Arquivo de categoria Filosofia

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Entendendo o porquê a ignorância é a obscuridade do Caos e o conhecimento é a luz do Cosmos

Na densa obscuridade da noite cósmica, relampejava o primeiro estremecimento da vida que, ao despertar, convertia as trevas da negativação em um vago crepúsculo do SER EM DESENVOLVIMENTO.
Vacilantes raios caíam sobre uma estranha forma, que se mantinha solitária entre a nebulosidade das substâncias em turbilhão.

Entre vapores trêmulos de mistérios e com a cabeça aureolada por uma dourada coroa de luz esplendente, ali se encontrava um estranho místico, cuja divina forma apenas se destacava em relevo, contra o fundo sombrio e tenebroso das portas da eternidade, enquanto as trevas fugiam ante os raios que brotavam dessa mística forma, gigantesca e vaporosa…

Esse místico visitante vinha de um Cosmos muitíssimo maior que o nosso, como respondendo a um chamado da Divindade. Havia viajado de estrela em estrela, de um Mundo a outro, de Universo a Universo e em todas as partes Ele era bem conhecido, ainda que sempre permanecesse oculto sob a vestimenta da noite cósmica.

Subitamente as nuvens se abriram e uma torrente de luz desceu por entre as ferventes ondas de energia, banhando esta forma solitária com uma irradiação celestial, que fazia brilhar cada cristal de vapor, como um diamante refletindo o vivente fogo da Divindade.

Duas grandes formas resplandecentes surgiram logo entre as chamas da Luz Cósmica, ladeadas pelas nuvens do Não-Ser. E uma Voz poderosa ressoou pela Eternidade, fazendo vibrar todos os átomos com o Poder do Verbo Criador, enquanto a gigantesca forma vestida de azul se inclinava reverentemente, ante os pés do seu Criador e uma enorme mão surgindo dos Céus deitava esta bênção:

“Dentre toda Criação Eu te escolhi e em ti imprimi o meu brasão; tu és o instrumento escolhido por minhas mãos, eleito para que sejas o Construtor do meu Templo; tu levantarás suas colunas e ladrilharás seus pavimentos, ornamentando-o com metais e serás o Senhor e Mestre dos meus trabalhadores; em tuas mãos colocarei meu planos e aqui, na prancha de traçar, de substância vivente, imprimirei o plano que deves seguir, traçando todas as suas letras e seus ângulos com as ígneas linhas que meu dedo descreverá.

Hiram Abiff, construtor eleito para levantar a casa de teu Pai, vamos: Mãos à Obra! Lá estão as escuras nuvens, a grisalha neblina da aurora que começa, os tênues raios de luz celestial e a densa obscuridade do sono da Criação.
Constrói com todos esses materiais, sem o ressoar de martelos e sem o vozerio dos trabalhadores, o Templo do Teu Deus Eterno nos Céus.

Encadeia o movimento incessante e turbilhonante da negação, para que assim possas polir as tuas pedras.

Entre esses espíritos do “Não-Ser”, esfregarás as tuas limas e estabelecerás os fundamentos; pois, tenho-te observado durante os dias da tua juventude e te guiei nos dias da tua virilidade.

Pesei-te na balança e nada faltava; portanto, dou-te a glória da obra e do trabalho e te ordeno ser construtor de minha casa e dou-te ainda a palavra do Mestre Construtor, entregando-te as ferramentas do ofício.

Dou-te também meu Poder. Sede fiel com todas as coisas e a trazei-me de volta, quando houverdes terminado e te darei o Nome, que somente Deus conhece. Amém. Que assim seja”.

E a grande Luz desapareceu dos Céus enquanto os dedos de Luz Vivente se desvaneciam no crepúsculo tênue e vaporoso, que novamente cobria o “Não-Ser”, com o seu manto de sable.

Hiram, novamente encontrou-se só, contemplando o infinito oceano do esquecimento.

Nada, senão fervente matéria, em toda a extensão que era possível abarcar.

E então, endireitando-se, tomou a prancha de traçar em suas mãos e encerrando em seu coração a Palavra do Mestre, que ainda brilhava e reluzia na obscuridade da noite, Hiram Abiff marchou sobre as nuvens e se desvaneceu nas trevas que absorveram até o último resplendor da Palavra do Mestre.

Como poderia o homem medir a eternidade?

Idades e idades se passaram e o solitário construtor trabalhou somente com o amor e a humildade do seu coração.

As suas mãos iam modelando a obscuridade que abençoava, enquanto seus olhos se elevavam para onde certa vez havia brilhado a Grande Luz.

E nessa divina solidão trabalhou, sem ouvir qualquer voz que o animasse, sem ter nenhum espírito que condenar; só, em meio do Infinito! – Com o rocio da manhã a lhe gelar a fronte, mas com o coração ainda cálido pela Divina Luz da Palavra do Mestre.

Parecia impossível a tarefa: um par de mãos jamais poderia modelar tão profundas trevas. Nenhum coração, por fiel que fosse, poderia ser bastante grande para enviar o vibrante amor cósmico, através da fria neblina do olvido.

A obscuridade cingia-o, cercando-o cada vez mais, e os tenebrosos dedos da negação ameaçavam todo o seu ser e sem embargo, com divina confiança, o construtor prosseguia trabalhando. Com divina confiança estabeleceu os fundamentos e com a ilimitada argila fez os moldes para construir os sagrados ornamentos.

Pouco a pouco foi o edifício crescendo e formas vagas, modeladas pelas mãos do Mestre, se agruparam em seu redor.

O Mestre havia dado forma a três imensas criaturas “sem alma”, seres gigantescos que, na semiobscuridade, pareciam como torvos espectros. Eram três construtores a quem havia abençoado e que agora desfilavam ante Ele.
Hiram, estendendo os braços para sua criação, disse:

“Meus irmãos, fi-los para a nossa obra; formei-os para que trabalheis comigo na construção da casa do Mestre. Sois os filhos do meu ser, tenho trabalhado para vós, trabalhai agora comigo, para a glória do nosso Deus”.

Mas, os espectros riram e voltando-se contra o seu criador golpearam-no com as suas próprias ferramentas, aquelas mesmas ferramentas que lhe foram dadas por Deus nos Céus, e abandonaram o seu grande Mestre agonizante, no meio das suas obras. E a proporção que sangrava ao pé da obra feita por suas mãos, o mártir ergueu os olhos para as ferventes nuvens e, enquanto orava ao Mestre que o tinha enviado, a sua face resplandecia de divino amor e entendimento:

“Ó Mestre e Senhor dos trabalhadores. Grande Arquiteto do Universo. Minhas obras ainda não terminaram. Por que devem ficar sempre sem acabar?

Não completei aquilo que me ordenastes, porque as minhas próprias criações se revoltaram contra mim e as ferramentas que Tu me destes serviram só para destruir-me!

Os filhos que eu formei com tanto amor, em sua ignorância me assassinaram!

Aqui está – Ó, meu Pai! A Palavra que Tu me destes tingida ainda com o meu próprio sangue!

Ó Mestre! Eu T’a devolvo porque a tinha conservado sagrada em meu coração.

Aqui estão as ferramentas, prancha de traçar e os vasos que fundem meu redor estão as ruínas do Templo que tenho de deixar.

A Ti – Ó Deus! Que conheces todas as coisas, eu devolvo tudo, compreendo que no seu devido tempo está o cumprimento de todas as coisas.

Tu Senhor! Que sabes das nossas quedas e soerguimentos; Tu, Senhor, que conheces os nossos pensamentos; Em Teu Nome tenho trabalhado, e por Tua Causa – Ó meu Pai morro, como Teu construtor leal e fiel”. E o Mestre caiu com a face dirigida para o céu, na qual a morte deixou estampada uma suave expressão de doçura, enquanto a luz que brotava do seu rosto se extinguia lentamente.

Nuvens cinzentas se amontoaram em seu redor, como se pretendessem envolver por completo e para sempre, o Mestre assassinado.

Subitamente, os Céus se abriram outra vez, e um grande resplendor, descendo, rodeou a forma de Hiram, banhando-a agora, com uma luz celestial, enquanto novamente a Voz assim falou, desde onde o Grande Rei estava sentado sobre as nuvens de saudação:

“Não está morto; está somente adormecido.

Quem o despertará?

Suas obras ainda não estão terminadas, mas na morte ele guarda as sagradas relíquias, com mais zelo que antes; a Palavra e a Prancha de traçar são suas, porque Eu as lhe dei.

Deve ele assim permanecer adormecido até que esses três que o assassinaram, façam-no tornar novamente à vida, porque todo erro deve ser corrigido, e os destruidores de minha casa terão que trabalhar em lugar do seu construtor, “até levantar o Mestre de entre os mortos”.

Os três assassinos caíram de joelhos e elevaram suas mãos para os Céus, como para ocultar a Luz que punha o seu crime a descoberto, exclamando:

“Ó Senhor! Grande é o nosso pecado, porque assassinamos o nosso Grande Mestre Construtor Hiram. Abiff!
Justo é o Teu castigo e já que o assassinamos, dedicaremos agora nossas vidas para a sua ressurreição.

O primeiro ato foi a nossa debilidade, o segundo será nosso sagrado dever”.

“Assim seja” – respondeu a Voz do Céu. E a grande Luz desvaneceu-se. As trevas e as nuvens ocultaram o corpo do Mestre assassinado que foi absorvido pela absoluta obscuridade, não deixando nenhum vestígio do local onde jazia o Construtor.

“Ó Deus! ” – gritaram então, os três assassinos: “onde encontramos agora o nosso Mestre?”

E a grande Mão surgiu novamente do Infinito Invisível e lhes foi dado uma lamparina de azeite, cuja chamazinha ardia silenciosa e claramente, na densa obscuridade circundante.

“Com esta luzinha que agora vos dou, buscai aquele a quem assassinastes”.

E as três formas rodearam a luz e se inclinaram em fervorosa oração de gratidão, por essa dádiva, que os iluminaria pela densa obscuridade do seu caminhar imenso.

Em alguma parte, nas regiões do “Não-Ser”, a Grande Luz falou uma voz como de trovão, cujo som enchia o caos: “Saiu como flor e foi cortada Fugiu como uma sombra e não continuou.

Assim como as águas desapareceram do mar e a inundação desceu e tudo secou. Assim o homem caiu e não mais se levantou”.

“Mas tenho compaixão pelos filhos da minha criação, e por isso, os consolarei nos tempos de tribulação e salvá-los-ei com a salvação eterna”.

“Buscai onde está o raminho quebrado e onde apodrece a vara seca; onde as nuvens se aglomeram e onde as pedras se acumulam nas faldas das colinas, porque todas essas coisas assinalam o túmulo de Hiram, que levou minha vontade até o túmulo”.

“Esta Eterna busca será a vossa, até que tenhais encontrado o Construtor, até que o cálice dê o seu segredo, até que o túmulo dê seus fantasmas”.

“Não vos falarei mais, até que tenhais encontrado e erguido o meu amado filho; até que tenhais escutado as palavras do MEU MENSAGEIRO e, com ELE como guia, houverdes terminado a construção do Templo, que então será habitado por Mim. – Assim seja”.

A aurora ainda dormia nos braços da obscuridade, e no grande mistério do “Não-Ser” tudo era silêncio absoluto. E nessa tênue aurora, como estranhos fantasmas de um pesadelo, três figuras continuavam a vagar sobre o grande DESCONHECIDO, conduzindo, em suas mãos, a lamparina que lhes havia dado o Pai do seu construtor.

E assim, eternamente, vagam em busca de um silencioso túmulo, sobre uma raminha e uma pedra, sobre uma nuvem e uma estrela, parando de vez em quando para explorar as profundidades de algum místico recesso, rogando para serem liberados de sua infindável busca, ainda que vinculados ao seu eterno voto de levantar o Construtor, que tinham assassinado, cujo túmulo devia estar marcado pela raminha quebrada e cujo corpo havia sido colocado provavelmente, em algum canto, envolto no alvo sudário da morte, sobre a eterna colina.

Ouço uma voz que me grita desde toda flora e fauna, desde todas as pedras, desde todas as nuvens, desde o próprio Céu.

Cada ígneo átomo que vibra no Cosmos grita-me com a voz do meu Mestre.

Posso ouvir a Hiram Abiff, meu grande Mestre, chamando-me em agonia, na agonia da vida que se oculta dentro da obscuridade dos muros da sua prisão, lutando por essa expressão que eu mesmo lhe tenho negado, lutando e trabalhando para abreviar o dia de sua liberação. E agora aprendi a conhecer que eu sou o criador daqueles muros, com minhas ações diárias que são as coisas com que os malvados e os traidores estão assassinando o meu Deus.”

Os três assassinos de Hiram que o golpearam com as ferramentas do seu próprio ofício, até que o mataram destruindo o Templo sobre suas próprias cabeças, simbolizam as três expressões de nossas naturezas inferiores que em verdade, são os assassinos de tudo que de bom existe em nós, pervertendo-o tão depressa como tratamos de manifestá-lo.

Estes três assassinos são: “o pensamento, o desejo e a ação”. Uma vez purificados e transmutados, se convertem nos três gloriosos canais através dos quais se podem manifestar a “vida” e o poder” dos três reis, os resplandecentes construtores da GRANDE LOJA CÓSMICA, que se manifestam neste mundo como “pensamento espiritual, emoção construtiva e diária atividade”, úteis nos diversos lugares e posições em que nos encontrarmos enquanto levamos a cabo a obra do Mestre.

Quando o ser humano puder modelar seus pensamentos, emoções e ações como fiéis expressões dos seus mais elevados ideais, então terá conquistado a liberação, PORQUE A IGNORÂNCIA É A OBSCURIDADE DO CAOS E O CONHECIMENTO É A LUZ DO COSMOS.

(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 03/73 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Qual parte do Espírito Tríplice constitui o Eu Superior? Será o Espírito Divino? Afirma-se no “CONCEITO” que o Espírito Humano é o Ego. O Espírito de Vida não é uma parte do Ego? O Ego inteiro fica no plano físico durante a vida terrena, ou somente parte dele, conforme o ensinamento hindu?

Pergunta: Qual parte do Espírito Tríplice constitui o Eu Superior? Será o Espírito Divino? Afirma-se no “CONCEITO” que o Espírito Humano é o Ego. O Espírito de Vida não é uma parte do Ego? O Ego inteiro fica no plano físico durante a vida terrena, ou somente parte dele, conforme o ensinamento hindu?

Resposta: O Eu superior é o Espírito Tríplice: o Espírito Divino, o Espírito de Vida e o Espírito Humano, mas não se deve conceber esses três como separados um do outro. O Espírito é indivisível, como a luz branca que vem do Sol através do espaço interplanetário, mas da mesma forma que a luz pode ser refratada em três cores primárias – azul, amarelo e vermelho – ao atravessar a atmosfera mais densa da Terra, o Espírito Virginal também aparece como sendo tríplice durante a manifestação, devido a estar rodeado por envoltórios de matéria de densidade variável.

Quando envolto apenas na substância do Mundo do Espírito Divino, é o Espírito Divino; quando o Espírito Divino recebe em acréscimo um envoltório de material oriundo do Mundo do Espírito de Vida, torna-se o Espírito de Vida; e quando, finalmente, é revestido na matéria da Região do Pensamento Abstrato, torna-se o Espírito Humano – o Ego. É por isso que o Espírito Virginal, enredado nessas três camadas de matéria, está apartado de toda consciência de seu Pai Divino e, estando tão encoberto pela matéria que não consegue mais ver as coisas do ponto de vista cósmico ao atingir o exterior, ele volta sua consciência para dentro e vê-se separado e isolado de todos os outros. Por isso, ele é um Ego – um indivíduo. Nesse ponto nasce o egoísmo, e começa a busca individual.

Quando o Espírito Humano atrai ao redor de si, para uma melhor expressão, os veículos inferiores e mais concretos – a Mente, o Corpo de Desejos, o Corpo Vital submergindo neles e mesmo descendo até o Mundo Físico, ele adquire novamente a consciência das coisas externas. A partir daquele momento, tendo perdido o conhecimento do Mundo de Deus, de onde veio originalmente, ele começa a conquistar o mundo físico e a dominá-lo para atingir seus próprios fins.

Neste aspecto, ele difere radicalmente dos Espíritos dos outros três reinos – mineral, vegetal e animal. O Espírito-Grupo do reino mineral desceu apenas até a Região do Pensamento Abstrato. Por essa razão, a consciência do mineral assemelha-se ao estado mais profundo de transe. O Espírito-Grupo do reino vegetal desceu para a Região do Pensamento Concreto. Por isso, a consciência do reino vegetal assemelha-se à que possuímos no mais profundo sono sem sonhos. Os Espíritos-Grupo dos animais são encontrados no Mundo do Desejo, que está próximo ao mundo em que vivemos. Consequentemente, a consciência do animal é uma consciência interna pictórica, semelhante àquela que temos nos sonhos, sendo as imagens enviadas pelos Espíritos-Grupo aos animais para que se grave neles o que têm de fazer sob determinadas circunstâncias. Aquilo que chamamos de instinto é, portanto, a sabedoria dos Espíritos-Grupo que se imprime no animal para que este saiba agir. Somente o Espírito Humano, em todos os reinos de vida em evolução na Terra, é um Ego individualizado, e habita os veículos que estão reunidos no mundo físico durante as horas de vigília do dia. Desse modo, atingimos a consciência desperta, e assim tornamo-nos totalmente cientes e despertos para todas as coisas pertencentes ao mundo no qual, então, atuamos e onde somos capazes de usar a nossa própria razão, expressar os nossos desejos e emoções, e agir segundo as diretrizes do nosso Eu individual Superior – o Espírito Interno, o Ego.

(Perg. 153 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Evangelho de São João: o que mais aclara o ponto central da involução para a evolução

O Evangelho de São João: o que mais aclara o ponto central da involução para a evolução

O Cristianismo desempenha um papel único, incisivo e capital na história da humanidade. É de certa forma, o ponto central de retorno entre a involução e a evolução. Daí que sua luz seja tão resplandecente.

Em nenhuma parte, se encontra esta luz tão viva como no Evangelho de São João. E, em verdade, pode dizer-se que é nele tão somente que aparece com toda sua força.

No entanto, não é assim que a teologia contemporânea concebe este Evangelho.

Do ponto de vista histórico, ela o considera como inferior aos três Evangelhos sinóticos, e até há quem o suspeite de apócrifo. O mero fato de que sua redação tenha sido atribuída ao segundo século depois de Jesus Cristo, fez com que os teólogos e as escolas de crítica o considerassem uma obra de poesia mística e de filosofia alexandrina. 

Em compensação, o Ocultismo considera o Evangelho de São João de modo muito diferente.

Durante a Idade Média existiu uma série de fraternidades que viram no Evangelho de São João o seu ideal e a fonte principal da verdade cristã. Essas fraternidades chamavam-se, os Irmãos de São João, os Albigenses, os Cátaros, osTemplários, os Rosacruzes. Todos eram ocultistas práticos e faziam deste Evangelho sua Bíblia. Pode admitir-se que as lendas do Santo Graal, de Parsifal e de Lohengrin tenham saído dessas fraternidades, como sendo a expressão das suas doutrinas secretas.

Todos esses irmãos de diversas Ordens consideravam-se os precursores de um cristianismo individual, do qual possuíam o segredo, e cujo pleno desenvolvimento e florescimento estavam reservados ao futuro. E este segredo só era encontrado no Evangelho de São João.

Encontravam ali uma verdade eterna, aplicável a todo os tempos, uma verdade que regenerava a Alma totalmente, desde que fosse vivida nas profundidades do próprio ser. Não se lia, então, o Evangelho de São João como se fosse um escrito literário, mas como servindo de instrumento místico. A fim de compreendermos aquela verdade eterna, teremos que nos abstrair momentaneamente do seu valor histórico.

Os primeiros quatorze versículos deste Evangelho, representavam para os Rosacruzes, objeto de uma meditação quotidiana e de um exercício espiritual.

Atribuía-lhes um poder mágico que realmente tem, para os ocultistas. Eis aqui o efeito que produzem, pela repetição constante, sem se cansar: feita sempre à mesma hora e todos os dias, se obtém a visão de todos os acontecimentos que conta o Evangelho podendo serem vividos interiormente.

É assim que, para os Rosacruzes, a Vida de Cristo significava o Cristo ressuscitando do fundo de cada Alma. Ademais, criam, naturalmente na existência real e histórica de Cristo, porque, conhecer o Cristo interior, significa reconhecer igualmente, o Cristo exterior.

Um espírito materialista poderia dizer atualmente: O fato de que os Rosacruzes tenham tido essas visões, prova porventura, a existência real de Cristo? A isso responderia o ocultista: – Se não existisse o olho para ver o Sol este não existiria, mas se não houvesse o Sol no céu, tão pouco poderia existir o olho para vê-lo, posto que foi o Sol que construiu o olho no decurso dos tempos para que pudesse perceber a luz. Similarmente, o Rosacruz diria: – o Evangelho de São João desperta os sentidos internos, porém, se não existisse um Cristo vivente, seria impossível fazê-lo viver dentro de si mesmo.

A Obra de Jesus Cristo não pode ser compreendida em sua imensa profundidade, a não ser estabelecendo as diferenças entre os antigos mistérios e O Mistério Cristão.

Os mistérios antigos celebravam-se em Templos-escolas. Os Iniciados, pessoas que haviam despertado, tinham aprendido, igualmente, a obrar sobre o seu corpo elétrico e, portanto, eram “duas vezes nascidos”, porque sabiam ver a verdade de dois modos: diretamente pelo sono e pela visão astral, e indiretamente, pela visão sensível e lógica. A Iniciação pela qual tinham que passar se chamava: Vida, Morte e Ressureição. O Discípulo passava três dias no túmulo, em um sarcófago, dentro do Templo; seu espírito ficava liberto do corpo, porém, ao terceiro dia, respondendo à voz do Hierofante, seu espírito voltava para o corpo, retornando dos confins do Cosmos donde conhecera a Vida Universal.

E assim, transformado, era “duas vezes nascido”.

Os maiores autores gregos falaram com entusiasmo e sagrado respeito destes mistérios.

Platão chegara a afirmar que somente o Iniciado merecia o qualificativo de “homem”. Mas, esta Iniciação encontrou em Cristo, o seu verdadeiro coroamento. O Cristo é a Iniciação condensada na vida suprassensível, assim como o gelo é água solidificada. O que se via nos mistérios antigos se realizava historicamente, em Cristo, no mundo físico. A morte dos Iniciados não era mais que uma morte parcial no Mundo Etérico. A morte de Cristo foi uma morte completa no Mundo Físico.

Pode considerar-se a ressurreição de Lázaro como um momento de transição, com um passo da Iniciação antiga para a Iniciação Cristã.

No Evangelho de São João, o próprio João só aparece depois de se mencionar a morte de Lázaro.

“O Discípulo que Jesus amava”, era, também, o maior dentre todos os Iniciados. Foi aquele que passou pela morte e a ressurreição, e que ressuscitou ante a voz do próprio Cristo.

João é o Lázaro “saído” do túmulo depois de sua Iniciação. Já São João vivera a morte de Cristo”. Tal é a mística via que se oculta nas profundidades do Cristianismo.

As Bodas de Canaã, cuja descrição se lê igualmente neste Evangelho, encerram um dos mais profundos mistérios da história espiritual da humanidade. Referem-se às seguintes palavras de Hermes: “Oque está acima é igual ao que está abaixo”. Nas Bodas de Canaã, a água se transformava em vinho. A este fato dá-se um sentido simbólico e universal, que é o seguinte: no culto religioso o sacrifício da água era substituído, por algum tempo, pelo sacrifício do vinho.

Houve um tempo, na história da humanidade, em que não se conhecia o vinho.

Só nos tempos “védicos” conheciam-no. Pois bem, enquanto o homem não bebera líquido alcóolicos, a ideia das existências precedentes e da pluralidade das vidas, era uma crença universal, da qual ninguém duvidava.

Desde que a humanidade começou a beber vinho, a ideia da reencarnação foi-se obscurecendo rapidamente, acabando por desaparecer de todo da consciência popular. E tão somente os Iniciados conservaram-na, porque se abstinham de beber vinho.

O álcool exerce sobre o organismo uma ação particular, especialmente sobre o Corpo Etérico, onde se elabora a memória, O álcool veda esta memória, obscurecendo-a em suas profundidades íntimas. O vinho faz procurar o esquecimento segundo se diz, porém, não é somente um esquecimento superficial e momentâneo, senão um esquecimento profundo, duradouro; um obscurecimento verdadeiro da forçada memória no Corpo Etérico. Por este motivo, quando os homens começaram a beber vinho, foram perdendo pouco a pouco, o sentimento espontâneo da reencarnação ou renascimento.

A crença no renascimento e na lei do Destino Maduro, tinha uma influência poderosa, não só sobre os indivíduos, como sobre o seu sentimento social. Esta crença fazia-lhes aceitar a desigualdade das condições humanas e sociais. Quando o infeliz obreiro trabalhava nas Pirâmides do Egito, quando o hindu da última casta esculpia os templos gigantescos no coração das montanhas, dizia-se que outra existência o recompensaria pelo trabalho suportado.

Que seu amo já havia passado por provas similares, se era bom, ou que passaria mais tarde por outras mais penosas, se era injusto e mau.

Ao aproximar-se o Cristianismo, a humanidade tinha que atravessar uma época de concentração sobre a obra terrestre. Era-lhe necessário trabalhar para o melhoramento da vida, pelo desenvolvimento do intelecto, do conhecimento racional e científico da Natureza. A consciência da reencarnação devia, pois, perder-se durante dois mil anos, e o que se empregou para obter um tal objetivo foi o vinho.

Tal é a origem do culto de Baco, deus do Vinho e da embriaguez (forma popular do Dionísio dos Antigos Mistérios que, entretanto, possui outro sentido). Tal é, também, o sentido simbólico das Bodas de Canaã. A água servia para os antigos sacrifícios, e o vinho para os novos.

As palavras de Cristo: “Felizes aqueles que não viram e que, entretanto, acreditaram”, se aplicam à nova era em que o homem entregue por completo à sua obra terrestre, não tinha a lembrança das suas vidas anteriores, nem a visão direta do Mundo Divino.

O Cristo nos deixou um testamento na cena do Monte Tabor, naTransfiguração que teve lugar diante de Pedro, Tiago e João. Os discípulos viram-no entre Elias e Moisés. Elias representava o CAMINHO DA VERDADE; Moisés a VERDADE mesma, e o Cristo a VIDA que resume ambas. Por isto só ELE podia dizer: “EU SOU O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA”.

Assim, tudo se resume e se concentra, tudo se aclara e se intensifica, tudo se transfigura em Cristo, o Evangelho de São João remonta o passado da Alma Humana, até sua mesma fonte, e prevê seu futuro até sua confluência com Deus, porque o Cristianismo não é somente uma força do passado, mas também, uma força do futuro.
Com os Rosacruzes, o novo ocultismo ensina a buscar o Cristo Interior em cada homem, e o Cristo futuro em toda a Humanidade.

(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 03/73 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Pureza em pensamentos e sentimentos: será que sempre acompanham os nossos atos aparentemente bons?

A Pureza em pensamentos e sentimentos: será que sempre acompanham os nossos atos aparentemente bons?

A palavra “Pureza” tem tido, através dos tempos, quase que um significado próprio para cada pessoa. Muitos a concebem somente relacionada ao sexo e assim ela somente existe em relação ao 6º Mandamento.

Contudo uma pureza apenas periférica não nos faz evoluir. Se esta não for consequência de uma pureza interna; quase podemos dizer que será apenas questão de costumes e não de princípios.

Cristo, no Sermão da Montanha disse taxativamente: “Bem-aventurados os puros de coração porque eles verão a Deus”.

Ensinamentos esotéricos nos dizem ser a pureza “a única chave com a qual o aspirante à vida superior pode abrir a porta que conduz a Deus”.

Para os que desejam realmente seguir o Cristo, a Pureza não pode ser somente “para uso externo”. Em Mc 6:18-23, encontramos, entre outras coisas o seguinte: “O que mancha o homem, não é o que entra pela boa, mas o que sai do coração”. A nosso ver, o “entrar pela boca”, engloba todo o exterior porque o que vem de fora somente nos prejudica ao alcançar o interior. A mesma coisa vista ou ouvida por várias pessoas perturba ou edifica apenas as que internamente respondem ao estímulo, quer positiva, quer negativamente.

Meditando sobre a bem-aventurança já citada, verificaremos que é a impureza, em suas diferentes formas, que nos impede de vermos a Deus, ou melhor, de chegarmos ao Deus que está em cada um de nós. Interpondo-se entre Deus e nós, é a única responsável pela nossa lentidão no caminho da perfeição.

Assim como antes de arrumar uma sala temos de limpá-la totalmente, antes de começar a escalada do progresso temos de procurar deixar de falhar. Num ambiente impuro, dificilmente conseguiremos progredir, pois essa impureza nos impedirá de fazê-lo. Mas não nos esqueçamos de que esse ambiente de pureza tem de ser mais interior que exterior e que, se quisermos modificar o que nos rodeia,temos que primeiramente modificar a nós mesmos.

Essa mudança interior somente nos vem através de uma vigilância contínua. Agir com retidão aparentemente é o mais fácil. Como nossas ações geralmente envolvem os outros, somos praticamente policiados pelos demais, em nossos atos, e recebemos as reações que os mesmos provocam. Mas, e os pensamentos e sentimentos? Será que sempre acompanham os nossos atos aparentemente bons? E é isso que também conta no caminho da perfeição que começamos a trilhar. Cristo falava constantemente da impureza interna, inclusive com bastante indignação como foi no episódio no qual chamou os fariseus de “sepulcros caiados”.

Realmente não é fácil nos tornarmos verdadeiramente puros de coração. O nosso eu inferior volta e meia leva vantagem e, quando acordamos, já falamos, pensamos e sentimos maldosamente.

Se nos propusermos a levar a sério a parte espiritual é porque realmente queremos ver e conviver com o Deus interno que está dentro de cada um de nós. Mesmo não sendo nada fácil, poderemos, com sua ajuda e através de meditação e oração, nos libertarmos cada vez mais das impurezas de pensamentos, sentimentos, palavras e atos, porque, à medida que formos afastando de nós essas impurezas, conseguiremos mais nitidamente ver e sentir o nosso Cristo Interno.

(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 10/79 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Críticas ao Cristianismo Popular, como se já estivessem acima dos seus ensinamentos Cristãos

Críticas ao Cristianismo Popular, como se já estivessem acima dos seus ensinamentos Cristãos

Em uma de suas cartas aos estudantes, Max Heindel lamenta profundamente o fato de muitas pessoas criticarem o cristianismo popular, alegando lhe faltar uma concepção mais racional do universo. Hoje em dia o panorama não deixa de ser outro. Até mesmo alguns estudantes de ocultismo referem-se desdenhosamente às seitas cristãs. Revelam, dessa forma, uma ignorância sem tamanho, evidenciando desconhecer os princípios mais elementares que regem a evolução.

Os Períodos de Saturno, Solar, Lunar e Terrestre se constituíram em degraus no progresso do espírito. As Idades, Épocas e Revoluções, com suas características, são, por assim dizer, degraus menores ou sub-degraus.
Cada uma dessas fases encerra condições específicas, diferentes, às quais o ser evoluinte deve adaptar-se, haurindo as experiências necessárias ao seu desenvolvimento global. Contudo, nem todos os espíritos adaptam-se facilmente às novas condições. Alguns atrasam-se em relação aos demais.

Outros chegam quase a perder contato com sua própria onda de vida. Nem todos se encontram no mesmo estágio evolutivo. Até meados da Época Atlante, o ser humano ainda não se encontrava individualizado, isto é, não tinha consciência de si mesmo como um indivíduo, um ser diferente dos outros.

No entanto, já se tornava patente um desnível evolutivo. A onda de vida humana dividia-se em pioneiros, comuns e atrasados.

Face a tudo isso, é lógico supor-se que em nossos dias, com a individualização maciça dos seres humanos, surgiria uma multivariedade de caracteres; maneiras de sentir, agir e pensar diferentes; tipos físicos distintos, etc.
Para os educadores e pedagogos, constitui árdua tarefa, cercada de imensa responsabilidade, orientar e transmitir conhecimentos a um grupo heterogêneo de crianças. Atualmente, em nossas escolas, elas são classificadas e recebem ensinamentos conforme o seu Q. l. (Quociente de lnteligência). Porém, não é somente este fator o único a ser considerado na formação de homogêneas classes escolares. Há os fatores etários, idiossincrásicos, etc. Cada aluno deve receber o conhecimento que é capaz de assimilar. Nada mais.

As religiões também são escolas. Orientam. Propõem normas de vida.

Prescrevem hábitos. Preservam padrões éticos. Visam a manter o equilíbrio na sociedade e na família.

E como exercem sua influência sobre os indivíduos? Algumas atemorizando-os com a ideia de céu ou inferno.

Outras, mais racionais, pregam a existência de Deus em espírito e verdade. O Cristianismo Esotérico, a religião do futuro, procura despertar a consciência da divindade interna, do Cristo em formação no âmago de cada um.

Tudo isso tem lógica. Não se pode ministrar ensinamentos espirituais muito elevados a quem não está suficientemente amadurecido para compreendê-los e aplicá-los em sua vida prática. Seria o mesmo que atirar pérolas aos porcos. Quem não tem maturidade interna deve ser orientado de outra maneira. Para conter-lhe os excessos, às vezes só mesmo o temor.

É um recurso válido para que se abstenha de praticar o mal. Gradativamente evoluirá, até compreender sua responsabilidade.

São muitas as seitas cristãs populares. Cada uma com sua denominação própria e certas peculiaridades, representa um degrau apropriado a alguns seres que, não poderiam, pelo menos por enquanto, receber outra orientação mais eficiente e adequada ao seu adiantamento. A medida que despertam para mais amplas verdades, vão procurando escolas mais avançadas.

Expressar-se, portanto, com desdém em relação a toda e qualquer religião, constitui não só uma falha de caráter, mas uma prova de ignorância.

(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 03/73 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Os tipos sanguíneos têm interferência na evolução da Fraternidade Universal, haja visto que o sangue de um animal superior ao ser injetado num inferior o mata, e do inferior injetado no superior não faz isso como está no Livro Conceito Rosacruz do Cosmos?

Pergunta: Os tipos sanguíneos têm interferência na evolução da Fraternidade Universal, haja visto que o sangue de um animal superior ao ser injetado num inferior o mata, e do inferior injetado no superior não faz isso como está no Livro O Conceito Rosacruz do Cosmos?

Resposta: Os tipos sanguíneos não têm interferência na evolução da Fraternidade Universal. O que ocorre é que, como sabemos, o sangue é o veículo do Ego. É por meio dele que cada um de nós controlamos o nosso Corpo Denso. É um dos produtos mais elevados do nosso Corpo Vital. A questão do “sangue de um animal superior ao ser injetado num inferior o mata, e do inferior injetado no superior não faz isso”, é porque o animal superior (via o seu Espírito-Grupo) já tem controle total do seu sangue (por meio do calor que o Ego impõe, adequadamente ao funcionamento do Corpo), enquanto que o animal inferior (também via, o seu Espírito-Grupo) ainda não tem. Assim, o sangue de um animal superior já está mais adequado a ser controlado pelo Ego. Quando esse sangue é injetado em um animal inferior, o Ego não sabe como trabalhar com esse sangue, além do sangue do animal superior trazer parte do seu espírito que tentará dominar o corpo do animal inferior. Se for em pouca quantidade ele consegue até expulsar esse sangue, senão ele morre, pois, o espírito, contido no sangue do animal superior, procurando se afirmar, mata a forma que o aprisiona e liberta-se. Já no animal superior, quando se injeta um sangue de um animal inferior, sabe o que deve fazer para tornar esse sangue adaptado ao seu controle e guia, pois, o espírito no sangue do animal superior é mais forte do que o espírito do menos desenvolvido.

Com relação aos tipos sanguíneos, entre os seres humanos há os doadores universais (tipo O) e há os receptores universais (tipo AB), os de tipo AB seriam mais evoluídos?

Após a primeira vinda do Cristo, quando Ele rasgou o véu do Templo, quando Ele nos deu a conhecer a Religião unificadora Cristã, quando Ele inaugurou a fase da nossa busca pela Fraternidade Universal, acabou a questão que tínhamos do relacionamento do sangue com os Espíritos de Raça – e, obviamente, com as Religiões de Raça. Pois lembremos que os Espíritos de Raça nos controlavam por meio do ar que respirávamos, e que via oxigenação do sangue nos pulmões, tinham acesso a nós. Era por isso que a endogamia era obrigatória naqueles tempos (“filhos de Deus que se casaram com as filhas dos homens”). Com a primeira vinda do Cristo foi inaugurada a “miscigenação das raças”, e hoje somos testemunhas oculares do bem que isso está trazendo para todos nós. Pela mistura de sangues obtida no matrimônio de indivíduos de diferentes tribos ou nações, os guias da humanidade ajudam-nos a desprendermo-nos, gradualmente, dos espíritos de família, de tribo ou de nação.

Logicamente há irmãos e irmãs que ainda têm lições a aprender sob o jugo das Religiões de Raças (o último resquício desses tipos de lições é o famoso “espírito de família”). No caso desses irmãos e irmãs e da necessidade dessa aprendizagem: ou nascem em locais no globo terrestre onde a influência ainda persiste, não como existia até a primeira vinda de Cristo, ou se desgastam em manter uma aura de sentimentos, emoções e desejos que lhes ajudem na aprendizagem. Seja como for, o desgaste nos seus Corpos é imenso. Como consequência, só conseguem aprender pela dor, pelo sofrimento e pela autodestruição.

Especificamente sobre as questões de “tipos sanguíneos, entre os seres humanos há os doadores universais (tipo O) e há os receptores universais (tipo AB), os de tipo AB” não tem nada a ver com ser mais ou menos evoluídos.

Tem a ver com a personalidade. Do mesmo modo com as nossas qualidades de alguns terem a facilidade de expressar melhor os conceitos da bondade, caridade, desapego, misericórdia, filantropia, disponibilidade, gratidão, do altruísmo, perdão e outros terem dificuldades (até extremas, em alguns casos). E essas características se expressam em todos os nossos Corpos, em seus órgãos, sistemas, vórtices e centros de percepção. Sem dúvida, os chamados “tipos sanguíneos” estão inseridos nesse contexto. Tenhamos cuidado: aprendemos na Filosofia Rosacruz que nada é absoluto, tudo é relativo e tem seus graus de dependências que devemos considerar com muita atenção. Por exemplo: não é porque um irmão ou irmã tem um sangue do grupo A que não podem doar sangue para irmãos e irmãs do grupo B, que aqueles são egoístas. É apenas uma dificuldade, fruto da nossa incompetência quando atraímos materiais para construir nossos Corpos na descida para essa encarnação. Com certeza aprenderemos e nas próximas encarnações teremos a chance de demonstrar a nossa aprendizagem.

Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Caminho do Aspirante: está disposto a se submeter a tal disciplina?

O Caminho do Aspirante: está disposto a se submeter a tal disciplina?

O amplo esquema de filosofia exposto pelos Rosacruzes é perfeitamente acessível a todos aqueles desejosos de compreender as leis cósmicas.

É bem verdade que nem tudo pode ser comprovado de imediato, porquanto a fonte de muitos ensinamentos se encontra nos planos internos da natureza. Somente os indivíduos mais avançados, cujo desenvolvimento lhes propicia a oportunidade de investigar “do outro lado”, possuem o “conhecimento direto”.

Seus relatos, entretanto, merecem toda confiabilidade. Seu acesso à chamada “Memória da Natureza” é consequência de uma vida pura e altruísta, única forma segura de sensibilização dos veículos e despertamento das faculdades extra-sensoriais. São, portanto, seres idôneos.

A maior parte dos neófitos em ocultismo aprende por meio do conhecimento indireto. “Vivendo a vida” poderão, um dia, adquirir a capacidade de penetrar e perceber os planos internos. Por ora, seu amadurecimento interior lhe indica a verdade contida em um propósito. Além disso, também se valem da analogia e da observação da natureza. 

Este, por conseguinte, é o primeiro passo do estudante Rosacruz.

Nenhum ensinamento espiritualista tem valor real se não for capaz de promover uma reforma interior. O estudante deve tentar ascender um degrau acima do simples estudo intelectual. Cabe-lhe — se se tratar de um autêntico idealista — pôr em prática os conhecimentos hauridos ao longo de cursos, conferências e leitura das obras Rosacruzes.

Cada um poderá fazê-lo a seu modo, se reorientando, traçando novas diretrizes. A Escola Rosacruz respeita a liberdade de todos. Quando muito indica, sugere e mostra alternativas. Nosso exemplo maior, quanto a esse comportamento, são os próprios Irmãos Maiores que “nunca dão ordens, não censuram e nem elogiam”. Não fazem pelo aspirante, o que este pode e deve fazer por si mesmo. É mais sábio ensinar “alguém a plantar do que lhe dar alimentos”, parafraseando um milenar provérbio chinês.

Mesmo assim, tomamos a liberdade de adiantar alguns subsídios a respeito da aplicação, no cotidiano, dos ensinamentos Rosacruzes. Em primeiro lugar, é de bom alvitre zelar pelo bem-estar do Corpo Denso. É o mais antigo dos veículos do espírito, e, atualmente, o mais importante como meio de expansão da consciência. Os outros veículos são, também, importantes. Não tendo alcançado tal nível de aperfeiçoamento, sua utilidade não pode se comparar com a do primeiro.

Uma alimentação pura e adequada à constituição do aspirante, ar puro, higiene, exercícios físicos moderados, temperança, formam um conjunto disciplinador indispensável a consecução desse objetivo.

Além disso, a aplicação prática dos sagrados conhecimentos transmitidos publicamente por Max Heindel abrange, também, uma vivência de ordem superior.

O que entendemos por uma “vivência de ordem superior”?

É um estilo de vida em que as coisas do Espírito ocupam um lugar preponderante. É o cultivo da leitura edificante como veículo de informação e formação; é a dedicação ou apreciação das artes em sua expressão mais elevada; é a admiração aos ideais superiores e caracteres nobres; é o respeito a todas as ondas de vida em manifestação e reverência à própria natureza. Enfim, consiste viver em harmonia e integração com o próprio Cosmos.

A Fraternidade Rosacruz oferece um método de realização espiritual. Esse método compreende alguns exercícios imprescindíveis à organização dos veículos internos. O aspirante deve praticá-los de uma forma sistemática, consciente e sincera. Logicamente chegará a resultados definidos pela observância de todos esses preceitos.

Porém, só o fará com segurança se temperá-los com as práticas devocionais, onde a oração ganha um destaque especial.

Pela prática devocional, dia a dia, o sentimento de unidade com todas as coisas e seres se consolida no coração do aspirante. Brota-lhe, dessa forma, um incontido amor, traduzido no máximo ideal de todo Cristão: SERVIR.

A todos aqueles que anseiam, às vezes até impacientemente, pelo conhecimento direto, perguntamos: estão dispostos a se submeter, consciente e voluntariamente, a tal disciplina, por mais dura que possa parecer?

Se a resposta for afirmativa, de uma coisa podem estar certos: sua caminhada será árdua; algumas vezes ver-se-ão tentados a desistir; mas superados paulatinamente os obstáculos, conquistarão uma paz inefável, impossível de ser oferecida pelo mundo.

Contudo, não desejarão desfrutar dessa gloriosa paz. Sensíveis ao sofrimento da humanidade, renunciarão a todo e qualquer galardão, pelo privilégio de continuar servindo ao próximo.

(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 10/79 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Alquimia Espiritual: o que é isso na sua vida

Alquimia Espiritual: o que é isso na sua vida

As linhas irradiantes de força, invisíveis aos olhos físicos, permeiam o Corpo Denso e formam a nossa Aura. A coloração dessa Aura é distinta em cada indivíduo em um matiz fundamental e demonstra o grau de evolução de cada um.

Nas raças inferiores, esse matiz fundamental é vermelho, semelhante ao de um fogo lento; é um sinal da índole emotiva e passional.

A Aura dos indivíduos em elevados graus na escala da evolução apresenta um matiz fundamental de cor alaranjada, o vermelho das emoções, mesclado com o amarelo do intelecto. Entretanto, como resultado da consciente ou inconsciente alquimia espiritual que realizam ao longo do caminho do progresso e das experiências da vida, experiências que ensinam a sujeitar as emoções ao domínio da Mente, acabam por se emancipar dos marcianos Espíritos Lucíferos do belicoso Jeová, cujas cores são escarlates e vermelhas. E, assim, esmaece o matiz fundamental da Aura, na medida em que, consciente ou inconsciente, vão se identificando com o espírito unificador e altruísta de Cristo que vibra em áurea cor.

O nimbo de luz amarelada com que os artistas dotados de visão espiritual aureolavam a cabeça dos santos é a representação física de uma promessa espiritual que se cumprirá em todos os seres humanos, embora só aqueles a quem chamamos Santos o tenham conseguido. Depois de lutar durante muitas vidas contra as próprias paixões, perseverar pacientemente em boas obras, constância em propósitos elevados, os santos atuais conseguiram ultrapassar o raio vermelho e se encontram imersos nas vibrações douradas do raio de Cristo.

Os pintores medievais dotados de visão espiritual, ao representarem a citada transmutação, rodearam as cabeças dos Santos de uma auréola dourada, como sinal de libertação do poder lucífero de Marte, assim como do poder de Jeová e seus Arcanjos, pertencentes a uma etapa de evolução de raça e de nacionalismo.

Os Espíritos Lucíferos encontram sua expressão no ferro do sangue. O ferro é um metal marciano, tão difícil de colocar em alta vibração que é necessário o penoso esforço de muitas vidas para que o produto da sua combustão tome a cor dourada da Aura pura dos Santos. Quando tal se consegue, se consuma o magno processo da alquimia ou transmutação do metal inferior em ouro, ao mesmo tempo que os resíduos da Terra se convertem na maravilhosa liga do Mar de Bronze. Então, só faltará abrir as comportas para que o jorro flua.

A cor natural do ouro é o raio de Cristo, que encontra sua expressão química no elemento Solar chamado oxigênio. No caminho da evolução para a Fraternidade Universal, todos os seres humanos, mesmo que não professem uma religião determinada, terão em suas Auras o matiz dourado, sob impulsos de altruísmo partidos do ocidente. São Paulo dá a entender isso, ao dizer: “Cristo há de formar-se em vós”.

Quando soubermos formar a “liga” por meio de vidas espiritualizadas e vibrarmos em completa harmonia com Cristo, seremos semelhantes a Ele e estaremos aptos a abrir os crisóis do Mar de Bronze.

Cristo, na Cruz, Se libertou por meio dos centros espirituais situados, segundo se diz, nos lugares onde lhe pregaram os cravos e de outros centros ainda. Aquele que prepare o Mar de Bronze receberá instrução do seu Mestre quanto ao modo de romper os laços e se elevar as esferas superiores, ou como refere a expressão maçônica “viajar por países estrangeiros”. Essa frase está de acordo com a admonição de Cristo, quando disse que, para chegar a ser seu Discípulo é preciso deixar pai e mãe. Essa é uma das mais simbólicas frases do Evangelho e geralmente mal interpretada, porque a reportam aos pais vida após vida física, quando, na verdade, significa algo muito diferente no ponto de vista esotérico.

Para bem compreender, recordemos que os Espíritos Lucíferos introduziam o ferro no organismo humano e, com isso, tomaram possível a encarnação do Ego. Porém, a contínua oxidação do sangue acaba por inutilizar o Corpo como morada do espírito e dá lugar a morte.

Assim, os Espíritos de Lúcifer, ajudando o nosso Corpo físico, são também os Anjos da morte a que estão sujeitos os descendentes de Eva e Samuel e os de Eva e Adão, porque todos são de carne.

O Sol, o centro da vida, governa o gás vivificante chamado oxigênio que se combina com o ferro, metal marciano. Cristo, o senhor do Sol, é também o Senhor da vida. Quando pela alquimia espiritual, chegarmos a ser como Ele, alcançaremos a imortalidade, nos libertando de nosso pai Samuel e de nossa mãe Eva. A morte não terá mais domínio sobre nós. Isso não significa que os Corpos de quem alcança a imortalidade não tenham que morrer. O espírito dominará completamente o Corpo, usando-o durante séculos, até que lhe convenha tomar outro.

Outrossim, pelo mesmo processo de alquimia espiritual, o espírito terá capacidade de formar um novo Corpo adulto, se desprendendo do já velho e gasto.

A passagem do Adepto dos domínios da morte para o reino da imortalidade está simbolizada no arrojado salto de Hiram Abiff, o Grão-Mestre dos obreiros do Templo de Salomão, ao se precipitar no mar ardente de metais fundidos e na passagem pelas nove arcadas da camada terrestre que foram o Caminho da Iniciação. Também está simbolizado no batismo de Jesus, e depois do Gólgota, na descida à região subterrânea onde o seu Corpo Vital está esperando o dia do segundo e definitivo advento do espírito de Cristo.

(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ de maio/1979 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Em sua opinião, é permitido o uso da “eutanásia legalizada” ou execução legal de pessoas idosas, enfermas, padecendo e que desejam a morte?

Pergunta: Em sua opinião, é permitido o uso da “eutanásia legalizada” ou execução legal de pessoas idosas, enfermas, padecendo e que desejam a morte?

Resposta: À primeira vista e do ponto de vista de pessoas não versadas nos ensinamentos do ocultismo, tal medida pareceria ser altamente louvável. A maioria das pessoas ao ver um animal sofrendo as dores da agonia, sem esperança de recuperação, sentir-se-ia, levada pelos instintos humanos, a pôr fim ao seu sofrimento, e a perguntar: ” Por que não deveríamos fazer o mesmo em relação aos nossos companheiros homens e mulheres?
Por que deveríamos mantê-los vivos, vendo-os sofrer atrozmente durante meses ou anos a fio, quando sabemos não haver esperanças de recuperar sua saúde? Além disso, eles desejam a morte para pôr fim ao seu sofrimento”.

Do ponto de vista comum, isto até merece uma aprovação. Mas, quando passamos a ter conhecimento da Lei de Consequência, e a saber que aquilo que semeamos colheremos agora ou numa futura existência, coloca a questão sob uma luz diferente.

Não podemos escapar às nossas dívidas. O sofrimento que se abate sobre nós é necessário para ensinar-nos uma lição ou suavizar nosso caráter. O único meio de encurtar o sofrimento é, por meio de esforço, descobrir por que nos encontramos numa condição que nos traz tanta amargura. Se for um câncer do estômago, até que ponto maltratamos esse órgão? Seria por um excesso de alimentos de natureza não adequada ao nosso sistema?

É o coração? Quantas vezes perdemos a calma enfurecendo-nos como loucos e exercendo uma tremenda pressão nessa parte do corpo? Será que outros órgãos do nosso sistema estão fracos e debilitados? Podemos estar certos que, de alguma forma, seja nesta vida ou em outra anterior, abusamos do nosso corpo de modo a causar os atuais sofrimentos. Do contrário, não estaríamos sofrendo agora, e quanto mais cedo levarmos a lição a sério, começando a viver uma vida melhor e muito mais em harmonia com as leis da natureza que violamos, mais cedo o nosso padecimento cessará.

Alterar as condições está sempre ao nosso alcance, embora não possamos remediar num dia o que levou anos ou vidas para ser destruído, mas, não há outro meio pelo qual uma cura permanente seja efetuada. Mesmo que agora, pela decretação de uma lei como a que foi mencionada, o sofrimento possa ser abreviado, temos a certeza que, quando a pessoa assim libertada do seu corpo renascer, o seu novo veículo tenderá a desenvolver a mesma doença que evitou de uma forma tão imprópria.

Além do mais, como foi plenamente explicado no “Conceito Rosacruz do Cosmos”, este nosso corpo físico é formado de acordo com um molde invisível chamado arquétipo e, enquanto esse arquétipo persistir, o nosso corpo físico permanecerá vivo. Quando a morte é decorrente de causas naturais, ou mesmo nos chamados acidentes (que geralmente não são realmente acidentes, mas acontecimentos surgindo para pôr fim a uma vida conforme o plano dos Guardiães Invisíveis dos assuntos humanos), o arquétipo é destruído e o Espírito fica liberto.

Um suicídio, no entanto, é diferente. Neste caso, o arquétipo persiste após a morte durante vários anos até o momento em que ocorreria a morte de acordo com os acontecimentos naturais, portanto, sendo incapaz de afastar de si os átomos físicos, o suicida terá durante esses anos de sua existência ” post-mortem”, uma contínua sensação de dor, semelhante ao Suplício da fome, ou a uma dor de dente indefinida, mas excessivamente dolorosa.

Se o plano mencionado for aprovado como lei, e as pessoas forem autorizadas a utilizar o serviço de outros para cometer suicídio (porque essa ação significa realmente um suicídio), não há dúvida que sofrerão em sua existência “post-mortem”, da mesma maneira que o suicida que prepara o próprio veneno ou que corta a própria garganta. É um projeto muito perigoso também sob outros aspectos, e confiamos que tal prática não será sancionada por lei.

(Perg. 152 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Sangue: você sabe qual a sua real importância?

O Sangue: você sabe qual a sua real importância?

Pergunta: Qual é o meio direto pelo qual o Ego pode agir no Corpo Físico?

Resposta: O sangue. Podemos notar que o Ego não pode atuar no Corpo Físico sem que o sangue esteja dentro de uma temperatura apropriada. Por exemplo: um calor acima do normal torna a pessoa sonolenta, tornando-a inconsciente pela expulsão do Ego, se a temperatura continuar a subir.

Pergunta: O frio intenso produzirá o mesmo efeito?

Resposta: O frio excessivo também tende a tornar o Corpo sonolento ou inconsciente. Somente quando o sangue se encontra próximo ou na temperatura normal é que o Ego poderá usá-lo como veículo de consciência.

Pergunta: Como podemos notar a atividade do Ego no sangue?

Resposta: Podemos mencionar vermelhidão produzida pela vergonha ou por outra emoção. É uma evidência da maneira pela qual o sangue é levado à cabeça, assim superaquecendo o cérebro e paralisando o pensamento.

Pergunta: Qual a reação do Ego face ao medo?

Resposta: O medo é um estado em que o Ego é levado a defender-se de algum perigo exterior. Por isso o sangue flui mais internamente. As faces empalidecem porque o sangue deixou a periferia do Corpo.

Pergunta: A qualidade do sangue afeta o trabalho do Ego?

Resposta: Em uma pessoa vigorosa, quando o sangue não atinge uma determinada temperatura, é ativa corporal e mentalmente, ao passo que a pessoa anêmica é sonolenta, o que quer dizer que num caso o Ego tem um melhor domínio e no outro menor.

Pergunta: A crença de que o Ego age no sangue é corroborado pela História?

Resposta: Os artigos Noruegueses e Escoceses admitem que Ego está no sangue, porque nenhum estrangeiro poderá tornar-se seu parente, até que tenha feito a “mistura de sangue” com eles, e dessa forma tornar-se um deles.

Pergunta: Existem outras fontes idôneas que concordam com essa crença?

Resposta: Goethe, um Iniciado, demostra essa verdade em seu Fausto, quando estava para assinar o pacto com Mefistófeles: “Por que não assinar com tinta comum? Por que usar o sangue? “O sangue é uma essência muito peculiar”, respondeu Mefistófeles. Quer dizer que aquele que tem o sangue tem o ser humano. É pelo calor do sangue que o Ego pode expressar-se.

Pergunta: Em que época o sangue atinge a temperatura apropriada?
Resposta: O calor apropriado do sangue para capacitar o Ego a expressar-se plenamente, torna-se uma realidade quando o indivíduo está para atingir os vinte e um anos de idade.

Pergunta: Há aspectos legais em relação a esse fato?

Resposta: A lei reconhece isso ao ser humano.

Pergunta: O sangue tem alguma conexão com a memória?

Resposta: A memória está intimamente conectada com o sangue, o qual é a mais alta expressão do Corpo Vital. E somente por meio dos dois Éteres superiores que o ser humano tem o senso de percepção e memória. Isso se aplica à memória Consciente, como também aos registros que designamos como memória Subconsciente, os quais se realizam por meio do Corpo Vital com o auxílio do sangue.

(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 04/73 – Fraternidade Rosacruz – SP)

Idiomas