Resposta: Partindo de uma perspectiva comum, a genialidade parece ser um acidente. A teoria da hereditariedade não consegue explicar isso, pois às vezes as pessoas mais comuns trazem ao mundo uma criança que é um gênio, e as pessoas mais instruídas e intelectuais têm idiotas como filhos. Outras vezes encontramos até idiotas e gênios na mesma família. Na verdade, pode-se dizer que a insanidade e o gênio são os dois extremos onde as qualidades mentais da Humanidade se encontram.
Se tentarmos explicar o gênio pela hereditariedade, não podemos deixar de nos perguntar por que não existe uma longa linhagem de ancestrais mecânicos antes de Thomas Edison, que poderia então ser considerado a “flor de uma família”. Mas descobrimos que em todos os casos a aparência do gênio não é possível de ser deduzida a qualquer lei, quando vista da mera perspectiva material. Quando aplicamos a Lei de Consequência e a Lei que a acompanha, a Lei do Renascimento, sobre o problema, a questão é muito diferente. Esta teoria, que é baseada na Lei do Renascimento, afirma que a vida aqui na Terra é uma Escola de Experiência; que a cada novo nascimento aqui nascemos com as experiências acumuladas de todas as nossas vidas passadas, como nosso estoque comercial, nosso capital; que alguns de nós frequentamos esta Escola de Experiência durante muitas vidas e acumulamos muito proveito. Talvez tenhamos desenvolvido uma faculdade específica mais do que outras, de modo que nos tornamos extremamente especialistas em uma linha especial de atividade. Isso é o gênio.
Para expressar algumas de nossas faculdades, por exemplo, a música, é necessário que tenhamos certas características físicas, como dedos longos e delgados, um sistema nervoso delicado e, principalmente, que o ouvido seja especialmente desenvolvido para que possamos nos expressar como músicos. O material necessário para essa expressão não pode ser encontrado em lugar nenhum, mas a Lei da Associação, naturalmente, atrairia um músico para outros músicos, e lá ele encontrará a sua disposição os materiais com os quais construirá, para si, um Corpo tal como é necessário para a expressão de seu talento. Portanto, às vezes, parece que os músicos nascem em famílias onde há muitos músicos; por exemplo, vinte e nove músicos nasceram na família Bach em duzentos e cinquenta anos.
(Pergunta nº 13 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. I – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
Resposta: Lamentavelmente as pessoas atribuem suas más qualidades a hereditariedade, culpando seus pais por elas, ao passo que o mérito das boas qualidades atribui a si mesmos. Contudo, o fato mesmo de diferenciarmos o que se herda do que é propriamente nosso demonstra que existem dois aspectos da natureza humana: a forma e a vida.
Somos atraídos ao nascer e viver com as pessoas que convivem conosco devido a Lei de Causa e Efeito (ou Consequência) e a lei de Associação (ou Atração). A mesma lei que faz com que os músicos procurem a companhia de outros músicos e ser reúnam nas salas de concertos, ou que os apostadores se juntem nos hipódromos ou nas casas de jogo ou que as pessoas estudiosas se reúnam nas bibliotecas ou nos centros de cultura, também faz com que as pessoas de tendências e gostos semelhantes nasçam na mesma família.
Quando ouvimos uma pessoa dizer: “Sei que sou extravagante, mas não posso evitá-lo, é característica da minha família”.
Isso é a expressão da Lei de Associação (Atração) e quanto mais cedo reconhecermos que devemos vencer os nossos maus hábitos e cultivar a virtude em seu lugar, em vez de atribui-los alei da Hereditariedade, tanto melhor para nós.
O ser humano é essencialmente Espírito e vem para o Mundo Físico, em cada novo renascimento, equipado com uma natureza mental e moral que é absolutamente sua, tomando dos seus pais somente os materiais necessários para formar o seu corpo físico, o Corpo Denso.
Portanto, a hereditariedade só é verdadeira no que se refere aos aspectos materiais do Corpo Denso, mas, não relativamente às qualidades anímicas que são absolutamente individuais.
O Ego que renasce faz algum trabalho em seu Corpo Denso, incorporando nele a quinta essência das suas qualidades anímicas físicas passadas (para a grande maioria das pessoas é um trabalho bem pequeno em comparação com o que herda dos pais). De qualquer modo, nenhum corpo é uma mistura exata das qualidades dos pais, embora o Ego se veja limitado a utilizar os materiais fornecidos geneticamente pelo Corpo do pai e da mãe. Daí um músico renascer onde possa obter o material preciso para formar mãos ágeis e ouvidos delicados com suas sensitivas fibras de Corti e o ajuste correto dos três canais semicirculares. A composição destes materiais está, todavia, sob o controle do Ego, até o ponto citado.
No feto, na parte inferior da garganta, bem por cima do esterno, existe uma Glândula Endócrina chamada Glândula Timo, que é maior durante o período da gestação e que vai se atrofiando gradualmente com o crescimento da criança e sua função desaparece quase que completamente em torno dos quatorze anos, em geral, quando os ossos já estão devidamente formados. A ciência tem ficado muito intrigada com a utilidade dessa Glândula e várias teorias foram propostas a respeito. Uma dentre essas teorias, sustenta que essa Glândula fornece o material necessário à formação dos corpúsculos vermelhos do sangue, até que os ossos estejam devidamente formados na criança, de modo que esta possa fabricar seus próprios corpúsculos. Essa teoria é correta. Durante seus primeiros anos, o Ego que habita o corpo da criança não está na plena posse do mesmo e reconhecemos que a criança não é responsável pelos seus atos, pelo menos antes dos sete anos e, às vezes, até os quatorze. Durante este período a criança não é responsável legalmente pelos seus atos e assim deve ser, porque o Ego que está no sangue só pode agir adequadamente no sangue de sua própria criação, de modo que no corpo infantil, no qual o sangue é fornecido pelos pais mediante a Glândula Timo, a criança na realidade não é dona de si mesma.
É por esse motivo também que as crianças não falam de si como “eu”, mas se identificam com sua família. São o “filhinho da mamãe ou a filhinha do papai”. As criancinhas dizem: “Maria quer isto” ou “Joãozinho quer aquilo”, porém tão logo alcancem a idade da puberdade e começam a gerar seus próprios corpúsculos sanguíneos, começam a ouvir de forma positiva: “Eu farei isto”, “Eu quero aquilo”. Desde esse momento começam a afirmar a sua própria individualidade e a se distinguir de sua família.
Em vista de tudo isto, podemos concluir que o sangue, bem como o corpo, durante os anos da infância é herdado dos pais. Por esse motivo a tendência a certas enfermidades também vem com o sangue: não a enfermidade, mas a tendência. Depois dos quatorze anos, quando o Ego começa a gerar seus próprios corpúsculos sanguíneos, dependerá muito da própria pessoa o fato de tendências se manifestarem ou não.
(Extraído do livro: Princípios Ocultos de Saúde e Cura” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
Pergunta: Como explicam o fato de uma criança herdar tão frequentemente as características negativas dos pais?
Resposta: Explicamos dizendo que isso não é a realidade. Infelizmente, as pessoas parecem atribuir suas características negativas à hereditariedade, culpando seus pais pelas suas falhas, não obstante creditando a si mesmas o mérito das boas qualidades que acaso possuam. O próprio fato de diferenciarmos o que herdamos daquilo que nos é próprio mostra que a natureza humana tem dois lados: o da forma e o da vida.
O ser humano, o pensador, vem parar aqui equipado com uma natureza mental e outra moral, que são exclusivamente suas, tomando de seus pais apenas o material para o Corpo Denso, o físico. Somos atraídos para certas pessoas pela Lei de Consequência e pela Lei de Associação. A lei que induz o músico a procurar a companhia de outro músico nas salas de concerto; os jogadores a se reunirem nos cassinos e nos hipódromos; os intelectuais a se juntarem nas bibliotecas, etc., é também a lei que leva as pessoas de análogas tendências, características e gostos a nascerem na mesma família. Quando ouvimos uma pessoa dizer: “Sim, sei que gasto muito, mas minha família nunca foi acostumada ao trabalho, sempre tivemos empregados” isso demonstra que basta a semelhança de gostos para justificar o caso. Quando outra diz: “Oh! Sim, sei que sou extravagante, mas não posso evitá-lo, é mal de família”, vemos mais uma vez a Lei de Associação se manifestando. Por conseguinte, quanto mais cedo reconhecermos que, ao invés de usar a Lei de Hereditariedade como desculpa para nossos maus hábitos, procurássemos dominá-los e cultivássemos as virtudes, seria muito melhor para nós. Não consideraríamos válida a desculpa de um ébrio que dissesse: “Não, não posso deixar de beber. Afinal, todos os meus companheiros bebem! ”. Recomendaríamos a eles simplesmente que se afastasse deles o mais depressa possível e procurasse se auto-afirmar em sua individualidade. Aconselharíamos, também, a parar de escudar-se atrás de seus ancestrais como desculpa para seus maus hábitos.
(Pergunta nº 30 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. I – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)