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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Desejo e Apego: os Cuidados do Aspirante à Vida Espiritual

No Novo Testamento, Cristo afirma: “Eu não sou deste mundo, como vós deste mundo não sois.” (Jo: 17-16). Significa que aqui estamos (no Mundo Físico) apenas de passagem; que este Mundo deve ser encarado como uma Escola – a Escola da Vida, o baluarte da nossa evolução atualmente –, um meio de aprendizagem e que, portanto, sua duração é efêmera. Vivemos num plano onde predomina a impermanência. Tudo é fugaz e nada tem razão de ser nosso objeto de desejo e apego, nem deve servir de base para a definição de nossos valores pessoais.

O apego é o resultado de nossa identificação com esse Mundo e com suas coisas. Quando nos tornamos conscientes da transitoriedade da forma e de sua sedução, o apego diminui. O desapego permite observarmos os acontecimentos, em vez de ficarmos presos dentro deles.

Há várias formas de apego óbvias e notórias, como por exemplo, se apegar a bens materiais, a dinheiro, roupas, objetos, à fama, ao poder mundano, a cargos remunerados ou honoríficos, à familiares (não significa que não devemos amá-los, protegê-los e apoiá-los). Mas também há formas mais sutis, quase imperceptíveis para quem convive com a pessoa ou até para a mesma. Trata-se de apego a ideias, hábitos, emoções e padrões de comportamento que já não acrescentam mais nada à nossa evolução. Talvez estejamos bloqueando nossa Mente à entrada de novos conceitos e visões de mundo.

Por que isso acontece? Qual a razão desse apego a ideias e coisas concretas?

Simplesmente porque muitos de nós se identifica com elas. Quando renascemos, representamos ou encenamos um papel no palco da vida perante o mundo e às pessoas. Quando lhe perguntam quem ele é, responde, por exemplo, nestes termos: “Sou fulano de tal, brasileiro, casado, católico, economista, natural de São Paulo, etc.”. Mas isso é um equívoco. A verdade não é bem essa. Ele não é nada disso, porém se identifica com tudo isso. É apenas a manifestação do Ego no Mundo visível, é a maneira como ele se apresenta aos olhos do mundo.

A identificação e o consequente (ou inconsequente) apego são algumas das razões do sofrimento aqui no Mundo Físico. É o que acontece quando há identificação com o Corpo Denso que, nasce, se desenvolve, decai e morre. Há que cuidar dele, por meio de uma boa alimentação, exercícios físicos e hábitos saudáveis. Ele é o nosso Templo sagrado, porém não é o Ego, a verdadeira essência (um Espírito Virginal da Onda de Vida humana manifestado aqui).

Os casos de baixa autoestima com o Corpo Denso ou com a aparência são sinais evidentes de identificação. Acontece muito nos casos de obesidade e de problemas na pele. A pessoa sofre porque se imagina daquele jeito, identificando-se justamente com o que lhe traz sofrimento. Sua autoimagem é negativa. Na realidade somos muito mais do que nossa aparência corporal. Somos mais importantes do que nossas características físicas, e muito mais importantes do que nossas emoções, nossos desejos, sentimentos, nossos pensamentos.

É preciso entender que quando o Corpo Denso começa a perder seu viço, a luz da consciência consegue brilhar mais facilmente através da Forma que se extingue aos poucos, enquanto a Vida permanece para sempre. Livre-se de sua crosta e o diamante resplandecerá mais!

Que as Rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: O que Significa “Espaço” para a Filosofia Rosacruz? Qual é a sua constituição e sua finalidade?

Resposta: Segundo os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental, neste período de materialismo, perdemos, lamentavelmente, a ideia de tudo o que se oculta por detrás da palavra “Espaço”. Habituamo-nos a falar do espaço vazio ou do grande vácuo de tal maneira a desconhecermos o significado real de tais palavras. Somos, desta maneira, incapazes de sentir a reverência que a ideia de Espaço e Caos deveria nos inspirar interiormente.

Para os Estudantes Rosacruzes “não há vácuo ou espaço vazio“. Espaço é Espírito em forma refinada ou sutil. O Espírito é dual em sua manifestação. Aquilo que observamos e conceituamos como sendo Forma, é a manifestação do polo negativo do Espírito, cristalizada e inerte. O polo positivo se expressa como Vida, transformando a Forma em ação. Ambas, porém, Vida e Forma foram emanadas do Espírito, Espaço, Caos!

Como aprendemos quando estudamos o livro Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz: “… O Espírito encontra-se em permanente atividade em um aspecto durante a Manifestação, e em outra durante o Caos” (…) “A Vida pode existir independentemente da Forma Concreta. Pode haver Formas imperceptíveis aos nossos limitados sentidos físicos e inclusive, não sujeitas a nenhuma das leis que vigoram no presente estado concreto de matéria” (…) “… A nebulosa ígnea (da Teoria Nebular) é Espírito… a atmosfera ao nosso redor, o espaço entre os mundos é Espírito e … há uma constante permuta: Forma dissolvendo-se em Espaço, e Espaço cristalizando-se em Forma”.

Caos” não é o estado daquilo que tendo existido no passado e se encontra, agora, totalmente desaparecido. Encontra-se, isto sim, ao nosso redor presentemente! Não constitui aquelas velhas formas que, tendo sobrevivido à sua utilidade, retornam, constantemente, ao Caos. Está sim continuamente dando origem a novas Formas, sem a que não haveria progresso, ou seja: o trabalho da evolução cessaria e a estagnação impediria toda possibilidade de desenvolvimento.

É axiomático: “quanto mais amiúde morremos, melhor nos vivemos”. Goethe, o poeta Iniciado escreveu:

“Quem não passou por isto,

Alguma vez, moribundo, retornando à origem

Sempre permanecerá miserável e pesaroso,

Nesta terra sombria”.

E São Paulo apóstolo afirmou: “Eu morro todos os dias”.

O Caos é a base de todo progresso. Nessa vida, durante esta fase, decorre de nossa existência quando do dia de Manifestação e vice-versa. A habilidade para progredir resulta da permanência temporária no Caos.

O intervalo entre os Períodos e Revoluções é, em realidade, muito mais importante para o avanço do Espírito do que a existência concreta, ainda que a última seja a base da anterior e, por conseguinte, possa ser dispensada.

A importância do intervalo (no Caos) é de natureza transcendental, pois durante aquele período de desenvolvimento os seres encontram-se estreitamente unidos e são realmente “UM”. Consequentemente, os menos desenvolvidos durante a manifestação estão em mais íntimo contato com os mais altamente evoluídos. Assim, adquirem experiência e se beneficiam com uma vibração mais elevada.

Quando a nossa consciência se enfocar mais na região das causas (nos Mundos espirituais), compreenderemos o significado da palavra “Espaço” no seu legítimo sentido.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz março/1972 – Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Há sensibilidade na matéria?

Resposta: O que determina a conformação da substância química do Mundo Físico, na múltipla variedade de formas observadas ao nosso redor, é o Espírito Universal manifestando-se no Mundo visível como quatro grandes correntes de vida, em diferentes estágios evolutivos.

Este quádruplo impulso espiritual molda a matéria química da Terra nas variadas formas dos quatro Reinos de Vida: mineral, vegetal, animal e humano.

Quando uma forma serviu de veículo de expressão a alguma corrente de vida, as forças químicas desintegram-na, devolvendo-a ao seu estado primitivo, tornando-a aproveitável na construção de novas formas.

O Espírito ou vida que molda a forma, como uma expressão de si mesmo, é um estranho para a matéria, assim como pedreiro constitui algo à parte, independente, da casa que constrói.

Como todas as formas do mineral, vegetal, animal e a forma humana são químicas, elas devem, logicamente, estar como mortas e isentas de sensibilidade ou sentimento (como matéria química neste estado primitivo). Alguns cientistas sustentam haver sensibilidade em todo o tecido vivo ou morto, seja qualquer Reino de Vida a que pertença. Incluem igualmente as substâncias normalmente classificadas como minerais nesta afirmação. Nem todos os cientistas afirmam isso. Outra classe de cientistas afirma não haver sensibilidade no Corpo Denso, exceto no cérebro. Sustentam que é o cérebro e não o dedo que sente a dor quando o último sofre uma lesão. Cada um é parcialmente correto. Depende do que entendemos por sensibilidade. Se a configuramos como uma simples resposta a um impacto, semelhantemente ao pique de uma bola de borracha atirada ao chão, certamente é admissível atribuir sensibilidade ao mineral, vegetal e ao tecido animal. Seria absurdo, porém, atribuir sentimentos tais como prazer e sofrimento, amor e ódio, alegria e tristeza, às formas inferiores de vida.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz setembro/1972 – Fraternidade Rosacruz-SP)

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