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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Diferença entre a Fraternidade Rosacruz e uma Religião e se devemos praticar uma Religião Cristã

A Diferença entre a Fraternidade Rosacruz e uma Religião e se devemos praticar uma Religião Cristã

 

A Fraternidade Rosacruz não é uma seita ou organização religiosa, mas sim uma grande Escola de Pensamento, filosófica-cristã, que divulga a filosofia ou cristianismo esotérico, tal como foi ensinado a Max Heindel, seu fundador, pelos irmãos Maiores da Ordem Rosacruz.

Seus ensinamentos projetam luz sobre o lado científico e o aspecto espiritual dos problemas relacionados a origem e evolução do Ser Humano e do Universo.

Estes Ensinamentos constituem um meio para nos tornarmos melhores e desenvolvermos o sentimento de altruísmo e do dever, estabelecido assim uma Fraternidade Universal.

A Fraternidade Rosacruz é cristã porque baseia seus ensinamentos nos princípios cristãos, e é esotérica, ou oculta, porque desvenda o sentido mais profundo desses mesmos princípios.

A Religião Cristã é a segunda ajuda que a humanidade tem atualmente; é a Religião do Filho, cuja finalidade é a união com Cristo, pela purificação e governo do Corpo Vital.

Vejam a Carta nº 4 do Livro Carta aos Estudantes: “Todos somos Cristos em formação. A natureza do amor está desabrochando em todos nós, portanto, por que não nos identificarmos com uma ou outra das igrejas cristãs que acalentam o ideal de Cristo? Alguns dos melhores obreiros da Fraternidade são membros a ministros de igrejas. Muitos estão famintos pelo alimento que temos para lhes dar. Não podemos compartilhar desse alimento com eles mantendo-nos afastados. Prejudicamo-nos pela negligência em não aproveitar a grande oportunidade de ajudar na elevação da Igreja.

Naturalmente, não há coação nisto. Não pedimos que se unam ou cuidem da Igreja, mas se formos até ela com espírito de ajuda, afirmo-lhes que experimentarão um maravilhoso crescimento de alma em um curto espaço de tempo. Os Anjos do Destino, que dão a cada nação a religião mais apropriada às suas necessidades, colocaram-nos em uma terra Cristã, porque a religião Cristã favorece um amplo crescimento anímico. Mesmo admitindo que a Igreja tenha sido obscurecida pelo credo a pelo dogma, não devemos permitir que isto nos impeça de aceitar os ensinamentos que são bons, porque isso seria tão infrutífero como centralizar a nossa atenção sobre as manchas do Sol recusando ver a sua luz gloriosa.

Medite sobre este assunto, querido amigo, a tomemos por lema deste mês; Maior Utilidade, para que possamos crescer, empenhando-nos sempre no aperfeiçoamento das oportunidades surgidas”.

Sobre a importância do Estudante Rosacruz ter uma religião cristã, aplicando-se nela, veja no livro Iniciação Antiga e Moderna os motivos e a importância disso quando são apresentadas algumas das gemas mais preciosas em relação aos profundos aspectos da Religião Cristã. Os Irmãos Maiores da Rosacruz estão trabalhando para disseminar por todo o Mundo Ocidental, o intenso significado espiritual que está ao mesmo tempo oculto e revelado na Religião Cristã.

Os vários e importantes passos que marcam a vida de nosso Salvador, Cristo Jesus, formam o plano geral da Iniciação da humanidade. A Fraternidade Rosacruz oferece-nos uma visão mais completa e mística deste processo alquímico que se realiza no corpo humano. Somos “um pouco menos que os Anjos… e não demonstramos ainda o que chegaremos a ser”.

A Fraternidade Rosacruz possui uma herança inestimável pela oportunidade de promulgar, nesta época tumultuada da evolução espiritual dos seres humanos e das nações, os ensinamentos esotéricos pertencentes à Igreja Cristã. “A quem muito é dado, muito será exigido”. Portanto, é com espírito de reverência e humildade que a Fraternidade Rosacruz apresenta esses inestimáveis ensinamentos a serviço da humanidade.

Que as rosas floresçam em vossa cruz

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Pergunta: O que aconteceu com cada Corpo de Jesus nos 30 anos e depois até os 33 anos?

PERGUNTA: O que aconteceu com cada Corpo de Jesus nos 30 anos e depois até os 33 anos?

RESPOSTA: O Corpo Denso e Átomo-semente do Corpo Denso de Jesus foi cedido a Cristo, dos 30 aos 33 anos da encarnação do Irmão Maior Jesus. O Átomo-semente do Corpo Denso de Jesus foi devolvido a ele após a morte física de Cristo Jesus.

O Corpo Vital e Átomo-semente do Corpo Vital de Jesus foi cedido a Cristo dos 30 aos 33 anos da encarnação do Irmão Maior Jesus. O Átomo-semente do Corpo Vital de Jesus foi devolvido a ele após a morte física de Cristo Jesus.

O Corpo Vital de Jesus está sendo guardado por Irmãos Maiores em algum lugar na Terra, entre a crosta e o núcleo do Planeta, para ser utilizado na segunda vinda de Cristo.

Com o Átomo-semente do Corpo Vital o Irmão Maior Jesus construiu outro Corpo Vital.

O Corpo de Desejos do Irmão Maior Jesus sempre ficou com ele. Aliás foi nele que Jesus funcionou durante os 30 a 33 anos da sua encarnação na época de Cristo Jesus.

Portanto, depois da morte do Corpo Denso de Cristo Jesus, os Átomos-sementes foram devolvidos a seu primitivo dono, Jesus de Nazaré que, algum tempo depois, funcionando temporariamente em um Corpo Vital que construíra, instruiu o núcleo da nova fé formado por Cristo.

O Irmão Maior Jesus de Nazaré, desde aquele tempo, tem conservado a direção dos ramos esotéricos.

Aproveitemos para entender a diferença entre Cristo e Jesus, como nos fornece o Conceito Rosacruz do Cosmos, em Jesus e Cristo Jesus:

O veículo inferior de um Arcanjo, a onda de vida que Cristo pertence, é o Corpo de Desejos. Cristo, o mais alto Iniciado do Período Solar, emprega geralmente o Espírito de Vida como veículo inferior. Funciona tão conscientemente no Mundo do Espírito de Vida como nós no Mundo Físico. Rogamos ao estudante que note de modo particular este ponto, porque o Mundo do Espírito de Vida é o primeiro Mundo Universal. Nesse Mundo cessa a diferenciação e começa a manifestar-se a unidade, pelo menos quanto ao nosso Sistema Solar.
Cristo tem o poder de construir e funcionar num veículo tão inferior como o Corpo de Desejos, o veículo usado pelos Arcanjos, mas não pode descer mais.

Jesus pertence à nossa humanidade. Estudando o ser humano Jesus na Memória da Natureza, podemos segui-lo em suas vidas anteriores. Nelas viveu sob diversas circunstâncias, sob vários nomes, em diferentes encarnações, do mesmo modo que qualquer outro ser humano. Isto não sucede com o Ser Cristo. No Seu caso só pode encontrar-se uma única encarnação.

Todavia, não se imagine que Jesus tenha sido um indivíduo comum. Era de Mente singularmente pura, muito superior à grande maioria da nossa presente humanidade. Esteve percorrendo o Caminho da Santidade através de muitas vidas, preparando-se para a maior honra que poderia ter recebido um ser humano.
Sua mãe, a Virgem Maria, possuía, também, a mais elevada pureza humana, por isso foi escolhida para ser a mãe de Jesus. O pai, José, era um elevado Iniciado, capaz de realizar o ato de fecundação como um sacramento, sem nenhum desejo ou paixão pessoal.

Em consequência, o formoso, puro e amoroso espírito conhecido pelo nome de Jesus de Nazaré veio ao mundo num Corpo puro e sem paixões. Este Corpo era o melhor e o mais perfeito que se podia produzir na Terra. A tarefa de Jesus, nesta encarnação, era cuidar e desenvolver o seu Corpo até o maior grau de eficiência possível para o grande propósito a que devia servir.

Jesus de Nazaré nasceu mais ou menos no tempo indicado pela História, e não no ano 105 antes de Cristo, conforme indicam algumas obras ocultistas. O nome Jesus era comum no Oriente. Um iniciado chamado Jesus viveu no ano 105 A.C. e obteve a Iniciação egípcia. Não foi Jesus de Nazaré, com quem estamos a relacionar-nos.
Cristo usou todos esses veículos próprios e só tomou de Jesus os Corpos Vital e Denso. Quando Jesus atingiu trinta anos de idade, Cristo penetrou nesses Corpos e empregou-os até o final de Sua Missão, no Gólgota. Depois da destruição do Corpo Denso, Cristo apareceu entre os Discípulos em Corpo Vital, no qual funcionou ainda durante algum tempo. O Corpo Vital é o veículo que Ele empregará quando aparecer novamente. Nunca tomará outro Corpo Denso.

Com isto se relaciona o objetivo de todo treinamento esotérico, de que falaremos mais tarde, que é trabalhar sobre o Corpo Vital, para construir o Espírito de Vida e acelerar seu desenvolvimento.

Jesus, quando Cristo tomou o seu Corpo, era um Discípulo de grau elevado e, por conseguinte, seu Espírito de Vida estava bem organizado. Vemos, portanto, que o veículo inferior em que funcionou Cristo e o melhor organizado dos veículos superiores de Jesus eram idênticos. Cristo, ao tomar os Corpo Vital e Denso de Jesus, encontrou-se com uma série completa de veículos, desde o Mundo do Espírito de Vida até o Mundo Físico.

Jesus já alcançara as mais elevadas vibrações do Espírito de Vida, e passou por várias Iniciações para obter o necessário efeito sobre o Corpo Vital. O Corpo Vital de um ser humano comum ter-se-ia paralisado instantaneamente sob as intensíssimas vibrações do Grande Espírito que entrou no Corpo de Jesus. Até este Corpo, puríssimo e ultrassensível como era, não podia suportar durante muitos anos os tremendos impactos vibratórios d’Aquele. Quando lemos que, em certa ocasião, Cristo se afastava dos seus Discípulos, ou caminhava sobre o mar em sua procura, o esoterista sabe que Cristo tinha abandonado momentaneamente os veículos de Jesus para dar-lhes descanso, deixando-os ao cuidado dos Irmãos Essênios que, melhor que Cristo, sabia como deviam cuidar de tais veículos.

Esta cessão foi consumada com pleno e livre consentimento de Jesus. Ele soube que, durante a encarnação inteira, estava preparando um veículo para Cristo. Submeteu-se alegremente, para que o desenvolvimento da humanidade pudesse receber o gigantesco impulso que lhe foi dado pelo misterioso sacrifício do Gólgota.
Cristo Jesus possuía os doze veículos que formam uma ininterrupta cadeia, desde o Mundo Físico até o próprio Trono de Deus. Portanto, Ele é o único Ser do Universo que está em contato, ao mesmo tempo, com Deus e com o ser humano. É capaz desta mediação porque experimentou, pessoal e individualmente, todas as condições e conhece todas as limitações incidentais à existência física.

Cristo é único entre todos os Seres dos sete Mundos. Unicamente Ele possui os doze veículos. Ninguém, a não ser Ele, é capaz de sentir tão elevada compaixão e compreender tão amplamente a situação e as carências da humanidade. Ninguém, a não ser Ele, está qualificado para trazer o remédio que satisfaça todas as nossas necessidades.

Assim, ficamos conhecendo a natureza de Cristo, o Iniciado mais elevado do Período Solar, que tomou os Corpo Vital e Denso de Jesus para poder funcionar diretamente no Mundo Físico, e aparecer como um ser humano entre os seres humanos. Se o seu aparecimento se desse de maneira milagrosa, estaria em desacordo com o plano evolutivo porque, ao final da Época Atlante, a humanidade obteve a liberdade de agir bem ou mal. Para aprender a dominar-se não podia ser empregada sobre ela nenhuma coação. Devia conhecer o bem e o mal por meio da experiência. Antes desse tempo, os seres humanos tinham sido conduzidos, voluntariamente ou não, mas, depois se deu a eles liberdade, sob diferentes Religiões de Raça, cada uma delas adaptada às necessidades de cada Tribo ou Nação.

Que as rosas floresçam em vossa cruz

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O poder interno que está destinado a abrir-lhe um lugar de relevo no mundo

O poder interno que está destinado a abrir-lhe um lugar de relevo no mundo

“Os Ensinamentos da Fraternidade têm um poder interno que está destinado a abrir-lhes um lugar de relevo no mundo, mas devemos fazer por merecê-lo, de acordo com a maneira pela qual ajudamos a trazer esses Ensinamentos dos Irmãos Maiores à atenção da humanidade em geral” (Cartas aos Estudantes).
“Bem-Aventurados sãos os mansos, porque herdarão a terra” (Mt 5:4).

As Bem-aventuranças têm sido objeto de muitas e variadas interpretações. Alguns dizem que elas não devem ser encaradas como uma norma de vida, mas antes como uma cápsula de tempo, contendo leis espirituais, e que só será operativa num futuro muito distante. Outros argumentam que Cristo Jesus estava mostrando um padrão de vida que não podemos seguir, a menos que nos retiremos do mundo – que os afazeres do mundo, negócios, comércio e especialmente política, são atividades competitivas, nas quais, certamente, os mansos não conseguirão singrar. A página 321 do Conceito (edição em Inglês) ajuda a compreender as passagens confusas das Escrituras por meio de um ponto de vista mais amplo e claro: “A verdade é múltipla e com diferentes facetas. Cada verdade oculta requer um exame de diferentes pontos de vista; cada ponto apresenta uma certa fase da verdade e todos eles são necessários para adquirir uma concepção definitiva e completa do que quer que seja que esteja sendo estudado”. Assim se passa também com as Bem-aventuranças, especialmente “Bem-aventurados são os mansos, porque eles herdarão a terra”. Por vezes, encontramos pessoas que se deixam espezinhar pelos outros. São, habitualmente, ridicularizadas e muitas vezes alvo de pena e críticas. Há algum tempo, eram publicados quadrinhos na sessão cômica dum jornal sobre Casper Milquetoast, um homenzinho amável, manso, insosso e patético. Uma vez, Casper era mostrado em pé, numa esquina, durante um aguaceiro torrencial. A água transbordava das abas de seu chapéu e ele tiritava miseravelmente, enquanto dizia: “Se aquele moço não aparecer dentro de mais 45 minutos, ele pode ir embora e pedir a outra pessoa que lhe empreste o dinheiro”. Essa caricatura parece exagerada e ridícula – mas será realmente? Manso é definido como “sofredor, paciente, de maneiras suaves, suportando injúrias”. A definição desfavorável é “mole”, “sem fibra”, “fraco”. Todos nós gostaríamos de expressar as qualidades positivas e verdadeiras identificadas com a palavra “manso” e fazemos esforços nesse sentido; mas todos, frequentemente, usamos a expressão desfavorável “fraco”, quando o nosso semelhante não se mostra à altura de nossas expectativas. A definição negativa de mansidão parece estar frequentemente associada com o Cristianismo e com o nosso Salvador em particular. Ouvimos muitas vezes a frase: “o manso e suave Jesus”. O poeta Swinburne chamava-o de “o Galileu pálido, mortiço”.

Inofensivo, fraco, invertebrado, de maneiras suaves, gentil – era isso que Ele queria dizer, quando dizia a Seus Discípulos: “Vós herdareis a terra se fordes mansos – inofensivos”?

Pois se esse era o sentido de suas palavras, elas certamente caíram em ouvidos surdos. Provavelmente, nunca houve outro grupo de homens que tenha de tal maneira desafiado a proverbial definição de manso. Eles argumentaram e combateram, enfrentando, corajosamente aqueles que desafiavam os Ensinamentos de Cristo; um deles apoderou-se duma espada e decepou a orelha de Malchus. Eles desafiaram a autoridade de Roma, “nós devemos obedecer a Deus e não aos homens” bramavam. Foram atirados na prisão, não porque eram mansos e suaves, mas porque eram homens de caráter e convicção.

Se nós rejeitamos os conceitos correntes e uso da palavra manso, o que, então, está a Bem-Aventurança nos dizendo?

A palavra-chave para essa Bem-Aventurança é: “Mansidão ou impessoalidade; a renúncia completa do eu”. A correlação astral é a Lua. A Lua atrai e aumenta à medida que toca cada ponto sensível na sua viagem de 30 dias em torno do círculo mágico, o horóscopo. A correlação bíblica é: “Aquele que perde a sua vida por amor de Mim, salvá-la-á”. Isso dá uma conotação completamente nova a essa Bem-Aventurança, no que concerne à versão popular. “Mansidão” aqui equipara-se com “impessoalidade”. A palavra “manso ” não é usada muito frequentemente na Bíblia, e é usada para descrever só duas pessoas: Moisés e Jesus.

No Livro dos Números, diz-se de Moisés: “Agora o ser humano Moisés era muito manso, mais do que todos os homens que havia na face da terra”. Suave? Sofredor? Essas denominações não se enquadram na personalidade dinâmica do herói do Velho Testamento. Duas imagens de Moisés acodem-nos à lembrança. A primeira, é de Moisés como um jovem, criado na corte do Faraó. Um dia, viu um egípcio bater num escravo. Era demais para esse jovem judeu, que matou o egípcio. Chamem-lhe um acesso de cólera ou um raro momento de paixão, mas não pode ser chamado um ato de mansidão, no sentido popular da palavra. A segunda imagem é o episódio dos 10 mandamentos. Quando Moisés vinha descendo a montanha com as Tábuas de Pedra, viu seu povo dançando em torno dum vitelo dourado: “E Moisés, muito irado, atirou de suas mãos as tábuas e quebrou-as ao pé do monte. E, pegando no bezerro que tinham feito, queimou-o e esmagou-o até o reduzir a pó, que espalhou na água, e deu a beber dele aos filhos de Israel” (Ex 32:19-20). Isso novamente, não pode ser chamado um ato de mansidão. É necessário falar da ira de Nosso Senhor Jesus Cristo? Pode ser necessário para alguns que nunca podem imaginar Nosso Senhor ficando encolerizado. Mas ficou. O que precisamos dizer, e isto ajuda-nos a atingir a compreensão do significado esotérico da palavra “manso”, é que Sua ira foi dirigida contra os erros e as injustiças cometidos contra os outros. Nunca foi uma reação defensiva de sua parte àquilo que estava acontecendo com Ele. Foi espancado, escarnecido, ameaçado, mas nunca respondeu uma palavra, nem retribuiu. Sua cólera era dirigida contra os líderes religiosos e o pesado fardo que colocavam sobre o povo, e contra aqueles que enganavam no troco os frequentadores do Templo. Mesas viradas, pombas soltas de suas gaiolas, os vendilhões correndo apressadamente para fugir à dor aguda do chicote: (Mt 21 :13) “Minha casa deve ser chamada a casa da oração; mas vocês transformaram-na num antro de ladrões”. Uma vez mais, isso não foi um ato de mansidão.

Esses dramáticos incidentes coincidem com a vida na Terra tal como se nos apresenta hoje.

Estamos deixando a Idade de Peixes e entrando na Idade de Aquário. Somos como os filhos de Israel, mantendo-nos fiéis e adorando os dias dourados da indecisão, em vez de olhar para o futuro, onde o vitelo dourado desta dispensação está sendo moído e derramado sobre as águas da espiritualidade? Estamos abrigando dentro de nós os vendilhões, os desejos materialistas, que tem poluído o Templo de Deus, a nossa personalidade? Sim, na verdade, há uma interpretação interna e uma externa de todas essas Escrituras.

Na Bíblia, encontramos alegorias, simbolismos e mitos que foram usados para velar verdades sagradas e que só podem ser interpretadas pelos Espíritos avançados a quem foi dada a chave. Max Heindel era um deles e por seu intermédio os Irmãos Maiores puderam revelar muitas das verdadeiras interpretações dos Ensinamentos Sagrados.
Um mito é um estojo que contém, às vezes, as mais profundas e preciosas joias da verdade espiritual, pérolas de beleza tão raras e etéreas que não podem ficar expostas ao intelecto material. Com a intenção de as proteger e ao mesmo tempo permitir-lhes trabalhar pela humanidade, no sentido da ascensão espiritual dela, os Grandes Mestres que guiam nossa evolução, invisíveis, mas poderosos, deram essas verdades espirituais para o ser humano nascente, encerradas no simbolismo pitoresco dos mitos, para que assim possam trabalhar sobre os seus sentimentos, até chegar o tempo em que o seu nascente intelecto tenha se tornado suficientemente desenvolvido e espiritualizado para que possam senti-las e conhecê-las (do Livro: Cristianismo Rosacruz).

Os poderes espirituais existem adormecidos dentro de cada ser humano, mas só são desenvolvidos por assiduidade paciente e continuidade no fazer o bem, através dos anos. Somente uns poucos têm fé para iniciar na senda até a sua consecução, ou perseverança para prosseguir nessa prova difícil. Se nossas vidas não são impulsionadas pelos motivos mais puros e altruístas, poderemos ser um tormento para a humanidade, pois qualquer poder usado fora da direção dos princípios Crísticos, é destrutivo e suas reações trazem sofrimento.

Portanto, o exercício de qualquer poder implica em responsabilidade perante a Lei Divina.

Um parágrafo no livro “O Desejo das Idades”, de Ellen G. White, explicou isto lindamente: “o Governo sob o qual Jesus viveu era corrupto e opressivo; com todas as pessoas ocorriam abusos gritantes – extorsão, intolerância e dolorosa crueldade. Entretanto, o Salvador não intentava reformas civis. Ele não atacava os abusos nacionais, nem condenava os inimigos da nação. Ele não interferia com a autoridade ou com a Administração dos que estavam no poder. Ele foi o nosso exemplo, mantendo-se afastado dos governos terrenos. Não porque fosse indiferente aos infortúnios dos seres humanos, mas porque o remédio não repousava em medidas meramente humanas e externas. Para ser eficiente, a cura deve atingir o ser humano individualmente e deve regenerar o seu coração.

Atentem bem – Cristo Jesus preocupava-se com as pessoas. Curava suas doenças, alimentava-os quando estavam famintos. Ninguém poderia dizer que era indiferente aos anseios das pessoas.

Ele foi o exemplo personificado do Manso Bem-Aventurado. Há grandes esperanças para aqueles que desejam segui-lo. A história completa da humanidade pode ser resumida nas palavras: “profundo conhecimento” ou “mestria”; ser capaz de submeter aqueles desejos, paixões e instintos que fazem a pessoa censurar, eliminar ou tentar destruir os outros. Os mansos abençoados são os seres humanos de Deus que usam aquela índole e disposição para atingir um propósito e um objetivo. Manso abençoado foi um Gandhi, que conseguiu levar o ex-poderoso Império Britânico a ajustar um acordo, não pela força ou “choques ruidosos da espada”, mas mediante seu próprio poder disciplinado e energia moral. Manso abençoado é um Lincoln, anunciando durante uma eleição: “Sei que existe um Deus a quem repugna a injustiça e a escravidão. Eu vejo a tempestade se aproximando e sei que Sua mão está nela. Se Ele tem um lugar e um trabalho para mim e acredito que tem, eu estou pronto. Não sou nada, mas a Verdade é tudo”. Mansa abençoada é uma Florence Nightingale, lutando como um tigre para a cura de seus doentes. Todos eles eram mansos no sentido cristão da palavra, pois sua cólera era voltada contra as injustiças e maus tratos causados a outros e não a eles próprios.

O ser humano desenvolveu o seu poder sobre o seu meio ambiente. Transformou em desertos, jardins florescentes. Recuperou os desertos, dirigindo as águas para a fertilidade. Usou o fogo e os metais para criar segundo suas necessidades. Usa o ar como via expressa de transportes. O ser humano é um criador. Desenvolveu muitos poderes, mas ainda não é senhor de si próprio. Nos dias de auto maestria, o ser humano dirigirá todos os seus poderes com sabedoria e amor e o reino dos céus manifestar-se-á na terra. É a lei de sua condição divina. O tempo destrói as criações de suas mãos, mas a alma do ser humano progride sempre com as riquezas de suas experiências. Novamente repetimos: “Bem-Aventurados sejam os mansos”. É impossível domá-los, desalojá-los ou destruí-los. Eles herdarão a terra.

(Pulicado na Revista Serviço Rosacruz de mai/78, traduzido da Revista “Rays from the Rose Cross”).

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Espírito e Matéria

Espírito e Matéria

Não há efeito sem causa, nada procede do nada. Em cada um de nós existem forças e potências que não podem ser consideradas materiais, e devem ter suas causas explicadas retomando outra origem que não seja matéria.
A esse princípio chamamos Espírito.

Quando nos interrogamos querendo conhecer e analisar nossas faculdades, quando afastamos da superfície da nossa alma a espuma que a vida nela acumula; quando atravessamos o espesso envoltório com que é revestida nossa inteligência; quando, libertos das preocupações, dos sofismas e da má educação penetramos no mais íntimo do nosso ser é que nos encontramos, frente a frente, com os augustos princípios sem os quais não há grandeza para a humanidade, isto é, o amor ao bem, o sentimento de justiça e o progresso. Esses princípios que encontramos em diversos graus, tanto no ignorante como no gênio, não podem ser originados na matéria que está desprovida de tais atributos. E, se a matéria carece dessas qualidades, como pode ser formada nos seres que as possuem? Nossa memória, nossa ciência, o sentimento do belo e verdadeiro, a admiração que experimentamos pelas obras grandes e generosas não podem ter a mesma origem que a carne dos nossos membros e o sangue das nossas veias. São como reflexos de uma luz pura e elevada, que brilha em cada um de nós, assim como o Sol se reflete nas águas, não importando que sejam turvas ou cristalinas.

Em vão pretendem os cépticos dizer que tudo é matéria. Como sentimos arrebatamentos de amor e bondade, como a virtude nos encanta, como a abnegação, o heroísmo e a beleza moral, então gravadas em nós, como a harmonia das coisas nos enfeitiça. Sendo assim, nada disso nos distinguiria da matéria?

Sentimos, amamos, temos consciência, vontade e razão; será que tudo isso procede de uma causa que nada sente, ama ou conhece uma causa surda e muda?

Tal pensar não resiste ao mais ligeiro exame. O ser humano tem duas naturezas. Seu corpo e seus órgãos derivam da matéria, suas faculdades intelectuais e morais procedem do Espírito.

Podemos ainda dizer qual o propósito do corpo humano, pois os órgãos que compõem tão admirável máquina são as rodas que, incapazes de funcionar sem um motor, possuem uma vontade que as põe em ação. Esse motor é o Espírito.

O Espírito está encerrado na matéria como um prisioneiro em sua cela e os sentidos são as aberturas pelas quais pode comunicar-se com o mundo exterior. Mas a matéria, mais cedo ou mais tarde, decai e se desagrega, enquanto o Ego aumenta em poder, fortificando-se com a educação e a experiência. Suas esperanças crescem e se estendem para além da tumba, suas necessidades de saber, conhecer e viver não têm limites. Tudo demonstra que o ser humano só, temporariamente, pertence à matéria. O corpo não é mais do que uma vestimenta emprestada, uma forma passageira, um instrumento com cujo auxílio o ser humano prossegue neste mundo em uma obra de purificação e progresso.

A vida Espiritual é a vida normal, verdadeira e imortal.

(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 12/85 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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Chaves do Reto Pensar

Chaves do Reto Pensar

O que, na ausência de melhor título, é chamado “Chaves do Reto Pensar” é baseado na antiga verdade de que existe uma harmonia e ordem interiores, que sempre estão presentes, constituindo uma eterna e imutável Realidade. Daí se conclui que as inarmonias da vida se devem ao distanciamento, por parte dos seres humanos, dessa harmonia e ordem inerentes. A vida é governada por certas leis que, se obedecidas, resultam em saúde, integralidade, júbilo e toda suficiência.

É natural que a vida seja harmoniosa, ordeira e bela. A criação desses estados não nos exige imensos esforços, porque eles são a ordem natural das coisas que se manifestarão, tão logo deixemos de deformar a vida, por assim dizer. Podemos deformar uma bola de tênis quando a apertamos, mas se deixamos de pressioná-la, retoma sua forma redonda original, simplesmente porque essa é sua forma natural. Não precisamos de tornar a bola redonda: simplesmente devemos deixar de comprimi-la. O mesmo se dá com a vida: logo deixemos de deformá-la, ela manifesta sua ordem natural de beleza e perfeição inerentes.

A ideia original de perfeição, ordem, beleza e harmonia, sublinham nossa vida. As discórdias da vida, por exemplo: a doença, a nostalgia, a pobreza e outros males, decorrem da dissociação da ordem e da harmonia inerentes e fundamentais, sempre atuantes. No mundo exterior dos sentidos vemos muitas imperfeições, mas há uma ordem e harmonia ocultas, sempiternas e onipresentes. Quando uma tempestade ruge sobre o oceano, imensas vagas se debatem em fúria. Todavia, alguns metros abaixo o oceano permanece perfeitamente calmo e imperturbado. O mesmo se dá com a vida. Se vamos além da superfície, encontramos uma tranquilidade interior e uma perfeita ordem e harmonia.

Os sábios sempre falaram de um Mundo de Realidade interior. De forma nenhuma é uma ideia nova, embora o possa parecer a quem nos lê. A elucidação desse assunto não nos vem enquanto não estejamos preparados para recebê-la. Contudo, uma coisa é ter conhecimento a respeito do Centro Interior de Harmonia e Ordem, e inteiramente outra é estabelecer contato e pôr a nossa vida em correspondência com ela. Mas os sábios nem sempre informaram que o Centro de Harmonia está em nosso íntimo. Nem sempre disseram que em nosso íntimo existe esse reino de harmonia e de perfeição. Mas veio Alguém, há quase dois mil anos que o declarou: o reino da ordem e da harmonia está em nosso íntimo. Quando contatamos o “Centro mais íntimo em todos nós, onde a Verdade habita em plenitude”, descobrimos também estar ligados a uma harmonia e ordem universais interiores, que sublinham o mundo da aparência.

Tudo em nossa vida é resultado do pensamento, seja ele consciente ou inconsciente. “A Mente é criativa – o pensamento governa o mundo”. Se o todo de nossa vida-pensamento correspondesse à Ordem Interior – ou Verdade como a chamamos – então nossa vida exterior, por consequência, seria ordeira, harmoniosa e perfeita. Assim, o que chamamos de “Chaves do Reto Pensar” ensina como pensar retamente, ou seja, em sintonia com a Verdade. É desígnio da vida que sejamos felizes, jubilosos, sadios, verdadeiramente prósperos e bem-sucedidos. Não nos referimos ao êxito mundano, que pressupõe a impiedosa desconsideração aos demais. Queremos significar uma vida cheia de bênçãos, de harmonia, de ordem e do mais alto bem. Aludimo-nos as coisas preciosas que nenhuma riqueza pode adquirir: a felicidade, a paz, a harmonia, o jubilo, a beleza, a ordem, o amor, enfim, tudo o que legitimamente podemos aspirar e possuir, para termos uma saúde integral. Basta vivermos e pensarmos em harmonia com as leis de nosso ser.

Uma das verdades mais difíceis para um principiante aceitar é esta: “a vida é amistosa para conosco”. Eles estão inclinados a supor que seja realmente muito bom fazermos essa afirmação, porque a vida que levamos é de fato harmoniosa, ordenada e cheia de todo o bem possível! Podem pensar que nos seja fácil falar dessa maneira, porque desfrutamos harmonia: mas se tivéssemos de viver a vida deles, haveríamos de cantar uma canção diferente. Poderão pensar e mesmo dizer que se fossemos arrastados do pelourinho ao tronco, como eles o são, ou se nossas vidas estivessem cheias de discórdias, desapontamentos, inimizades, fracassos, doenças e outros males, como eles, então seríamos forçados a confessar que a vida está mui longe de ser amistosa. Pelo contrário. Contudo, o que afirmamos é verdadeiro. A Vida deseja que sua vida seja harmoniosa e abençoada, como a daqueles que atingiram isso. É da intenção divina que sua vida seja repleta de harmonia, de ordem, de bênçãos e de todo o bem possível. Não queremos significar que a vida se torne insipidamente fácil, sem qualquer colorido, experiência ou desafio, senão que você deve triunfar sobre qualquer situação quando as dificuldades se apresentem. O objetivo dessas explanações não é prometer coisas fáceis, mas tornar as pessoas fortes. Para citar Phillips Brooks: “Não oramos por uma vida fácil, mas para sermos indivíduos fortes; não oramos por tarefas a altura de nossas forças, mas por forças a altura de nossas tarefas”. Ensinamos a viver uma vida de poder e de superação.

Coisas, tais como: complexo de inferioridade, só podem existir quando alimentadas. Em vez de olharmos para trás, caminhemos para a frente e para cima. Em vez de evitar a disciplina da vida, cooperamos com ela! Tudo isto poderá parecer impossível a muitas pessoas. Poderão alegar que sabem muito bem o que devem fazer, mas que acham impossível consegui-lo. “As Chaves do Reto Pensar” mostram que, por meio da aplicação do pensamento (poder do pensamento criativo), podemos atingir o que parece impossível. Issoporque passamos a controlar as emoções e nos fortificamos, mercê do Poder Infinito que mantém o Universo. Não divulgamos domínio egoístico de uns sobre os outros, senão uma amorosa cooperação com a vida e com o próximo. Pela mesma forma como superamos a natureza, pela obediência as suas leis, assim também podemos triunfar na vida mediante a cooperarão com suas experiências e pela aceitação de seus desafios.

As pessoas criam suas próprias dificuldades na vida porque ignoram as leis que governam seu Ser; porque usam erroneamente sua imaginação; porque não sabem pensar retamente; porque suas emoções e desejos são desordenados e mal dirigidos; porque focalizam seus poderes e atenção sobre assuntos inadequados. A harmonia passará a substituir a discórdia quando aprendermos a viver de acordo com as leis que regem nosso Ser e quando os nossos pensamentos e emoções sejam controlados e dirigidas a objetivos dignos. Isso poderá parecer excessivamente difícil à maioria das pessoas, mas em realidade não o é. E não o é porque podemos sempre apelar a um Infinito Poder e Infinita Inteligência, a vontade. Não somos nós (a personalidade) que produzimos essas coisas extraordinárias, mas o Infinito Poder (o Espírito) é uma Infinita inteligência operando em e através de nós e de nossas circunstâncias.

A média das pessoas isola-se de sua Fonte e torna-se qual uma bateria descarregada. Em decorrência, executam dificultosamente seu trabalho e ao fim do dia encontram-se fatigadas. Também não veem diante de si nenhum horizonte, além da monótona repetição dos afazeres e das circunstâncias. Aquele que conhece a Verdade e a vive, é como uma bateria diariamente recarregada. Executa seu trabalho sem esforço e no fim do dia não está cansado.

Também recebe ideias em seu consciente, as quais, quando seguidas, podem melhorar grandemente suas perspectivas. Além disso tudo, ele vai se tornando, a pouco e pouco, mais harmonioso e seguro. Em vez de assolado pela vida, do pelourinho ao tronco, permanece em estado de calma. Em lugar da desordem, sua vida passará a exprimir harmonia e plenitude.

“Pelo pensamento errado, o homem transforma as forças boas da vida em enfermidades, carências, ansiedades e todas as demais manifestações de desarmonias. Contrariamente, quando o ser humano pensa em Deus em vez de contra Ele (ou no Bem, em vez de contra Ele), seguramente manifestará a saúde, abundância, harmonia e as mais altas realizações. Pode, então, conhecer a paz; pode viver em superação e indescritível júbilo”.

Nossa vida precisa de ser transformada a semelhança e beleza do Divino. É necessário retornarmos ao nosso Centro, a unida Fonte de toda a vida, em nosso Ser. Em vez de procurarmos remendar os efeitos, devemos nos voltar para as causas. Se nossa vida está errada, é mister procurar a causa de nossa desarmonia, ou melhor, buscar a Fonte da vida em si mesma. Até agora, com poucas exceções, a humanidade concentra seus esforços no combate aos efeitos – com resultados desastrosos. Assim que um mal é aparentemente superado e suprimido, outro maior surge, em desafio. Realmente, quanto mais combatemos os males, mais difíceis eles se vão tornando, porque lhes acrescentamos poderes que, em si mesmos, não possuem. Vemos, então, que o combate aos chamados males, em nossa vida, jamais, poderá removê-los, senão apenas aumentá-los. Os principais “males” em nossa vida são: a penúria, as preocupações financeiras, os cuidados relativos a “suprimento”, as enfermidades físicas, morais e mentais, a fraqueza, as inarmonias, os vazios internos, as insatisfações, os recalques, etc. Todos eles provem da mesma causa: a falta de sintonia com nossa Fonte Divina e com as Leis da Vida e do Ser. Inútil, pois, remediar os problemas, combatendo-lhes os efeitos. Os males aparentes são meros efeitos. É necessário remover-lhes as causas. Então a harmonia interior retornará e a natureza divina brilhará novamente em nossos horizontes, tal como naturalmente é: saudável, alegre, otimista, inteligente, equilibrada, farta, amorosa, dadivosa, pois Deus é felicidade.

Desejamos ser mui claros: a causa de todos os fenômenos é o pensamento. Tudo o que nos sucede de bom ou de mau é resultado dos nossos pensamentos e das emoções e atos deles decorrentes. O pensamento é um poder espiritual muito mais poderoso que a forma material. O Universo Real e Perfeito, invisível aos nossos sentidos, é a expressão de uma ideia Divina, um pensamento feito forma, o Verbo feito carne, pela Mente de Deus. O universo que conhecemos através dos sentidos é apenas um reflexo material do universo espiritual; é apenas um aspecto vibratório inferior e diminuto de Algo muito mais amplo e elevado. Nosso Universo físico pode também ser descrito como a criação da Mente carnal, mencionada em “o Novo Testamento”. Nenhuma dessas descrições é inteiramente satisfatória, mas cada uma delas é parcialmente verdadeira e satisfaz o propósito destas explanações. As palavras limitam as profundas verdades espirituais, mesmo os termos metafísicos e as explicações cientificas. Além do mais, desejamos ser objetivos e simples. É suficiente reconhecermos este fato essencial: todo o pensamento que esteja em harmonia com a Eterna e Absoluta Verdade, atrai para nossas vidas as naturais condições de felicidade, pois somos filhos e herdeiros de Deus e coerdeiros com Cristo. Mas, se, ao contrário, nossos pensamentos estiverem em desacordo com as Leis de Harmonia mantenedoras do Universo, passaremos a expressar em nossa vida, ambiente e circunstâncias, os efeitos correspondentes do chamado “Mal”.

Nosso mundo mental é como um “iceberg”: uma pequena parte acima da superfície das águas e enorme proporção mergulhada no oceano. A parte visível se pode comparar à Mente consciente. A Mente subconsciente é uma vasta área, abaixo do consciente. Aí é que a maioria de nosso pensamento é levado a efeito para nós. Se na Mente subconsciente existe uma ideia dominante de fracasso, de medo ou de fraqueza, ela afastará as decisões do indivíduo, levando-o ao fracasso. Se essa ideia dominante na Mente subconsciente é de enfermidade, começará a manifestar-se como condição mórbida, baixando o teor do corpo e esgotando o sistema nervoso. É uma triste condição na vida dessa pessoa.

(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 02/73 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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O Bem que podemos Fazer

O Bem que podemos Fazer

Os males que não podes remediar são infinitos. Porém, os que podes remediar são tantos que, balanceando o que tens feito em um ano, por exemplo, verás que o bem praticado exigiu um labor enorme para tuas forças, parecendo-te um sonho que realizaste.

Também um grão produz uma espiga.

A capacidade de fazer o bem, de que cada alma humana dispõe é extraordinária pela sua grandeza.

O poder de fazer o bem, que nos foi concedido, é uma enormidade admirável.

Vemos seres humanos desprovido de todos os recursos realizarem milagres de caridade; seres humanos que alteram a organização das sociedades; seres humanos que arrancam o mundo de seu estado natural e o renovam.

Causa assombro pensar no que seria nosso Planeta, se todos os seres humanos fossem educados para o amor, em vez de para o egoísmo e até para o ódio. O eixo moral do mundo seria como que perpendicular ao plano da elítica do Dever e uma divina primavera reinaria na morada dos seres humanos.

(Publicado na revista Serviço Rosacruz, jan/73)

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O Caminho Chamejante para o Interno

O Caminho Chamejante para o Interno

1º PASSO: A Inteligência começa ao pé do diagrama, ponto esse em que o estudante procurará, por autodeterminação, passagens bíblicas relacionadas à vida e obra de Cristo e as decorará. Uma singular escolha se refere:

  • aos Capítulos 14-15 e 16 do Evangelho segundo São João;
  • a Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios;
  • as Bem-aventuranças do Sermão da Montanha em São Mateus, Capítulo 5;
  • os Salmos 23 a 91;
  • a Oração do Senhor (O Pai Nosso) e outros tantos textos auxiliares.

A escolha dos textos bíblicos para a memorização deverá ser feita de forma cuidadosa, a fim de haver perfeita compreensão, por parte do Aspirante, dos temas escolhidos e que contribuirão para nortear sua jornada no Caminho Luminoso . A escolha das palavras não deverá ultrapassar a casa das 1000 a 1200 para, dentro de seu raio de ação e domínio da consciência, fornecer o substancial, o âmago arquetípico.

De preferência essa escolha se relacionar à principal via da evolução humana. Os trechos escolhidos serão, praticamente, a soma dos ideais éticos e espirituais que o Aspirante tomará como guia, começando da Região Concreta do Mundo do Pensamento até os Mundos superiores, onde a vida pessoal tem seu destino totalmente erigido. A Oração perscrutadora e a Meditação ajudarão ao EU SUPERIOR, ao INTERNO, o CRISTO pessoal, a cooperar na coordenação dos textos bíblicos, bem como na finalidade que se tem em mira. O ajuntamento das formas verbais que simbolizam os ideais pessoais escolhidos e os contornos dos passos, como são demonstrados nesse artigo, trazem, com o passar dos tempos, o pleno desabrochar desses princípios na vida do Aspirante.

Guiado pelos passos aprendidos durante a memorização feita nas meditações matinais, a força racional e a atenção do pensamento inferior serão transferidas da forma seguinte:

1º – Através do Centro Cardíaco para as células físicas;
2º – Do Centro Cardíaco para os 5 pontos Estigmáticos;
3º – Logo, para os 3 Centros da Cabeça e, finalmente
4º – Elevado, com o autoconsciente intelecto e a espiritualizada essência de seus corpos, ao superior Reino da Trindade, alcançando o Fogo Cósmico do Espaço na Iniciação Superior, que o liberta da Terra com suas Revoluções, que são a origem de toda manifestação, se apresentando como ser humano Perfeito em nosso Universo.

2º PASSO: o coração é mais complicado. Seu desenvolvimento pode levar meses, e até anos. O sucesso, neste ou em outro caminho, depende daquilo que se consiga alcançar nos passos seguintes: REPETIR REGULAR E PERSISTENTEMENTE OS IDEAIS E MÉTODOS ESCOLHIDOS. Todos os escritores esotéricos da antiguidade, bem como os contemporâneos, são unânimes nesse ponto. A repetição é um fator determinante na evolução interna. Max Heindel chama constantemente a atenção dos estudantes a respeito dela, como a chave para o desenvolvimento oculto. Favor ler o Capítulo XVII – Método para Adquirir o Conhecimento Direto – Os Primeiros Passos do Livro “O Conceito Rosacruz do Cosmos” de Max Heindel (edição brasileira), onde se diz: “os guias recomendavam que orassem sem cessar …”.

O PASSO 2 pode ser praticado durante o dia, fora do tempo normal da meditação. A ideia básica consiste na exata redação dos textos bíblicos, tomados pela Mente inferior concreta, do PASSO 1, e levados, diretamente, pelo PASSO 2, ao Centro do Coração onde deverão ser “pronunciados” até que, por força da repetição, os demais Centros são postos em movimento, conduzindo o candidato aos PASSOS 3 e 4 onde a subconsciência, até então subjugada, é libertada na Consciência Cósmica.

Durante a memorização mais profunda ou então na meditação costumeira, a Voz Criadora, situada no Centro da Garganta, aprende, por meio das múltiplas repetições das formas verbais construtoras, a inteirar-se dos escolhidos textos bíblicos e assimilá-los. O ponto principal consiste no fato de que a Mente concreta, racional, utiliza -se dessas formas verbais e as liga as suas formas arquetípicas abstratas para conseguir a união entre o coração e a Mente Abstrata.

A “pequenina e silenciosa Voz” do Mundo Criador “fala”, pela primeira vez, no Centro do Coração, sendo ouvida pelo ouvido interno, no movimentado ponto de consciência transferido para o interior do coração.

No capítulo “A ‘Queda do homem'” do livro “O Conceito Rosacruz do Cosmos” está escrito o seguinte: “A LARINGE ESPIRITUALIZADA E PERFEITA FALARÁ A PALAVRA CRIADORA” (leia todo o parágrafo). Max Heindel, continua: “A voz silenciosa e íntima do coração volta a falar cada vez mais intensamente, a fim de ensinar o caminho”. Para transferir com menor dificuldade as palavras aprendidas ao Centro Cardíaco, o estudante deverá imprimi-las fortemente no coração através do cérebro (via mental) e aguardar as respostas da voz silenciosa provindas de dito Centro e que não serão ouvidas senão por si mesmo. A partir de então, o aspirante passa a viver e pensar, verdadeiramente em seu coração. Então, a consciência ouvirá, partindo dali a palavra criadora dos verbos aprendidos. Mediante os esforços pacientes da vontade, virá o resultado almejado. No princípio, titubeante, porém, mais tarde, com toda a intensidade da voz silenciosa”.

Dominadas as primeiras palavras, junta-se mais uma ou duas, depois uma frase, um parágrafo; palavra por palavra, até que todas as filas do texto aprendido são transferidas ao Centro do Coração, ali ouvidas calmamente, por meio do transferido ponto de consciência. As formas verbais, bem como o espírito-arquetípico dos textos aplicados nas meditações cotidianas se tornarão a chave do canal pelo qual a Mente Concreta se transfere à Mente Abstrata, através do Centro Cardíaco. Por esse método o aluno passa a viver no espírito das formas verbais bíblicas, tornando-se uma parte da forma arquetípica, da qual originou. A partir de então, durante a Meditação, serão abandonadas todas as coisas materiais, que antes eram consideradas reais e que agora esfumaram-se devido à transferência do ponto ou foco de consciência que mencionamos acima.

3º PASSO: o Corpo de Desejos. Para se obter êxito nesse ponto, o estudante deverá ler atentamente o livro “Iniciação Antiga e Moderna” de Max Heindel e ter à mão um livrinho com anotações relativas aos textos que se referem ao FOGO NETUNIANO DA ESPINHA DORSAL, DO CORPO DE DESEJOS, E DOS CENTROS ENIGMÁTICOS, para estudos comparativos. Entre os temas anotados, os “Santos Centros” serão de grande auxílio durante a Meditação. Nas condições de total absorção do discípulo no Espírito Santo, no Espírito de Vida e em superiores Fontes de Inspiração e Instrução, é-lhe dada a possibilidade de se inteirar dos princípios científicos, propositadamente omitidos no “Conceito Rosacruz do Cosmos” pelos Irmãos Maiores, por meio dos seus próprios recursos e esforços. Se o estudante se dispuser realmente a acelerar sua evolução interna, sem dúvida alguma, não mais se verá impedido na busca da Luminosa Tocha da Sabedoria Iniciática, porque a revelada Aura do Mestre é transferida à sua luz crística, ou em outras palavras, o discípulo passa a viver na Luz de seu Mestre.
Regras e restrições feitas por seres humanos não têm valor algum no domínio transcendental da Mente Abstrata. Aqui, o Voto do estudante obriga-o a servir ao “Eu Superior”, que lhe proporciona uma visão exata de sua carreira evolutiva. Por meio dos pensamentos arquetípicos e das formas verbais dos textos bíblicos memorizados, emanados do Centro Cardíaco ao Centros Estigmáticos, e desses às células físicas, o candidato sente a libertação interna como consequência da obra criadora, pelos ensinamentos e auxílio curador, enquanto que o Fogo Netuniano da espinha dorsal, originado no Plexo Sacral, transmite intensas energias eletrônicas e magnéticas incandescentes aos centros físicos e às células. Por sua vez, o Espírito, pelo laço da consciência transcendental que o liga ao Fogo do Espaço (agora fluindo através de seu “Ser Crístico”), é unido ao ESPÍRITO que também estava em Cristo-Jesus.

4º PASSO: O TRÍPLICE SER DO ASPIRANTE NA TRINDADE. Por meio da consciência-fogo-espírito elevada, ligada ao Fogo do Espaço, funde-se a inteligência (Intelecto) do aspirante, agora mais e mais acelerada, com o Espírito Virginal de seu Eu Superior. Durante os períodos de Meditação, ele sente que a Tríplice Divindade: Espírito Divino, Espírito de Vida e Espírito Humano, ou seja, a Tríplice Forma Espiritual, é nutrida (pabulum) pelas Almas: Consciente, Intelectual e Emocional, extraídas dos Corpos: Denso, Vital e de Desejos, purificados pelas experiências diárias (Favor estudar o Diagrama 5 do Livro “Conceito Rosacruz do Cosmos”):

 

A espiritualizada essência divina na consciência transcendental do Aspirante junta-se, em virtude do “Batismo de Fogo” do Tríplice Espírito, à parte permanente da Trindade Superior. No Diagrama 5 acima, o transformado Espírito do estudante (Espírito Humano) eleva-se, com o auxílio do Corpo Pituitário, à sua contraparte macrocósmica, o Espírito Planetário, no centro da Terra, demonstrado no centro do desenho. O segundo princípio espiritual do estudante (Espírito de Vida), eleva-se, com o auxílio da Hipófise (Glândula Pineal) em busca do segundo nascimento no Cristo Cósmico, encontrando na “Aura” que circunda a Terra, o purificado Espírito de Vida, sua contraparte macrocósmica. Finalmente, o Espírito Divino do estudante eleva-se com o auxílio do Centro localizado no Sinus Frontal (Raiz do Nariz) para unir-se, no anel externo, com o Pai do Cosmos, de Quem toda a vida manifesta flui. Não obstante, a despeito do processo espiritual aprendido no princípio da caminhada consciente, o Aspirante, desde algum tempo, já e um aluno adiantado por força do Voto feito ao seu “Eu Superior”, de amá-lo e servi-lo.

Finalmente, Cristo entregará a perfeita obra ao Pai. Quando o Espírito Planetário for libertado por meio do estado de salvação do ser humano, para que “Deus possa ser em todas as coisas”. Englobando todos os “passos” do Diagrama 5, reaparecem os Fogos do Espaço – da origem – que passam a atuar em cheio no “Batismo de Fogo” sobre a nova criatura e em sua adiantada consciência motivando seu progresso como Espírito autoconsciente.

No “Batismo de Fogo” do Pai, do Filho e do Espírito Santo, demonstrado pelo centro do Diagrama, o consagrado Mestre e curador será levado, por seu amor e compaixão cristificados, ao serviço daqueles que buscam auxílio e passam por toda sorte de sofrimentos e enfermidades, pois, para isso, agora tem autoridade. A partir desse momento, aquele que vier em busca de socorro, despertará, em virtude de sua fé inabalável no Espírito, a Essência Espiritual Crística que lhe é inerente, recebendo, dessa forma, a Força Curadora provinda diretamente do Pai.

Cada ponto meditado deve estar impregnado da LUZ CRÍSTICA, possibilitando ao estudante sentir intimamente o ideal alcançado em PENSAMENTO-FORMA. O estado perfeito da Meditação – o ponto focal da consciência – pode prolongar-se por longo tempo, o que trará paz e rejuvenescimento.

PARA OBTER ÊXITO NA MEDITAÇÃO

A) Dormir sozinho e tranquilamente;
B) Purificar a vida, observando a dieta certa;
C) Libertar o espírito de tristezas e preocupações;
D) Afrouxar o espírito e o corpo – o segundo, deve, como sempre, estar comodamente deitado de costas e totalmente relaxado. Caso haja tensão nervosa ou mental, deve-se interromper a Meditação, até que a tranquilidade total retorne.
E) Geralmente, deitar-se bem cedo.

A prolongada Meditação pela manhã, quando possível, é permitida, depois do exercício de Concentração matutina.

Quando se trata de conhecimento imediato, inspirado pela fonte interna, o Eu Superior sempre desperta o Aspirante para a realização da importante Meditação matutina. Primeiramente, o corpo deverá estar tão relaxado e alheio ao meio-ambiente, à semelhança de quando se encontra em sono profundo. Só assim os veículos superiores põem-se em movimento, e nesse estado, todos os pensamentos elevados terão poder de rejuvenescer o físico. Os Centros-Espírito-Coração e os textos bíblicos memorizados, transmitidos às células, propõem-se como temas iniciais, pois, conduzem passo a passo, ao elevado ponto da consciência, na seguinte sequência: tais textos representam garantias convincentes como ideais condutores ao ponto focal da consciência nos passos da Meditação, sem os quais a prevista libertação do discípulo tornar-se-ia quase impossível. 

Na Meditação, que se prolonga por longos anos sobre os textos bíblicos, confirma-se que os princípios fundamentais da comunidade cristã contêm formas ocultas e místicas da evolução; o que torna, por isso, a Bíblia, o tema regular utilizado pelos grupos de investigadores no mundo inteiro, e ainda, os textos memorizados nos Centros-Espírito-Cardíaco-Celular formam vitalizados núcleos espiritualizados das experiências diárias que, finalmente, conduzem o discípulo à libertação no Cósmico.

PROPOSTOS OS PRIMEIROS PASSOS, PRESSUPÕE-SE QUE O INTERESSE PRINCIPAL DO CANDIDATO SERÁ O DE ENCONTRAR O CAMINHO INICIÁTICO COMO OCULTISTA OU MÍSTICO!

Nesse Diagrama revela-se ao Aspirante o seu Ser-Crístico. O método para trilhar o Caminho da Luz, zelosamente guardado pelos Irmãos Maiores, pode ser visto e aplicado para a edificação do Corpo-Alma-Templo, não edificado por mãos. Sabemos que todas as escolas esotéricas guardam um ensinamento interno e outro externo. A imensa e intrincada rede das partes de nossa consciência em desenvolvimento, que nosso Universo representa, deve ser entregue de forma inteligível à inteligência racional do aspirante, para que ele possa encontrar seu caminho.
Centenas de anos de pesquisas cientificas e práticas dos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz baseiam-se nos imensos e reconhecidos princípios dos ensinamentos da Sabedoria Antiga, revelados nos princípios cristãos e enquadrados no “Conceito Rosacruz do Cosmos” e de forma reduzida pelo nosso Diagrama.

EPÍLOGO
Entrega-te, pois, a essa Vida Divina e Infinita; a essa Atividade Cósmica misteriosa na qual submerges e nasces de novo. Confia-te a Ela e faz-te curar. Atira fora as algemas dos sentidos, os tropeços dos desejos, o que só o misticismo pode fazer. Faze do Interesse Universal o teu interesse; levanta-te para a Liberdade, a espontânea Vida Criadora que vive em teu SER individual que é a tua parte da Vida Universal.

Tu mesmo és o ESSENCIAL! – uma energia livre do centro – mas… acaso o sabeis? Poderás alçar-te aos Planos Superiores se assim o desejares, como bem diz Platão: “Semelhante a ostra, vives dentro da concha, a qual poderás abrir à Água da Vida, nutrindo-te da vitalidade imortal”.

Somente isso poderás realmente chamar de Verdadeiro. Cor ad cor loqitur… (falar de coração a coração).

Por outro lado, eleva-se a beneficiada personalidade do místico – sua autodisciplina, sua prontidão criadora ao serviço e ao sofrimento, e sua vontade irremovível – a finalidade superior a saber: a força normal do espírito sobre o corpo, força essa por todos possuída.

O estado contemplativo parece dinamizar a vida, resultante do descobrimento de graus mais profundos de personalidade. O “Eu” bebe das fontes que vivem e se alimenta do Universo.

O verdadeiro entusiasmo é uma total superação da vida. Nisso parece haver lugar para um contato de forças com a Verdade, sendo depois o sujeito, muito mais real. “Muitas vezes” – dizia Santa Tereza – “volta a saúde ao doente porque o êxtase das novas forças, algo imenso, foi dado à alma”. Foi efetuado um contato com um Superior plano da existência, que a rotina diária não abrange. Desse fator resulta a extraordinária força de perseverança e independência das circunstâncias externas que os grandes êxtases, muitas vezes, desenvolvem.

(Publicado na revista Rays from The Rose Cross, Evelyn Underhill, traduzida por F.P. Preuss e publicada na Revista Serviço Rosacruz de fev. /73 )

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Estar Receptivo

Estar Receptivo

Entre as várias instruções que são dadas pela Filosofia Rosacruz, encontramos sempre as que nos dizem: “orar constantemente” – “Estar receptivo à Força Curadora do Pai” – “Faça-se a Tua Vontade e não a minha”.

Quando nos é dito: “Orar constantemente”, compreendemos ser uma referência ao alimento que devemos dar ao nosso Cristo Interno, o Cristo que habita em nós. O eterno que está dentro de nós deve ser alimentado com o nosso trabalho diário; com a responsabilidade pelos deveres assumidos; com amor, perdão e alegria; com o encanto para o bem; com o respeito aos reinos da natureza; com o cultivo das artes; com os sentimentos positivos; com o conhecimento aplicado, com todas as manifestações de Deus. Quando nos é dito: “Estar receptivo”, compreendemos ser uma referência a estarmos abertos, preparados, dispostos para receber a Força Curadora do Pai. Para que o sol entre em um ambiente é necessário abrir a janela, assim como para receber um cumprimento é necessário estender e abrir a mão. É o estar receptivo a algo que nos vai favorecer, que realmente desejamos – é o esforço que temos de fazer, é a nossa própria participação no caso.

Quando nos é dito: “Faça-se a Tua vontade e não a minha”, estamos colocando toda a nossa fé e confiança na Sabedoria do Pai, pois não sabemos os desígnios que nos foram reservados e o porquê do nosso sofrimento. Mas sabemos que em todo o mal há sempre um bem em gestação e a força do nosso pedido, a sinceridade das nossas intenções pode, muitas vezes, modificar uma condição de sofrimento.

A força que nos leva a Deus é a e o ato de integrar-se na espiritualidade, é um ato tranquilo, de puro amor e confiança. O processo é interno e íntimo.

Deus é amor e através dele é que atingimos a plenitude de nossa consciência e evolução.

Que a paz de Deus e as doces bênçãos divinas encontrem, em cada um de nós, a receptividade e o alimento para permanecerem.

(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 10/85 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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Pergunta: Quando o espírito está para renascer, extraiu para si a matéria mental e penetrou no Mundo do Desejo, não estará novamente no Purgatório?

Pergunta: Quando o espírito está para renascer, extraiu para si a matéria mental e penetrou no Mundo do Desejo, não estará novamente no Purgatório?

Resposta: A pergunta reflete que o estudante não entendeu exatamente o que constitui o Purgatório. O Purgatório encontra-se nas regiões inferiores do Mundo do Desejo, mas essas regiões não são o Purgatório para aqueles que nada têm para ser purificado. Os desejos inferiores do homem são formados pela matéria de desejos dessa região e, como não podem ser satisfeitos, o homem sofre. Além disso, lá a força de repulsão é suprema, e quando o Ego passa para o Mundo Celestial, tem gravadas no seu corpo de desejos as imagens dos maus atos que cometeu.

Essas imagens são formadas também pela grosseira matéria de desejos, porque foram geradas pelas paixões do homem na época em que cometeu o mau ato que representam, e a força centrífuga da repulsão procura expeli-las de sua constituição. É o processo de extirpá-las que causa a dor experimentada. Quando, por outro lado, o Ego passa por esta região na sua caminhada para o renascimento, a força centrípeta da atração traz nova matéria de desejos que se incorpora nele. Por isso, não é o Purgatório, absolutamente. Nem é o Purgatório para os Auxiliares Invisíveis que circulam entre os espíritos enclausurados, empenhando-se em ajudá-los a aprender as lições que os tornarão melhores homens e mulheres. Somente onde o mal deve ser expurgado por um espírito, e que este sente essa região como Purgatório.

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Os Dani e o Sexo

Os Dani e o Sexo

“A tribo Dani, composta por aborígenes de Nova Guiné, é um estranho caso de comportamento humano, pois contradiz um dos mais fortes instintos da natureza – o sexo. Os ‘danis’ se interessam bem pouco pelo sexo. Durante toda a sua vida se dedicam a outras atividades, para grande espanto dos cientistas que estudam sua civilização e costumes. “.

“Um casal Dani realiza comedidamente suas relações conjugais. Só as inicia após dois anos de convivência. Como regra geral, abstém-se de relações durante cinco anos, após o nascimento de cada filho. “

“Esses inteligentes indígenas não conversam sobre sexo nem se manifestam frustrados pela abstinência sexual. O professor Karl G. Heider, da Universidade de Carolina do Sul, conviveu diversos anos com os Danis e acredita que tais fatos “têm importantes implicações para nossa compreensão do comportamento sexual humano. “

“Segundo Heider, essa descoberta parece desafiar a teoria de Freud, segundo a qual existe em todos os seres humanos certa quantidade de energia psicológica que se expande de uma forma ou outra: ou nas atividades sexuais ou na violência (guerra) ou em criações artísticas ou científicas. “

“Esclarecemos que os Danis são fortes, corajosos e gozam de excelente saúde. Às vezes lutam com tribos vizinhas, mas o fazem sem o ódio e agressividade, que são as características da maioria dos outros povos. O adultério é quase desconhecido entre eles e a abstinência sexual não parece torná-los insatisfeitos. “

“O prof. Heider se pergunta: ‘Os Dani terão de aprender de nossa sociedade, ou, pelo contrário, deveremos nós seguir o seu exemplo? “

É louvável o esforço dos cientistas e lamentável que fiquem condicionados à ciência acadêmica, limitada pelas estreitas possibilidades comuns. Se o dr. Heider se desse à abertura de ler um pouco da Filosofia Rosacruz, poderia encontrar uma clara resposta à sua dúvida.

A deturpação sexual é um vício profundamente arraigado na raça humana em geral; um ignorante hábito, bem antigo. Como sabemos do enorme poder do hábito, não recomendamos violentas e súbitas mudanças, que podem ocasionar recalques e frustações piores. O método Rosacruz baseia-se na reforma em geral no próprio veículo dos hábitos: o Corpo Vital (ou etérico). Pela persistente e gradual mudança de hábitos, para melhor (segundo as revelações mais elevadas que recebemos por Max Heindel), buscamos efetivar a transformação de modo racional e equilibrado.

Que é o ideal na questão sexual?

O apontado pela Bíblia: o sexo deveria ser utilizado apenas na fecundação, do modo mais puro possível, para gerar corpos puros, sem paixão, que leva a semente da discórdia e da enfermidade.

Após a fecundação, os atos sexuais, carregados de paixão, causam perturbações vibratórias e fazem sofrer a criança que se forma no ventre da mãe. Diríamos que é melhor fazer a abstinência sexual durante a gestação do que após o nascimento. No entanto, no caso da mãe amamentar o filho (já se vai tornando raro, infelizmente), também a paixão sexual afeta o leite.

Há uma distância entre o que somos e o que deveremos ser. Mas não devemos perder de vista o ideal, buscando aproximar-nos dele, por um método racional. Os conceitos científicos são muito relativos. Um espiritualista sincero tem possibilidades incomuns. Entretanto, o casamento implica diálogos e nenhuma decisão deve ser imposta unilateralmente. De comum acordo, num fraterno diálogo, a questão sexual deve ser resolvida, sem exageros, senão baseada numa atenta observação das possibilidades internas.

Com as gerações, a verdade se estabelecerá, mostrando que, pelo menos nesse aspecto, os Danis estão mais certos que os “civilizados”.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz dez/76)

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