos na ilusão.
Utilizando os nossos conhecimentos de Filosofia Rosacruz sabemos, por fim, que não há outra maneira de trilhar esse caminho aqui, senão muito mais pela dor ou sofrimento do que pelo amor, pois aqui renascidos somos peregrinos, estrangeiros em terras distantes, longe do nosso verdadeiro lar, vivendo em um corpo (Corpo Denso) que já devíamos ter sutilizado o suficiente para que a sua quinta essência fosse amalgamada pelo nosso Corpo Vital e com ele já estarmos vivendo conscientemente na Região Etérica do Mundo Físico. Esse nosso atraso não tem outro efeito senão nos causar dor e sofrimento. Daí a ênfase da Fraternidade Rosacruz em nos ensinar como construir o Corpo-Alma.
Resposta: Não. Jesus, como um ser humano, um Irmão Maior já no tempo de Cristo, trabalhou para conseguir construir um Corpo Denso e um Corpo Vital o mais perto da perfeição e que aguentasse as fortíssimas vibrações do mais elevado Arcanjo, que é Cristo. Todo o trabalho para mostrar “o novo regime/caminho” foi executado pelo Cristo, na Sua primeira vinda, como Cristo Jesus.
Todas as semanas, quando a Lua se encontra num Signo Cardeal ou Cardinal (Áries, Câncer, Libra ou Capricórnio), reunimo-nos com o propósito de gerar a Força Curadora por meio de fervorosas preces e concentrações. Esta força pode depois ser utilizada pelos AUXILIARES INVISÍVEIS, que trabalham sob a direção dos IRMÃOS MAIORES com o propósito de curar os doentes e confortar os aflitos.
Nessas datas, as 18h30, os Estudantes podem contribuir com esse serviço de ajuda, conforto e cura, sentando-se e relaxando-se na quietude do seu lar ou onde quer que se encontre, fechando os olhos e fazendo uma imagem mental da Rosa Branca e Pura situada no centro do Símbolo Rosacruz. Em seguida leia o Serviço de Cura e concentre-se intensamente sobre AMOR DIVINO e CURA, pois só assim, você poderá fazer de si um canal vivo por onde flui o Poder Divino Curador que vem diretamente do Pai. Após o serviço de cura, emita os sentimentos mais profundos do amor e gratidão ao Grande Médico para as bênçãos passadas e futuras da cura
Datas de Cura: Agosto: 05, 12, 20, 27
“Enviou sua palavra para curá-los, e da cova preservar a sua vida.” Sl 107:20
O Ecos de um Centro Rosacruz tem como objetivo informar as ATIVIDADES PÚBLICAS de um Centro, bem como fornecer material de estudo sobre os assuntos estudados durante o mês anterior.
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1.Para acessar a Edição digital
clique aqui: Ecos da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil de Junho de 2023
2. Para acessar somente os textos (sem a formatação e as figuras) é só ler aqui:
A Fraternidade Rosacruz é uma Escola de Filosofia Cristã, que tem por finalidade divulgar a filosofia dos Rosacruzes, tal como ela foi transmitida ao mundo por Max Heindel. Exercitando nosso papel de Estudantes da Filosofia Rosacruz o Centro Rosacruz de Campinas-SP-Brasil edita o informativo: Ecos.
Informação
As reuniões presenciais abertas ao público ocorrem na nossa sede situada na Avenida Francisco Glicério, 1326 – Centro – Conj. 82 – Campinas – SP, aos domingos às 17hs.
É necessário que os interessados em participar presencialmente avisem antecipadamente pelo WhatsApp: 55 19 99185-4932 ou pelo e-mail fraternidade@fraternidaderosacruz.com
SUMÁRIO
Atividades gerais ocorridas em nosso Centro, no mês de Junho/2023: 2
Julho – Sol transitando pelo Signo de Leão (junho-julho) 3
Estudos Bíblicos Rosacruzes – Novo Testamento – Evangelho Segundo São Mateus 2,1-23. 3
Alguns Artigos Publicados nas redes sociais no mês de Junho: 14
Assumindo a responsabilidade pelo nosso destino. 15
A importância de cuidar dos nossos pensamentos. 16
Orar e praticar os Exercícios Esotéricos. 20
3) Pergunta: Por que o Templo dos Irmãos Maiores fica na Alemanha?. 21
Nota: Você pode obter uma cópia digital da Obra Básica Conceito Rosacruz do Cosmos da edição mais atualizada grátis aqui: https://fraternidaderosacruz.com/category/livros-digitalizados/o-conceito/
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Leão é o lar da Hierarquia dos Senhores da Chama, ou seja, da luz e do amor. A Dispensação Cristã está guiada pela Hierarquia de Leão, os Senhores da Chama. Por isso a Iniciação do Fogo está diretamente conectada com os Mistérios Crísticos. Esse fogo não é uma chama que arde, mas uma luz que purifica e transmuta. A sarça que “ardia” não se consumia porque ardia nessa luz. Essa experiência de Moisés é uma expressão velada da exaltação produzida pela Iniciação do Fogo. A nota-chave bíblica de Leão ressoa nas palavras: “O amor é o cumprimento da lei”.
A constelação de Leão pertence à Triplicidade de Fogo. Luz, amor, autoridade e controle estão entre as suas notas-chaves. O coração rege o Corpo-Templo humano e é o centro do amor. O coração do Discípulo aumenta sua luminosidade com sua espiritualização crescente até que, finalmente, caminha na luz como Cristo, que está na luz. Como consequência dessa irradiação, chama a atenção e ganha lealdade. A Hierarquia de Leão está implantando esse ideal no mais profundo de cada ser humano ao focar seu poder de amor sobre a Terra.
“Depois de sua partida, um Anjo do Senhor apareceu em sonhos a José e disse: “Levanta-te, toma o menino e sua mãe e foge para o Egito; fica lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o menino para o matar”. José levantou-se durante a noite, tomou o menino e sua mãe e partiu para o Egito. Ali permaneceu até a morte de Herodes para que se cumprisse o que o Senhor dissera pelo profeta: ‘Eu chamei do Egito meu filho’ (Os 11:1)”. (Mt 2:13-15).
Retorno do Egito e estabelecimento em Nazaré
Para saber mais, assista ao vídeo da reunião em: https://www.youtube.com/watch?v=J_zr_iaDldI
É na posição referencial do fígado que está radicado o Corpo de Desejos, que possibilita aos seres de sangue quente sensações e emoções que se expressam no Mundo do Desejo. Estes são os seres mais desenvolvidos, e que vivem plenamente.
As correntes do Corpo de Desejos fluem da posição referencial do fígado para o exterior, fluindo continuamente para toda a periferia do Ovoide, e retornando posteriormente à posição referencial do fígado, como um circuito. Isto é feito através de Vórtices.
É através da contraparte etérica do Baço, que é absorvida a força vital do Sol, que se espalha através dos nervos e músculos, percorrendo todo o Corpo Denso. A força vital leva a mensagem do Ego através dos nervos e músculos.
Quando a mensagem é interrompida o Corpo Vital adoece, e o Corpo Denso ficará inerte.
Durante a saúde, o Corpo Vital com grande abundância de força vital atravessa o Corpo Denso, projetando em linhas retas em todas as direções periféricas, raios como se partissem do centro de um círculo.
Quando o Corpo Vital adoece, a força vital enfraquece, e as linhas projetadas para fora, curvam-se e decaem.
Estas linhas que se projetam, na verdade repelem germes e micróbios inimigos da saúde do Corpo Denso.
São os centros de percepção quando se tornam ativos no Corpo de Desejos (o Corpo de Desejos não possui órgãos).
A forma do Corpo de Desejos, na verdade, é ovoide que possui apenas centros de percepção, que entrando em atividade parecem vórtices, que em relação ao Corpo Denso sempre aparecem na mesma posição.
A maioria desses vórtices encontram-se ao redor da cabeça.
Na maioria das pessoas não possuem qualquer capacidade de percepção; para tanto precisam ser despertadas.
Isto fica claro ao examinarmos o que ocorre com Clarividentes involuntários ou Clarividentes voluntários (positivos e treinados).
Nos Clarividentes involuntários, estes vórtices giram da direita para a esquerda.
Nos Clarividentes voluntários, devidamente treinados, giram na posição do relógio analógico (da esquerda para direita), permitindo que este veja e investigue sempre de acordo com a sua vontade.
É importante lembrar que a possibilidade de termos um sangue vermelho surge no final da Época Hiperbórea. A Terra foi arrojada do Sol e passou a girar em torno dele.
Marte (que já havia sido arrojado) polarizava então o ferro, ao compenetrar o Corpo Solar, mas em função da Terra ter sido posteriormente arrojada houve uma modificação das órbitas planetárias, e assim reduziu-se o poder dinâmico de Marte sobre o ferro.
O ferro é a base da existência separada. Sem o ferro não há sangue vermelho para produzir calor, permitindo assim ao Ego governar o corpo.
Com o desenvolvimento do sangue vermelho na última parte da Época Lemúrica, o corpo tornou-se ereto e o Ego penetrou nele e o controlou de dentro.
É bom lembrar que para um ser possuir um Corpo de Desejos e ter controle sobre ele deverá ter um fígado e sangue vermelho e quente.
Existem animais que têm fígado e sangue vermelho, porém frio (peixes e répteis); neste caso, o Corpo de Desejos está totalmente fora do Corpo Denso do animal. Neste caso, é o Espírito-Grupo que dirige as correntes do Corpo de Desejos de fora para dentro.
Quando um animal com sangue frio, evolui o suficiente para ter um Espírito interno, o qual energiza as correntes de matéria de desejo, este começa a dirigir as correntes para fora.
Este é o princípio da existência passional e do sangue quente.
Também é bom observar que nos animais o Espírito ainda não está totalmente dentro de seus veículos. Os pontos do Corpo Vital e do Corpo de Desejos ainda deverão ser correspondentes.
Assim como um fio altamente carregado de eletricidade “induz” uma corrente mais próxima e mais fraca (campo magnético), assim, animais domésticos, vivendo a longo tempo com os seres humanos, são induzidos a uma atividade mental de ordem inferior, tornando-se assim, os mais elevados entre todos os animais, portanto, quase no ponto da individualização.
Animais, vegetais e minerais, dividem-se em “espécies”.
Tomemos um exemplar de qualquer das espécies e conheceremos as características delas, as semelhanças, preferências e aversões comuns. Saberemos, através de apenas um exemplar, como em determinada circunstância, agiriam todas elas.
Ainda que nos dividamos em Raças, Povos, Tribos e Nações; sejam caucasianos, negros ou orientais, não podemos ser conhecidos e identificados a partir de apenas um desses segmentos.
Cada indivíduo é “uma lei em si mesmo”.
Cada um de nós é um Espírito individual e interno, que dita os seus pensamentos e as suas ações individualmente. Não somos nossos Corpos, nem nossos veículos!
A cada espécie corresponde um único ‘Espírito-Grupo” que atua de fora sobre eles.
Os “Espíritos-Grupo” dirigem as ações dos animais em harmonia com as Leis Cósmicas, até que os Espíritos Virginais a seu cargo tenham adquirido consciência própria e cheguem ao estágio “humanos”.
Para finalizar, ainda há a atuação de Espírito de Raça, também um Arcanjo em alguns povos atualmente na Terra, lembrando sempre: são nossos irmãos e nossas irmãs que necessitam ainda desse tipo de condição para se desenvolver nesse Esquema de Evolução. Reminiscências da atividade do Espírito de Raça podemos encontrar no que chamamos de Espírito de Tribo, Espírito de Comunidade ou Espírito de família, ainda que de forma decrescente.
Trata-se do Ser Supremo, que é emanado do Absoluto.
Dessa Raiz da Existência – do Absoluto – procede o Ser Supremo que chamamos de UNO e é o Grande Arquiteto do Universo, do nosso Sistema Solar.
O Mundo do Ser Supremo está no primeiro Plano Cósmico.
Pergunta: O ‘pensar’ é um atributo de qual Onda de Vida?
Cada um de nós é um ser pensante, um ser Espírito Virginal da Onda de Vida Humana manifestado e, por isso, um Ego humano. Um ser que começou o seu desenvolvimento no Período de Saturno e o terminará no Período de Vulcano, pelo menos no que se refere a este Grande Dia de Manifestação.
Quem é o pensador?
O ser humano real – o Ego – aquele que desceu até à Região Química do Mundo Físico e aí nesta Região começa a dirigir os seus veículos, obtendo assim, o estado de consciência de vigília e continua aprendendo a controlar seus veículos.
É o corpo físico do ser humano, do animal, do vegetal e do mineral. Para qualquer Onda de Vida funcionar na Região Química do Mundo Físico precisa de um Corpo Denso adaptado ao ambiente dessa Região.
O Corpo Denso do ser humano é um composto químico, tanto quanto o da pedra, se bem que esta última esteja ocupada só pela vida mineral.
Todavia, mesmo falando do ponto de vista puramente físico e deixando de lado qualquer outra consideração, notamos várias diferenças importantes se comparamos o Corpo Denso do ser humano com o mineral da Terra.
O ser humano move-se, cresce e propaga a sua espécie, mas o mineral, em seu estado natural, nada disso pode fazer.
O Corpo Denso, construído na matriz do Corpo Vital durante a vida pré-natal, com uma exceção, é a cópia exata, molécula por molécula, do Corpo Vital.
Sólidos – Líquidos – Gases.
O Corpo Denso está em seu quarto grau de desenvolvimento: 1º no Período de Saturno, 2º Período Solar, 3º Período Lunar e 4º agora no Período Terrestre.
É o Corpo que usamos para podermos funcionar na Região Etérica do Mundo Físico (Aliás, nós, os animais e as plantas).
Ele é o condutor da “vitalidade” que torna possível praticarmos as ações.
O Corpo Vital tem exatamente a mesma forma que o Corpo Denso.
Ele se estende até 4 cm além do nosso Corpo Denso.
A parte que está fora do Corpo Denso é muito luminosa e tem uma cor parecida com a de uma flor de pessegueiro recém-aberta.
Ele é composto de materiais da Região Etérica do Mundo Físico, ou seja, dos quatros Éteres.
O Corpo Vital permeia o Corpo Denso como o Éter permeia todas as demais formas, com a exceção de que os seres humanos especializam uma maior quantidade do Éter universal que as outras formas. Por meio dele especializamos a energia vital do Sol. A propagação é uma faculdade do Corpo Vital.
O Corpo Denso é construído na matriz deste Corpo Vital, durante a vida pré-natal e com uma única exceção, é a cópia exata, molécula por molécula, do Corpo Vital.
Através da vida toda, o Corpo Vital é o construtor e restaurador das formas densas.
“Corpo de Desejos está no seu segundo estágio de evolução sendo, ainda como uma nuvem”.
Ele é o veículo dos sentimentos, desejos e das emoções, e por meio dele é que funcionamos e coletamos materiais de todas as sete Regiões do Mundo do Desejo e, também, produzimos os nossos sentimentos, desejos e nossas emoções, tanto superiores como inferiores (a escolha sempre será nossa). É responsável por nossas ações atualmente, especialmente pelo “Interesse”.
Não há órgão algum no Corpo de Desejos, como há nos Corpos Denso e Vital.
Pergunta: Se o Corpo de Desejos do animal é composto de materiais das Regiões inferiores do Mundo do Desejo, então ele está ou não sob o domínio das Forças gêmeas Atração e Repulsão? E quanto ao domínio da 4ª Região do Sentimento (Interesse e Indiferença)?
O Corpo de Desejos do animal se acha dominado pelos Sentimentos gêmeos e as forças gêmeas.
As Forças gêmeas e os Sentimentos gêmeos operam de modo semelhante, mas existe a diferença na composição no Corpo de Desejos do ser humano e do animal.
Uma tigresa na floresta passará com indiferença por um pedaço de pão, mas sentirá interesse pela pessoa que passar perto dele. Seu interesse vai fazer surgir a Força de Atração, no entanto, ela vai tentar matá-lo. O interesse do animal não é matar a presa, este não é o objetivo desta tigresa, mas sim a necessidade em assimilar o alimento.
Se ela percebe outro animal predador com interesse no que ela considera sua presa, isso também vai despertar seu interesse. Mas, nesse caso, o sentimento de interesse vai detonar a Força de Repulsão, e, se acontecer uma luta, a destruição do seu adversário será o seu objetivo. O animal é incapaz de sentir algo mais que desejo animal por comida, abrigo ou algo parecido.
A Mente é o mais novo dos nossos veículos. Lembrando que nós recebemos o germe da Mente na Época Atlante e está no seu primeiro estágio de Evolução. Atualmente seu formato é ainda uma espécie de nuvem em torno da nossa cabeça e do nosso pescoço. Para as pessoas que estão caminhando par e passo no Esquema de Evolução (não pegam o “atalho” das Iniciações) o veículo Mente só se tornará Corpo Mental no Período de Vulcano.
O veículo Mente ainda é informe e desorganizado. Hoje ainda está no seu estágio mineral, portanto, é impossível trabalharmos com a vida. Não conseguimos ainda dar vida à forma.
É um instrumento muito especial no trabalho da criação.
É composta da substância da Região do Pensamento Concreto.
É por meio da Mente que nós, Tríplice Espírito, a Individualidade, conseguimos trabalhar com o nosso Tríplice Corpo, a Personalidade.
A Mente usa o cérebro como um veículo físico de expressão.
Hoje a Mente ainda é frequentemente dominada pelo Corpo de Desejos – estando a serviço da natureza inferior (isso devido ao evento “Queda do Homem”).
É a Sabedoria Divina, aquela que advém diretamente do acesso ao Mundo do Espírito de Vida, onde se encontra a verdadeira Memória da Natureza. E para termos acesso direto e imediato a ela é imprescindível alcançarmos o equilíbrio Cabeça-Coração, Mente-Coração, Razão-Devoção.
Se formos procurar a definição de sabedoria encontraremos várias, mas qualquer uma delas estará incompleta se não partir do AMOR, pois a definição de sabedoria sempre será “o conhecimento temperado com amor”. Sem esse ingrediente tão essencial a sabedoria, quando muito, será apenas conhecimento ou qualquer outra coisa que o valha.
Exemplo de como funciona a Sabedoria Cósmica? Os Anjos: eles exteriorizam todo o seu amor, sem egoísmo nem desejo e, em troca, a Sabedoria Cósmica flui neles.
Pergunta:
• Qual o veículo inferior do Cristo, aquele que Ele utiliza no seu cotidiano?
O Corpo Espírito de Vida como veículo inferior, no Seu cotidiano (ao invés do Corpo de Desejos, que é o veículo mais inferior de um Arcanjo). O Mundo do Espírito de Vida é um Mundo onde reina cotidianamente a Fraternidade; é o primeiro Mundo, de baixo para cima, onde cessa toda a separatividade. Cristo é um ser da Onda de Vida dos Arcanjos. Ele é o mais elevado Iniciado do Período Solar, ou seja, o Arcanjo que aprendeu no Período de Solar tudo que um Arcanjo deveria aprender até o final do Período de Vulcano.
Somos nós, os Espíritos Virginais. Somos chispas de uma Chama maior da mesma natureza (Deus) e somos capazes de nos expandirmos até nos convertermos, também, em Chamas.
Chegaremos à Chama, através do Caminho do Esquema de Evolução. Primeiramente nos convertemos em seres humanos (desde o início do Período de Saturno até a metade do Período Terrestre) e depois nos converteremos em um Deus (da segunda metade do Período Terrestre até o final desse Esquema de Evolução, no final do Período de Vulcano).
Uma das práticas que aprendemos, como Estudantes Rosacruzes e na Fraternidade Rosacruz, a executar sempre, a toda hora, sem nunca se esquecer, é “ver o bem em tudo”, pois aprendemos que até o “mal é o bem em gestação”.
Conta-se uma história que onde Cristo e Seus Discípulos estando caminhando pelas terras da Palestina, se depararam com um cão morto, em estado de putrefação. Os Discípulos manifestaram sentimento de asco ante aquela cena. O Mestre, porém, resumiu o que sentia, nestas poucas palavras: “Seus dentes são mais alvos do que as pérolas”.
Qual a moral dessa história?
Ora é muito fácil; Cristo mostrou que devemos atentar sempre para o lado positivo de todas as coisas, ver o bem em tudo, em todas as situações.
Não seria deste modo de pensar, uma terapêutica para estabelecer a harmonia e alegria de viver de todo ser humano, na sociedade? Perfeitamente que sim!
Devemos observar que a razão de ser e a essência de tudo resume-se no BEM. Tudo se encontra debaixo de Leis Divinas – Leis de Deus –, imutáveis e sábias.
Ver o bem em tudo e em todos deve vir de dentro para fora, com coração puro.
A vida é uma experiência maravilhosa. Por que desperdiçá-la? Por que não a tornar mais ampla? Por que evidenciar a sombra se a luz é uma realidade? Deus é Luz!
Por que não contribuirmos para difundir essa luz?
Essa luminosidade resplandece ativa e em potencial em cada ser humano, em cada átomo. Tudo na vida tem o seu lado positivo, basta sabermos ver.
Realçar o bem, a luz, constitui o dever do Aspirante à vida superior, o verdadeiro Cristão. E no nosso cotidiano, não somente em acontecimentos marcantes!
Se olharmos para um enorme cartaz branco com um pontinho preto no meio, o que veremos ali? Um pontinho preto num cartaz branco ou um cartaz branco, enorme, brilhante talvez, com um pontinho preto no meio? Certamente o cartaz branco, a luz, o brilho.
Vamos no nosso dia a dia procurar o bem em tudo, sendo firmes em nossas convicções, sempre otimistas, afirmando o lado bom das coisas, das pessoas, a divina essência em cada irmão ou irmã, a despeito das circunstâncias, mesmo nas aparentemente adversas.
Não deixemos que coisas negativas nos contaminem, que se tornem “mal”.
O bem deve prevalecer sempre.
Deus criou tudo e viu que era bom, não foi assim?
Sejamos positivos sempre. Tenhamos a disposição de São Paulo apóstolo ao afirmar: “Tudo posso naquele que me fortalece”.
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Muitas pessoas escrevem, verbalizam uma indignação sobre Deus, pois dizem: “se Deus é bom, é nosso Pai e Criador, por que há aqui tanto sofrimento, tanta dor, tantas mortes violentas, tantos assassinatos, etc.?”.
Ora, ao invés de indignação ou revolta, ao lermos a história antiga, já podemos começar a entender. No passado (vidas anteriores) éramos demasiadamente egoístas, cruéis, sem escrúpulos, e por isso cometemos todo tipo de atrocidades. Fomos nós em encarnações anteriores (renascimentos e mais renascimentos aqui) que escrevemos a história!
A história dos Persas, dos Gregos e Romanos antigos, bem como as tribos Teutônicas e tantos outras deixa claro ali uma longa narrativa de derramamento de sangue, assassínios, muita tristeza e dor.
O conhecimento dessa história deve levar todo Aspirante à vida superior a compreender e aceitar melhor as Leis de Deus, as leis de Causa e Efeito, a responsabilidade de seu destino hoje e empreender esforços no sentido de assimilar a mensagem, uma vez que estávamos renascidos na época da história acima.
A liquidação de atos violentos, impuros, maldade, crueldade, constitui o débito de Destino Maduro (que, como aprendemos na Fraternidade Rosacruz, não é o “Carma”, ensinado nas escolas orientais), a cada um de nós. Foram causas geradas por nós mesmos.
Hoje, além do Destino Maduro, muitas vezes ainda cometemos alguns deslizes.
Antes da primeira vinda do Cristo à Terra o egoísmo e o regime de crimes era coisa comum. Todos esses atos e pensamentos ruins, ódio, tristeza, etc., produziram volumoso Destino Maduro, que não nos é ainda possível pagar de uma só vez, nem rapidamente; com certeza não suportaríamos; ele vai sendo resgatado em parcelas, um pouco numa vida, um pouco na outra, segundo a misericordiosa orientação dos Senhores do Destino, que dão o fardo conforme nossas forças, e a fim de que aprendamos melhor, já que a finalidade de Deus não é castigar, senão a nos levar a resgatar nossas dívidas, sempre com o propósito de avanço pessoal. Pensemos bem antes de criarmos mais dívidas de destino! Difícil, sim, mas não impossível.
Trabalhemos mais e mais na realização do bem, na compaixão, no amor aos nossos semelhantes, do nosso ambiente, da natureza (nosso Deus Invisível), pelos animais, enfim, façamos nosso melhor cada dia. Cristo ensinou como fazer. É só o seguir. E para isso, é só termos força de vontade. De novo, difícil, sim, mas não impossível. Por meio d’Ele, o caminho está aberto a todos (diferente do que havia antes d’Ele, quando estava aberto somente para poucos).
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Mesmo selecionando e fiscalizando o que dizem, muitas pessoas descuidam de seus pensamentos, na errônea crença de que não é inconveniente nem há prejuízo ter maus pensamentos, contanto que não os expressem.
Ledo engano. Nós não somos só Corpo Físico ou o Corpo Denso. Até a Terra e o Universo abrangem várias esferas de atividades, desde a física até a espiritual.
Vemos no Evangelho: “se um homem olha para uma mulher, desejando-a em pensamento, em verdade já cometeu adultério”.
O pensamento se difunde pelo mundo com maior força e amplitude que a palavra proferida. O pensamento vibra muito mais rapidamente que a palavra.
O pensamento desconhece as limitações do tempo e do espaço porque age e se difunde em seu Mundo (o Mundo do Pensamento), de Leis diferentes e mais sutis que as do Mundo Físico. O pensamento é criador; induz a produção no Mundo do Desejo, formas de desejos que depois, também induz na Região Etérica formas etéricas que chegam a ser arquétipos ou matrizes criadoras, para posterior expressão no plano material.
Nada existe materialmente que não tenha sido concebido pelo pensamento. Nada também sucede por acaso.
O pensamento atua sempre tingido e mesclado com o desejo, sentimento ou a emoção. A influência dessa tríade é imensa.
A qualidade do desejo, sentimento ou da emoção influi muito na saúde, na felicidade e no êxito de seu criador, como também nas condições de seu meio ambiente, porque os semelhantes se atraem.
É preciso dominar e disciplinar os nossos pensamentos e os nossos desejos, sentimentos e as nossas emoções pela força do caráter. A Religião Cristã nos ensina esse dever e nos proporciona meios de alcançá-lo, por intermédio de Cristo, nosso Senhor.
Quando se ouve dizer: “foi azar meu”, o correto seria a pessoa afirmar: “isso é resultado de meus pensamentos errados”.
Busquemos procurar cada vez mais e mais rápido, mudar nossos pensamentos quando vier alguma coisa ruim. Procuremos transmutá-los sempre. Muito nos ajuda os Exercícios Esotéricos Rosacruzes!
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Infelizmente ainda vemos pessoas desanimadas, tristes, ziguezagueando, sem forças para lutar, sem rumo, achando que o mundo está muito ruim, etc.
Sabemos que para quem tem fé, quem tem Cristo em seu coração, acredita que Ele é “o Caminho, a Verdade e a Vida”, não pode agir nem pensar assim.
Todos sabemos das coisas ruins que acontecem todos os dias, porém sabemos também que Deus é Pai, tudo vê, que não cai uma folha se Ele não permitir, que tudo tem sua razão de ser. Por mais triste que seja, não podemos perder nossa fé, nunca.
Aprofundemo-nos mais nos estudos bíblicos (a Fraternidade Rosacruz ensina como estudar isso; aliás o Curso Bíblico Rosacruz ajudará o Estudante Rosacruz a reconhecer na Bíblia um guia espiritual de valor inestimável, dado à humanidade pelos Anjos do Destino – também conhecidos como Senhores do Destino ou Anjos Relatores –, e o capacitará a interpretar e compreender seus segredos até então não revelados da vida e do ser a tal ponto de encontrar suas verdades corroboradas e iluminadas por descobertas científicas. Parábolas e incidentes aparentemente insignificantes são revelados como fornecedores de leis científicas e espirituais básicas sobre as quais uma vida mais satisfatória e verdadeiramente bem-sucedida pode ser modelada.).
Cristo disse: “Não se perturbe o vosso coração. Tendes fé em Deus. (Evangelho Segundo São João).
São Paulo disse: “Nada dessas coisas me perturbam, pois Deus mora no meu coração”. Isso não é profundo?
Ao invés de vermos apenas o lado “ruim” das coisas, ver apenas o lado ilusório, de mentiras, etc., procuremos a clareza da fé, a esperança que advém dos Evangelhos (que são fórmulas de Iniciação). Há muita beleza ao nosso redor.
Ninguém recebe maior fardo do que aquele que pode carregar.
Todos temos nossa missão aqui, nossas dívidas adquiridas em vidas anteriores, Destino Maduro, etc.; quanto melhor soubermos passar por esses revezes, mais leve se tornarão e melhor aprenderemos as lições que são trazidas por meio deles.
Vamos procurar viver bem o hoje; não nos preocupemos tanto com o amanhã, vamos viver bem um dia de cada vez, nos fortalecendo na fé, orando muito, tendo humildade de falar com Pai, nosso Deus e Criador, que tudo sabe, tudo vê, conhece nossos corações, nossas fraquezas.
Vendo o bem em tudo e em todos, não temos tempo de pensarmos nem vivermos nada de ruim.
Levantar e abrir as janelas, ver esse dia lindo, é um grande privilégio. É obra de Deus!!
Não desanimemos jamais!
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Pela Fraternidade Rosacruz aprendemos a grande importância da união Cabeça-Coração. Além dos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental, uma grande ajuda é a Oração. Orar é falar com Deus.
As pessoas que são mais voltadas para o intelecto (repare: não são só os nossos irmãos ou as nossas irmãs materialistas, ateus, agnósticos, pois há muitos Estudantes Rosacruzes também muito mais intelectualizados e com muito pouca devoção desenvolvida) normalmente não fazem orações (ou se fazem, a “entendem” intelectualmente, o que a torna fria e ineficiente), são muito intelectuais, partem apenas para a concentração e meditação, mas não os Exercícios Esotéricos Espirituais de Concentração e Meditação ensinados pela Fraternidade Rosacruz, pois esses carregam uma grande dose de Coração quando são executados corretamente.
As pessoas que são mais voltadas para o “coração” são muito devotas, fazem muitas orações, tem muita Fé. O que também apresentam o perigo de responderem a dogmas, de expressar orações da primeira e segunda Dispensação (Deus um ser a quem se tem medo ou Deus um ser que se tenta barganhar com Ele para conseguir “coisas”, seja lá qual foram).
Busquemos sempre o equilíbrio cabeça-coração para que a oração seja perfeita! É a meta de todo verdadeiro Estudante Rosacruz.
De qualquer forma, a oração feita com devoção pura e impessoal, dirigida a ideais elevados, é muito superior à fria concentração, porque voa para a Divindade sobre as asas do Amor, a exaltação do Místico.
Temos a Oração do Senhor, a Oração do Pai Nosso deixada por Cristo, como uma fórmula abstrata dirigida ao melhoramento e purificação de todos os veículos do ser humano.
A introdução: “Pai nosso que estais no Céu” é somente um indicativo de direção.
Destacamos quatro pontos importantes dessa Oração:
A adição: “Porque Vosso é o Reino, o Poder e a Glória para sempre”, não foi dada por Cristo, mas é muito apropriada como adoração final do Tríplice Espírito por encerrar a diretriz correta para a Divindade.
No livro Conceito Rosacruz do Cosmos temos a explicação completa da Oração do Pai Nosso, dividida em sete partes, mostrando como satisfaz todas as necessidades dos nossos sete princípios humanos.
É bom orar sempre, mas orar e vigiar para não cair em tentação! Experimente!!
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Todos os dias devemos dispor de algum tempo em que possamos nos recolher, fechar os olhos, nos voltar para dentro de nós em profunda oração, assim como também para fazer os Exercícios Esotéricos: matutino de Concentração, noturno de Retrospecção e os durante o dia de Discernimento, Observação e Concentração e, além disso, se capacitar nos Ensinamentos Rosacruzes por meio do estudo – daí porque somos intitulados Estudantes Rosacruzes –, só assim teremos uma melhor compreensão do que ocorre ao nosso redor, na nossa família, no nosso entorno, no nosso país, no mundo, etc.
Se nos voltamos para Deus em oração, O perceberemos em todos os lugares, pois Ele é Onipotente, Onipresente e Onisciente; está dentro, fora, acima e abaixo de tudo, de todos, e a tudo permeia.
Quando oramos, com muita fé, nos apercebemos dessa Presença a nos inundar e expandir-se em nós. Estamos então sob a Graça, a Presença e a Sabedoria Divinas que excedem todo entendimento.
Permita que a maravilhosa presença de Deus lhe guie, lhe inspire, lhe abençoe, lhe mostre o caminho a seguir, com confiança, sem medo.
Precisamos também dos Estudos Rosacruzes, buscar na teoria as explicações do “porquê” dos nossos sofrimentos, das nossas tristezas, de certos acontecimentos, das catástrofes, guerras, dos assassinatos, estupros, das mortes violentas, dos acidentes horríveis, etc. Para tudo há uma explicação, Deus que tudo criou não faz nada para se perder. Aliás nada se perde, tudo está sempre se renovando, pois Deus está continuamente criando.
Deus, o Criador, nosso Pai, tudo sabe, tudo vê, em tudo habita; no nosso Corpo, no nosso lar, no nosso trabalho, na Natureza, enfim, em tudo e em todos.
Sejamos, pois, um instrumento que Ele use para a realização do Seu Plano, que é esse Grande Dia de Manifestação, nesse Esquema de Evolução.
Tendo o entendimento, o hábito de repetir os Exercícios Esotéricos e orando, tudo fluirá sem dor; a vida passará a ter um outro propósito, um significado real, nossa natureza interna nos fará mais compreensíveis e compassíveis.
Pergunta: Quando se diz: “… Quando se estuda o ser humano Jesus na Memória da Natureza, pode-se segui-lo para trás vida após vida, …. em diferentes encarnações, …. Isto não pode ser feito com o Ser Cristo. No Seu caso só pode ser encontrada uma única encarnação.” Essa “única encarnação” refere-se a vida do Ser Cristo, como Cristo-Jesus, apenas em nosso Período Terrestre?
Reposta: Não. O Cristo pertence à Onda de Vida dos Arcanjos. Essa Onda de Vida não está sujeita à roda de nascimentos e mortes como está a nossa Onda de Vida, a humana.
O termo “única encarnação” aqui se refere a única vida de Cristo tomando os Corpos Denso e Vital de Jesus. Na Sua segunda vinda Ele virá no Corpo Vital, o mesmo que ele utilizou na primeira vinda, que está guardado em um receptáculo de cristal entre o centro e a superfície do Planeta Terra e vigiado 24 horas.
Pergunta: Todos nós estamos construindo o Corpo-Alma através de boas ações. Quando ele estiver pronto, no caso do Auxiliar Invisível, nós teremos um veículo adicional, totalizando cinco instrumentos, que seriam o Corpo Denso, o Vital, o de Desejos, a Mente e o Corpo-Alma?
Resposta: Não, continuaremos com cinco veículos: Corpo Denso, Corpo Vital, Corpo de Desejos e a Mente.
Isso porque o Corpo-Alma é formado pelos 2 Éteres superiores do Corpo Vital (ele é a parte superior do Corpo Vital) – Éter Luminoso e Éter Refletor.
O que acontece é que a partir do Corpo-Alma (uma vez que aprendamos a utilizá-lo conscientemente) aprendemos a utilizar com a maior eficiência possível o nosso Corpo Vital: os 2 Éteres inferiores são utilizados para manter a vitalidade do Corpo Denso e os 2 Éteres superiores (Corpo-Alma) utilizados para aumentar a nossa capacidade de servir (participando dos processos de Cura Rosacruz à noite) e de aprender os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental.
Pergunta: Por que o Templo dos Irmãos Maiores fica na Alemanha?
Resposta: Na realidade não fica na Alemanha, nas terras da Alemanha, no espaço aéreo da Alemanha, mas sim na posição da Região Etérica do Mundo Físico onde atualmente está, em latitude e longitude o lugar que conhecemos como Alemanha. E a razão de estar nessa porção da Região Etérica do Mundo Físico é que essa porção é a que contém a maior quantidade de Éteres Luminoso e Refletor atualmente. Pode mudar? Sem dúvida. Basta outra porção da Região Etérica do Mundo Físico ter uma quantidade maior de Éteres Luminoso e Refletor. Todos que falaram até agora que o Templo mudou de lugar mentiram, pois quem “sabe não fala”, pois é Iniciado. E quem quer saber é curioso que utilizará essa informação para nada, a não ser para passar a ilusão “que tem informação privilegiada”, “ganhando” uma posição de destaque ilusório entre os seus.
Com certeza absoluta, se você tiver que saber onde ele se encontra, você saberá e a única razão para isso é porque você tem o mérito de poder participar de uma reunião que acontece na Região Etérica do Mundo Físico, estando ainda renascido aqui.
Resposta: Para um Estudante Rosacruz que oficia os rituais e executa os Exercícios Esotéricos Rosacruzes, a partir do momento em que não se ingere mais bebidas alcoólicas, o nosso Corpo Denso começa a expelir os componentes químicos e em 7 dias o ciclo estará totalmente completo.
Todas as semanas, quando a Lua se encontra num Signo Cardeal ou Cardinal (Áries, Câncer, Libra ou Capricórnio), reunimo-nos com o propósito de gerar a Força Curadora por meio de fervorosas preces e concentrações. Esta força pode depois ser utilizada pelos AUXILIARES INVISÍVEIS, que trabalham sob a direção dos IRMÃOS MAIORES com o propósito de curar os doentes e confortar os aflitos.
Nessas datas, as 18h30, os Estudantes podem contribuir com esse serviço de ajuda, conforto e cura, sentando-se e relaxando-se na quietude do seu lar ou onde quer que se encontre, fechando os olhos e fazendo uma imagem mental da Rosa Branca e Pura situada no centro do Símbolo Rosacruz. Em seguida leia o Serviço de Cura e concentre-se intensamente sobre AMOR DIVINO e CURA, pois só assim, você poderá fazer de si um canal vivo por onde flui o Poder Divino Curador que vem diretamente do Pai. Após o Serviço de Cura, emita os sentimentos mais profundos do amor e gratidão ao Grande Médico para as bênçãos passadas e futuras da cura.
Datas de Cura:
Julho: 03, 09, 16, 23, 30
“Certamente Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e sobre si levou as nossas doenças.” Is 53:4
O Ecos de um Centro Rosacruz tem como objetivo informar as ATIVIDADES PÚBLICAS de um Centro, bem como fornecer material de estudo sobre os assuntos estudados durante o mês anterior.
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1.Para acessar a Edição digital, clique aqui: Ecos da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil – Maio de 2023
2. Para acessar somente os textos (sem a formatação e as figuras) é só ler aqui:
A Fraternidade Rosacruz é uma Escola de Filosofia Cristã, que tem por finalidade divulgar a filosofia dos Rosacruzes, tal como ela foi transmitida ao mundo por Max Heindel. Exercitando nosso papel de Estudantes da Filosofia Rosacruz o Centro Rosacruz de Campinas-SP-Brasil edita o informativo: Ecos.
Informação
As reuniões presenciais abertas ao público ocorrem na nossa sede situada na Avenida Francisco Glicério, 1326 – Centro – Conj. 82 – Campinas – SP, aos domingos às 17hs.
É necessário que os interessados em participar presencialmente avisem antecipadamente pelo fone: 55 19 99185-4932 ou pelo e-mail fraternidade@fraternidaderosacruz.com
Sumário
Atividades gerais ocorridas em nosso Centro, no mês de Maio/2023: 3
Junho – Sol transitando pelo Signo de Câncer 4
Material produzido pelas Reuniões Dominicais de Estudos: 5
Estudos Bíblicos Rosacruzes: 1º Capítulo do Evangelho Segundo São Mateus. 5
Alguns Artigos Publicados nas redes sociais no mês de Maio: 19
A Tendência da Fraternidade Rosacruz. 20
Evangelhos: Quatro Fórmulas de Iniciação. 22
O Autêntico Estudante Rosacruz Demonstra Sinceridade no Seu Propósito. 25
A maternidade é Sagrada e, como tal, Deve Ser Reverenciada. 27
3) Pergunta: Por que a Terra não tem um Espírito Planetário que lhe seja próprio ou inerente?. 30
SERVIÇO DE AUXÍLIO E CURA.. 31
Atividades gerais ocorridas em nosso Centro, no mês de Maio/2023:
Nota: Você pode obter uma cópia digital da Obra Básica Conceito Rosacruz do Cosmos da edição mais atualizada grátis aqui: https://fraternidaderosacruz.com/category/livros-digitalizados/o-conceito/
Publicações de textos no nosso Site (www.fraternidaderosacruz.com) e nas nossas Redes Sociais:
– Facebook: https://www.facebook.com/fraternidaderosacruz/
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– YouTube: https://www.youtube.com/c/TutoriaisEstudosFraternidadeRosacruzCampinas
Junho – Sol transitando pelo Signo de Câncer
No Calendário Mensal da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil, o Estudante Rosacruz encontra todas as datas e períodos para várias atividades, eventos, oficiações e orientações, como o Trânsito do Sol. Para acessá-lo, é só clicar aqui: Calendário: Fraternidade Rosacruz em Campinas/SP/Brasil–2023 A Hierarquia de Câncer, que mantém sobre a Terra o modelo cósmico da exaltação do divino feminino em toda a Criação. A Hierarquia Criadora de Câncer é chamada, inclusive na Bíblia, de Querubins. O trabalho dessa Hierarquia consiste em guardar os lugares sagrados. Flutuavam sobre o Sanctum Sanctorum. Nas águas de Câncer se formam os germens da vida que animam a cada indivíduo dos reinos mineral, vegetal, animal e humano. Esse impulso vital eleva, progressivamente, do mineral para o vegetal, do vegetal para o animal, do animal para o ser humano e do ser humano para o Anjo, já que toda a evolução está sob a supervisão da Hierarquia.
Material produzido pelas Reuniões Dominicais de Estudos:
Estudos Bíblicos Rosacruzes: 1º Capítulo do Evangelho Segundo São Mateus
Primeiramente vamos ver Algumas Advertências importantes quando estudamos a Bíblia por meio dos Ensinamentos Rosacruzes. A Bíblia é um livro de “chaves” e mistérios. Em nada ela difere de todos os livros sagrados das antigas Religiões, que tinham uma parte pública (exotérica) e outra oculta (esotérica). São Paulo, em suas Epístolas, nos adverte que até o dia de hoje, na leitura do “No Antigo Testamento, permanece o mesmo véu, não lhes sendo revelado que em Cristo ele é tirado; contudo, até hoje, sempre que leem a Moisés, está posto um véu sobre o coração deles; mas todas as vezes que algum deles se “converter” ao Senhor, o véu lhe é tirado.” (IICor 3:14-16). E isso porque somos “ministros não da letra, mas do espírito, pois a letra mata, mas o espírito vivifica” (IICor 3:16). Mostremos, pois, nessas aparentes contradições, o sentido oculto nas entrelinhas, “o espírito da letra”.
Sabemos, pelos Ensinamentos Rosacruzes que os quatro Evangelhos são fórmulas de Iniciação. O de São Mateus começa no Natal ou no Sagrado Nascimento porque é um dos 3 que são as fórmulas dos Mistérios ou Iniciações Menores.
Antes de falarmos da genealogia de Jesus, como nos foi dado por São Mateus, lembremos que Jesus pertence à nossa humanidade, ou seja é um ser humano, ou um Espírito Virginal da Onda de Vida humana, exatamente como um de nós. Assim, estudando o ser humano Jesus na Memória da Natureza podemos segui-lo em suas vidas anteriores, renascido aqui inúmeras vezes: durante um certo tempo na sua evolução, de 1000 em 1000 anos (com a manifestação de sexo aqui alternado: uma vez homem, outra vez mulher) e depois, evoluindo espiritualmente, não mais de 1000 em 1000 anos e nem mais alternadamente homem e mulher. Já quando renasceu como Jesus, não era um indivíduo comum. Tinha desenvolvimento uma Mente singularmente pura, muito superior à grande maioria da nossa presente humanidade. Um Corpo Denso mais próximo da perfeição do que qualquer outro Corpo Denso construído por qualquer outro ser humano. E, obviamente, um Corpo Vital mais próximo da perfeição do que qualquer outro Corpo Vital construído por qualquer outro ser humano. E, com certeza absoluta, um Corpo de Desejos mais próximo da perfeição do que qualquer outro Corpo de Desejos construído por qualquer outro ser humano. Além de um Corpo Mental, ao invés de um veículo Mente, como temos. Pois esteve percorrendo o Caminho da Santidade através de muitos renascimentos aqui, preparando-se para a maior honra que poderia ter recebido um ser humano.
Vamos enumerar a genealogia de Jesus, conforme nos dado por São Mateus:
1. Abraão
2. Isaac
3. Jacó
4. Judá
5. Farés
6. Esrom
7. Aram
8. Aminadab
9. Naasson
10. Salmon
11. Booz
12. Jobed
13. Jessé
14. Davi
15. Salomão
16. Roboão
17. Abias
18. Asa
19. Josafá
20. Jorão
21. Ozias
22. Joatão
23. Acaz
24. Ezequias
25. Manassés
26. Amon
27. Josias
28. Jeconias
29. Salatiel
30. Zorobabel
31. Abiud
32. Eliacim
33. Azor
34. Sadoc
35. Aquim
36. Eliud
37. Eleazar
38. Matã
39. Jacó
40. José, o esposo de Maria, da qual nasceu
41. Jesus
Nesse Capítulo São Mateus mostra 41 gerações sendo que na última ele considera a geração vinda de Maria, totalizando 42 gerações. Obviamente não se quis mostrar aqui todos os renascimentos de Jesus aqui (com certeza houve muito mais!) e muito menos que todas essas pessoas foram renascimentos anteriores de Jesus. O único que é nos revelado como um renascimento anterior de Jesus foi Salomão. E só nos foi revelado porque há coisas importantes para compreendermos com essa revelação, como já estudamos na Filosofia Rosacruz.
Há que se tomar muito cuidado em interpretações usando o significado dos nomes aqui expostos: devido a dificuldades de grafia, a chance de “fantasiar” é enorme. Sugerimos não perder tempo, nem em tentar, nem em ler.
Dentre várias coisas que São Mateus quis ensinar aqui, da parte esotérica, podemos ver alguns exemplos (muitos outros podemos ter, mas vamos nos ater ao tempo limitado): como alguns grandes Iniciados, por meio de fornecer Corpos para vários Egos, foram auxiliando para que Jesus pudesse chegar a esse nível de perfeição no Corpo Denso e, consequentemente, no Corpo Vital. Imaginem se alguns deles não quisessem ter filhos pelos motivos que hoje ouvimos: “dá muito trabalho”, “deforma meu corpo”, “colocá-lo nesse mundo? Nem pensar!”, “cria-lo é um preço de apartamento ou de um carrão!”.
Se decompormos 42 pela Matemática Esotérica, teremos 4+2 = 6; 1+2+3+4+5+6=21; 2+1=3. Ou seja: como sempre o número 3 significa “chegou-se a um nível necessário e suficiente para atender o era preciso”. No caso de Jesus: ter os melhores Corpos possíveis para que Cristo pudesse iniciar o seu Plano de Salvação estando aqui, entre nós. Estudem a vida e os acontecimentos de alguns desses nomes, como Davi, Salomão, Jeconias e outros na Bíblia e veja a evolução espiritual deles, para ter mais exemplos.
Vamos ver agora a questão da revelação à José sobre o nascimento de Jesus (vers. 18 a 25). Para isso, lembremos que Maria, a mãe de Jesus, a Virgem Maria, possuía a mais elevada pureza humana, por isso foi escolhida para ser a mãe de Jesus. Já era uma elevada Iniciada. O pai, José, também era um elevado Iniciado, capaz de realizar o ato de fecundação como um sacramento, sem nenhum desejo ou paixão pessoal. Em consequência, o formoso, puro e amoroso espírito conhecido pelo nome de Jesus de Nazaré veio ao mundo num Corpo puro e sem paixões.
Como falamos antes, esse Corpo era o melhor, o mais próximo à perfeição que se podia produzir na Terra. A tarefa de Jesus, nessa encarnação, era cuidar e desenvolver o seu Corpo até o maior grau de eficiência possível para o grande propósito a que devia servir. Jesus surgiu do povo comum, não foi um levita, classe para quem era uma herança o sacerdócio. Ainda que não surgisse de uma classe de instrutores, seus ensinamentos foram superiores aos de Moisés.
Quando fazemos o Curso Bíblico Rosacruz, aprendemos que “conhecer alguém” no contexto colocado significa ter que se relacionar sexualmente para, por meio de um sentimento de paixão e posse, egoisticamente, criar condições de fornecer um Corpo Denso a um Ego com um único interesse: garantir que em renascimentos futuros, também se tenha a condição de receber um Corpo Denso.
José e Maria, como dissemos, como elevados Iniciados não precisavam disso. Iniciados quando precisam fazer o sacrifício de terem relações sexuais a fim de garantir um Corpo Denso a um ser até mais elevado do que os dois, o faz sem “conhecer”, ou seja, sem paixão ou sentimento algum inferior.
Por isso é feito como sacrifício, ou seja, um SACRO-OFÍCIO. Depois desse sacrifício, nunca mais tiveram relações sexuais. Por quê? Porque não precisaram mais fazer o sacrifício para fornecer um Corpo Denso a algum ser elevado. Imagine o regozijo de Maria e de José quando descobriram que tal SACRO-OFÍCIO redundou na fecundação e em todo um período de gravidez (em uma época que a taxa de natimorto era enorme!) que terminou bem-sucedido com o nascimento de um ser humano tão elevado que seria o que cederia os Corpos Denso e Vital para o Arcanjo Cristo!
Por fim, vamos a alguns detalhes:
• No versículo 22: “Tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que o Senhor havia dito pelo profeta: Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e o chamarão com o nome de Emanuel”. Isso se refere à Isaias no Capítulo 7 e versículo 14 do seu Livro no Antigo Testamento. No Novo Testamento veremos muitas confirmações dos Profetas que manifestaram suas profecias no Antigo Testamento.
• O “Anjo do Senhor” aqui é o Anjo Gabriel, o que guarda e guia o Espírito da Maternidade. Ele envia Anjos ministros para abençoar toda mãe. Esses mensageiros angélicos cuidam e dirigem um espírito para a mãe e o lar onde ele vai se desenvolver. Todas as canções de ninar e de acalanto compostas por inspirados músicos acham-se sintonizadas com a palavra-chave do Anjo Gabriel.
• Logicamente, José, segundo um elevado Iniciado, podia funcionar conscientemente na Região Etérica do Mundo Físico e conversar tranquilidade com os seres que vivem lá, inclusive os Anjos. • Sobre: “grávida pelo Espírito Santo”. Sabemos que o Espírito Santo (Jeová) é a energia criadora da Natureza, e a energia sexual é seu reflexo no ser humano. Tudo que se relaciona com a propagação da espécie humana, quando tal ato é executado como um Sacro-ofício (como era feito antes da “Queda do Homem”) é executado sob a direção dos Anjos, por sua vez, guiados por Jeová. Ou seja, todas as vezes que utilizamos a energia sexual criadora do modo santo, como se deve, manifestamos o Espírito Santo. Exatamente como fez José e Maria.
Conceito Rosacruz do Cosmos – Estudo das Terminologias Rosacruzes – Capítulo 2 – Mundo do Desejo – P.2
Se você quiser assistir uma apresentação sobre essa parte do Mundo do Desejo é só acessar esse vídeo aqui: https://youtu.be/U4Adq_nM88c
Vamos definir alguns Termos Rosacruzes utilizados nesse trecho sobre o Mundo do Desejo:
Segundo a Fraternidade Rosacruz o que é o Mundo do Desejo?
É de onde obtemos material para formamos os nossos desejos, sentimentos e as nossas emoções. E para isso temos um veículo formado com material desse Mundo: o Corpo de Desejos.
No Mundo do Desejo tudo está em movimento constante. Ele está dividido em 7 Regiões com materiais de diferentes densidades e, mais: a taxa de vibração da matéria do Mundo do Desejo: muitíssima mais elevada do que a da matéria do Mundo Físico.
Vamos agora definir cada uma das 7 Regiões do Mundo do Desejo e compreender que tipo de material de desejos, emoções e sentimentos se colher de cada uma dessa Regiões para que possamos criar os nossos desejos, sentimentos e nossas emoções:
Conceito Rosacruz do Cosmos – Estudo das Terminologias Rosacruzes – Capítulo II – Mundo do Pensamento
Se você quiser assistir uma apresentação sobre essa parte do Mundo do Pensamento é só acessar esse vídeo aqui: Parte 1 – https://youtu.be/1FizVoKRAfg e Parte 2 – https://youtu.be/lRjQqqEVm5k
Vamos definir alguns Termos Rosacruzes utilizados nesse trecho sobre o Mundo do Pensamento:
Segundo a Fraternidade Rosacruz o que é o Mundo do Pensamento?
É o Mundo onde buscamos o material para criarmos as nossas ideias e conclusões e elaborarmos os nossos Pensamentos-Formas (nossas ideias projetadas através da Mente e revestida de material da Região do Pensamento Concreto). Se compõe de sete Regiões de diversas qualidades e densidades e, à semelhança do Mundo Físico, é dividido em duas principais divisões: a Região do Pensamento Concreto, que compreende as quatro Regiões mais densas e a Região do Pensamento Abstrato, que compreende as três Regiões de substâncias mais sutis. A quarta subdivisão do Mundo do Pensamento, a mais elevada das quatro subdivisões contidas na Região do Pensamento Concreto – é a pátria da Mente humana. Ali se encontra uma versão muito mais clara da Memória da Natureza do que no Éter Refletor.
Assim, a Região do Pensamento Concreto: compreende as quatro Regiões mais densas do Mundo do Pensamento. Suprem a matéria mental com a qual incorporamos e concretizamos nossas ideias. É onde formamos os nossos pensamentos-formas. Nossa Mente é formada por substância da Região do Pensamento Concreto.
E a Região do Pensamento Abstrato: compreende as três Regiões de substâncias mais sutis. Estas três divisões superiores são a base para o pensamento abstrato. É de onde criamos as nossas ideias e conclusões. É onde nós, o EGO, funcionamos e a partir daqui trabalhamos nas Regiões e Mundos abaixo. É também o Mundo em que o Anjo Jeová, o mais elevado Iniciado dos Anjos, vive. O ser que exerce o aspecto Espírito Santo, Movimento, o terceiro aspecto de Deus. Temos um veículo formado de material dessa Região: o Espírito Humano.
Vamos agora definir cada uma das 7 Regiões do Mundo do Pensamento e compreender que tipo de material de ideias e pensamento-forma se pode colher de cada uma dessa Regiões para que possamos criar as nossas ideias e os nossos pensamentos-formas:
Conceito Rosacruz do Cosmos – Estudo das Terminologias Rosacruzes – Capítulo II – Os Quatro Reinos – P.1
Se quiser assistir uma apresentação sobre essa parte, eis um vídeo muito legal: https://youtu.be/R3_19B-wzr8
Como se define Reinos de Vida na Fraternidade Rosacruz?
Antes de tudo, repare que é uma definição esotérica e não exotérica, já que a ciência moderna tem uma classificação diferente e que está sempre mudando.
Na verdade, Reinos de vida são correntes de vida, formadas por Espíritos, criadas por Deus que evoluem conjunta, mas separadamente em um Esquema de Evolução. Como Deus é infinito, também são infinitos os Reinos de vida que existem. No entanto, presentemente, somente 4 Reinos de vida nos interessam, a saber: Reino mineral, Reino Vegetal, Reino Animal e Reino Humano, que são justamente os Reinos que evoluem diretamente conosco nesse atual Esquema de Evolução. As diferentes características deles que aparecem nesse diagrama é o que vamos discutir durante o estudo desse Capítulo II.
Reino mineral: Como os outros 3 é a Hierarquia Criadora que chamamos de Espíritos Virginais. É a Onda de Vida dos minerais. O Espírito-Grupo dos minerais está na Região do Pensamento Abstrato. Eles iniciaram sua evolução aqui no Período presente, o Período Terrestre. Eles possuem somente 1 Corpo, justamente o que vemos deles, o Corpo Denso. O nível de consciência dos minerais atualmente é o de Transe Profundo. Atualmente formam vários dos Estratos do Planeta Terra. Todas as formas químicas são compostas por eles. Eles atingirão o estado humano, ou seja, o estágio de humanidade, como nós, somente no Período de Vulcano. Todos eles, sem exceção, são inertes devido à falta de veículos sutis. O estado mineral é a meta final das formas de todos os reinos quando alcançam o máximo de degeneração (exe. Carvão de pedra, granito e outros que veremos no Conceito).
Reino vegetal: Também, como os outros 3 é a Hierarquia Criadora que chamamos de Espíritos Virginais. É a Onda de Vida dos vegetais. O Espírito-Grupo dos vegetais está na Região do Pensamento Concreto e são uma das funções dos Anjos. Eles iniciaram sua evolução aqui no Período Lunar. Eles possuem 2 Corpos: o Corpo Denso e o Corpo Vital e no Corpo Vital somente os Éteres Químicos e de Vida são ativos. O nível de consciência dos minerais atualmente é o de Consciência sem Sonhos. Atualmente é a melhor forma de obtermos todos os componentes alimentares necessários para o nosso Corpo Denso. Eles atingirão o estado humano, ou seja, o estágio de humanidade, como nós, somente no Período de Vênus. São fundamentais e imprescindíveis para podermos viver aqui e de diversas formas.
Reino animal: Também, como os outros 3 é a Hierarquia Criadora que chamamos de Espíritos Virginais. É a Onda de Vida dos animais. O Espírito-Grupo dos vegetais está no Mundo do Desejo e são uma das funções dos Arcanjos. Eles iniciaram sua evolução aqui no Período Solar. Eles possuem 3 Corpos: o Corpo Denso, Corpo Vital e Corpo de Desejos, no Corpo de Desejos somente com materiais das 3 Regiões inferiores. O nível de consciência dos minerais atualmente é o de Consciência com Sonhos. Eles atingirão o estado humano, ou seja, o estágio de humanidade, como nós, somente no Período de Vênus. São os irmãos mais jovens, ou menores, de nós, os seres humanos.Reino animal: Também, como os outros 3 é a Hierarquia Criadora que chamamos de Espíritos Virginais. É a nossa Onda de Vida, a humana. Somos um indivíduo: um Ego manifestado aqui, uma Individualidade. Temos o livre arbítrio. Temos uma Personalidade separada. Somos o Reino mais elevado dos 4. Iniciamos nossa evolução no Período de Saturno. Possuímos Corpo Denso, Corpo Vital e Corpo de Desejos e o veículo Mente. A consciência normal é a de vigília. Meta é ser especialista em matéria da Região Química. Atingiremos o maior estado criador no Período de Vulcano.
Conceito Rosacruz do Cosmos – Estudo das Terminologias Rosacruzes – Capítulo II – Os Quatro Reinos – P.2
Se quiser assistir uma apresentação sobre essa parte, eis um vídeo muito legal: https://youtu.be/Pw1slyrUcGc
Alguns Artigos Publicados nas redes sociais no mês de Maio:
Por que devemos renascer?
“Pode-se, porém, perguntar: por que devemos renascer? Por que devemos voltar a esta limitada e miserável existência terrena? Por que não podemos adquirir experiência nesses Reinos superiores sem necessidade de vir a Terra? Estamos cansados desta enfadonha e penosa vida terrena!
Tais queixas estão baseadas em mal-entendidos de várias classes. Em primeiro lugar, compreendamos e gravemos profundamente em nossa memória que o propósito da vida não é a felicidade, mas sim a experiência. A tristeza e a dor são nossos mais benévolos mestres (!). As alegrias da vida não são mais que coisas fugazes (!!).”
Pelos Ensinamentos da Fraternidade Rosacruz, muitos de nós, Espíritos Virginais, da Onda de Vida Humana, ainda devemos renascer aqui no Mundo Físico, o baluarte da evolução, e viver as experiências já determinadas lá no Terceiro Céu.
Precisamos encontrar forças, coragem, arregaçar as mangas e passar aqui o tempo necessário para a aquisição de experiências, como também, pagarmos nossas dívidas de destino, contraídas em vidas passadas, quando prejudicamos alguém ou muitos, fazendo-os sofrer das mais diversas formas.
Como já dissemos outra vezes, a Fraternidade Rosacruz nos ajuda nessa grande caminhada. Graças ao trabalho dos Irmãos Maiores, há Centros espalhados pelo mundo inteiro, e hoje com as facilidades da internet, podemos adiantar nossa caminhada em muito.
Nosso trabalho é aqui, no Mundo Físico, então aqui, vamos trabalhar, dando o nosso melhor todos os dias.
Que cada um de nós, Aspirantes à vida superior, cientes dos nossos trabalhos aqui, ajudemos de alguma forma levar essa Grande Obra adiante, ajudando ainda mais nossos irmãos e irmãs de toda parte.
Vamos trabalhar e tentar estender o mais que pudermos nossa passagem por aqui, na Terra, e cumprir fielmente com nossas promessas e crescer espiritualmente, o mais que pudermos também.
Por fim, não nos esquecemos, da mesma forma que os Anjos se tornaram especialistas em matéria etérica, os Arcanjos em matéria de desejos e os Senhores da Mente em matéria mental, nós os Espíritos Virginais da Onda de Vida humana temos objetivo de nos tornarmos especialistas em matéria química desse Mundo Físico. E para isso, devemos aprender tudo que precisamos a partir daqui, renascendo vida após vida. Um Irmão Maior, por exemplo, já aprendeu!!
A Tendência da Fraternidade Rosacruz
É de suma importância e sempre que possível, pararmos um pouco e meditarmos sobre a Fraternidade Rosacruz, essa grande Obra que, sem dúvida alguma, é totalmente Aquariana.
Muitas pessoas acham que vivemos tempos difíceis hoje, porém vivemos a aurora de novos tempos, temos que visar o bem coletivo, o crescimento espiritual de uma grande maioria Cristã.
As pessoas que têm Cristo como seu único Ideal, portanto despojadas de preconceitos e crenças ultrapassadas, mantêm-se sintonizadas com as vibrações da Nova Era, a de Aquário.
A Fraternidade Rosacruz foi concebida dentro de um espírito futurista.
Sua orientação respeita, acima de tudo, o livre arbítrio de cada um.
Procura emancipar todo Aspirante à vida superior de toda limitação e dependência externa, objetivando dar-lhe condições de tornar-se um perfeito cidadão do mundo, e que prega, com certeza, o bem.
Esse Movimento Rosacruz, porém, é uma Escola onde os Estudantes não são guiados cegamente, pois reúne princípios superiores, inalteráveis ao esforço Crístico, pois há um Caminho a ser percorrido.
Temos por trás desse grande Movimento uma ajuda esclarecedora, observadores conscientes, respeitando a liberdade de todos, mas estimulando-os, compreendendo-os como um pedagogo incomparável: os Irmãos Maiores.
Há, portanto, uma grande força espiritual mantendo a Fraternidade.
Entendemos a Fraternidade Rosacruz como algo interno, vivente, formado com grande esforço e aspiração a ideais elevados e harmoniosos.
Há uma missão de fazer florescer nos corações de cada irmão e irmã as bases do Cristianismo Esotérico, a Religião do futuro.
Vemos, então, que a Fraternidade Rosacruz foi engendrada com e por amor.
Sabemos que o Amor une e edifica, portanto, a tendência nesse grande e maravilhoso Movimento, Fraternidade Rosacruz, é crescer. Façamos a nossa parte percorrendo seriamente o Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz e divulgando-o.
Evangelhos: Quatro Fórmulas de Iniciação
Aprendemos nos Estudos Bíblicos Rosacruzes que os quatro Evangelhos são fórmulas de Iniciação e quando bem o entendemos, quando o interpretamos corretamente, nos tira das ilusões, nos incomodam, nos faz refletir e pensar sobre a vida que vivemos aqui.
Por exemplo, o Evangelho Segundo São João, em 13, 16-20, nos mostra o evento na vida de Cristo Jesus do “Lava pés”, e se bem entendido, vemos a extrema humildade de Cristo, este Ser maravilhoso, o Deus Filho, onde Ele nos mostra que não basta falar, saber, achar bonito a humildade, mas há que praticar.
Um Ser como o Cristo, o Regente do Planeta Terra, e que é Deus Filho, é de tamanha grandeza, sempre mostrou humildade; curava as pessoas, pedindo apenas que fossem e não pecassem mais, ensinava pelo exemplo, não condenava, não humilhava, chamava à razão, e sempre saia de cena discretamente, sem aplausos, sem holofotes: isso é o serviço amoroso e desinteressadamente, focado na divina essência do irmão e da irmã e, ainda, o mais anonimamente possível; não é digno de O seguirmos?
Ele, sendo Deus, sempre se mostrou simples, humilde, com palavras sábias, com gestos firmes e desconcertantes, mas de ajuda, para se pensar.
Hoje o que temos visto muito é justamente o contrário para uma grande maioria: querendo reconhecimento, aplausos, holofotes, fama, poder, dinheiro, as pessoas querem ser servidas, querem luxos, carrões, ótimos resorts onde são servidos o tempo todo, muitas vezes sem se importar com os irmãos ou as irmãs que os servem, etc.
O que menos vemos hoje são pessoas humildes, vivendo na simplicidade (isso não implica desleixo), servindo aos outros, buscando mais a parte espiritual do que a vida material. Muito triste isso!
É uma pena, pois se todos tivessem Cristo como Ideal de vida a ser seguido, tudo seria bem diferente, não haveria tanta ganância, materialismo, egoísmo, egocentrismo, fama, poder, gastos desnecessários, supérfluos, etc.
O que se deveria fazer hoje era: “viver mais renascido aqui, só que cada vez com menos bens e valores materiais, e cada vez com mais bens e valores espirituais”; era ser simples tendo somente aquilo que precisa para viver e não aquilo que se quer para viver, era ser humilde de coração, servindo aos semelhantes e aos mais necessitados que estão a sua volta o melhor que puder, era buscar construir o Corpo-Alma, esse veículo tão importante no crescimento espiritual e fundamental para darmos o próximo passo nesse Esquema de Evolução. Atualmente só não busca a parte espiritual quem não tem vontade (os que vivem arrumando desculpas para não o fazer), com isso o tempo vai passando, e quando se quiser “se dedicar a parte espiritual”, se quiser correr atrás do “do que será definido como tempo perdido”, poderá ser tarde demais para essa vida aqui. Quem sabe na próxima, daqui mais ou menos a 1000 anos?
O que é Mount Ecclesia?
Mount Ecclesia é um local pitoresco localizado na cidade de Oceanside, Califórnia (sul da Califórnia) e é a localização da sede internacional da Fraternidade Rosacruz (a The Rosicrucian Fellowship).
É também o local onde está Templo de Cura Espiritual, chamado “A Ecclesia”, situado no promontório de uma elevada mesa (ou seja, de um acidente geográfico caracterizado por uma área elevada de solo com um topo plano, rodeada por todos os lados por escarpas inclinadas.) com vista para o Vale do Rio San Luis Rey e a Missão Franciscana San Luis Rey de Francia fundada em 1798.
Em 7 de abril de 1995, foi adicionado ao Registro Nacional de Lugares Históricos como o Templo da Fraternidade Rosacruz.
Mount Ecclesia foi inaugurada em 28 de outubro de 1911, por meio de uma cerimônia da implantação de uma grande Cruz trilobada com as iniciais C.R.C. — significando Christian Rose Cross, o líder maior da Ordem Rosacruz — pintado em letras douradas nas três extremidades superiores – e com uma roseira trepadeira vermelho-sangue.
O Templo de Cura Espiritual, chamado “A Ecclesia” foi erguido com o propósito de fornecer meios mais poderosos para a cura de doenças e enfermidades, utilizando o processo de Cura Rosacruz, e dedicado em 25 de dezembro de 1920.
As Reuniões de Cura Espiritual Rosacruz são realizadas nesse local sagrado em um horário regular todos os dias pelos Probacionistas que dedicaram suas vidas a essa obra Rosacruz.
Desde a sua fundação, a Fraternidade Rosacruz observa fielmente a condição básica, estabelecida por seu fundador, Max Heindel, de que nenhum preço, quotas, taxas ou quaisquer outros tipos de pagamentos financeiros devem ser cobrados pelos Ensinamentos Rosacruzes.
O arquétipo da fundação de Mount Ecclesia, o mais alto ideal ou missão, é se tornar um Centro Espiritual no mundo, como um esforço “para unir e harmonizar uns com os outros, ensinando uma Religião que é tanto científica quanto artística, e reunir todo o Cristianismo Esotérico em uma só grande Fraternidade Cristã.”.
A paisagem de Mount Ecclesia, com suas 24 estruturas (23 edifícios e a área cônica da entrada principal), os belos jardins de rosas e uma maravilhosa vegetação preservada — no meio de uma das áreas de desenvolvimento imobiliário mais caras e intensivas do mundo, no sul da Califórnia — tornou-se um paradigma de equilíbrio paisagístico entre o desenvolvimento de um ambiente construído e a conservação do ambiente natural.
Como em todos os templos solares, o portal do Templo de Cura Espiritual (A Ecclesia) está voltado para o leste (o nascer do Sol). Em frente ao portal estão duas palmeiras.
O portal é constituído por uma estrutura triangular assente em duas colunas redondas (pilastras), contendo ao centro um triângulo equilátero com o ‘olho que tudo vê’.
As colunas fundem os estilos grego e romano, cada uma com um capitel coroado por um globo rematado.
A arquitetura redonda do edifício de 12 lados é composta por arcos redondos e estreitas janelas redondas internas.
Sua grande cúpula é composta por uma cúpula coroada por um globo dourado com remate de luzes.
O portal interno e o interior do Templo são ornamentados com símbolos alquímicos e astrológicos.
É um templo solar dedicado à chegada da Era de Aquário.
O Autêntico Estudante Rosacruz Demonstra Sinceridade no Seu Propósito
Ao estudar e praticar os ensinamentos que temos na Fraternidade Rosacruz, que é uma Escola Filosófica de Cristianismo Esotérico, isto é, interno, vamos nos desenvolvendo espiritual exatamente do modo que Cristo nos ensinou – na Sua primeira vinda –, isto é: de dentro para fora.
Aprendemos na Fraternidade Rosacruz as realidades do Cristianismo Esotérico, com uma clara compreensão do significa dizer que “somos feitos à imagem e semelhança de Deus”.
Se somos seguidores dos Ensinamentos de Cristo precisamos levar, também, uma vida de pureza – até onde conseguimos, dado que somos limitados – e, aqui sim sem limites, uma vida focada em servir amorosa e desinteressadamente o irmão ou a irmã que está ao nosso lado (o próximo) considerando unicamente a divina essência nele ou nela oculta (o que nos faz esquecer todos os defeitos dele ou dela), pois isso é a base da fraternidade!
Aprendemos a significância esotérico do evento bíblico onde “Cristo expulsou os mercadores do Templo”, o que nos leva a pensar, a refletir, a meditar que para haver paz dentro do nosso “templo interno” – que é realmente o que somos –, é preciso limpá-lo dos desejos, sentimentos e emoções inferiores, do egoísmo, da vanglória, do orgulho, das riquezas, do poder e da fama mundanos.
Estudamos na Fraternidade Rosacruz a trajetória de Cristo (desde antes de “aparecer entre nós”, passando pela Sua primeira vinda e depois que partiu “para preparar o lugar para nós”), onde aqui pessoalmente pregou o Evangelho e curou os enfermos, viveu os mandamentos básicos da Sua mensagem, mostrando como devemos agir para nos elevar espiritualmente e ajudar eficazmente aquele ou aquela que precisa e que quer ser ajudado ou curado de fato.
Para nós, Aspirantes à vida superior – Estudantes Rosacruzes – Cristo é um Ideal que buscamos atingir, para isso muito nos ajuda a Fraternidade Rosacruz, que por meio dos ensinamentos nos fornecidos pelos Irmãos Maiores – seres humanos exatamente como nós, mas que se esforçaram e por mérito chegaram a um elevadíssimo nível de conhecimento – e, assim, conhecedores da natureza humana, nos ensinam racional e devocionalmente (em um equilíbrio perfeito) como realizar essa gigantesca tarefa de transmutação, pelos caminhos paralelos e simultâneos do Coração e da Mente.
O autêntico Estudante Rosacruz demonstra sinceridade no seu propósito, buscando o bem coletivo, não guardam os Ensinamentos Rosacruzes para si mesmos, mas os vive, os pratica e os divulga no dia a dia, no cotidiano. São Cristãos conscientes; sabem que a tarefa é difícil, porém não é impossível, que tudo é questão de estudar, entender e vivenciar o Cristianismo Esotérico.
E isso é aberto é possível para qualquer um que queira: elevar-se espiritualmente; basta ter muita força de vontade e persistir, persistir e persistir. Afinal, como nos ensina Max Heindel: “o único fracasso é deixar de tentar, é deixar de lutar”.
A maternidade é Sagrada e, como tal, Deve Ser Reverenciada
Apesar de os “Dias das Mães” tem sido definido, desde o início, como um “evento para alavancar o comércio”, dado a quantidade de pensamentos positivos, desejos, emoções e sentimentos superiores criados por tantos filhos e filhas nesse dia, em direção às respectivas mães, vale a pena, aproveitar esse ambiente para “entender” esotericamente essa missão que, quando renascemos aqui com um ser do sexo feminino, podemos ter a graça de Deus em exercê-la.
Se acompanhamos as tendências, vira e mexe, há tentativas em menosprezar a maternidade e caracterizando-a como algo enfadonha, sofredora, “deformadora do corpo”, “prisioneira e restritora de um modo de vida” e outros adjetivos, todos de cunho egoísta.
No entanto, a maternidade quando analisada sob a luz dos Ensinamentos Rosacruzes é um dos atos mais nobres a que uma mulher pode aspirar, além de ser um dos mais importantes a que possa se submeter.
Isso porque as responsabilidades e os privilégios da maternidade, se encarada com reverencia e seriedade, pode ser uma das experiências mais gratificantes no plano físico, além de, logicamente, proporcionar grande crescimento anímico, crescimento da alma da mãe.
Oras, a mãe providencia o veículo inicial que irá ser utilizado pelo Ego que está a caminho do renascimento. É no útero da mãe, quando há a fecundação, onde o Átomo-semente do Corpo Denso do Ego, que está se preparando nascer, que está na cabeça do espermatozoide que fecundou o óvulo, e a matriz do Corpo Vital já está lá – no útero da mãe – é que se desenvolve todo o novo Corpo Denso desse Ego. A mãe exerce um trabalho importantíssimo nesse que é um dos momentos mais difíceis para o Ego: “morrer” nos Mundos espirituais para uma vez mais, “nascer” na Região Química do Mundo Físico, o Mundo material.
Uma vida pura, vivida sob os ditames das Leis de Deus, é o melhor preparo para a maternidade. Quanto mais experiência a mãe adquire ao procurar dar o melhor tratamento possível aos seus veículos, mais capaz ela será de trabalhar com a criança. Certamente, não importa que direção a vida tenha tido nos anos anteriores a concepção; tão logo uma mulher tome consciência de que está grávida, é de sua responsabilidade esforçar-se para ter bons pensamentos e praticar atos que beneficiem seu futuro filho ou sua futura filha.
A maternidade é sagrada e, como tal, deve ser reverenciada. Crianças devem nascer de uniões inspiradas pelo amor mais profundo e altruísta e ideais espirituais os mais elevados possíveis, porque assim, e somente assim pode a promessa de uma mais nobre humanidade ser cumprida e as crianças de um novo tipo de ser humano nascerem.
O maior poder conquistado do universo é o Amor e um elemento poderoso pode produzir esse poder e força — a maternidade. O amor de mãe poderá, algum dia, reger o mundo. Então, não mais haverá guerras e brigas.
Quando nós reconhecermos essa gloriosa missão de produzir crianças que criarão um estado de harmonia, paz, boa vontade e amor fraternal, isso nos fará compreender a resposta à prece: “O Reino vem; Ele será feito na Terra tanto como no Céu”. Então entenderemos verdadeiramente: “Paz na terra e a boa vontade entre os homens”. “Toda mulher é uma mãe em potencial e pode, por meio da maternidade, transmutar sua natureza inferior em elevados poderes espirituais para o seu próprio desenvolvimento. Toda mãe é, literalmente, a mãe de um Deus em gestação.” – por Augusta Foss Heindel
Fraternidade Rosacruz – Algumas das perguntas que recebemos e que talvez possam ser dúvidas de mais Estudantes Rosacruzes
1) Pergunta: Hitler não deveria vagar para Saturno e, de lá, ir para o Caos, por ter perdido a alma pelas crueldades indescritíveis que praticou?
Resposta: Nosso irmão Hitler (sim, ele é nosso irmão, filho do mesmo Deus que criou cada um de nós) não há como ter certeza de que ele perdeu seus Átomos-sementes devido as atrocidades que ele fez. Sim, ele cometeu coisas atrozes e indignas de um ser humano. Mas, e os outros que estavam com ele? Ah! fizeram só porque ele mandou? É assim que devemos pensar? Aqui não há uma pessoa só que é culpada, não é mesmo? Até o povo alemão que estava renascido naquela época tem uma grande parcela de culpa, não é?
Por outro lado, você já estudou outros irmãos e irmãs que foram tão – ou até mais – atrozes e indignas do que Hitler. E que não são considerados porque não há registros testemunhais, nem imprensa e muito menos vontade? Consegue nos citar alguns, para efeito de comparação?
Hoje temos, em torno, de 10 mil irmãos e irmãs que morrem de fome POR DIA! E isso já há alguns anos!! Quem são os irmãos e irmãs culpados dessa atrocidade e desumanidade? Consegue elencá-los ou você nos dirá que é a ONU ou o “conjunto de países mais ricos” ou “os homens mais ricos do mundo”?
Cuidemo-nos para não nos cristalizarmos, ao focarmos em “efeitos” e não em “causas”, em querer achar um único culpado por algo, quando há muito mais culpados do que pensamos.
Quando se diz que em tempo de pandemia e em tempo de guerra é que a Ciência material mais avança – e onde há muitas pessoas que ficam milionárias – há algo muito errado na tabela de valores da nossa humanidade, não?
2)Pergunta: Max Heindel nos diz — em “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas”, volume 2, pergunta 6, que nos Mundos invisíveis muitas pessoas vivem exatamente como aqui, inclusive tendo casa e comida. Mas em que região isso ocorre, no Mundo do Desejo? Acontece antes que essas pessoas decidam entrar no Purgatório e daí seguir sua jornada rumo aos Planos mais elevados?
Resposta: Sim, isso ocorre nas 3 Regiões superiores do Mundo do Desejo. Isso só ocorre depois do Ego passar pelo Purgatório e pelo Primeiro Céu. Normalmente, lá vivemos, referente ao tempo que contamos aqui, um terço do tempo da nossa última vida. Dependendo de como vivemos a última vida aqui, trabalhamos muito lá, seja nas reconstruções da fauna, da flora, dos ambientes de evolução, na aprendizagem de construções de Corpos Densos (em material de desejos, a partir dos Arquétipos) de irmãos e irmãs que estão se preparando para nascer. Como a matéria de desejos é extremamente plástica, dependendo do nosso desejo, podemos construir casas, lares, cidades, caminhos, jardins, e até uma rotina de dia a dia. Só não há uma coisa lá: descanso, pois não temos o Corpo Denso que é necessário revitalizar todas as noites. Não há noite nem dia. É um eterno momento de atividades. É o paraíso. O “Jardim do Éden”.
Pergunta: Por que a Terra não tem um Espírito Planetário que lhe seja próprio ou inerente?
Resposta: Não tem porque a grande maioria dos Egos humanos que estão usando esse Campo de Evolução (o Planeta Terra atual) para trilhar esse Esquema de Evolução cristalizou esse Campo a um nível tão intenso que quase todo o Campo foi perdido – e para que isso não ocorresse quase uma segunda Lua (como campo de desintegração) teve que ser criada para que os Egos humanos que foram os responsáveis por essa cristalização pudesse continuar evoluindo em um Campo de Evolução menos intenso e os demais pudesses continuar na Terra. Se isso ocorresse, TODOS sem exceção sofreria um grande atraso nesse Esquema de Evolução. Graças à Deus houve um Ser que se sacrificou para que isso não ocorresse e nos apresentou um Plano de Salvação que é para seguirmos, difícil sim, mas foi feito para conseguirmos chegar até o seu fim.
Antes, simplesmente não tinha; agora, é o Cristo; no futuro, será a humanidade divinizada. Por que os outros planetas têm Espíritos Planetários e a Terra, não? Resposta: Como ocorreu com todos os outros Planetas (exceto Marte) era para a Onda de Vida humana assumir o papel de Espírito Planetário, tão logo ela atingisse o desenvolvimento espiritual para tal. No entanto, devido a nos cristalizarmos na matéria e nos atrasar, Cristo teve que vir e, dentre outras coisas, assumir como Regente do Planeta Terra.
SERVIÇO DE AUXÍLIO E CURA
Todas as semanas, quando a Lua se encontra num Signo Cardeal ou Cardinal (Áries, Câncer, Libra ou Capricórnio), reunimo-nos com o propósito de gerar a Força Curadora por meio de fervorosas preces e concentrações. Esta força pode depois ser utilizada pelos AUXILIARES INVISÍVEIS, que trabalham sob a direção dos IRMÃOS MAIORES com o propósito de curar os doentes e confortar os aflitos.
Nessas datas, as 18h30, os Estudantes podem contribuir com esse serviço de ajuda, conforto e cura, sentando-se e relaxando-se na quietude do seu lar ou onde quer que se encontre, fechando os olhos e fazendo uma imagem mental da Rosa Branca e Pura situada no centro do Símbolo Rosacruz.
Em seguida oficie o Ritual do Serviço Devocional de Cura e concentre-se intensamente sobre AMOR DIVINO e CURA, pois só assim, você poderá fazer de si um canal vivo por onde flui o Poder Divino Curador que vem diretamente do Pai. Após o serviço de cura, emita os sentimentos mais profundos do amor e gratidão ao Grande Médico para as bênçãos passadas e futuras da cura.
Datas de Cura:
Junho: 06, 12, 19, 26
“Em verdade, ele tomou sobre si nossas enfermidades, e carregou os nossos sofrimentos: e nós o reputávamos como um castigado, ferido por Deus e humilhado. Mas ele foi castigado por nossos crimes, e esmagado por nossas iniquidades; o castigo que nos salva pesou sobre ele; fomos curados graças às suas chagas.” Isaías 53:4-5
Os três Mundos do nosso Planeta são atualmente o campo onde se processa a evolução de diversos Reinos de vida em vários graus de desenvolvimento. Destes, só quatro nos interessam presentemente, a saber: o Mineral, o Vegetal, o Animal e o Humano.
Estes quatro Reinos estão relacionados com os três Mundos de maneiras diferentes, de acordo com o progresso conseguido por esses grupos de vida em evolução na escola da experiência. No que diz respeito à forma, os Corpos Densos de todos os Reinos são compostos das mesmas substâncias químicas: sólidos, líquidos e gases da Região Química. O Corpo Denso do ser humano é um composto químico tanto quanto o da pedra, se bem que essa última esteja ocupada só pela vida mineral. Todavia, mesmo falando do ponto de vista puramente físico e deixando à margem qualquer outra consideração, notamos várias diferenças importantes se comparamos o Corpo Denso do ser humano com o do mineral da Terra. O ser humano move-se, cresce e propaga a sua espécie, mas o mineral, em seu estado natural, nada disso pode fazer.
Comparando o ser humano com os vegetais verificamos que ambos, planta e ser humano, têm um Corpo Denso, capaz de crescer e propagar-se. Contudo, o ser humano tem faculdades que a planta não possui: sente, tem o poder de mover-se e perceber as coisas que estão fora dele.
Quando comparamos o ser humano com os animais constatamos que ambos possuem as faculdades da sensação, do movimento, crescimento, da propagação e do senso de percepção. Contudo, o ser humano tem, ainda, a faculdade da linguagem, uma estrutura cerebral superior e as mãos, os quais são uma grande vantagem física. É de se notar especialmente o desenvolvimento do polegar que torna a mão humana muitíssimo mais útil do que a do antropoide. O ser humano desenvolveu, além disso, uma linguagem definida com a qual expressa seus pensamentos e sentimentos. Tudo, enfim, situa o Corpo Denso do ser humano em uma classe à parte, mais avançada do que as dos três Reinos inferiores.
Para compreender as diferenças entre os quatro Reinos é preciso buscar nos Mundos invisíveis as causas que dão a um Reino o que a outros é negado.
Para se funcionar em qualquer Mundo e expressar as qualidades que lhe são peculiares, é necessário antes de tudo, possuir um veículo formado de sua matéria. Para funcionarmos no Mundo Físico denso precisamos de um Corpo Denso adaptado ao nosso ambiente. Se assim não fosse seríamos fantasmas, como geralmente dizem, e seríamos invisíveis à maioria dos seres físicos. Assim, também precisamos de um Corpo Vital para poder expressar vida, crescimento ou externar as outras qualidades pertinentes à Região Etérica.
Para expressar sentimentos e emoções é necessário ter um veículo composto de matéria do Mundo do Desejo; e uma Mente, formada por substância da Região Concreta do Mundo do Pensamento é necessária para tornar o pensamento possível.
Ao examinarmos os quatro Reinos em relação à Região Etérica, constatamos que o mineral não possui Corpo Vital separado. Logo compreendemos a razão pela qual não pode crescer, nem se propagar ou nem mostrar vida com sensações.
Como hipótese necessária para sustentar outros fatos conhecidos, a ciência materialista admite que no sólido mais denso, tanto quanto no gás mais rarefeito e atenuado, não se tocam sequer dois átomos; que existe um envoltório de Éter ao redor de cada átomo; e que os átomos no universo flutuam em um oceano de Éter.
O cientista ocultista sabe que isso é exato na Região Química, e que o mineral não possui um Corpo Vital de Éter separado. E, como o Éter planetário é o único que envolve os átomos do mineral, então se compreende a diferença acima. Como já dissemos, é necessário ter um Corpo Vital, um Corpo de Desejos separados, etc., para poder expressar as qualidades correspondentes aos diferentes Reinos, porque os átomos do Mundo do Desejo, do Mundo do Pensamento e até dos Mundos superiores interpenetram o mineral, da mesma forma que interpenetram o Corpo Denso humano. Se a interpenetração do Éter planetário, o Éter que envolve os átomos do mineral, fosse bastante para permitir-lhe sentir e se propagar, sua interpenetração pelo Mundo do Pensamento planetário seria também suficiente para permitir-lhe pensar, o que não pode acontecer por faltar-lhe um veículo separado. O mineral é penetrado somente pelo Éter planetário e é, portanto, incapaz de crescimento individual. Todavia, como o mais inferior dos quatro Éteres – o Químico – é ativo no mineral, a ele são devidas as forças químicas nos minerais.
Tendo observado as relações dos Quatro Reinos com a Região Etérica do Mundo Físico, estudemos agora sua relação com o Mundo do Desejo.
Tanto os minerais quanto os vegetais carecem de Corpo de Desejos separado. Estão compenetrados unicamente pelo Corpo de Desejos planetário, ou seja, pelo Mundo do Desejo. Não possuindo veículo separado, são incapazes de sentir, de desejar, de se emocionar, faculdades estas que pertencem ao Mundo do Desejo. A pedra nada sente quando é quebrada, mas seria errôneo deduzir-se que não há qualquer sentimento relacionado com tal ato. Essa é a opinião do materialista e da massa incompreensiva. O cientista ocultista sabe que não há ato algum, grande ou pequeno, que não seja sentido através do universo. Embora por falta de um Corpo de Desejos individual a pedra não possa sentir, o Espírito da Terra sente, porque é o seu Corpo de Desejos que compenetra a pedra. Se um ser humano corta o dedo, esse não sente dor simplesmente por não ter Corpo de Desejos separado, mas o ser humano sente, porque seu Corpo de Desejos compenetra o dedo. Se uma planta é arrancada pela raiz, o Espírito da Terra sente de modo equivalente ao ser humano a quem arranquem um cabelo. A Terra é um Corpo vivo e sensível. Todas as formas sem Corpo de Desejos separado, por meio do qual o espírito pode sentir, estão inclusas no Corpo de Desejos da Terra, e esse Corpo de Desejos possui sensibilidade. Quebrar uma pedra ou cortar uma flor causa prazer à Terra, ao passo que arrancar uma planta pela raiz causa sofrimento. A razão disto será esclarecida na última parte dessa obra, pois nesse ponto qualquer explicação seria incompreensível para a maioria dos leitores.
O Mundo do Desejo planetário pulsa através dos Corpos Denso e Vital do animal e do ser humano, da mesma maneira que compenetra o mineral e a planta. Contudo, além disso, o animal e o ser humano possuem Corpos de Desejos separados que os capacitam a sentir desejos, emoções e paixões. Contudo, existe uma diferença entre eles: o Corpo de Desejos do animal é inteiramente formado por matéria das Regiões mais densas do Mundo do Desejo, enquanto no do ser humano, mesmo nas Raças mais inferiores, um pouco da matéria das Regiões superiores entra em sua composição. Os sentidos dos animais e das Raças humanas inferiores focalizam-se quase inteiramente na satisfação dos desejos e paixões mais inferiores, cuja expressão se encontra na matéria das regiões inferiores do Mundo do Desejo. Por isso e para que possam ter emoções mais elevadas, educá-las e dirigi-las para objetivos superiores, necessitam da matéria correspondente em seus Corpos de Desejos. À medida que o ser humano progride na escola da vida suas experiências ensinam-no, e seus desejos se tornam melhores, mais puros. Dessa forma, gradativamente, a matéria do Corpo de Desejos passa por uma correspondente modificação. A matéria mais pura e brilhante das regiões superiores do Mundo do Desejo substitui as cores sombrias da parte inferior. O Corpo de Desejos aumenta de tamanho, de modo que o de um santo torna-se verdadeiramente algo glorioso a ser observado, de transparência luminosa, e de uma pureza de cores incomparável, impossível de descrever. Só o vendo é possível apreciá-lo.
Atualmente, na composição do Corpo de Desejos da grande maioria dos seres humanos entra matéria das regiões superiores e inferiores. Ninguém é tão mau que não tenha algo de bom. Isto é expressão da matéria das regiões superiores que encontramos em seus Corpos de Desejos. Por outro lado, são muito poucos os tão bons que não empreguem alguma matéria das regiões inferiores.
Do mesmo modo que os Corpos: Vital e de Desejos planetários interpenetram a matéria densa da Terra, como vimos no exemplo da esponja, da areia e da água, assim também os Corpos: Vital e de Desejos interpenetram o Corpo Denso do vegetal, do animal e do ser humano. Contudo, durante a vida, o Corpo de Desejos do ser humano não tem a mesma forma que seus Corpos Denso e Vital. Somente após a morte ele assume essa forma. Durante a vida tem simplesmente a aparência de um ovoide luminoso que, nas horas de vigília, envolve completamente o Corpo Denso, assim como no ovo a clara envolve a gema. Estende-se de doze a dezesseis polegadas[1] além do Corpo Denso. Nesse Corpo de Desejos existe certo número de centros sensoriais que ainda se encontram em estado latente na maioria dos seres humanos.
Dirigindo a nossa atenção à relação dos quatro Reinos com o Mundo do Pensamento notamos que os minerais, os vegetais e os animais carecem de um veículo que os correlacione com esse Mundo. Todavia, sabemos que alguns animais pensam. Contudo, são os animais domésticos mais avançados que permaneceram gerações inteiras em estreito contato com o ser humano, despertando por isso mesmo faculdades que outros animais, desprovidos dessa vantagem, não possuem. Isto se baseia no mesmo princípio que faz com que um fio altamente carregado de eletricidade “induza” uma corrente mais fraca em outro que lhe esteja próximo, assim como um ser humano de forte moralidade pode despertar uma tendência parecida em outro de natureza mais débil, ou assim como esse pode ser dominado pela influência negativa de caracteres malignos. Tudo quanto fazemos, dizemos, ou somos, reflete-se em torno de nós. Eis a razão por que pensam os mais avançados animais domésticos. Por serem os mais elevados de sua espécie, estão quase no ponto da individualização, e as vibrações da Mente do ser humano têm “induzido” neles uma atividade similar, de ordem inferior. Salvo essa exceção, o Reino Animal não adquiriu ainda a faculdade de pensar. Não estão ainda individualizados. Isto é o que constitui a grande e importante diferença entre o ser humano e os demais Reinos. O ser humano é um indivíduo. Os animais, os vegetais e os minerais dividem-se em espécies. Não estão individualizados no mesmo sentido em que se encontra o ser humano.
Certo é que dividimos a humanidade em Raças, tribos e nações, e que notamos a diferença entre os caucasianos, os negros, os indianos, etc. Contudo, a questão não é esta. Se quisermos estudar as características do leão, do elefante ou de qualquer outra espécie de animais inferiores, é necessário apenas tomar qualquer exemplar da espécie. Conhecidas as características de um animal, conheceremos as características da espécie a que pertence. Todos os membros da mesma tribo animal são semelhantes. Isto é um fato. Um leão, ou seu pai ou seu filho, todos se assemelham, não há diferença alguma na maneira como poderão agir sob as mesmas circunstâncias. Todos têm as mesmas preferências e aversões; um é igual ao outro.
No entanto isto não acontece com os seres humanos. Se quisermos conhecer as características dos negros, não basta examinar um só indivíduo. Seria necessário examinar cada um individualmente e, ainda assim, não chegaríamos a conhecer realmente aos negros “como um todo”. Isso simplesmente porque o que é uma característica do indivíduo não pode aplicar-se à Raça coletivamente.
Se quisermos conhecer o caráter de Abraham Lincoln, de nada nos servirá estudar o caráter de seu pai, de seu avô, ou de seu filho, porque eles difeririam completamente entre si. Cada um tinha suas próprias peculiaridades totalmente distintas das idiossincrasias de Abraham Lincoln.
Por outro lado, podemos descrever os minerais, os vegetais e os animais se prestarmos atenção às características de um de cada espécie, enquanto nos seres humanos há tantas espécies quanto são os indivíduos. Cada indivíduo – cada pessoa, é uma espécie – é uma lei em si mesmo, inteiramente separado e distinto de qualquer outro indivíduo, tão diferente dos seus concidadãos como diferentes são duas espécies distintas do Reino inferior. Podemos escrever a biografia de um ser humano, mas não a de um animal, porque não a poderia ter. Isto resulta de existir em cada ser humano um espírito individual, interno, que dita os pensamentos e ações de cada ser humano individual, enquanto existe apenas um “Espírito-Grupo”, comum a todos os diferentes animais ou plantas da mesma espécie. O Espírito-Grupo atua sobre todos eles agindo de fora. Ambos, o tigre que perambula nas florestas da Índia e o tigre encerrado na jaula de um parque zoológico são expressões do mesmo Espírito-Grupo. Influencia a ambos, de maneira idêntica, o Mundo do Desejo, um dos Mundos internos, onde a distância quase não existe.
Os Espíritos-Grupo dos três Reinos inferiores estão diferentemente situados nos Mundos superiores, como veremos quando investigarmos a consciência dos diversos Reinos. Contudo, para compreender, convenientemente, as posições desses Espíritos-Grupo nos mundos internos, é necessário recordar-se e compreender-se claramente o que foi dito sobre todas as formas do mundo visível: são cristalizações de modelos e ideias dos mundos internos, conforme os exemplos do arquiteto e do inventor de máquinas. Assim como os sucos do Corpo brando e viscoso do caracol se cristalizam na crosta dura que carrega sobre as costas, também os Espíritos nos Mundos superiores cristalizam semelhantemente, fora de si mesmos, os Corpos materiais, densos, dos diferentes Reinos.
Assim, os chamados Corpos “superiores”, tão refinados e sutis que chegam a ser invisíveis, não são, de maneira alguma, “emanações” do Corpo Denso. Os veículos densos de todos os Reinos correspondem à concha do caracol que é a cristalização dos seus sucos. O caracol representa o espírito, e seus sucos em via de cristalização representam a Mente, o Corpo de Desejos e o Corpo Vital. Estes diversos veículos foram emanados pelo espírito de si mesmo, com o propósito de adquirir experiência através deles. É o espírito que move o Corpo Denso à vontade, como o caracol move a sua concha, e não o Corpo que governa os movimentos do espírito. Quanto mais estreitamente pode o espírito pôr-se em contato com o seu veículo, mais pode dominá-lo e expressar-se por seu intermédio, e vice-versa. Essa é a chave dos diferentes estados de consciência nos diferentes Reinos.
Considerando agora o vegetal, o animal e o ser humano em relação à Região Etérica, notamos que cada um deles tem um Corpo Vital separado, além de serem compenetrados pelo Éter planetário que forma a Região Etérica. Existe, não obstante, uma diferença entre o Corpo Vital do vegetal e os Corpos Vitais do animal e do ser humano. No Corpo Vital do vegetal estão em plena atividade somente o Éter Químico e o Éter de Vida. Portanto, o vegetal pode crescer pela ação do Éter Químico e propagar a sua espécie mediante a atividade do Éter de Vida do Corpo Vital separado que possui. O Éter de Luz também está presente, embora parte latente, e falta o Éter Refletor, por completo. Portanto, é óbvio que as faculdades sensoriais e a memória, que são qualidades desses Éteres, não podem ser expressas pelo Reino Vegetal.
Se dirigirmos nossa atenção para o Corpo Vital do animal, constatamos que nele os Éteres Químico, de Vida e de Luz são dinamicamente ativos. Consequentemente, o animal possui as qualidades de assimilação e crescimento, originadas pelas atividades do Éter Químico, e a faculdade de se propagar por meio do Éter de Vida, comuns aos Reinos Vegetal e Animal. Contudo, além disso, e devido à ação do terceiro ou Éter de Luz, ele tem as faculdades de gerar calor interno e de percepção sensorial. O quarto Éter, todavia, é inativo no animal, pelo que carece de pensamento e de memória. O que a isso se assemelha, é de natureza diferente, como adiante demonstraremos.
Quando analisamos o ser humano, vemos que os quatro Éteres são dinamicamente ativos em seu altamente organizado Corpo Vital. Por meio das atividades do Éter Químico ele é capaz de assimilar o alimento e crescer; as forças ativas no Éter de Vida capacitam-no a propagar sua espécie; as forças no Éter de Luz suprem seu Corpo Denso de calor, atuam sobre seu Sistema Nervoso e músculos, abrindo-lhe assim as portas da comunicação com o mundo externo por meio dos sentidos; e o Éter Refletor capacita o Espírito a controlar seu veículo por meio do pensamento. Esse Éter armazena, ainda, experiências passadas sob a forma de memória.
O Corpo Vital do vegetal, do animal e do ser humano estende-se além da periferia do Corpo Denso, do mesmo modo que a Região Etérica, que é o Corpo Vital de um Planeta, estende-se além da parte densa deste, o que demonstra, mais uma vez, a veracidade do axioma Hermético: “Como em cima, assim é embaixo”. A distância dessa extensão do Corpo Vital do ser humano é cerca de uma polegada e meia[2]. A parte que está fora do Corpo Denso é muito luminosa, e aparenta a cor da flor recém-aberta do pessegueiro. Ela é vista muitas vezes por pessoas que possuem certa clarividência involuntária. O autor verificou, ao falar com tais pessoas, que as mesmas, não crendo tratar-se de algo incomum, frequentemente não compreendem o que veem.
[1] N.R.: em torno de 31 a 41 centímetros
[2] N.R.: cerca de 3,8 centímetros
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Que as rosas floresçam em vossa cruz
Vamos compreender o grau de consciência que resulta da posse dos veículos empregados pela vida evolutiva nos quatro Reinos estudando o Diagrama 4.
O ser humano – o Ego, o Pensador – desceu à Região Química do Mundo Físico e, nela começando a dirigir os seus veículos, obteve o estado de consciência de vigília e continua aprendendo a controlar esses veículos.
Os órgãos do Corpo de Desejos e os da Mente não se desenvolveram ainda. A Mente nem sequer é ainda um Corpo; é um veículo. Atualmente não é mais do que um simples elo, um envoltório, que o Ego usa como ponto focal. É o último dos veículos que se formaram.
O Ego, o Espírito Virginal manifestado, trabalha gradualmente da substância mais sutil a mais densa, construindo assim os veículos, primeiro em substância sutil e depois em substância cada vez mais densa.
O Corpo Denso foi o primeiro a ser construído e chegou agora ao seu quarto grau de evolutivo; o Corpo Vital encontra-se em seu terceiro estágio; o Corpo de Desejos está no segundo sendo, portanto, ainda como uma nuvem; e a Mente é ainda mais sutil e está no seu primeiro grau evolutivo.
Como o Corpo de Desejos e a Mente não desenvolveram ainda quaisquer órgãos fica evidente que isolados seriam inúteis como veículos de consciência. Entretanto, o Ego penetra dentro do Corpo Denso, liga tais veículos sem órgãos com os centros físicos dos sentidos, e assim obtém o estado de consciência de vigília no Mundo Físico.
Aqui um importante ponto que você deve notar e sempre considerar nas suas análises e conclusões a respeito do seu Corpo Denso (o seu corpo físico): os veículos superiores (Corpo Vital, Corpo de Desejos e Mente) têm valor presentemente porque estão conectados com o Corpo Denso, cujo mecanismo é tão esplendidamente organizado. Se você sempre levar isso em consideração não cometerá o erro, tão frequente em muitas pessoas, de menosprezar o Corpo Denso ao saber que existem Corpos superiores, dele falando como de coisa “grosseira” e “vil” e dirigindo os olhos ao céu ansioso por abandonar logo esse amálgama de barro terreno para voar nos seus “veículos superiores”.
As pessoas que menosprezam o Corpo Denso (ao saber que existem Corpos superiores) e ansiosamente focam no momento de abandoná-lo logo para voar nos seus “veículos superiores”, geralmente, não compreendem a diferença entre “superior” e “perfeito”.
Vamos eliminar essa dúvida: certamente o Corpo Denso é o veículo mais inferior no sentido de ser o mais pesado e por relacionar o ser humano com o mundo dos sentidos, a Região Química do Mundo Físico, com todas as limitações que isso implica. Contudo, o Corpo Denso tem atrás de si um enorme período evolutivo; está em seu quarto grau de desenvolvimento e atingiu presentemente um maravilhoso e grandioso grau de eficiência. É o veículo mais bem organizado de todos os que você possui agora e tempo virá em que alcançará a perfeição.
Já o Corpo Vital está em seu terceiro grau evolutivo e menos organizado do que o Corpo Denso. E mais: o Corpo de Desejos e a Mente são, ainda, meras nuvens – quase completamente desorganizados. Nos seres humanos mais inferiores estes veículos nem mesmo são ovoides definidos, mas sim formas indefinidas.
O Corpo Denso é um instrumento admiravelmente construído, o que pode ser comprovado por todo aquele que tenha a pretensão de conhecer a constituição do ser humano. Observe-se, por exemplo, o fêmur, o osso que suporta todo o peso do Corpo. Sua parte externa é formada por uma delgada camada de osso compacto. A parte interna é fortalecida por feixes entrecruzados de osso celular, dispostos em maneira tão maravilhosa que a mais perfeita ponte ou obra de engenharia jamais poderiam chegar a formar um pilar de igual fortaleza com tão pouco peso. Os ossos do crânio são construídos de maneira semelhante, empregando-se sempre o mínimo de material e obtendo-se o máximo de fortaleza. Considere a sabedoria manifestada na construção do coração e diga-se, depois, se esse soberbo mecanismo pode ser menosprezado. O ser humano sábio é grato pelo seu Corpo Denso, e dele cuida da melhor maneira possível porque sabe que é, presentemente, o mais valioso dos seus instrumentos.
Vamos agora, falar do Ego animal, o Espírito Virginal manifestado da onda de vida animal: em sua descida alcançou somente o Mundo do Desejo. Não se desenvolveu ainda até o ponto de poder “entrar” em um Corpo Denso. Portanto, o animal não tem espírito interno individual, mas um Espírito-Grupo que o dirige de fora.
O animal tem o Corpo Denso, o Corpo Vital e o Corpo de Desejos, mas o Espírito-Grupo que o dirige encontra-se fora.
O Corpo Vital e o Corpo de Desejos do animal não estão completamente dentro do Corpo Denso, especialmente no que concerne à cabeça. Por exemplo, a cabeça etérica de um cavalo sobressai muito além e acima da cabeça densa. Quando, em raros casos, acontece de a cabeça etérica de um cavalo penetrar na cabeça do seu Corpo Denso, esse cavalo pode aprender a ler, a contar e a executar operações elementares de aritmética. Devido a essa peculiaridade os cavalos, os cães, os gatos e outros animais domésticos percebem o Mundo do Desejo, ainda que nem sempre distingam a diferença entre esse e o Mundo Físico. Um cavalo pode se espantar ante uma figura invisível para o cavaleiro. Um gato pode tentar se esfregar em pernas invisíveis, pois, ainda que veja o fantasma, não percebe que as pernas não são densas, nas quais se poderia esfregar. O cão, mais sábio que o cavalo e o gato, sentirá, muitas vezes, que há alguma coisa que ele não compreende quando aparece seu dono já falecido e não pode lamber as mãos dele. Ele uivará pesarosamente esse se deitará em um canto com o rabo entre as pernas.
Vejamos como o Espírito-Grupo de um animal trabalha: se um animal é ferido esse sofre, mas não tanto quanto o Espírito-Grupo. Os animais se movem sob os ditames do Espírito-Grupo.
Ouve-se falar de “instinto animal” e de “instinto cego”. Não existe essa coisa indefinida e vaga como instinto “cego”. Não há nada “cego” na maneira como o Espírito-Grupo guia seus membros, mas há isto sim, Sabedoria escrita com maiúscula.
O clarividente treinado, quando funciona no Mundo do Desejo, pode se comunicar com esses Espíritos-Grupo das espécies animais e constatar que são muito mais inteligentes do que uma grande porcentagem de seres humanos. Pode observar o maravilhoso tino que demonstram ao dirigir os animais, que são os seus Corpos físicos.
É o Espírito-Grupo que reúne os bandos de aves no outono e os impele a emigrar para o sul, nem demasiado cedo nem demasiado tarde, para escapar ao sopro gelado do inverno. E é ele ainda quem os dirige de volta, na primavera, fazendo-os voar à altura adequada, altura que difere segundo as diferentes espécies.
O Espírito-Grupo do castor ensina-o a construir represas que cruzam a corrente no ângulo exatamente apropriado, considerando a velocidade da corrente e todas as demais circunstâncias, precisamente como faria um engenheiro experimentado, e demonstrando que está tão atualizado sobre cada particularidade do seu ofício quanto qualquer indivíduo tecnicamente preparado em universidade. É a sabedoria do Espírito-Grupo que dirige a construção da célula hexagonal da colmeia com tanta exatidão geométrica; que ensina o caracol a construir e formar sua casa em perfeita e bela espiral; que ensina o molusco do oceano a arte de decorar sua concha iridescente. Sabedoria, sabedoria por toda parte! Tão grande, tão imensa, que o observador atento não pode deixar de sentir-se pleno de admiração e reverência.
Nesse ponto pode ocorrer naturalmente o pensamento: se o Espírito-Grupo é tão sábio, considerando o curto período de evolução do animal comparado com o do ser humano, por que não manifesta esse último uma sabedoria muito maior? Por que deve o ser humano ser ensinado a construir represas e geometrizar, enquanto o Espírito-Grupo faz tudo isso sem ter sido ensinado?
A resposta a tais perguntas está relacionada com a descida do Espírito Universal na matéria de densidade sempre crescente. Nos Mundos superiores, onde os seus veículos são poucos e mais sutis, ele se acha em estreito contato com a Sabedoria Cósmica, que se revela de modo tão sublime no Mundo Físico, porém, conforme o espírito desce, a luz da sabedoria torna-se temporariamente mais e mais empanada até quase desvanecer-se totalmente no mais denso de todos os Mundos.
Uma ilustração tornará isto mais claro. A mão do ser humano é o seu servo mais valioso; sua destreza permite-lhe responder a mais ligeira ordem. Em algumas profissões, tais como a de caixa de bancos, o delicado tato das mãos torna-se tão sensível que ele é capaz de distinguir uma moeda falsa de uma verdadeira. Isto se processa tão maravilhosamente que quase se pode pensar que a mão foi dotada de inteligência individual.
Sua maior eficiência, porém, revela-se talvez na reprodução da música, pois é capaz de reproduzir as mais formosas melodias que embevecem a alma. O tato delicado e acariciante da mão extrai do instrumento os mais suaves acordes na linguagem da alma, dizendo suas tristezas, alegrias, esperanças, temores e anseios, de uma maneira que só a música pode fazê-lo. É a linguagem do mundo celeste, o verdadeiro lar do espírito, e apresenta-se à chispa divina aprisionada na carne, como a mensagem de sua terra natal. A música impressiona a todos, sem levar em conta Raça, credo ou qualquer outra distinção mundana. E quanto mais elevado e espiritual é o indivíduo, tanto mais claro ela lhe fala. Mesmo o indivíduo mais rude não fica impassível ao ouvi-la.
Imaginemos agora um mestre de música que vestisse luvas muito finas e tentasse tocar seu violino. Notaríamos logo que seu tato delicado tornar-se-ia menos sutil. A alma da música ter-se-ia afastado. Se colocasse outro par de luvas mais grossas por cima do primeiro par, suas mãos ficariam tolhidas a tal ponto que, provavelmente, criariam uma desarmonia ao invés da harmonia original dos acordes. Se por último pusesse outro par de luvas mais pesadas sobre os já postos, ele ficaria total e temporariamente incapaz de tocar. Então aquele que não o tivesse ouvido, anteriormente, sem as luvas, diria, por certo, ser impossível que tal professor pudesse tocar formosas melodias, especialmente se ignorasse o empecilho nas mãos dele.
Ora, o mesmo acontece com o Espírito: cada passo para baixo, cada descida para a matéria mais densa é para ele o mesmo que para o músico seria vestir as luvas. Cada passo para baixo limita seu poder de expressão, mas acostuma-se a essas limitações e encontra seu foco, do mesmo modo que o olho encontra seu foco depois de entrar numa casa escura em dia claro de verão. Ao brilho do Sol a pupila contrai-se dentro dos seus limites. Assim, ao entrar na casa tudo parece escuro, mas conforme a pupila se dilata e admite a luz, o ser humano pode ver tão bem na escuridão da casa como via à luz do Sol.
O objetivo da evolução humana é capacitar o Espírito a encontrar seu foco no Mundo Físico, onde atualmente a luz da Sabedoria parece embaçada. Contudo, em seu devido tempo, quando tenhamos “encontrado a luz”, a sabedoria do ser humano brilhará francamente por meio de seus atos, ultrapassando em muito a sabedoria manifestada pelo Espírito-Grupo do animal.
Além disso, devemos fazer distinção entre o Espírito-Grupo e os Espíritos Virginais da onda de vida que atualmente se expressa como animais. O Espírito-Grupo pertence a uma evolução diferente (onda de vida Arcangélica) e é o guardião dos espíritos animais.
O Corpo Denso em que funcionamos é composto de inúmeras células, tendo cada uma sua consciência celular separada, ainda que de ordem inferior. Enquanto essas células fazem parte do nosso Corpo estão sujeitas e dominadas por nossa consciência. Um Espírito-Grupo animal funciona num Corpo espiritual, que é seu veículo inferior. Esse veículo compõe-se de um número variável de Espíritos Virginais, imbuídos durante esse tempo da consciência do Espírito-Grupo. Esse último dirige os veículos construídos pelos Espíritos Virginais, cuidando deles e ajudando-os a aperfeiçoar esses veículos. Conforme aqueles que estão ao seu cargo evoluem, o Espírito-Grupo também evolui. Sofre assim uma série de metamorfoses, de modo idêntico àquele pelo qual crescemos e ganhamos experiência por introduzirmos em nosso organismo as células do alimento que comemos, elevando também dessa maneira – e por indução temporária – a sua consciência.
Assim, o Ego separado e autoconsciente que se encontra em cada Corpo humano dirige as ações do seu veículo particular, enquanto o espírito do animal, separado, mas ainda não individualizado nem autoconsciente, forma parte do veículo de uma entidade com consciência própria pertencente a uma evolução diferente – o Espírito-Grupo.
Esse Espírito-Grupo dirige as ações animais em harmonia com a lei cósmica, até que os Espíritos Virginais a seu cargo tenham adquirido consciência própria e se tornado humanos. Então, gradualmente começarão a manifestar vontade própria, libertando-se cada vez mais do Espírito-Grupo e tornando-se responsáveis pelos seus próprios atos. Contudo, o Espírito-Grupo continua a influenciá-los (ainda que em grau decrescente) como Espírito de Raça, de tribo, de comunidade ou de família, até que cada indivíduo se torne capaz para agir em plena harmonia com a lei cósmica. Só então o Ego se libertará e se tornará inteiramente independente do Espírito-Grupo, que por sua vez entrará numa fase superior de evolução.
A posição ocupada pelo Espírito-Grupo no Mundo do Desejo fornece ao animal uma consciência diferente da do ser humano, que tem uma consciência de vigília clara e definida, pelo que vê as coisas fora de si nítida e distintamente.
Devido ao caminho evolutivo em espiral, os animais domésticos mais avançados, particularmente o cão, o cavalo, o gato e o elefante, veem os objetos quase que da mesma maneira, embora não tão claramente definidos. Todos os outros animais têm uma “consciência pictórica” interna parecida ao sonho do ser humano, ou seja: sono com sonhos. Quando um desses animais encara um objeto, percebe imediatamente dentro de si uma imagem, acompanhada de uma forte impressão de malefício ou benefício para ele. Se o sentimento é de medo, associa-se a uma sugestão do Espírito-Grupo de como escapar ao perigo iminente. Esse estado de consciência negativo facilita ao Espírito-Grupo guiar, por sugestão, os Corpos Densos das espécies a seu cargo, já que os animais não têm vontade própria.
O ser humano não pode ser manejado tão facilmente de fora, seja ou não com o seu consentimento. Conforme a evolução progride e sua vontade se desenvolve de modo crescente, menos acessível ele se torna à sugestão externa e mais se liberta para agir a seu talante, sem levar em conta a sugestão alheia. Esta é a diferença capital entre o ser humano e os seres dos outros Reinos. Estes agem de acordo com a lei e sob os ditames do Espírito-Grupo (que chamamos instinto), enquanto o ser humano se converte gradativamente numa lei em si mesmo. Não perguntamos ao mineral se ele quer ou não se cristalizar, nem à flor se quer ou não florescer, nem ao leão se deixará ou não de devorar. Todos estão, tanto nas grandes quanto nas pequenas coisas, sob o domínio absoluto do Espírito-Grupo, pois carecem de iniciativa e livre arbítrio, o que em certo grau são atributos de todo ser humano. Todos os animais da mesma espécie aparentam ser quase iguais porque emanam do mesmo Espírito-Grupo, enquanto entre as quinze centenas de milhões de seres humanos que povoam a Terra não há dois que pareçam exatamente iguais; nem sequer os gêmeos quando adolescentes, porque a estampa que seu Ego individual interno põe sobre cada um produz a diferença, tanto na aparência quanto no caráter.
Todos os bois pastam erva e todos os leões comem carne, mas “aquilo que é alimento para um ser humano pode ser veneno para outro”. Isto é mais uma ilustração da absoluta influência do Espírito-Grupo. Tal influência contrasta com a do Ego, que faz cada ser humano necessitar de uma porção de alimento diferente da que precisa outro. Os médicos notam com perplexidade a mesma peculiaridade ao administrar medicamentos. O mesmo medicamento atua diferentemente sobre cada indivíduo, enquanto em dois animais da mesma espécie produz sempre efeitos idênticos. Isto se dá porque todos os animais seguem os ditames do Espírito-Grupo e da Lei Cósmica, agindo sempre semelhantemente, sob circunstâncias idênticas. Somente o ser humano pode, até certo ponto, seguir seus próprios desejos dentro de limites determinados. É certo que seus erros são muitos e graves, o que leva muitas pessoas a julgar que melhor seria que o ser humano fosse obrigado a seguir o caminho reto. Contudo, se assim fosse nunca aprenderia a retidão. As lições de discernimento entre o bem e o mal não podem ser aprendidas sem o exercício da livre escolha do próprio caminho, e sem que se aprenda a rejeitar o erro como uma verdadeira “matriz de dor”. Se agisse com retidão apenas por não ter uma alternativa nem oportunidade de agir diferentemente, ele seria um autômato e não um Deus em evolução. Como o construtor aprende pelos seus erros, corrigindo-os nas edificações futuras, assim também o ser humano, por meio de seus tropeços e das dores que produzem, alcança uma sabedoria superior à do animal (por ser autoconsciente) o qual só atua sabiamente porque a isso é impelido pelo Espírito-Grupo. No devido tempo o animal alcançará o estado humano, terá liberdade de escolha, cometerá erros e por eles aprenderá, tal como acontece atualmente conosco.
O animal, simbolizado pelo madeiro horizontal da cruz, está entre a planta e o ser humano. Sua espinha dorsal é horizontal, e através dela passam as correntes do Espírito-Grupo animal que circulam em torno da Terra.
Vamos agora, falar do Ego vegetal, o Espírito Virginal manifestado da onda de vida vegetal, as plantas: o Espírito-Grupo do Reino Vegetal (que pertence a onda de vida angélica) tem seu veículo inferior na Região do Pensamento Concreto. Estando a dois graus do seu veículo denso, a consciência das plantas corresponde ao sono sem sonhos. O Reino Vegetal, em geral, tem suas raízes no solo químico, mineral. Os Espíritos-Grupo das plantas estão no centro da Terra. Como devemos recordar, se encontram na Região do Pensamento Concreto que, assim como os outros Mundos, interpenetra a Terra. Destes Espíritos-Grupo emanam fluxos ou correntes em todas as direções para a periferia da Terra, exteriorizando-se através e ao longo das plantas ou árvores.
A planta absorve seus alimentos pelas raízes. A planta dirige seus órgãos de geração para o Sol. O Reino Vegetal é sustentado pelas correntes espirituais do Espírito-Grupo desde o centro da Terra, as quais nela penetram pela raiz. A planta absorve o venenoso dióxido de carbono expirado pelo ser humano e exala, em troca, o vivificante oxigênio que esse utiliza.
Por último, vamos agora, falar do Ego mineral, o Espírito Virginal manifestado da onda de vida mineral: o Espírito-Grupo do mineral tem seu veículo inferior na Região do Pensamento Abstrato, estando, portanto, a três passos afastados do seu Corpo Denso. Consequentemente encontra-se em estado de inconsciência profunda, parecida à condição de transe. O Reino Mineral não possui Corpo Vital individual e, portanto, não pode ser o veículo de correntes que pertencem aos Reinos superiores. Resumindo: o ser humano é um espírito individual interno, um Ego separado de qualquer outra entidade, que dirige e trabalha um conjunto de veículos de dentro. Já os vegetais e animais são dirigidos de fora por um Espírito-Grupo que tem jurisdição sobre certo número de animais ou vegetais em nosso Mundo Físico. Estão, pois, separados somente na aparência.
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Que as rosas floresçam em vossa cruz
O Diagrama 3 mostra o veículo que cada Reino tem em cada Região ou Mundo para funcionar (trabalhar e aprender as lições inerentes de cada Região ou Mundo).
Também mostra que o Ego separado (de cada um dos Reinos) é segregado definitivamente dentro do Espírito Universal na Região do Pensamento Abstrato. E isso para todos os 4 Reinos.
Veja que o Reino Humano se expressa sendo o responsável pela sua evolução em todos os Mundos que atua. Já os Reinos mineral, vegetal e animal se expressa parcialmente, tendo um Espírito-Grupo como o responsável pela sua evolução em todos os Mundos que atua. Enquanto o Espírito-Grupo do Reino animal é uma das atribuições da Onda de Vida dos Arcanjos, o Espírito-Grupo do Reino vegetal é uma das atribuições da Onda de Vida dos Anjos, o Espírito-Grupo do Reino mineral, por enquanto, tem como Espírito-Grupo o Espírito Planetário da Terra, Cristo.
Note que unicamente o ser humano possui a cadeia completa de veículos que o correlaciona com todas as divisões dos três Mundos:
Para os outros Reinos:
A razão das várias diferenças é que:
Em seu devido tempo as três Ondas de Vida, que agora animam os três Reinos inferiores, alcançarão o estado humano, e nós teremos passado a um estado de desenvolvimento superior.
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Que as rosas floresçam em vossa cruz
O Ecos de um Centro Rosacruz tem como objetivo informar as atividades públicas de um Centro, bem como fornecer material de estudo sobre os assuntos estudados durante o mês anterior.
Para acessar somente os textos:
A Fraternidade Rosacruz é uma escola de filosofia cristã, que tem por finalidade divulgar a filosofia dos Rosacruzes, tal como ela foi transmitida ao mundo por Max Heindel. Exercitando nosso papel de Estudantes da Filosofia Rosacruz, o Centro Rosacruz de Campinas-SP-Brasil, edita o informativo: Ecos.
De acordo com as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) na prevenção do avanço da pandemia de corona vírus (Covid 19), as atividades presenciais continuam suspensas em nossa sede em Campinas-SP por tempo indeterminado. Nossas reuniões semanais estão ocorrendo virtualmente.
Atividades gerais ocorridas em nosso Centro, no mês de Novembro/20:
Trânsito do Sol pelo Signo de Sagitário, em Dezembro
Enquanto o Sol passa por Sagitário a dourada força de Cristo penetra mais profundamente na Terra, e os planos internos se tornam mais intensamente iluminados com Sua luz gloriosa.
Para o espaço exterior esse Planeta pareceria como ouro líquido. Se o Discípulo da Trilha da Santidade aprendeu a trabalhar bem com as forças da transmutação, sob a influência de Escorpião, se sentirá atraído para esse grande e glorioso resplendor.
Sagitário é o Signo do idealismo elevado, da inspiração e aspiração, dos sacerdotes e poetas, profetas e videntes.
Sob sua influência, uma Mente iluminada e desperta se esforça para se elevar entre as estrelas. É, também, o Signo da preparação para a iminente Sagrada Festa de Cristo. O Advento ocorre quando o Sol está passando pelo Signo de Sagitário.
Esse é o Signo do verdadeiro êxtase da alma e da vidência. Os antigos devotos, frequentemente, se referiam a esse período de Sagitário como o “Festival de Luz”, uma vez que é o momento em que a radiação da luz de Cristo permeia a Terra de forma mais completa! Normalmente, o Advento começa no último domingo de novembro e culmina na áurea glória do Solstício de Dezembro. Para o Cristão esotérico abarca as três etapas ou graus que alcançam seu máximo à meia-noite da Noite Santa.
Este período de preparação e progresso se refere não somente às quatro semanas de Advento, mas também a determinados estágios de desenvolvimento espiritual relacionados com estas quatro semanas.
Assuntos abordados durante as Reuniões de Estudos desse mês:
Conceito Rosacruz do Cosmos: – Os Quatro Reinos – Parte 4
Imaginemos um tecido bem fino, a parte de cima representa o Mundo de Desejo e a parte de baixo representa o Mundo Físico. A mão com as cordinhas representa o Espírito-Grupo que está no Mundo do Desejo e o gato representa os animais pertencentes a uma espécie.
O Espírito-Grupo pode mover seus dedos com as cordinhas ao seu gosto, mas não pode empregá-los tão livre e tão inteligentemente como o animal, que se encontra no plano físico, pode mover seu corpo.
O animal vê as cordinhas que atravessam o tecido e observa que todos se movem, mas não pode ver a relação que existe entre elas. O animal não pode ver que são os dedos do Espírito-Grupo que governa seus movimentos com inteligência.
Se o animal fere um dos membros, não é ferido somente o membro, mas principalmente o Espírito-Grupo que está no Mundo do Desejo. O animal sofre, mas não tanto quanto o Espírito-Grupo. Os animais se movem sob os ditames do Espírito-Grupo.
É o Espírito-Grupo que reúne os bandos de aves durante as migrações. É ele que as dirige na ida e na volta, fazendo elas voarem à altura mais adequada dependo da espécie e não trombarem umas com as outras.
É a Sabedoria do Espírito Grupo que dirige a construção da célula hexagonal da colmeia com tanta exatidão dimensional e geométrica.
Conceito Rosacruz do Cosmos: Atividades da Vida – Memória e Crescimento Anímico
Deus, o Grande Espírito em Quem na realidade e verdadeiramente “vivemos, nos movemos e temos o nosso ser”.
Pergunta 1: O que significam os sonhos repetidos e o pesadelo?
Pergunta 2: Com as 5 Iniciações Menores temos acesso a que Mundos ou Regiões desses Mundos?
Memória Consciente: Podemos trazer à tona imediatamente; é imperfeita; é nosso panorama; só registra.
Subconsciente: Fazemos as coisas automaticamente (andar de bicicleta, dirigir, etc.); “tudo fica registrado” – os registros são muito importantes; está fora do nosso controle; é o armazenamento do nosso subconsciente
Supraconsciente: Nossa história desde quando entramos em manifestação, no início da primeira Revolução do Período de Saturno. É um arquivo ou depósito de todas as faculdades e conhecimentos adquiridos nas vidas anteriores, gravados no Espírito de Vida. Se manifesta como consciência e caráter, não em toda a sua extensão. É própria do Espírito de Vida. Ela é uma “voz” que adverte ou impulsiona. Às vezes, vem como INTUIÇÃO; devemos ouvir, estar atentos a ela e colocar em prática imediatamente, sem “pensar”!
Conceito Rosacruz do Cosmos – Morte e Purgatório
O que ocorre no Purgatório?
Lembremos sempre: o Purgatório está nas 3 Regiões inferiores do Mundo do Desejo; não é as Regiões inferiores do Mundo do Desejo, como alguns Estudantes entendem.
As experiências serão esquecidas nas vidas futuras, mas o Sentimento subsistirá!
Conceito Rosacruz do Cosmos – A Região Limítrofe
Qual a diferença do irmão que fica apegado à Terra e o que vai para a Região Limítrofe?
Nessa Região, as pessoas geralmente estão fora do alcance de qualquer ajuda e sofrem muito mais do que qualquer outra pessoa. Até quando? Até ela chegar à conclusão de que há vida espiritual, se arrepender sinceramente de não ter considerado isso durante o seu último renascimento e desejar intensamente reformar essa sua posição. Ou seja: só depende dela e de mais ninguém. Uma vez isso alcançado, pelo seu próprio esforço e força de vontade, ela parte para o Purgatório e segue no Ciclo de Vidas e Mortes, como qualquer outro ser humano.
Onde se localiza a região Limítrofe?
Conceito Rosacruz do Cosmos – O Primeiro Céu
Quando termina a existência purgatorial, o Ego ascende ao Primeiro Céu, que está situado nas três Regiões mais elevadas do Mundo do Desejo.
Lembremos sempre: o Primeiro Céu está nas 3 Regiões superiores do Mundo do Desejo; não é as Regiões superiores do Mundo do Desejo, como alguns Estudantes entendem.
No Primeiro Céu, o panorama do passado se desenrola de novo para trás, mas, então, as boas obras da vida que fizemos durante a vida recém-finda aqui (porque quisermos ou “sem querer”) são a base dos sentimentos. Ao chegarmos às cenas em que ajudamos a outrem, viveremos de novo toda a alegria que isto nos proporcionou, como também sentiremos toda a gratidão emitida por aqueles a quem ajudamos. Aqui também temos acesso a materiais e conteúdo que nos ajude a progredir, aos que tenham sido estudiosos, artistas ou altruístas.
Características do Primeiro Céu
Em que momento teremos a oportunidade de visitar bibliotecas, cores, e ter aprendizagem?
“Quando uma criança morre antes do nascimento do Corpo de Desejos, isto é, antes dos catorze anos, não vai além do Primeiro Céu porque não é responsável pelos seus atos. Lá, as crianças são agrupadas em classes de acordo com seu temperamento, sem considerar-se a idade e são educadas sobre o efeito das diferentes emoções, tanto boas quanto más”
Como eu ensino a criança sobre emoções boas e más, num local onde só tem emoções boas, ou seja, materiais das regiões superiores?
Um Auxiliar Invisível poderá renunciar ao Primeiro Céu e permanecer no Purgatório à Serviço?
Quando o Espírito sabe que está pronto para ir para o Segundo Céu?
Fraternidade Rosacruz – Algumas das perguntas que recebemos e que, talvez, possam ser dúvidas de mais Estudantes.
É sábio se esforçar para aprender a como ver o tempo exato para o pagamento das suas dívidas (a maneira mais rápida e mais acessível é pela Astrologia Rosacruz). Assim, você aumenta a probabilidade de pagá-las pelo amor, ao invés de pela dor. Com certeza, está fora do escopo das atividades de um verdadeiro Auxiliar Invisível “lhe dizer se ainda não tem conhecimento”.
O autismo é um dos inúmeros casos que são colocados como retardamento do veículo Mente. E, como tal é um dos mais trágicos problemas sociais e ainda um dos menos compreendidos.
Até pouco tempo atrás eram marginalizados, considerados incapazes de receber qualquer ajuda; suas condições eram consideradas horríveis e deploráveis e eram obrigados a viver uma vida vegetativa, afastados do convívio das pessoas.
Hoje em dia, com novos conhecimentos, existe uma compreensão maior para com estes desafortunados e atualmente as pessoas esclarecidas estão entendendo e permitindo que eles se tornem membros reconhecidos pela sociedade e, muitas vezes, podendo atuar com proveito dentro de seu limitado campo de possibilidades.
De qualquer maneira, o progresso não anula a dor sentida pelos familiares destas pessoas tão tristemente afetadas.
Se a causa do retardamento mental fosse mais bem conhecida os conflitos e tortura experimentadas por estas pessoas poderiam ser mais atenuadas e a humanidade começaria a trabalhar mais conscientemente para dar uma eventual solução ao problema.
E eis aqui o primeiro ponto onde “a família pode fazer algo pela criança”: entender a causa, que é espiritual!
Ele pode ser considerado uma enfermidade, como qualquer outra doença sofrida por uma pessoa, consequência de seu comportamento durante a presente vida (que ativa uma enfermidade ou doença latente) ou nas vidas anteriores.
De acordo com a Lei de Consequência, devemos colher aquilo que nós próprios semeamos e, se nossa conduta foi depravada ou nosso comportamento incorreto em qualquer sentido, devemos pagar essa dívida em novo renascimento físico, para assim poder evoluir.
As perturbações mentais são particularmente atribuídas ao abuso da função criadora.
Assim como o Espírito Santo é a energia criadora na natureza, a energia sexual é seu reflexo no ser humano e o uso desmedido dessa força é uma transgressão que devemos pagar em detrimento de nossos veículos, até que compreendamos a parte Santa da força criadora.
Os ensinamentos ocultos explicam que esta força não deve ser usada para a gratificação sexual, mas sim para a propagação.
O esbanjamento desta energia criadora poderia ser transmutado em energia espiritual e usado nos planos superiores como agente da Epigênese, que é a capacidade de criar coisas novas.
A ciência oculta também ensina que o cérebro e a laringe foram construídos pelos Anjos com a metade da força criadora do ser humano, o qual, antes da aquisição destes órgãos era bissexual e capaz de criar por si mesmo sem a cooperação de outra pessoa.
Essa faculdade perdeu-se quando estes órgãos foram criados e agora é necessário a cooperação de outro ser do sexo oposto para gerar novos corpos para os espíritos que desejam renascer.
Há, no entanto, uma conexão interna entre a atividade mental, a sexual e o poder da palavra.
A evidência desta afirmativa baseia-se no caso dos maníacos do sexo, que terminam idiotas, incapazes de pensar corretamente porque estão continuamente ocupados em desperdiçar não somente a parte da força sexual que deveria ser usada para a propagação, mas também grande parte da força que poderia ser usada para construção do cérebro, fazendo-o capaz de produzir pensamentos.
Enquanto, sob a Lei de Consequência, o ser humano toma para si um corpo novo, órgãos e faculdades que são similares as que abandonou na oportunidade anterior.
Quando a paixão arruinou o corpo em uma vida, essa se estampa no Átomo-semente.
Na próxima descida ao renascimento, é impossível ao Ego tomar um bom material e um corpo sadio.
Vemos, pois, que o poderoso impulso que antes dominava sua mente, o qual deveria ser usado com propósito da regeneração, está ausente; falta-lhe iniciativa na vida e, por conseguinte, renasce impossibilitado e, muitas vezes, demente.
É bom salientar que o Espírito não é, nem está demente: ele vê, conhece e tem um desejo veemente de usar o corpo, o que se torna impossível e, muitas vezes, não pode sequer enviar um simples impulso através dos nervos, pois os músculos do rosto e do corpo não estão sob o controle de sua vontade.
Este fenômeno da falta de coordenação é o que torna a pessoa tão sofredora e também tão lastimável a quem a vê.
É desta forma que o Espírito aprende uma das mais duras lições da vida: o estar atado, viver em um corpo incapaz e impossibilitado de encontrar expressão através dele.
A força necessária de desejos que acompanha o pensamento, a palavra e o movimento foram consumidos por um viver incorreto nas vidas anteriores e o Espírito renasce sem a energia necessária para manifestar-se em seu instrumento carnal.
O autismo está sendo mais compreendido e, em consequência, o atendimento a esse problema é maior, especialmente com a colaboração dos pais e educadores. No entanto, a humanidade deve fazer ainda muito mais.
A esta altura da evolução e do desenvolvimento humano e tecnológico de nossa época, observamos ainda e com aflição, o uso impróprio da força criadora, a atitude moderna de permissividade para tudo, a tolerância para a moral corrompida, a indulgência sexual e o estímulo da sexualidade com a única finalidade da busca do prazer.
Estas atitudes não ajudam o Ego que, pelo processo de renascimento, deveria evoluir e as consequências serão desastrosas no futuro para muitos membros da onda de vida humana.
Tal conduta deverá ser expiada e a indulgência para com a paixão, na vida presente, produzirá sofrimentos nesta vida ou em outras.
Todos nós já passamos por estados parecidos aos dos reinos mineral, vegetal e animal antes de estarmos, como estamos atualmente, na condição humana.
Existem também evoluções superiores, as quais nos aproximam cada vez mais da Divindade.
É nossa paixão animal que limita o caminho do êxito e da pureza.
É óbvio que pouco progresso material pode ser realizado por um retardado mental, mas pode haver um incalculável progresso espiritual.
No presente estado de evolução, toda nossa força vital – exceto a quantidade requerida para a propagação – pode ser transmutada em sublimação da Mente, e as emoções, em força de alma.
Enquanto estes fatores não forem reconhecidos e aceitos pela maioria das pessoas e finalmente por todos, a onda de vida humana não se livrará das limitações, tanto físicas como mentais, que causam tanto sofrimento e impedem o processo da evolução.
No nível de Estudante Rosacruz os exercícios esotéricos suficientes e necessários são os seguintes:
* nos dias de Cura: substituir o Ritual Devocional do Serviço do Templo pelo Ritual do Serviço de Cura
Você achará como os praticar no livro Conceito Rosacruz do Cosmos em Capítulo XVII – Método para Adquirir o Conhecimento Direto
Depende do conceito que a pessoa tem de milagre:
Se se encaixar na exceção de uma das 2 definições acima, então “alguém em um caminho qualquer alcança um ‘milagre’”, né?
Agora, sobre a Bíblia, temos bem claramente que:
O que São Mateus menciona se encaixa, perfeitamente, em um dos itens acima.
Sim, podemos “alcançar os milagres” …é “só conhecer a lei científica que está velada, naquela situação”!
O conceito de Iniciação na Fraternidade Rosacruz é bem diferente desse que você expôs. Iniciação aqui no Mundo Físico já somos todos iniciados! E isso se deu a alguns milhares de anos atrás, quando obtivemos a consciência de vigília, essa que você utiliza quando está acordado.
O Caminho da nossa Evolução aponta para a próxima Iniciação que na Fraternidade Rosacruz conhecemos como Iniciação na Região Etérica do Mundo Físico, a primeira dos Mundos espirituais ou Mundos suprafísicos (Mundos que você não consegue funcionar com os 5 sentidos que você utiliza para funcionar aqui na que conhecemos como Região Química do Mundo Físico, esse mundo material).
Uma coisa que, decididamente, não é preciso para trilhar o Caminho da Preparação e Caminho da Iniciação Rosacruz são as “condições financeiras”. Esse conhecimento aqui não se adquire por dinheiro ou quaisquer outras compensações financeiras. Aliás, uma dica: qualquer Escola que se diga verdadeira no desenvolvimento espiritual de uma pessoa e que cobra (qualquer coisa, até uma moedinha) não é uma verdadeira Escola para tal objetivo e jamais conseguirá ajudar uma pessoa a se desenvolver espiritualmente como se deve.
Outro esclarecimento muito importante para você se situar: A Fraternidade Rosacruz não é uma seita ou organização religiosa, mas sim uma grande Escola de Pensamento, filosófica-cristã, que divulga a filosofia ou cristianismo esotérico, tal como foi ensinado a Max Heindel, seu fundador, pelos irmãos Maiores da Ordem Rosacruz.
Seus ensinamentos projetam luz sobre o lado científico e o aspecto espiritual dos problemas relacionados a origem e evolução do Ser Humano e do Universo.
Estes Ensinamentos constituem um meio para nos tornarmos melhores e desenvolvermos o sentimento de altruísmo e do dever, estabelecido assim uma Fraternidade Universal.
A Fraternidade Rosacruz é Cristã porque baseia seus ensinamentos nos princípios Cristãos, e é esotérica, ou oculta, porque desvenda o sentido mais profundo desses mesmos princípios.
Para começar a trilhar o Caminho Rosacruz você tem que começar pelo grau de Estudante Preliminar. Esse é o mais fácil. É só fazer, de graça como tudo, o Curso Preliminar de Filosofia Rosacruz. E, sim, por e-mail, pois a Fraternidade Rosacruz é aquariana e como tal utiliza tudo que já advém da Era de Aquário e as tecnologias que temos a disposição são todas aquarianas.
Para tal é só você acessar esse link: https://fraternidaderosacruz.com/site/como-se-inscrever-no-curso-preliminar-de-filosofia-rosacruz/; copiar no seu e-mail os campos da Ficha de Inscrição, preenchê-los com seus dados COMPLETOS e enviar para o e-mail fornecido no link.
São 12 lições aparentemente muito fáceis, mas que você poderá encontrar dificuldades que nem imagina, a primeira delas já adianto: não ser prolixo, ser sintético, não copiar/colar e demonstrar que está aprendendo as terminologias.
Artigos Publicados nas redes sociais no mês de Novembro:
Espirais dentro de Espirais
Na sempre crescente complexidade do esquema evolutivo, há sempre espirais dentro de espirais, ad infinitum: no átomo, nas formas, nas Revoluções, nos Globos, nos Períodos e em todas as outras fases da evolução.
Por complicado e confuso que isso possa parecer, não é difícil de compreender. Há um método ordenado que tudo rege.
No devido tempo seremos capazes de percebê-lo e de acompanhar a obra desse método, como um fio que conduz através do labirinto. A analogia é um dos melhores auxiliares para compreender a evolução. Afinal, evolução é “a história do progresso do Espírito no Tempo”.
Por toda a parte, observando os variados fenômenos do Universo, vemos que o caminho da evolução é uma espiral. Cada volta da espiral é um ciclo. Cada ciclo funde-se com o seguinte, e, como as espirais são contínuas, cada ciclo é o produto melhorado do precedente e o criador de estados sucessivos de maior desenvolvimento.
Devemos tratar como sagrado, tudo o que acontece durante a Concentração
Diz uma antiga lenda que a procura de um tesouro deve ser feita no sossego da noite e em perfeito silêncio. Pronunciar uma só palavra enquanto o tesouro não estiver completamente escavado causaria, inevitavelmente, o seu desaparecimento.
É uma parábola mística que se refere à procura da iluminação espiritual.
Se bisbilhotarmos ou contarmos aos outros as experiências de nossas horas de concentração perdê-las-emos. Elas não podem suportar a transmissão oral, por isso dissolver-se-ão em nada.
Precisamos, pela meditação, extrair delas o pleno conhecimento das leis cósmicas ocultas. Portanto, a experiência própria não deve ser comentada, haja vista que ela é apenas o invólucro que esconde a semente que contém.
A lei é de valor universal porque pode explicar os fatos e ensinar-nos como aproveitar oportunidades de determinadas condições e a evitar outras. Por isso o Aspirante precisa considerar tudo o que acontece durante a concentração como sagrado, e deve conservá-lo rigorosamente para si.
Finalmente, evite considerar os exercícios esotéricos Rosacruzes (Concentração, Retrospecção, Meditação, Discernimento, Observação, Contemplação e Adoração) como uma tarefa enfadonha.
Repute-os em seu verdadeiro valor: eles são os nossos mais elevados privilégios.
Somente quando assim considerados podemos fazer-lhes justiça, e deles colher os mais amplos benefícios.
Você sabe como os Estudantes Rosacruzes encaram a morte?
Nós entendemos que a Vida é o período de semear, e a Morte é o período de colher. É o momento em que retornamos a Casa do Pai, e para lá levamos os frutos dessa vida que se finda, através dos resultados das experiências que aqui vivemos.
As nossas experiências em vida ficam gravadas no nosso Átomo-semente do Corpo Denso (localizado na posição relativa perto do ápice do ventrículo esquerdo do nosso coração) em forma de consciência e virtude que nos incitarão a evitar o mal e a fazer o bem na próxima existência. O Átomo-semente nos acompanha por todas as vidas, servindo de núcleo em torno do qual se construirá o novo Corpo Denso a ser empregado por nós em outras vidas.
Você já deve ter ouvido o ditado popular que diz “ninguém morre de véspera”. Na Bíblia – Eclesiastes 3:1-2 – lemos: “Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu. Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou…”. Pois é, nós acreditamos que o tempo de vida é determinado por nós, no Terceiro Céu. Quando construímos o arquétipo do Corpo Denso, imprimimos nele o tempo que viveremos aqui. Quando esse tempo cessa, a vibração termina e a vida cessa aqui. Enquanto existir a vibração da vida, não morremos aqui.
Mas ao contrário do que muitos acreditam, não abandonamos o nosso Corpo Denso de imediato. Quando a pessoa é declarada como morta, seus veículos superiores abandonam o Corpo Denso, mas permanecem ainda ligados a ele por meio do Cordão Prateado. Esse Cordão prende-se ao coração por meio do Átomo-semente e aquele somente se rompe depois que todo o panorama da vida passada, contido no Corpo Vital, foi contemplado pela pessoa que morreu, e as experiências gravadas no Átomo-semente do Corpo de Desejos, que será a base da nossa existência no Purgatório e Primeiro Céu.
Esse processo de Retrospecção da vida leva, em média, 3 dias e ½. Por essa razão recomendamos alguns cuidados com o irmão ou irmã que acabou de desencarnar (assim como devemos pedir para os nossos mais próximos os mesmos cuidados, quando morrermos aqui):
Assuntos veiculados na Mídia atual visto pelos olhos dos Ensinamentos Rosacruzes
De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), Pandemia é um termo que diz respeito a determinada doença que se espalha rapidamente por meio de contaminação sustentada. Ela é calculada, não pelo seu nível de gravidade, mas pela sua proliferação geográfica, que pode alcançar outros países ou continentes. Em outras palavras, nem toda pandemia provoca grande número de mortes. Isso vai depender da natureza de cada doença.
Na história sabemos de muitas pandemias ocorridas desde o século XIV, assim como outras doenças que também foram responsáveis por pandemias. O Corona vírus não foi o primeiro e, provavelmente, não será o último fator que desencadeia contágios e mortes em série.
Exemplos:
Primeira Guerra Mundial: matou 20 milhões de pessoas
Segunda Guerra Mundial: matou 70 milhões de pessoas
Isso sem falarmos a quantidade de mortes ocorridas em outras guerras:
As Pandemias acompanham diversos períodos da história. Muitas doenças são erradicadas ou controladas.
Em quase todas as Pandemias, os sintomas foram: Febre / enjoo/ cólicas/ dor de cabeça/ calafrios / fadiga/ dores musculares/ cansaço/tosse seca / perda de paladar ou olfato / erupção cutânea/ erupções na garganta, na boca e no rosto/ diarreia intensa/ inchaço dos gânglios linfáticos na virilha, no pescoço ou na axila.
A humanidade não passa por fases como Gripe Espanhola, Peste Negra, Covid, etc., sempre que passa são pessoas (ainda que em grande número, mas sempre um conjunto de pessoas). Sempre haverá os que sofrerão e aqueles que não sofrerão.
A Fraternidade Rosacruz nos ensina que a maior causa maior das enfermidades é: muitas pessoas que insistem em burlar as Leis da Natureza, que são as Leis de Deus, portanto a Lei Divina.
Por que tanta comoção hoje com a Covid-19? Segundo a Fraternidade Rosacruz:
Esse evento faz parte justamente em podermos escolher aprender uma lição por amor ou pela dor.
No livro “Princípios Ocultos de Saúde e Cura”, da Fraternidade Rosacruz, vemos:
Nosso corpo é capaz de produzir anticorpos que envenenarão esses invasores, contra-atacando e combatendo por meio do sistema imunológico do corpo. Note que a penetração do vírus da COVID19 não depende tanto da presença deles, mas da predisposição do nosso corpo para admiti-lo, ou seja, do nosso estado de imunidade. Vemos, também que o problema de contrair a COVID19 não consiste na presença do vírus, mas na faculdade de se conviver com ele. E isso tem tudo a haver com o nosso real estado espiritual. “Engana-se quem acha que engana a Deus”.
Lembremos sempre:
“Os Anjos do Destino estão acima de todo o erro e dão a cada um e a todos, exatamente o que necessitam para o seu desenvolvimento”. E esse “dar” significa garantir os efeitos das causas colocadas em prática por cada um de nós, ou seja, sentido por cada um de nós; Causa boa implica um efeito bom, causa má implica um efeito ruim. Simples assim!
Se as doenças são a consequência da violação das Leis da Natureza, das Leis de Deus, então podemos dizer que as doenças são a manifestação da ignorância, o único pecado, e que a “Cura” é uma demonstração do conhecimento aplicado, que é a única salvação.
A escolha é nossa, mas as consequências também (Lei de Consequência ou Lei de Causa e Efeito).
Quando uma pessoa busca apenas “Remediar” a doença, e continua fazendo as mesmas coisas que fazia (violando as Leis Divinas), a doença poderá voltar (observemos neste momento o porquê da volta da doença em diversos países).
O remediar é um processo químico. Curar definitivamente é radicalmente diferente, porque neste caso se exige que o Paciente coopere espiritualmente e fisicamente.
Hoje com a quantidade enorme de remédios à disposição, é muito mais fácil remediar do que buscar a cura definitiva, não é? No entanto, se a pessoa insiste em se manter violando as Leis da Natureza, um dia a conta chega.
Podemos observar as partes do corpo que são atingidas, quando por Pandemias, sabendo que existe uma correlação forte entre essas partes e os sentimentos, desejos e emoções inferiores, que muitas pessoas insistem em criar, manifestar, vivenciar e ainda se vangloriarem por isso. São as partes afetadas: Pulmões / Traqueia / Trato Respiratório/ Nariz/ Laringe e Garganta.
Causas específicas desencadeadas por esse vírus (Covid – que sempre existiu): (Segundo a Fraternidade Rosacruz):
Pulmões / Traqueia/ Trato Respiratório
Nariz / Garganta / Laringe / Faringe
Nada há de difícil, e nunca haverá!
DEUS dá a cada um de nós exatamente “o fardo que podemos carregar”; nem a mais, nem a menos.
Falar que o ano de 2020 está sendo um ano difícil, não condiz com os Ensinamentos Rosacruzes!
As causas colocadas em prática por cada um de nós, deve ser sentida por cada um de nós.
Esse Vírus (Covid) está fazendo estrago em pessoas que estão “remediando”, tomando remédios ao invés de buscarem a Cura Definitiva (como a preconizada pela Fraternidade Rosacruz).
Um bom Estudante Rosacruz deve ORAR…ORAR…e ORAR. Deve fazer todas as noites o Exercício de Retrospecção, e sempre que possível, explicar para nossos irmãos, a importância fundamental desse Exercício.
Tenhamos COMPAIXÃO dos irmãos e irmãs que estão passando para o outro lado e perdendo boa parte das experiências que obteriam enquanto estivessem aqui, encarnados. Oremos para que esses irmãos ou irmãs aprendam no Purgatório que o “caminho do transgressor é duro”, e não vale a pena seguir por ali.
Este texto, além de despertar em nós a sensação de empatia e compaixão pela situação tão dolorosa que atingiu esta família, a mim tocou profundamente enquanto mãe e Probacionista da Fraternidade Rosacruz.
Faço parte daquele grupo de pessoas que, mesmo tentando (e jamais conseguindo) tem dificuldade de desenvolver a Fé inabalável, aquela que não precisa (ou pretende) conhecer os planos de Deus. Essa Fé pura e viva está presente no coração dessa jovem mãe, a qual, apesar das limitações e poucos recursos, aceitou esta luta desproporcional por amor às filhas.
D. Denise, com sua coragem, atraiu muita ajuda e unindo-se novamente ao companheiro – estavam separados – foi à guerra, armada com sua única e poderosa arma: sua Fé em Deus. No entanto, tomou atitudes extremamente racionais quando não procurou mais informações específicas para permanecer lúcida o suficiente para suas decisões. Não permitiu que a cirurgia fosse feita pelos médicos locais, já que ao inquirir sobre a equipe e experiência anterior percebeu que não seria suficiente, o que forçou o Hospital a procurar o especialista para este caso raro (um caso a cada cento e cinquenta mil nascimentos).
“Entreguei nas mãos de Deus e confiei que as coisas aconteceriam da forma que Ele quisesse.” (declaração de D. Denise). Ao ser questionada sobre a possibilidade da perda de uma das crianças, vejam o que diz:
“Deus está me preparando para a vitória e minhas filhas ficarão bem”.
Quanta racionalidade nessa mãe plena de Fé! Assim, organizou a viagem para Goiânia. A cirurgia seria feita pelo Dr. Zacharias Calil. Nessa ocasião, descobriu que estava novamente grávida; decidiu, então, guardar segredo junto com o marido, para continuar focando nas meninas.
As meninas tinham um único fígado e seus corações envoltos por uma única membrana, enfim uma situação desesperadora… O resultado: a cirurgia foi um sucesso! E sem sequelas, apesar de uma delas ter precisado de mais duas cirurgias recuperadoras. Por fim, recuperação total de ambas. E a nova criança veio saudável.
Concluindo: essa mãe vivia sozinha com o primeiro filho; diante dessa situação uniu-se novamente ao companheiro, e agora são mais duas meninas e o último menino, portanto, quatro filhos, todos saudáveis.
Ela esteve certa sempre e Deus lhe deu a vitória na luta. Admirável essa jovem, que uniu Fé e Sabedoria. Não sei qual a religião dela, mas conseguiu unir o coração e o intelecto, que é o grande propósito da Filosofia Rosacruz.
Terminamos com o pensamento de D. Denise: “Não sei porque passei por isso com minhas filhas, só sei que foi um propósito de Deus, e que Ele nos escolheu para essa experiência.”
Logo, vou me reportar ao último parágrafo do texto com a declaração de D. Denise: “Não sei por que passei isto com minhas filhas…. este foi meu gancho…. O motivo, ou causa anterior não sabemos, mas o que podemos entender é que todos os seis envolvidos (pai, mãe e quatro filhos) vieram cumprir juntos um resgate e consequente aprendizado, cuja causa ou origem foi efetuado por eles mesmos.
Tudo foi planejado, com muita sabedoria pelos “Anjos do Destino”, com participação e aceitação de todos eles no 3°Céu. Como sabemos também, uma vez definido e aceito o Destino, não é mais possível voltar trás; portanto, a tentativa do pai de fugir deste compromisso, não se concretizou; o pai foi novamente conduzido ao trabalho. As quatro crianças vieram quase juntas, num salto de um para quatro de maneira incomum, mas perfeita.
Chama a atenção a forte ligação entre as siamesas, observada pela mãe, mesmo após a separação física. Isto se dá porque esses (espíritos que já compartilharam experiências anteriores?).
Enfim, D. Denise tem a estrutura moral para este papel materno, junto ao pai que deverá apoiá-los, amá-los e dividir este desafio com a mãe. Quanto as crianças, cumprirão o destino que plantaram juntas, e que com a Fé e a Razão demonstrada por esta mãe, tem tudo para ser cumprido com sucesso e alegria.
Nota: Numa gravidez gemelar, em determinado momento o óvulo se divide em duas células que seguem seu desenvolvimento individualmente, formando assim dois indivíduos. Quando a separação dos embriões não ocorre de forma completa, são gerados gêmeos conjugados, também chamados de gêmeos siameses ou xifópagos. Esses gêmeos nascem unidos um ao outro por alguma parte do corpo (geralmente pelos quadris, ombros, tronco ou cabeça) e geralmente compartilham alguns órgãos como pulmão, intestino, cérebro, etc.
Mas legalmente estamos falando de duas pessoas com seus direitos individuais, como certidões de nascimento e carteiras de identidade. Espiritualmente também entendemos como dois indivíduos, duas personalidades, dois Egos, que nascem grudados pelo Corpo Denso.
E por que isso ocorre? A Fraternidade Rosacruz coloca que quando dois Egos reencarnam várias vezes juntos para resgatarem dívidas do destino e não conseguem terminar essas relações pelo amor, chegando ao limite da convivência, do antagonismo, do ódio e das desavenças, em algum momento eles terão que se entenderem, e para que não possam fugir deste destino, eles reencarnam grudados. Pela Lei de Causa e Efeito, tudo que geramos deverá ser colhido e não temos como fugir disso. Não há injustiça nesse caso, e sim uma nova oportunidade de evolução e aprendizagem.
SERVIÇO DE AUXÍLIO E CURA
Todas as semanas, quando a Lua se encontra num Signo Cardeal ou Cardinal (Áries, Câncer, Libra ou Capricórnio), reunimo-nos com o propósito de gerar a Força Curadora por meio de fervorosas preces e concentrações. Esta força pode depois ser utilizada pelos AUXILIARES INVISÍVEIS, que trabalham sob a direção dos IRMÃOS MAIORES com o propósito de curar os doentes e confortar os aflitos.
Nessas datas, as 18h30, os Estudantes podem contribuir com esse serviço de ajuda, conforto e cura, sentando-se e relaxando-se na quietude do seu lar ou onde quer que se encontre, fechando os olhos e fazendo uma imagem mental da Rosa Branca e Pura situada no centro do Símbolo Rosacruz. Em seguida leia o Serviço de Cura e concentre-se intensamente sobre AMOR DIVINO e CURA, pois só assim, você poderá fazer de si um canal vivo por onde flui o Poder Divino Curador que vem diretamente do Pai. Após o serviço de cura, emita os sentimentos mais profundos do amor e gratidão ao Grande Médico para as bênçãos passadas e futuras da cura.
Datas de Cura: Novembro: 5, 12, 18, 25 – Dezembro: 2, 9, 15, 22, 30
Certamente ele tomou sobre si as nossas enfermidades e sobre si levou as nossas doenças, contudo nós o consideramos castigado por Deus, por ele atingido e afligido.
Mas ele foi transpassado por causa das nossas transgressões, foi esmagado por causa de nossas iniquidades; o castigo que nos trouxe paz estava sobre ele, e pelas suas feridas fomos curados. (Is 53:4,5)
CREDO OU CRISTO?
Não ama a Deus quem ao semelhante odeia,
e lhe espezinha a alma e o coração.
Aquele que se vale da ameaça do inferno para limitar
e anuviar-nos a Mente, não compreendeu ainda nossa meta final.
Todas as religiões são dádivas abençoadas de Deus
e Cristo é o Caminho, a Verdade e a Vida.
Por Deus mandado para aliviar o que leva pesado fardo
e dar paz ao triste, ao pecador e ao que luta.
Eis que o Espírito Universal veio
a todas as igrejas; não a uma apenas;
no dia de Pentecostes uma língua de chama,
como um halo, brilhou sobre todos os Apóstolos.
Desde então, quais abutres famintos e vorazes,
temos combatido por um nome sem sentido
e procurado, com dogmas, editos, cultos ou credos,
enviar uns aos outros às chamas da fogueira inextinguível.
Está Cristo dividido? Foi Cephas ou Paulo
crucificado para salvar o Mundo?
Então, por que tantas divisões?
O amor de Cristo nos envolve a ambos, a mim e a ti.
Seu puro e doce amor não está confinado pelos credos
que separam e elevam muralhas.
Seu amor envolve e abraça toda a humanidade.
Não importa o nome que a Ele ou a nós mesmos, dermos.
Então, por que não seguimos a Sua palavra?
Por que nos atermos em credos que desunem?
Só uma coisa importa, atentemos:
é que cada coração seja repleto de amor fraternal
Só uma coisa o Mundo necessita conhecer:
apenas um bálsamo existe para curar toda a humana dor;
apenas um caminho há que conduz, acima, aos céus:
Este caminho é: a COMPAIXÃO e o AMOR.
Max Heindel
O fundador da Religião Cristã emitiu uma máxima oculta quando disse: “Quem não receber o Reino de Deus como uma criança, não entrará nele” (Mc 10:15). Todos os ocultistas reconhecem a imensa importância desse ensinamento de Cristo, e tratam de “vivê-lo” dia a dia.
Quando uma nova filosofia se apresenta ao Mundo é encarada de forma diferente pelas mais diversas pessoas. Algumas se apoderam avidamente de qualquer novo esforço filosófico, procurando ver em que proporção ele serve de apoio às suas próprias ideias. Para essas a filosofia em si mesma é de pouca valia. Terá valor se reforçar as SUAS ideias. Se a obra os satisfizer a esse respeito, adotá-la-ão entusiasticamente, a ela aderindo com o mais desarrazoado partidarismo. Caso contrário, afastarão o livro, aborrecidos e desapontados como se o autor os tivesse ofendido pessoalmente.
Outras adotam uma atitude cética tão logo descobrem que a obra contém alguma coisa a cujo respeito nada leram nem ouviram anteriormente, ou sobre a qual ainda não lhes ocorrera pensar. E, provavelmente, repelirão como extremamente injustificável a acusação de que sua atitude mental é o cúmulo da autossatisfação e da intolerância. Contudo, esse é o caso, e desse modo fecham suas Mentes à verdade que eventualmente possa estar contida naquilo no que rejeitam.
Ambas as classes se mantêm na sua própria luz. Suas ideias pré-estabelecidas os tornam invulneráveis aos raios da Verdade. A tal respeito “uma criança” é precisamente o oposto dos adultos, pois não está imbuída do sentimento dominador de superioridade, nem inclinada a tomar aparência de sábio ou ocultar, sob um sorriso ou um gracejo, sua ignorância em qualquer assunto. É ignorante com franqueza, não tem opiniões preconcebidas nem julga antecipadamente, portanto é eminentemente ensinável. Encara todas as coisas com essa formosa atitude de confiança a que denominamos “fé infantil”, na qual não existe sombra de dúvida, conservando os ensinamentos que recebe até comprovar para si mesmo a certeza ou o erro.
Em todas as escolas ocultistas o aluno é primeiramente ensinado a esquecer de tudo o que aprendeu ao ser-lhe ministrado um novo ensinamento, a fim de que não predomine o juízo antecipado nem o da preferência, mas para que mantenha a Mente em estado de calma e de digna expectativa. Assim como o ceticismo efetivamente nos cega para a verdade, assim também essa calma atitude confiante da Mente permitirá à intuição ou “sabedoria interna” apoderar-se da verdade contida na proposição. Essa é a única maneira de cultivar uma percepção absolutamente certa da verdade.
Não se pede ao aluno que admita de imediato ser negro determinado objeto que ele observou ser branco, ainda que se lhe afirme. Pede-se a ele sim, que cultive uma atitude mental suscetível de “admitir todas as coisas” como possíveis. Isto lhe permitirá pôr de lado momentaneamente até mesmo aquilo que geralmente se considera um “fato estabelecido”, e investigar se existe algum outro ponto de vista até então não notado sob o qual o objeto em referência possa parecer negro. Certamente ele nada considerará como fato estabelecido, porque compreenderá perfeitamente quanto é importante manter a sua Mente no estado fluídico de adaptabilidade que caracteriza a criança. Compreenderá, com todas as fibras do seu ser, que “agora vemos como em espelho, obscuramente” e, como Ajax, estará sempre alerta, anelando por “luz, mais luz”.
A grande vantagem dessa atitude mental quando se investiga determinado assunto, ideia ou objeto, é evidente. Afirmações que parecem positivas e inequivocamente contraditórias, e que causam intermináveis discussões entre os respectivos partidários, podem, não obstante, conciliar-se, conforme se demonstra em exemplo mais adiante. Só a Mente aberta descobre o vínculo da concordância. Embora essa obra possa parecer diferente das outras, o autor solicitaria um auditório imparcial, como base, para julgamento subsequente. Se, ao ponderar esse livro, alguém o considerasse de pouco fundamento, o autor não se lamentaria. Teme unicamente um julgamento apressado e baseado na falta de conhecimento do sistema que ele advoga, ou que diga que a obra não tem fundamento, sem, previamente, dedicar-lhe atenção imparcial. E deve acrescentar, ainda: a única opinião digna de ser levada em conta precisa basear-se no conhecimento.
Há mais uma razão para que se tenha muito cuidado ao emitir um juízo: muitas pessoas têm suma dificuldade em retratar-se de qualquer opinião prematuramente expressa. Portanto, pede-se ao leitor que suspenda suas opiniões, de elogio ou de crítica, até que o estudo razoável da obra convença do seu mérito ou demérito.
O Conceito Rosacruz do Cosmos não é dogmático nem apela para qualquer autoridade que não seja a própria razão do Estudante. Não é uma controvérsia. Publica-se com a esperança de que possa ajudar a esclarecer algumas das dificuldades que no passado assediaram a Mente dos Estudantes das filosofias profundas. Todavia, a fim de evitar equívocos graves, deve ser firmemente gravado na Mente do Estudante que não há, sobre esse complicado assunto, qualquer revelação infalível que abranja tudo quanto está debaixo ou acima do sol.
Dizer que essa exposição é infalível seria o mesmo que pretender que o autor fosse onisciente. Até os próprios Irmãos Maiores nos dizem que eles mesmos enganam-se, às vezes, nos juízos que fazem. Assim, está fora de qualquer discussão um livro que queira proferir a última palavra sobre o mistério do mundo, e é intenção do autor dessa obra apresentar apenas os ensinamentos mais elementares dos Rosacruzes.
A Fraternidade Rosacruz tem a concepção mais lógica e ampla sobre o mistério do mundo, e a tal respeito o autor adquiriu algum conhecimento durante os muitos anos que consagrou exclusivamente ao estudo do assunto. Pelo que pôde investigar por si próprio, os ensinamentos desse livro estão de acordo com os fatos tais como ele os conhece. Todavia, tem a convicção de que o Conceito Rosacruz do Cosmos está longe de ser a última palavra sobre esse assunto e de que, à medida que avançamos, apresentam-se aos nossos olhos novos aspectos e esclarecem-se muitas coisas que, antes, só víamos “como em espelho, obscuramente”. Ao mesmo tempo crê firmemente que todas as outras filosofias do futuro seguirão as linhas mestras dessa filosofia, por lhe parecerem absolutamente certas.
Ante o exposto, compreender-se-á claramente que o autor não considera essa obra como o Alfa e o Ômega, ou o máximo do conhecimento oculto. Embora tenha por título “O Conceito Rosacruz do Cosmos”, deseja o autor salientar com firmeza que essa filosofia não deve ser entendida como uma “crença entregue de uma vez para sempre” aos Rosacruzes pelo fundador da Ordem ou por qualquer outro indivíduo. Convém enfatizar que essa obra encerra apenas a compreensão do autor sobre os ensinamentos Rosacruzes relativos ao mistério do mundo, revigorados por suas investigações pessoais nos mundos internos, a respeito dos estados pré-natal e pós-morte do ser humano, etc. O autor tem plena consciência da responsabilidade em que incorre quem, bem ou mal, guia intencionalmente a outrem, desejando ele precaver-se contra tal contingência e também prevenir aos outros para que não venham a errar.
O que nessa obra se afirma deve ser aceito ou rejeitado pelo leitor segundo o seu próprio critério. Pôs-se todo o empenho em tornar compreensíveis os ensinamentos e foi necessário muito trabalho para poder expressá-los em palavras de fácil compreensão. Por esse motivo, em toda a obra usa-se o mesmo termo para expressar a mesma ideia. A mesma palavra tem o mesmo significado em qualquer parte. Quando pela primeira vez o autor emprega uma palavra que expressa determinada ideia, apresenta a definição mais clara que lhe foi possível encontrar. Empregando as palavras mais simples e expressivas, o autor cuidou constantemente de apresentar descrições tão exatas e definidas quanto lhe permitia o assunto em apreço, a fim de eliminar qualquer ambiguidade e para apresentar tudo com clareza. O Estudante poderá julgar em que extensão o autor logrou o seu intento. Entretanto, tendo-se esforçado o possível para sugerir as ideias verdadeiras, considera-se também na obrigação de defender-se da possibilidade de a obra vir a ser considerada como uma exposição literal dos ensinamentos Rosacruzes. Sem essa recomendação esse trabalho teria mais valor para alguns Estudantes, mas isto não seria justo nem para a Fraternidade nem para o leitor. Poder-se-ia manifestar certa tendência para atribuir à Fraternidade a responsabilidade dos erros que nesse trabalho, como em toda obra humana, possam ocorrer. Daí a razão dessa advertência.
Segundo uma narrativa hindu, aquele que tenha duas linhas semicirculares na palma da mão, na articulação exterior do polegar “leva consigo um grão de arroz”. Isto quer dizer que será bem recebido e hospitaleiramente tratado onde quer que vá. O autor tem o sinal mencionado, e, no seu caso, o prognóstico se cumpriu maravilhosamente. Em todos os lugares encontrou amigos, e por eles foi bem tratado. O mesmo aconteceu com o “Conceito Rosacruz do Cosmos”. A Dra. Alma Von Brandis facilitou os meios para a primeira aproximação com os ensinamentos Rosacruzes. Comandante Kingsmill e Jessie Brewster auxiliaram-no lealmente na parte literária, Mrs. M. E. Rath Merril e Miss Allen Merril executaram certo número de desenhos, e quanto a Wm. M. Patterson não só prestou ao autor serviços pessoais, mas ainda prestou o seu auxílio financeiro para que esse livro pudesse ser oferecido pelo preço de custo. Esse trabalho foi, portanto, produzido com Amor. Ninguém, com ele relacionado, recebeu e deve receber um centavo de recompensa. Todos, desinteressadamente, deram tempo e dinheiro. Portanto, o autor deseja expressar todo o reconhecimento a eles, esperando que venham a encontrar outras e maiores oportunidades de exercerem os seus préstimos com igual desinteresse.
Max Heindel
Acréscimo nas Edições Posteriores: Durante os quatro anos decorridos, desde que foram escritos os parágrafos anteriores, o autor continuou suas investigações nos Mundos invisíveis e experimentou a expansão de consciência relativa a esses Reinos da natureza, o que se consegue mediante a prática dos preceitos ensinados pela Escola de Mistérios do Ocidente. Outros que também seguiram o método de desenvolvimento anímico aqui prescrito, e particularmente apropriado aos povos ocidentais, de igual modo foram capazes de constatar, por si mesmos, muitas das coisas expostas nessa obra. Desse modo o autor teve certa confirmação do que compreendera dos ensinamentos ditados pelos Irmãos Maiores, parecendo-lhe que os mesmos foram substancialmente corretos, pelo que se julga no dever de dar essa explicação para que sirva de estímulo aos que ainda não são capazes de ver por si próprios.
Seria mais exato dizer que o Corpo Vital é formado por prismas em vez de pontos, posto que, refratando-se através desses minúsculos prismas é que o fluído solar incolor muda para um tom rosáceo, tal como outros escritores, além do autor, têm indicado.
Fizeram-se outras novas e importantes descobertas. Por exemplo: sabemos agora que em cada vida nasce um novo Cordão Prateado; que uma parte do mesmo surge do Átomo-semente do Corpo de Desejos, situado no grande vórtice do fígado; que a outra parte surge do Átomo-semente do Corpo Denso, no coração; que as duas partes se encontram no Átomo-semente do Corpo Vital no Plexo Celíaco, e que essa união dos veículos superiores com os inferiores produz o despertar do feto. O desenvolvimento ulterior do Cordão entre o Coração e o Plexo Celíaco, durante os primeiros sete anos, tem importante relação com o mistério da infância, assim como o seu maior desenvolvimento, do fígado ao Plexo Celíaco, que ocorre no segundo período setenário, é fator contribuinte para a adolescência. A formação total do Cordão Prateado marca o fim da vida infantil. A partir desse momento a energia solar que entra pelo baço, e que se cobre pela refração através do Átomo-semente prismático do Corpo Vital situado no Plexo Celíaco, começa a dar um colorido individual e característico à aura que observamos nos adultos.
Sumário
CREDO OU CRISTO?
UMA PALAVRA AO SÁBIO
INTRODUÇÃO
PRIMEIRA PARTE – CONSTITUIÇÃO ATUAL DO SER HUMANO E O MÉTODO DO SEU DESENVOLVIMENTO
CAPÍTULO I – OS MUNDOS: VISÍVEL E INVISÍVEIS
A Região Química do Mundo Físico
A Região Etérica do Mundo Físico
CAPÍTULO II – OS QUATRO REINOS
CAPÍTULO III – O SER HUMANO E O MÉTODO DE EVOLUÇÃO
Atividades da Vida: Memória e Crescimento Anímico
Preparações para o Renascimento
Nascimento do Corpo Denso
Nascimento do Corpo Vital e o Crescimento
Nascimento do Corpo de Desejos e a Puberdade
Nascimento da Mente e a Maioridade
CAPÍTULO IV – O RENASCIMENTO E A LEI DE CONSEQUÊNCIA
O Vinho como Fator da Evolução
Uma História Notável
SEGUNDA PARTE – COSMOGÊNESE E ANTROPOGÊNESE
CAPÍTULO V – A RELAÇÃO DO SER HUMANO COM DEUS
CAPÍTULO VI – O ESQUEMA DA EVOLUÇÃO
O Princípio
Os Sete Mundos
Os Sete Períodos
CAPÍTULO VII – O CAMINHO DA EVOLUÇÃO
Revoluções e Noites Cósmicas
CAPÍTULO VIII – A OBRA DA EVOLUÇÃO
CAPÍTULO IX – ATRASADOS E RECÉM-CHEGADOS
CAPÍTULO X – O PERÍODO TERRESTRE
A Revolução de Saturno do Período Terrestre
A Revolução Solar do Período Terrestre
A Revolução Lunar do Período Terrestre
Período de Repouso entre Revoluções
A Quarta Revolução do Período Terrestre
CAPÍTULO XI – GÊNESE E EVOLUÇÃO DO NOSSO SISTEMA SOLAR
O Nascimento dos Planetas
CAPÍTULO XII – EVOLUÇÃO DA TERRA
A Época Polar
A Época Hiperbórea
A Lua – A Oitava Esfera
A Época Lemúrica
Separação dos Sexos
Influência de Marte
As Raças e Seus Líderes
Influência de Mercúrio
A Raça Lemúrica
A “Queda do Homem”
A Época Atlante
A Época Ária
Os Dezesseis Caminhos para a Destruição
CAPÍTULO XIII – RETORNO À BÍBLIA
CAPÍTULO XIV – ANÁLISE OCULTA DO GÊNESIS
Limitações da Bíblia
No Princípio
A Teoria Nebular
O Período De Saturno
Jeová e Sua Missão
Involução, Evolução e Epigênese
Uma Alma Vivente?
A Costela de Adão
Os Anjos da Guarda
A Mescla de Sangue no Casamento
A “Queda do Homem”
TERCEIRA PARTE – FUTURO DESENVOLVIMENTO E INICIAÇÃO DO SER HUMANO
CAPÍTULO XV – CRISTO E SUA MISSÃO
Não a Paz, mas uma Espada
O Coração, uma Anomalia
O Mistério do Gólgota
CAPÍTULO XVI – DESENVOLVIMENTO FUTURO E A INICIAÇÃO
Os Sete Dias da Criação
Espirais dentro de Espirais
Alquimia e Crescimento da Alma
A Palavra Criadora
CAPÍTULO XVII – MÉTODO PARA ADQUIRIR O CONHECIMENTO DIRETO
Os Primeiros Passos
Métodos Ocidentais para os Ocidentais
A Ciência da Nutrição
A Lei da Assimilação
Vivei e Deixai viver
A Oração do Senhor
O Voto de Celibato
O Corpo Pituitário e a Glândula Pineal
Treinamento Esotérico
Como os Veículos Internos são construídos
CAPÍTULO XVIII – A CONSTITUIÇÃO DA TERRA E ERUPÇÕES VULCÂNICAS
O Número da Besta
CAPÍTULO XIX – CHRISTIAN ROSENKREUZ E A ORDEM DOS ROSACRUZES
Antigas Verdades em Novas Roupagens
A Fraternidade Rosacruz
O Simbolismo da Rosacruz
Exercícios Noturno e Matinal Efetuados Pelo Aspirante Rosacruz
EPÍLOGO – O Poder de Cura Definitiva
O mundo ocidental é, sem dúvida, a vanguarda da raça humana e, por motivos que indicaremos nas páginas seguintes, os Rosacruzes sustentam que nem o Judaísmo nem o “Cristianismo Popular”, mas sim o verdadeiro Cristianismo Esotérico será a religião mundial.
Buda, grande e sublime, pode ser a “Luz da Ásia”, mas Cristo ainda será reconhecido como a “Luz do Mundo”. Assim como o Sol ofusca a luz das mais brilhantes estrelas nos céus e dissipa todo o vestígio de trevas, iluminando e vivificando todos os seres, assim, em futuro não muito distante, a verdadeira religião de Cristo há de superar e anular todas as outras religiões, para eterno benefício da humanidade.
Em nossa civilização, o abismo que se abre entre a Mente e o coração torna-se maior e mais profundo e, enquanto a Mente voa de uma a outra descoberta nos domínios da ciência, o abismo aprofunda-se e amplia-se ainda mais, ficando o coração cada vez mais distante. A Mente busca com ansiedade e se satisfaz apenas com explicações materialmente demonstráveis acerca do ser humano e demais seres do mundo fenomenal. O coração sente instintivamente que algo de maior existe, e anela por aquilo que pressente como verdade de ordem tão elevada que só pode ser compreendida pela Mente. A alma humana subiria nas asas etéreas da intuição e banhar-se-ia na eterna fonte de luz espiritual e amor; mas os modernos pontos de vista científicos lhe cortaram as asas, deixando-a acorrentada e silenciosa, atormentada por aspirações insatisfeitas, tal como o abutre em relação ao fígado de Prometeu.
É necessário que seja assim? Não haverá um terreno comum onde possam encontrar-se cabeça e coração, a fim de que, ajudando-se mutuamente, possam tornar-se mais eficientes na investigação da verdade universal, satisfazendo-se por igual?
Tão seguramente como a luz preexistente criou o olho que a pudesse ver; tão seguramente como o desejo primordial de crescimento criou o sistema digestivo e assimilador para a consecução daquele fim; tão seguramente como o pensamento existiu antes do cérebro, construiu-o e continua construindo-o para sua expressão; tão seguramente como agora a Mente procura arrancar os segredos da natureza unicamente pela força da audácia, assim também o coração há de encontrar um meio de romper suas cadeias e satisfazer suas aspirações. Atualmente ele se encontra sujeito ao cérebro dominador. No entanto, algum dia adquirirá a força necessária para despedaçar os grilhões e converter-se em um poder maior que a Mente.
É igualmente certo que não pode haver contradição na natureza, portanto o coração e a Mente devem ser capazes de unir-se. O objetivo desse livro é precisamente esse: mostrar como e onde a Mente, ajudada pela intuição do coração, pode penetrar nos mistérios do ser, muito mais profundamente do que cada um poderia fazê-lo por si só; mostrar como o coração, unido à Mente, pode ser defendido do erro, e como cada um tem plena liberdade de ação sem se violentarem mutuamente, mas ambos satisfazendo suas aspirações.
Só quando essa cooperação for alcançada e aperfeiçoada poderá o ser humano chegar a mais elevada e verdadeira compreensão de si próprio e do mundo de que é uma parte. Somente isso lhe poderá dar uma Mente ampla e um grande coração.
A cada nascimento passa a existir entre nós o que parece ser uma vida nova. Vemos a pequena forma viver e crescer, e converter-se pouco a pouco em fator de nossas vidas durante dias, meses ou anos. Chega por fim um dia em que a forma morre e se decompõe. A vida que veio, não sabemos de onde, passa ao invisível além, e então com tristeza indagamo-nos: De onde veio? Por que esteve aqui? Para onde foi?
A forma esquelética da morte projeta sua horrenda sombra em todos os umbrais. Velhos ou jovens, sãos ou enfermos, ricos ou pobres, todos, todos nós devemos passar através dessa sombra, do modo que em todas as idades tem-se escutado o clamor de angústia pela solução do enigma da vida – do enigma da morte.
Para a grande maioria da humanidade as três grandes perguntas: “De onde viemos?”, “Por que estamos aqui?” e “Para onde vamos?” permanecem sem resposta até hoje. Lamentavelmente formou-se a opinião, aceita pela maioria, de que nada podemos conhecer definitivamente sobre tais assuntos do mais profundo interesse para a humanidade. Nada mais errôneo do que semelhante ideia. Todos e cada um, sem exceção, podem tornar-se aptos para obter informações diretas e definidas sobre o assunto; podem pessoalmente investigar o estado do espírito humano tanto antes do nascimento como depois da morte. Não há favoritismo nem se requerem dons especiais. Todos temos, inerente, a faculdade de conhecer tudo isso, mas! – Sim, há um “mas”, e um “MAS” que deve ser escrito em maiúsculo. Essa faculdade está presente em todos, mas latente na maioria das pessoas. Requer um esforço persistente para despertá-la, embora isto pareça um poderoso dissuasivo. Se estas faculdades de “despertar e conscientizar” pudessem ser obtidas por meio do dinheiro, ainda que por preço elevado, muitos pagariam sem hesitação só para desfrutar dessa imensa vantagem sobre os seus semelhantes. Todavia, bem poucos são realmente os que se prestam a viver a vida necessária para despertá-las. Só um esforço paciente e perseverante pode realizar esse despertar, que não pode ser comprado nem atingido por caminhos fáceis.
Todos admitem que seja necessária prática para aprender-se a tocar piano, e que seria inútil pretender-se ser relojoeiro sem antes passar-se pelo aprendizado. No entanto, quando se trata da alma, da morte, do além ou das origens do ser, muitos creem saber tanto quanto qualquer outro e avocam-se o direito de emitir opinião, apesar de nunca terem consagrado a tais assuntos ao menos uma hora de estudo.
É evidente que ninguém pode esperar que sua opinião sobre um assunto fosse considerada, se nele não é versado. Em assuntos jurídicos, quando são chamados peritos a opinar, examina-se em primeiro lugar a sua competência. Sua opinião de nada valerá se não ficarem comprovados sua proficiência e conhecimento sobre o assunto em causa.
Todavia, se pelo estudo e prática eles são considerados aptos a emitir parecer digno de crédito, esse será acatado com o maior respeito e consideração. E se o testemunho de um perito é corroborado pelo de outros igualmente capacitados, mais aumenta o valor e a veracidade do quanto foi evidenciado pelos primeiros.
O testemunho irrefutável de tal perito vale muitíssimo mais do que o de uma dezena ou o de um milhão de pessoas que nada sabem do assunto, posto que o nada mesmo quando multiplicado por um milhão, sempre resulta em nada. Isto é tão certo em matemática como em qualquer outro assunto.
Como já afirmamos, acatamos prontamente argumentos dessa natureza quando se referem a assuntos materiais, mas quando se discutem coisas acima do mundo dos sentidos, coisas sobre os Mundos suprafísicos, ou quando se tem de demonstrar as relações entre Deus e o ser humano, e explicar os mistérios mais íntimos da divina centelha imortal impropriamente chamada alma, todos esperam que suas opiniões sejam ouvidos, que se dê toda consideração às suas ideias sobre coisas espirituais. E que lhes conceda tanto valor como às emitidas pelo sábio o qual, mediante uma vida paciente e laboriosa investigação, adquiriu sabedoria de tão elevadas coisas.
Ainda mais, muitos não se contentarão em pedir igual mérito às próprias opiniões, mas tentarão até escarnecer e ridicularizar as palavras do sábio, buscando impugnar o seu testemunho como fraudulento e, com a suprema confiança da mais profunda ignorância, afirmarão que como eles nada sabem sobre tal assunto é também absolutamente impossível que qualquer outra pessoa o saiba.
O ser humano que se conscientiza de sua ignorância deu o primeiro passo na direção do conhecimento.
O caminho para o conhecimento direto não é fácil. Nada realmente valioso se obtém sem esforço persistente. Nunca será demasiado repetir que não existem coisas tais como “dons” e “sorte”. Tudo o que somos ou possuímos é resultado de esforço. O que falta a um, em comparação com outro, está latente em si mesmo e pode ser desenvolvido quando se empregam os meios apropriados.
Se o leitor, que compreendeu bem essa ideia perguntar o que deve fazer para obter o conhecimento direto, terá na seguinte história a ideia fundamental do ocultismo:
Certo dia um jovem foi visitar um sábio, a quem perguntou: “Senhor, o que devo fazer para tornar-me um sábio? “. O sábio não se dignou responder. Depois de repetir a pergunta certo número de vezes sem melhor resultado, o jovem foi embora, mas voltou no dia seguinte com a mesma pergunta. Não obtendo resposta ainda, voltou pela terceira vez e novamente fez a pergunta: “Senhor, o que devo fazer para tornar-me um sábio? “.
Finalmente o sábio deu-lhe ouvidos, e então desceu a um rio próximo. Entrou na água convidando o jovem e levando-o pela mão. Quando eles alcançaram certa profundidade o sábio, pondo todo seu peso sobre os ombros do rapaz, submergiu na água, apesar dos esforços que esse fazia para livrar-se. Por fim o sábio largou-o, e quando o jovem recuperou alento perguntou-lhe:
“Meu filho, quando estavas debaixo d’água o que mais desejavas? “
O jovem respondeu sem hesitar: “Ar, ar! Eu queria ar! “.
“Não terias antes preferido riquezas, prazeres, poder ou amor, meu filho? Não pensaste em nenhuma dessas coisas? “ – Indagou o sábio.
“Não, senhor! Eu desejava ar, só pensava no ar que me faltava”, foi a resposta imediata.
“Então”, disse o sábio, “para te tornares sábio deves desejar a sabedoria com a mesma intensidade com que desejavas o ar. Deves lutar por ela e excluir de tua vida qualquer outro objetivo. Essa e só essa deve ser, dia e noite, tua única aspiração. Se buscares a sabedoria com esse fervor, meu filho, certamente tornar-te-ás sábio”.
Esse é o primeiro e fundamental requisito que todo Aspirante ao conhecimento oculto deve possuir – um desejo firme, uma sede abrasadora de conhecimento, e um entusiasmo insuperável para conquistá-lo. No entanto, o motivo supremo para a busca desse conhecimento oculto deve ser um desejo ardente de beneficiar a humanidade, esquecendo-se inteiramente de si mesmo, a fim de trabalhar para os outros. A não ser por essa motivação, o estudo do ocultismo é perigoso.
Sem possuir tais qualificações – especialmente a última – em certa medida, qualquer tentativa para seguir o caminho árduo do ocultismo seria um empreendimento perigoso. Outro pré-requisito para aspirar ao conhecimento direto é o estudo do ocultismo indiretamente. A investigação direta requer certos poderes ocultos que permitem estudar os assuntos relacionados com os estados pré-natal e pós-morte do ser humano, mas ninguém deve se desesperar por não ter desenvolvido ainda poderes ocultos para adquirir conhecimento direto sobre esses assuntos. Assim como uma pessoa pode conhecer a África indo lá pessoalmente ou lendo as descrições de viajantes que ali estiverem, assim também, para conhecer os Mundos suprafísicos, visita-os, se estiver habilitado para fazê-lo, ou estuda o que outros já capacitados contam como resultado de suas investigações.
Cristo disse: “a Verdade vos libertará”, mas a Verdade não é encontrada de uma vez e para sempre. A Verdade é eterna e eterna deve ser a sua busca. O ocultismo desconhece qualquer “crença transmitida de uma vez e para sempre”. Há certas verdades básicas que permanecem, mas que podem ser encaradas sob diversos ângulos, cada um apresentando um aspecto diferente que complementa os anteriores. Portanto, naquilo que até o presente podemos saber, não há meio possível de chegar-se a última Verdade.
Embora essa obra seja diferente de outras obras filosóficas, as diferenças resultam de pontos de vista também diferentes. Contudo, respeitosamente nos inclinamos ante as ideias e conclusões emitidas por outros investigadores. É sincero desejo do autor que o estudo das páginas seguintes possa tornar as ideias dos Estudantes mais completas e amplas do que eram antes.
PRIMEIRA PARTE – CONSTITUIÇÃO ATUAL DO SER HUMANO E O MÉTODO DO SEU DESENVOLVIMENTO
CAPÍTULO I – OS MUNDOS: VISÍVEL E INVISÍVEIS
A Região Química do Mundo Físico
A Região Etérica do Mundo Físico
CAPÍTULO II – OS QUATRO REINOS
CAPÍTULO III – O SER HUMANO E O MÉTODO DE EVOLUÇÃO
Atividades da Vida: Memória e Crescimento Anímico
Preparações para o Renascimento
Nascimento do Corpo Denso
Nascimento do Corpo Vital e o Crescimento
Nascimento do Corpo de Desejos e a Puberdade
Nascimento da Mente e a Maioridade
CAPÍTULO IV – O RENASCIMENTO E A LEI DE CONSEQUÊNCIA
O Vinho como Fator da Evolução
Uma História Notável
PRIMEIRA PARTE – CONSTITUIÇÃO ATUAL DO SER HUMANO E O MÉTODO DO SEU DESENVOLVIMENTO
CAPÍTULO I – OS MUNDOS: VISÍVEL E INVISÍVEIS
O primeiro passo no Ocultismo consiste no estudo dos Mundos invisíveis. Estes Mundos são invisíveis para a maioria das pessoas pelo fato de estarem adormecidos os sentidos sutis e superiores que lhes poderiam servir de meios de percepção, da mesma maneira que percebemos o Mundo Físico por meio dos sentidos físicos. Em relação aos Mundos suprafísicos, a maioria dos seres humanos encontra-se em circunstâncias análogas às de um cego de nascença nesse mundo dos sentidos; embora esteja envolvido pela luz e pela cor, ele é incapaz de percebê-las. Para ele não existem e são incompreensíveis, simplesmente porque lhe falta o sentido da visão, por meio da qual poderia vê-las. Os objetos que pode tocar parecem-lhe reais, mas a luz e a cor estão fora de seu alcance.
Assim acontece com a maioria da humanidade; sente e vê os objetos e ouve os sons do Mundo Físico, mas os outros Reinos a que o clarividente chama de Mundos superiores, são lhe tão incompreensíveis como a luz e a cor são para o cego. Que o cego não possa ver a cor nem a luz não é argumento contra a sua existência e realidade. Nem é argumento dizer que é impossível ver os Mundos suprafísicos só porque a maioria da humanidade também não o consegue. Se o cego recuperar a sua visão verá a luz e a cor. Se os sentidos superiores daqueles que atualmente estão cegos para os Mundos suprafísicos forem despertados pelos meios apropriados, também eles poderão contemplar os Mundos que atualmente lhes estão ocultos.
Assim como muitas pessoas erram quando descreem da existência ou realidade dos Mundos suprassensíveis, há outras que vão ao extremo oposto; convencidas da realidade dos Mundos invisíveis julgam que toda verdade é rapidamente acessível a um clarividente que, podendo “ver”, conhece de imediato tudo o que “diz respeito” a esses Mundos superiores.
Nada mais errado. Prontamente reconhecemos a falácia de tal argumento se compararmos o assunto com outros da vida diária. Ninguém acredita que um ser humano nascido cego, e que depois obteve a visão, adquira a seguir e de uma só vez, “todo o conhecimento” do Mundo Físico. Ainda mais; sabemos que mesmo aqueles que puderam ver as coisas durante toda a vida estão muito longe de ter um conhecimento total deles. Para conhecermos apenas uma parte infinitesimal das coisas que lidamos na vida diária requer anos inteiros de aplicação e árduos estudos, e invertendo o aforismo Hermético “assim como é em cima, é embaixo”, concluímos obviamente que o mesmo deve acontecer nos outros Mundos. É certo que há muito mais facilidade em adquirirem-se conhecimentos nos Mundos suprafísicos do que na condição física atual, mas não tão grande que elimine a necessidade de um estudo concentrado e a possibilidade de algum erro nas observações. De fato, o testemunho dos pesquisadores ocultistas competentes e qualificados prova que se deve prestar muito mais cuidado a observação lá do que aqui.
Os clarividentes devem primeiro exercitar-se a fim de que sua observação tenha um real valor, e quanto mais eficientes se tornam, tanto mais modestamente se manifestam a respeito daquilo que veem e tantas maiores deferências lhes merecem as versões alheias, sabendo quanto há para aprender e compreendendo quão pouco um único observador pode captar de todos os detalhes das coisas investigadas.
Isto também se aplica as versões diferentes, e que as pessoas superficiais julgam ser um argumento contra a existência dos Mundos superiores. Se tais Mundos existem, alegam, os investigadores deveriam descrevê-los de forma idêntica. Tomando-se um exemplo do cotidiano, torna-se evidente a falácia de semelhante argumento.
Suponhamos que um jornal envie vinte repórteres a uma cidade para que façam reportagens descritivas da mesma. Os repórteres são ou devem ser, observadores treinados. Sua missão é ver tudo, e devem ser capazes de fazer tão boas reportagens sobre o assunto, como é justo e cabível esperar. Todavia, o mais provável é que dos vinte repórteres, nem dois apresentem descrições exatamente iguais da cidade. O mais provável é que sejam totalmente diferentes. Embora algumas delas possam conter em comum as características mais relevantes da cidade, outras podem ser singulares na qualidade e na quantidade da descrição.
Seria argumento contra a existência da cidade o fato das reportagens serem diferentes? Certamente que não! Diferem porque cada um viu a cidade segundo o seu próprio ponto de vista. Pode-se, portanto, dizer sem receio que tais diferenças, ao invés de confundirem e prejudicarem tornaria mais fácil, melhor, a compreensão da cidade do que se lêssemos uma só e desprezássemos as outras. Cada reportagem ampliaria e complementaria, por sua vez, as outras.
O mesmo é aplicável aos relatos daqueles que investigam os Mundos superiores. Cada investigador tem sua maneira peculiar de observar as coisas e descrevê-las sob o seu ponto de vista particular. O relato apresentado por um pode ser diferente dos relatos dos outros, mas todos serão igualmente verdadeiros sob o ponto de vista individual de cada observador.
Às vezes surge a pergunta: para que investigar esses Mundos? Não seria melhor investigar um de cada vez, contentando-nos por enquanto com as lições que possamos aprender no Mundo Físico? E se realmente existem esses Mundos invisíveis, não é preferível esperar até que cheguemos a eles, sem nos preocuparmos desde já em investigá-los? “Basta a cada dia o seu mal! “. Para que mais?
Se soubermos com absoluta certeza que um dia, cedo ou tarde, cada um de nós será conduzido a um país distante onde deverá viver durante muitos anos sob novas e diferentes condições, não é razoável acreditar que aceitaremos com prazer a oportunidade de conhecer antecipadamente alguma coisa sobre tal país? O conhecimento facilitar-nos-á a adaptação às novas condições de vida.
Na vida só uma coisa é certa: a morte! Quando passarmos para o além e enfrentarmos novas condições, o conhecimento que possuirmos delas ser-nos-á sem dúvida de grande auxílio.
No entanto, isto não é tudo. Para compreender-se o Mundo Físico que é o mundo dos efeitos, é necessário compreender-se o Mundo suprafísico, que é o mundo das causas. Vemos os bondes em movimento pelas ruas, escutamos o tilintar dos aparelhos telegráficos, mas a força misteriosa que causa esses fenômenos permanece invisível para nós. Dizemos tratar-se da eletricidade, mas o nome nada explica. Nada sabemos da força em si mesma: vemos e ouvimos unicamente os seus efeitos.
Se colocarmos um prato de água gelada numa atmosfera de baixíssima temperatura, logo começarão a formarem-se cristais de gelo, e poderemos observar então o processo de sua formação. As linhas em que a água se cristaliza foram durante todo o tempo linhas de força invisíveis até o momento do congelamento da água. As maravilhosas “flores de gelo” que a geada forma nos vidros das janelas são manifestações visíveis das correntes dos Mundos superiores que atuam constantemente sobre nós e, embora ignoradas pela maioria, nem por isso são menos poderosas.
Os Mundos superiores são, portanto, os mundos das causas, das forças, de forma que não poderemos compreender bem esse mundo inferior sem conhecer os outros e sem compreender as forças e as causas, das quais todas as coisas materiais são meros efeitos.
Tais Mundos superiores, comparada a sua realidade com a do Mundo Físico, são na verdade, por estranho que pareça muito mais reais, e embora para a maioria sejam miragens, ou pelo menos pouco substanciais, certo é serem os objetos que neles se encontram muito mais permanentes e indestrutíveis do que os objetos do Mundo Físico. Isto será facilmente compreendido por meio de um exemplo. Na construção de uma casa, o arquiteto não começa adquirindo ao acaso os materiais necessários, e contratando os trabalhadores para levantarem-na, sem previamente idealizar ou traçar um plano de construção. Primeiramente ele “idealiza a casa”, que gradualmente assume uma forma em sua Mente. Finalmente surge uma ideia clara da casa, isto é, um pensamento-forma da casa.
A casa é ainda invisível para todos, menos para o arquiteto, que a torna objetiva no papel. Ele desenha o plano, e por meio dessa imagem objetiva do seu pensamento-forma os trabalhadores constroem a casa de madeira, de ferro, ou de pedra, exatamente de acordo com esse pensamento-forma originado pelo arquiteto. Assim o pensamento-forma se converte em realidade material.
O materialista afirmará que a casa construída é muito mais real, durável e substancial que sua imagem criada na Mente do arquiteto. No entanto, vejamos: A casa não poderia ter sido construída sem esse pensamento-forma. O objeto material pode ser destruído pela dinamite, pelo terremoto, pelo fogo ou pelo tempo, mas o pensamento-forma subsistirá. Subsistirá enquanto o arquiteto viver, e por meio desse pensamento poderão ser construídas inúmeras casas iguais àquela que foi destruída. Nem mesmo o próprio arquiteto poderia destruí-lo, pois até depois de sua morte esse seu pensamento-forma pode ser recuperado por aquele que, suficientemente desenvolvido, seja capaz de ler na Memória da Natureza, da qual nos ocuparemos mais adiante.
Visto, portanto quanto é razoável a existência de tais Mundos, que existem em volta e perto de nós, convencidos de sua realidade, de sua permanência e da utilidade de um conhecimento acerca deles, examinemo-los distinta e separadamente, começando pelo Mundo Físico.
A Região Química do Mundo Físico
Nos ensinamentos Rosacruzes, o Universo divide-se em sete diferentes Mundos ou estados de matéria, a saber:
Essa divisão não é arbitrária, mas necessária, porque a substância de cada um desses Mundos está sujeita às leis que são praticamente inoperantes nos outros. Por exemplo, no Mundo Físico a matéria está sujeita à gravidade, à contração e à expansão. No Mundo do Desejo não existem frio nem calor, e as formas levitam tão facilmente como gravitam. Distância e tempo são fatores predominantes no Mundo Físico, mas quase inexistentes no Mundo do Desejo.
A matéria desses Mundos varia em densidade também, sendo o Mundo Físico o mais denso dos sete.
Cada Mundo subdivide-se em sete Regiões, ou subdivisões de matéria. No Mundo Físico os sólidos, os líquidos e os gases formam as três subdivisões mais densas, e as quatro restantes são constituídas por Éteres de densidades variadas. Nos outros Mundos são necessárias subdivisões idênticas porque a densidade da matéria de que são compostos não é uniforme.
Há ainda duas distinções a fazer. As três subdivisões densas do Mundo Físico (sólidos, líquidos e gases) constituem o que se chama de Região Química. A substância dessa Região é a base de todas as Formas densas.
O Éter também é matéria física. Não é homogêneo, como a ciência material afirma, mas existe em quatro estados diferentes. Constitui o meio de ingresso para o espírito vivificante, o qual infunde vitalidade às formas da Região Química. Essas quatro subdivisões mais sutis ou etéricas do Mundo Físico constituem o que se conhece por Região Etérica.
No Mundo do Pensamento as três subdivisões superiores são a base do pensamento abstrato, daí o conjunto ser chamado Região do Pensamento Abstrato. As quatro subdivisões mais densas suprem a matéria mental com a qual incorporamos e concretizamos nossas ideias sendo, portanto, denominadas de Região do Pensamento Concreto.
A cuidadosa consideração dada pelo ocultista àquilo que caracteriza o Mundo Físico poderia parecer supérflua, não fosse o fato de ele encarar as coisas sob um ponto de vista amplamente diferente daquele do materialista. Esse reconhece apenas três estados de matéria: sólido, líquido e gases. Tais matérias são todas químicas, já que derivam dos componentes químicos da Terra. Dessa matéria química constituíram-se todas as formas: mineral, vegetal, animal e humana, daí serem esses Corpos tão químicos como as substâncias assim comumente chamadas. Portanto, quer consideremos a montanha, quer a nuvem que envolve o seu topo, a seiva da planta ou o sangue do animal, a teia de aranha, a asa da borboleta ou os ossos do elefante, o ar que respiramos ou a água que bebemos – tudo é composto da mesma substância química.
O que determina, pois, a conformação dessa substância básica nas múltiplas variedades de Formas que observamos ao nosso redor? É o Espírito Universal Uno, expressando-se a Si próprio no Mundo Visível sob a forma de quatro grandes correntes de Vida, em variados graus de desenvolvimento. Esse quádruplo impulso espiritual modela a matéria química da Terra na variedade de formas dos quatro Reinos: mineral, vegetal, animal e humano. Quando uma forma serviu ao seu propósito, como veículo de expressão para as três correntes superiores de vida, as forças químicas desintegram essa forma. Então a matéria pode voltar ao estado primordial, ficando assim em disponibilidade para a constituição de novas formas. Consequentemente, o espírito ou vida que modela a forma numa expressão de si mesmo é tão estranho ao material que usa como o carpinteiro é estranho e pessoalmente independente da casa que constrói para sua habitação.
Como todas as formas: mineral, vegetal, animal e humana são químicas, logicamente deverão ser tão mortas e desprovidas de sensação como a matéria química no seu estado primitivo. Os Rosacruzes afirmam que sim.
Alguns cientistas sustentam haver sensação em toda a matéria, viva ou morta, pertencente a quaisquer dos quatro Reinos. Nessa afirmação incluem até, como capazes de sentir, as substâncias ordinariamente classificadas como minerais. E, como prova, apresentam diagramas com curvas de energia obtidas em experiências. Para outra classe de pesquisadores a sensação não existe nem mesmo no Corpo humano, excetuado o cérebro, que é a própria sede da sensação. Assim, dizem, se ferimos um dedo é o cérebro, não o dedo, que sente a dor. Dessa maneira, nesse como em outros pontos a casa da Ciência está dividida contra si mesma. A posição de cada oponente é parcialmente correta, dependendo do que se entenda por “sensação”. Se significar uma simples resposta aos impactos – tal como o rebote de uma bola de borracha atirada ao chão – é exato atribuir-se sensação ao mineral, à planta e aos tecidos animais. Contudo, se querem significar prazer e dor, amor e ódio, alegria e tristeza, seria absurdo atribuí-los às formas inferiores de vida, a um tecido orgânico solto, aos minerais em seu estado natural, ou mesmo ao cérebro, porque tais sentimentos são expressões do Espírito imortal autoconsciente. Já o cérebro é apenas o teclado do magnífico instrumento em que o espírito humano executa a sinfonia de sua vida, da mesma forma que um músico se expressa em seu violino.
Assim como há pessoas que são absolutamente incapazes de compreender a existência de Mundos superiores, outras há que, tendo-se relacionado com tais Reinos apenas superficialmente, habituam-se a menosprezar o Mundo Físico. Semelhante atitude é tão errônea quanto à do materialista. Os grandes e sábios Seres, que executam a vontade e os planos de Deus, colocaram-nos nesse Mundo Físico para aprendermos grandes e importantíssimas lições que só nestas condições seria possível aprender. É nosso dever, portanto, empregar o conhecimento que tenhamos dos Mundos superiores para aprender o melhor possível as lições que esse Mundo material tem para nos ensinar.
Em certo sentido, o Mundo Físico é uma espécie de Escola-Modelo ou um laboratório experimental, onde se aprende a trabalhar corretamente nos outros Mundos, conheçamos ou não a sua existência, o que prova a grande sabedoria dos criadores do plano. Se apenas conhecêssemos os Mundos superiores, cometeríamos muitos erros que só se revelariam quando as condições físicas fossem utilizadas como critério. Para ilustrar, imaginemos o caso de um inventor que idealiza uma máquina: primeiro ele a constrói em pensamento, mentalmente ele a vê completa e realizando com perfeição o trabalho para o qual foi planejada. Em seguida ele a desenha, e ao fazê-lo possivelmente julga necessária alguma modificação no modelo primitivo. Quando, a partir do desenho, dá-se por satisfeito ao ver sua ideia praticável, passa então a construir a máquina com o material apropriado.
Agora, é quase certo haver necessidade de novas modificações antes que a máquina funcione como se pretendia. Pode ainda ser necessário modificá-la totalmente, ou até mesmo concluir-se que o modelo, em seu todo e como se apresenta seja completamente inútil, deva ser rejeitado e um novo plano precise ser elaborado. Contudo, observe o seguinte, porque isto é importante: a nova ideia, ou plano, será reformulada para eliminar os defeitos da máquina primitiva. E se não fosse construída uma máquina material que evidenciasse os defeitos da primeira ideia, uma segunda e correta ideia não poderia ser formulada.
Isto se aplica, igualmente, a todas as condições da vida: sociais, comerciais e filantrópicas. Muitos projetos, parecendo excelentes a quem os concebe e continuando a parecer bons quando trasladados para o papel, ao serem experimentados na prática frequentemente falham. Isto, porém, não deve desanimar-nos. É certo que “aprendemos mais com os nossos erros do que com os nossos êxitos”. Devemos, pois contemplar o Mundo Físico através da luz apropriada; considerá-lo uma valiosa escola de experiências, onde aprendemos lições da mais alta importância.
A Região Etérica do Mundo Físico
Logo que entramos nesse Reino da Natureza, estamos num Mundo invisível e intangível, onde os nossos sentidos comuns são inoperantes. Daí ser essa parte do Mundo Físico praticamente inexplorável pela ciência material.
O ar é invisível, mas a ciência moderna sabe que existe. Por meio de instrumentos pode medir sua velocidade como vento, e pela compressão pode torná-lo visível como ar líquido. Com o Éter, porém, isto não é tão fácil. A ciência material admite-o como necessário de algum modo para a transmissão da energia elétrica com ou sem fios. Por isso viu-se obrigada a enunciar como postulado a existência de uma substância mais sutil do que as conhecidas, à qual chamou “Éter”. Não sabe realmente que o Éter existe porque, até o momento, a engenhosidade dos cientistas não pôde ainda inventar um recipiente capaz de confinar essa substância, que é no seu todo demasiado esquivo aos “magos de laboratório” da atualidade. Com efeito, eles não podem medi-la, pesá-la ou analisá-la com os aparelhos de que dispõem atualmente.
Por certo são maravilhosas as conquistas da ciência moderna. Contudo, a melhor forma de conhecer os segredos da natureza não é inventar instrumentos, mas sim o investigador aperfeiçoar-se a si mesmo. O ser humano tem em si faculdades que eliminam a distância, e em grau muito maior do que os mais potentes telescópios e microscópios podem consegui-lo em comparação com o olho nu. Esses sentidos ou faculdades são os meios de investigação usados pelos ocultistas, sendo também por assim dizer, o “abre-te Sésamo” na procura da verdade.
Para o clarividente exercitado o Éter é tão tangível como os sólidos, os líquidos e os gases da Região Química o são para o ser humano comum. Ele vê as forças vitais – que dão vida às formas minerais, vegetais, animais e humanas – fluindo nestas formas por meio de quatro estados de Éter. Os nomes e funções específicas desses quatro Éteres são os seguintes:
Como o Éter Químico, esse Éter tem também seus polos positivo e negativo. As forças que trabalham pelo polo positivo são aquelas que atuam na fêmea durante o período de gestação, capacitando-a para o trabalho ativo e positivo de formação de um novo ser. Por outro lado, as forças que trabalham pelo polo negativo do Éter de Vida dão ao macho a capacidade de produzir o sêmen.
No trabalho de impregnação dos óvulos animal e humano, bem como no da semente da planta, as forças que atuam pelo polo positivo do Éter de Vida produzem plantas, animais e seres humanos do sexo masculino, enquanto que as forças que se expressam pelo polo negativo geram fêmeas.
Nos animais de sangue frio, o polo positivo do Éter de Luz é o veículo das forças que fazem circular o sangue. Quanto às forças negativas, estas atuam do mesmo modo que nos animais superiores ou no ser humano com relação aos olhos. Onde estes não existem, as forças que trabalham pelo polo negativo do Éter de Luz, possivelmente, constroem e nutrem outros órgãos sensoriais, conforme o faz em tudo o que possui tais órgãos.
Nas plantas, as forças que atuam pelo polo positivo desse Éter de Luz produzem a circulação da seiva. Portanto no inverno, quando o Éter de Luz carece de Luz solar, a seiva deixa de fluir, até que o Sol do verão volte a recarregá-lo com sua força. As forças que atuam pelo polo negativo do Éter de Luz formam a clorofila – a substância verde das plantas – e também cobrem as flores. Numa palavra, todas as cores de qualquer Reino da Natureza são criadas mediante a ação do polo negativo do Éter de Luz. Por esse motivo os animais têm as cores mais acentuadas no dorso, e as flores as têm no lado mais exposto à luz solar. Nas regiões polares da terra, onde os raios do Sol são mais fracos, todas as cores são atenuadas. No caso de alguns animais elas se acham tão parcamente formadas que no inverno chegam a desaparecer, ficando brancos esses animais.
Por mais de uma razão o Éter Refletor é assim denominado, pois as imagens nele encontradas são apenas reflexos da Memória da Natureza. A verdadeira Memória da Natureza encontra-se em Reino muito mais elevado. Nenhum clarividente muito desenvolvido preocupa-se em ler esse Éter, que apresenta imagens nebulosas e vagas comparadas com as do Reino superior. Nesse Éter Refletor leem os que não têm escolha, os que na realidade não sabem em que estão lendo. Como de regra, os psicômetras e os médiuns obtêm suas informações nesse Éter. Até certo ponto o Estudante das escolas ocultistas, nos primeiros estágios do seu desenvolvimento, também investiga nesse Éter Refletor, mas é prevenido pelo instrutor da insuficiência do mesmo como meio de adquirir informações corretas, o que evita que ele venha a tirar conclusões erradas.
Esse Éter é também o meio pelo qual o pensamento impressiona o cérebro humano. Está intimamente relacionado com a quarta subdivisão do Mundo do Pensamento, a mais elevada das quatro subdivisões contidas na Região do Pensamento Concreto – a pátria da Mente humana. Ali se encontra uma versão muito mais clara da Memória da Natureza do que no Éter Refletor.
Como o Mundo Físico e qualquer outro Reino da Natureza, o Mundo do Desejo tem sete subdivisões, denominadas “Regiões”, mas não tem como o Mundo Físico, as grandes divisões correspondentes às Regiões: Química e Etérica. A matéria de desejos no Mundo do Desejo persiste através das suas sete subdivisões ou regiões, como substância para a concretização dos desejos. Assim como a Região Química é o Reino da forma e assim como a Região Etérica é o lar das forças que conduzem as atividades vitais nessas formas, capacitando-as a viver, mover-se e propagar-se, assim também as forças do Mundo do Desejo, trabalhando no Corpo Denso despertado, impelem-na a mover-se em tal ou qual direção.
Se ali existissem apenas as atividades das Regiões: Química e Etérica do Mundo Físico haveriam formas vivas capazes de se mover, mas sem qualquer incentivo para tal. Esse incentivo é proporcionado pelas forças cósmicas ativas no Mundo do Desejo, e sem essa atividade que atua em todas as fibras do corpo vitalizado, impelindo-o a agir nessa ou naquela direção, não haveria experiência nem crescimento moral. As funções dos diferentes Éteres cuidariam do crescimento da forma, mas o desenvolvimento moral ficaria totalmente omisso. A evolução seria impossível tanto para a vida como para as formas, porque estas últimas só evoluem para estágios superiores em razão das sucessivas exigências do crescimento espiritual. Vemos assim a grande importância desse Reino da natureza.
Desejos, aspirações, paixões e sentimentos expressam-se na matéria das diferentes regiões do Mundo do Desejo, como as formas e aspectos se expressam na Região Química do Mundo Físico. Tomam formas que duram mais ou menos tempo, de acordo com a intensidade do desejo, aspiração ou sentimento que encerram. No Mundo do Desejo a distinção entre força e matéria não é tão definida e aparente como no Mundo Físico. Pode-se dizer até que ali as ideias de força e matéria são idênticas ou permutáveis. Não é propriamente assim, mas podemos afirmar que até certo ponto o Mundo do Desejo se compõe de força-matéria.
Embora seja certo que a matéria do Mundo do Desejo é um grau menos densa do que a matéria do Mundo Físico, não devemos absolutamente imaginar que tal matéria seja matéria física sutilizada. Essa ideia, muito embora defendida por alguns que estudaram as filosofias ocultas, é absolutamente errônea, e é causada principalmente pela dificuldade em dar-se descrições completas e claras, necessárias a uma perfeita compreensão dos Mundos superiores. Infelizmente nossa linguagem, feita para descrever as coisas materiais, é completamente inadequada para descrever as condições dos Reinos suprafísicos. Consequentemente, tudo o que se diz sobre esses Reinos deve ser tomado mais como semelhança do que como descrição exata.
Embora a montanha e a margarida, o ser humano, o cavalo e uma barra de ferro sejam compostos de uma única e final substância atômica, isto não quer significar que a margarida seja uma forma de ferro mais sutil. Semelhantemente, é impossível explicar com palavras a mudança ou diferença que ocorre na matéria física quando convertida em matéria de desejos. Se não houvesse tal diferença, a última estaria sujeita às leis do Mundo Físico, o que de fato não acontece.
A lei que rege a matéria da Região Química é a da inércia, ou seja, a tendência a permanecer em status quo. É necessária certa soma de força para vencer-se essa inércia e movimentar-se um Corpo em repouso, ou para deter-se outro que esteja em movimento. Tal não acontece com a matéria do Mundo do Desejo. Essa matéria em si própria é quase vivente. Está em movimento incessante, fluídico, tomando todas as formas imagináveis e inimagináveis, com inconcebível facilidade e rapidez, brilhando ao mesmo tempo com milhares de cores coruscantes, sem termo de comparação com qualquer coisa que conhecemos nesse estado físico de consciência. As irradiações iridescentes de uma concha de nácar[1] em movimento sob a luz do Sol dar-nos-iam talvez uma pálida ideia dessa matéria.
Isto é o Mundo do Desejo: luz e cor sempre cambiantes, onde as forças do animal e do ser humano se misturam com as forças de inumeráveis Hierarquias de seres espirituais que não aparecem no Mundo Físico, mas que são tão ativas no Mundo do Desejo como nós o somos aqui. De algumas delas falaremos mais adiante, assim como de sua relação com a evolução do ser humano.
As forças emitidas por essa vasta e variegada hoste de Seres modelam a matéria cambiante do Mundo do Desejo em formas inumeráveis e diferentes, de maior ou menor durabilidade consoante à energia cinética do impulso que lhes deu origem.
Dessa ligeira descrição pode-se entender como é difícil ao neófito que acaba de abrir os olhos internos encontrar seu equilíbrio no Mundo do Desejo. O clarividente treinado logo deixa de espantar-se com as descrições impossíveis fornecidas pelos médiuns. Eles podem ser perfeitamente honestos, mas as possibilidades de paralaxe e a dificuldade de conseguirem um foco perfeito de visão são tão grandes e de natureza tão sutil que seria surpreendente se pudessem apresentar uma descrição correta. Todos nós, na infância, tivemos que aprender a ver, conforme podemos comprovar observando um bebê: por ser totalmente incapaz de avaliar distâncias, ele tenta de igual modo alcançar objetos no outro lado da sala, na rua, ou na Lua. O cego que acaba de recuperar a visão, de início, muitas vezes, fecha os olhos para ir de um lugar a outro. E até que aprenda a usar seus olhos, é-lhe mais fácil guiar-se pelos outros sentidos do que pela visão. Da mesma forma aquele, cujos órgãos internos de percepção foram vivificados, deve exercitar-se para usar com acerto a nova faculdade. A princípio o neófito tentará aplicar ao Mundo do Desejo os conhecimentos derivados da sua experiência no Mundo Físico. Isso por não ter aprendido ainda as leis do Mundo em que está penetrando, que é um manancial de toda espécie de perturbações e perplexidade. Portanto, antes que possa entender, deve tornar-se como uma criança, que assimila o conhecimento sem preocupar-se com experiências anteriores.
Para chegar-se à compreensão exata do Mundo do Desejo é preciso compreender-se que esse é o Mundo dos Sentimentos, Desejos e Emoções, que estão sob o domínio de duas grandes forças: Atração e Repulsão. Estas forças atuam nas três regiões mais densas do Mundo do Desejo de modo diferente daquele em que agem nas três regiões mais sutis ou superiores. A Região Central pode ser chamada de neutra.
Essa Região Central é a Região do Sentimento. Aqui o interesse ou a indiferença por alguma ideia ou objeto produz o desequilíbrio em favor de uma ou outra das forças já mencionadas, relegando assim, o objeto ou ideia às três regiões superiores ou às três regiões inferiores do Mundo do Desejo, ou mesmo expulsando-as dali. Vejamos, agora, como isso se realiza.
Na substância mais fina e sutil das três regiões superiores do Mundo do Desejo só a Força de Atração atua, embora ela também se encontre presente em certo grau na matéria mais densa das três regiões inferiores, onde atua contra a força de Repulsão que ali domina. A desintegrante Força de Repulsão destruiria, de imediato, qualquer forma que entrasse nessas três regiões inferiores, não fora a ação neutralizadora daquela. Na região mais densa e mais inferior, onde é mais poderosa, a Força de Repulsão agita e dissolve violentamente as formas ali constituídas, ainda que não seja uma força vandálica. Nada é vandálico na Natureza. Tudo que assim parece trabalha apenas para o bem, o que sucede com essa força em sua ação na região mais inferior do Mundo do Desejo. As formas que ali se encontram são criações demoníacas, construídas pelas paixões e desejos mais brutais dos animais e do ser humano.
A tendência de todas as formas no Mundo do Desejo é atrair para si as de natureza semelhante, e consequentemente crescer. Se esta tendência para a atração fosse predominante nas regiões inferiores, o mal cresceria como o joio e, a anarquia, em vez da ordem, predominaria no Cosmos. Isso é evitado pela preponderante Força de Repulsão nessa Região. Quando uma forma criada por um desejo brutal é atraída para outra da mesma natureza, cada uma exerce sobre a semelhante um efeito desintegrante, produto da desarmonia existente nas respectivas vibrações. Assim, em vez de fundirem-se mal com mal, mutuamente eles se destroem, e desse modo o mal no mundo conserva-se dentro de limites razoáveis. Quando compreendemos o efeito destas duas forças gêmeas em ação, podemos também entender a máxima ocultista que diz: “uma mentira no Mundo do Desejo é, ao mesmo tempo, assassina e suicida”.
Tudo quanto sucede no Mundo Físico é refletido em todos os outros Reinos da Natureza e, como vimos, cria sua forma apropriada no Mundo do Desejo. Quando se descreve com exatidão um acontecimento, é construída no Mundo do Desejo uma forma exatamente igual à descrita. Uma atrai a outra, juntam-se e mutuamente se fortificam. Todavia, se for dada versão diferente ou falsa, produz-se uma forma diferente, contrária à primeira, ou seja, à verdadeira. Convergentes no mesmo assunto unem-se, mas como as vibrações são diferentes atuam uma sobre a outra de maneira mutuamente destruidora. Portanto, o mal e as mentiras maliciosas quanto mais fortes e amiúde repetidos podem destruir o que é bom. Contudo, pelo contrário, se buscarmos o bem no mal, com o tempo o mal acabará se transformando em bem. Se a forma que se constrói para diminuir o mal é fraca, não terá efeito algum e será destruída pela forma maligna; mas se é forte e repetida frequentemente, sua ação desintegrará o mal e substitui-lo-á pelo bem. Esse resultado, bem entendido, não se alcança lutando contra o mal, nem o negando ou mentindo, mas sim procurando o bem. O ocultista científico pratica rigidamente o princípio de procurar o bem em todas as coisas, por saber quanto poder tem esse princípio para reprimir o mal.
Conta-se algo de Cristo que ilustra esse ponto. Uma vez, caminhando com Seus Discípulos passaram pelo cadáver de um cachorro em estado de putrefação. Os discípulos voltaram o rosto, comentando com aborrecimento o nauseante espetáculo, mas Cristo olhou o cadáver e disse: “As pérolas são menos alvas que seus dentes”. Ele estava determinado a encontrar o bem naquilo, pois sabia do benéfico efeito que produziria no Mundo do Desejo ao dar-lhe expressão.
A Região mais inferior do Mundo do Desejo é chamada “Região da Paixão e do Desejo Sensual”. A segunda subdivisão é mais bem descrita por “Região da Impressionabilidade”. Aqui o efeito das forças gêmeas (Atração e Repulsão) é bem equilibrado. Essa é uma região neutra, daí todas as nossas impressões, formadas por matéria dessa região, serem também neutras. Somente quando os sentimentos gêmeos da quarta Região entram em ação, é que as forças gêmeas começam a atuar. A mera impressão de alguma coisa em si ou de si mesmo é inteiramente separada do sentimento gerado. Tais impressões são neutras e constituem uma atividade da segunda Região do Mundo do Desejo, onde as imagens se formam pelas forças de percepção sensorial do Corpo Vital do ser humano.
Na terceira Região do Mundo do Desejo a Força de Atração, integrante e construtiva, sobrepõe-se à tendência destruidora da Força de Repulsão. Se compreendermos que a mola, o motivo da Força de Repulsão é a afirmação de si mesma, pelo que repele todas as demais, podemos entender por que a substância da terceira Região do Mundo do Desejo, dominada principalmente pela Força de Atração, abre caminho aos desejos de outras coisas, mas de uma maneira egoísta. Por isso é chamada “Região dos Desejos”.
A Região da Paixão e do Desejo Sensual pode se comparar aos sólidos do Mundo Físico; a Região da Impressionabilidade aos fluidos e a Região dos Desejos, de natureza flutuante e evanescente, pode comparar-se à parte gasosa do Mundo Físico. Estas três regiões proporcionam, às formas, a substância necessária à experiência, ao crescimento anímico e à evolução, purificando-as completamente e retendo os materiais que podem ser utilizados para o progresso.
A quarta Região do Mundo do Desejo é a “Região do Sentimento”. Dela surgem os sentimentos relativos às formas já descritas e, dos sentimentos por elas gerados, depende a vida que terão e também o efeito que exercerão sobre nós. Nesse estágio não importa que os objetos ou ideias sejam bons ou maus. Nosso sentimento, seja de Interesse seja de Indiferença, é aqui o fator determinante do destino do objeto ou da ideia.
Se o sentimento produzido pela impressão de um objeto ou de uma ideia é de Interesse, tal sentimento tem sobre essa impressão o mesmo efeito que a luz solar e o ar sobre a planta. Tal ideia crescerá e florescerá em nossas vidas. Se, ao contrário, o sentimento produzido por uma impressão é de Indiferença, essa impressão murchará como uma planta posta em sótão escuro.
Assim, dessa Região Central do Mundo do Desejo vem o incentivo para a ação ou a deliberação para refreá-la (ainda que essa última seja também uma ação aos olhos do ocultista cientista), pois em nosso presente estágio de desenvolvimento, os sentimentos gêmeos Interesse e Indiferença proporcionam o incentivo para a ação e são as molas que movem o mundo. Em estágio ulterior de desenvolvimento esses sentimentos deixarão de ter importância. Então, o fator determinante será o dever.
O Interesse desperta as Forças de Atração ou as de Repulsão.
A Indiferença simplesmente enfraquece o objeto ou ideia aos quais se endereça, pelo menos no que tange à nossa ligação com ele.
Se nosso interesse por um objeto ou ideia gera a Repulsão, isso naturalmente leva-nos a cortar, de nossas vidas, qualquer conexão com esse objeto ou ideia que a despertou. Contudo, existe uma grande diferença entre a ação da Força de Repulsão e o simples sentimento de Indiferença. Talvez uma ilustração torne mais clara a atuação dos sentimentos gêmeos e das Forças gêmeas.
Suponhamos que três homens vão por um caminho e encontram um cachorro doente, coberto de chagas, sofrendo intensamente com dores e sede. É uma evidência para os três homens – os seus sentidos assim o dizem. Agora, vem o sentimento. Dois desses homens têm “interesse” pelo animal, mas no terceiro produz-se um sentimento de “indiferença”. Esse se afasta deixando o cão entregue ao seu destino. Os outros dois detêm-se: ambos estão interessados, mas cada um se manifesta de maneira bastante diferente. O interesse de um homem lhe desperta a simpatia e o desejo de socorrer, impelindo-o a ajudar o pobre animal, a lhe mitigar a dor, a curá-lo. Nele o sentimento de Interesse despertou a Força de Atração. O Interesse do outro homem é de natureza diferente: ele vê apenas um espetáculo repugnante que lhe provoca náuseas, dele desejando livrar-se e ao mundo o mais rapidamente possível. Aconselha, pois que matem o animal e o enterrem. Nesse o Interesse gera a força destrutiva da Repulsão.
Quando o sentimento de Interesse desperta a Força de Atração e é dirigido para objetos e desejos inferiores, estes atuam nas regiões inferiores do Mundo do Desejo, onde a Força de Repulsão neutralizante se manifesta do modo já indicado. A luta travada entre essas duas forças gêmeas – Atração e Repulsão – produz todas as dores e sofrimentos resultantes das ações errôneas e dos esforços mal orientados, sejam ou não intencionais.
Por conseguinte, bem podemos ver quanto é importante o nosso sentimento em relação às coisas, porque dele depende a natureza do ambiente que criamos para nós mesmos. Se amarmos o bem, resguardaremos e alimentaremos tudo o que é bom em volta de nós quais anjos da guarda. Se fizermos o contrário povoaremos nosso caminho de demônios, criados por nós mesmos.
Os nomes das três Regiões Superiores do Mundo do Desejo são: “Região da Vida Anímica”, “Região da Luz Anímica” e “Região do Poder Anímico”. Nestas regiões habitam a Arte, o Altruísmo, a Filantropia e todas as atividades superiores da vida anímica. Quando pensamos nessas regiões como irradiando sobre as formas das regiões inferiores as qualidades indicadas pelos seus nomes, podemos compreender de forma exata as atividades superiores e inferiores. Não obstante, o poder anímico pode ser empregado durante algum tempo com propósitos maléficos, assim como pode ser empregado para o bem. Contudo, finalmente a Força de Repulsão destrói o vício, e sobre as desoladas ruínas, a Força de Atração edifica a virtude. Todas as coisas, em última análise, trabalham em conjunto para o bem.
O Mundo Físico e o Mundo do Desejo não são separados um do outro pelo espaço. Estão “mais próximos do que as mãos e os pés”. Não é necessário deslocar-se para ir de um a outro, nem para ir de uma região a outra que lhe seja próxima. Assim como em nosso Corpo se encontram os sólidos, os líquidos e os gases, interpenetrando-se uns aos outros, assim também estão as diferentes Regiões do Mundo do Desejo dentro de nós. Podemos, outra vez, comparar as linhas de força pelas quais os cristais de gelo se formam na água com as causas invisíveis originárias do Mundo do Desejo, as quais aparecem no Mundo Físico e dão-nos incentivo para agir em qualquer direção.
O Mundo do Desejo, com seus inúmeros habitantes, compenetra o Mundo Físico como as linhas de força compenetram a água – invisível, mas presente e potente em toda parte como “causa” de tudo no Mundo Físico.
O Mundo do Pensamento também se compõe de sete Regiões de diversas qualidades e densidades e, à semelhança do Mundo Físico, o Mundo do Pensamento é dividido em duas principais divisões: a Região do Pensamento Concreto, que compreende as quatro regiões mais densas, e a Região do Pensamento Abstrato, que compreende as três regiões de substâncias mais sutis. O Mundo do Pensamento é o mundo central dos cinco Mundos onde o ser humano obtém seus veículos. Aqui se unem espírito e Corpo. Esse Mundo é também o mais elevado dos três onde presentemente tem lugar a evolução humana. Os outros dois Mundos superiores, no que diz respeito ao ser humano em geral, são ainda praticamente uma esperança.
Sabemos que os materiais da Região Química são empregados para construir todas as formas físicas. A estas formas são dadas vida e o poder de movimento pelas forças que atuam na Região Etérica. Algumas dessas formas viventes são impelidas à ação pelos sentimentos gêmeos do Mundo do Desejo. A Região do Pensamento Concreto proporciona a matéria mental em que se envolvem as ideias geradas na Região do Pensamento Abstrato. Manifestando-se como pensamentos formas, atuam como reguladores e equilibradores dos impulsos originados no Mundo do Desejo pelos impactos recebidos do Mundo dos fenômenos.
Vemos, pois, como os três Mundos em que o ser humano presentemente evolui se completam, formam um todo, o que demonstra a Suprema Sabedoria do Grande Arquiteto do sistema a que pertencemos e a Quem reverenciamos pelo santo nome de Deus.
Examinando mais minuciosamente as diversas divisões da Região do Pensamento Concreto, constatamos que os arquétipos das formas físicas – não importam a qual Reino elas pertençam – encontram-se na sua subdivisão mais inferior, ou seja, na “Região Continental”. Nessa Região Continental estão também os arquétipos dos continentes e das ilhas do mundo, os quais são moldados de acordo com esses arquétipos. As modificações da crosta terrestre devem produzir-se primeiramente na Região Continental. Enquanto o arquétipo-modelo não for modificado, as Inteligências, que para encobrir a nossa ignorância denominamos “Leis da Natureza”, não podem produzir as condições físicas que alteram a conformação da Terra e que são determinadas pelas Hierarquias que dirigem a evolução. Estas planejam as mudanças como o arquiteto projeta as alterações num edifício, antes que os operários lhe deem expressão concreta. Da mesma forma efetuam-se mudanças na flora e na fauna, devido às metamorfoses dos respectivos arquétipos.
Quando falamos dos arquétipos de todas as diferentes formas do Mundo Físico, não devemos julgar que esses arquétipos sejam simples modelos, no mesmo sentido em que falamos de um objeto feito em miniatura ou feito de outro material diferente do apropriado ao seu uso final. Não são simples semelhanças nem modelos das formas que vemos em torno de nós, mas são arquétipos criadores, isto é, modelam as formas do Mundo Físico à sua própria semelhança ou semelhanças, porque, frequentemente, muitos trabalham em conjunto para produzir uma certa espécie, cada arquétipo dando de si mesmo a parte necessária para a construção da forma requerida.
A segunda subdivisão da Região do Pensamento Concreto denomina-se “Região Oceânica”. Poderia ser mais bem descrita como vitalidade fluente e pulsante. Todas as Forças que atuam pelos quatro Éteres que constituem a Região Etérica são vistas aqui como arquétipos. É uma corrente de vida que flui através de todas as formas, assim como o sangue circula pelo Corpo – a mesma vida em todas as formas. Nessa Região o clarividente treinado pode comprovar quanto é verdade que “toda vida é una”.
A “Região Aérea” é a terceira divisão da Região do Pensamento Concreto. Aqui encontramos os arquétipos dos desejos, das paixões, dos sentimentos e das emoções, tais como os que experimentamos no Mundo do Desejo. Aqui todas as atividades do Mundo do Desejo parecem condições atmosféricas. Os sentimentos de prazer e de alegria chegam aos sentidos do clarividente como o beijo das brisas estivais. As aspirações da alma assemelham-se à canção do vento na ramaria do arvoredo, e as paixões das nações em guerra aos lampejos dos relâmpagos. Nessa atmosfera da Região do Pensamento Concreto encontram-se também as imagens das emoções do ser humano e dos animais.
A “Região das Forças Arquetípicas” é a quarta divisão da Região do Pensamento Concreto. É a Região Central e a mais importante dos cinco Mundos onde se efetua a evolução total do ser humano. De um lado dessa Região estão as três regiões superiores do Mundo do Pensamento, mais o Mundo do Espírito de Vida e o Mundo do Espírito Divino. No lado oposto dessa Região de Forças Arquetípicas estão as três regiões inferiores do Mundo do Pensamento, mais o Mundo do Desejo e o Mundo Físico. Portanto essa região torna-se uma espécie de “cruz”, limitada de um lado pelos Reinos do Espírito e do outro pelos Mundos da Forma. E o ponto focal por onde o Espírito se reflete na matéria.
Como seu nome indica, essa Região é o lar das Forças Arquetípicas que dirigem a atividade dos arquétipos na Região do Pensamento Concreto. Dessa Região é que o espírito trabalha na matéria de maneira formativa. O Diagrama 1 demonstra essa ideia em forma esquemática: as formas, nos mundos inferiores, sendo reflexos do Espírito nos Mundos superiores. A quinta Região que é a mais próxima do ponto focal pelo lado do Espírito, reflete-se na terceira Região, a mais próxima do ponto focal pelo lado da Forma. A sexta Região reflete-se na segunda, e a sétima na primeira.
Diagrama 1 – O Mundo Material: um reflexo reverso dos Mundos Espirituais
Toda a Região do Pensamento Abstrato é refletida no Mundo do Desejo; o Mundo do Espírito de Vida na Região Etérica do Mundo Físico e o Mundo do Espírito Divino na Região Química do Mundo Físico.
O Diagrama 2 dá uma ideia compreensível dos sete Mundos que formam a esfera do nosso desenvolvimento, contudo, devemos fixar cuidadosamente que esses Mundos não estão colocados uns acima dos outros, como o Diagrama sugere, mas se interpenetram. Isto é, relacionando o Mundo Físico ao Mundo do Desejo e comparando o Mundo do Desejo com as linhas de força na água em congelamento e a água em si mesma com o Mundo Físico, podemos, igualmente, imaginar essas linhas de força equivalendo a qualquer um dos sete Mundos e a água, segundo o nosso exemplo, correspondendo ao próximo Mundo mais denso na escala. Talvez outro exemplo torne esse assunto mais claro.
Diagrama 2 – Os Sete Mundos
Tomemos uma esponja esférica para representar a Terra densa – a Região Química – e imaginemo-la compenetrada por areia que ultrapasse um pouco toda sua periferia. Essa areia representaria a Região Etérica que, de modo semelhante, compenetrando a Terra densa, estende-se além da atmosfera.
Imaginemos, em seguida, essa esponja com areia dentro de um vaso esférico cheio de água pura, um pouco maior que a esponja com a areia, mas, precisamente, no centro do vaso como a gema está no centro do ovo. Temos, então, um espaço de água limpa entre a areia e o vaso. A água representaria o Mundo do Desejo porque, da mesma forma que ela se insinuaria por entre os grãos de areia através de todos os poros da esponja formando uma camada mais limpa, assim também o Mundo do Desejo compenetra a Terra densa e o Éter e se estende além dessas substâncias.
Sabendo que na água existe ar, se imaginarmos o ar contido na água (do nosso exemplo) como representando o Mundo do Pensamento, podemos obter uma imagem mental mais clara da maneira como o Mundo do Pensamento, mais fino e sutil do que os outros dois, os interpenetra.
Finalmente, imaginando o vaso que contém a esponja, a areia e a água, colocado no centro de outro vaso esférico maior, o ar existente entre ambos os vasos representaria a parte do Mundo do Pensamento que se estende para além do Mundo do Desejo.
Cada um dos Planetas do nosso Sistema Solar tem esses três Mundos que se interpenetram. Se imaginarmos cada um desses Planetas consistindo de três Mundos como sendo esponjas individuais, e o quarto Mundo – o Mundo do Espírito de Vida – como sendo a água contida em um vaso maior, na qual nadem separadas, essas esponjas tríplices, compreenderemos que, assim como a água do recipiente maior enche o espaço compreendido entre as esponjas e as compenetra, assim também o Mundo do Espírito de Vida se difunde pelos espaços interplanetários e interpenetra os Planetas individuais. Esse Mundo estabelece um vínculo comum entre os Planetas e do mesmo modo que para ir-se da América à África é necessário ter-se um barco e poder dirigi-lo, assim também se requer um veículo apropriado ao Mundo do Espírito de Vida, sob controle consciente, para se poder viajar de um a outro Planeta.
De maneira semelhante àquela pela qual o Mundo do Espírito de Vida nos põe em relação com os outros Planetas do nosso Sistema Solar, o Mundo do Espírito Divino nos correlaciona com os outros Sistemas Solares. Podemos comparar os Sistemas Solares a esponjas separadas, submersas no Mundo do Espírito Divino. Compreenderemos assim que, para se poder viajar de um Sistema Solar a outro é necessária a capacidade de se atuar, conscientemente, no mais elevado dos veículos do ser humano, o Espírito Divino.
CAPÍTULO II – OS QUATRO REINOS
Os três Mundos do nosso Planeta são atualmente o campo onde se processa a evolução de diversos Reinos de vida em vários graus de desenvolvimento. Destes, só quatro nos interessam presentemente, a saber: o mineral, o vegetal, o animal e o humano.
Estes quatro Reinos estão relacionados com os três Mundos de maneiras diferentes, de acordo com o progresso conseguido por esses grupos de vida em evolução na escola da experiência. No que diz respeito à forma, os Corpos Densos de todos os Reinos são compostos das mesmas substâncias químicas: sólidos, líquidos e gases da Região Química. O Corpo Denso do ser humano é um composto químico tanto quanto o da pedra, se bem que essa última esteja ocupada só pela vida mineral. Todavia, mesmo falando do ponto de vista puramente físico e deixando à margem qualquer outra consideração, notamos várias diferenças importantes se comparamos o Corpo Denso do ser humano com o mineral da Terra. O ser humano move-se, cresce e propaga a sua espécie, mas o mineral, em seu estado natural, nada disso pode fazer.
Comparando o ser humano com os vegetais verificamos que ambos, planta e ser humano, têm um Corpo Denso, capaz de crescer e propagar-se. Contudo, o ser humano tem faculdades que a planta não possui: sente, tem o poder de mover-se e perceber as coisas que estão fora dele.
Quando comparamos o ser humano com os animais constatamos que ambos possuem as faculdades da sensação, movimento, crescimento, propagação e senso de percepção. Contudo, o ser humano tem, ainda, a faculdade da linguagem, uma estrutura cerebral superior e as mãos, os quais são uma grande vantagem física. É de notar-se especialmente o desenvolvimento do polegar que torna a mão humana muitíssimo mais útil do que a do antropoide. O ser humano desenvolveu, além disso, uma linguagem definida com a qual expressa seus pensamentos e sentimentos. Tudo, enfim, situa o Corpo Denso do ser humano em uma classe à parte, mais avançada do que as dos três Reinos inferiores.
Para compreender as diferenças entre os quatro Reinos é preciso buscar nos Mundos invisíveis as causas que dão a um Reino o que a outros é negado.
Para funcionar-se em qualquer Mundo e expressar as qualidades que lhe são peculiares, é necessário antes de tudo, possuir-se um veículo formado de sua matéria. Para funcionarmos no Mundo Físico denso precisamos de um Corpo Denso adaptado ao nosso ambiente. Se assim não fosse seríamos fantasmas, como geralmente dizem, e seríamos invisíveis à maioria dos seres físicos. Assim, também precisamos de um Corpo Vital para poder expressar vida, crescimento ou externar as outras qualidades pertinentes à Região Etérica.
Para expressar sentimentos e emoções é necessário ter um veículo composto de matéria do Mundo do Desejo, e uma Mente, formada por substância da Região Concreta do Mundo do Pensamento é necessária para tornar o pensamento possível.
Ao examinarmos os quatro Reinos em relação à Região Etérica, constatamos que o mineral não possui Corpo Vital separado. Logo compreendemos a razão por que não pode crescer, nem se propagar ou nem mostrar vida com sensações.
Como hipótese necessária para sustentar outros fatos conhecidos, a ciência materialista admite que no sólido mais denso, tanto quanto no gás mais rarefeito e atenuado, não se tocam sequer dois átomos; que existe um envoltório de Éter ao redor de cada átomo; e que os átomos no universo flutuam em um oceano de Éter.
O cientista ocultista sabe que isso é exato na Região Química, e que o mineral não possui um Corpo Vital de Éter separado. E, como o Éter planetário é o único que envolve os átomos do mineral, compreende-se então a diferença acima. Como já dissemos, é necessário ter um Corpo Vital, um Corpo de Desejos separados, etc., para poder expressar as qualidades correspondentes aos diferentes Reinos, porque os átomos do Mundo do Desejo, do Mundo do Pensamento e até dos Mundos superiores interpenetram o mineral, da mesma forma que interpenetram o Corpo Denso humano. Se a interpenetração do Éter planetário, o Éter que envolve os átomos do mineral, fosse bastante para permitir-lhe sentir e propagar-se, sua interpenetração pelo Mundo do Pensamento planetário seria também suficiente para permitir-lhe pensar, o que não pode acontecer por faltar-lhe um veículo separado. O mineral é penetrado somente pelo Éter planetário e é, portanto, incapaz de crescimento individual. Todavia, como o mais inferior dos quatro Éteres – o Químico – é ativo no mineral, a ele são devidas as forças químicas nos minerais.
Considerando agora a planta, o animal e o ser humano em relação à Região Etérica, notamos que cada um deles tem um Corpo Vital separado, além de serem compenetrados pelo Éter planetário que forma a Região Etérica. Existe, não obstante, uma diferença entre o Corpo Vital da planta e os Corpos Vitais do animal e do ser humano. No Corpo Vital da planta estão em plena atividade somente o Éter Químico e o Éter de Vida. Portanto, a planta pode crescer pela ação do Éter Químico e propagar a sua espécie mediante a atividade do Éter de Vida do Corpo Vital separado que possui. O Éter de Luz também está presente, embora parte latente, e falta o Éter Refletor, por completo. Portanto, é óbvio que as faculdades sensoriais e a memória, que são qualidades desses Éteres, não podem ser expressas pelo Reino Vegetal.
Se dirigirmos nossa atenção para o Corpo Vital do animal, constatamos que nele os Éteres Químico, de Vida e de Luz são dinamicamente ativos. Consequentemente, o animal possui as qualidades de assimilação e crescimento, originadas pelas atividades do Éter Químico, e a faculdade de propagar-se por meio do Éter de Vida, comuns aos Reinos Vegetal e Animal. Contudo, além disso, e devido à ação do terceiro ou Éter de Luz, ele tem as faculdades de gerar calor interno e de percepção sensorial. O quarto Éter, todavia, é inativo no animal, pelo que carece de pensamento e de memória. O que a isso se assemelha, é de natureza diferente, como adiante demonstraremos.
Quando analisamos o ser humano, vemos que os quatro Éteres são dinamicamente ativos em seu altamente organizado Corpo Vital. Por meio das atividades do Éter Químico ele é capaz de assimilar o alimento e crescer; as forças ativas no Éter de Vida capacitam-no a propagar sua espécie; as forças no Éter de Luz suprem seu Corpo Denso de calor, atuam sobre seu Sistema Nervoso e músculos, abrindo-lhe assim as portas da comunicação com o mundo externo por meio dos sentidos; e o Éter Refletor capacita o Espírito a controlar seu veículo por meio do pensamento. Esse Éter armazena, ainda, experiências passadas sob a forma de memória.
O Corpo Vital da planta, do animal e do ser humano estende-se além da periferia do Corpo Denso, do mesmo modo que a Região Etérica, que é o Corpo Vital de um Planeta, estende-se além da parte densa deste, o que demonstra, mais uma vez, a veracidade do axioma Hermético: “Como em cima, assim é embaixo”. A distância dessa extensão do Corpo Vital do ser humano é cerca de uma polegada e meia[2]. A parte que está fora do Corpo Denso é muito luminosa, e aparenta a cor da flor recém-aberta do pessegueiro. Ela é vista muitas vezes por pessoas que possuem certa clarividência involuntária. O autor verificou, ao falar com tais pessoas, que as mesmas, não crendo tratar-se de algo incomum, frequentemente não compreendem o que veem.
O Corpo Denso, construído na matriz do Corpo Vital durante a vida pré-natal, com uma exceção, é a cópia exata, molécula por molécula, do Corpo Vital. Assim como as linhas de força na água congelada são os condutores para a formação dos cristais de gelo, as linhas de força no Corpo Vital determinam a forma do Corpo Denso. Durante toda a vida o Corpo Vital é o construtor e restaurador da forma densa. Se não fosse pelo coração etérico, o coração denso romper-se-ia rapidamente em consequência da tensão que lhe impomos continuamente. Todos os abusos praticados com o Corpo Denso são neutralizados pelo Corpo Vital, tanto quanto é possível, o qual trava uma luta constante contra a morte do Corpo Denso.
A exceção referida consiste no fato de que o Corpo Vital do homem é feminino ou negativo, enquanto o da mulher é masculino ou positivo. Nisso reside a chave de numerosos e intrincados problemas da vida. A mulher dá vazão às suas emoções pela polaridade indicada devido ao seu Corpo Vital positivo que gera um excesso de sangue. Isso a obriga a trabalhar sob enorme pressão interna, a qual romperia o envoltório físico se não houvesse uma válvula de segurança. Essa válvula é, por um lado, o fluxo periódico e, por outro, as lágrimas que em ocasiões especiais limitam a pressão, posto que ambos: fluxo periódico e lágrimas é realmente uma “hemorragia branca”.
O homem pode ter – e tem – emoções tão fortes quanto às da mulher, mas geralmente ele é capaz de dominá-las sem lágrimas, pois seu Corpo Vital negativo não gera quantidade de sangue maior do que aquela que pode controlar com facilidade.
Contrariamente ao que sucede com os veículos superiores da humanidade, o Corpo Vital (salvo em certas circunstâncias que explicaremos adiante, quando chegarmos ao assunto “Iniciação”) geralmente não abandona o Corpo Denso até o momento da morte. Então as forças químicas do Corpo Denso, já fora do domínio da vida evolutiva, tratam de restituir a matéria à sua condição primitiva, desintegrando-a e assim, tornando-a apta para a formação de outras formas na economia da Natureza. A desintegração, portanto, é devida à atividade das forças planetárias no Éter Químico.
A contextura do Corpo Vital pode ser grosso modo, comparada a essas molduras de quadros formados por centenas de pequenas peças de madeira que se encaixam e apresentam inumeráveis pontos ao observador. O Corpo Vital apresenta, ao observador, milhões de pontos. Estes pontos encaixam-se no interior dos átomos densos e, ao os imbuir de força vital, fazem-nos vibrar muito mais intensamente que os dos minerais da terra ainda não submetidos a essa aceleração e animação.
Quando uma pessoa está se afogando, ou caindo de uma grande altura, ou se enregela, o Corpo Vital abandona o Corpo Denso. Em consequência, os átomos desse tornam-se momentaneamente inertes. Quando a pessoa se reanima ou volta a si ele reentra no Corpo Denso, voltando os “pontos” minúsculos a introduzir-se nos átomos densos. A inércia dos átomos causa neles certa resistência ao reinicio da vibração, e essa é a causa da intensa sensação de formigamento que ocorre em tais ocasiões. Essa sensação normalmente não é notada pela mesma razão que temos consciência do parar ou começar a trabalhar de um relógio, mas não atentamos para o seu tique-taque enquanto trabalha.
Em certos casos o Corpo Vital deixa parcialmente o Corpo Denso como, por exemplo, quando a mão “adormece”. Pode-se ver então a mão etérica do Corpo Vital pendendo como uma luva, sob o braço denso. E os pontos, introduzindo-se novamente na mão física, causam o mesmo formigamento peculiar já referido. Às vezes, na hipnose, a cabeça do Corpo Vital divide-se e pende para os lados da cabeça do Corpo Denso, metade sobre cada ombro, ou permanece em volta do pescoço como a gola de um suéter. A ausência do formigamento ao despertar deve-se ao fato de que, durante a hipnose, parte do Corpo Vital do hipnotizador substituiu parte do Corpo Vital da vítima.
Quando se usam anestésicos, o Corpo Vital é parcialmente expulso juntamente com os demais veículos superiores. Se a aplicação é excessiva, o Éter de Vida é expelido e a morte sobrevém. O mesmo fenômeno pode ser observado nos médiuns materializantes. Na realidade a diferença entre o médium materializante e as pessoas comuns é a seguinte: no homem ou mulher comum os Corpos: Vital e Denso, no atual estado da evolução, acham-se firmemente interligados um no outro, enquanto no médium essa conexão é mais fraca. Nem sempre foi assim, e tempo virá novamente em que o Corpo Vital poderá abandonar normalmente o Corpo Denso, mas presentemente esse processo ainda não se completou. Quando um médium permite que seu Corpo Vital seja usado por entidades do Mundo do Desejo que querem materializar-se, esse Corpo geralmente “sai” pelo lado esquerdo – pelo baço – a sua “porta” particular. Então, as forças vitais não podendo fluírem por todo o Corpo como habitualmente o fazem, o médium fica extenuado. Por isso alguns recorrem até ao uso de estimulantes para contrabalançar esses efeitos convertendo-se, com o tempo, em beberrões incuráveis.
A força vital do Sol que nos rodeia como um fluido incolor é absorvida pelo Corpo Vital através da contraparte etérica do baço, onde passa por uma curiosa transformação de cor. Torna-se rosa-pálido e se espalha pelos nervos, percorrendo todo o Corpo Denso. Em relação ao Sistema Nervoso, a força vital é o mesmo que a eletricidade para o telégrafo. Embora haja fios, aparelhos e telegrafistas, tudo em boa ordem, se não houver eletricidade será impossível enviar mensagens.
O Ego, o cérebro e o Sistema Nervoso podem estar, aparentemente, em perfeita ordem, mas se falta força vital para levar a mensagem do Ego através dos nervos aos músculos, o Corpo Denso permanecerá inerte. É precisamente isto o que sucede quando se paralisa uma parte do Corpo Denso, o Corpo Vital adoeceu e a força vital já não pode fluir. Em tais casos, como na maioria das enfermidades, a perturbação está nos veículos invisíveis. O reconhecimento desse fato, consciente ou inconscientemente, dá motivos a que médicos, dos mais famosos, empreguem a sugestão – atuando sobre os veículos superiores – como medicação auxiliar. Quanto mais fé e esperança o médico possa incutir no paciente, tanto mais rapidamente poderá desaparecer a doença e dar lugar à perfeita saúde.
Durante a saúde o Corpo Vital especializa uma superabundância de força vital que, depois de atravessar o Corpo Denso, irradia-se em linhas retas em todas as direções desde sua periferia, como os raios que se irradiam do centro de um círculo. Contudo, nos casos de doença, o Corpo Vital atenua-se e, então, não pode absorver a mesma quantidade de força, para continuar alimentando o Corpo Denso. Então, as linhas do fluido vital que sobressaem do Corpo curvam-se e decaem, mostrando a falta de força que se produziu. Em estado saudável, a grande força destas irradiações repele os germes e micróbios, inimigos da saúde do Corpo Denso, mas na enfermidade, quando a força vital é fraca, essas emanações não conseguem eliminar com a mesma facilidade os germes da doença. Portanto, é maior o perigo de contrair uma doença quando são baixas as forças vitais do que quando a saúde é robusta.
Nos casos de amputação de partes do Corpo Denso, o Éter planetário é o único a acompanhar a parte separada. O Corpo Vital separado e o Corpo Denso desintegram-se sincronicamente após a morte. O mesmo sucede com a contraparte etérica do membro amputado: ir-se-á desintegrando gradualmente com o membro denso. Contudo, nesse ínterim o ser humano ainda conserva o membro etérico, daí sua asserção de que pode sentir seus dedos ou dores nos mesmos. Existe também uma conexão entre o membro sepultado e a sua contraparte etérica, independentemente da distância. Sabe-se do caso de um ser humano que sentiu uma dor aguda, algo assim como se lhe tivessem cravado um prego em sua perna amputada. A dor persistiu até que, exumada a perna, verificou-se que efetivamente nela tinha sido cravado um prego no momento de a encaixotarem para enterrar. Removido o prego, a dor cessou instantaneamente. Nas mesmas circunstâncias estão as pessoas que continuam a sofrer dor no membro amputado, mesmo decorridos dois ou três anos após a operação. Depois desse tempo a dor cessa. Isto é devido à permanência da enfermidade na parte etérica, não amputada. Contudo, logo que a parte amputada se desintegra o membro etérico também se desintegra, e a dor desaparece.
Tendo observado as relações dos Quatro Reinos com a Região Etérica do Mundo Físico, estudemos agora sua relação com o Mundo do Desejo.
Tanto os minerais quanto as plantas carecem de Corpo de Desejos separado. Estão compenetrados unicamente pelo Corpo de Desejos planetário, ou seja, pelo Mundo do Desejo. Não possuindo veículo separado, são incapazes de sentir, de desejar, de se emocionar, faculdades estas que pertencem ao Mundo do Desejo. A pedra nada sente quando é quebrada, mas seria errôneo deduzir-se que não há qualquer sentimento relacionado com tal ato. Essa é a opinião do materialista e da massa incompreensiva. O cientista ocultista sabe que não há ato algum, grande ou pequeno, que não seja sentido através do universo. Embora por falta de um Corpo de Desejos individual a pedra não possa sentir, o Espírito da Terra sente, porque é o seu Corpo de Desejos que compenetra a pedra. Se um ser humano corta o dedo, esse não sente dor simplesmente por não ter Corpo de Desejos separado, mas o ser humano sente, porque seu Corpo de Desejos compenetra o dedo. Se uma planta é arrancada pela raiz, o Espírito da Terra sente de modo equivalente ao ser humano a quem arranquem um cabelo. A Terra é um Corpo vivo e sensível. Todas as formas sem Corpo de Desejos separado, por meio do qual o espírito pode sentir, estão inclusas no Corpo de Desejos da Terra, e esse Corpo de Desejos possui sensibilidade. Quebrar uma pedra ou cortar uma flor causa prazer à Terra, ao passo que arrancar uma planta pela raiz causa sofrimento. A razão disto será esclarecida na última parte dessa obra, pois nesse ponto qualquer explicação seria incompreensível para a maioria dos leitores.
O Mundo do Desejo planetário pulsa através dos Corpos Denso e Vital do animal e do ser humano, da mesma maneira que compenetra o mineral e a planta. Contudo, além disso, o animal e o ser humano possuem Corpos de Desejos separados que os capacitam a sentir desejos, emoções e paixões. Contudo, existe uma diferença entre eles: o Corpo de Desejos do animal é inteiramente formado por matéria das regiões mais densas do Mundo do Desejo, enquanto no do ser humano, mesmo nas raças mais inferiores, um pouco da matéria das regiões superiores entra em sua composição. Os sentidos dos animais e das raças humanas inferiores focalizam-se quase inteiramente na satisfação dos desejos e paixões mais inferiores, cuja expressão se encontra na matéria das regiões inferiores do Mundo do Desejo. Por isso e para que possam ter emoções mais elevadas, educá-las e dirigi-las para objetivos superiores, necessitam da matéria correspondente em seus Corpos de Desejos. À medida que o ser humano progride na escola da vida suas experiências ensinam-no, e seus desejos se tornam melhores, mais puros. Dessa forma, gradativamente, a matéria do Corpo de Desejos passa por uma correspondente modificação. A matéria mais pura e brilhante das regiões superiores do Mundo do Desejo substitui as cores sombrias da parte inferior. O Corpo de Desejos aumenta de tamanho, de modo que o de um santo torna-se verdadeiramente algo glorioso a ser observado, de transparência luminosa, e de uma pureza de cores incomparável, impossível de descrever. Só o vendo é possível apreciá-lo.
Atualmente, na composição do Corpo de Desejos da grande maioria dos seres humanos entra matéria das regiões superiores e inferiores. Ninguém é tão mau que não tenha algo de bom. Isto é expressão da matéria das regiões superiores que encontramos em seus Corpos de Desejos. Por outro lado, são muito poucos os tão bons que não empreguem alguma matéria das regiões inferiores.
Do mesmo modo que os Corpos: Vital e de Desejos planetários interpenetram a matéria densa da Terra, como vimos no exemplo da esponja, da areia e da água, assim também os Corpos: Vital e de Desejos interpenetram o Corpo Denso da planta, do animal e do ser humano. Contudo, durante a vida, o Corpo de Desejos do ser humano não tem a mesma forma que seus Corpos Denso e Vital. Somente após a morte ele assume essa forma. Durante a vida tem simplesmente a aparência de um ovoide luminoso que, nas horas de vigília, envolve completamente o Corpo Denso, assim como no ovo a clara envolve a gema. Estende-se de doze a dezesseis polegadas[3] além do Corpo Denso. Nesse Corpo de Desejos existe certo número de centros sensoriais que ainda se encontram em estado latente na maioria dos seres humanos. O despertar destes centros de percepção corresponde ao descerrar dos olhos no cego do nosso exemplo anterior. A matéria do Corpo de Desejos humano permanece em movimento continuo de incrível rapidez. Nem há nele um lugar estável para qualquer partícula, como no Corpo Denso. A matéria que num determinado momento está na cabeça, encontra-se nos pés ao instante seguinte, para voltar outra vez. Não há órgão algum no Corpo de Desejos, como nos Corpos Denso e Vital, mas há centros de percepção que ao entrarem em atividade parecem vórtices, sempre permanecendo na mesma posição em relação ao Corpo Denso. A maioria desses vórtices encontra-se em volta da cabeça. Na maioria das pessoas esses centros não passam de simples remoinhos, sem utilidade como meios de percepção. Podem ser despertados, contudo, ainda que dos métodos usados dependam os resultados conseguidos.
No clarividente involuntário, desenvolvido no sentido negativo e impróprio, estes vórtices giram da direita para a esquerda, ou seja, na direção oposta à dos ponteiros de um relógio.
No Corpo de Desejos do clarividente voluntário, devidamente desenvolvido, os vórtices giram na mesma direção dos ponteiros de um relógio, fulgurando esplendorosamente e ultrapassam muito a brilhante luminosidade do Corpo de Desejos comum. Estes centros, como meios de percepção das coisas no Mundo do Desejo, permitem ao clarividente voluntário ver e investigar à vontade, ao passo que as pessoas cujos centros giram da direita para a esquerda são como espelhos que refletem o que se passa em sua frente, e por isso mesmo incapazes de obter informações reais. A razão disto será explicada mais adiante, mas o que ficou dito constitui uma das diferenças fundamentais entre um médium e um clarividente desenvolvido de modo apropriado. Para muitas pessoas é quase impossível distinguir entre ambos, mas existe uma regra que todo mundo pode seguir com plena confiança: nenhum clarividente genuinamente desenvolvido utiliza-se de sua faculdade por dinheiro ou coisa equivalente, nem tampouco para satisfazer curiosidades, mas só e unicamente para ajudar a humanidade.
Quem quer que seja capaz de ensinar o método apropriado para o desenvolvimento dessa faculdade nunca cobrará nada, nem sequer por uma só lição. Os que pedem ou recebem dinheiro para exercer essa faculdade ou dar lições sobre ela, nada possuem que valha a pena pagar. A regra mencionada é guia seguríssimo e pode ser seguida com absoluta confiança.
Num futuro bastante longínquo o Corpo de Desejos do ser humano será organizado definitivamente, conforme atualmente estão os Corpos: Vital e Denso. Quando esse estágio for alcançado todos nós teremos o poder de funcionar no Corpo de Desejos tal como funcionamos agora no Corpo Denso que, contrariamente ao Corpo de Desejos – mais novo, por assim dizer – é o mais antigo e melhor organizado dos Corpos do ser humano.
O Corpo de Desejos está radicado no fígado, assim como o Corpo Vital está no baço.
Em todos os seres de sangue quente, que possuem sensações, paixões e emoções – os quais se expressam no mundo com desejos – são os mais altamente desenvolvidos e os que realmente vivem em toda a extensão do termo, não vegetam meramente; em tais criaturas as correntes do Corpo de Desejos fluem do fígado para o exterior. A matéria de desejos flui continuamente em correntes que circulam ao longo de linhas curvas por todos os pontos da periferia do ovoide, e retornam ao fígado através de certo número de vórtices, assim como a água em ebulição flui continuamente para fora da fonte de calor, a ela retornando uma vez completado o ciclo.
As plantas são carentes desse princípio impulsivo e energético. Daí elas não poderem manifestar vida e movimento, conforme os organismos mais altamente desenvolvidos.
Onde há vitalidade e movimento, mas não sangue vermelho, não existe Corpo de Desejos separado. O ser encontra-se num estado de transição da planta para o animal, e, portanto, move-se totalmente sob o impulso do Espírito-Grupo.
Nos animais de sangue frio, que têm fígado e sangue vermelho existe um Corpo de Desejos separado, e o Espírito-Grupo dirige as correntes para dentro, porque nesse caso o espírito separado (do peixe ou do réptil individual, por exemplo) está completamente fora do veículo denso.
Quando o organismo evolui ao ponto de o espírito separado poder começar a entrar em seus veículos, então o espírito individual começa a dirigir as correntes para fora. É o princípio da existência passional e do sangue quente. O sangue vermelho e quente, no fígado do organismo suficientemente evoluído para ter um espírito interno, o qual energiza as correntes de matéria de desejo que se exteriorizam, é que leva o ser humano e o animal a manifestar desejos e paixões. Nos animais, o espírito não está completamente dentro dos seus veículos. Isto só ocorrerá quando os pontos do Corpo Vital e do Corpo Denso se corresponderem, como se explica no Capitulo XII. Por essa razão o animal não é um “ser vivente”, isto é, não vive tão completamente como o ser humano, nem é capaz de ter desejos e emoções tão sutis como as do ser humano, porque não tem plena consciência.
Os mamíferos atuais se encontram em plano superior ao do ser humano quando passou pela fase animal de sua evolução. Isto é devido a terem sangue vermelho e quente, o que naquele estágio o ser humano não possuía. Essa diferença de condição deve-se ao caminho em espiral da evolução. Isto explica ainda por que o ser humano é agora um tipo de humanidade superior à que formaram os Anjos atuais quando se encontravam no estágio chamado humano. Os mamíferos de hoje, que alcançaram sangue vermelho e quente e são capazes de, até certo ponto, experimentarem desejos e emoções, serão no Período de Júpiter um tipo de humanidade melhor e mais pura do que essa que atualmente somos. Todavia, alguns da nossa humanidade atual, mesmo no Período de Júpiter, serão abertamente malvados. Não poderão, como agora, ocultar suas paixões, mas serão desavergonhados em relação ao mal que estarão fazendo.
À luz dessa exposição sobre as relações entre o fígado e a vida do organismo, é digno de nota o fato de que em várias línguas europeias (inglês, alemão e escandinavo) a palavra fígado (liver) significa tanto esse órgão do Corpo quanto “aquele que vive”.
Dirigindo a nossa atenção à relação dos quatro Reinos com o Mundo do Pensamento notamos que os minerais, os vegetais e os animais carecem de um veículo que os correlacione com esse Mundo. Todavia, sabemos que alguns animais pensam. Contudo, são os animais domésticos mais avançados que permaneceram gerações inteiras em estreito contato com o ser humano, despertando por isso mesmo faculdades que outros animais, desprovidos dessa vantagem, não possuem. Isto se baseia no mesmo princípio que faz com que um fio altamente carregado de eletricidade “induza” uma corrente mais fraca em outro que lhe esteja próximo, assim como um ser humano de forte moralidade pode despertar uma tendência parecida em outro de natureza mais débil, ou assim como esse pode ser dominado pela influência negativa de caracteres malignos. Tudo quanto fazemos, dizemos, ou somos, reflete-se em torno de nós. Eis a razão por que pensam os mais avançados animais domésticos. Por serem os mais elevados de sua espécie, estão quase no ponto da individualização, e as vibrações da Mente do ser humano têm “induzido” neles uma atividade similar, de ordem inferior. Salvo essa exceção, o Reino Animal não adquiriu ainda a faculdade de pensar. Não estão ainda individualizados. Isto é o que constitui a grande e importante diferença entre o ser humano e os demais Reinos. O ser humano é um indivíduo. Os animais, os vegetais e os minerais dividem-se em espécies. Não estão individualizados no mesmo sentido em que se encontra o ser humano.
Certo é que dividimos a humanidade em raças, tribos e nações, e que notamos a diferença entre os caucasianos, os negros, os indianos, etc. Contudo, a questão não é esta. Se quisermos estudar as características do leão, do elefante ou de qualquer outra espécie de animais inferiores, é necessário apenas tomar qualquer exemplar da espécie. Conhecidas as características de um animal, conheceremos as características da espécie a que pertence. Todos os membros da mesma tribo animal são semelhantes. Isto é um fato. Um leão, ou seu pai ou seu filho, todos se assemelham, não há diferença alguma na maneira como poderão agir sob as mesmas circunstâncias. Todos têm as mesmas preferências e aversões; um é igual ao outro.
No entanto isto não acontece com os seres humanos. Se quisermos conhecer as características dos negros, não basta examinar um só indivíduo. Seria necessário examinar cada um individualmente e, ainda assim, não chegaríamos a conhecer realmente aos negros “como um todo”. Isso simplesmente porque o que é uma característica do indivíduo não pode aplicar-se à raça coletivamente.
Se quisermos conhecer o caráter de Abraão Lincoln, de nada nos servirá estudar o caráter de seu pai, de seu avô, ou de seu filho, porque eles difeririam completamente entre si. Cada um tinha suas próprias peculiaridades totalmente distintas das idiossincrasias de Abraão Lincoln.
Por outro lado, podemos descrever os minerais, os vegetais e os animais se prestarmos atenção às características de um de cada espécie, enquanto nos seres humanos há tantas espécies quanto são os indivíduos. Cada indivíduo – cada pessoa, é uma espécie – é uma lei em si mesmo, inteiramente separado e distinto de qualquer outro indivíduo, tão diferente dos seus concidadãos como diferentes são duas espécies distintas do Reino inferior. Podemos escrever a biografia de um ser humano, mas não a de um animal, porque não a poderia ter. Isto resulta de existir em cada ser humano um espírito individual, interno, que dita os pensamentos e ações de cada ser humano individual, enquanto existe apenas um “Espírito-Grupo”, comum a todos os diferentes animais ou plantas da mesma espécie. O Espírito-Grupo atua sobre todos eles agindo de fora. Ambos, o tigre que perambula nas florestas da Índia e o tigre encerrado na jaula de um parque zoológico são expressões do mesmo Espírito-Grupo. A ambos influencia, de maneira idêntica, o Mundo do Desejo, um dos mundos internos, onde a distância quase não existe.
Os Espíritos-Grupo dos três Reinos inferiores estão diferentemente situados nos Mundos superiores, como veremos quando investigarmos a consciência dos diversos Reinos. Contudo, para compreender, convenientemente, as posições desses Espíritos-Grupo nos mundos internos, é necessário recordar-se e compreender-se claramente o que foi dito sobre todas as formas do mundo visível: são cristalizações de modelos e ideias dos mundos internos, conforme os exemplos do arquiteto e do inventor de máquinas. Assim como os sucos do Corpo brando e viscoso do caracol se cristalizam na crosta dura que carrega sobre as costas, também os Espíritos nos Mundos superiores cristalizam semelhantemente, fora de si mesmos, os Corpos materiais, densos, dos diferentes Reinos.
Assim, os chamados Corpos “superiores”, tão refinados e sutis que chegam a ser invisíveis, não são, de maneira alguma, “emanações” do Corpo Denso. Os veículos densos de todos os Reinos correspondem à concha do caracol que é a cristalização dos seus sucos. O caracol representa o espírito, e seus sucos em via de cristalização representam a Mente, o Corpo de Desejos e o Corpo Vital. Estes diversos veículos foram emanados pelo espírito de si mesmo, com o propósito de adquirir experiência através deles. É o espírito que move o Corpo Denso à vontade, como o caracol move a sua concha, e não o Corpo que governa os movimentos do espírito. Quanto mais estreitamente pode o espírito pôr-se em contato com o seu veículo, mais pode dominá-lo e expressar-se por seu intermédio, e vice-versa. Essa é a chave dos diferentes estados de consciência nos diferentes Reinos. O estudo dos Diagramas 3 e 4 dará uma compreensão clara dos veículos de cada Reino, da maneira como estão correlacionados com os diferentes Mundos e dos estados de consciência resultantes.
Diagrama 3 – Os Veículos dos Quatro Reinos
O Diagrama 3 mostra que o Ego separado é segregado definitivamente dentro do Espírito Universal na Região do Pensamento Abstrato, e que unicamente o ser humano possui a cadeia completa de veículos que o correlaciona com todas as divisões dos três Mundos. O animal carece de um elo dessa cadeia: a Mente; a planta carece de dois elos: a Mente e o Corpo de Desejos; e o mineral carece de três dos elos da cadeia necessária para funcionar conscientemente no Mundo Físico: a Mente, o Corpo de Desejos e o Corpo Vital.
A razão das várias diferenças é que o Reino Mineral é a expressão da última corrente de vida evolutiva; o Reino Vegetal é animado por uma Onda de Vida mais antiga no caminho da evolução; a Onda de Vida do Reino Animal tem um passado mais antigo ainda; e o ser humano, isto é, a vida que se expressa atualmente através da forma humana, tem atrás de si, a mais longa jornada de todos os quatro Reinos, seguindo, portanto, na dianteira. Em seu devido tempo as três ondas de vida que agora animam os três Reinos inferiores alcançarão o estado humano, e nós teremos passado a um estado de desenvolvimento superior.
Para compreendermos o grau de consciência que resulta da posse dos veículos empregados pela vida evolutiva nos quatro Reinos, dirijamos nossa atenção ao Diagrama 4.
Diagrama 4 – A Consciência dos Quatro Reinos
O ser humano – o Ego, o Pensador – desceu à Região Química do Mundo Físico e, nela começando a dirigir os seus veículos, obteve o estado de consciência de vigília e continua aprendendo a controlar esses veículos. Os órgãos do Corpo de Desejos e os da Mente não se desenvolveram ainda. O último nem sequer é ainda um Corpo. Atualmente não é mais do que um simples elo, um envoltório, que o Ego usa como ponto focal. É o último dos veículos que se formaram. O espírito trabalha gradualmente da substância mais sutil a mais densa, construindo assim os veículos, primeiro em substância sutil e depois em substância cada vez mais densa. O Corpo Denso foi o primeiro a ser construído e chegou agora ao seu quarto grau de densidade; o Corpo Vital encontra-se em seu terceiro estágio; o Corpo de Desejos está no segundo, sendo, portanto ainda como uma nuvem; e o envoltório mental é ainda mais sutil. Como esses veículos não desenvolveram ainda quaisquer órgãos fica evidente que isolados seriam inúteis como veículos de consciência. Entretanto, o Ego penetra dentro do Corpo Denso, liga tais veículos sem órgãos com os centros físicos dos sentidos, e assim obtém o estado de consciência de vigília no Mundo Físico.
O Estudante deve notar, de modo especial, que estes veículos superiores têm valor presentemente porque estão conectados com o Corpo Denso, cujo mecanismo é tão esplendidamente organizado. Desse modo não cometerá o erro, tão frequente em muitas pessoas, de menosprezar o Corpo Denso ao saber que existem Corpos superiores, dele falando como de coisa “grosseira” e “vil” e dirigindo os olhos ao céu ansioso por abandonar logo esse amálgama de barro terreno para voar nos seus “veículos superiores”.
Tais pessoas, geralmente, não compreendem a diferença entre “superior” e “perfeito”. Certamente o Corpo Denso é o veículo mais inferior no sentido de ser o mais pesado e por relacionar o ser humano com o mundo dos sentidos, com todas as limitações que isso implica. Contudo, como já dissemos, tem atrás de si um enorme período evolutivo, está em seu quarto grau de desenvolvimento e atingiu presentemente um maravilhoso e grandioso grau de eficiência. É o veículo melhor organizado de todos os que o ser humano possui agora e tempo virá em que alcançará a perfeição. O Corpo Vital está em seu terceiro grau evolutivo e menos organizado do que o Corpo Denso. O Corpo de Desejos e a Mente são ainda, como se disse, meras nuvens – quase completamente desorganizados. Nos seres humanos mais inferiores estes veículos nem mesmo são ovoides definidos, mas sim formas indefinidas.
O Corpo Denso é um instrumento admiravelmente construído, o que pode ser comprovado por todo aquele que tenha a pretensão de conhecer a constituição do ser humano. Observe-se, por exemplo, o fêmur, o osso que suporta todo o peso do Corpo. Sua parte externa é formada por uma delgada camada de osso compacto. A parte interna é fortalecida por feixes entrecruzados de osso celular, dispostos em maneira tão maravilhosa que a mais perfeita ponte ou obra de engenharia jamais poderiam chegar a formar um pilar de igual fortaleza com tão pouco peso. Os ossos do crânio são construídos de maneira semelhante, empregando-se sempre o mínimo de material e obtendo-se o máximo de fortaleza. Considere a sabedoria manifestada na construção do coração e diga-se, depois, se esse soberbo mecanismo pode ser menosprezado. O ser humano sábio é grato pelo seu Corpo Denso, e dele cuida da melhor maneira possível porque sabe que é, presentemente, o mais valioso dos seus instrumentos.
O espírito animal em sua descida alcançou somente o Mundo do Desejo. Não se desenvolveu ainda até o ponto de poder “entrar” em um Corpo Denso. Portanto, o animal não tem espírito interno individual, mas um Espírito-Grupo que o dirige de fora. O animal tem o Corpo Denso, o Corpo Vital e o Corpo de Desejos, mas o Espírito-Grupo que o dirige encontra-se fora. O Corpo Vital e o Corpo de Desejos do animal não estão completamente dentro do Corpo Denso, especialmente no que concerne à cabeça. Por exemplo, a cabeça etérica de um cavalo sobressai muito além e acima da cabeça densa. Quando, em raros casos, acontece de a cabeça etérica de um cavalo penetrar na cabeça do seu Corpo Denso, esse cavalo pode aprender a ler, a contar e a executar operações elementares de aritmética. Devido a essa peculiaridade os cavalos, os cães, os gatos e outros animais domésticos percebem o Mundo do Desejo, ainda que nem sempre distingam a diferença entre esse e o Mundo Físico. Um cavalo pode se espantar ante uma figura invisível para o cavaleiro. Um gato pode tentar se esfregar em pernas invisíveis, pois, ainda que veja o fantasma, não percebe que as pernas não são densas, nas quais se poderia esfregar. O cão, mais sábio que o cavalo e o gato, sentirá, muitas vezes, que há alguma coisa que ele não compreende quando aparece seu dono já falecido e não pode lamber as mãos dele. Ele uivará pesarosamente esse deitará em um canto com o rabo entre as pernas. A seguinte ilustração talvez possa mostrar a diferença entre o ser humano, com seu espírito individual interno, e o animal com seu Espírito-Grupo.
Imaginemos um quarto dividido ao meio por uma cortina, um lado representando o Mundo do Desejo e o outro o Mundo Físico. Dois homens, um em cada divisão, não podem ver-se mutuamente. Contudo, na cortina há dez furos pequenos e o ser humano que se encontra na divisão que representa o Mundo do Desejo pode meter seus dez dedos por esses furos para o outro lado que representa o Mundo Físico. Isto pode dar uma excelente representação do Espírito-Grupo que está no Mundo do Desejo. Os dedos representam os animais pertencentes a uma espécie. Pode movê-los a seu gosto, mas não pode empregá-los tão livre e tão inteligentemente quanto o ser humano que se encontra na divisão física pode mover seu Corpo. Esse último vê os dedos que atravessam a cortina e observa que todos se movem, mas não pode ver a relação que existe entre eles. Para ele todos parecem separados e distintos uns dos outros. Não pode ver que são os dedos do ser humano que, atrás da cortina, governa seus movimentos com sua inteligência. Se fere um destes dedos, não é ferido somente o dedo, mas principalmente o ser humano que está por trás da cortina. Se um animal é ferido esse sofre, mas não tanto quanto o Espírito-Grupo. O dedo, não tendo consciência individualizada, move-se conforme a vontade do ser humano assim como os animais se move sob os ditames do Espírito-Grupo. Ouve-se falar de “instinto animal” e de “instinto cego”. Não existe essa coisa indefinida e vaga como instinto “cego”. Não há nada “cego” na maneira como o Espírito-Grupo guia seus membros, mas há isto sim, Sabedoria escrita com maiúscula. O clarividente treinado, quando funciona no Mundo do Desejo, pode comunicar-se com esses Espíritos-Grupo das espécies animais e constatar que são muito mais inteligentes do que uma grande porcentagem de seres humanos. Pode observar o maravilhoso tino que demonstram ao dirigir os animais, que são os seus Corpos físicos.
É o Espírito-Grupo que reúne os bandos de aves no outono e os impele a emigrar para o sul, nem demasiado cedo nem demasiado tarde, para escapar ao sopro gelado do inverno. E é ele ainda quem os dirige de volta, na primavera, fazendo-os voar à altura adequada, altura que difere segundo as diferentes espécies.
O Espírito-Grupo do castor ensina-o a construir represas que cruzam a corrente no ângulo exatamente apropriado, considerando a velocidade da corrente e todas as demais circunstâncias, precisamente como faria um engenheiro experimentado, e demonstrando que está tão atualizado sobre cada particularidade do seu ofício quanto qualquer indivíduo tecnicamente preparado em universidade. É a sabedoria do Espírito-Grupo que dirige a construção da célula hexagonal da colmeia com tanta exatidão geométrica; que ensina o caracol a construir e formar sua casa em perfeita e bela espiral; que ensina o molusco do oceano a arte de decorar sua concha iridescente. Sabedoria, sabedoria por toda parte! Tão grande, tão imensa, que o observador atento não pode deixar de sentir-se pleno de admiração e reverência.
Nesse ponto pode ocorrer naturalmente o pensamento: se o Espírito-Grupo é tão sábio, considerando o curto período de evolução do animal comparado com o do ser humano, por que não manifesta esse último uma sabedoria muito maior? Por que deve o ser humano ser ensinado a construir represas e geometrizar, enquanto o Espírito-Grupo faz tudo isso sem ter sido ensinado?
A resposta a tais perguntas está relacionada com a descida do Espírito Universal na matéria de densidade sempre crescente. Nos Mundos Superiores, onde os seus veículos são poucos e mais sutis, ele se acha em estreito contato com a Sabedoria Cósmica, que se revela de modo tão sublime no Mundo Físico, porém, conforme o espírito desce, a luz da sabedoria torna-se temporariamente mais e mais empanada até quase desvanecer-se totalmente no mais denso de todos os Mundos.
Uma ilustração tornará isto mais claro. A mão do ser humano é o seu servo mais valioso; sua destreza permite-lhe responder a mais ligeira ordem. Em algumas profissões, tais como a de caixa de bancos, o delicado tato das mãos torna-se tão sensível que ele é capaz de distinguir uma moeda falsa de uma verdadeira. Isto se processa tão maravilhosamente que quase se pode pensar que a mão foi dotada de inteligência individual.
Sua maior eficiência, porém, revela-se talvez na reprodução da música, pois é capaz de reproduzir as mais formosas melodias que embevecem a alma. O tato delicado e acariciante da mão extrai do instrumento os mais suaves acordes na linguagem da alma, dizendo suas tristezas, alegrias, esperanças, temores e anseios, de uma maneira que só a música pode fazê-lo. É a linguagem do mundo celeste, o verdadeiro lar do espírito, e apresenta-se à chispa divina aprisionada na carne, como a mensagem de sua terra natal. A música impressiona a todos, sem levar em conta raça, credo ou qualquer outra distinção mundana. E quanto mais elevado e espiritual é o indivíduo, tanto mais claro ela lhe fala. Mesmo o indivíduo mais rude não fica impassível ao ouvi-la.
Imaginemos agora um mestre de música que vestisse luvas muito finas e tentasse tocar seu violino. Notaríamos logo que seu tato delicado tornar-se-ia menos sutil. A alma da música ter-se-ia afastado. Se colocasse outro par de luvas mais grossas por cima do primeiro par, suas mãos ficariam tolhidas a tal ponto que, provavelmente, criariam uma desarmonia ao invés da harmonia original dos acordes. Se por último pusesse outro par de luvas mais pesadas sobre os já postos, ele ficaria total e temporariamente incapaz de tocar. Então aquele que não o tivesse ouvido, anteriormente, sem as luvas, diria, por certo, ser impossível que tal professor pudesse tocar formosas melodias, especialmente se ignorasse o empecilho nas mãos dele.
Ora, o mesmo acontece com o Espírito: cada passo para baixo, cada descida para a matéria mais densa é para ele o mesmo que para o músico seria vestir as luvas. Cada passo para baixo limita seu poder de expressão, mas acostuma-se a essas limitações e encontra seu foco, do mesmo modo que o olho encontra seu foco depois de entrar numa casa escura em dia claro de verão. Ao brilho do Sol a pupila contrai-se dentro dos seus limites. Assim, ao entrar na casa tudo parece escuro, mas conforme a pupila se dilata e admite a luz, o ser humano pode ver tão bem na escuridão da casa como via à luz do Sol.
O objetivo da evolução humana é capacitar o Espírito a encontrar seu foco no Mundo Físico, onde atualmente a luz da Sabedoria parece embaçada. Contudo, em seu devido tempo, quando tenhamos “encontrado a luz”, a sabedoria do ser humano brilhará francamente por meio de seus atos, ultrapassando em muito a sabedoria manifestada pelo Espírito-Grupo do animal.
Além disso, devemos fazer distinção entre o Espírito-Grupo e os Espíritos Virginais da Onda de Vida que atualmente se expressa como animais. O Espírito-Grupo pertence a uma evolução diferente e é o guardião dos espíritos animais.
O Corpo Denso em que funcionamos é composto de inúmeras células, tendo cada uma sua consciência celular separada, ainda que de ordem inferior. Enquanto essas células fazem parte do nosso Corpo estão sujeitas e dominadas por nossa consciência. Um Espírito-Grupo animal funciona num Corpo espiritual, que é seu veículo inferior. Esse veículo compõe-se de um número variável de Espíritos Virginais, imbuídos durante esse tempo da consciência do Espírito-Grupo. Esse último dirige os veículos construídos pelos Espíritos Virginais, cuidando deles e ajudando-os a aperfeiçoar esses veículos. Conforme aqueles que estão ao seu cargo evoluem, o Espírito-Grupo também evolui. Sofre assim uma série de metamorfoses, de modo idêntico àquele pelo qual crescemos e ganhamos experiência por introduzirmos em nosso organismo as células do alimento que comemos, elevando também dessa maneira – e por indução temporária – a sua consciência.
Assim, o Ego separado e autoconsciente que se encontra em cada Corpo humano dirige as ações do seu veículo particular, enquanto o espírito do animal, separado, mas ainda não individualizado nem autoconsciente, forma parte do veículo de uma entidade com consciência própria pertencente a uma evolução diferente – o Espírito-Grupo.
Esse Espírito-Grupo dirige as ações animais em harmonia com a lei cósmica, até que os Espíritos Virginais a seu cargo tenham adquirido consciência própria e se tornado humanos. Então, gradualmente começarão a manifestar vontade própria, libertando-se cada vez mais do Espírito-Grupo e tornando-se responsáveis pelos seus próprios atos. Contudo, o Espírito-Grupo continua a influenciá-los (ainda que em grau decrescente) como Espírito de Raça, de tribo, de comunidade ou de família, até que cada indivíduo se torne capaz para agir em plena harmonia com a lei cósmica. Só então o Ego se libertará e se tornará inteiramente independente do Espírito-Grupo, que por sua vez entrará numa fase superior de evolução.
A posição ocupada pelo Espírito-Grupo no Mundo do Desejo dá ao animal uma consciência diferente da do ser humano, que tem uma consciência de vigília clara e definida, pelo que vê as coisas fora de si nítida e distintamente. Devido ao caminho evolutivo em espiral, os animais domésticos mais avançados, particularmente o cão, o cavalo, o gato e o elefante, veem os objetos quase que da mesma maneira, embora não tão claramente definidos. Todos os outros animais têm uma “consciência pictórica” interna parecida ao sonho do ser humano. Quando um desses animais encara um objeto, percebe imediatamente dentro de si uma imagem, acompanhada de uma forte impressão de malefício ou benefício para ele. Se o sentimento é de medo, associa-se a uma sugestão do Espírito-Grupo de como escapar ao perigo iminente. Esse estado de consciência negativo facilita ao Espírito-Grupo guiar, por sugestão, os Corpos Densos das espécies a seu cargo, já que os animais não têm vontade própria.
O ser humano não pode ser manejado tão facilmente de fora, seja ou não com o seu consentimento. Conforme a evolução progride e sua vontade se desenvolve de modo crescente, menos acessível ele se torna à sugestão externa e mais se liberta para agir a seu talante, sem levar em conta a sugestão alheia. Esta é a diferença capital entre o ser humano e os seres dos outros Reinos. Estes agem de acordo com a lei e sob os ditames do Espírito-Grupo (que chamamos instinto), enquanto o ser humano se converte gradativamente numa lei em si mesmo. Não perguntamos ao mineral se ele quer ou não se cristalizar, nem à flor se quer ou não florescer, nem ao leão se deixará ou não de devorar. Todos estão, tanto nas grandes quanto nas pequenas coisas, sob o domínio absoluto do Espírito-Grupo, pois carecem de iniciativa e livre arbítrio, o que em certo grau são atributos de todo ser humano. Todos os animais da mesma espécie aparentam ser quase iguais porque emanam do mesmo Espírito-Grupo, enquanto que entre as quinze centenas de milhões de seres humanos que povoam a Terra não há dois que pareçam exatamente iguais; nem sequer os gêmeos quando adolescentes, porque a estampa que seu Ego individual interno põe sobre cada um produz a diferença, tanto na aparência quanto no caráter.
Todos os bois pastam erva e todos os leões comem carne, mas “aquilo que é alimento para um ser humano pode ser veneno para outro”. Isto é mais uma ilustração da absoluta influência do Espírito-Grupo. Tal influência contrasta com a do Ego, que faz cada ser humano necessitar de uma porção de alimento diferente da que precisa outro. Os médicos notam com perplexidade a mesma peculiaridade ao administrar medicamentos. O mesmo medicamento atua diferentemente sobre cada indivíduo, enquanto em dois animais da mesma espécie produz sempre efeitos idênticos. Isto se dá porque todos os animais seguem os ditames do Espírito-Grupo e da Lei Cósmica, agindo sempre semelhantemente, sob circunstâncias idênticas. Somente o ser humano pode, até certo ponto, seguir seus próprios desejos dentro de limites determinados. É certo que seus erros são muitos e graves, o que leva muitas pessoas a julgar que melhor seria que o ser humano fosse obrigado a seguir o caminho reto. Contudo, se assim fosse nunca aprenderia a retidão. As lições de discernimento entre o bem e o mal não podem ser aprendidas sem o exercício da livre escolha do próprio caminho, e sem que se aprenda a rejeitar o erro como uma verdadeira “matriz de dor”. Se agisse com retidão apenas por não ter outra alternativa nem oportunidade de agir diferentemente, ele seria um autômato e não um Deus em evolução. Como o construtor aprende pelos seus erros, corrigindo-os nas edificações futuras, assim também o ser humano, por meio de seus tropeços e das dores que produzem, alcança uma sabedoria superior à do animal (por ser autoconsciente) o qual só atua sabiamente porque a isso é impelido pelo Espírito-Grupo. No devido tempo o animal alcançará o estado humano, terá liberdade de escolha, cometerá erros e por eles aprenderá, tal como acontece atualmente conosco.
O Diagrama 4 mostra que o Espírito-Grupo do Reino Vegetal tem seu veículo inferior na Região do Pensamento Concreto. Estando a dois graus do seu veículo denso, a consciência das plantas corresponde ao sono sem sonhos. O Espírito-Grupo do mineral tem seu veículo inferior na Região do Pensamento Abstrato, estando, portanto, a três passos afastados do seu Corpo Denso. Consequentemente encontra-se em estado de inconsciência profunda, parecida à condição de transe.
Acabamos de mostrar que o ser humano é um espírito individual interno, um Ego separado de qualquer outra entidade, que dirige e trabalha um conjunto de veículos de dentro. Mostramos também que os vegetais e animais são dirigidos de fora por um Espírito-Grupo que tem jurisdição sobre certo número de animais ou vegetais em nosso Mundo Físico. Estão, pois, separados somente na aparência.
As relações das plantas, dos animais e do ser humano com as correntes de vida na atmosfera terrestre são representadas simbolicamente pela cruz. O Reino Mineral não está representado porque, conforme vimos, não possui Corpo Vital individual e, portanto, não pode ser o veículo de correntes que pertencem aos Reinos superiores. Platão, que foi um iniciado e, frequentemente, emitia verdades ocultas, disse: “A Alma do Mundo está crucificada”.
O madeiro inferior da Cruz indica a planta, que tem suas raízes no solo químico, mineral. Os Espíritos-Grupo das plantas estão no centro da Terra. Como devemos recordar, se encontram na Região do Pensamento Concreto que, assim como os outros Mundos, interpenetra a Terra. Destes Espíritos-Grupo emanam fluxos ou correntes em todas as direções para a periferia da Terra, exteriorizando-se através e ao longo das plantas ou árvores.
O ser humano é representado pela haste superior da cruz: uma planta invertida. A planta absorve seus alimentos pelas raízes. O ser humano recebe-os pela cabeça. A planta dirige seus órgãos de geração para o Sol. O ser humano, a planta invertida, volve-os para o centro da Terra. Enquanto a planta é sustentada pelas correntes espirituais do Espírito-Grupo desde o centro da terra, as quais nela penetram pela raiz, o ser humano, como mais tarde mostraremos, recebe do Sol a influência espiritual mais elevada pela cabeça, como planta invertida que é, já que o Sol lhe envia seus raios de cima para baixo. A planta absorve o venenoso dióxido de carbono expirado pelo ser humano e exala, em troca, o vivificante oxigênio que esse utiliza.
O animal, simbolizado pelo madeiro horizontal da cruz, está entre a planta e o ser humano. Sua espinha dorsal é horizontal, e através dela passam as correntes do Espírito-Grupo animal que circulam em torno da Terra.
Nenhum animal pode permanecer em posição vertical, porque nessa posição as correntes do Espírito-Grupo não podiam guiá-lo. Morreria por não estar suficientemente individualizado a ponto de suportar as correntes espirituais que penetram através da medula espinhal humana. O veículo de expressão de um Ego individual necessita possuir três coisas: a marcha em posição vertical, para pôr-se em contato com as correntes mencionadas; a laringe vertical, por ser tal laringe a única capaz de falar (os papagaios e estorninhos são exemplos de laringe vertical); e, em virtude das correntes solares, deve ter sangue quente. Esse último é da maior importância para o Ego, o que, logicamente, será explicado e ilustrado mais adiante. Tais requisitos são aqui mencionados apenas como remate final sobre a posição dos quatro Reinos em relação um ao outro e aos diversos Mundos.
CAPÍTULO III – O SER HUMANO E O MÉTODO DE EVOLUÇÃO
Atividades da Vida: Memória e Crescimento Anímico
O estudo dos sete Mundos ou estados de matéria mostrou-nos que cada um deles serve a um propósito definido na economia da Natureza, e que Deus, o Grande Espírito em Quem na realidade e verdadeiramente “vivemos, nos movemos e temos o nosso ser” é o Poder que, com Sua Vida, compenetra e sustenta todo o Universo; mas ao mesmo tempo em que essa Vida é imanente e flui em cada átomo dos seis Mundos inferiores e em tudo quanto neles existe, no Sétimo Mundo – o mais elevado – unicamente o Deus Trino É.
O próximo mais elevado ou sexto Reino é o Mundo dos Espíritos Virginais. Essas centelhas da “Flama” Divina têm aqui seu ser, antes de começarem a longa peregrinação dos cinco Mundos mais densos com o propósito de desenvolver suas potencialidades latentes em poderes dinâmicos. Como a semente ao ser enterrada, desenvolve suas possibilidades ocultas assim também os Espíritos Virginais, quando tiverem passado através da matéria (a escola da experiência) converter-se-ão em “Flamas”, capazes de criar universos por si próprios.
Os cinco Mundos constituem o campo da evolução humana, sendo os três inferiores, ou mais densos, o cenário da atual fase do seu desenvolvimento. Examinemos agora as relações do ser humano com esses cinco Mundos por meio dos seus veículos apropriados recordando que, para cada uma das duas grandes divisões em que dois desses Mundos estão divididos, o ser humano possui um veículo.
Diagrama – A Constituição Sétupla do Ser Humano
No estado de vigília esses veículos estão todos juntos. Interpenetram-se uns aos outros assim como o sangue, a linfa e outros sucos do Corpo se interpenetram. Desse modo capacita-se o Ego a atuar no Mundo Físico.
Nós mesmos, como Egos, funcionamos diretamente na substância sutil da Região do Pensamento Abstrato, que especializamos dentro da periferia da nossa aura individual. Dessa Região nós observamos, através dos sentidos, as impressões produzidas pelo mundo exterior sobre o Corpo Vital, como também os sentimentos e emoções gerados por elas no Corpo de Desejos e refletidos na Mente.
Dessas imagens mentais formamos as nossas conclusões na substância da Região do Pensamento Abstrato relativas aos assuntos a que se referem. Tais conclusões são ideias. Pelo poder da vontade projetamo-las através da Mente quando então, revestindo-se de matéria mental da Região do Pensamento Concreto, concretizam-se como pensamento-forma.
A Mente é como as lentes projetoras de um estereoscópio. A imagem é projetada em uma das três direções de acordo com a vontade do pensador que anima o pensamento-forma.
Quando o ato correspondente a tal pensamento-forma tenha se realizado, ou esgotado sua energia em vãs tentativas de realização, gravitará de volta ao seu criador, trazendo consigo a recordação indelével da jornada. Seu êxito ou fracasso imprimir-se-á nos átomos negativos do Éter Refletor do Corpo Vital, onde, por vezes denominada Mente Subconsciente, formará parte do registro da vida e atos do pensador.
Esse registro é muito mais importante do que a memória a que temos acesso consciente – a chamada memória voluntária ou Mente Consciente – porque esta última deriva de imperfeitas e ilusórias percepções dos sentidos.
A memória involuntária ou Mente Subconsciente forma-se de outra maneira, estando atualmente fora de nosso controle. Do mesmo modo que o Éter leva uma impressão da paisagem fidelíssima nos menores detalhes à sensível película de uma máquina fotográfica, sem ter em conta se o fotógrafo os observou ou não, assim o Éter, contido no ar que aspiramos, leva consigo uma imagem fiel e detalhada de tudo o que está em volta de nós. Não só das coisas materiais, mas também das condições existentes em nossa aura a cada momento. O mais fugaz sentimento, pensamento ou emoção é transmitido aos pulmões, de onde é injetado no sangue. O sangue é um dos produtos mais elevados do Corpo Vital, tanto por ser o condutor de alimento para todas as partes do Corpo quanto por ser o veículo direto do Ego. As imagens nele contidas imprimem-se nos átomos negativos do Corpo Vital, para servirem como árbitros do destino do ser humano no estado pós-morte.
A memória (também chamada Mente) tanto consciente – ou voluntária – quanto subconsciente – ou involuntária, relaciona-se totalmente com as experiências desta vida. Consiste das impressões dos acontecimentos no Corpo Vital. Tais impressões podem ser modificadas ou até apagadas, conforme veremos na explanação relativa ao perdão dos pecados, algumas páginas adiante. Tais modificações ou erradicações dependem da eliminação dessas impressões do Éter do Corpo Vital.
Há também a memória supra consciente. Esta é o repositório de todas as faculdades e conhecimentos adquiridos nas vidas anteriores, ainda que às vezes só latentes na presente vida. Esse registro é indelevelmente gravado no Espírito de Vida. Comumente se manifesta, embora não em toda extensão, como consciência e caráter, que anima todos os pensamentos-forma, umas vezes como conselheiro e outras compelindo à ação com força irresistível, mesmo contrariando a razão e o desejo.
Em muitas mulheres – cujo Corpo Vital é positivo – e em pessoas adiantadas de qualquer sexo, cujos Corpos Vitais foram sensibilizados por uma vida de pureza, santidade, oração e concentração, esta memória supra consciente, inerente ao Espírito de Vida, prescinde, eventualmente, da necessidade de envolver-se em substância mental e matéria de desejos para compelir à ação. Tal memória nem sempre necessita correr o risco de se ver submetida e talvez dominada pelo processo do raciocínio. Às vezes, como intuição ou conhecimento interno, imprime-se diretamente sobre o Éter Refletor do Corpo Vital. Quanto mais dispostos estivermos a aprender a reconhecê-la e seguir sua orientação tanto mais frequentemente ela falará, para nosso permanente benefício.
Por suas atividades durante as horas de vigília, o Corpo de Desejos e a Mente estão, constantemente, destruindo o veículo denso. Cada pensamento, cada movimento, destrói os tecidos. Por outro lado, o Corpo Vital dedica-se fielmente a restabelecer a harmonia e reconstruir aquilo que os outros veículos estão destruindo. Porém, nem sempre lhe é possível resistir completamente aos assaltos poderosos dos impulsos e pensamentos. Gradualmente perde terreno, e por fim chega a hora em que entra em colapso. Os seus “pontos”, por assim dizer, encolhem-se. O fluido vital cessa de fluir ao longo dos nervos na quantidade necessária; o Corpo torna-se pesado e o Pensador, coibido por esse peso, vê-se obrigado a abandoná-lo, levando consigo o Corpo de Desejos. Esta retirada dos veículos superiores deixa o Corpo Denso interpenetrado, apenas, pelo Corpo Vital. A esse estado de insensibilidade chamamos de sono.
O sono, porém, não é um estado inativo, como as pessoas geralmente supõem. Se assim fosse, pela manhã, ao despertar, não apresentariam nenhuma diferença da condição que tinha ao se deitar à noite: sua fadiga seria a mesma. O sono, pelo contrário, é um período de intensa atividade e quanto mais intenso mais valioso, porque elimina os venenos resultantes dos tecidos destruídos pelas atividades físicas e mentais do dia. Restaurados os tecidos, restabelece-se o ritmo do Corpo. Quanto mais perfeito é esse trabalho, maior o benefício resultante do sono.
O Mundo do Desejo é um oceano de sabedoria e de harmonia. O Ego leva a esse Mundo a Mente e o Corpo de Desejos, enquanto os veículos inferiores dormem. Ali, seu primeiro cuidado é a restauração do ritmo e harmonia da Mente e do Corpo de Desejos. Esta restauração se realiza gradualmente, na medida em que fluem através deles as vibrações harmoniosas do Mundo do Desejo. Há, no Mundo do Desejo uma essência correspondente ao fluido vital que, por meio do Corpo Vital, compenetra o Corpo Denso. Os veículos superiores mergulham, por assim dizer, nesse elixir de vida. E, após se fortalecerem, começam a trabalhar sobre o Corpo Vital deixado com o Corpo Denso, adormecido. Então, o Corpo Vital começa novamente a especializar energia solar, reconstruindo o Corpo Denso, e empregando especialmente o Éter Químico nesse processo de restauração.
Esta atividade dos diferentes veículos durante o sono constitui a base da atividade do dia seguinte. Sem ela não haveria despertar, posto que o Ego se viu obrigado a abandonar seus veículos, precisamente porque a debilidade os tornava inúteis. Se o trabalho de remoção dessa fadiga não tivesse sido feito, os Corpos permaneceriam adormecidos como, às vezes, acontece no transe natural. É devido a essa atividade harmonizadora e recuperadora que o sono se constitui em algo muito melhor que médicos e remédios para preservar a saúde. O simples descanso nada é comparado com o sono. A suspensão total do desgaste e o fluxo de força restauradora só se verificam quando os veículos superiores estão no Mundo do Desejo. É certo que durante o descanso o Corpo Vital não encontra oposição ao seu trabalho pelo desgaste de tecidos causado pelo movimento e pela tensão muscular, mas ainda tem de lutar contra a energia devastadora do pensamento, sem receber a força exterior recuperadora do Corpo de Desejos, como sucede durante o sono.
Contudo, acontece, às vezes, que o Corpo de Desejos não se retira totalmente, ficando assim uma parte ligada ao Corpo Vital, o veículo da percepção sensorial da memória. Em consequência a restauração é parcial e as cenas e ações do Mundo do Desejo chegam à consciência física como sonhos. Naturalmente a maioria dos sonhos é confusa porque o eixo de percepção está torcido, e isto em virtude da relação imprópria entre um e outro Corpo. A recordação fica também confusa em virtude dessa incongruente relação dos veículos e, como resultado do não aproveitamento da força restauradora, o sono cheio de sonhos é inquieto e o Corpo sente-se cansado ao despertar.
Durante a vida o tríplice Espírito, o Ego, trabalha sobre e no Corpo Tríplice ao qual está ligado pelo elo da Mente. Esse trabalho traz à existência a Tríplice Alma. A Alma é, pois, o produto espiritualizado do Corpo.
Diagrama 5 – O Tríplice Espírito, o Tríplice Corpo e a Tríplice Alma
Como o alimento apropriado nutre o Corpo no sentido material, assim também a atividade do espírito no Corpo Denso, manifestada como reta ação, promove o crescimento da Alma Consciente. Como as forças solares atuam no Corpo Vital e o nutrem para que possa atuar no Corpo Denso, assim também a memória dos atos praticados no Corpo Denso; dos desejos, sentimentos e das emoções do Corpo de Desejos e dos pensamentos e das ideias na Mente produzem o crescimento da Alma Intelectual. Por forma semelhante, os desejos e as emoções mais elevados do Corpo de Desejos formam a Alma Emocional.
A tríplice Alma, por sua vez, amplia a consciência do tríplice Espírito.
A Alma Emocional é o extrato do Corpo de Desejos. Ela aumenta a eficiência do Espírito Humano, que é a contraparte espiritual do Corpo de Desejos.
A Alma Intelectual amplia o poder do Espírito de Vida porque a Alma Intelectual é extraída do Corpo Vital, que é a contraparte material do Espírito de Vida.
A Alma Consciente aumenta a consciência do Espírito Divino, pois (a Alma Consciente) é o extrato do Corpo Denso, que por sua vez é a contraparte do Espírito Divino.
Assim, o ser humano constrói e semeia até que chegue a morte. Então o tempo da sementeira e os períodos de crescimento e amadurecimento ficaram para trás. É chegado o tempo da colheita, quando o esquelético espectro da morte surge com sua foice e sua ampulheta. Esse é um bom símbolo. O esqueleto simboliza a parte do Corpo de relativa permanência; a foice representa o fato de que essa parte permanente a qual está prestes a ser colhida pelo espírito, é o fruto da vida que vai terminar; a ampulheta indica que a hora soará somente depois que todo o tempo da vida tenha decorrido, em harmonia com leis imutáveis. Quando chega esse momento os veículos se separam. Como a vida no Mundo Físico terminou o ser humano não necessita mais do seu Corpo Denso. O Corpo Vital que, conforme já explicado, também pertence ao Mundo Físico, retira-se pela cabeça, deixando o Corpo Denso inanimado.
Os veículos superiores – Corpo Vital, Corpo de Desejos e Mente – podem ser vistos abandonando o Corpo Denso com um movimento em espiral, levando consigo a alma de um átomo denso. Não o átomo em si, mas as forças que através dele atuavam. O resultado das experiências vividas no Corpo Denso durante a existência que acaba de terminar ficou impresso nesse átomo particular. Enquanto todos os demais átomos do Corpo Denso se renovam periodicamente, esse átomo continua subsistindo. E permanece estável não somente através de uma vida, mas das de todos os Corpos Densos já usados por qualquer Ego em particular. Esse átomo é retirado após a morte e despertará somente na aurora de uma próxima vida física para servir novamente como núcleo de mais um Corpo Denso, a ser usado pelo mesmo Ego, por isso é chamado “Átomo-semente”. Durante a vida o Átomo-semente localiza-se no ventrículo esquerdo do coração, próximo do ápice. Ao ocorrer a morte sobe ao cérebro pelo nervo pneumogástrico, abandonando o Corpo Denso juntamente com os veículos superiores por entre as comissuras dos ossos parietal e occipital.
Quando os veículos superiores abandonam o Corpo Denso, permanecem ainda ligados a ele por meio de um cordão delgado, brilhante, prateado, muito semelhante à figura de dois seis invertidos, um na vertical e outro na horizontal, ambos ligados pelas extremidades do gancho (veja-se o Diagrama 5-A).
Diagrama 5-A – O Cordão Prateado
Um extremo desse Cordão prende-se ao coração por meio do Átomo-semente. É a ruptura do Átomo-semente que produz a paralisação do coração. O Cordão só se rompe depois que todo o panorama da vida passada, contido no Corpo Vital, foi contemplado.
Todavia, deve-se ter muito cuidado em não cremar ou embalsamar o Corpo antes de decorridos, no mínimo, três dias e meio após a morte, porque enquanto o Corpo Vital e os Corpos superiores permanecerem unidos ao Corpo por meio do Cordão Prateado, o ser humano, em certa medida, sentirá qualquer exame pós-morte ou ferimento no Corpo Denso. A cremação deveria ser evitada nos três primeiros dias e meio depois da morte porque tende a desintegrar o Corpo Vital, que deve permanecer intacto até que se tenha imprimido, no Corpo de Desejos, o panorama da vida que passou.
O Cordão Prateado rompe-se no ponto de união dos dois seis, metade permanecendo com o Corpo Denso e a outra metade com os veículos superiores. A partir do momento que o Cordão se rompe o Corpo Denso fica completamente morto.
Em princípios de 1906 o Dr. McDougall[4] fez uma série de experiências no Hospital Geral de Massachusetts a fim de verificar se algo invisível abandonava o Corpo por ocasião da morte. Com esse propósito construiu uma balança capaz de registrar até um décimo de onça.
A pessoa agonizante foi colocada com seu leito num dos estrados da balança, e no outro puseram pesos até o equilíbrio. Em todos os casos notou-se, que no momento preciso em que a pessoa agonizante exalava o último suspiro, o estrado contendo os pesos descia subitamente, elevando o leito e o Corpo colocados no outro estrado. Demonstrava, pois, que alguma coisa invisível, mas ponderável tinha abandonado o Corpo. Os jornais logo anunciaram em letras garrafais, por todo o país, que o Dr. McDougall tinha “pesado a alma”.
O ocultismo regozija-se pelas descobertas da ciência moderna, já que elas invariavelmente corroboram o que a ciência oculta há muito vem ensinando. As experiências do Dr. McDougall demonstraram conclusivamente que alguma coisa, invisível à visão comum, abandonava o Corpo na ocasião da morte, como os clarividentes treinados têm visto e já havia sido revelado em conferências e livros muitos anos antes da descoberta do Dr. McDougall.
Contudo, essa “alguma coisa invisível” não é a alma. Existe uma grande diferença. Os repórteres precipitaram-se ao tirar suas conclusões e ao afirmarem que os cientistas tinham “pesado a alma”. A alma pertence aos Reinos superiores, e nunca pode ser pesada em balanças físicas, ainda que possam acusar variações da milionésima parte da um grama em vez de um décimo de onça.
O que os cientistas pesaram foi o Corpo Vital, que é formado por quatro Éteres que pertencem ao Mundo Físico.
Como já vimos, há certa quantidade desse Éter “sobreposta” ao Éter que envolve as partículas do Corpo humano, aí permanecendo durante a vida do Corpo físico[5], o que aumenta ligeiramente o peso do Corpo Denso das plantas, dos animais e do ser humano. Pela morte, ele escapa. Daí a diminuição de peso observada pelo Dr. McDougall nas pessoas das suas experiências, quando expiravam.
O Dr. McDougall também experimentou pesar animais agonizantes. Contudo, nestes não notou qualquer diminuição de peso, embora um deles fosse um grande cão São Bernardo. Afirmou-se então que os animais não tinham alma. Pouco depois, porém, o professor La V. Twining, chefe do Departamento Científico da Escola Politécnica de Los Angeles, fez experiências com ratos e gatinhos, que encerrou em frascos de cristal hermeticamente fechados. Suas balanças eram as mais sensíveis que pôde encontrar, e foram colocadas dentro de uma grande caixa de vidro donde se extraiu toda a umidade. Observou-se então que todos os animais também perdiam peso quando morriam. Um rato que pesava 12,886 gramas perdeu subitamente 3,1 miligramas quando morreu.
Um gatinho usado em outra experiência perdeu 100 miligramas ao agonizar, e quando exalou seu último alento perdeu mais 60 miligramas. A seguir foi perdendo peso lentamente, devido â evaporação.
Desse modo os ensinamentos da Ciência Oculta relativos aos Corpos Vitais dos animais foram também comprovados quando se empregaram balanças suficientemente sensíveis. O caso mencionado – o das balanças que não acusaram qualquer diminuição de peso quando morreu o cão São Bernardo – deve-se ao fato de que o Corpo Vital dos animais é proporcionalmente mais leve que o do ser humano.
Quando o Cordão Prateado se desprende do coração e o ser humano se liberta do seu Corpo Denso, chega para o Ego o momento da mais alta importância. Nunca se repetirá suficientemente às pessoas da família de um agonizante, que é um grande crime contra a alma que parte, se entregarem às lamentações e manifestações de sofrimento. Isso justamente porque naquele momento ele está entregue a um ato de suprema importância, já que o valor de sua vida passada depende, em grande parte, da atenção que a alma possa prestar a esse ato. Isto será mais bem esclarecido quando descrevermos a vida do ser humano no Mundo do Desejo.
É também um crime contra o agonizante lhe ministrar estimulantes, cujo efeito é o de forçar os veículos superiores a entrarem, abruptamente, no Corpo Denso produzindo no ser humano um choque enorme. A passagem para o além não é tortura. Contudo, arrastar a alma de volta ao Corpo para que continue sofrendo, isto sim é tortura. Há casos de mortos que contaram aos investigadores o quanto sofreram agonizando durante horas por esse motivo, rogando às famílias que cessassem seu mal-entendido carinho e os deixassem morrer.
Quando o ser humano se liberta do Corpo Denso, que era o mais considerável empecilho ao seu poder espiritual (como as luvas grossas nas mãos do músico, do exemplo anterior), tal poder volta-lhe de novo até certo ponto. Com isso ele pode ler as imagens contidas no polo negativo do Éter Refletor do seu Corpo Vital, que é o assento da memória subconsciente.
Toda sua vida passada desfila nesse momento ante sua visão como um panorama, apresentando os acontecimentos em ordem inversa. Os incidentes do dia que precedeu a morte vêm em primeiro lugar, e assim seguem para trás através da velhice, idade viril, juventude, meninice e infância. Tudo é revisto.
O ser humano permanece como espectador ante esse panorama da vida passada. Vê as cenas conforme se sucedem e que se vão imprimindo nos seus veículos superiores, mas nesse momento fica impassível ante elas. O sentimento está reservado para quando chegar a hora de entrar no Mundo do Desejo, que é o Mundo do sentimento e da emoção. Por enquanto ele se encontra apenas na Região Etérica do Mundo Físico.
Esse panorama perdura de algumas horas até vários dias, dependendo isso do tempo que o ser humano possa manter-se desperto, se necessário. Algumas pessoas podem manter-se assim somente doze horas, ou menos ainda; outras podem manter-se, segundo a ocasião, por certo número de dias. Contudo, enquanto o ser humano puder se manter desperto esse panorama prossegue.
Esse aspecto da vida depois da morte é semelhante ao que acontece quando alguém se afoga ou cai de uma grande altura. Em tais casos o Corpo Vital também abandona o Corpo Denso. Então o ser humano vê a sua vida num relâmpago, pois em seguida perde a consciência. Naturalmente não há rompimento do Cordão Prateado, porque se tal se desse não haveria ressurreição possível.
Quando a resistência do Corpo Vital alcança o seu limite máximo, entra em colapso na forma descrita no fenômeno do sono. Durante a vida física, quando o Ego controla os seus veículos, esse colapso termina as horas de vigília. Depois da morte, o colapso do Corpo Vital encerra o panorama e força o ser humano a entrar no Mundo do Desejo. O Cordão Prateado rompe-se então no ponto onde se unem os “dois seis” (veja-se o Diagrama 5-A) efetuando-se a mesma divisão como durante o sono, porém com esta diferença importante: ainda que o Corpo Vital volte para o Corpo Denso, não mais o interpenetra. Simplesmente fica flutuando sobre a sepultura e desagregando-se sincronicamente com o veículo denso. Por isso o cemitério é um espetáculo repugnante para o clarividente desenvolvido. Bastaria que algumas pessoas a mais pudessem vê-lo, e não seria preciso maior argumentação para convencer a trocar o mau e anti-higiênico método de enterrar os mortos pelo método mais racional da cremação, que restitui os elementos à sua condição primordial sem que o cadáver alcance os desagradáveis aspectos inerentes ao processo da decomposição lenta.
Quando o Espírito deixa o Corpo Vital, o processo é muito parecido ao que se verifica ao deixar o Corpo Denso. As forças vitais de um átomo são levadas para serem empregadas como núcleo do Corpo Vital na futura encarnação. Desse modo, ao entrar no Mundo do Desejo o ser humano leva os Átomos-sementes dos Corpos: Vital e Denso, além do Corpo de Desejos e da Mente.
Se o moribundo pudesse deixar atrás todos os desejos, descartar-se-ia logo do seu Corpo de Desejos, ficando livre para entrar no mundo celeste. Contudo, geralmente tal não acontece. Muitas pessoas, principalmente quando morrem no vigor da vida, têm muitos laços e muitos interesses na vida terrena. Como perder o Corpo físico[6] não altera os desejos, pelo contrário, muitas vezes os aumenta, sentem um desejo intensíssimo de voltar. Isso produz o seu efeito: os sujeita mais ao Mundo do Desejo de modo muito desagradável, embora desafortunadamente não possam compreender. Por outro lado, as pessoas idosas, decrépitas e todos os que, debilitados por longa enfermidade estão cansados da vida, passam por ele rapidamente.
A seguinte ilustração permite compreender melhor o assunto: uma semente separa-se facilmente do fruto maduro porque a polpa não está aderente, enquanto numa fruta verde a semente apega-se com tenacidade à polpa. Assim é especialmente, difícil para as pessoas verem-se privadas de seu Corpo por um acidente quando se encontram na plenitude de suas forças e saúde física; comprometidas de várias maneiras com as atividades da vida física; presas por laços à esposa, à família, aos parentes, aos amigos; realizando negócios e em busca de prazeres.
O suicida, que procurou fugir da vida, apenas descobre que está mais vivo do que nunca, e que se encontra na mais lastimável condição. É capaz de observar aqueles a quem, com seu ato, talvez tenham prejudicado e, pior que tudo, tem uma inexplicável sensação de estar “oco”. A parte da aura ovoide, que geralmente contém o Corpo Denso, está vazia e, ainda que o Corpo de Desejos tenha tomado a forma do Corpo Denso descartado, ele se sente como uma concha vazia, pois o arquétipo criador do Corpo persiste, por assim dizer, como um molde vazio na Região do Pensamento Concreto por tanto tempo quanto deveria viver o Corpo Denso. Quando uma pessoa morre de morte natural, mesmo no vigor da vida, a atividade do arquétipo cessa e o Corpo de Desejos por si mesmo se ajusta para ocupar toda a forma. Contudo, no caso do suicida, o horrível sentimento de “vazio” permanece até o tempo em que deveria ocorrer a morte natural.
Enquanto mantiver desejos relacionados com a vida terrestre o ser humano deve permanecer no seu Corpo de Desejos; como o progresso do indivíduo requer a passagem às regiões superiores, a existência no Mundo do Desejo deve ser forçosamente purgadora, tendendo a purificá-lo dos seus constrangedores desejos. O modo como isso se efetua pode ser bem compreendido por meio de alguns exemplos extremos.
O avarento que amava o seu ouro na vida terrena continua amando-o igualmente depois da morte; no entanto, já não pode adquirir mais, porque não tem Corpo Denso para tomá-lo e, pior que tudo, nem pode defender o que acumulou durante a vida. Irá, talvez, postar-se ao lado do seu cofre e vigiar seu amado ouro ou seus títulos. Seus herdeiros surgirão e, talvez com expansões de alegria, falarão do “velho avarento e bobo” (a quem não veem, mas por quem são vistos e ouvidos), abrirão o cofre, e ainda que ele se atire sobre o ouro para protegê-lo, meterão suas mãos através dele, não sabendo e nem se importando com ele que está ali. Esses herdeiros gastarão todo o ouro, não obstante o sofrimento e a raiva impotente daquele que o juntou.
Ele sofrerá intensamente e os sofrimentos serão mais terríveis porque inteiramente mentais, porque o Corpo Denso atenua o sofrimento, até certo ponto. Entretanto, no Mundo do Desejo esses sofrimentos se manifestam completamente e esse ser humano sofrerá até aprender que o ouro pode ser uma maldição. Então, ele, gradualmente, se conforma com seu destino e, finalmente, irá se libertar do Corpo de Desejos, quando poderá prosseguir.
Consideremos o caso de um alcoólatra. Ele é tão aficionado aos intoxicantes depois da morte como antes. Não é o Corpo Denso que anseia beber. Esse adoece em razão do álcool, de modo que preferiria passar sem ele. Pelas mais diversas maneiras pode até protestar, mas em vão: o Corpo de Desejos de um alcoólatra exigirá a bebida e obrigará o Corpo Denso a tomá-la para que, pelo aumento de vibração, o primeiro possa desfrutar sensações de prazer. Esse desejo persiste depois da morte do Corpo Denso, mas o viciado já não dispõe de boca física para beber nem de estômago capaz de receber bebidas físicas. O alcoólatra pode – e assim o faz – entrar em bares e interpenetrar com o seu, o Corpo de outros bebedores para aproveitar-se um pouco de suas vibrações, por indução. Isso, contudo, é demasiado fraco para poder satisfazê-lo. Pode também – e o faz muitas vezes – introduzir-se num tonel de aguardente, mas igualmente sem resultado, pois os vapores encontrados no barril não produzem o mesmo efeito daqueles que eram gerados nos seus órgãos digestivos. Encontra-se, pois, em circunstância idêntica â de um ser humano num barco no meio do oceano: “água, água por toda parte, porém nem sequer uma gota para beber”; consequentemente sofre intensamente. Com o tempo, aprende a inutilidade de ansiar pela bebida que não pode conseguir. Tal como sucede com muitos de nossos desejos na vida terrestre, no Mundo do Desejo todos os desejos morrem por falta de oportunidade para satisfazê-los. Assim, quanto ao bebedor, expurgado do seu hábito, está pronto para deixar o estado “purgatorial” e ascender ao mundo celeste.
Vemos assim que não há nenhuma Deidade vingativa que tenha criado o Purgatório ou inferno para nós, mas sim que fomos nós próprios que os criamos com nossos maus atos e hábitos. Da intensidade dos nossos desejos depende o tempo e o sofrimento necessários para a sua expurgação. No caso acima, o alcoólatra nada sofreria se perdesse seus bens materiais, pois se os tinha, a eles não se apegou. Quanto ao avaro, tampouco lhe causaria o menor sofrimento ver-se privado de bebidas alcoólicas. Pode-se até assegurar que não lhe importaria absolutamente se não existisse no mundo uma só gota de álcool. Contudo, ele preocupou-se, isto sim, com o seu ouro, e o alcoólatra com a bebida. Assim, a infalível lei dá a cada um, aquilo que necessita para purificar-se de seus maus desejos e hábitos.
Esta é a lei que, simbolizada pela gadanha da segadora, a morte, diz: “o que o ser humano semear, isto também colherá”. É a lei de Causa e Efeito, que regula todas as coisas nos três Mundos e em cada Reino da natureza: físico, moral e mental. Por toda parte atua inexoravelmente, ajustando todas as coisas e restabelecendo o equilíbrio, onde quer que o menor ato tenha produzido um distúrbio. O resultado dessa atuação da lei pode manifestar-se imediatamente ou tardar anos ou vidas inteiras, porém, algum dia e em algum lugar, far-se-á justiça e a equivalente retribuição. O Estudante deve notar, de modo especial, que o trabalho da lei é inteiramente impessoal. No universo não existe nem recompensa, nem castigo. Tudo é resultado da lei invariável. A ação desta lei será elucidada, completamente, no próximo capítulo, onde a veremos associada à outra grande lei do Cosmos que também opera na evolução do ser humano. A lei que agora consideramos é a Lei de Consequência.
No Mundo do Desejo ela age purificando ou purgando o ser humano de seus desejos inferiores, corrigindo as debilidades e vícios que retardam o seu progresso, fazendo-o sofrer da maneira mais conveniente a esse propósito. Aquele que fez outros sofrerem ou que com eles se comportou injustamente, sofrerá de maneira idêntica. Deve-se notar, porém que se uma pessoa domina os seus vícios, ou arrepende-se e, tanto quanto possível, desfaz o mal causado a outrem, a reforma, o arrependimento e a restituição purgam-no desses vícios e más ações. Porque assim o equilíbrio é restabelecido e a lição aprendida durante esta encarnação, não mais podendo isso, portanto, causar sofrimento depois da morte.
No Mundo do Desejo vive-se cerca de três vezes mais rapidamente do que no Mundo Físico. Um ser humano que tenha vivido cinquenta anos no Mundo Físico viveria os mesmos acontecimentos no Mundo do Desejo em uns dezesseis anos. Isto, naturalmente, generalizando. Há pessoas que permanecem no Mundo do Desejo muito mais tempo do que passaram na vida física. Outros, pelo contrário, que abandonam a vida com poucos desejos grosseiros, passam por esse Mundo em tempo muito mais curto. Contudo, o tempo acima indicado é a média no que se refere ao ser humano dos nossos dias.
Recordemos que quando o ser humano deixa o Corpo Denso, ao morrer, sua vida passada se lhe apresenta como imagens, as quais nesse momento não produzem nele nenhum sentimento.
Durante a sua vida no Mundo do Desejo, as imagens também se desenrolam para trás, como antes, mas agora o ser humano tem todo o sentimento que lhe é possível ter, conforme as cenas se sucedem uma a uma diante dele. Cada incidente de sua vida passada é revivido, quando chega o ponto em que tenha ofendido alguém, ele mesmo sofre a dor que a pessoa injuriada sofreu. Vive todas as tristezas e sofrimentos que causou aos outros, e aprende quão dolorosa é a mágoa e quão duro é suportar a tristeza que causou. Além disso, fato já mencionado, o sofrimento nesse Mundo é muito mais intenso porque ali o ser humano não tem Corpo Denso para atenuar a dor. Talvez por isso a duração da vida ali seja reduzida a um terço para que o sofrimento possa perder em duração o que ganha em intensidade. As medidas da Natureza são maravilhosamente justas e certas.
Há outra característica peculiar a essa fase da existência pós-morte, intimamente relacionada com o fato, já referido, de que a distância é quase nula no Mundo do Desejo. Quando um ser humano morre, parece-lhe crescer imensamente em seu Corpo Vital até adquirir proporções colossais. Essa sensação não se deve ao fato de que esse Corpo cresça realmente. Na verdade, ele não cresce. As faculdades de percepção é que recebem tantas impressões de várias fontes que tudo parece estar ao seu alcance. O mesmo acontece com o Corpo de Desejos. Parece ao ser humano estar presente ante todas as pessoas de suas relações na terra, e com as quais de algum modo tem uma dívida a corrigir. Se injuriou um ser humano em São Francisco[7] e outro em Nova York[8], sentirá como se uma parte de si mesmo estivesse em cada uma dessas cidades. Isto lhe produz uma estranha sensação de estar sendo dividido em pedaços.
O Estudante pode agora compreender a importância do panorama da vida passada durante a existência purgatorial onde o mesmo se traduz em sentimentos definidos. Se ao morrer deixarem a pessoa tranquila, sem perturbação, a completa, profunda e clara impressão do panorama gravado como resultado no Corpo de Desejos fará que a vida no Mundo do Desejo seja muito mais vivida e consciente, e que a purificação seja mais perfeita. A expressão de desespero e as lamentações doe que rodeiam o leito de morte, dentro do período de três dias e meio mencionado, só podem resultar em que o ser humano obtenha uma impressão vaga da vida passada. O espírito que tenha estampado uma gravação clara e profunda no seu Corpo de Desejos compreenderá os erros da vida passada muito mais clara e definidamente do que se as imagens gravadas resultarem indistintas, pelo fato de sua atenção ter sido desviada por lamentos e sofrimentos daqueles que o rodeavam. Os sentimentos relativos às coisas que causam sofrimento no Mundo do Desejo serão muito mais definidos se forem extraídos de uma impressão panorâmica bem distinta do que se a duração do processo fosse insuficiente.
Esse agudo e preciso sentimento será de valor imenso nas vidas futuras. Ele estampa no Átomo-semente do Corpo de Desejos uma impressão indelével de si mesmo. As experiências serão esquecidas nas vidas futuras, mas o Sentimento subsistirá, de modo que quando novas oportunidades para repetir os erros das vidas passadas se apresentarem, esse Sentimento falará com toda a clareza e de maneira inequívoca. Essa é “a pequenina voz silenciosa” que nos adverte, ainda que não saibamos por que, mas quanto mais claro e definido tenha sido o panorama das vidas passadas tanto mais amiúde, forte e claramente, ouviremos essa voz. Vemos assim quão importante é proporcionarmos ao espírito em transição um ambiente de absoluta quietude. Assim fazendo, ajudamo-lo a colher o máximo benefício da vida que terminou e a evitar a repetição dos mesmos erros em vidas futuras. Lamentações histéricas e egoístas podem privá-lo de grande parte do valor da vida que passou.
A missão do Purgatório é erradicar os hábitos prejudiciais, tornando impossível sua gratificação. O indivíduo sofre exatamente o que fez sofrer aos outros, com sua: desonestidade, crueldade, intolerância, ou, o que for. Em virtude desse sofrimento aprende a agir honesta, gentil e pacientemente com os demais no futuro. Assim, em razão da existência desse estado benéfico, o ser humano aprende a virtude e a reta ação. Quando renasce está livre de maus hábitos, ou pelo menos as más ações que venha a cometer serão frutos de sua livre vontade. A tendência a repetir o mal das vidas passadas subsiste, mas devemos aprender a agir com retidão, conscientemente, e por vontade própria. Tais tendências tentam-nos eventualmente, proporcionando-nos oportunidades de autodomínio e de inclinação para a virtude e a compaixão, opondo-nos à crueldade e ao vício. Contudo, para indicar a ação reta e ajudar-nos a resistir às ciladas e ardis da tentação, temos o sentimento resultante da purificação dos maus hábitos e da expiação dos maus atos das vidas passadas. Se ouvimos e atendemos sua voz e evitamos o mal que nos incita, a tentação cessa. Então nos libertamos dela para sempre. Se caímos, experimentamos um sofrimento mais agudo do que o anterior, porque o destino do transgressor é muito duro até que aprenda a viver pela regra de Ouro. Mesmo assim não temos ainda chegado ao fim. Fazer o bem aos demais esperando que eles nos retribuam é essencialmente egoísta. No devido tempo aprenderemos a fazer o bem sem considerar como estamos sendo tratados pelos outros. Como disse Cristo, devemos amar até os nossos inimigos.
Há um benefício inestimável em conhecer o método e o objetivo da purgação, pois assim poderemos nos antecipar e começar a viver nosso Purgatório aqui e agora, dia a dia, avançando muito mais depressa dessa maneira. Na última parte desta obra é dado um exercício cujo objetivo é a purificação, como ajuda ao desenvolvimento da visão espiritual. Consiste em recordarmos os acontecimentos do dia ao nos recolhermos â noite. Contemplam-se, então, os acontecimentos do dia em ordem inversa, fixando-os especialmente em seu aspecto moral, e considerando onde e quando se agiu com retidão ou erroneamente em cada caso particular por pensamentos, atos e hábitos. Julgando-nos assim dia após dia, esforçando-nos por corrigir erros e más ações, podemos praticamente diminuir, talvez até suprimir, a necessidade do Purgatório, capacitando-nos passar diretamente ao Primeiro Céu depois da morte. Se dessa maneira sobrepomo-nos conscientemente às nossas debilidades, estamos também conseguindo um avanço material na escola da evolução. Ainda que fracassemos em corrigir nossas ações, fica-nos um enorme benefício em nos julgarmos. Esse autojulgamento gera aspirações para o bem, que no devido tempo frutificar-se-ão seguramente em ações retas.
Revendo os acontecimentos do dia e censurando-nos pelo mal feito, não devemos esquecer a aprovação impessoal do bem praticado, determinando-nos a agir ainda melhor. Desse modo fortificamos o bem pela aprovação, assim como debilitamos o mal pela reprovação.
O arrependimento e a reforma são fatores poderosos para encurtar a existência no Purgatório, pois a Natureza jamais despende esforços em processos inúteis. Quando compreendemos o erro de certos hábitos ou atos em nossa vida passada e nos determinamos a eliminá-los ou a desfazer o mal feito, expurgamos suas imagens da memória subconsciente, de modo que depois da morte já não estarão ali para julgar-nos. Ainda que não possamos dar compensação por um erro cometido, a sinceridade do nosso arrependimento bastará. A Natureza não visa desforra ou busca vingança. Pode ser dada à vítima uma recompensa em outra forma.
Muitos progressos, normalmente reservados para vidas futuras, serão conseguidos pelo ser humano que aproveita uma oportunidade sem hesitação, julgando-se a si mesmo e eliminando os vícios pela reforma do seu caráter. Essa prática é enfaticamente recomendada. É, talvez, o ensinamento mais importante dessa obra.
O Purgatório ocupa as três regiões inferiores do Mundo do Desejo. O Primeiro Céu está nas três Regiões superiores. A Região Central é uma espécie de território neutro – nem céu nem inferno. Nesta Região encontramos as pessoas retas e honestas, que a ninguém injuriaram, mas que estiveram tão absorvidas pelos seus interesses que nada pensaram sobre a vida superior. Para elas o Mundo do Desejo é um estado da mais indescritível monotonia. Não há nenhum “negócio” nesse Mundo, nem existe ali nada que para um ser humano de tal espécie possa substituí-lo. Passa um período de tempo mui penoso, até que aprende a pensar em outras coisas que não sejam escritas mercantis e contas correntes. Aqueles seres humanos que pensaram nos problemas da vida e chegaram à conclusão de que “tudo acaba com a morte”; que negaram a existência das coisas que estão além do mundo material, esses sentirão também aquela terrível monotonia. Esperavam o aniquilamento da consciência, mas ao invés disso vão se achar com uma percepção maior das pessoas e das coisas que os circundarem. Habituaram-se a negar essas coisas tão veementemente que, amiúde, acreditarão que o Mundo do Desejo é uma alucinação. Pode-se ouvi-los exclamar com o mais profundo desespero: “Quando acabará isto? Quando acabará isto? “.
Tais pessoas encontram-se realmente em estado lastimável. Estão além do alcance de qualquer auxílio, e sofrem por muito mais tempo do que qualquer outra. Além disso, dispõem de pouquíssima vida no mundo celeste, onde se ensina a construção de Corpos para uso futuro. Portanto eles concentram seus pensamentos cristalizantes sobre o Corpo que constroem para a vida futura, pelo que formam um organismo que manifestará terríveis tendências endurecedoras, como a que observamos na consumpção. Às vezes o sofrimento em Corpos assim decrépitos poderá fazer voltar para Deus os pensamentos dessas entidades ajudando-as a prosseguir em sua evolução. Contudo, a Mente materialista corre o terrível perigo de perder todo o contato com o espírito, convertendo o indivíduo num proscrito. Por isso os Irmãos Maiores preocuparam-se seriamente com o destino do Mundo ocidental durante o último século, e se não fosse a sua ação benéfica e especial havia um cataclismo social, comparado com o qual a Revolução Francesa seria uma brincadeira de crianças. O clarividente desenvolvido pode observar quão dificilmente a humanidade tem escapado de desastres tão devastadores que os continentes ter-se-iam submergidos no mar. O leitor encontra uma exposição mais detalhada da relação do materialismo com as erupções vulcânicas no Capítulo XVIII, onde a lista de erupções do Vesúvio[9] corrobora tal relação, a menos que se atribua isso a meras ”coincidências”, atitude geralmente tomada pelos cépticos quando enfrentam fatos e números que não podem explicar.
Quando termina a existência purgatorial, o espírito purificado ascende ao Primeiro Céu, que está situado nas três Regiões mais elevadas do Mundo do Desejo. Os resultados dos sofrimentos são incorporados ao Átomo-semente do Corpo de Desejos, o que lhe comunica a qualidade de reto sentimento que atuará, no futuro, como impulso para o bem e repulsão ao mal. Aqui o panorama do passado se desenrola de novo para trás, mas então as boas obras da vida são à base dos sentimentos. Ao chegarmos às cenas em que ajudamos a outrem, viveremos de novo toda a alegria que isto nos proporcionou, como também sentiremos toda a gratidão emitida por aqueles a quem ajudamos. Quando contemplamos de novo as cenas em que fomos ajudados por outros, voltamos a sentir toda a gratidão que emitimos ao nosso benfeitor. Desse modo vemos a importância de apreciar os favores com que outros nos cumularam, porque a gratidão produz crescimento anímico. Nossa felicidade no céu depende da felicidade que tenhamos proporcionado a outros, e do valor que demos àquilo que outros fizeram por nós.
Deve-se sempre recordar que o poder de dar não pertence exclusivamente ao ser humano rico. Dar dinheiro sem discernimento pode ser até um mal. É um bem dar dinheiro para um propósito que consideremos benéfico, porém um serviço prestado vale mil vezes mais. Como disse Whitman[10]:
“Atenção, não dou palestras nem faço um pouco de caridade,
Quando dou algo, dou-me por inteiro.”
Um olhar carinhoso, expressões de confiança, uma simpática e amorosa ajuda são coisas que todos podem dar, seja qual for a fortuna de cada um. Todavia devemos ajudar o necessitado de maneira que ele possa ajudar a si próprio, seja física, financeira, moral ou mentalmente, para que não dependa mais de nós nem dos outros.
A ética de dar, produzindo uma lição espiritual sobre aquele que dá, foi descrita de forma belíssima em “Visão de Sir Launfal”, de Lowell[11]. O jovem e ambicioso cavaleiro, Sir Launfal, envergando brilhante armadura e vestido com luxuosas roupas, parte do seu castelo em busca do “Santo Graal”. No seu escudo resplandece a cruz, o símbolo da benignidade e ternura do Nosso Salvador, o Ser amoroso e humilde, mas o coração do cavaleiro está repleto de orgulho e desdém para com os pobres e necessitados. Ele encontra um leproso mendigando e com um gesto de desdém atira-lhe uma moeda, como se atirasse um osso a um cão faminto. Porém…
O leproso não ergueu o ouro do pó:
“Melhor para mim é a côdea de pão que o pobre me dá,
e melhor sua mão que me abençoará,
ainda que de mãos vazias de sua porta me deva afastar.
As esmolas que só com as mãos ofertadas,
não são as verdadeiras.
Inúteis são o ouro e as riquezas dadas
apenas como um dever a cumprir.
A mão, porém, não consegue a esmola abarcar,
quando vem daquele que reparte o pouco que tem,
que dá o que não é possível visualizar.
– esse fio de Beleza que tudo sabe unir,
que tudo sustenta, penetra e mantém –
o coração ansioso e estende a mão
quando Deus acompanha a doação,
alimentando a alma faminta, que sucumbia só, na escuridão”.
Ao regressar, Sir Launfal encontra seu castelo ocupado por outro, sendo impedido de nele entrar.
Já velho, claudicante e alquebrado,
da busca do Santo Graal, ele voltou
pouco lhe importando o que para trás deixou.
Não mais luzia a cruz sobre seu manto,
mas fundo em seu coração a marca ficou:
a divisa do pobre e seu triste pranto.
De novo encontra o leproso que, outra vez, lhe pede uma esmola. No entanto, o cavaleiro agora responde de outro modo.
E Sir Launfal lhe disse: “Vejo em ti
a imagem d’Aquele que na cruz morreu.
Tu, também, tens a coroa de espinhos de quem padeceu,
muitos escárnios tens também sofrido
e o desprezo do mundo hás sentido.
As feridas em tua vida não faltaram
nos pés, nas mãos, no corpo, elas te machucaram.
Filho da clemente Maria reconhece quem eu sou
e vê que, através do pobre, é a Ti que eu dou.”
Um olhar aos olhos do leproso lhe traz recordações e reconhecimento, e:
Seu coração era só cinza e pó.
Ele partiu, em duas, sua única côdea de pão,
ele quebrou o gelo da beira do córrego
e ao leproso deu de comer e beber.
Uma transformação, enfim, ocorreu:
Não mais o leproso ao seu lado se curvava
Mas, à frente dele, glorioso se levantava.
(…)
E a Voz, ainda mais doce que o silêncio:
“Vê, Sou Eu, não temas!
Na busca do Santo Graal, em muitos lugares
Gastaste tua vida, sem nada lucrares.
Olha! Ei-lo aqui: o cálice que acabaste de encher
com a límpida água do regato que Me desse de beber.
Esta côdea de pão é Meu Corpo
que foi para ti partido.
Esta água é Meu sangue
que na cruz para ti foi vertido.
A Santa Ceia é mantida, na verdade,
por tudo que ajudamos o outro em sua necessidade.
Pois a dádiva, só tem valor
Quando com ela vem o doador
e a três pessoas ela alimenta assim:
ao faminto, a si própria e a Mim.”
O Primeiro Céu é um lugar de alegria, sem vestígios sequer de amargura. O espírito está além das influências materiais e terrestres, e, ao reviver sua vida passada, assimila todo o bem nela contido. Aqui se realizam em toda amplitude todos os empreendimentos nobres a que o ser humano aspirou. E um lugar de repouso, e quanto mais dura tenha sido a vida maior será o descanso que gozará. Enfermidade, tristeza e dor são coisas desconhecidas no Primeiro Céu. É a pátria de veraneio dos espiritualistas. Os pensamentos do devoto cristão construíram ali a Nova Jerusalém. Formosas casas, flores, etc., são o prêmio dos que a elas aspiraram, e que eles mesmos construíram com o pensamento, utilizando-se da sutilíssima matéria de desejos. Contudo são para eles tão reais e tangíveis como são para nós as casas materiais. Todos desfrutam ali a satisfação daquilo que não puderam alcançar na vida terrestre.
Há uma classe de seres que goza uma vida especialmente formosa no Primeiro Céu: as crianças. Se pudéssemos vê-las, logo cessariam nossos pesares. Quando uma criança morre antes do nascimento do Corpo de Desejos, isto é, antes dos catorze anos, não vai além do Primeiro Céu porque não é responsável pelos seus atos, do mesmo modo que o feto que se contorce no útero não é responsável pelo incômodo que causa à sua mãe. Portanto, a criança não tem existência purgatorial. O que não foi vivificado não pode morrer, portanto o Corpo de Desejos de uma criança, junto com a Mente, persistirá até o novo nascimento. Por essa razão, essas crianças são capazes de recordar suas vidas anteriores, como é o caso que se narra em outro lugar.
Para tais crianças o Primeiro Céu é uma sala de espera onde permanecem de um a vinte anos, até que se apresente uma nova oportunidade para renascerem. Entretanto, é algo mais do que uma simples sala de espera, porque, nesse ínterim realiza-se ali um grande progresso.
Quando uma criança morre há sempre alguém da família à sua espera. No entanto, na falta disto, sempre existe quem a adote com sentimento maternal porque gostava também de fazê-lo em sua existência terrena, satisfazendo-se em cuidar de um pequeno desamparado. A extrema plasticidade da matéria de desejos permite formar com a maior facilidade maravilhosos brinquedos viventes para as crianças, tornando suas vidas um formoso divertimento: contudo sua instrução não fica descuidada. Elas são agrupadas em classes de acordo com os seus temperamentos, sem considerar-se a idade. No Mundo do Desejo é muito fácil ministrar-se lições objetivas da influência do bem e das más paixões sobre a conduta e a felicidade. Estas lições imprimem-se indelevelmente sobre o sensitivo e emotivo Corpo de Desejos da criança e acompanham-na depois do renascimento. Assim, muitos dos que levam uma vida nobre devem-na ao fato de terem sido submetidos a esse treinamento. Quando nasce um espírito débil é comum os Compassivos Seres (os Líderes Invisíveis que dirigem nossa evolução) fazerem-no morrer em tenra idade para que possa ter esse treinamento extra, ajudando-o a adaptar-se ao que talvez possa ser para ele uma vida dura. Parece ser esse o caso especialmente quando a impressão no Corpo de Desejos foi fraca, em decorrência de perturbações das lamentações dos parentes em volta do moribundo, ou por ter morrido em acidente ou num campo de batalha. Sob tais circunstâncias ele não pode experimentar, em sua existência pós-morte, a intensidade de sentimentos apropriados, por isso quando nasce e morre a seguir, em tenra idade, a perda se recobra na forma acima indicada. Muitas vezes, o dever de cuidar dessas crianças na vida celeste recai sobre aqueles que foram causa dessas anomalias, pois assim são-lhe proporcionadas oportunidades para repararem uma falta e aprenderem a agir melhor. Ou talvez venham a serem os pais daquele que prejudicaram, devendo cuidar dele nos poucos anos que viva. Nesse caso não importará que se lamentem histericamente por causa de sua morte porque não há imagens no Corpo Vital infantil que produzam consequências.
Esse céu é também lugar de progresso para todos os estudiosos, para os artistas e para os altruístas. O Estudante e o filósofo têm acesso instantâneo a todas as bibliotecas do mundo. O pintor observa, com inefável delícia, as combinações de cores sempre cambiantes. Logo aprende que seus pensamentos formam e misturam essas cores à vontade. Suas criações brilham e cintilam com uma vividez impossível de ser conseguida pelos que trabalham com as monótonas cores da Terra. Está, por assim dizer, pintando com matéria viva, resplandecente, sendo por isso mesmo capaz de executar suas obras com uma facilidade que lhe inunda a alma de deleite. O músico não chegou ainda ao lugar em que sua arte se expressa a si mesma em toda a extensão. O Mundo Físico é o mundo da Forma. O Mundo do Desejo, onde se acham o Purgatório e o Primeiro Céu, é especialmente o mundo da Cor; mas, o Mundo do Pensamento, onde estão localizados o Segundo Céu e o Terceiro Céu, é a esfera do Som. A música celeste é um fato e não mera figura de retórica. Pitágoras não fantasiava quando falou da música das esferas, porque cada um dos Corpos celestiais tem seu tom definido e, juntos, formam a sinfonia celestial que Goethe[12] também menciona no prólogo do seu “Fausto”, onde na cena do céu o Arcanjo Rafael diz:
“Sol entoa sua velha canção
Entre os cânticos rivais das esferas irmãs,
Seu caminho predestinado vai trilhar
Através dos anos, em retumbante marchar”.
Os ecos desta música celeste chegam até nós, aqui no Mundo Físico, e são o nosso bem mais precioso, ainda que fugazes como o fogo-fátuo. A música não pode ser criada permanentemente, a exemplo de outras obras de arte – uma estátua, um quadro, ou um livro. No Mundo Físico, o som morre logo que nasce. No Primeiro Céu, porém, esses ecos são muito mais formosos e permanentes, daí o músico poder ouvir ali os mais doces acordes que jamais ouviu em toda sua vida terrena.
As experiências do poeta são semelhantes às do músico, pois a poesia é expressão dos mais íntimos sentimentos da alma em palavras. Estas se ordenam consoante às mesmas leis de harmonia e ritmo que regem a expressão do espírito na música. Além disso, o poeta encontra uma inspiração magnífica nas imagens e cores, que são as características principais do Mundo do Desejo. Dali tomará os materiais para usá-los em sua próxima encarnação. De maneira idêntica o escritor acumula material e faculdade. O filantropo concebe seus planos altruístas para a elevação do ser humano. Se falhou em uma vida, verá a razão do fracasso no Primeiro Céu, e aprenderá ali a superar os obstáculos e a evitar os erros que tornaram seus planos impraticáveis.
Com o tempo, chega-se a um ponto em que o resultado da dor e do sofrimento no Purgatório, junto ao sentimento feliz extraído das boas ações da vida passada, integram-se ao Átomo-semente do Corpo de Desejos. Juntos eles constituem o que chamamos consciência, essa força propulsora que nos põe em guarda contra o mal, o produtor de sofrimentos, e nos inclina para o bem, o gerador de felicidade e alegria. Tal como abandonou os Corpos Denso e Vital, assim o ser humano abandona seu Corpo de Desejos, que se desintegra. Dele, leva consigo unicamente as forças do Átomo-semente, que formarão o núcleo do futuro Corpo de Desejos, como o foi a partícula permanente de percepção dos seus veículos anteriores.
Como já foi relatado, as forças do Átomo-semente são retiradas. Para o materialista, força e matéria são inseparáveis. O ocultista vê as coisas diferentemente. Para ele não são dois conceitos totalmente distintos e separados, mas os dois polos de um só espírito.
Matéria é espírito cristalizado.
Força é o mesmo espírito ainda não cristalizado.
Isto já foi dito antes, mas nunca será demais incutir na Mente. Nesta relação, a ilustração do caracol é muito proveitosa. A matéria, que é espírito cristalizado, corresponde à concha do caracol, que vem a ser cristalizada. Outra boa comparação: a força química que move a matéria, tornando-a apta para a construção da forma, corresponde ao caracol que move sua casa. Portanto, o que atualmente é caracol será concha daqui a algum tempo, e o que agora é força será matéria quando se cristalizar futuramente. O processo inverso de transmutação de matéria em espírito processa-se também continuamente. A fase mais elementar desse processo nós vemos na decomposição, quando o ser humano abandona seus veículos: o espírito de um átomo separa-se facilmente do espírito mais inferior que se manifestava como matéria.
Finalmente o ser humano, o Ego, o Tríplice Espírito, entra no Segundo Céu. Está envolto na Mente, que contém os três Átomos-sementes – a quintessência dos três veículos abandonados.
Quando o ser humano, ao morrer, perde seus Corpos Denso e Vital, encontra-se nas mesmas condições de uma pessoa adormecida. O Corpo de Desejos, conforme explicado, não possui órgãos próprios para uso. De um ovoide transforma-se então numa figura parecida com o Corpo Denso abandonado. Facilmente se compreende que deve haver um intervalo de inconsciência semelhante ao sono antes de o ser humano despertar no Mundo do Desejo. Por conseguinte, não é raro acontecer a certas pessoas permanecerem, durante longo tempo, incertas do que se passou com elas. Notam que podem pensar e mover-se, mas não compreendem que morreram. Às vezes é até muito difícil conseguir fazê-las crer que estão realmente “mortas”. Compreendem, sim, que algo está diferente, mas não são capazes de entender o que seja.
Tal não acontece quando se efetua a passagem do Primeiro Céu – no Mundo do Desejo, para o Segundo Céu – na Região do Pensamento Concreto. Abandonando seu Corpo de Desejos, o ser humano está, então, perfeitamente consciente. Passa a um grande silêncio, e durante esse intervalo tudo parece desvanecer-se, ele não pode pensar. Nenhuma das suas faculdades acha-se ativa, mas sabe que é. Tem a sensação de encontrar-se no “Eterno Agora”, de achar-se completamente só, todavia sem temor. Então sua alma inunda-se de uma paz inefável, “que sobre passa todo o entendimento”.
A ciência oculta chama isso “O Grande Silêncio”.
Então, vem o despertar. O espírito está agora em sua pátria, seu lar – o mundo celeste. E o despertar traz-lhe ao espírito o som da música das esferas.
Na existência terrena vivemos tão absorvidos pelos pequenos ruídos e sons do nosso restrito ambiente, que somos incapazes de ouvir a música dos Astros em movimento, mas o ocultista ouve-a. Ele sabe que os doze Signos do Zodíaco e os sete Planetas formam a caixa de ressonância e “as sete cordas da lira de Apolo”. Sabe também que um simples desacorde na harmonia celestial desse grande Instrumento poderia produzir “um aniquilamento da matéria e uma colisão de mundos”.
O poder da vibração rítmica é bem conhecido de todo àquele que já dedicou ao mesmo assunto um estudo superficial. Por exemplo: quando soldados atravessam uma ponte ordena-se a eles que rompam o compasso da marcha, porque seu passo rítmico poderia destruir a estrutura mais forte. O relato bíblico do efeito das trombetas de chifre de carneiro, enquanto marchavam ao redor dos muros da cidade de Jericó não é coisa sem nexo para o ocultista. Em alguns casos semelhantes coisas já aconteceram sem provocar o riso geral de desdenhosa incredulidade. Há poucos anos uma banda de música estava ensaiando num jardim, junto ao sólido muro de um castelo antigo. Em dado momento, uma nota muito penetrante e demoradamente foi emitida e, então, o muro do castelo ruiu de súbito. Os músicos tinham tocado a nota-chave do muro com a intensidade e o prolongamento suficientes para derrubá-lo.
Quando se diz que o Segundo Céu é o mundo do som, não se deve pensar que nele não haja cores. Muita gente sabe que há relação muito íntima entre a cor e o som; que quando se toca certa nota gera-se simultaneamente a cor que lhe corresponde. Assim é também no mundo celeste: cor e som estão presentes ao mesmo tempo, mas o som é que origina a cor. Portanto, se diz que esse é especialmente o mundo do som, e esse som é que constrói todas as formas do Mundo Físico. O músico pode ouvir certos sons em diferentes partes da Natureza, tal como o do vento no bosque, o rumor das ondas quebrando nas praias, o bramido do oceano e o ruído sonoro das águas. A combinação de tais sons forma um todo que é a nota-chave da Terra, seu “tom”. Assim como um arco de violino que se passa pela borda de uma lâmina de vidro com pó fino gera figuras geométricas, assim também as formas que vemos em torno de nós são figuras cristalizadas de sons produzidos pelas forças arquetípicas que atuam nos arquétipos no mundo celeste.
O trabalho realizado pelo ser humano no mundo celeste é múltiplo. Não é uma existência inativa, sonhadora ou ilusória. É o tempo da mais intensa e importante atividade, em que ele se prepara para a próxima vida, assim como o sono é uma preparação ativa para o trabalho do dia seguinte.
Aqui a quintessência dos três Corpos é assimilada pelo Tríplice Espírito. Tanto quanto o ser humano tenha trabalhado sobre o Corpo de Desejos durante a vida, purificando seus desejos e emoções, assim será a quintessência desse Corpo amalgamada ao Espírito Humano, que lhe proporcionará uma Mente aperfeiçoada no futuro.
Tanto quanto o Espírito de Vida tenha trabalhado sobre o Corpo Vital, transformando-o, espiritualizando-o e salvando-o, assim, do decaimento a que está sujeito, tanto lhe será amalgamado com o Espírito de Vida para assegurar um Corpo Vital e um temperamento melhor nas vidas subsequentes.
Tanto quanto o Espírito Divino tenha salvado do Corpo Denso pela reta ação, tanto lhe será amalgamado para proporcionar melhores ambientes e oportunidades no futuro.
Essa espiritualização dos veículos se realiza por meio do cultivo das faculdades da observação, do discernimento e da memória; da devoção a ideais elevados; da oração e concentração; da persistência e do reto emprego das forças vitais.
O Segundo Céu é o verdadeiro lar do ser humano – o Ego, o Pensador. Aqui ele permanece durante séculos, assimilando o fruto da última vida e preparando as condições terrenas mais apropriadas para o seu próximo passo no progresso. O som ou tom que permeia essa Região, patenteando-se por toda parte como cor é, por assim dizer, o seu instrumento. Essa harmoniosa vibração sonora, qual elixir de vida, amalgama no Tríplice Espírito a quintessência do Tríplice Corpo, da qual depende o seu crescimento.
A vida no Segundo Céu é extraordinariamente ativa e variada em numerosos sentidos. O Ego assimila os frutos de sua última vida terrena e prepara o ambiente para uma nova existência física. Não basta dizer que as novas condições serão determinadas pela conduta e atos da última vida. É necessário que os frutos do passado sejam aplicados no Mundo Físico, que será o próximo campo de atividade do Ego, e onde esse estará adquirindo novas experiências físicas e colhendo mais frutos.
Portanto, todos os habitantes do mundo celeste trabalham sobre os modelos da Terra – a totalidade dos quais se encontra na Região do Pensamento Concreto – lhe alterando as formas físicas e produzindo-lhe mudanças graduais no aspecto. Assim, em cada retorno à vida física eles encontram um ambiente diferente onde podem adquirir novas experiências. O clima, a flora e a fauna são alterados pelo ser humano sob a direção de Seres elevados que mais tarde descreveremos. Por conseguinte, o mundo é exatamente o que nós próprios, individual e coletivamente, temos feito dele, e será tal e qual como o fizermos. Em tudo quanto ocorre, o ocultista vê uma causa de natureza espiritual manifestando-se a si mesma, inclusive o alarmante aumento de frequência das perturbações sísmicas, que têm origem no pensamento materialista da ciência moderna.
É certo que causas puramente físicas podem produzir tais perturbações, mas tal explicação será a última palavra sobre o assunto? Podemos explicar, amplamente, as coisas só pela observação daquilo que aparentam, superficialmente? Certamente que não! Vejamos: dois homens discutem na rua. Subitamente um esmurra o outro, fazendo-o cair. Um observador poderá afirmar que um pensamento de ódio foi a causa original do golpe. Outro poderá sustentar que viu o braço erguer-se, os músculos contraírem-se, seguindo-se o soco que derrubou a vítima. Isto também é verdade, porém é mais certo dizer-se que o golpe não teria sido desfechado se não houvera existido primeiramente um pensamento de ódio. De modo equivalente, diz o ocultista, se não houvesse como causa o materialismo não se produziriam as convulsões sísmicas.
O trabalho do ser humano no Mundo celeste não se limita apenas à alteração da superfície da Terra, que será o campo de suas futuras lutas para dominar o Mundo Físico. Ele ocupa-se também, ativamente, em aprender como construir um Corpo que tenha os melhores meios de expressão. O destino do ser humano é converter-se em Inteligência Criadora e para tal aplica-se à sua aprendizagem todo o tempo. Durante a vida celeste aprende a construir toda classe de Corpos, inclusive o humano.
Falamos atrás das forças que trabalham pelos polos positivo e negativo dos diferentes Éteres. O ser humano mesmo é uma parte dessas forças. Aqueles a quem chamamos “mortos” são os que nos ajudam a viver. Por sua vez eles são ajudados pelos chamados “espíritos da natureza” aos quais governam. Instrutores das mais elevadas Hierarquias Criadoras dirigem o trabalho do ser humano. Ajudaram-no a construir seus veículos antes de ter alcançado consciência de si mesmo, do mesmo modo que ele próprio constrói atualmente seus veículos durante o sono. No entanto, no transcurso de sua vida celeste esses instrutores ensinam-no conscientemente.
Ao pintor, ensinam como construir um olho apurado, capaz de captar perspectivas perfeitas, e distinguir cores e matizes em um grau inconcebível para os que não se interessam por cor ou luz.
Ao matemático que tem de lidar com o espaço, ensinam o delicado ajuste dos três canais semicirculares, os quais estão situados dentro do ouvido interno, que apontando, cada um, em uma das três direções do espaço, dão a faculdade da percepção abstrata. O pensamento lógico e a habilidade matemática estão em proporção à precisão do ajuste desses canais semicirculares. A habilidade musical depende também do mesmo fator, mas além da necessidade do devido ajuste dos canais semicirculares, o músico precisa do órgão de Corti extremamente delicado. Há no ouvido humano cerca de dez mil dessas fibras, e cada uma pode diferençar cerca de vinte e cinco gradações de tons. No ouvido da maioria das pessoas essas fibras não respondem senão de três a dez das gradações possíveis. Entre os músicos comuns o maior grau de eficiência é de uns quinze sons por fibra, mas um maestro, que é capaz de interpretar e traduzir a música do mundo celeste requer maior grau de acuidade para distinguir entre as diferentes notas e perceber a mais ligeira desarmonia nos mais complicados acordes. Pessoas que requerem órgãos de tão extrema delicadeza para expressão de suas faculdades devem receber o maior cuidado, como exigem seu mérito e elevado grau de desenvolvimento. Nenhuma outra classe é tão elevada quanto à dos músicos, o que é muito lógico, pois enquanto o pintor atrai sua inspiração principalmente do mundo da cor – o mais próximo, o Mundo do Desejo – o músico tenta trazer-nos, traduzida em sons terrenos, a atmosfera do nosso lar celeste, a que, como espíritos, pertencemos. É sua a missão mais elevada, pois como meio de expressão da vida anímica, a música reina suprema. Compreende-se que a música seja diferente e a mais elevada de todas as artes se considerarmos que uma estátua ou um quadro, uma vez criado, são permanentes. Sendo evocações do Mundo do Desejo eles são, por conseguinte, mais facilmente cristalizados. Já a música, sendo do mundo celeste, é mais evasiva e deve, portanto, ser recriada cada vez que a queiramos ouvir. Não pode ser aprisionada, conforme o demonstram as tentativas infrutíferas de fazê-lo parcialmente por meio de aparelhos mecânicos, tais como o fonógrafo ou pianola. A música assim reproduzida perde muito da comovente doçura e frescor do seu próprio mundo e que traz à alma recordações de sua verdadeira pátria, falando-lhe numa linguagem tal que nenhuma beleza expressa em mármore ou tela pode igualar.
O ser humano percebe a música através do mais perfeito órgão dos sentidos do Corpo humano. A visão pode não ser perfeita, mas a audição o é, no sentido de não deformar o som que ouve, enquanto o olho altera muitas vezes o que vê.
Além do ouvido musical, o músico deve também aprender a construir mãos finas e delicadas, dedos ágeis e nervos sensitivos. Caso contrário não poderia reproduzir as melodias que ouve.
É lei da natureza: ninguém pode habitar um Corpo mais eficiente do que aquele que é capaz de construir. Aprende-se, primeiramente, a construir uma determinada classe de Corpo e depois a viver nele. Desta maneira percebem-se os defeitos e aprende-se a corrigi-los.
Todos os seres humanos trabalham inconscientemente na construção dos seus Corpos durante a vida pré-natal, até chegar o momento em que a retida quintessência dos Corpos anteriores seja neles amalgamada. Então passam a trabalhar conscientemente. Compreende-se, pois, que quanto mais o ser humano avança e quanto mais trabalha em seus veículos, tornando-os assim imortais, mais poder tem de construí-los para uma nova vida. O discípulo avançado de uma escola oculta, às vezes, começa a construir por si mesmo tão logo se complete o trabalho das três primeiras semanas de vida pré-natal (que pertence exclusivamente à mãe). Assim, passado o período inconsciente, apresenta-se ao ser humano uma oportunidade de exercer seu nascente poder criador, e aí começa o verdadeiro processo criativo, “original”, a “Epigênese”.
Vemos, pois que o ser humano aprende a construir seus veículos no mundo celeste e a usá-los no Mundo Físico. A Natureza fornece toda classe de experiências de maneira tão maravilhosa e com sabedoria tão consumada que, quanto mais profundamente penetramos nos seus segredos, mais impressionados ficamos com a nossa própria insignificância e mais cresce nossa reverência a Deus, cujo símbolo visível é a Natureza. Quanto mais aprendemos Suas maravilhas, mais compreendemos que esta estrutura universal não é a vasta e perpétua máquina em movimento, que os irrefletidos querem fazer crer. Seria tão pouco lógico como imaginar que, atirando-se ao ar uma caixa de tipos, os caracteres se organizassem por si sós quando caíssem ao chão, formando um formoso poema. Quanto maior a complexidade do plano mais poderoso o argumento em favor da teoria de um Inteligente e Divino Autor.
Tendo assimilado todos os frutos de sua vida passada e alterado a aparência da Terra de maneira a proporcionar-lhe o ambiente requerido em seu próximo passo em busca da perfeição; tendo também aprendido, pelo trabalho nos Corpos dos outros, a construir um Corpo apropriado à sua manifestação no Mundo Físico; e tendo, por último, dissolvido a Mente na essência do Tríplice Espírito, o espírito individual sem envolturas sobe a mais elevada Região do Mundo do Pensamento – o Terceiro Céu. Aqui, pela harmonia inefável desse mundo superior, fortifica-se para a próxima imersão na matéria.
Depois de algum tempo, vem o desejo de novas experiências e a contemplação de um novo nascimento. Isto evoca uma série de quadros ante a visão do espírito – um panorama da nova vida que o espera. Contudo, note-se bem, esse panorama contém somente os acontecimentos principais. Quanto aos detalhes, o espírito tem plena liberdade. É como se um ser humano, para ir a uma cidade distante, tivesse uma passagem com tempo determinado para lá chegar, mas com liberdade inicial de escolher o caminho. Depois de tê-lo escolhido e começado a viagem já não poderia mudar de caminho durante a jornada. Poderia deter-se em todos os lugares que quisesse dentro do tempo marcado, mas não poderia voltar atrás. Assim, cada avanço na viagem limitaria ainda mais as condições da escolha feita. Se escolheu viajar num vapor carvoeiro, seguramente chegará ao seu destino sujo e manchado. Se, ao contrário, tivesse escolhido uma condução elétrica, chegaria mais limpo. Assim acontece com o ser humano em cada nova vida. Talvez encontre pela frente uma vida muito dura, porém pode escolher entre vivê-la limpamente ou chafurdar-se na lama. Outras condições estão também sob o seu arbítrio, embora igualmente sujeitas às limitações das escolhas e ações passadas.
Os quadros do panorama da próxima vida, que acabamos de mencionar, começam no berço e terminam na sepultura. Seguem em direção oposta aquelas do panorama que se segue à morte, como já foi explicada, imediatamente após o espírito libertar-se do Corpo Denso. A razão desta diferença radical entre os dois panoramas é que no panorama pré-natal o objetivo é mostrar o Ego que regressa como certas causas ou atos produzem sempre certos efeitos. No caso do panorama pós-morte o objetivo é oposto, isto é, mostrar como cada acontecimento da vida que findou foi efeito de alguma causa anterior da vida. A Natureza, ou Deus, nada faz sem uma razão lógica, de modo que quanto mais investiguemos mais se evidencia que a Natureza é uma mãe sábia, empregando sempre os melhores meios para a realização dos seus fins.
Pode-se, porém, perguntar: por que devemos renascer? Por que devemos voltar a esta limitada e miserável existência terrena? Por que não podemos adquirir experiência nesses Reinos superiores sem necessidade de vir a Terra? Estamos cansados desta enfadonha e penosa vida terrena!
Tais queixas estão baseadas em mal-entendidos de várias classes. Em primeiro lugar, compreendamos e gravemos profundamente em nossa memória que o propósito da vida não é a felicidade, mas sim a experiência. A tristeza e a dor são nossos mais benévolos mestres. As alegrias da vida não são mais que coisas fugazes.
Isto pode parecer uma doutrina muito dura, de modo que o coração grita e protesta veementemente ante o pensamento de que essa ideia possa ser verdadeira. Todavia, essa é a verdade. Examinada, compreendemos que, apesar de tudo, a doutrina não é tão severa.
Consideremos as bênçãos da dor. Se, colocando a mão sobre uma estufa quente, não sentíssemos dor, a mão ficaria ali provavelmente até queimar-se todo o braço, e sem que o percebêssemos a tempo de salvá-lo. A dor resultante do contato da mão com a estufa quente obriga-nos a retirá-la rapidamente antes de se produzir dano sério. Assim, ao invés de perdermos a mão escapamos com uma ligeira queimadura, que em breve sara. Isto é uma ilustração relativa ao Mundo Físico. Aprenderemos que o mesmo princípio se aplica aos mundos: mental e moral. Se ultrajarmos a moralidade, o remorso provoca dor em nossa consciência, a qual nos prevenirá para não repetirmos o ato. E se não aprendemos a lição da primeira vez a Natureza proporcionar-nos-á experiências cada vez mais duras, até gravarmos em nossa consciência que “o caminho do transgressor é muito duro”. Isto continuará até que sejamos forçados a tomar uma nova direção, e a dar um passo a mais para uma vida melhor.
A experiência é o conhecimento dos “efeitos que se seguem aos atos”. Isto é o objetivo da vida, junto ao desenvolvimento da “Vontade”, que é a força com a qual aplicamos o resultado da experiência. Devemos adquirir experiência, todavia podemos escolher: adquiri-la pelo duro caminho da experiência pessoal ou pela observação dos atos alheios, raciocinando e refletindo sobre eles, guiados pela luz de qualquer experiência que já tínhamos.
Esse é o método pelo qual o Estudante de Ocultismo deveria aprender, ao invés de necessitar do látego da adversidade e da dor. Quanto mais desejarmos aprender dessa forma, menos sentiremos os dolorosos espinhos do “caminho da dor”, e tanto mais depressa alcançaremos o “caminho da paz”.
A escolha é nossa, porém enquanto não aprendemos tudo o que nos cumpre aprender nesse mundo, nós devemos voltar. Não podemos permanecer e aprender nos mundos superiores enquanto não tenhamos dominado as lições da vida terrena. Isto seria tão sem sentido como mandar uma criança ao jardim de infância num dia e ao colégio no dia seguinte. A criança deve voltar ao jardim de infância dia após dia, e frequentar anos inteiros as escolas de primeiro e segundo graus, antes que o estudo tenha desenvolvido nela a capacidade de compreender os ensinamentos da Faculdade.
O ser humano também está numa escola – a escola da experiência. A ela deve voltar muitas vezes antes que possa conseguir dominar todo o conhecimento do mundo dos sentidos. Não há vida terrena, por mais rica que seja de experiência, que forneça esse conhecimento. Por isso a Natureza decreta que terá de voltar à Terra depois de intervalos de repouso, a fim de prosseguir o trabalho no ponto em que o deixou, da mesma maneira que uma criança prossegue o estudo na escola a cada dia, após o intervalo de uma noite de sono. Não é argumento contra esta teoria dizer que o ser humano não recorda as vidas anteriores, uma vez que não podemos relembrar sequer todos os acontecimentos da nossa vida atual! Não recordamos das dificuldades que tivemos para aprender a escrever, contudo dominamos a arte de escrever, o que prova que a aprendemos. Todas as faculdades que possuímos demonstram que as adquirimos, alguma vez em algum lugar. Contudo, existem pessoas que se recordam do seu passado, conforme se relata num exemplo notável ao fim do capítulo seguinte, e que não é senão um entre tantos casos conhecidos.
Além do mais, se não houvesse volta à Terra que utilidade teria a vida? Por que lutar por nada? Por que uma existência feliz num céu eterno deveria ser a recompensa de uma boa vida? Que benefício poderia produzir uma boa vida num céu onde todos são felizes? É fora de dúvida que num lugar onde todo mundo é feliz e contente não há necessidade alguma de simpatia, de sacrifícios, nem de bons conselhos! Ninguém ali precisaria disso. Contudo, na Terra há muitos que os necessitam e as qualidades humanitárias e altruísticas são da maior utilidade para a humanidade que luta. Portanto, a Grande Lei que trabalha para o bem traz o ser humano de volta ao mundo com os tesouros que adquiriu para benefício dele mesmo e dos demais, ao invés de permitir que tais tesouros se desperdicem no céu, onde ninguém deles necessita.
Preparações para o Renascimento
Tendo visto, pois, a necessidade de repetidas incorporações, consideremos, agora, o método de realização desse propósito.
Antes de submergir-se na matéria, o Tríplice Espírito está despido, tendo somente as forças dos quatro Átomos-sementes (núcleos do Tríplice Corpo e da Mente). Sua descida pode ser comparada ao efeito de se vestir vários pares de luvas de crescente espessura, conforme previamente exemplificado. As forças da Mente da última vida são despertadas do seu estado latente no Átomo-semente. Esse começa a atrair para si materiais de subdivisão mais elevada da Região do Pensamento Concreto, pelo mesmo modo que o ímã atrai a limalha de ferro.
Se seguramos um ímã sobre uma mistura de limalhas de: latão, prata, ouro, ferro, chumbo e outros metais, veremos que ele seleciona unicamente as de ferro que, mesmo destas, só tomará as partículas que sua força possa atrair, porquanto seu poder de atração é especifico e limitado a uma quantidade certa desse elemento. O mesmo acontece com o Átomo-semente: de cada região pode tomar apenas o material com que tenha afinidade, e mesmo desse, nada além de uma determinada quantidade definida. Assim, o veículo formado em torno desse núcleo é: a contraparte exata do veículo correspondente da última vida, menos o mal expurgado e mais a quintessência do bem que é incorporado ao Átomo-semente.
O material selecionado pelo Tríplice Espírito toma a forma de um grande sino aberto na base, tendo no topo o Átomo-semente. Se concebermos a ilustração espiritualmente, podemos compará-la a um sino de mergulhador descendo num mar composto de fluidos de crescente densidade. Tais fluidos correspondem às diferentes subdivisões de cada Mundo. A matéria atraída pelo Corpo em forma de sino torna-o mais pesado, e assim ele mergulha na próxima subdivisão inferior e toma desta a cota de material apropriado. Torna-se, então, ainda mais pesado, pelo que submerge mais profundamente, até atravessar as quatro subdivisões da Região do Pensamento Concreto. Então o invólucro da nova Mente do ser humano está completo. A seguir despertam-se as forças no Átomo-semente do Corpo de Desejos, localizado no topo do sino, por dentro. Em sua volta agrupam-se os materiais da sétima Região do Mundo do Desejo. Daí submerge na sexta Região, onde atrai mais materiais. Esse processo continua até que alcance a primeira Região do Mundo do Desejo. O sino tem agora duas camadas – o da Mente por fora e a do novo Corpo de Desejos por dentro.
O Átomo-semente do Corpo Vital é o próximo a entrar em atividade, porém aqui o processo de formação não é tão simples como no caso da Mente e do Corpo de Desejos, pois, como devemos recordar, estes veículos estão comparativamente desorganizados, enquanto o Corpo Vital e o Corpo Denso, além de mais organizados, são muito complexos. O material, em quantidade e qualidade determinadas, é atraído da mesma maneira e sob a ação da mesma lei que atuou nos Corpos superiores, mas a construção do novo Corpo e sua colocação no ambiente apropriado são executadas por quatro grandes Seres de incomensurável sabedoria, que são os Anjos Relatores – os “Senhores do Destino”. Eles incorporam o Éter Refletor no Corpo Vital de tal maneira, que as cenas da vida que vai começar nele se reflitam. O Corpo Vital é construído pelos habitantes do mundo celeste e pelos espíritos elementais de modo a formar um tipo especial de cérebro. Contudo, observe bem: o próprio Ego renascente incorpora em si mesmo a quintessência de seus anteriores Corpos Vitais e, mais ainda, realiza um pequeno trabalho original. Assim é feito para que na vida futura haja lugar para a expressão original e individual, aquela não predeterminada por ações passadas.
É muito importante lembrar esse fato porque existe uma grande tendência para pensar que tudo o que atualmente existe é resultado de algo que existiu antes. Entretanto, se assim fosse não haveria margem para esforços novos e originais e para novas causas. A cadeia de causas e efeitos não é uma repetição monótona. Há sempre um influxo contínuo de causas novas e originais. Esta é a espinha dorsal da evolução – a única realidade que lhe dá sentido e a converte em algo mais que a simples expansão de qualidades latentes. É a “Epigênese” – o livre arbítrio, a liberdade para inaugurar algo inteiramente novo e não uma simples escolha entre dois cursos de ação. Esse importante fator é o único que pode explicar de modo satisfatório o sistema a que pertencemos. A Involução e Evolução por si mesmas são insuficientes, mas juntas com a Epigênese formam uma perfeita tríade de esclarecimento.
O destino de um indivíduo gerado sob a Lei de Consequência é de grande complexidade, e envolve associação com outros Egos, encarnados e desencarnados, de todos os tempos. Igualmente, os encarnados em um determinado tempo podem não estar vivendo na mesma localidade, o que torna impossível cumprir o destino de um indivíduo em uma só vida ou em um só lugar. Por isso o Ego é trazido a um ambiente e a uma família com que esteja de algum modo relacionado.
Sobre o destino a ser cumprido, às vezes é indiferente em qual dos diversos ambientes o Ego renasça. Em tal caso, e tanto quanto possível, é-lhe permitido escolher; mas uma vez a escolha feita, os agentes dos Senhores do Destino vigiam-no invisivelmente, a fim de que nenhum ato de sua livre vontade frustre o cumprimento da porção do destino escolhido. Se por nossos atos buscamos esquivar-nos a esse destino, Eles efetuam outra mudança, de modo a forçar-nos ao cumprimento de nosso destino. Nunca é demais repetir, contudo, que isto não faz do ser humano um desamparado. Trata-se simplesmente da mesma lei que rege o disparo de uma arma: uma vez disparada não há como deter-se a bala, ou mesmo desviá-la da sua trajetória. A direção foi determinada pela posição da arma em nossas mãos quando disparamos. Poderíamos ter mudado essa posição antes de apertar o gatilho. Até esse instante tínhamos o controle total. Isto se aplica igualmente a novas ações que produzem o destino futuro. Até certo ponto podemos modificar e até frustrar certas causas já posta em movimento, mas uma vez começadas, se outras medidas não forem tomadas, ficarão fora do nosso controle. Chama-se a isso destino “maduro” e os Senhores do Destino impedem quaisquer tentativas de fugir a tal classe de destino. Assim, estamos sujeitos ao passado em grande extensão, mas quanto ao futuro temos controle total sobre nossos atos, salvo naquilo em que estejamos limitados por nossas ações anteriores. Pouco a pouco, porém, aprendendo a nos conhecer como causadores de nossas próprias tristezas e alegrias; despertamos à necessidade de harmonizar nossas vidas com as leis de Deus, sobrepondo-nos, assim, às leis do Mundo Físico. Esta é a chave da emancipação; como disse Goethe:
De todo o poder que mantêm todo o mundo agrilhoado
O ser humano se liberta quando o autocontrole há conquistado.
O Corpo Vital, tendo sido modelado pelos Senhores do Destino, proporcionará a forma do Corpo Denso, órgão por órgão. Esse molde ou matriz é então colocado no útero da futura mãe. O Átomo-semente do Corpo Denso está na cabeça triangular de um dos espermatozoides do sêmen paterno. Somente esse espermatozoide possibilita a fertilização, o que explica a esterilidade de muitas uniões sexuais. Os constituintes químicos do fluido seminal e do óvulo são sempre os mesmos, e se estes fossem os únicos requisitos necessários à fecundação não se encontraria, no Mundo Físico e visível, explicação para o fenômeno da esterilidade. Isto, porém se torna evidente quando compreendemos que as moléculas da água congelam somente segundo as linhas de forças nela existentes, formando cristais de gelo ao invés de uma massa homogênea, como seria o caso se não houvessem tais linhas de força. Assim, também, o Corpo Denso não poderia formar-se se não houvesse um Corpo Vital para modelar a matéria física. Deve haver, também, um Átomo-semente do Corpo Denso que atue como determinador da quantidade e qualidade da matéria designada para construir esse Corpo Denso. Ainda que no presente estágio de desenvolvimento nunca haja completa harmonia entre os materiais do Corpo, o que resultaria num Corpo perfeito, contudo a desarmonia não deve ser tão grande que possa causar a desorganização do organismo.
A hereditariedade diz respeito unicamente ao Corpo Denso, não às qualidades anímicas, que são completamente individuais. Não obstante, o Ego renascente também executa certa soma de trabalho em seu Corpo Denso ao incorporar-lhe a quintessência das qualidades físicas do passado. Assim, nenhum Corpo é mescla exata das características físicas dos pais, ainda que o Ego se veja restringido a usar os materiais tomados dos Corpos deles. Daí o músico renascer onde possa conseguir material para uma mão delicada e um ouvido apurado com Órgão de Corti suprassensíveis e esmerado ajuste dos três canais semicirculares. O aproveitamento desses materiais, porém, é executado, até certo ponto, sob o controle do Ego. É situação semelhante à de um carpinteiro a quem se dê uma pilha de madeiras para que construa sua casa, deixando, todavia a seu critério o tipo de casa a ser erguida.
Salvo no caso de um ser de muito elevado desenvolvimento, esse trabalho do Ego, no presente estágio evolutivo do ser humano, é quase insignificante. Maior margem lhe é dada na construção do Corpo de Desejos; muito pouca na do Corpo Vital e quase nenhuma na de seu Corpo Denso. Se bem que esse pouco seja suficiente para fazer cada indivíduo uma expressão do seu próprio espírito e diferente dos pais.
Fecundado o ovócito secundário[13], o Corpo de Desejos da mãe trabalha sobre ele durante um período de dezoito a vinte e um dias. Até aqui o Ego permanece fora, em seu Corpo de Desejos e sua Mente, embora em íntimo contato com a mãe. Terminado esse tempo o Ego entra no Corpo materno. Os veículos em forma de sino se juntam, então, sobre a cabeça do Corpo Vital, e o “sino” se fecha pela parte inferior. Daí em diante o Ego paira sobre seu futuro instrumento até o nascimento da criança e uma nova vida terrestre do Ego reencarnante começa.
Nascimento do Corpo Denso
Os veículos do recém-nascido não se tornam ativos imediatamente. O Corpo Denso fica desamparado por longo tempo depois do nascimento. Raciocinando por analogia, podemos ver logo que o mesmo deve acontecer com os veículos superiores. O ocultista cientista sabe disso, mas mesmo sem a sua clarividência, a razão pode demonstrar que assim deve sê-lo. Do mesmo modo que o Corpo Denso é preparado lentamente dentro da cobertura protetora do útero para a vida separada e individual, assim também os demais Corpos nascem gradualmente e vão entrando em atividade em tempos diferentes. Esses tempos, mencionados na descrição a seguir, sendo aproximados, são, contudo bastante exatos para servir ao propósito geral de provar a relação entre o microcosmo e o macrocosmo – o indivíduo e o mundo.
No período imediato ao nascimento os diferentes veículos interpenetram-se uns aos outros, assim como em ilustração anterior a areia compenetrava a esponja e a água a ambas. Porém, ainda que todos ali se encontrem, tal como na idade adulta, meramente estão presentes. Nenhuma de suas faculdades positivas é ativa. O Corpo Vital não pode utilizar as forças que operam pelo polo positivo dos Éteres. A assimilação, agindo pelo polo positivo do Éter Químico, é muito fraca durante a infância e aquela que se efetua deve-se apenas ao Corpo Vital macrocósmico, cujos Éteres atuam como matriz para o Corpo Vital da criança até o sétimo ano, amadurecendo-o, gradualmente, durante esse período. A faculdade de propagação, que age pelo polo positivo do Éter de Vida, também está latente. O calor do Corpo – que é produzido pelo polo positivo do Éter de Luz – e a circulação do sangue são obra do Corpo Vital macrocósmico. Seus Éteres atuam sobre a criança e lentamente desenvolvem-na, até que possa controlar, por si mesma, essas funções. Já as forças que agem pelo polo negativo dos Éteres são muito mais ativas. A excreção dos sólidos, produzida pelo polo negativo de Éter Químico (correspondente à subdivisão sólida da Região Química) faz-se muito livremente, como também a função de excreção de fluidos, produzida pelo polo negativo do Éter de Vida (correspondente à segunda subdivisão ou fluídica, da Região Química). A função passiva da percepção sensorial, devida às forças negativas do Éter de Luz, é também extraordinariamente notável. A criança é muito impressionável, “é toda olhos e ouvidos”.
Durante os primeiros anos as forças que operam pelo polo negativo do Éter Refletor são também extremamente ativas. Nesses anos as crianças podem “ver” os mundos superiores, e frequentemente, tagarelam sobre aquilo que veem, até que o ridículo ou castigos impostos, pelos mais velhos, “por contarem histórias” fazem-nas desistir de falar.
É deplorável que as crianças sejam obrigadas a mentir – ou pelo menos a negar a verdade – devido à incredulidade dos “sábios” mais velhos. Investigações da Sociedade de Pesquisas Psíquicas[14] provaram que as crianças dispõem, muitas vezes, de invisíveis companheiros de brinquedos, as quais visitam-nas, frequentemente, durante alguns anos. Nesse período, a clarividência delas tem o mesmo caráter negativo da dos médiuns.
O mesmo se dá com as forças que atuam no Corpo de Desejos. A sensação passiva de dor física está presente, enquanto o poder de sentir emoções está ausente quase por completo. A criança pode, naturalmente, demonstrar emoção a mais leve provocação, mas a duração dessa emoção é apenas momentânea. Tudo está na superfície.
A criança possui também o elo da Mente, mas é quase incapaz de atividade mental individual. Sendo extremamente sensível às forças que agem pelo polo negativo, é por isso mesmo imitadora e ensinável.
Isto explica por que todas as qualidades negativas são ativas no ente recém-nascido, porém, antes que possa usar seus diferentes veículos, suas qualidades positivas devem ser amadurecidas.
Cada veículo é, portanto, levado a um determinado grau de maturidade pela atividade do correspondente veículo macrocósmico, o qual age como sua matriz até que esse grau seja alcançado.
Desde o primeiro até o sétimo ano o Corpo Vital vai crescendo e amadurecendo lentamente dentro da matriz do Corpo Vital macrocósmico e, devido à grande sabedoria desse veículo macrocósmico, o Corpo da criança é mais bem formado e melhor organizado nesse período do que no resto da vida.
Nascimento do Corpo Vital e o Crescimento
Enquanto o Corpo Vital macrocósmico guia o crescimento do Corpo da criança, esse é protegido contra os perigos que o ameaçarão posteriormente, quando o inexperiente Corpo Vital individual assumir sozinho a direção. Isto ocorre no sétimo ano, quando começa o período de crescimento excessivo e perigoso, e continuará pelos sete anos seguintes. Durante esse tempo o Corpo de Desejos macrocósmico exerce a função de matriz para o Corpo de Desejos individual.
Se o Corpo Vital dominasse irrestrita e continuamente no Reino Humano, como o faz no Reino Vegetal, o ser humano alcançaria um tamanho enorme. Houve um tempo, no passado remoto, em que o ser humano tinha constituição semelhante à das plantas, possuindo somente o Corpo Denso e o Corpo Vital. As tradições da mitologia e das lendas de todo o mundo a respeito de gigantes nos tempos antiquíssimos são absolutamente certas, porque, então, e pela razão exposta acima, o ser humano crescia tanto quanto as árvores.
Nascimento do Corpo de Desejos e a Puberdade
O Corpo Vital da planta constrói folha após folha, elevando o tronco cada vez mais alto. Continuaria crescendo indefinidamente se, em certo ponto, o Corpo de Desejos macrocósmico não o limitasse, controlando todo o crescimento ulterior. A força não empregada no crescimento é então utilizada para outros propósitos: construir a flor e formar a semente. O mesmo sucede com o Corpo Vital humano: depois do sétimo ano quando o Corpo Denso fica sob sua influência, faz crescê-lo rapidamente até que, próximo aos catorze anos, o Corpo de Desejos individual nasce da matriz do Corpo de Desejos macrocósmico, ficando então livre para trabalhar no seu Corpo Denso. O crescimento excessivo é controlado e a força, até aí utilizada para tal propósito, pode ser agora empregada na propagação, no florescimento e na frutificação da planta humana. Por isso o nascimento do Corpo de Desejos pessoal marca o período da puberdade. Daí em diante começa a atração pelo sexo oposto, especialmente desenfreada e ativa nesse terceiro período setenário da vida – de catorze aos vinte e um anos – por não ter nascido, ainda, a Mente refreadora.
Nascimento da Mente e a Maioridade
Depois dos catorze anos a Mente, envolvida e nutrida pela Mente macrocósmica, começa a desenvolver suas possibilidades latentes para tornar-se capaz de emitir pensamentos originais. As forças dos diferentes veículos do indivíduo amadureceram, agora, a tal ponto que ele poderá empregá-las na sua evolução. Portanto, aos vinte e um anos é que o Ego toma posse completa dos seus veículos. Isso se efetua por meio do calor do sangue e pela produção individual desse sangue, o que se realiza simultaneamente com o pleno desenvolvimento do Éter de Luz.
Da infância aos catorze anos a medula óssea vermelha não forma todos os corpúsculos sanguíneos. A maioria destes é suprida pela glândula timo. Esta glândula, maior no feto, gradualmente diminui conforme aumenta na criança em desenvolvimento a faculdade individual de produzir sangue. A glândula timo contém, por assim dizer, certa quantidade de corpúsculos de sangue fornecidos pelos pais. Consequentemente a criança, recebendo o sangue dessa fonte, não compreende sua individualidade. Enquanto ela própria não produzir o seu sangue não pensará de si mesma como eu. Quando essa glândula desaparece próximo aos catorze anos, o sentimento do “eu” alcança sua plena expressão, já que o sangue passa a ser inteiramente produzido e dominado pelo Ego. O seguinte esclarecerá a ideia e sua lógica:
Recordemos que a assimilação e o crescimento dependem das forças que agem pelo polo positivo do Éter Químico do Corpo Vital, cujo Éter é liberado aos sete anos, simultaneamente com o equilíbrio do Corpo Vital. Por esse tempo somente o Éter Químico está completamente maduro. Os outros Éteres precisam de mais tempo para amadurecer. Aos catorze anos o Éter de Vida do Corpo Vital – o Éter da propagação – amadurece por completo. No intervalo dos sete aos catorze anos a assimilação excessiva armazena certa quantidade de força que, acumulada nos órgãos sexuais, está pronta para atuar ao tempo do nascimento do Corpo de Desejos.
Esta força sexual fica armazenada no sangue durante o terceiro período setenário. Por esse tempo o Éter de Luz, que é o condutor do calor do sangue, desenvolve-se e controla o coração, de modo que o Corpo não fique demasiado frio nem demasiado quente. Na infância o sangue alcança, às vezes, temperaturas anormais, e no período de crescimento excessivo acontece frequentemente o contrário. Contudo, na ardente e irrefreável juventude, a paixão e a cólera podem arrojar o Ego fora do Corpo, em razão do excessivo calor que provocam no sangue. Com muita propriedade chamamos a isto uma ebulição ou temperamento fervente, e que tal pessoa “perde a cabeça”, isto é, torna-se incapaz de pensar. É exatamente o que acontece quando a paixão, a ira ou o temperamento superaquecem o sangue, expulsando, assim, o Ego dos seus Corpos. A descrição é exata quando dizemos que uma pessoa em tal estado “perdeu o domínio de si mesma”. O Ego está fora dos seus veículos e estes se movem em fúria cega, privados da influência orientadora do pensamento, cujo trabalho, em parte, é agir como freio dos impulsos. Há grande e terrível perigo em tal explosão: antes que o possuidor reentre em seu Corpo alguma entidade desencarnada pode apossar-se dele e manter o Ego fora do seu Corpo. Isto é o que se chama “obsessão”. Somente o ser humano que se mantém frio, não permitindo ser arrojado fora dos seus veículos por um calor excessivo do sangue, pode pensar devidamente. Como prova de que o Ego não pode agir no Corpo quando o sangue é demasiado quente ou frio, há o conhecido fato de que o calor excessivo produz sonolência. E se o calor ultrapassa certo limite o Ego é expulso do Corpo, ficando esse inconsciente. O frio excessivo também tende a tornar o Corpo sonolento ou inconsciente. Só quando o sangue tem ou está próximo da temperatura normal é que o Ego pode usar o Corpo como veículo de consciência.
O rubor da vergonha é outro fato que mostra a ligação do Ego com o sangue: este, impelido à cabeça, esquenta demais o cérebro, paralisando o pensamento. O medo é um estado de autodefesa do Ego contra algum perigo externo. Em tal situação o Ego impele o sangue para o centro do Corpo; o rosto empalidece, pois, o sangue abandona a periferia do Corpo e perde calor; o pensamento paralisa-se; o sangue fica “gelado”; o Corpo treme e os dentes batem como quando a temperatura desce devido às condições atmosféricas. No estado febril o excesso de calor produz o delírio.
Quando o sangue não é demasiado quente, as pessoas vigorosas são mental e fisicamente ativas, enquanto as pessoas anêmicas são sonolentas. Em uma, o Ego tem maior controle, noutra menor. Quando o Ego necessita pensar, atrai sangue ao cérebro com a temperatura adequada. Contudo, quando uma alimentação copiosa ou pesada centraliza a atividade do Ego nos órgãos digestivos, o ser humano não pode pensar. Então fica sonolento.
Os antigos escandinavos e escoceses reconheciam que o Ego está no sangue. Nenhum estrangeiro podia ligar-se a eles como parente enquanto não tivesse “misturado o seu sangue”, tornando-se assim um dos seus. Goethe, que foi um iniciado, refere-se também a isso no seu “Fausto”. Quando Fausto vai firmar um pacto com Mefistófeles pergunta: “Por que não assinar com tinta comum? Por que usar sangue? “. Mefistófeles responde, “O sangue é uma essência mui peculiar”. Ele sabia que possuindo o sangue possui-se o ser humano, e que sem sangue quente nenhum Ego pode expressar-se.
O calor apropriado para a expressão real do Ego não se manifesta enquanto a Mente não tenha nascido da Mente Concreta macrocósmica, quando o indivíduo atinge aproximadamente vinte e um anos. A lei também reconhece esta como a idade mínima para a maioridade do indivíduo, e para que esse possa exercer as suas prerrogativas de cidadão.
No presente grau de desenvolvimento humano o ser humano passa por esses diversos estágios em cada ciclo de vida, de um nascimento a outro.
Diagrama – Um Ciclo de Vida
CAPÍTULO IV – O RENASCIMENTO E A LEI DE CONSEQUÊNCIA
Somente três teorias dignas de nota foram formuladas para resolver o enigma da vida e da morte.
No capítulo anterior apresentamos, até certo ponto, uma dessas três teorias: a do Renascimento, juntamente com sua companheira, a Lei de Consequência. Chegamos agora ao ponto em que convém comparar a teoria do Renascimento com as outras duas a fim de averiguar a relatividade de seus fundamentos na natureza. Para o ocultista não pode haver dúvidas. Ele não diz que “crê” nela, salvo no sentido de dizer: “crer” que o botão de uma flor se abre, ou a água do rio corre, ou na execução de qualquer outro trabalho visível no mundo material que se processa continuamente diante de nossos olhos. Não dizemos que “cremos” nessas coisas. Nós dizemos que “conhecemos”, porque as vemos. Portanto, o cientista ocultista pode dizer “eu sei”, com respeito ao Renascimento, a Lei de Consequência e seus corolários. Ele vê o Ego, portanto pode seguir seu trajeto desde que deixa o Corpo Denso, ao morrer, até que reapareça na Terra em novo nascimento. Logo, não precisa “crer”. Contudo, para satisfazer aos demais, convém examinarmos essas três teorias sobre a vida e a morte, a fim de chegarmos a uma conclusão inteligente.
Qualquer grande lei da natureza deve estar, necessariamente, em harmonia com todas as demais. Portanto, é muito útil ao investigador examinar as relações dessas teorias com as admitidas “leis conhecidas da natureza”, observadas nesta parte do universo que nos é mais familiar. Para isso descrevemos, primeiramente, as três teorias:
A primeira destas teorias é monística. Procura explicar todos os fatos da existência como processos dentro do mundo material. As outras duas teorias são dualísticas, isto é, atribuem certos fatos e fases da existência a estados suprafísicos e invisíveis, se bem que difiram amplamente em outros pontos.
Comparando a teoria materialista com as leis conhecidas do Universo, notamos que tanto a continuidade da força como as da matéria estão bem determinadas, além de qualquer necessidade de elucidação. Sabemos também que força e matéria são inseparáveis no Mundo Físico. Isto é contrário à teoria materialista, para a qual a Mente perece ao ocorrer a morte. Se nada pode ser destruído, também a Mente não o poderá. Ademais, sabemos que a Mente é superior à matéria, posto que ela modela a face tornando-a uma reflexão ou espelho da Mente. Sabe-se que as partículas dos nossos Corpos são continuamente trocadas e que, pelo menos uma vez em cada sete anos, todos os átomos do Corpo são substituídos.
Se a teoria materialista fosse verdadeira a consciência também deveria sofrer uma completa mudança, não podendo conservar a memória do passado, pelo que em qualquer tempo só poderíamos recordar os acontecimentos dos últimos sete anos. Contudo, bem sabemos que tal não acontece. Recordamos até os acontecimentos da nossa infância. Pessoas há que relatam incidentes dos mais triviais, esquecidos da consciência comum, recordados distintamente numa visão rápida e retrospectiva da vida quando estiveram a ponto de perecer afogadas. Experiências similares, em estado de transe, são também muito comuns. O materialismo não pode explicar essas fases de sub e supraconsciência. Simplesmente as ignora. Contudo, ignorar a existência desses fenômenos, quando a investigação científica moderna os têm comprovado fora de qualquer dúvida, é séria falha numa teoria que proclama poder resolver o maior problema da vida – a Vida em si mesma.
Podemos, pois passar tranquilamente da teoria materialista à teoria seguinte visto ser aquela inadequada à solução do mistério da vida e da morte.
Uma das maiores objeções que se faz à doutrina teológica ortodoxa, tal como se apresenta, é sua completa e reconhecida impropriedade. Das miríades de almas que foram criadas e habitam esse Globo desde o princípio da existência, mesmo que esse princípio não vá além dos seis mil anos, é insignificante o número das que se salvariam: apenas “cento e quarenta e quatro mil”! As demais seriam torturadas para sempre! E assim o demônio teria sempre a melhor parte. De modo que até poderíamos dizer, como Buda: “Se Deus permite que tais misérias existam, Ele não pode ser bom, e se Ele não tem o poder de impedi-las, não pode ser Deus”.
Nada há na Natureza que se pareça a tal método: criar para, em seguida, destruir o que foi criado. Imagina-se que Deus deseja a salvação de TODOS, e que é contrário à destruição de qualquer um, tanto que para salvá-los “deu Seu Único Filho”. Assim sendo, esse “glorioso plano de salvação” falha pela base!
Se um transatlântico, com duas mil almas a bordo enviasse uma mensagem sem fio de que estava afundando na saída de Sandy Hook[15], poder-se-ia considerar um “glorioso plano de salvação” enviar em seu socorro apenas um rápido barco a motor, capaz de salvar só duas ou três pessoas? Certamente que não! Pelo contrário, seria considerado um “plano de destruição” não providenciar meios adequados para salvar, pelo menos, a maioria dos passageiros em perigo.
O plano de salvação dos teólogos, porém é muitíssimo pior do que isso, uma vez que dois ou três em dois mil é uma proporção imensamente maior do que o plano teológico ortodoxo de salvar unicamente 144.000 dentre todas as miríades de almas criadas. Podemos, pois, sem medo de errar, rejeitar esta teoria também, já que é inexata, porque é irrazoável. Se Deus é onisciente Ele deve ter desenvolvido um plano mais eficaz. E assim Ele o fez. O que ficou dito é apenas teoria dos teólogos. Os ensinamentos da Bíblia são, conforme veremos adiante, muito diferentes.
Consideremos agora a doutrina do Renascimento, que postula um processo de lento desenvolvimento, efetuado, persistentemente, por meio de repetidos renascimentos e em formas de crescente eficiência. Por intermédio destas formas, tempo virá em que todos alcançarão o cume do esplendor espiritual, presentemente, a nós, inconcebível. Nada há nesta teoria que seja irrazoável ou difícil de aceitar. Olhando ao redor, vemos por toda a parte o esforço lento e perseverante, na natureza, para atingir a perfeição. Não vemos nenhum processo súbito de criação ou mesmo de destruição, tal como postula o teólogo, mas nós vemos isto sim, “Evolução”.
Evolução é “a história do progresso do Espírito no Tempo”. Por toda a parte, observando os variados fenômenos do Universo, vemos que o caminho da evolução é uma espiral. Cada volta da espiral é um ciclo. Cada ciclo funde-se com o seguinte, e, como as espirais são contínuas, cada ciclo é o produto melhorado do precedente e o criador de estados sucessivos de maior desenvolvimento.
A linha reta não é mais que a extensão de um ponto. Tem apenas uma dimensão no espaço. A teoria materialista e a teológica seriam semelhantes a essa linha. O materialista diz que a linha da vida parte do nascimento e, para ser coerente, termina na hora da morte. O teólogo começa a sua linha com a criação da alma pouco antes do nascimento. Depois da morte a alma vive indefinidamente, mas seu destino foi determinado de modo irremediável pelos próprios atos no curto período de uns tantos anos. Não pode voltar atrás para corrigir os erros. A linha, seguindo sempre reta, implica numa experiência irrisória e em nenhuma elevação da alma após a morte.
O progresso natural não segue uma linha reta, conforme está implícito nessas duas teorias. Nem mesmo segue um caminho circular, o que significaria uma infinidade de voltas nas mesmas experiências e o emprego de apenas duas dimensões do espaço. Todas as coisas se movem em ciclos progressivos para que possam aproveitar plenamente todas as oportunidades de progresso oferecidas pelo universo de três dimensões. É, pois, necessário à vida em evolução tomar o caminho de três dimensões – a espiral que segue continuamente para frente e para cima.
Quer na modesta plantinha do nosso jardim, quer nas gigantescas sequoias da Califórnia, com troncos de nove metros de diâmetro, sempre notamos a mesma coisa: cada ramo, talo ou folha brota segundo uma espiral simples ou dupla, ou em pares opostos que se equilibram mutuamente, análogos ao fluxo e refluxo, ao dia e à noite, à vida e à morte, e a outras atividades alternativas da Natureza.
Examinando a abóbada celeste, e observando as imensas nebulosas ígneas ou os caminhos dos Sistemas Solares, por toda a parte vemos a espiral. Na primavera a Terra sacode seu branco manto e desperta do período de descanso – seu sono invernal. Todas as atividades visam produzir vida nova por toda a parte. O tempo passa. O trigo e as uvas amadurecem e são colhidos. Outra vez o ativo verão se desvanece no silêncio e na inatividade do inverno e, novamente, o manto branco da neve envolve a Terra. Seu sono, porém, não é eterno: despertará de novo ao canto da nova primavera, que marcará para ela um pouco mais de progresso no caminho do tempo.
Assim acontece com o Sol. Levanta-se todas as manhãs, mas a cada dia progride em sua jornada anual.
Por toda a parte encontra-se a espiral: para frente, para cima, para sempre!
Será possível que esta lei, tão universal em todos os outros Reinos, não o seja também na vida do ser humano? Deverá a Terra despertar a cada ano do seu sono invernal; deverão a árvore e a flor viverem de novo e somente o ser humano morrer? Não é possível! A mesma lei que desperta a vida na planta para que cresça outra vez, traz o ser humano de volta para adquirir novas experiências e avançar ainda mais para a meta da perfeição. Portanto, a teoria do Renascimento, que ensina a necessidade de repetidas incorporações em veículos de crescente perfeição, está em perfeito acordo com a evolução e com os fenômenos da Natureza, o que não ocorre com as outras duas teorias.
Considerando a vida sob o ponto de vista ético, podemos inferir que a Lei do Renascimento e sua companheira, a Lei de Consequência, juntas constituem a única teoria que satisfaz o senso de justiça e está em harmonia com os fatos da vida, conforme os vemos ao nosso redor.
Não é fácil para a Mente lógica compreender como um Deus “justo e amoroso” pode exigir as mesmas virtudes dos milhares de seres que Ele mesmo “colocou a seu bel-prazer sob diferentes condições”, aparentemente sem regra nem plano algum, mas tão-só “quer queira quer não” e de acordo com Seu capricho. Um vive luxuosamente, outro vive em penúria total. Um tem boa educação moral e uma atmosfera de elevados ideais; outro é posto num ambiente mesquinho e ensinado a mentir e a roubar, de modo que quanto melhor o faça mais êxito pode ter! É justo exigir o mesmo de ambos? É certo recompensar um por viver uma boa vida, quando foi colocado num ambiente onde é sumamente difícil desencaminhar-se, ou castigar a outro por viver tão dificilmente que nem pode ter uma ideia do que constitui a verdadeira moralidade? Seguramente não! Não é mais lógico admitir que se tenha interpretado mal a Bíblia do que atribuir a Deus tão monstruoso plano e método de procedimento?
É inútil dizer que não devemos investigar os mistérios de Deus, que estão além do nosso entendimento. As desigualdades da vida podem ser explicadas, satisfatoriamente, pelas leis gêmeas do Renascimento e de Consequência, que se harmonizam perfeitamente com a concepção de um Deus justo e amoroso, tal como Cristo o ensinou.
Além disso, é através dessas leis que podemos ver o modo de emancipar-nos das indesejáveis posições ou ambientes, e como alcançar qualquer grau de desenvolvimento, não importando quão imperfeitos sejamos presentemente.
O que somos, o que temos e todas as boas qualidades são o resultado das nossas próprias ações passadas. O que agora nos falta física, moral ou mentalmente, pode ser nosso no futuro.
Assim como não podemos fazer outra coisa senão continuar nossa vida a cada manhã desde o ponto onde a largamos na noite anterior, assim também, por nossas obras nas vidas passadas, criamos as condições sob as quais agora vivemos e trabalhamos. Do mesmo modo estamos criando, presentemente, as condições de nossas futuras vidas; ao invés de nos lamentarmos pela falta desta ou daquela cobiçada faculdade, devemos é nos esforçar para adquiri-la.
Se uma criança toca, admiravelmente, um instrumento musical sem nenhum esforço, e outra toca com dificuldade apesar de persistente esforço, isso mostra, simplesmente, que a primeira se esforçou nessa direção em vidas passadas e está facilmente readquirindo sua antiga proficiência, enquanto que os esforços da outra começaram somente na presente vida, pelo que podemos ver a maior dificuldade que enfrenta. Contudo, se ela persistir poderá, talvez até na existência atual, tornar-se superior a primeira, a menos que esta continue se aperfeiçoando.
Não tem significado o não recordar os esforços feitos para adquirir uma faculdade por meio de um trabalho tenaz, uma vez que isso não modifica a realidade de que a faculdade permanece conosco.
O gênio é um indício da alma avançada que, por meio de duro esforço em muitas vidas anteriores, desenvolveu em si mesmo algo mais além das realizações normais da raça. Ele revela um vislumbre do grau de realização que será posse comum da raça futura. Ele não pode ser explicado pela hereditariedade, pois esta se relaciona apenas parcialmente com o Corpo Denso, não com as qualidades anímicas. Se o gênio pudesse ser explicado pela hereditariedade, por que não há uma longa linhagem comum de mecânicos entre os ancestrais de Thomas Edison[16], cada qual mais capacitado do que seu predecessor? Por que o gênio não se propaga? Por que não é Siegfried[17], o filho, maior que Richard Wagner[18], o pai?
Quando a expressão do gênio depende da posse de órgãos especialmente construídos, que requerem longo tempo de desenvolvimento, o Ego renasce naturalmente em uma família de Egos que tenham trabalhado gerações inteiras para construir organismos semelhantes. Esta é a razão de terem nascido, na família Bach[19], vinte e nove músicos, mais ou menos geniais, durante um período de duzentos e cinquenta anos. Que o gênio é uma expressão da alma e não do Corpo é demonstrado pelo fato de que essa faculdade não se aperfeiçoou gradativamente, alcançando sua máxima expressão na pessoa de Johann Sebastian Bach. Antes, sua proficiência estava muito acima não só da dos antecessores como dos sucessores.
O Corpo é simplesmente um instrumento, cujo trabalho depende do Ego que o guia, assim como a qualidade de uma melodia depende da habilidade do músico e do timbre do instrumento. Um bom músico não pode expressar-se plenamente num instrumento pobre, assim como nem todos os músicos podem tocar de modo igual o mesmo instrumento. Que um Ego procure renascer como filho de um grande músico não significa necessariamente que venha a ser um gênio maior que o pai, o que forçosamente sucederia se o gênio fosse herança física e não uma qualidade anímica.
A “Lei de Atração” explica, de maneira completamente satisfatória, os fatos que atribuímos à hereditariedade. Sabemos que as pessoas de gostos análogos se procuram. Se sabemos que um amigo vive em certa cidade, mas ignoramos o seu endereço, a lei de associação ser-nos-á guia natural no esforço para encontrá-lo. Se for músico estará provavelmente em lugares onde se reúnem os músicos; se é Estudante, procuramo-lo pelas livrarias, bibliotecas ou salas de leitura; ou se ele é esportista, busquemo-lo no hipódromo, nos campos de polo ou nos estádios, etc. Não é provável que o Estudante ou o músico, habitualmente, frequentem os lugares mencionados em último lugar, podendo também afirmar-se que a procura do esportista teria pouco êxito se feita nas livrarias ou em salões de música.
De modo semelhante, o Ego gravita ordinariamente em torno das associações de caráter semelhante ao seu. A isso ele é impelido por uma das forças do Mundo do Desejo – a Força de Atração.
Pode-se objetar: havendo na mesma família pessoas de gostos completamente opostos, e até inimigas ferrenhas, é a Lei de Associação que as reúne ali?
A explicação disso é a seguinte: durante as vidas terrenas o Ego estabelece relações com várias pessoas. Estas relações podem ter sido boas ou não, implicando de um lado em obrigações que não foram liquidadas na ocasião, e de outro em injúrias e ódio entre o agravado e seu desafeto. Contudo, a Lei de Consequência exige um exato ajuste de contas. A morte não “paga tudo”, assim como, mudar de cidade não liquida nossos débitos financeiros. No caso de dois inimigos, um dia encontrar-se-ão de novo: o antigo ódio reúne-se na mesma família, pois o propósito de Deus é que nos amemos uns aos outros, devendo o ódio se transformar em amor. Assim, ainda que sejam talvez necessárias muitas vidas em contendas, chegará o momento em que os inimigos aprenderão a lição e far-se-ão amigos e mútuos benfeitores, ao invés de inimigos. Em tal caso o Interesse de ambos põe em atividade a Força de Atração, que os juntam. Se tivessem simplesmente permanecido indiferentes um ao outro não poderiam achar-se associados.
Desta maneira as leis gêmeas – de Renascimento e de Consequência – resolvem de forma razoável todos os problemas incidentais à vida humana conforme o ser humano avança firmemente para o seu próximo estágio evolutivo – o de “super-homem”[20]. O rumo do progresso humano é sempre para frente e para cima, diz esta teoria – não como creem alguns que confundem a doutrina do Renascimento com disparatadas crenças de algumas tribos hindus, as quais acreditam que o ser humano renasce em Corpos animais ou vegetais. Isto seria um retrocesso. Nem na natureza, nem nos livros sagrados de qualquer religião se encontra qualquer coisa que sustente semelhante doutrina retrógrada. Apenas em um (um somente) dos manuscritos religiosos da Índia se toca nesse ponto. No Kathopanishad[21] (capítulo V, versículo 9) lê-se: “Alguns homens, de acordo com suas ações, vão à matriz; os outros ao ‘Sthanu’”. “Sthanu” é uma palavra sânscrita que significa “imóvel”, mas também significa “um pilar”. Isto tem sido interpretado como indicando que alguns homens, devido a seus pecados, retrocedem ao imóvel Reino Vegetal.
Os espíritos encarnam somente para adquirir experiência, conquistar o mundo, sobrepor-se ao eu inferior e alcançar o domínio próprio. Quando nos conscientizarmos disso poderemos compreender que, futuramente, não haverá mais necessidade de renascer, porque então todas as lições terão sido aprendidas. Os ensinamentos do Kathopanishad indicam que, ao invés de permanecer ligado à roda de nascimentos e mortes, o ser humano chegará um dia ao estado de imobilidade a que chamam “Nirvana”.
No Livro da Revelação[22] encontramos estas palavras: “Ao vencedor, fá-lo-ei coluna no santuário do meu Deus, e jamais sairá”[23], que se referem à completa libertação da existência concreta. Em parte alguma se encontra afirmação autorizada para a doutrina da transmigração das almas. O ser humano que evoluiu tanto a ponto de possuir uma alma separada e individual não pode retroceder, em seu progresso, e ocupar um Corpo animal ou vegetal, uma vez que estes ainda estão subordinados a Espíritos-Grupo: O espírito individual é uma evolução superior à do Espírito-Grupo, e o menor não pode conter o maior.
Oliver Wendel Holmes[24], no seu formosíssimo poema “The Chambered Nautilus”[25], concretiza a ideia do constante progresso em veículos cada vez melhores e da final libertação. O náutilo constrói sua concha espiralada com seções ou compartimentos separados, abandonando constantemente o menor, que já não o comporta, para ocupar o último construído:
Ano após ano, sempre no silêncio
prossegue na labuta de ampliar as suas reluzentes espirais;
e, à medida que elas crescem mais,
deixa a morada do ano que passou e na nova vai habitar.
Com suaves passadas deslizando através dos
umbrais construídos com vagar,
acomoda-se outra vez em novo lar
e não mais o anterior vai recordar.
Pela mensagem celeste que me trazes, graças te dou
filho do oceano, lançado do teu meio desolado!
Dos teus lábios mortos nasce uma nota mais clara
que quaisquer das que Tritão já tirou do seu corno espiralado!
Enquanto em meus ouvidos ela soar,
através das cavernas profundas do pensamento,
ouço uma voz a cantar:
“Constrói alma minha, as mais belas mansões
Enquanto as estações se sucedem!
Deixa teu humilde passado!
Que cada novo templo, mais nobre que o anterior,
Te separe do céu com um domo mais amplo,
Até que, por fim, possas ficar livre,
Abandonando tua pequena concha no revolto mar da vida!
A necessidade, já mencionada, de obter um organismo de natureza específica faz lembrar um aspecto interessante das leis gêmeas: do Renascimento e de Consequência. Estas leis estão relacionadas com o movimento dos Corpos Cósmicos, isto é, o Sol, os Planetas e os Signos do Zodíaco. Todos se movem em harmonia com estas leis, guiados em suas órbitas por suas inteligências espirituais internas – os Espíritos Planetários.
Devido à Precessão dos Equinócios, o Sol move-se para trás através dos doze Signos do Zodíaco à razão aproximada de um grau de espaço a cada 72 anos; através de um Signo (30 graus de espaço) a cada 2.100 anos, aproximadamente, completando todo o círculo em cerca de 26.000 anos.
Isto é devido ao fato de que a Terra não gira em torno de um eixo estacionário. Seu eixo tem um movimento lento, oscilante, próprio, (semelhante ao de um pião que já perdeu parte da força) descrevendo assim um círculo no espaço, pelo que uma estrela após outra se converte em Estrela Polar.
Por causa desse movimento oscilante o Sol não cruza o Equador no mesmo ponto todos os anos, mas sempre um pouco antes, razão do termo “Precessão dos Equinócios”, isto é, o equinócio “precede” – chega mais cedo.
Todos os acontecimentos da Terra relacionados com os outros Corpos cósmicos e seus habitantes estão ligados a esse e a outros movimentos siderais. O mesmo se dá com as leis de Consequência e do Renascimento.
Conforme o Sol atravessa os diferentes Signos, no curso do ano, as mudanças climáticas e outras tais afetam o ser humano e suas atividades de várias maneiras. Semelhantemente, a passagem do Sol por Precessão dos Equinócios através dos doze Signos do Zodíaco, que é chamado Ano Mundial, produz na Terra as mais variadas condições. O crescimento da alma exige que o ser humano experimente todas estas condições. De fato, conforme vimos, é ele mesmo quem as prepara enquanto se acha no mundo celeste, entre nascimentos. Portanto, cada Ego nasce duas vezes durante o tempo em que o Sol, por precessão, passa através de um Signo do Zodíaco, e, como a alma é necessariamente bissexual, renasce, alternadamente, em Corpos masculinos e femininos a fim de adquirir toda espécie de experiências, posto que a experiência de um sexo difere amplamente da do outro. Ao mesmo tempo, como as condições externas não se alteram demais num milhar de anos, a entidade pode receber experiências em idêntico ambiente, tanto como homem quanto como mulher.
Nestes termos gerais atua a Lei do Renascimento. Contudo como não é uma lei cega, está sujeita a frequentes modificações, determinadas pelos Senhores do Destino – os Anjos Relatores. Exemplo disso é quando um Ego precisa de um olho ou de um ouvido muito sensitivo, e surge uma oportunidade para proporcionar-lhe o instrumento requerido em uma família com que tenha estabelecido relações prévias, o renascimento do Ego em questão pode ser antecipado. O tempo para o renascimento desse Ego pode ser antecipado de uns 200 anos, em relação ao período médio de renascimento. Os Senhores do Destino preveem que no caso desta oportunidade não ser aproveitada, o Ego poderá gastar de quatro ou cinco centenas de anos, além do tempo necessário de permanência no céu antes de apresentar-se outra oportunidade. Assim, o Ego renasce, antes do tempo programado, por assim dizer, mas o que vai faltar-lhe de repouso ao Terceiro Céu ser-lhe-á compensado em outra ocasião. Vemos, portanto que não somente os que partiram atuam sobre nós desde o mundo celeste, mas também nós atuamos sobre eles atraindo-os ou repelindo-os. Uma oportunidade favorável de conseguir um instrumento adequado pode atrair um Ego ao renascimento. Se nenhum instrumento houvesse em disponibilidade, ele permaneceria mais tempo no céu, de modo que o excesso de tempo ser-lhe-ia deduzido das vidas celestes posteriores.
A Lei de Consequência também age em harmonia com as estrelas. Assim, um ser humano nasce quando as posições dos Corpos do Sistema Solar proporcionam condições necessárias para sua experiência e progresso na Escola da Vida. Por essa razão a astrologia é uma ciência absolutamente verdadeira, se bem que o melhor astrólogo pode equivocar-se, por ser falível tanto quanto os demais seres humanos. As estrelas mostram acuradamente, e determinado pelos Senhores do Destino, o tempo exato na vida de um ser humano em que uma dívida deve ser paga. Fugir disso está fora do poder do ser humano. Sim, elas indicam até o dia exato, embora nem sempre sejamos capazes de lê-lo corretamente.
Dessa impossibilidade de escapar-se daquilo que está escrito nas estrelas – apesar de cientes disso – talvez o mais notável exemplo conhecido pelo autor ocorreu em Los Angeles, Califórnia, em 1906. O conhecido conferencista Sr. L. recebia aulas de Astrologia. Seu próprio horóscopo foi utilizado porque um aluno interessa-se mais pelo seu Tema do que pelo de um estranho. Além disso, pode comprovar mais facilmente a exatidão da interpretação de alguns pontos do mesmo. O horóscopo revelou uma propensão a sofrer acidentes. Foram então mostradas ao Sr. L. o modo e as datas em que ocorreram alguns acidentes e outros acontecimentos do passado. Também lhe foi dito que outro acidente ocorreria no dia 21 de julho ou no sétimo dia após, parecendo esta última data ser a mais perigosa, isto é, o dia 28 do mesmo mês. Foi alertado ainda sobre qualquer meio de transporte, e indicadas as partes ameaçadas de ferimento: peito, espáduas, braços, e a parte inferior da cabeça. Como estava plenamente convencido do perigo, ele prometeu ficar em casa nesse dia.
O autor foi, por aquele tempo, ao norte de Seattle, e uns poucos dias antes da data crítica escreveu ao Sr. L., prevenindo-o novamente. O Sr. L. respondeu que haveria de lembrar-se da recomendação e teria cuidado.
A seguinte comunicação sobre o caso veio de um amigo comum: no dia 28 de julho o Sr. L. fora à Sierra Madre[26] num bonde, o qual se chocou com um trem. O Sr. L. sofreu exatamente os ferimentos previstos e mais um que não lhe fora anunciado: o seccionamento de um tendão da perna esquerda.
A questão era averiguar por que o Sr. L., tendo completa fé na predição, não dera melhor atenção ao aviso. A explicação veio três meses após, quando se recompôs suficientemente para poder escrever. Na carta dizia: “Eu julguei que o dia 28 era 29”.
Nenhuma dúvida na opinião do autor: tratava-se de uma parte do destino “maduro”, impossível de evitar, tal como fora prenunciado pelas estrelas.
As estrelas, portanto, podem ser chamadas de “O Relógio do Destino”. Os doze Signos do Zodíaco correspondem ao mostrador; o Sol e os Planetas ao ponteiro das horas, que indicam o ano; e a Lua o ponteiro dos minutos, indicando os meses em que os diversos acontecimentos do destino “maduro” de cada vida devem cumprir-se.
Nunca é demais insistir que, embora haja alguns casos que não podem ser evitados, o ser humano dispõe de certa margem de livre arbítrio para modificar algumas causas já postas em movimento. Como disse a poeta[27]:
Um barco sai para Leste e um outro para Oeste
Com o mesmíssimo vento que sopra, numa única direção.
É a posição certa das velas e não a direção do vento
que determina o sentido que eles vão.
Os caminhos do destino são como os ventos do mar
conforme nós navegamos ao longo e através da vida.
É a ação da alma que determina o objetivo
e não a calmaria ou o constante lutar.
O importante é compreender que nossas ações atuais determinam as condições futuras.
Os religiosos ortodoxos, e até os que não professam religião alguma, consideram como um dos mais fortes argumentos contra a Lei do Renascimento ser ela ensinada na Índia a “pagãos ignorantes” que nela creem. Não obstante, se é uma lei natural não pode haver nenhuma objeção, por mais forte que seja, que a invalide ou a impeça de atuar. Antes de falarmos de “pagãos ignorantes” ou de enviarmos missionários a eles, seria conveniente que examinássemos um pouco os nossos próprios conhecimentos. Os educadores queixam-se, por toda a parte, da superficialidade de conhecimento dos nossos Estudantes. O prof. Wilbur L. Cross[28], de Yale, menciona, entre outros casos de ignorância, o fato de, em uma classe de quarenta alunos, nenhum ser capaz de “localizar” Judas Iscariotes, no quadro da Santa Ceia.
Quer parecer para nós que seria mais proveitoso se os missionários, em vez de se esforçarem nos países “pagãos” e no trabalho em favelas, dirigissem esses esforços no sentido de levar iluminação à juventude estudantil de nosso próprio país. Seguindo os princípios de que a “caridade começa em casa” e como “Deus não permitirá que os pagãos ignorantes pereçam”, bem melhor seria deixá-los na ignorância que lhes assegura o céu do que, pretendendo esclarecê-los, proporcionar-lhes muitas oportunidades de irem para o inferno em legiões. Seguramente esse é o caso em que “onde a ignorância é uma bênção, é loucura ser sábio”. Prestaríamos um notável serviço aos pagãos e a nós mesmos se os deixássemos entregues a si mesmos e fôssemos procurar um cristão ignorante mais próximo de nossa casa.
Além disso, chamá-la de doutrina de pagãos não a compromete. Por outro lado, sua prioridade no Oriente não é argumento contra ela, da mesma forma que a solução exata de um problema matemático não é invalidada simplesmente por não simpatizarmos com a pessoa que o resolveu. A questão é apenas esta: a solução está certa? Se estiver, é absolutamente indiferente de onde ela tenha vindo.
Todas as demais religiões não foram mais que condutoras à Religião Cristã. Eram Religiões de Raça e continham somente em parte o que o Cristianismo tem em maior grau. O verdadeiro Cristianismo Esotérico ainda não foi ensinado publicamente, nem o será enquanto a humanidade não ultrapassar o estado materialista e esteja mais preparada para recebê-lo. As leis do Renascimento e da Consequência têm sido ensinadas secretamente em todos os tempos, mas por ordem direta do próprio Cristo; como veremos essas duas leis não foram publicamente ensinadas no Mundo Ocidental durante os dois mil anos passados.
O Vinho como Fator da Evolução
Para compreender a razão dessa omissão e os meios empregados para ocultar esse ensinamento, devemos retroceder ao princípio da história do ser humano e observar como, para seu próprio bem, ele tem sido guiado pelo Grande mestre da humanidade.
Segundo os ensinamentos da ciência oculta, a evolução na Terra é dividida em períodos chamados “Épocas”. Até agora se passaram quatro Épocas, que são denominadas respectivamente: Polar, Hiperbórea, Lemúrica e Atlante. A atual é chamada Época Ária.
Na primeira, ou Época Polar, o que hoje é humanidade possuía apenas Corpo Denso, tal como atualmente os minerais. Daí ter sido semelhante ao mineral.
Na segunda, ou Época Hiperbórea, um Corpo Vital foi-lhe acrescentado, de modo que o ser humano em formação passou a um estado semelhante ao das plantas. Não era uma planta, mas análogo a ela.
Na terceira, ou Época Lemúrica, o ser humano obteve seu Corpo de Desejos, ficando constituído analogamente ao animal – um ser humano-animal.
Na quarta, ou Época Atlante, recebeu a Mente, e agora no que concerne aos seus princípios, sobe ao palco da vida física como SER HUMANO.
Na atual, a quinta Época ou Época Ária, o ser humano desenvolverá, até certo ponto, o terceiro ou mais inferior aspecto de seu Tríplice Espírito – o Ego.
Roga-se ao Estudante gravar de modo indelével em sua Mente que no processo evolutivo e até o ser humano adquirir consciência própria, nada absolutamente foi deixado ao acaso.
Após obter autoconsciência, há uma determinada margem para o exercício da vontade humana própria e individual que o capacita a desenvolver seus poderes divinos espirituais.
Os Grandes Líderes da humanidade a tudo consideram, inclusive o alimento do ser humano, pois isto tem muito a ver com o seu desenvolvimento. “Dizei-me o que comes e dir-te-ei quem és” não é um ditado absurdo, mas uma grande verdade na Natureza.
O ser humano da primeira época era etéreo. Isto em nada contradiz a afirmação de que era análogo ao mineral, pois todos os gases são minerais. A Terra era inconsistente, não se havia solidificado ainda. Na Bíblia o ser humano chama-se Adão, e se diz que foi feito da terra.
Caim é descrito como um agricultor. Ele simboliza o ser humano da Segunda Época e tinha um Corpo Vital análogo ao das plantas, que o sustentavam.
Na Terceira Época o alimento era obtido de animais viventes para suplementar o antigo alimento vegetal. O leite foi o meio utilizado para desenvolver o Corpo de Desejos, o que tornou a humanidade daquele tempo análoga ao animal. Esse é o significado da frase bíblica “Abel era um pastor”[29]. Contudo, em parte alguma se diz que ele matava animais.
Na Quarta Época o ser humano evoluiu além do estado animal – tinha Mente. A atividade do pensamento esgota as células nervosas; mata, destrói e leva à decomposição. Por isso, o alimento do Atlante era, por analogia, constituído de cadáveres. Matavam para comer, razão pela qual a Bíblia diz que “Nimrod era um caçador poderoso”[30]. Nimrod representa o ser humano da Quarta Época.
Nesse meio tempo o ser humano desceu mais profundamente na matéria. Seu primeiro Corpo etéreo formou o esqueleto interno que se tornou sólido. Perdeu também gradativamente a visão espiritual que possuía nas Épocas anteriores, pois assim estava determinado, isto é, ele estava destinado a recuperá-la num estágio superior, mais a consciência própria que até então não possuía. Tinha, porém, durante as primeiras quatro Épocas, um conhecimento maior do mundo espiritual. Sabia, por exemplo, que não morria e que quando seu Corpo se gastava era como as folhas secas sendo descartadas pela árvore no outono – outro Corpo nascia e ocupava seu lugar. Portanto ele não apreciava realmente as vantagens e oportunidades da existência concreta na vida terrena.
Era necessário, porém, que despertasse completamente para a grande importância desta existência concreta, a fim de que pudesse aprender tudo o que ela podia ensinar-lhe. Enquanto se sentia como um habitante dos mundos superiores, sabendo com certeza que a vida física não era senão uma pequena parte da existência real, não a levava suficientemente a sério. Não se aplicava ao aproveitamento das oportunidades de crescimento, próprias unicamente desta atual fase de existência. Desperdiçava seu tempo, não aproveitava os recursos do mundo, tal como, pela mesma razão, faz ainda o povo da Índia.
O único meio de conseguir do ser humano a devida apreciação da existência física concreta, foi privá-lo da recordação da existência espiritual superior durante umas poucas vidas. Desse modo, durante sua vida terrena, não teve mais conhecimento positivo de qualquer outra vida, o que o compeliu a aproveitar-se dela e a vivê-la intensamente.
Religiões anteriores ao Cristianismo ensinaram o Renascimento e a Lei de Consequência, mas tempo chegou a que o conhecimento dessas doutrinas se tornou inoperante, deixando de convir ao desenvolvimento do ser humano. E ignorá-las passou até a ser considerado um sinal de progresso, pelo que a ideia de uma só vida terrena devia prevalecer. Por tais motivos, o ensino público da Religião Cristã não abarca as leis de Consequência e do Renascimento. Todavia, como o Cristianismo é a religião da raça mais desenvolvida, tem que ser também a religião mais avançada. E por não ter incluído aquelas doutrinas nos seus ensinamentos públicos, a maior conquista do mundo material foi realizada pelas raças anglo-saxônicas e teutônicas, nas quais esse ponto de vista predominou.
Como vimos, em cada Época foi acrescentado ou modificado algo na alimentação do ser humano a fim de obter-se as condições apropriadas para atingir certos propósitos. Assim, um novo produto, o VINHO, foi adicionado à alimentação das Épocas anteriores. Isto se fez necessário devido ao efeito entorpecedor dessa bebida sobre o princípio espiritual no ser humano. Pois nenhuma religião seria capaz de fazer-lhe esquecer de sua natureza espiritual e obrigá-lo a pensar que era “um verme do pó”, ou fazer-lhe acreditar que “caminhamos com a mesma força com que pensamos”, embora não se pretendesse que ele pudesse ir tão longe assim.
Anteriormente só a água fora usada como bebida nas cerimônias e serviços do Templo, mas depois da imersão da Atlântida – continente que existiu entre a Europa e a América, no lugar ocupado agora pelo Oceano Atlântico – os que se salvaram da destruição começaram a cultivar a videira e a fazer vinho, conforme conta a Bíblia na história de Noé. Noé simboliza os remanescentes da Época Atlante, núcleo da quinta raça e, portanto, nossos progenitores.
O princípio ativo do álcool é um “espírito” e como a humanidade das primeiras Épocas usava os alimentos mais apropriados aos seus veículos, por isso mesmo esse espírito foi agregado na Quinta Época aos alimentos anteriormente usados pela humanidade em evolução. Atuando sobre o espírito do ser humano da quinta raça, paralisou-o temporariamente, a fim de que conhecesse, estimasse e conquistasse o Mundo Físico e pudesse avaliar seu justo valor. Assim o ser humano esqueceu por algum tempo sua origem espiritual e apegou-se com tenacidade a esta forma de existência, que anteriormente desprezava, crente em que ela é tudo o que existe ou, pelo menos, é uma certeza preferível a um céu problemático que em seu estado atual não pode compreender.
A água vinha sendo usada somente nos Templos, mas agora isso mudou. “Baco”, o deus do vinho, apareceu, fazendo com que sob sua égide os povos mais avançados se esquecessem de que há uma vida superior. Ninguém que ofereça tributo ao espírito mistificador do vinho de qualquer licor alcoólico (produto da fermentação e putrefação) poderá conhecer alguma coisa do Eu Superior, o verdadeiro Espírito, única fonte de toda vida.
Tudo foi uma preparação para a vinda de Cristo, portanto é da mais alta significação que o Seu primeiro ato tenha sido transformar “a água em vinho” (Jo 2: 2-11).
Reservadamente Cristo ensinou o Renascimento aos seus discípulos. E não somente os ensinou com palavras, mas levou-os “à montanha”, termo único místico que significa um lugar de Iniciação. No decurso da Iniciação, os Discípulos viam por si mesmos que o Renascimento é um fato: Elias, de quem se havia dito que era também João Batista, apareceu a eles. Cristo mesmo já o dissera anteriormente em termos inequívocos, ao falar de João Batista: “Esse é Elias que devia vir”. Repetiu esse ensinamento na cena da Transfiguração, dizendo: “Elias já veio e não o conheceram, mas fizeram dele tudo o que quiseram”. E “os discípulos então entenderam que Ele lhes falava de João Batista” (Mt 17: 12-13). Nesta ocasião, e noutra em que Cristo discutia o renascimento com os discípulos, estes disseram-Lhe que alguns pensavam que Ele era Elias, e outros que era um dos profetas reencarnado. Aí Ele ordenou-lhes “que não dissessem isso a ninguém” (Mt 17: 9; Lc 9: 21). Era um ensinamento esotérico que devia permanecer assim por milhares de anos, somente sabido de uns poucos precursores que se preparavam para esse conhecimento, alcançando por antecipação o estágio de desenvolvimento em que essas verdades serão novamente conhecidas por todos.
Que Cristo ensinou o Renascimento e a Lei de Consequência talvez não se evidencie tão claramente em qualquer outro caso como no do ser humano que nasceu cego, quando os discípulos lhe perguntaram: “Quem pecou: esse homem ou seus pais, para que nascesse cego? “ (Jo 9:2).
Se Cristo não tivesse ensinado as leis do Renascimento e da Consequência, a resposta certamente teria sido: “É um absurdo! Como poderia ter pecado um ser humano antes de nascer, de modo a resultar-lhe em cegueira? “. Entretanto, Cristo não respondeu dessa forma. Não se surpreendeu com a pergunta, nem a considerou estranha, mostrando assim que ela estava em completa harmonia com os Seus ensinamentos. Portanto explicou: “Nem esse homem pecou nem seus pais; mas isto é para que as obras de Deus se manifestem nele” (Jo 9:3).
A interpretação ortodoxa diz que o ser humano nasceu cego para que Cristo tivesse uma oportunidade de realizar um milagre, mostrando Seu poder. Estranha e caprichosa maneira essa de Deus obter glória, condenando um ser humano a muitos anos de cegueira e miséria para no futuro, “mostrar” o Seu poder! Consideraríamos o ser humano que agisse de tal modo um monstro de crueldade.
Bem mais lógico é pensar que deve haver outra explicação. Atribuir a Deus uma conduta que, num ser humano, qualificaríamos com palavras muito duras, é totalmente irrazoável.
Cristo fazia distinção entre o Corpo do ser humano fisicamente cego e o Deus interno nele, o seu Eu Superior.
O Corpo físico[31] não tinha cometido pecado algum. O Deus interno, sim, cometera algum ato que originou aquela forma de sofrimento. Não é forçar a questão chamar um ser humano de Deus. São Paulo disse: “Não sabeis que sois Deuses? “[32]. E referiu-se ao Corpo humano como sendo o “Templo de Deus”, o templo do espírito interno.
Finalmente, ainda que a maioria das pessoas não recorde suas vidas passadas, algumas há que recordam. E todos podem consegui-lo, desde que vivam de modo a poderem obter esse conhecimento. Requer grande fortaleza de caráter conhecer o destino iminente, que pode estar suspenso sobre nossas cabeças, negro e sinistro para alguns, manifestando-se como horrendo desastre. A Natureza ocultou-nos bondosamente o passado e o futuro para não nos roubar a paz da Mente, impedindo o sofrimento antecipado daquilo que nos está reservado. Quando alcançamos maior desenvolvimento aprendemos a aceitar com equanimidade todas as coisas, vendo em todo infortúnio o resultado de nossos passados erros. Então, sentir-nos-emos gratos por termos pago obrigações contraídas, sabendo que delas restarão cada vez menos, até o dia da libertação da roda dos nascimentos e mortes.
Quando uma pessoa morre na infância frequentemente recorda essa vida no próximo renascimento, pois as crianças que morrem antes dos quatorze anos não percorrem a totalidade de um ciclo de vida, o que implicaria na construção da série completa de veículos novos. Simplesmente passam às regiões superiores do Mundo do Desejo e ali esperam um novo renascimento, o que geralmente ocorre entre um e vinte anos depois da morte. Quando renascem trazem consigo a Mente e o Corpo de Desejos.
Se prestássemos atenção à tagarelice das crianças, muitas vezes poderíamos descobrir e recompor histórias tais como a seguinte:
Um dia em Santa Bárbara, Califórnia, um homem chamado Roberts procurou um clarividente treinado e teósofo, e também conferencista, para pedir-lhe ajuda num caso muito invulgar. O Sr. Roberts passeava pela rua no dia anterior, quando uma menina de uns três anos correu para ele, abraçou-lhe os joelhos, chamando-o “papai”. O Sr. Roberts indignou-se, julgando que alguém procurava atribuir-lhe a paternidade da criança. Entretanto, a mãe da criança chegou rapidamente e, tão surpresa quanto o Sr. Roberts, tentou levá-la. Contudo, a menina não queria largá-lo, insistindo em que o Sr. Roberts era seu pai. Devido a circunstâncias que depois mencionaremos, o Sr. Roberts não pôde afastar essa cena do pensamento, resolvendo procurar o clarividente, que o acompanhou até a casa dos pais da menina. Esta, ao vê-lo, correu novamente para ele, chamando-o outra vez de papai. O clarividente, a quem chamaremos “X”, primeiramente conduziu a menina para perto da janela a fim de verificar se a íris do seu olho se dilatava e contraia-se conforme se afastasse ou se aproximasse da luz. Isto comprovaria se alguma outra entidade que não fosse a legítima dona estava de posse do Corpo da menina, posto que o olho é a janela da alma e nenhuma entidade “obsessora” pode controlar essa parte do Corpo. Concluindo que a menina era normal, o clarividente passou cuidadosamente a inquirir a pequena. Depois de paciente trabalho efetuado durante a tarde, e com intermitência para não a cansar, eis o que ela contou:
Vivera com seu pai, o Sr. Roberts, e outra mamãe numa casinha solitária, de onde não se via nenhuma outra casa. Próximo havia um riacho, em cuja margem cresciam algumas flores (nesse momento a menina correu para fora, trazendo na volta umas pequenas flores de salgueiro) e havia uma tábua sobre esse riacho, tendo sido advertida para não cruzá-lo, pois havia o perigo de cair nele. Um dia o pai abandonou-as, a ela e à mãe, para não mais voltar. Quando acabaram os alimentos sua mãe deitou-se na cama, onde ficou muito quieta. Por fim, disse singularmente: “então eu também morri, mas não morri. Eu vim para cá”.
Era a vez de o Sr. Roberts contar a sua história: há dezoito anos vivera em Londres, onde o pai era cervejeiro. Apaixonando-se pela jovem criada da casa, o pai opôs-se, mas ele casou e fugiu com ela para a Austrália. Ali, rumaram para o campo, construíram uma pequena granja, e edificaram uma casinha junto a um riacho, exatamente como dissera a menina. Então eles tiveram uma filha. Um dia, quando esta tinha perto dos dois anos, o pai saiu cedo com destino a uma clareira algo distante da casa. Ali um ser humano armado deu-lhe voz de prisão, alegando que ele fora o autor do roubo de um banco justamente na noite em que deixara a Inglaterra. O Sr. Roberts pediu então que lhe fosse permitido ver sua mulher e filhinha. O guarda recusou, julgando tratar-se de uma armadilha para fazê-lo cair nas mãos dos confederados, e obrigou-o, de arma apontada, a caminhar até a costa. Dali foi enviado à Inglaterra e submetido a julgamento, quando pôde provar sua inocência.
Muito tempo se passou até que as autoridades atendessem seus constantes rogos para que fossem buscar sua esposa e filha as quais já presumia quase mortas de fome naquele país selvagem e isolado. Mais tarde, uma expedição foi enviada à cabana e não encontraram mais que os esqueletos de ambas. Entrementes o pai do Sr. Roberts havia morrido e, embora o houvesse deserdado, seus irmãos dividiram com ele a herança. Então, completamente aniquilado, viajou para a América.
O Sr. Roberts exibiu na ocasião algumas fotos suas, de sua esposa e da filha. Por sugestão do Sr. “X” foram elas misturadas com certo número de outras e mostradas à menina, que sem vacilar assinalou as fotografias de seus antigos pais, mesmo tendo o Sr. Roberts mudado bastante em seu aspecto físico.
[1] N.R.: Madrepérola ou nácar é uma substância, dura, irisada, rica em calcário, produzida por alguns moluscos, no interior de sua concha.
[2] N.R.: cerca de 3,8 centímetros
[3] N.R.: em torno de 31 a 41 centímetros
[4] N.R.: Dr. Duncan “Om” MacDougall (c.1866-1920) – médico americano
[5] N.R.: que é o Corpo Denso
[6] N.R.: que é o Corpo Denso
[7] San Francisco – cidade do estado da Califórnia, EUA
[8] New York – cidade do estado de New York, EUA
[9] Vesúvio – vulcão localizado no golfo de Nápoles, Itália, a cerca de nove quilômetros a oeste de Nápoles
[10] N.R.: do poema Song of Myself, part 40 de Walt Whitman (1819-1892) – poeta, ensaísta e jornalista americano
[11] N.R.: James Russell Lowell (1819-1891) – poeta romântico, crítico, satírico, escritor, diplomata e abolicionista americano
[12] N.R.: Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832) – autor e estadista alemão que também fez incursões pelo campo da ciência natural
[13] N.R.: também chamado de, simplesmente, óvulo.
[14] N.R.: Society for Psychical Research (SPR) é uma organização sem fins lucrativos que se iniciou no Reino Unido e depois se constituiu em outros países. O seu fim declarado é a compreensão dos “eventos e habilidades comumente descritas como psíquicas ou paranormais através da promoção e apoio a importantes pesquisas nesta área” e “examinar alegados fenômenos paranormais de maneira científica e imparcial.”
[15] N.R.: uma península a leste de Nova Jersey, na entrada da baía de Nova York, NY, EUA
[16] N.R.: Thomas Alva Edison (1847-1931) – inventor e empresário americano. Entre as suas contribuições mais universais para o desenvolvimento tecnológico e científico encontra-se a lâmpada elétrica incandescente, o fonógrafo, o cinescópio ou cinetoscópio, o ditafone e o microfone de grânulos de carvão para o telefone. Edison é um dos precursores da revolução tecnológica do século XX. Teve também um papel determinante na indústria do cinema.
[17] N.R.: Siegfried Wagner (1869-1930) foi um compositor e maestro alemão, filho de Richard Wagner
[18] N.R.: Wilhelm Richard Wagner (1813-1883) – maestro, compositor, diretor de teatro e ensaísta alemão
[19] Bach – A Família Bach foi de grande importância na história da música por cerca de duzentos e cinquenta anos, com mais de 50 músicos e vários compositores notáveis. Seu membro mais proeminente, e quiçá o mais notável compositor da história, foi Johann Sebastian Bach (1685-1750). A dinastia musical começou com o trisavô de Johann Sebastian, Veit Bach (nascido antes de 1545 e morto por volta de 1576), e se extinguiu com seu neto Wilhelm Friedrich Ernst Bach (1759-1845)
[20] N.R.: Homem, aqui, no sentido antropológico.
[21] N.R.: Livro onde narra a origem das tradições do Vedanta, do Yoga e do Samkhya; registra o pensamento de uma época quando estas ideias ainda não estavam rigidamente divididas em sistemas autônomos
[22] N.R.: O Apocalipse
[23] N.R.: Ap 3: 12
[24] N.R.: (1809-1894) – médico americano, professor, palestrante e autor
[25] N.R.: O Náutilo Enclausurado
[26] N.R.: nome dado a várias cadeias montanhosas do México
[27] N.R.: Ella Wheeler Wilcox
[28] N.R.: Wilbur Lucius Cross (1862-1942) – Crítico Literário americano
[29] N.R.: Gn 4: 2
[30] N.R.: Também grafado como: Ninrode, Nemrod (Gn 10: 9)
[31] N.R.: que é o Corpo Denso
[32] N.R.: ICor 3:16