Panorama – No momento da morte, todos os outros veículos humanos deixam o Corpo Denso (físico), mas o Cordão Prateado não é imediatamente quebrado. O ser humano vê desdobrar na direção oposta, o panorama da sua vida escritos sobre o Éter Refletor do Corpo Vital. Este panorama é registrado no Corpo de Desejos como e quando ele se desdobra e é a base para a existência que se segue, no Purgatório e no Primeiro Céu.
A duração do panorama é de até três dias e meio. Todas as violações no Corpo Denso, assim como a agitação causada em torno dele, durante este período (autópsia, embalsamamento, altas lamentações dos pais, parentes e conhecidos, etc.) será sentido em algum grau pelo falecido e que perturba a gravação do panorama, privando o Ego dos frutos de sua vida, em parte ou no todo.
No final do panorama, o Cordão Prateado se rompe. O Corpo Denso está, então, completamente morto e pode ser cremado (o meio mais higiênico e que evita qualquer apego que temos).
Depois de passarmos pelo Purgatório, entrando no Primeiro Céu, o panorama do passado se desenrola de novo para trás, mas então as boas obras da vida são à base dos sentimentos. Ao chegarmos às cenas em que ajudamos a outrem, viveremos de novo toda a alegria que isto nos proporcionou, como também sentiremos toda a gratidão emitida por aqueles a quem ajudamos. Quando contemplamos de novo as cenas em que fomos ajudados por outros, voltamos a sentir toda a gratidão que emitimos ao nosso benfeitor. Deste modo vemos a importância de apreciar os favores com que outros nos cumularam, porque a gratidão produz crescimento anímico. Nossa felicidade no céu depende da felicidade que tenhamos proporcionado a outros, e do valor que demos àquilo que outros fizeram por nós.
Também, quando estamos iniciando o processo para um novo renascimento, ainda no Terceiro Céu, vem o desejo de novas experiências e a contemplação de um novo nascimento. Isto evoca uma série de quadros ante a visão do espírito – um panorama da nova vida que o espera. Contudo, note-se bem, este panorama contém somente os acontecimentos principais.
Pergunta: Para onde o Espírito vai após permanecer temporariamente no Purgatório?
Resposta: Quando a existência purgatorial chega ao fim, o Espírito purificado adentra ao Primeiro Céu, localizado nas três Regiões Superiores do Mundo do Desejo.
Pergunta: Que transformação ocorre?
Resposta: Ali, os efeitos de seus sofrimentos são incorporados ao Átomo-semente do Corpo de Desejos, abrindo seu coração ao sentimento de ternura.
Isto constitui um impulso à prática do bem e a erradicação do mal no futuro.
Pergunta: Ele revê novamente o panorama de sua vida pretérita?
Resposta: Sim. O panorama desenrola-se em ordem inversa, porém, agora são os bons atos praticados que servem de base ao sentimento.
Pergunta: Qual é o seu efeito sobre nós?
Resposta: Quando passam cenas em que ajudamos a outras pessoas, sentimos um certo alívio como se nós fôssemos ajudados. E como acréscimo, envolvemo-nos com o sentimento de gratidão do recebedor de nossa ajuda.
Pergunta: A amorosidade dos outros beneficia-nos também?
Resposta: Sim. Ao contemplarmos cenas em que fomos auxiliados, sentimos a gratidão dirigida ao nosso benfeitor.
Pergunta: Que lição podemos extrair desses fatos?
Resposta: Aprendemos a valorizar o altruísmo, a compaixão, a simpatia, e principalmente os favores que outros nos prestaram, porque a gratidão é fator de crescimento anímico. Nossa felicidade nas regiões elevadas dos planos internos depende do bem proporcionado às outras pessoas e da sincera apreciação do que elas fizeram por nós.
Pergunta: Nossa possibilidade de dar encontra-se limitada as nossas posses?
Resposta: Não. O poder de dar não é privilégio do ser humano abastado. Dar dinheiro indiscriminadamente pode converter-se em um mal. É justo dar dinheiro para uma finalidade reconhecidamente digna.
Pergunta: O Primeiro Céu é um lugar de felicidade?
Resposta: Sim. É um lugar isento de qualquer resquício de maldade ou amargura. O Espírito encontra-se além da influência material implícita às condições terrestres e assimila todo o bem contido na vida passada.
Pergunta: O Espírito aufere algum proveito adicional?
Resposta: Ali, todas as nobres aspirações são realizadas na maior amplitude. É um lugar de paz. Por mais sofrida que tenha sido sua vida terrestre, tanto mais o Espírito encontrará paz. Enfermidades, tristezas, angústias inexistem nesta região. É o lugar dos espiritualistas. Ali, a imaginação dos devotos cristãos constrói a Nova Jerusalém.
Considere a história do homem rico e Lázaro. O homem rico não estava preparado para encontrar Deus, mas Lázaro estava. Isto mostra que vale viver a vida e estar preparado para ir ao Céu ao invés de ir ao Purgatório. A história é a seguinte:
“Havia um homem rico que se vestia de púrpura e linho fino e cada dia se banqueteava com requinte. Um pobre, chamado Lázaro, jazia à sua porta, coberto de úlceras. Desejava saciar-se do que caía da mesa do rico… E até os cães vinham lamber-lhe as úlceras”.
“Aconteceu que o pobre morreu e foi levado pelos anjos ao seio de Abraão. Morreu também o rico e foi sepultado. Na mansão dos mortos, em meio a tormentos, levantou os olhos e viu ao longe Abraão e Lázaro em seu seio”.
Isto significa que o homem rico estava no Purgatório, sofrendo devido suas maldades e desejos; enquanto Lázaro estava no Primeiro Céu aproveitando tudo de bom que ele havia feito durante sua vida passada, e sentindo a gratidão de tudo que havia feito em seus muitos atos de bondade.
“Então exclamou: ‘Pai Abraão, tem piedade de mim e manda que Lázaro molhe a ponta do dedo para me refrescar a língua, pois estou torturado nesta chama'”.
“Abraão respondeu: ‘Filho, lembra-te de que recebeste teus bens durante tua vida, e Lázaro, por sua vez, os males; agora, porém, ele encontra aqui consolo e tu és atormentado”.
“E além do mais, entre nós e vós existe um grande abismo, a fim de que aqueles que quiserem passar daqui para junto de vós não o possam, nem tampouco atravessem de lá até nós'”.
“Ele replicou: ‘Pai, eu te suplico, envia então Lázaro até à casa de meu pai,”
“pois tenho cinco irmãos; que leve a eles seu testemunho, para que não venham eles também para este lugar de tormento'”.
“Abraão, porém, respondeu: ‘Eles têm Moisés e os Profetas; que os ouçam'”.
“Disse ele: ‘Não, pai Abraão, mas se alguém dentre os mortos for procurá-los, eles se arrependerão'”.
“Mas Abraão lhe disse: ‘Se não escutam nem a Moisés nem aos Profetas, mesmo que alguém ressuscite dos mortos, não se convencerão’ “. (Lc 16: 19-31)
Os Auxiliares Invisíveis acham que isto é verdade, porque eles, às vezes, encontram pessoas no Purgatório, os quais perguntam se tem como ir até seus familiares e dizer-lhes que passem a ter uma vida boa e que viva o melhor possível, para que não tenham que sofrer após sua morte. Ouvi falar de dois casos deste tipo. Nos dois casos, o Auxiliar Invisível disse que não seria bom, uma vez que os parentes não acreditariam de qualquer forma. Outra noite dois Auxiliares Invisíveis encontram uma estudante de uma Escola de Ocultismo, a quem haviam conhecido alguns anos atrás. Ela tinha falecido há algum tempo quando a encontraram no Purgatório. Ela os chamou enquanto estavam a caminho de uma missão.
“Desculpe por não ter tido uma vida melhor” – disse ela. “Fui a reuniões no Centro de estudo, mas não acreditava realmente que os ensinamentos eram verdadeiros e não tentei fazer o melhor. Por favor, me ajude a sair daqui”.
“Você deve orar a Deus” – disse o Auxiliar Invisível – “e prometer-Lhe que procurará viver melhor quando outra chance lhe for dada”.
“Eu farei isto” – disse a senhora. “Por favor, vá e diga as minhas filhas que os ensinamentos são verdadeiros e que sejam boas. Não quero que elas sofram como estou sofrendo agora”.
Os Auxiliares Invisíveis não poderiam ir até suas filhas, porque não as conheciam. Mesmo se pudessem ir até elas, as filhas não acreditariam neles.
(Do Livro: Auxiliares Invisíveis – Amber M. Tuttle)
Um naufrágio com mortos
Uma noite, alguns Auxiliares Invisíveis relataram que estiveram no Oceano Atlântico Sul, onde avistaram um barco em apuros.
Eles foram informados de que o barco poderia afundar com todos a bordo. Era um cargueiro, carregando seis mulheres e quarenta e dois homens. O barco tinha se chocado em algo, tinha feito um grande buraco no casco e a água estava entrando, rapidamente.
Depois de se materializarem, os Auxiliares Invisíveis seguiram até a cabine onde as mulheres estavam agrupadas e tentaram acalmá-las. O capitão entrou e disse que toda a esperança de salvar o barco havia acabado e que eles não foram capazes de colocar os botes salva-vidas fora, pois a água do mar estava violenta. Eles tinham acabado de perder dois botes. As pessoas rezavam e pediam aos Auxiliares Invisíveis para salvá-los. Um dos Auxiliares Invisíveis disse-lhes que tudo ficaria bem e caso morressem, todos voltariam em um curto espaço de tempo.
Rapidamente, o barco se levantou e ficou em pé por cerca de cinco minutos, sacudiu um pouco quando a caldeira explodiu, e então afundou. Finalmente, bateu no fundo, e pendeu para o lado, e acomodou-se na lama. As pessoas todas perguntaram o que havia acontecido, não percebendo que eles já estavam mortos. Eles disseram que a princípio haviam se sentido como que estrangulados por falta de ar, porém, tal sentimento havia cessado. Eles foram instruídos a seguir os Auxiliares Invisíveis, os quais os levaram a Região Fronteiriça (N.T.: entrada do Purgatório), onde foram avisados de que estavam mortos.
(I.H. – AMBER M. TUTTLE)