Os três Mundos do nosso Planeta são atualmente o campo onde se processa a evolução de diversos Reinos de vida em vários graus de desenvolvimento. Destes, só quatro nos interessam presentemente, a saber: o Mineral, o Vegetal, o Animal e o Humano.
Estes quatro Reinos estão relacionados com os três Mundos de maneiras diferentes, de acordo com o progresso conseguido por esses grupos de vida em evolução na escola da experiência. No que diz respeito à forma, os Corpos Densos de todos os Reinos são compostos das mesmas substâncias químicas: sólidos, líquidos e gases da Região Química. O Corpo Denso do ser humano é um composto químico tanto quanto o da pedra, se bem que essa última esteja ocupada só pela vida mineral. Todavia, mesmo falando do ponto de vista puramente físico e deixando à margem qualquer outra consideração, notamos várias diferenças importantes se comparamos o Corpo Denso do ser humano com o do mineral da Terra. O ser humano move-se, cresce e propaga a sua espécie, mas o mineral, em seu estado natural, nada disso pode fazer.
Comparando o ser humano com os vegetais verificamos que ambos, planta e ser humano, têm um Corpo Denso, capaz de crescer e propagar-se. Contudo, o ser humano tem faculdades que a planta não possui: sente, tem o poder de mover-se e perceber as coisas que estão fora dele.
Quando comparamos o ser humano com os animais constatamos que ambos possuem as faculdades da sensação, do movimento, crescimento, da propagação e do senso de percepção. Contudo, o ser humano tem, ainda, a faculdade da linguagem, uma estrutura cerebral superior e as mãos, os quais são uma grande vantagem física. É de se notar especialmente o desenvolvimento do polegar que torna a mão humana muitíssimo mais útil do que a do antropoide. O ser humano desenvolveu, além disso, uma linguagem definida com a qual expressa seus pensamentos e sentimentos. Tudo, enfim, situa o Corpo Denso do ser humano em uma classe à parte, mais avançada do que as dos três Reinos inferiores.
Para compreender as diferenças entre os quatro Reinos é preciso buscar nos Mundos invisíveis as causas que dão a um Reino o que a outros é negado.
Para se funcionar em qualquer Mundo e expressar as qualidades que lhe são peculiares, é necessário antes de tudo, possuir um veículo formado de sua matéria. Para funcionarmos no Mundo Físico denso precisamos de um Corpo Denso adaptado ao nosso ambiente. Se assim não fosse seríamos fantasmas, como geralmente dizem, e seríamos invisíveis à maioria dos seres físicos. Assim, também precisamos de um Corpo Vital para poder expressar vida, crescimento ou externar as outras qualidades pertinentes à Região Etérica.
Para expressar sentimentos e emoções é necessário ter um veículo composto de matéria do Mundo do Desejo; e uma Mente, formada por substância da Região Concreta do Mundo do Pensamento é necessária para tornar o pensamento possível.
Ao examinarmos os quatro Reinos em relação à Região Etérica, constatamos que o mineral não possui Corpo Vital separado. Logo compreendemos a razão pela qual não pode crescer, nem se propagar ou nem mostrar vida com sensações.
Como hipótese necessária para sustentar outros fatos conhecidos, a ciência materialista admite que no sólido mais denso, tanto quanto no gás mais rarefeito e atenuado, não se tocam sequer dois átomos; que existe um envoltório de Éter ao redor de cada átomo; e que os átomos no universo flutuam em um oceano de Éter.
O cientista ocultista sabe que isso é exato na Região Química, e que o mineral não possui um Corpo Vital de Éter separado. E, como o Éter planetário é o único que envolve os átomos do mineral, então se compreende a diferença acima. Como já dissemos, é necessário ter um Corpo Vital, um Corpo de Desejos separados, etc., para poder expressar as qualidades correspondentes aos diferentes Reinos, porque os átomos do Mundo do Desejo, do Mundo do Pensamento e até dos Mundos superiores interpenetram o mineral, da mesma forma que interpenetram o Corpo Denso humano. Se a interpenetração do Éter planetário, o Éter que envolve os átomos do mineral, fosse bastante para permitir-lhe sentir e se propagar, sua interpenetração pelo Mundo do Pensamento planetário seria também suficiente para permitir-lhe pensar, o que não pode acontecer por faltar-lhe um veículo separado. O mineral é penetrado somente pelo Éter planetário e é, portanto, incapaz de crescimento individual. Todavia, como o mais inferior dos quatro Éteres – o Químico – é ativo no mineral, a ele são devidas as forças químicas nos minerais.
Tendo observado as relações dos Quatro Reinos com a Região Etérica do Mundo Físico, estudemos agora sua relação com o Mundo do Desejo.
Tanto os minerais quanto os vegetais carecem de Corpo de Desejos separado. Estão compenetrados unicamente pelo Corpo de Desejos planetário, ou seja, pelo Mundo do Desejo. Não possuindo veículo separado, são incapazes de sentir, de desejar, de se emocionar, faculdades estas que pertencem ao Mundo do Desejo. A pedra nada sente quando é quebrada, mas seria errôneo deduzir-se que não há qualquer sentimento relacionado com tal ato. Essa é a opinião do materialista e da massa incompreensiva. O cientista ocultista sabe que não há ato algum, grande ou pequeno, que não seja sentido através do universo. Embora por falta de um Corpo de Desejos individual a pedra não possa sentir, o Espírito da Terra sente, porque é o seu Corpo de Desejos que compenetra a pedra. Se um ser humano corta o dedo, esse não sente dor simplesmente por não ter Corpo de Desejos separado, mas o ser humano sente, porque seu Corpo de Desejos compenetra o dedo. Se uma planta é arrancada pela raiz, o Espírito da Terra sente de modo equivalente ao ser humano a quem arranquem um cabelo. A Terra é um Corpo vivo e sensível. Todas as formas sem Corpo de Desejos separado, por meio do qual o espírito pode sentir, estão inclusas no Corpo de Desejos da Terra, e esse Corpo de Desejos possui sensibilidade. Quebrar uma pedra ou cortar uma flor causa prazer à Terra, ao passo que arrancar uma planta pela raiz causa sofrimento. A razão disto será esclarecida na última parte dessa obra, pois nesse ponto qualquer explicação seria incompreensível para a maioria dos leitores.
O Mundo do Desejo planetário pulsa através dos Corpos Denso e Vital do animal e do ser humano, da mesma maneira que compenetra o mineral e a planta. Contudo, além disso, o animal e o ser humano possuem Corpos de Desejos separados que os capacitam a sentir desejos, emoções e paixões. Contudo, existe uma diferença entre eles: o Corpo de Desejos do animal é inteiramente formado por matéria das Regiões mais densas do Mundo do Desejo, enquanto no do ser humano, mesmo nas Raças mais inferiores, um pouco da matéria das Regiões superiores entra em sua composição. Os sentidos dos animais e das Raças humanas inferiores focalizam-se quase inteiramente na satisfação dos desejos e paixões mais inferiores, cuja expressão se encontra na matéria das regiões inferiores do Mundo do Desejo. Por isso e para que possam ter emoções mais elevadas, educá-las e dirigi-las para objetivos superiores, necessitam da matéria correspondente em seus Corpos de Desejos. À medida que o ser humano progride na escola da vida suas experiências ensinam-no, e seus desejos se tornam melhores, mais puros. Dessa forma, gradativamente, a matéria do Corpo de Desejos passa por uma correspondente modificação. A matéria mais pura e brilhante das regiões superiores do Mundo do Desejo substitui as cores sombrias da parte inferior. O Corpo de Desejos aumenta de tamanho, de modo que o de um santo torna-se verdadeiramente algo glorioso a ser observado, de transparência luminosa, e de uma pureza de cores incomparável, impossível de descrever. Só o vendo é possível apreciá-lo.
Atualmente, na composição do Corpo de Desejos da grande maioria dos seres humanos entra matéria das regiões superiores e inferiores. Ninguém é tão mau que não tenha algo de bom. Isto é expressão da matéria das regiões superiores que encontramos em seus Corpos de Desejos. Por outro lado, são muito poucos os tão bons que não empreguem alguma matéria das regiões inferiores.
Do mesmo modo que os Corpos: Vital e de Desejos planetários interpenetram a matéria densa da Terra, como vimos no exemplo da esponja, da areia e da água, assim também os Corpos: Vital e de Desejos interpenetram o Corpo Denso do vegetal, do animal e do ser humano. Contudo, durante a vida, o Corpo de Desejos do ser humano não tem a mesma forma que seus Corpos Denso e Vital. Somente após a morte ele assume essa forma. Durante a vida tem simplesmente a aparência de um ovoide luminoso que, nas horas de vigília, envolve completamente o Corpo Denso, assim como no ovo a clara envolve a gema. Estende-se de doze a dezesseis polegadas[1] além do Corpo Denso. Nesse Corpo de Desejos existe certo número de centros sensoriais que ainda se encontram em estado latente na maioria dos seres humanos.
Dirigindo a nossa atenção à relação dos quatro Reinos com o Mundo do Pensamento notamos que os minerais, os vegetais e os animais carecem de um veículo que os correlacione com esse Mundo. Todavia, sabemos que alguns animais pensam. Contudo, são os animais domésticos mais avançados que permaneceram gerações inteiras em estreito contato com o ser humano, despertando por isso mesmo faculdades que outros animais, desprovidos dessa vantagem, não possuem. Isto se baseia no mesmo princípio que faz com que um fio altamente carregado de eletricidade “induza” uma corrente mais fraca em outro que lhe esteja próximo, assim como um ser humano de forte moralidade pode despertar uma tendência parecida em outro de natureza mais débil, ou assim como esse pode ser dominado pela influência negativa de caracteres malignos. Tudo quanto fazemos, dizemos, ou somos, reflete-se em torno de nós. Eis a razão por que pensam os mais avançados animais domésticos. Por serem os mais elevados de sua espécie, estão quase no ponto da individualização, e as vibrações da Mente do ser humano têm “induzido” neles uma atividade similar, de ordem inferior. Salvo essa exceção, o Reino Animal não adquiriu ainda a faculdade de pensar. Não estão ainda individualizados. Isto é o que constitui a grande e importante diferença entre o ser humano e os demais Reinos. O ser humano é um indivíduo. Os animais, os vegetais e os minerais dividem-se em espécies. Não estão individualizados no mesmo sentido em que se encontra o ser humano.
Certo é que dividimos a humanidade em Raças, tribos e nações, e que notamos a diferença entre os caucasianos, os negros, os indianos, etc. Contudo, a questão não é esta. Se quisermos estudar as características do leão, do elefante ou de qualquer outra espécie de animais inferiores, é necessário apenas tomar qualquer exemplar da espécie. Conhecidas as características de um animal, conheceremos as características da espécie a que pertence. Todos os membros da mesma tribo animal são semelhantes. Isto é um fato. Um leão, ou seu pai ou seu filho, todos se assemelham, não há diferença alguma na maneira como poderão agir sob as mesmas circunstâncias. Todos têm as mesmas preferências e aversões; um é igual ao outro.
No entanto isto não acontece com os seres humanos. Se quisermos conhecer as características dos negros, não basta examinar um só indivíduo. Seria necessário examinar cada um individualmente e, ainda assim, não chegaríamos a conhecer realmente aos negros “como um todo”. Isso simplesmente porque o que é uma característica do indivíduo não pode aplicar-se à Raça coletivamente.
Se quisermos conhecer o caráter de Abraham Lincoln, de nada nos servirá estudar o caráter de seu pai, de seu avô, ou de seu filho, porque eles difeririam completamente entre si. Cada um tinha suas próprias peculiaridades totalmente distintas das idiossincrasias de Abraham Lincoln.
Por outro lado, podemos descrever os minerais, os vegetais e os animais se prestarmos atenção às características de um de cada espécie, enquanto nos seres humanos há tantas espécies quanto são os indivíduos. Cada indivíduo – cada pessoa, é uma espécie – é uma lei em si mesmo, inteiramente separado e distinto de qualquer outro indivíduo, tão diferente dos seus concidadãos como diferentes são duas espécies distintas do Reino inferior. Podemos escrever a biografia de um ser humano, mas não a de um animal, porque não a poderia ter. Isto resulta de existir em cada ser humano um espírito individual, interno, que dita os pensamentos e ações de cada ser humano individual, enquanto existe apenas um “Espírito-Grupo”, comum a todos os diferentes animais ou plantas da mesma espécie. O Espírito-Grupo atua sobre todos eles agindo de fora. Ambos, o tigre que perambula nas florestas da Índia e o tigre encerrado na jaula de um parque zoológico são expressões do mesmo Espírito-Grupo. Influencia a ambos, de maneira idêntica, o Mundo do Desejo, um dos Mundos internos, onde a distância quase não existe.
Os Espíritos-Grupo dos três Reinos inferiores estão diferentemente situados nos Mundos superiores, como veremos quando investigarmos a consciência dos diversos Reinos. Contudo, para compreender, convenientemente, as posições desses Espíritos-Grupo nos mundos internos, é necessário recordar-se e compreender-se claramente o que foi dito sobre todas as formas do mundo visível: são cristalizações de modelos e ideias dos mundos internos, conforme os exemplos do arquiteto e do inventor de máquinas. Assim como os sucos do Corpo brando e viscoso do caracol se cristalizam na crosta dura que carrega sobre as costas, também os Espíritos nos Mundos superiores cristalizam semelhantemente, fora de si mesmos, os Corpos materiais, densos, dos diferentes Reinos.
Assim, os chamados Corpos “superiores”, tão refinados e sutis que chegam a ser invisíveis, não são, de maneira alguma, “emanações” do Corpo Denso. Os veículos densos de todos os Reinos correspondem à concha do caracol que é a cristalização dos seus sucos. O caracol representa o espírito, e seus sucos em via de cristalização representam a Mente, o Corpo de Desejos e o Corpo Vital. Estes diversos veículos foram emanados pelo espírito de si mesmo, com o propósito de adquirir experiência através deles. É o espírito que move o Corpo Denso à vontade, como o caracol move a sua concha, e não o Corpo que governa os movimentos do espírito. Quanto mais estreitamente pode o espírito pôr-se em contato com o seu veículo, mais pode dominá-lo e expressar-se por seu intermédio, e vice-versa. Essa é a chave dos diferentes estados de consciência nos diferentes Reinos.
Considerando agora o vegetal, o animal e o ser humano em relação à Região Etérica, notamos que cada um deles tem um Corpo Vital separado, além de serem compenetrados pelo Éter planetário que forma a Região Etérica. Existe, não obstante, uma diferença entre o Corpo Vital do vegetal e os Corpos Vitais do animal e do ser humano. No Corpo Vital do vegetal estão em plena atividade somente o Éter Químico e o Éter de Vida. Portanto, o vegetal pode crescer pela ação do Éter Químico e propagar a sua espécie mediante a atividade do Éter de Vida do Corpo Vital separado que possui. O Éter de Luz também está presente, embora parte latente, e falta o Éter Refletor, por completo. Portanto, é óbvio que as faculdades sensoriais e a memória, que são qualidades desses Éteres, não podem ser expressas pelo Reino Vegetal.
Se dirigirmos nossa atenção para o Corpo Vital do animal, constatamos que nele os Éteres Químico, de Vida e de Luz são dinamicamente ativos. Consequentemente, o animal possui as qualidades de assimilação e crescimento, originadas pelas atividades do Éter Químico, e a faculdade de se propagar por meio do Éter de Vida, comuns aos Reinos Vegetal e Animal. Contudo, além disso, e devido à ação do terceiro ou Éter de Luz, ele tem as faculdades de gerar calor interno e de percepção sensorial. O quarto Éter, todavia, é inativo no animal, pelo que carece de pensamento e de memória. O que a isso se assemelha, é de natureza diferente, como adiante demonstraremos.
Quando analisamos o ser humano, vemos que os quatro Éteres são dinamicamente ativos em seu altamente organizado Corpo Vital. Por meio das atividades do Éter Químico ele é capaz de assimilar o alimento e crescer; as forças ativas no Éter de Vida capacitam-no a propagar sua espécie; as forças no Éter de Luz suprem seu Corpo Denso de calor, atuam sobre seu Sistema Nervoso e músculos, abrindo-lhe assim as portas da comunicação com o mundo externo por meio dos sentidos; e o Éter Refletor capacita o Espírito a controlar seu veículo por meio do pensamento. Esse Éter armazena, ainda, experiências passadas sob a forma de memória.
O Corpo Vital do vegetal, do animal e do ser humano estende-se além da periferia do Corpo Denso, do mesmo modo que a Região Etérica, que é o Corpo Vital de um Planeta, estende-se além da parte densa deste, o que demonstra, mais uma vez, a veracidade do axioma Hermético: “Como em cima, assim é embaixo”. A distância dessa extensão do Corpo Vital do ser humano é cerca de uma polegada e meia[2]. A parte que está fora do Corpo Denso é muito luminosa, e aparenta a cor da flor recém-aberta do pessegueiro. Ela é vista muitas vezes por pessoas que possuem certa clarividência involuntária. O autor verificou, ao falar com tais pessoas, que as mesmas, não crendo tratar-se de algo incomum, frequentemente não compreendem o que veem.
[1] N.R.: em torno de 31 a 41 centímetros
[2] N.R.: cerca de 3,8 centímetros
(Quer saber mais? Faça os Cursos de Filosofia Rosacruz (todos gratuitos) e/ou consulte o Livro Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel)
Que as rosas floresçam em vossa cruz
Para a Lei de Atração que opera em todos os departamentos da vida e, portanto, em todos nós, não há favoritos nem exceções, reunindo pessoas de caráter similar como também levando-as inevitavelmente a estados de saúde ou de enfermidades por força de condições de existências passadas geradas por pensamentos, palavras e ações.
A Mente é o elo entre o Ego e seus Corpos e são esses que permitem ao Ego transmitir suas ordens pelo pensamento e pela palavra a fim de que se produza a ação. A Mente é o elemento focalizador pela qual as ideias, envoltas pela imaginação do Ego, projetam-se no plano material. Primeiramente, são pensamentos-formas, que, quando o desejo de as realizar ocorre, possibilitam ao ser humano vivenciá-las no Mundo Físico, tornando-as o que designamos como realidades “concretas”.
Embora possamos querer saúde se, ao mesmo tempo, formos indulgentes para com os pensamentos de temor, suspeição, impaciência, ciúmes, ódio e muitos outros afins, tais pensamentos antagônicos se manifestarão como condições desarmoniosas em nossos Corpos e em nosso ambiente, assim como contra pessoas, fazendo com que nossas auras se transformem em magnetos atrativos de pensamentos inferiores ou negativos.
Ao contrário, pela manutenção de pensamentos e desejos reveladores de bondade, simpatia, confiança, fé, esperança, coragem e outros afins, fazemo-los tornarem-se em realidade “concreta”. “Tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa forma, se há alguma virtude e se há algum louvor, nisso pensai.” (Fp 4:8).
(Publicado no Ecos da Fraternidade Rosacruz-SP de janeiro-fevereiro/1994)
Resposta: Cristo disse: “O Céu está dentro de nós”. Mesmo assim, é-nos revelado que no momento em que deixou Seus Discípulos, Ele ascendeu ao Céu. Para entender isso, precisamos analisar a constituição de um Planeta. De acordo com o princípio hermético “como é em cima, assim é embaixo”, entenderemos melhor se analisarmos primeiro a constituição do ser humano. O ser humano tem o Corpo Denso que vemos com os nossos olhos, mas, esse Corpo não é tão sólido quanto aparenta, pois é permeado por vários veículos invisíveis.
É composto de sólidos, líquidos e gases da Região Química do Mundo Físico, e a ciência nos diz que são interpenetrados pelo Éter, pois o Corpo do ser humano não é diferente de todos os outros elementos existentes no Mundo. Tanto no sólido mais denso quanto no gás mais rarefeito, a ciência atesta corretamente que cada pequeno átomo vibra num mar de Éter.
Esse Éter ainda é matéria física, uma porção considerável e especializada pelo ser humano, e forma uma contraparte exata do nosso Corpo Denso, além de projetar-se em torno de 3,8 cm além da sua periferia. É essa parte que os médicos de Boston pesaram, colocando pessoas agonizantes sobre balanças – veja essa história completa no livro: O Conceito Rosacruz do Cosmos, de Max Heindel. Notaram que, quando do último suspiro, alguma coisa com certo peso abandonava o Corpo Denso, e o prato da balança que sustentava o peso caía ao chão, com rapidez surpreendente. Os jornalistas declararam que os médicos haviam pesado a alma. Porém o que eles de fato pesaram foi esse Corpo Vital composto de Éter que deixa o Corpo Denso, na hora da morte. Temos um veículo ainda mais sutil, o Corpo de Desejos, que é composto pelo que os ocultistas chamam de substância de desejos, podendo ser visto, por aqueles que têm o sexto sentido desenvolvido, como uma nuvem ovoide envolvendo o Corpo Denso por todos os lados. Esse último localiza-se no centro do Corpo de Desejos, como a gema está no centro de um ovo, com a única diferença: enquanto a clara envolve a gema, mas não a interpenetra, esse Corpo de Desejos permeia totalmente tanto o Corpo Vital quanto o Corpo Denso. Há ainda um material mais sutil na composição do ser humano que podemos denominar de “matéria mental”, o veículo Mente, composta da substância da Região Concreta do Mundo do Pensamento, o material onde formamos os pensamentos-formas que envolvem o Ego interno. O Mundo é constituído de forma similar.
Além desse Mundo visível composto de sólidos, líquidos e gases e interpenetrado pelo Éter, há também um Mundo do Desejo que permeia cada uma das duas Regiões do Mundo Físico indo até o espaço, além do ar e do Éter. Em seguida, há o Mundo do Pensamento, que também penetra toda região do nosso Planeta, do centro à periferia estendendo-se no espaço ainda mais além que os outros dois Mundos. Durante a vida terrena, o ser humano permanece neste Mundo visível, Mas, após a morte, conforme os atos aqui praticados poderá ficar vinculado a esse plano, visto que as regiões do Purgatório – que está nas três Regiões inferiores do Mundo do Desejo – estão em toda parte ao nosso redor e também embaixo no mais recôndito da Terra. Num certo sentido, o Primeiro Céu – que está nas três Regiões superiores do Mundo do Desejo – também está aqui, pois a matéria que o compõe nos rodeia, mas o Primeiro Céu em si, o local onde os Espíritos liberados geralmente permanecem, encontra-se além da nossa atmosfera. Pode-se dizer, na verdade, que o Segundo Céu – que está na Região do Pensamento Concreto – também está dentro de nós, pois o material com o qual é constituído está aqui. Os Espíritos que nele se encontram poderiam nos visitar, ainda que as condições aqui, e as tendências de pensamentos, etc., seja, depreciativos para o seu trabalho e desenvolvimento. Por isso, eles preferem ficar no ponto mais afastados e longe do nosso Planeta, onde a pura substância mental não é maculada por nossos pensamentos egoístas e prejudiciais. O Terceiro Céu – que está na Região do Pensamento Abstrato – é um local onde pouquíssimos Espíritos, no presente estágio de desenvolvimento, têm alguma consciência. Quase todos nós somos guiados nas atividades do pensamento mais pelas emoções e sensações concernentes às coisas concretas do que pelo pensamento abstrato, que é a faculdade peculiar àquele elevado plano. Quando pensamos no amor geralmente o relacionamos a alguma pessoa. Esse é um pensamento concreto. Mas no amor, em termos abstratos, pouquíssimos são capazes de pensar. Podemos imaginar uma casa, um animal, etc., eles são concretos, mas não gostamos de pensar numa proposição abstrata tal como: “o quadrado da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos catetos de um triângulo”. A maioria dentre nós tem pouquíssima consciência no Terceiro Céu, consequentemente, pouquíssimo do material desse mundo pode ser encontrado na constituição do nosso Planeta.
(Pergunta nº 61 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. I – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
Muitas vezes para que se possa alcançar uma certa evolução é necessário que se quebre a robustez da saúde física e quanto mais forte e vigoroso seja o instrumento físico, tanto mais drástico deverá ser o método para quebrantá-la. A essa fase pode seguir-se outra menos dura em que a saúde se encontra em estado de “flutuação”, até que finalmente possamos reajustar-nos de tal forma que consigamos manter a saúde no Mundo Físico e até, se nos capacitarmos para isso, obter faculdades que nos permitem atuar nos Planos Superiores.
Quando compreendermos a filosofia superior e vivermos a vida que é ensinada por ela, nosso corpo se tornará extremamente sensível e precisará de muito mais cuidado do que os povos que não seguem esse caminho espiritual. Eles não possuem um sistema nervoso tão delicadamente organizado. Os que se interessam pelas questões espirituais têm uma sensibilidade extraordinária e, portanto, conforme progredirmos, temos que cuidar mais e mais desse instrumento. Mas também aprendemos as leis da natureza dele e como nos ajustarmos a elas. Se aplicarmos nosso conhecimento, será possível termos um instrumento sensível e mantê-lo em boa saúde.
Há casos, todavia, em que a enfermidade é necessária para produzir certas mudanças no Corpo Denso. São os precursores de uma elevação no desenvolvimento espiritual e, nessas condições, naturalmente, a enfermidade é uma benção e não uma infelicidade. Em geral, todavia, pode-se dizer que o estudo da filosofia superior tende sempre a melhorar a própria saúde, porque “conhecimento é poder” e quanto mais soubermos tanto mais capazes seremos de dominar a situação, sempre que pusermos nossos conhecimentos em prática e viver a vida, que não sejamos simples ouvintes da palavra, mas seus executores, porque nenhum ensino nos pode beneficiar se não o pusermos em prática em nossa existência e o vivenciarmos diariamente.
(Publicado no ECOS da Fraternidade Rosacruz-SP em julho-agosto/2005)
O Diagrama 2 dá uma ideia compreensível dos sete Mundos que formam a esfera do nosso desenvolvimento, contudo, devemos fixar cuidadosamente que esses Mundos não estão colocados uns acima dos outros, como o Diagrama sugere, mas se interpenetram. Isto é, relacionando o Mundo Físico ao Mundo do Desejo e comparando o Mundo do Desejo com as linhas de força na água em congelamento e a água em si mesma com o Mundo Físico, podemos, igualmente, imaginar essas linhas de força equivalendo a qualquer um dos sete Mundos e a água, segundo o nosso exemplo, correspondendo ao próximo Mundo mais denso na escala.
Não será demais fazer aqui uma recomendação relativa aos diagramas empregados para ilustração. O Estudante deve recordar que nunca pode ser exato o que é reduzido das suas reais dimensões. O desenho de uma casa significaria pouco ou nada se nunca tivéssemos visto uma casa. Nada mais veríamos no desenho do que linhas e manchas, e não teria para nós significado algum. Os diagramas empregados para ilustrar assuntos suprafísicos são representações da realidade, muito menos verdadeiros pela simples razão de que, no caso do desenho, as três dimensões da casa foram reduzidas somente a duas, enquanto no caso de diagramas dos Mundos as realidades possuem de quatro a sete dimensões. Logo, os diagramas de duas dimensões, com que se intenta representá-los, estão muito longe de retratá-los corretamente. Tenhamos sempre em mente que esses Mundos se interpenetram, e que o modo como aparecem nos diagramas é análogo ao retirar todas as engrenagens de um relógio, e dispô-las umas ao lado das outras para mostrar como ele indica as horas. Para que tais diagramas sejam de alguma utilidade para o Estudante, é necessário que esse tenha deles uma concepção espiritual. Caso contrário, servirão mais para confundir do que para iluminar.
O Diagrama 2 nos mostra que o Universo está dividido em 7 (sete) Mundos, ou podemos dizer: está dividido em 7 (sete) estados de consciência.
E estes Mundos são:
O que acontece normalmente com o ser humano é achar que a matéria é só aquilo que podemos observar e sentir através dos sentidos físicos, mas, se observarmos dentro e ao redor de nós, saberemos que além do corpo material, existe algo a mais que não podemos ver e muitas vezes sentir.
Entendemos que tais Mundos são interpenetrados. O Mundo de Deus interpenetra a todos. O Mundo dos Espíritos Virginais interpenetra a todos, menos o Mundo de Deus e assim por diante. Por questões de vibrações os seres que vivem nesses Mundos permanecem exercendo suas atividades nas partes mais elevadas desses: ou seja: nas partes não interpenetráveis.
Cada Mundo possui 7 Divisões, 7 Regiões ou 7 Estados de Matéria
Vamos analisar esse Diagrama de “baixo para cima”. O Mundo Físico fornece material físico para trabalharmos e se divide em 2 Regiões: Química (com Sólidos, Líquidos e Gases) e Etérica (com Éter Químico (assimilação e excreção), Éter de Vida (reprodução e procriação), Éter de Luz ou Luminoso (sentidos e calor do sangue) e Éter Refletor (memória e transmissão do pensamento)). Temos dois veículos para trabalhar nesse Mundo: é o Corpo Denso para a Região Química e o Corpo Vital para a Região Etérica.
O Mundo do Desejo fornece material para expressarmos os desejos, as emoções e os sentimentos e se divide em 7 Regiões: da Paixão e Desejos Sensuais, da Impressionabilidade, do Desejo, Sentimentos, da Vida Anímica, da Luz Anímica e do Poder Anímico. Temos um veículo para trabalhar nesse Mundo: é o Corpo de Desejos.
Esses três Corpos formam o que chamamos de Personalidade.
O Mundo do Pensamento: fornece material para criar e trabalhar com os nossos pensamentos, conclusões e ideias. É dividido em 2 Regiões: Pensamento Concreto (com as subdivisões: Continental, Oceânica, Aérea e das Forças Arquetípicas) e Pensamento Abstrato (com as subdivisões: Ideia Germinal do Desejo e da Emoção, Ideia Germinal da Vida e Ideia Germinal da Forma). Temos dois veículos para trabalhar nesse Mundo: a Mente para a Região Concreta e o Espírito Humano para a Região Abstrata (esse é a origem do nosso terceiro aspecto espiritual que nos liga com Jeová, Deus Espírito Santo.
O Mundo do Espírito de Vida que é a origem do nosso segundo aspecto espiritual que nos liga com Cristo, Deus Filho, e é dividido em 7 Regiões. Temos um veículo para trabalhar nesse Mundo: é o Espírito de Vida.
O Mundo do Espírito Divino que é a origem do nosso primeiro aspecto espiritual que nos liga com Deus Pai e é dividido em 7 Regiões. Temos um veículo para trabalhar nesse Mundo: é o Espírito Divino.
Esses três veículos: Espírito Divino, Espírito de Vida e Espírito Humano somos nós, o Ego, o verdadeiro “Eu”, o “Eu” superior.
Aqui reparem no importantíssimo papel da Mente: o elo de ligação entre a Personalidade e o Ego.
O Mundo dos Espíritos Virginais é dividido em 7 Regiões. É de onde viemos quando fomos diferenciados de Deus. Para onde estamos voltando, alcançando lá a onisciência, a onipotência e a onipresença, exatamente como Deus que nos criou.
O Mundo de Deus é dividido em 7 Regiões. Envolve todos os Mundos e onde está o nosso Criador, Deus: onisciente, onipotente e onipresente.
(Quer saber mais? Faça os Cursos de Filosofia Rosacruz (todos gratuitos) e/ou consulte o Livro Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel)
Que as rosas floresçam em vossa cruz
O Diagrama 1 do Livro Conceito Rosacruz do Cosmos demonstra a ideia em forma esquemática de como as formas, nos Mundos inferiores são reflexos do Espírito nos Mundos superiores.
Nesse Diagrama perceba que a quarta divisão do Mundo do Pensamento, nomeada a “Região das Forças Arquetípicas”, é a Região Central e a mais importante dos cinco Mundos onde se efetua a evolução total do ser humano (repare não é a evolução atual que é nos 3 Mundos, mas a total, nos 5 Mundos).
De um lado dessa Região estão as três divisões superiores do Mundo do Pensamento (que compõe a Região Abstrata do Mundo do Pensamento), mais o Mundo do Espírito de Vida e o Mundo do Espírito Divino.
No lado oposto dessa Região das Forças Arquetípicas estão as três divisões inferiores do Mundo do Pensamento (que compõe a Região Concreta do Mundo do Pensamento), mais o Mundo do Desejo e o Mundo Físico.
Portanto essa Região torna-se uma espécie de “cruz”, limitada de um lado pelos Reinos do Espírito e do outro pelos Mundos da Forma. É o ponto focal por onde o Espírito se reflete na matéria.
Vamos ver como utilizamos essa Região das Forças Arquetípicas no nosso dia a dia.
Já sabemos que essa Região é o lar das Forças Arquetípicas que dirigem a atividade dos arquétipos na Região do Pensamento Concreto.
Já vimos, também, que é dessa Região que o Espírito trabalha na matéria de maneira formativa. Ou seja, tudo começa quando utilizamos a nossa vontade e com ela colocamos em ação a nossa imaginação – exatamente como Deus, nosso criador, faz todas as vezes que cria e ele sempre está criando!
E assim, com a vontade e a imaginação trabalhando geramos a ideia, por exemplo de um barco. Dessa ideia utilizamos a nossa Mente para construirmos o pensamento-forma desse barco. E a partir dele podemos utilizar as forças do Mundo do Desejo e pelo interesse e atração, utilizarmos os nossos Corpos Vital e Denso para construir o barco físico.
Vejam aqui, claramente, a Lei do Reflexo: as formas, nos Mundos inferiores são reflexos do Espírito nos Mundos superiores:
(Quer saber mais? Faça os Cursos de Filosofia Rosacruz (todos gratuitos) e/ou consulte o Livro Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel)
Que as rosas floresçam em vossa cruz
Pergunta: Para os que foram educados dentro dos ensinamentos de espiritualismo e do “Swedenborgianismo”, é bastante fácil aceitar a ideia de uma vida futura e da eventual experiência purgatorial naquele lugar. Mas não é fácil para eles entender por que não é viável adquirir toda a experiência necessária para o progresso nos Mundos espirituais, sem ter de voltar ao plano físico para renascer em novos corpos. Se existir uma razão imperiosa para retornos periódicos na carne, como explicam os Rosacruzes, poderiam expô-la breve, mas detalhadamente?
Resposta: A necessidade para o renascimento constitui-se de duas fases, uma física e uma espiritual. Se os componentes minerais dos nossos Corpos não se cristalizassem, e se nos fosse possível mantê-los jovens e flexíveis por milhões de anos, não haveria necessidade de renascer. Poderíamos aprender as lições da vida ao longo da ininterrupta sucessão de eras. Mas, devido à nossa ignorância e ao abuso deste corpo, ele não dura muito mais de setenta, oitenta, noventa – quiçá cem – anos. Por essa razão, se vivêssemos aqui apenas uma vida curta tanto quanto a que vivemos, seríamos incapazes de aprender todas as lições que nos seriam ensinadas no ambiente em que estivéssemos, e isso representaria uma perda de energia. Nós, como seres humanos, não conceberíamos a ideia de criar uma escola aprimorada, provê-la com todo o equipamento necessário, para ensinar os alunos e diplomá-los após a terem frequentado por um só dia. Isso seria exatamente análogo a um sistema cósmico que exigisse a frequência dos alunos na escola da vida apenas por um dia. Em lugar disso, ao acabar o primeiro dia de aprendizado, enviamos a criança para casa para que assimile a sua lição, para preparar-se para o próximo dia de aula, e assim sucessivamente durante muitos dias e anos.
De forma similar, as Hierarquias Divinas, que orientam a nossa evolução, enviam-nos para a escola da Terra a cada dia de vida e, no término desse, somos chamados para o nosso lar celestial para descansar e preparar-nos para o próximo curso. Seria totalmente impossível para os nossos professores transmitir toda a sabedoria a ser assimilada pelo aluno, por mais precoce que fosse, se o tempo se restringisse a um só dia. Mas esse prazo estende-se a um sem número de dias sucessivos, que acabam perfazendo anos e, dessa forma, eles têm a possibilidade de transmitir-lhe, gradativamente, todo o seu conhecimento. Também isso ocorre na escola da vida: a sabedoria e o amor cósmicos não podem ser ensinados num período curto. Esse processo leva eras, pois as qualidades divinas não são plantações de cogumelos que podem ser colhidos de um dia para outro. Elas assemelham-se mais ao forte carvalho que requer um século para desenvolver-se e possui uma robustez e uma força que não se assemelham nem remotamente ao cogumelo.
Além disso, a constituição e as condições dos Mundos espirituais tornam-se inadequadas para as fases de progresso que o ser humano necessita aprender no Mundo Físico. Atualmente, a humanidade está desenvolvendo a Mente pelo uso do pensamento reto e correto, que deve manifestar-se por meio da ação correta, e isso pode ser realizado da melhor forma possível num reino onde as condições sejam firmes e rígidas. Quando um inventor visualiza uma máquina ou aparelho, este parece funcionar esplendidamente na sua Mente, mas as rodas, que giram tão lindamente no Mundo do Pensamento, onde a interpenetração é lei, geralmente provocam um atrito ao entrarem em contato uma com a outra e elas parecem obstruir-se mutuamente quando o modelo é criado em material físico. Isso mostra que o seu pensamento estava errado, e o inventor vê-se forçado a prosseguir o seu trabalho no sentido de corrigir o erro cometido, ou a abandonar o seu projeto. Assim, as condições físicas atuam como um agente corretivo e, ao mostrar-lhe o seu erro, torna-lhe possível aprender gradativamente a desenvolver o pensamento correto e a incorporá-lo numa máquina que deverá funcionar. De forma semelhante, uma pessoa que empreenda um projeto de negócios estuda detalhadamente como ele deverá funcionar, mas a marcha subsequente dos acontecimentos ensina-lhe frequentemente que errou em seus cálculos. Desse modo, perceberá, mediante seus erros, em que ponto o seu pensamento estava errado, e terá assim a oportunidade de corrigi-lo.
Essas coisas não podem ser aprendidas nos Mundos espirituais, onde é possível sair por uma janela ou subir pela lareira tão facilmente como sair por uma porta, pois nesse Mundo tudo é fluídico e plástico. Sendo divinos, temos infinitas possibilidades latentes em nós, somos deuses em formação. O pensamento é uma força criadora e, a menos que aprendamos a usá-lo de maneira correta, ele se tornará uma maldição ao invés de uma bênção, tanto para nós quanto para as criaturas que deveremos ajudar nas eras futuras. Nesse caso, seríamos incapazes e não poderíamos ajudá-los na criação de veículos apropriados, como fomos e somos ajudados por seres superiores a nós na escala da evolução, pois criaríamos monstruosidades. Por esse motivo, a escola da Terra é uma necessidade absoluta no sentido de ensinar-nos a pensar corretamente e, em consequência, criar corretamente por meio das substâncias cósmicas com as quais temos que trabalhar tanto as mais densas quanto as mais sutis.
(Pergunta nº 19 do livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
Libertemo-nos das teorias antiquadas. O morto não salta subitamente para dentro de um céu impossível, nem cai num inferno mais impossível ainda. De fato, não existe inferno naquele sentido tradicional, no sentido impróprio da palavra.
Decididamente, não há inferno em parte alguma e em nenhum sentido, a não ser aquele que o ser humano prepara para si próprio.
Convém compreender que a morte não produz qualquer diferença no ser humano; que esse não se transforma repentinamente em um santo ou Anjo; e que nem é dotado de um momento para outro de toda a sabedoria dos tempos; que no dia seguinte a sua morte é justamente o mesmo ser humano anterior a ela, isto é, com as mesmas emoções, a mesma disposição de espírito, o mesmo desenvolvimento intelectual, etc. A única diferença é que deixou de ter um corpo físico, um Corpo Denso.
Convém compreender que a morte não produz qualquer diferença no ser humano; que esse não se transforma repentinamente em um santo ou Anjo; e que nem é dotado de um momento para outro de toda a sabedoria dos tempos; que no dia seguinte a sua morte é justamente o mesmo ser humano anterior a ela, isto é, com as mesmas emoções, a mesma disposição de espírito, o mesmo desenvolvimento intelectual, etc. A única diferença é que deixou de ter um corpo físico, um Corpo Denso. Procure refletir cuidadosamente sobre o que isso significa. A ideia decorrente é que a morte equivale à libertação absoluta da dor e da fadiga, como também de deveres enfadonhos; que a morte liberta integralmente o indivíduo (provavelmente pela primeira vez), de maneira a permitir-lhe fazer exatamente o que bem lhe aprouver. Na vida física, em geral, a humanidade acha-se constantemente constrangida. A não ser que pertença a uma pequena minoria privilegiada em recursos materiais, vive sempre sob a constante pressão do trabalho a fim de conseguir dinheiro necessário à compra de seus alimentos, roupas e abrigo para si próprio e sua família.
Raros são os casos – como os dos artistas e músicos – em que o trabalho do ser humano se constitui em algo aprazível. Regra geral é uma forma de atividade a que o ser humano certamente não se dedicaria se a tal não fosse forçado.
Nos Mundos espirituais o dinheiro é desnecessário. Nem comida e abrigo são necessários também, porque a glória, o conforto e a beleza desse mundo são franqueados a todos, independentemente de qualquer retribuição. Na matéria rarefeita desse mundo, o ser humano se transporta em seu corpo espiritual para cá e para lá, consoante a sua vontade. Aquele que ama as belas paisagens, as florestas, os regatos, o mar, pode apreciá-los a seu bel-prazer nos pontos mais pitorescos da Terra; o que ama a arte pode dedicar todo o seu tempo à contemplação das obras-mestras dos maiores artistas; o músico pode ouvir as melhores e principais orquestras do mundo, como pode ainda empregar todo o seu tempo ouvindo os mais célebres virtuoses.
obras-mestras dos maiores artistas; o músico pode ouvir as melhores e principais orquestras do mundo, como pode ainda empregar todo o seu tempo ouvindo os mais célebres virtuoses. Nesse plano o ser humano tem plena liberdade de devotar-se inteiramente àquilo que houver sido a sua predileção particular no Mundo Físico e desfrutá-la ao máximo, desde que o gozo seja mental ou pertença ao plano das emoções superiores, e que para ser satisfeito não exija a posse de um Corpo Denso, o físico.
Disso resulta, por conseguinte, que todos os seres humanos corretos, sensatos e bons serão infinitamente mais felizes depois da morte do que o foram antes dela, pois dispõe de muito tempo não só para recriarem nobremente o espirito, como também para progredirem real e satisfatoriamente nos conhecimentos que mais lhe interessem.
Contudo, nesses Mundos espirituais não há infelizes? Há, sim, porque a vida no Além é naturalmente uma continuação dessa, sendo o ser humano, em todos os sentidos, o mesmo ser humano que fora antes de deixar seu corpo físico, o seu Corpo Denso. Assim, se os seus prazeres nesse Mundo Físico eram inferiores, ele não achará naqueles Mundos meios de satisfazer seus desejos. Um alcoólatra, por exemplo, sofrerá horrores porque já não possuí um corpo por meio do qual possa mitigar sua ardente sede. O glutão sofrerá pela falta dos prazeres da mesa. O avarento não mais poderá juntar ouro material. O ser humano que durante sua vida terrena cedia às paixões indignas, sentirá as mesmas lhe minando a vitalidade; o sensual continuará a fremir, acicatado por desejos que não mais poderão ser saciados; o ciumento ainda será atormentado por seus ciúmes, e tanto mais quanto se acha incapacitado para interferir nas pessoas e objetos de seus desejos.
Não há dúvida que os seres humanos sofrem muito nessas condições, mas também é certo que sofrem só aqueles cujas inclinações e paixões foram más e de natureza material. E até estes têm sua sorte totalmente dependente da própria vontade, de modo que basta eliminarem tais inclinações inferiores, que poderão se libertar imediatamente do sofrimento decorrente.
Isso não é uma punição, mas o resultado natural de uma causa definida. De modo que, muito embora, não de imediato, mas tão depressa quanto se tenha esgotado a energia do motivo gerador, basta remover a causa para cessar o efeito.
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Muitos Estudantes, após um pequeno estudo de astrologia, têm a impressão de que tudo esteja predestinado. Eles começam a acreditar que a vida, com seus muitos eventos e experiências, seja traçada do berço ao túmulo e que sejamos irresistivelmente levados por ela, seja uma vida boa ou má. Essa é uma ideia errada. É verdade que a maioria de nós tem um certo Destino Maduro do qual não podemos escapar, mas não podemos dizer que toda a nossa vida esteja predeterminada. Os principais acontecimentos, conforme chegam até nós do Mundo Físico, são arranjados antes de nascermos, porém isso é feito por nós mesmos, auxiliados pelos grandes Senhores do Destino (ou Anjos do Destino). Existem muitas lacunas que preenchemos à medida que avançamos.
A maneira como enfrentamos essas experiências, como as assimilamos e construímos suas lições em nós mesmos em forma de caráter não está predefinida. Não está predestinado, por exemplo, que um ser humano acabe na sarjeta como resultado de uma prova para superar sua tendência a beber álcool. Certamente ele nasceu com essa tendência de uma vida passada porque não a superou nela; no entanto, isso não o condenou a terminar seus dias no caminho descendente. Ele poderia ter acabado no caminho ascendente, caso tivesse usado a força de vontade dele e lutado para superar a fraqueza. Dependia dele o fracasso ou a conquista.
Certos traços e características acompanhados por várias experiências são definitivamente mostrados no horóscopo: contudo, o resultado final é determinado pelo eu interior e não pode ser conhecido exatamente de antemão. Podemos julgar se o progresso de uma vida será trabalhado ao longo de linhas espirituais ou materiais, observando qual destes se move mais rápido: o Meio do Céu ou o Ascendente. Se o Meio do Céu se mover mais rápido, o progresso da pessoa será realizado por meio de esforços espirituais; se o Ascendente se mover mais rápido, o trabalho da vida tenderá a ser realizado por meio de esforços materiais. O progresso quase igual dos dois significa desenvolvimento uniforme. A vida física de um indivíduo pode terminar na prisão ou na pobreza e, ainda assim, essa pessoa pode ganhar uma riqueza de experiência que a beneficiará espiritualmente e desenvolverá muito seu caráter. O mundo exterior diria: “Que pena, terminar seus dias na cadeia”. Entretanto, o Estudante de ocultismo, sabendo que uma vida seja apenas um curto espaço de tempo no intervalo de muitas vidas, consideraria aquela em particular como uma experiência passageira a ser vivida — mais uma no caminho da evolução.
As triplicidades dos Signos do Zodíaco mostram que tipo de destino está reservado para o indivíduo ou que destino ele reservou para si mesmo ao longo de muitas vidas. A palavra destino aqui é usada de maneira muito geral, abrangendo não apenas as experiências de vida, mas também o caráter. As experiências a serem enfrentadas, que são indicadas por planetas em Signos Cardinais (ou Cardeais) — Áries, Câncer, Libra e Capricórnio — são dívidas do destino que concordamos em pagar nesta vida. Ao Ego, antes de nascer, é mostrado o panorama de sua vida futura com seus vários eventos. No caso dos Signos Cardinais, o Ego concordou de boa vontade em aceitar as experiências delineadas. Mesmo pensando que elas trazem infelicidade e dor, ele sabe que ajudou a selecioná-las no Terceiro Céu, onde tudo estava claro e ele não estava cego pela matéria. Portanto, ele aceita voluntariamente esse destino.
As experiências a serem encontradas e que são provenientes de Signos Fixos — Touro, Leão, Aquário e Escorpião — são, como seu termo indica, fixas. Isso significa que sejam algo que não possa ser evitado pelo esforço do indivíduo. As aflições de Signos Fixos devem ser e serão enfrentadas em algum momento durante cada vida particular. Características de Signos Fixos são aquelas que foram expressas durante um período de vidas e se tornaram muito fortes. Naturalmente, qualquer característica prejudicial proveniente de um Signo Fixo é muito mais difícil de superar do que uma proveniente de um Signo Cardinal ou Comum. Por exemplo, Netuno rege as drogas: portanto, um viciado em drogas com um Netuno sob tensão no Signo Fixo de Touro certamente vai considerar o hábito mais difícil de superar do que um viciado com Netuno no Signo Cardinal de Áries ou no Signo Comum de Gêmeos. Com o conhecimento do renascimento para nos guiar, podemos ver prontamente que o indivíduo Netuno-Touro evidentemente se entregou ao vício das drogas por um período de várias vidas e será muito difícil abandonar o hábito. Facilmente, muitas coisas poderiam se enquadrar nessa categoria, como bebida, mau humor, dissipação de todos os tipos, comer demais etc. Aflições de Signos Fixos indicam tendências prejudiciais que são muito fortes; mas os Aspectos benéficos dos Signos Fixos dão a estabilidade necessária ao caráter para trazer à tona suas melhores qualidades.
Sob os Signos Comuns — Gêmeos, Virgem, Sagitário e Peixes — qualquer qualidade negativa indicada pode, geralmente, ser facilmente superada. Qualquer característica de Signo Comum está realmente em formação, seja ela boa ou ruim. No entanto, se falharmos em corrigir um hábito ruim de um Signo Comum em uma vida, na próxima vida ele pode ligar-se a um Signo Cardinal e se tornar um pouco mais difícil de corrigir. Contudo, se continuarmos sem fazer esforço para mudar, depois de várias vidas ele virá sob um Signo Fixo e a mais difícil de todas as batalhas acontecerá.
Das triplicidades, os Aspectos dos Signos Comuns são os mais fáceis de tratar. Depende de nós, se colhemos toda a aflição desses Signos ou não. Nos Signos Comuns, temos alguma margem para mitigar muito do destino indicado, se vencermos o mal dentro de nós. É claro que, se seguirmos o caminho mais fácil e sem resistência, certamente colheremos um destino infeliz. Esse é o principal problema com as pessoas de Signos Comuns. Elas podem ser volúveis e carecer de determinação ou desejo de tentar refrear as tendências ou características negativas que vêm de Signos Fixos e Cardinais.
Deve-se perceber que um mapa não seja revestido de ferro: geralmente é flexível. Não importa quantas dívidas do destino um mapa indique ou quão alto seus obstáculos pareçam assomar, sempre há pontos positivos em algum lugar. Ninguém é enviado a este mundo de mãos e pés amarrados, falando figurativamente. Nos horóscopos mais afetados há sempre algum Aspecto ou combinação que seja útil para a pessoa. É aí que entra o dever do astrólogo — apontar tal característica positiva, mostrando ao nativo como ele pode trabalhar com ela ou até mesmo usá-la para dominar suas aflições. O astrólogo deve estudar cuidadosamente o mapa, analisando e pesando cada fator contra os demais. Um indivíduo pode superar todas as aflições ou infortúnios que a experiência da Terra contém, mas deve ser um Espírito forte — aquele que esteja disposto a morrer lutando.
Alguns de nós, seja por fraqueza de caráter ou por hábito, aprendemos lentamente as lições. Pagamos uma penalidade por um erro ou transgressão e, deliberadamente, cometemos de novo. Cada vez que caímos ou cedemos a essas coisas, recebemos uma lição mais difícil; a tarefa é aumentada. Se pudermos reconhecer nossos pontos fracos, tendências adversas e trabalhar para corrigi-los, será muito mais fácil para nós do que esperar que o futuro comece. Entre o agora e o futuro, nossas falhas podem se tornar tão fixas que será necessário muito mais esforço para superá-las. A energia que teríamos de usar para corrigir essas falhas no futuro, nós podemos usar agora para construir um caráter novo e melhor.
A natureza humana é fraca. O ditado “O Espírito está pronto, mas a carne é fraca” é muito verdadeiro. Vamos tentar esquecer a carne e nos concentrar no Espírito, para que ele surja e domine tudo o mais.
Não culpe os Astros pela infelicidade ou infortúnio que chegam até você, ou pelo mal que pode estar dentro de você. É fácil dizer: “Bem, eu tenho o Sol em Quadratura com Marte; é por isso que tenho um temperamento horrível”. Esqueça suas estrelas, olhe para dentro de si mesmo e perceba que a fraqueza seja algo dentro de você — algo a ser dominado. Pense nos Astros não como portadores de boa ou má fortuna, mas como os corpos de grandes Seres espirituais que o estão voluntariamente ajudando em sua evolução. Pense neles com a reverência que lhes é devida. Então, à luz desse conhecimento mais amplo, você será grato pelo destino que seu horóscopo prenuncia. Saiba que toda experiência, provação ou infortúnio o esteja ajudando a fortalecer seu caráter. Medite nas palavras do grande filósofo Confúcio, que disse: “A gema não pode ser polida sem fricção, nem o homem aperfeiçoado sem provações”.
(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de janeiro/1984 e traduzido pela Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)
Renascimento: Uma Dádiva de Deus
Para muitas pessoas é difícil entender o grande enigma da vida; e o da morte se torna mais difícil ainda.
Muitas vezes nos encontramos perguntando sobre fatos da vida como: algumas pessoas são pobres outras já são afortunadas; umas são doentes e outras dotadas de saúde ou umas são brancas e outras negras.
Se Deus é justo e compenetra todo nosso Universo com a Sua vida, porque então iria favorecer alguns e outros não?
E fazemos constantemente as quatro grandes perguntas relativas à nossa existência:
Quase toda a humanidade ignora essas perguntas ou não quer pensar nelas ou, ainda, pensa e formula respostas polidas, bonitas, complicadas ou superficiais. Normalmente as pessoas creem nisto ou naquilo, mas sempre dizem que nada sabem. Não seria o momento de procurarmos respostas a tantas indagações que a nossa Mente, constantemente, está fazendo?
Antes que o ser humano possa entender o mistério da vida, precisa aceitar que o Renascimento é um fato e que todas as manifestações frente à nossa Mente se explicam pela Lei de Causa e Efeito.
Temos que compreender que a continuidade da vida é um fato fundamental!
O Renascimento, assim como a Lei de Causa e Efeito ou Lei de Consequência, torna possível que o ser humano desenvolva todos os seus poderes latentes.
Para conhecer este grande universo, que é a casa do Pai, vamos saber quais são os Mundos que precisamos ter passados até nossa chegada aqui no Mundo Físico.
São cinco os Mundos pelos quais evoluímos nesse Esquema de Evolução: Mundo do Espírito Divino, Mundo do Espírito de Vida, Mundo do Pensamento, Mundo do Desejo e Mundo Físico.
Os três últimos, o Mundo do Pensamento, o Mundo do Desejo e o Mundo Físico são, presentemente, os Mundos pelos quais estamos evoluindo.
No Mundo do Pensamento aprendemos a mexer com os arquétipos e com as ideias. Quando precisamos aprimorar alguma ideia, é nesse Mundo que buscamos os elementos sutis necessários para o aperfeiçoamento e a concretização da ideia.
No Mundo do Desejo aprendemos a lidar com os desejos, as emoções, os sentimentos utilizando as forças de atração, repulsão, interesse e da indiferença.
O Mundo Físico é composto de gases, líquidos, sólidos e Éteres e, consequentemente, estamos aprendendo a trabalhar com esses elementos em nossa estada aqui na Terra.
O ser humano consegue trabalhar nesses três Mundos pois tem um veículo composto de material de cada um desses Mundos. Se não tiver, não consegue trabalhar!
Sabemos que o nosso nascimento no Mundo Físico é feito de tempos em tempos. E quando nascemos aqui iniciamos o nosso caminho individual da involução: é o caminho do Espírito em direção à matéria.
É sabido que nas vidas passadas, muitas vezes, fomos cruéis, injustos, arrogantes, mal-agradecidos etc., mas também, com certeza, em outras ocasiões fomos bondosos, tolerantes, prestativos, etc.
Assim, com certeza, somos hoje a soma de todas essas experiências das vidas passadas e recebemos, como herança, a oportunidade de utilizar os poderes latentes em cada um de nós para aprendermos tudo que precisamos nesta existência.
Uma coisa é certa: não somos vítima de um Deus caprichoso, não temos que culpar ninguém, a não ser a nós mesmos, pelas confusões em que nos encontramos.
Como foi escrito pelo Apóstolo São Paulo na sua I Epístola aos Coríntios, capítulo 15 e versículo 40: “Como trazemos em nós a imagem do homem terrestre, devemos também trazer a imagem do celeste”. E no versículo 44 lemos o seguinte: “semeando corpo animal, ressuscita corpo espiritual”.
Esta é a Grande Escola de Deus com iguais oportunidades para todos os alunos, independentemente de idade, sexo, posição social, posição intelectual, habilidade ou quaisquer outras condições que inventemos.
Em cada renascimento, nesta escola da vida, recebemos certas lições fornecidas por Deus, para o nosso crescimento anímico, as quais devem ser estudadas, aprendidas e sublimadas. E se formos um aluno estudioso, ganhamos conhecimento e teremos avançado no caminho evolutivo.
Contudo, se desperdiçamos o tempo e recusamos os trabalhos apresentados, consequentemente nos debilitamos em nossa estrutura moral, como também adquirimos uma tarefa maior e mais difícil de executar. Criaremos uma enorme dívida de destino, cuja execução não será fácil.
Lembrando que os trabalhos não feitos são oportunidades perdidas e que deverão ser executados mais à frente ou em vidas futuras. Só que não será na mesma intensidade inicial, pois o desenvolvimento de nossas potencialidades latentes não poderá ser comprado e nem mesmo doado. Ele vai depender de nossos próprios esforços.
O sofrimento passado por nós aqui, neste baluarte da evolução, representa a lição a ser aprendida. Não devemos nos conformar, nem mesmo nos revoltar com as situações que nos foram apresentadas. Vejamos isso como um remédio doloroso, mas necessário e adequado à cura de nossas doenças da alma. A dor que passamos nada mais é do que a retomada do caminho da harmonia, um estímulo para a perfeição. A dor faz brotar a bondade, a solidariedade no íntimo de cada um dos seres humanos.
Como lemos no Evangelho Segundo São Mateus, capítulo 5 e versículo 48: “Sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito”.
Podemos ver que nesta escola da vida existe a regência da Lei e da Ordem, isto é; existe um trabalho unido, harmonioso, tanto do ser humano com o ser humano como do ser humano com a natureza. Isso tudo é o amor de Deus em manifestação!
A Lei de Causa e Efeito é ensinada pela Bíblia, como podemos ver quando o Apóstolo São Paulo diz o seguinte: “Qualquer coisa que um homem semear, isto mesmo colherá”. Seja nesta vida ou em outra futura.”.
Devemos agradecer a cada lição recebida, especialmente as difíceis e desagradáveis, pois nos mostra o adiantamento do nosso progresso evolutivo em poder realizá-la; afinal, se isso nos foi dado para passar, mostra que estamos capacitados por aprendê-la.
Podemos verificar que neste momento a vida está limitada pela forma. Estamos presos neste Corpo Denso e muitos de nós só têm consciência deste Mundo Físico, ainda que não totalmente (!)
Quando renascemos aqui no Mundo Físico, esquecemos a nossa origem divina e fazemos daqui um lugar ideal para se viver. Fazemos o possível para que nossa estada aqui seja a melhor possível. Porém chegará o momento em que dentro de nós haverá uma insatisfação, uma inquietação e começamos a buscar alguma coisa a mais que o prazer de viver aqui e a comodidade que encontramos neste Mundo Físico.
Então, o ser humano não se satisfazendo mais com as coisas comuns, começa a buscar a verdade que está relacionada à vida celestial. Estamos nos preparando para mergulharmos em Mundos mais sutis, mais purificados, no processo a que damos o nome de evolução. O ser humano muda, evolui e se transforma constantemente. E à medida que o tempo passa o ser humano está conseguindo ter desejos e pensamentos mais elevados, mais construtivos do que algum tempo atrás.
Por isso, à medida que surgem os obstáculos devemos abraçar a Fé em Deus e não se entregar ao temor, à ansiedade, ao desespero ou ao ceticismo. É nesse momento que devemos buscar aquela voz interna que nos diz: persista mais, persista mais…que no final tudo dará certo.
Como diz no Evangelho Segundo São João, capítulo 16 e versículo 33: “No Mundo haveis de ter aflições. Coragem! Eu venci o Mundo”.
Devemos lembrar que aqui não é nosso lar e que estamos aqui de passagem e, ainda que o nosso verdadeiro lar é o lar celeste na casa do Pai. Se não compreendermos ou se não tivermos consciência do que realmente se passa aqui conosco, devemos procurar transpor as dificuldades e os obstáculos com paciência e fé no Senhor nosso Pai. Max Heindel ensina no Conceito o seguinte: “o único fracasso é deixar de lutar”.
Cada existência terrestre é um capítulo da história de nossa vida; então a morte é uma necessidade. Pois novos nascimentos em novos ambientes darão ao ser humano outras oportunidades de aprender todas as lições que ele desejar nesta escola da vida em que estamos constantemente nos formando, desenvolvendo e provando os nossos talentos. E que devemos usar esses talentos, esses ensinamentos dados por Deus, de maneira a trazer benefícios para o desenvolvimento da alma; pois seremos chamados a prestar contas dessa administração todas as vezes que deixamos o Mundo Físico e passamos para o outro lado.
“Que as Rosas Floresçam em Vossa Cruz”