Pergunta: Os Anjos do Destino são Seres Individuais?
Resposta: Sim, eles são Individualidades poderosas, os embaixadores dos Grandes Anjos Astrais e, como tais, estão diretamente envolvidos com o nascimento do ser humano, ajudando-o na escolha de seu ambiente e atribuindo a cada vida o destino adequado que pronto produzirá os efeitos necessários. Eles orientam as influências astrais para impelir cada um de maneira a facilitar a liquidação de suas dívidas passadas em relação aos outros, também colaborando para colher os benefícios de todo bem praticado em vidas passadas.
Nisso, os Anjos do Destino são auxiliados por uma poderosa hoste de agentes e Espíritos da Natureza, que não estão ainda individualizados, mas que trabalham inconscientemente sob a direção desses Grandes Seres, da mesma forma que os animais são guiados pelos Espíritos-Grupo.
(Pergunta nº 75 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Volume 1” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
Pergunta: O que significa o Segundo Aspecto do Deus Trino?
Resposta: Deus é uno, assim como a luz é una, mas, como a luz que passa através da atmosfera é refratada nas três cores primárias – vermelha, amarela e azul – também assim Deus, quando se manifesta ou se reflete na natureza, é triplo na Sua manifestação. Há primeiro o princípio da Criação, em seguida há o princípio da Preservação, e em terceiro lugar há o princípio da Dissolução das formas que foram criadas, por um determinado tempo, foram preservadas e utilizadas, e depois foram destruídas para que os materiais utilizados na construção possam ser usados na edificação de novas formas.
Esses três princípios de Deus receberam nomes diferentes nas diversas Religiões e, nos últimos anos, foi usada muita tinta para defender ou depreciar a ideia de uma Trindade, embora isso deveria ser evidente a qualquer pessoa que observasse a natureza com uma Mente ponderada e atenciosa. No Mundo Ocidental, nós chamamos o Segundo Aspecto do Deus Trino de Cristo de o princípio de preservação unificado; e em certo sentido isso é muito apropriado, porque o Cristo veio como o mestre do Amor e da Fraternidade Universal, a qual deveria substituir, por já ter passado a necessidade de existir, as nações que lutam umas contra as outras e Ele mesmo disse que haveria um estágio ainda mais elevado quando o reino, estabelecido por Ele, deveria ser entregue ao Pai e quando todos deverão ser um com Ele.
(Pergunta nº 74 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Volume 1” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
Pergunta: No Livro “Conceito Rosacruz do Cosmos” não encontrei referências a insetos e répteis em evolução. Por favor, poderia me esclarecer a respeito?
Resposta: Não há muitas referências sobre isso nos Ensinamentos da Fraternidade Rosacruz. Contudo, no Capítulo XVI – Desenvolvimento Futuro e Iniciação – Os Sete Dias da Criação, do Livro Conceito Rosacruz do Cosmos, Max Heindel faz alusão aos répteis, que pertencem à quarta divisão do reino animal. “A quarta divisão na escala do reino animal tem quatro subdivisões: peixes, répteis, aves e mamíferos”.
Na Pergunta nº 165 do Volume I do livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas”, Max Heindel afirma:
“Sobre insetos e répteis nocivos pode-se dizer que, em muitos casos, foram criados e ganharam forma, graças aos nossos maus pensamentos e hábitos impuros. Os répteis de maiores dimensões, como as cobras, não são tão perigosos como imaginamos que sejam. Em alguns templos da Índia, as pessoas que os frequentam mantêm uma atitude de absoluta inofensividade se recusando a matar ou ferir a mais ínfima expressão de vida. Lá pode se ver um fato cotidiano: cobras venenosas rastejando entre o povo, sem lhe fazer nenhum mal. Essas criaturas inferiores logo aprenderão a confiar em nós tão certamente como agora nós as tememos.”.
Nesta correlação de fatos e ideias, recordamo-nos de uma notícia veiculada recentemente por jornal, envolvendo alguns domesticadores de serpentes da cidade de São Francisco, Califórnia: segundo declararam, elas são inteiramente dóceis.
Talvez não haja mais répteis venenosos, quando as ações e os pensamentos humanos tornarem-se puros e desinteressados.
(Publicado na sessão P&R da Revista Serviço Rosacruz março/1974)
Pergunta: Poderiam dizer-me qual a melhor maneira de ajudar aqueles que faleceram?
Resposta: Expressamos frequentemente a nossa aprovação sobre a “ciência do nascimento” com os seus métodos eficientes para auxiliar ambas, mãe e criança, quando esta última está para iniciar a sua vida terrena, mas lamentamos de todo coração a ausência de uma “ciência da morte” que ensinasse às pessoas como ajudar inteligentemente o Ego que está passando da vida terrena para os reinos invisíveis da natureza. Em tais momentos permanecemos, geralmente, impotentes e, muitas vezes, na nossa ignorância, agimos de maneira a prejudicar o conforto do Espírito que está em transição. Se as pessoas soubessem o quanto seus lamentos e histéricas explosões afetam seus entes queridos que partem, uma reflexão altruísta levá-los-ia provavelmente a uma mudança de atitude, e, em consequência, permaneceriam serenos e silenciosos.
No que se refere ao corpo, ele não está realmente morto, senão após três dias e meio de o Espírito tê-lo abandonado, pois o Cordão Prateado o liga ainda aos veículos superiores. Durante esse período, qualquer processo “post-mortem”, seja autópsia, embalsamamento ou cremação, é sentido pelo Espírito quase tão profundamente quanto o sentiria se estivesse no corpo. Esses são fatos bem conhecidos pelos Estudantes da Filosofia Rosacruz, mas talvez não lhes tenha sido dado o destaque devido.
Devemos lembrar que a nossa atitude após esse período continua a afetar o Espírito, pois os nossos amigos geralmente não abandonam o lugar ao qual estão acostumados. Muitos ficam no lar ou perto dele durante vários meses após ter deixado o corpo, e sentem as condições até mais profundamente do que quando vivos na Terra.
Se suspirarmos, chorarmos e lamentarmos, transferiremos para eles a nossa tristeza, ou os prenderemos junto a nós, pois tentarão animar-nos.
Em ambos os casos, somos um empecilho ou uma pedra de tropeço no caminho do progresso espiritual deles, e, embora isso possa ser perdoado naqueles que ignoram os fatos relativos à vida e à morte, as pessoas que estudaram a Filosofia Rosacruz ou ensinamentos similares incorrem em uma grande responsabilidade ao entregar-se a tais práticas. Estamos bem cientes de que a tradição exigia que se lamentasse o morto, e que as pessoas só eram respeitadas se vestissem um traje de luto como prova de sua dor. Mas, felizmente, os tempos estão mudando e uma visão mais esclarecida está sendo formada a respeito desse assunto. A transição em si para o outro mundo é bastante séria, envolvendo um processo de ajustamento às condições estranhas que se apresentam ao redor do Espírito que, nessa passagem, é perturbado também pela aflição e angústia dos bem-amados que o circundam. Ao vê-los cercados por uma nuvem negra de tristeza, vestidos com trajes dessa mesma cor, e alimentando a sua dor durante meses e anos a fio, o efeito só poderá ser depressivo.
Bem melhor é o comportamento daqueles que aprenderam os Ensinamentos Rosacruzes e os praticam. A sua atitude perante o passamento de um ente querido é animadora, esperançosa e encorajadora. O sentimento egoísta de perda é controlado para que o Espírito possa receber todo o estímulo possível. Normalmente os componentes da família vestem-se de branco no funeral e uma atitude serena e amável prevalece do princípio ao fim.
O pensamento dos familiares não é: “O que farei agora que o (a) perdi? O mundo todo parece estar vazio para mim”. Mas expressa-se assim: “Espero que ele (ela) esteja ciente das novas condições e consiga desprender-se o mais rapidamente possível, sem se preocupar por nos ter deixado”. Assim, graças à boa vontade, à inteligência, ao altruísmo e ao amor dos amigos que permaneceram, o Espírito que desencarna sente-se capaz de enfrentar a nova situação sob circunstâncias bem mais favoráveis. Os Estudantes da Filosofia Rosacruz deveriam divulgar amplamente esse ensinamento. De acordo com a Bíblia, os redimidos do Senhor vencerão finalmente o último inimigo, a morte, e exclamarão então: “Oh, morte, onde está o teu aguilhão? Oh, tumba, onde está tua vitória?” Para aqueles que desenvolveram a visão espiritual, naturalmente a morte não existe. Para os que estudaram e assimilaram os Ensinamentos Rosacruzes, podemos dizer que, nesse ponto, alcançaram uma grande vitória.
(Pergunta nº 12 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
Pergunta: Afirma-se no “Conceito Rosacruz do Cosmos” que o alcoólatra que se encontra nas Regiões inferiores do Mundo do Desejo não pode satisfazer os seus desejos, mas também é dito que os Egos que se encontram no Primeiro Céu, nas Regiões superiores do Mundo do Desejo, moldam realmente a matéria de desejos a transformando num meio ambiente real, de acordo com os seus desejos e ideias. Por que o alcoólatra não pode fazer o mesmo nas Regiões inferiores do Mundo do Desejo e criar condições reais de vício adequadas ao seu temperamento?
Resposta: Foi observado por muitos Estudantes do “Conceito Rosacruz do Cosmos” que esse livro sempre se antecipa e responde às perguntas que possam surgir na Mente do leitor. Se consultarem o Capítulo I — subtítulo O Mundo do Desejo do livro, poderão ler: “Na substância mais fina e sutil das três Regiões superiores do Mundo do Desejo, só a Força de Atração atua, embora ela também se encontre presente em certo grau na matéria mais densa das três Regiões inferiores, onde atua contra a Força de Repulsão que ali domina. A desintegrante Força de Repulsão destruiria, de imediato, qualquer forma que entrasse nessas três Regiões inferiores, não fora a ação neutralizadora daquela. Na região mais densa e mais inferior, onde é mais poderosa, a Força de Repulsão agita e dissolve violentamente as formas ali constituídas, ainda que não seja uma força vandálica.
“Nada é vandálico na Natureza. Tudo que assim parece trabalha apenas para o bem, o que sucede com essa força em sua ação na Região mais inferior do Mundo do Desejo. As formas que ali se encontram são criações demoníacas, constituídas pelas paixões e desejos mais brutais dos animais e do ser humano.
“A tendência de todas as formas no Mundo do Desejo é atrair para si as de natureza semelhante e, consequentemente, crescer. Se essa tendência para a atração fosse predominantemente nas Regiões inferiores, o mal cresceria como o joio e a anarquia em vez da ordem predominaria no Cosmos. Isso é evitado pela preponderante Força de Repulsão nessa Região. Quando uma forma criada por um desejo brutal é atraída para outra da mesma natureza, cada uma exerce sobre a semelhante um efeito desintegrante, produto da desarmonia existente nas respectivas vibrações, assim, em vez de fundir-se mal com mal, mutuamente eles se destroem e, desse modo, o mal no mundo conserva-se dentro de limites razoáveis. Quando compreendemos o efeito dessas duas forças gêmeas em ação, podemos também entender a máxima ocultista: “Uma mentira no Mundo do Desejo é, ao mesmo tempo, assassina e suicida”.
De fato, os alcoólatras no Mundo do Desejo tentam geralmente fabricar a bebida, pela qual anseiam, a partir do momento em que aprendem que é possível moldar a matéria de desejos de maneira tal que ela se transforme segundo o seu desejo. Mas todos declaram, unanimemente, que a bebida forte ou as drogas fabricadas dessa maneira não lhes trazem satisfação nenhuma. Eles podem imitar o gosto perfeitamente, mas a bebida assim fabricada não tem o poder de embriagá-los. Onde conseguem atingir a completa satisfação como alcoólatras, é introduzindo-se nos corpos dos alcoólatras que ainda estão no Mundo Físico. Por essa razão, estão sempre rondando os bares, esforçando-se para induzir os frequentadores desses lugares a ingerir doses excessivas de álcool.
Declaram que também se satisfazem através das emanações do hálito dos alcoólatras que estão no Corpo Denso e quanto mais pesada e viciosa for a atmosfera nos bares, mais perto eles chegam da satisfação procurada.
Se os descuidados seres humanos frequentadores de tais lugares pudessem perceber as táticas repugnantes dos invisíveis réprobos, haveria certamente um despertar que provavelmente ajudaria os que não estão ainda demasiadamente viciados, a reencontrar o caminho da decência e da vida honesta. Mas, graças a Deus, (tanto para os alcoólatras visíveis como para os invisíveis), é-lhes impossível criar um antro de vício na matéria de desejos, porque a força de Repulsão tende a destruí-lo tão logo o tragam à existência.
(Pergunta nº 14 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
Pergunta: Para os que foram educados dentro dos ensinamentos de espiritualismo e do “Swedenborgianismo”, é bastante fácil aceitar a ideia de uma vida futura e da eventual experiência purgatorial naquele lugar. Mas não é fácil para eles entender por que não é viável adquirir toda a experiência necessária para o progresso nos Mundos espirituais, sem ter de voltar ao plano físico para renascer em novos corpos. Se existir uma razão imperiosa para retornos periódicos na carne, como explicam os Rosacruzes, poderiam expô-la breve, mas detalhadamente?
Resposta: A necessidade para o renascimento constitui-se de duas fases, uma física e uma espiritual. Se os componentes minerais dos nossos Corpos não se cristalizassem, e se nos fosse possível mantê-los jovens e flexíveis por milhões de anos, não haveria necessidade de renascer. Poderíamos aprender as lições da vida ao longo da ininterrupta sucessão de eras. Mas, devido à nossa ignorância e ao abuso deste corpo, ele não dura muito mais de setenta, oitenta, noventa – quiçá cem – anos. Por essa razão, se vivêssemos aqui apenas uma vida curta tanto quanto a que vivemos, seríamos incapazes de aprender todas as lições que nos seriam ensinadas no ambiente em que estivéssemos, e isso representaria uma perda de energia. Nós, como seres humanos, não conceberíamos a ideia de criar uma escola aprimorada, provê-la com todo o equipamento necessário, para ensinar os alunos e diplomá-los após a terem frequentado por um só dia. Isso seria exatamente análogo a um sistema cósmico que exigisse a frequência dos alunos na escola da vida apenas por um dia. Em lugar disso, ao acabar o primeiro dia de aprendizado, enviamos a criança para casa para que assimile a sua lição, para preparar-se para o próximo dia de aula, e assim sucessivamente durante muitos dias e anos.
De forma similar, as Hierarquias Divinas, que orientam a nossa evolução, enviam-nos para a escola da Terra a cada dia de vida e, no término desse, somos chamados para o nosso lar celestial para descansar e preparar-nos para o próximo curso. Seria totalmente impossível para os nossos professores transmitir toda a sabedoria a ser assimilada pelo aluno, por mais precoce que fosse, se o tempo se restringisse a um só dia. Mas esse prazo estende-se a um sem número de dias sucessivos, que acabam perfazendo anos e, dessa forma, eles têm a possibilidade de transmitir-lhe, gradativamente, todo o seu conhecimento. Também isso ocorre na escola da vida: a sabedoria e o amor cósmicos não podem ser ensinados num período curto. Esse processo leva eras, pois as qualidades divinas não são plantações de cogumelos que podem ser colhidos de um dia para outro. Elas assemelham-se mais ao forte carvalho que requer um século para desenvolver-se e possui uma robustez e uma força que não se assemelham nem remotamente ao cogumelo.
Além disso, a constituição e as condições dos Mundos espirituais tornam-se inadequadas para as fases de progresso que o ser humano necessita aprender no Mundo Físico. Atualmente, a humanidade está desenvolvendo a Mente pelo uso do pensamento reto e correto, que deve manifestar-se por meio da ação correta, e isso pode ser realizado da melhor forma possível num reino onde as condições sejam firmes e rígidas. Quando um inventor visualiza uma máquina ou aparelho, este parece funcionar esplendidamente na sua Mente, mas as rodas, que giram tão lindamente no Mundo do Pensamento, onde a interpenetração é lei, geralmente provocam um atrito ao entrarem em contato uma com a outra e elas parecem obstruir-se mutuamente quando o modelo é criado em material físico. Isso mostra que o seu pensamento estava errado, e o inventor vê-se forçado a prosseguir o seu trabalho no sentido de corrigir o erro cometido, ou a abandonar o seu projeto. Assim, as condições físicas atuam como um agente corretivo e, ao mostrar-lhe o seu erro, torna-lhe possível aprender gradativamente a desenvolver o pensamento correto e a incorporá-lo numa máquina que deverá funcionar. De forma semelhante, uma pessoa que empreenda um projeto de negócios estuda detalhadamente como ele deverá funcionar, mas a marcha subsequente dos acontecimentos ensina-lhe frequentemente que errou em seus cálculos. Desse modo, perceberá, mediante seus erros, em que ponto o seu pensamento estava errado, e terá assim a oportunidade de corrigi-lo.
Essas coisas não podem ser aprendidas nos Mundos espirituais, onde é possível sair por uma janela ou subir pela lareira tão facilmente como sair por uma porta, pois nesse Mundo tudo é fluídico e plástico. Sendo divinos, temos infinitas possibilidades latentes em nós, somos deuses em formação. O pensamento é uma força criadora e, a menos que aprendamos a usá-lo de maneira correta, ele se tornará uma maldição ao invés de uma bênção, tanto para nós quanto para as criaturas que deveremos ajudar nas eras futuras. Nesse caso, seríamos incapazes e não poderíamos ajudá-los na criação de veículos apropriados, como fomos e somos ajudados por seres superiores a nós na escala da evolução, pois criaríamos monstruosidades. Por esse motivo, a escola da Terra é uma necessidade absoluta no sentido de ensinar-nos a pensar corretamente e, em consequência, criar corretamente por meio das substâncias cósmicas com as quais temos que trabalhar tanto as mais densas quanto as mais sutis.
(Pergunta nº 19 do livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
Pergunta: Em novembro de 1917, na Revista “Rays from the Rose Cross”, foi publicada uma história intitulada “Defronte ao Pelotão de Fuzilamento”, contando como um espião fora colocado contra o muro e fuzilado. Imediatamente após o ato, ele, em plena posse de sua consciência, conversa com um Rosacruz e, em sua companhia, viaja por milhares de quilômetros para visitar a sua irmã. Isso não é contrário ao que se ensina na Filosofia Rosacruz? Nela, afirma-se que depois que o Átomo-semente do coração é removido e o Cordão Prateado rompido, segue-se um período de inconsciência que dura aproximadamente três dias e meio, período em que o Espírito revê o panorama da sua vida que acabou.
Resposta: Sim, isso é afirmado no “Conceito Rosacruz do Cosmos” e vale para todas as circunstâncias normais. No entanto, a lei da mortalidade infantil também explica que, quando uma pessoa falece sob circunstâncias difíceis e trágicas, tais como um incêndio, um acidente ferroviário, subitamente devido a uma queda do alto de um edifício ou montanha, em um campo de batalha ou, ainda, quando as lamentações dos parentes, ao redor da cama do recém-falecido, tornam impossível a sua concentração no panorama da vida, então o registro nos dois Éteres superiores, o Éter de Luz e o Refletor, e sua amalgamação com o Corpo de Desejos não ocorre. Nesses casos, a pessoa não perde a consciência e, não havendo registro nos veículos superiores, como normalmente há, ela não passará pela fase purgatorial; isto é, não colherá o que semeou, não haverá o sofrimento consequente das suas más ações nem a sensação de alegria e amor resultantes do bem praticado. Os frutos da vida perderam-se.
Para compensar esse desastre considerável, o Espírito, ao entrar na sua nova vida terrena, morrerá na infância, no tocante ao corpo físico; mas os Corpos Vital e o de Desejos e a Mente, que não nascem antes que o Corpo Denso tenha atingido respectivamente os sete, quatorze e vinte e um anos de idade, permanecem com o Espírito que desencarna, pois o que não viveu não pode morrer. Então, no Primeiro Céu, o Espírito permanece de um a vinte anos e aí será orientado, recebendo instruções e lições objetivas sobre o que teria aprendido através do panorama da sua vida passada, se não tivesse sido interrompido pelo acidente que lhe causou a morte. Por isso, renasce pronto a assumir o seu próprio lugar no caminho da evolução.
Isso proporciona um manancial imenso em que pensar. A grande porcentagem atual de mortalidade infantil tem sua origem nas guerras passadas. As perdas de vidas eram comparativamente pequenas, embora a taxa das baixas registradas nas lutas nacionais deva ter aumentado consideravelmente devido às mortes ocorridas também em duelos, rixas e disputas comuns, em que foram usadas armas mortíferas. Não obstante, a soma total dessas perdas parece insignificante, se a compararmos com a carnificina incrível que ocorre hoje em dia. Se essa tiver de ser corrigida da mesma maneira, uma futura geração colherá certamente uma safra de lágrimas devido às epidemias que assolarão os lares de seus filhos. Mas, como já apontamos antes, cada lágrima vertida pela perda de um ente querido está eliminando as trevas de nossos olhos, até o dia em que enxergaremos com bastante clareza para poder penetrar o véu que agora nos separa dos que chamamos erroneamente de mortos, mas que estão na realidade muito mais vivos do que nós. Nessa altura, a vitória sobre a morte será total e poderemos clamar: “Oh, Morte, onde está o teu aguilhão? Oh, Tumba, onde está a tua vitória?”.
(Pergunta nº 15 do livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
Pergunta: Se um indivíduo alcançou um elevado grau de visão espiritual nesta vida e morre para renascer em período futuro, lembrará quem foi? Reterá o poder espiritual que foi alcançado na vida anterior ou terá que desenvolver novamente essa faculdade?
Resposta: Quando a visão espiritual é desenvolvida conscientemente em uma vida, até onde sabemos, ela se torna uma faculdade do Espírito em todas as suas vidas futuras, ampliando o seu alcance e poder a cada existência; isso, sob condições normais. Há um caso conhecido pelo autor, em que uma pessoa possuía, em uma vida, a visão espiritual e a faculdade de sair do corpo, além de lembrar-se dos fatos ocorridos durante os seus voos de alma, quando fora do corpo. No entanto, na vida seguinte, não foi capaz de exercer essas faculdades devido ao uso da bebida, drogas e cigarro, que deterioraram o seu cérebro a tal ponto que o Espírito não conseguia gravar os registros do que acontecia quando estava livre do corpo.
Fora do corpo, ainda podia vaguear pelo mundo e tomar seu lugar na Ordem entre os outros Iniciados, mas quando estava dentro do corpo, ficava limitado devido ao seu cérebro deficiente, doente e maltratado. Não deverá parecer estranho que isso assim aconteça, pois esse é, exatamente, o mesmo princípio que permite a um homem usufruir a visão espiritual, apesar de ser fisicamente cego. Independentemente da perda e da deficiência sentidas por tal homem, há naturalmente o aspecto moral e o autor duvida que o próximo corpo dessa pessoa possua um cérebro capaz de transportar as memórias dos Mundos invisíveis para o visível. Acreditamos que ela terá de viver corretamente durante várias vidas, antes de criar outro cérebro sensível que tenha a capacidade de transmissão espiritual.
Quanto à memória de vidas passadas, não é necessário esperar por uma futura existência para desenvolver essa faculdade, desde que a visão espiritual tenha sido cultivada com o auxílio dos verdadeiros mestres, tais como os Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz. Os neófitos são ensinados desde o início a ler na Memória da Natureza, a fim de saber e diferenciar entre a verdade e a ilusão, primeiramente no registro conservado no quarto Éter ou Éter Refletor, que requer apenas um pequeníssimo prolongamento da visão física. Em seguida, por etapas, se viverem a vida e forem esforçados, a extensão da visão se ampliará até os registros guardados na região arquetípica. Geralmente, esses registros são abertos para eles em poucos anos e, assim, tornam-se capazes de investigar facilmente o seu próprio passado. No entanto, não acreditamos que isso aconteça usualmente, pois quem se aprofunda nesse trabalho fica tão absorvido no esquema de prestar serviço aos outros que não encontra mais tempo para satisfazer suas próprias inclinações egoístas.
(Pergunta nº 25 do livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
Pergunta: Estão acontecendo atual e diariamente tantos acidentes deploráveis, que as pessoas se veem lançadas no outro mundo horrivelmente mutiladas e desfiguradas. Aqueles que falecem em seus leitos e passam para esse mundo em condições normais, calmas, têm de enfrentar essas visões horríveis?
Resposta: As circunstâncias lá não são tão ruins agora como o foram no início da guerra (1ª Guerra Mundial). Nesse período, os Espíritos que faleciam acreditavam estar mutilados, e não eram capazes de modificar essa impressão. Por essa razão, apareciam com feridas em várias partes do corpo, sem alguns membros, etc. Sofriam atrozmente, acreditando-se ainda atormentados pela dor física. Mas os Auxiliares Invisíveis não ficam de braços cruzados; um sistema educacional foi iniciado e sistematizado de forma que quase todos estão hoje cientes que deformações físicas não são necessariamente permanentes do outro lado. Aprenderam que a mão decepada pode ser substituída no Corpo de Desejos pelo simples pensamento de ter a mão perfeita.
Essa informação foi transmitida para que, agora, todo aquele que morrer com uma ferida causada por bala, que tenha ficado sem braços, pernas ou até mesmo sem cabeça, seja imediatamente instruído para que a matéria de desejos seja moldada prontamente pelo pensamento e vontade e, como resultado disso, quase todos ali têm um corpo perfeito.
Realmente, aqueles que atualmente morrem aleijados, corcundas ou com qualquer outra deformação física, têm agora outro tipo de experiência, pois, enquanto nos anos anteriores à guerra encontravam-se lá quase o mesmo número de deficientes físicos como os havia neste mundo, agora quase todos os que estão lá possuem um corpo perfeito. É interessante ver pessoas que foram vaidosas durante sua vida terrena, moldando agora seus rostos e corpos em harmonia com seus conceitos de beleza e com um simples esforço de vontade. Isso torna um pouco mais difícil encontrar as pessoas lá, como acontecia antes, pois aqueles que eram altos e magros e desejavam ardentemente engordar, mudaram sua aparência conforme o seu desejo, e inversamente, aqueles que eram gordos e sofriam de um excesso de peso ficaram tão esbeltos quanto sílfides. Assim, o conhecimento que, antes da guerra, era restrito ao ocultista, tornou-se agora acessível a todos no outro mundo, levando os habitantes de lá a mudar suas formas, desde que não impedisse sua experiência purgatorial.
A grande maioria dos recém-chegados não tem essa preocupação a desviar-lhes a atenção no Mundo do Desejo. Estão ainda vigiando atentamente os acontecimentos aqui no plano material. Tendo sido arrebatados do mundo físico na plenitude da idade adulta, com toda uma vida pela frente, sentem-se ainda muito apegados às condições físicas, e ficarão provavelmente apegados à Terra por alguns anos, durante os quais constituirão um fator invisível muito poderoso na elaboração do destino do mundo. Tentarão estabelecer contato com este mundo, e seus esforços combinados far-se-ão sentir como uma poderosa força por um número crescente de pessoas sensitivas.
Portanto, podemos esperar o espiritualismo florescer como nunca aconteceu antes na história do mundo. Isso envolve o desabrochar da mediunidade, fase muito perigosa do desenvolvimento psíquico. Netuno, o Planeta do psiquismo, está agora – 1910 – entrando no Signo de Leão, o Signo do coração, a influência do amor. O desejo pela intercomunicação atrairá as pessoas para os dois mundos simultaneamente. Isso estabelecerá as verdades espirituais para além da contestação. Deveríamos preparar-nos para ir lá conscientemente e não permitir que elas voltem para cá por meio da mediunidade, e muito menos atraí-las, pois isso representará um retrocesso para elas. Em lugar disso, se cultivarmos o sexto sentido latente em nós, seremos capazes de vê-las, e falar com aqueles que faleceram exatamente como o fazíamos quando estavam conosco fisicamente.
(Pergunta nº 10 do livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
Pergunta: Meu único irmão faleceu em novembro passado e deve se encontrar em uma das Regiões inferiores do Mundo do Desejo. Você teria permissão para informá-lo que, com um simples esforço de vontade, ele pode evitar que a matéria do Corpo de Desejos tome a forma de camadas concêntricas; ou seja, a matéria mais grosseira na camada externa e a mais pura na interna? Gostaria de lhe dizer que, com um esforço de vontade, ele poderia fazer a matéria das sete regiões do Mundo do Desejo, que forma o seu Corpo de Desejos, vir para a superfície desse corpo. Por esse meio ele seria capaz de entrar imediatamente em contato com as sete Regiões do Mundo do Desejo, em vez de se limitar às regiões inferiores. Acredito que não haja sérias objeções a esse uso da força de vontade.
Resposta: Essa pergunta se refere ao fato de que, quando a morte ocorre e o ser humano se encontra no Mundo do Desejo, as forças magnéticas do Átomo-semente estão esgotadas, o arquétipo está se dissolvendo e, consequentemente, a força centrífuga de Repulsão força a matéria de desejo do Corpo de Desejos para fora, em direção à periferia. A matéria pertencente às regiões inferiores é lançada para fora, primeiro pelo processo de purgação, que limpa profundamente o ser humano, livrando-o de todas as más ações da vida que acabou. Esse é o resultado da mesma lei natural que, no Mundo Físico, faz com que um Sol lance para fora de si a matéria que forma, em seguida, os Planetas. Interferir nessa lei seria calamitoso para qualquer ser humano, mesmo supondo que isso fosse possível, o que não é. Portanto, é inútil tentar ajudar o seu irmão dessa maneira.
É diferente com o Iniciado que vai ao Mundo do Desejo no decorrer de sua vida. O Átomo-semente do Corpo de Desejos forma, então, um centro natural de atração ou gravitação que mantém a substância de desejo desse veículo nas linhas habituais. Também é diferente para quem pratica os exercícios científicos dados pelas Escolas de Mistério. Tal pessoa está purificando constantemente o seu Corpo de Desejos da matéria mais grosseira, de forma que, na hora da morte, ela não é tão afetada pela força centrífuga de Repulsão quanto aqueles que não tiveram esse treinamento.
No entanto, há outro modo de ajudar alguém próximo de nós e que nos é querido, contanto que tenhamos a sua cooperação. Para tornar claro esse ponto, é necessário mencionar primeiro que, quanto mais grosseira for a matéria de desejo no Corpo de Desejos, mais firmemente ela aderirá a um ser humano; portanto, a expurgação pela força de Repulsão causa muito sofrimento e é isso que sentimos durante a experiência no Purgatório. Se nós estivéssemos totalmente dispostos a admitir e reconhecer os nossos erros, então, à medida que as imagens se apresentam durante o desenrolar do panorama da vida, ao invés de tentar justificativas ou nos deixar levar pela raiva e pelo ódio do passado, haveria muito menos dor envolvida na erradicação das más ações do nosso Corpo de Desejos. Se esse fato pudesse ser incutido em alguém que desejássemos ajudar, se pudéssemos levá-lo a um estado de espírito em que ele se mostrasse disposto, do fundo do seu coração, a reconhecer os seus erros e falhas, o processo da purgação seria mais curto e menos doloroso, e ele ascenderia às Regiões mais elevadas, onde a força de Atração predominaria em um tempo bem mais curto do que no caso contrário.
O mesmo resultado pode ser alcançado pela oração e, também, por bons pensamentos, os de elevada espiritualidade e auxílio, pois eles têm o mesmo efeito para aqueles que já estão fora do corpo, como as palavras, os atos bondosos e as ações fraternas têm sobre as pessoas que vivem neste mundo aqui.
(Pergunta nº 9 do Livro: “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)