Pergunta: No Conceito Rosacruz do Cosmos, Capítulo III — subtítulo O Segundo Céu -, consta que a faculdade de percepção do espaço está ligada ao delicado ajustamento dos três canais semicirculares no ouvido, apontando nas três dimensões do espaço. O pensamento lógico e a capacidade matemática estão em proporção da precisão do seu ajustamento.
Parece que a percepção da quarta dimensão foi alcançada por matemáticos de nível muito superior. Poderiam dizer-me se há alguma mudança na disposição desses canais semicirculares, ou qual é o processo que leva à consciência da quarta dimensão?
Parece também que os espíritos da natureza e os elementais possuem esta consciência da quarta dimensão, o que representa um grau de consciência mais elevado daquele que temos agora, e isso se aplica possivelmente à abelha ou aos cavalos Elberfeld[1]. Poderiam indicar o elo perdido? O que torna o ser humano ou a humanidade superior a esses seres, e qual é a disposição desses canais semicirculares no caso das abelhas e desses cavalos talentosos?
Resposta: Para a maioria da humanidade, os algarismos são excessivamente tediosos, pois estamos acostumados a viver uma vida externa entre outras pessoas e amigos, com os quais expressamos os nossos desejos, sensações e emoções. Quanto mais esses sentimentos são intensos, mais interessantes achamos a vida. Por outro lado, coisas que não causam qualquer emoção são tidas como monótonas e desinteressantes. Por essa razão, a maioria não é atraída pela matemática ou por qualquer outra coisa que aguce a Mente sem que, ao mesmo tempo, desperte a natureza emocional.
Sabemos que Deus geometriza, que todos os processos da natureza estão estruturados sobre cálculos sistemáticos que provam a existência de uma Inteligência Superior. Quando Deus, o grande Arquiteto do Universo, construiu o mundo todo sobre linhas matemáticas, podemos concluir que, consciente ou inconscientemente, o matemático está alcançando uma direção em que finalmente ver-se-á face a face com Deus, e isso, por si mesmo, mostra uma expansão de consciência. Se considerarmos que cada um dos canais semicirculares é realmente um nível supersensível do espírito — ajustado de maneira a indicar à nossa consciência o movimento do nosso corpo através do comprimento, largura ou profundidade do espaço — podemos facilmente entender que o seu presente ajuste é necessário para a percepção do espaço. Se esses canais são bem ajustados, a percepção da pessoa é perfeita e, se ela empreender o estudo da matemática, as suas teorias estarão em concordância com o que ela vê no mundo como fatos reais. Em algumas Mentes elevadas, isso gera um verdadeiro amor pelos algarismos, o que se torna um fator de descanso para essas pessoas, ao invés de serem uma fonte de cansaço como o são para a maioria. O amor pelos algarismos pode despertar nelas as faculdades espirituais latentes, mas não através de qualquer mudança nos canais semicirculares. Esses são estruturas ósseas e não mudam facilmente durante o período de nossa vida. No entanto, não há dúvida que aquele que possuir gosto pela música ou pela matemática irá construir esses canais mais acuradamente no Segundo Céu, no período compreendido entre a morte e um novo nascimento.
Quanto à consciência dos elementais ou dos espíritos da natureza, realmente eles possuem o que pode ser chamado consciência da quarta dimensão. Além da altura, largura e comprimento, que são as dimensões do espaço no mundo físico, há o que denominamos “interpenetração” nos Éteres. Com a visão etérica podemos ver dentro de uma montanha e, se tivermos um Corpo Vital como possuem os espíritos da natureza, podemos atravessar a mais dura rocha de granito. Esse não oferecerá qualquer obstáculo, da mesma forma que o ar não impede a nossa marcha aqui, embora, muitas vezes, sejamos perturbados pelos ventos. Contudo, mesmo entre os espíritos da natureza há diferentes entidades e uma correspondente variação de consciência.
Os corpos dos Gnomos são feitos principalmente do Éter Químico, portanto, são do solo da terra. Ninguém os vê voando como voam as Sílfides. Eles podem ser queimados no fogo e envelhecem de maneira não muito diferente da dos seres humanos.
As Ondinas que vivem na água e as Sílfides no ar são também mortais, mas sendo os seus corpos compostos, respectivamente, dos Éteres de Vida e Luminoso, têm uma longevidade maior. Acredita-se que os Gnomos não vivam mais do que algumas centenas de anos, as Ondinas e as Sílfides milhares de anos, e as salamandras, cujos corpos são feitos principalmente do quarto Éter, viveriam muitos milhares de anos. Contudo, a consciência que constrói e anima esses corpos pertence a várias Hierarquias Divinas que, dessa maneira, adquirem experiência adicional, e as formas, que foram construídas de matéria e depois animadas, atingiram um grau de autoconsciência durante essas longas existências. Eles percebem sua própria existência transitória, e é devido à sua rebeldia contra esse estado de coisas, que a guerra dos elementos, principalmente as do fogo, do ar e da água é travada. Julgando que são mantidos em cativeiro, procuram libertar-se das amarras pela força, mas, não possuindo nenhum estilo de direção, investem furiosamente de uma maneira destrutiva que resulta muitas vezes em grandes catástrofes.
A consciência dos Gnomos é vagarosa demais para tomarem a iniciativa, mas eles tornam-se frequentemente cúmplices dos outros espíritos da natureza ao abrir passagens que favorecem explosões na rocha. No entanto, isso não tem nenhuma ligação com os cavalos Elberfeld ou com outros animais prodígios. Esses são os pupilos dos seus respectivos Espíritos-Grupo, e é provável que seja a última vez que renasçam numa forma animal.
Quando isso acontece, tais Espíritos são relegados ao Caos, onde devem esperar durante a Noite Cósmica por seus irmãos menos dotados até a época em que lhes será possível iniciar a sua evolução humana no Período de Júpiter.
(Perg. 65 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz SP)
[1] N.R.: Os célebres cavalos Muhamed e Zarif deixaram a sociedade parisiense atônita no início do século XX, quando através de um alfabeto convencional conversavam com o seu dono, rico comerciante de Elberfeld, distrito de Wuppertal, na Alemanha; além de executarem difíceis cálculos matemáticos, inclusive raízes quadradas e cúbicas.
O Eterno Momento: viver aqui e agora
A linha é uma sucessão de pontos; a vida, uma sucessão de agoras.
Vivo conscientemente e bem o aqui e agora, pois nisso vejo toda a ciência do viver.
Não me volto ao passado. Apenas lhe conservo a experiência. Só me preocupei com ele quando era infeliz, complexada, insatisfeita. Então me voltei, rebusquei-o muito bem para encontrar as causas de minhas condições e as desarraiguei para sempre, à luz da Filosofia, dos Ensinamentos Bíblicos e da Astrologia Rosacruz. Depois disso “tomei do arado e não mais olhei para trás”. Quando me assalta a vontade, lembro-me da mulher de Lot, transformada em estátua de sal ao voltar os olhos para a cidade destruída por Deus.
Realmente: reviver coisas desagradáveis só nos reacende sentimentos indesejáveis e cristalizantes. E mesmo as coisas agradáveis. Que proveito há em rememorar nossos triunfos? Não será vaidade? Devemos partir para conquistas mais altas.
Conservo as experiências. Elas são a essência, a Fênix renascida das cinzas de tudo que queimei. Elas me permitem relacionar as causas aos efeitos e deduzir atos progressivamente melhores. Este conhecimento me evita sofrimentos desnecessários, quando pela Vontade, aplico-o a novas ações.
Quanto ao futuro, também não me preocupa. Os devaneios roubam agoras preciosos que poderiam ser preenchidos com realizações. Os momentos passados edificaram minhas atuais condições; igualmente, meus agoras continuarão a edificar o meu caráter. E caráter é destino.
O futuro depende do agora. Assim, penso, sinto, ajo, no agora.
“A cada dia os seus cuidados”, “Não faço planos”. Muitas vezes os fiz e quase sempre tudo veio diferente…. Sei o que me convém, como ser espiritual, e ajo de forma a realizá-lo. Porém, é Cristo, em mim, quem vai dispor os tijolinhos de meus esforços diários; Ele é o Arquiteto do Templo que lhe edifico silenciosamente.
Desligo-me de toda ansiedade e preocupações. Atenta e responsável a tudo que me incumbe e me é possível, não deixo pendências que me perturbem depois. Tenho inteira confiança nas Leis de Deus, ativas no Micro e no Macro. Entrego-me à direção de meu verdadeiro Ser, sobreposta que estou aos pensamentos negativos e sentimentos de medo e restrição. “Quem deseja salvar sua alma é quem a perde”.
Aqui e agora busco a Deus e seu Reino no íntimo de todas as coisas e pessoas. Aqui e agora, sou feliz!
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de fevereiro/1970)
Preparação para se encontrar com o Mestre, um Adepto da Ordem Rosacruz
O Estudante dos Ensinamentos da Fraternidade Rosacruz recebe a instrução de que num certo ponto de seu desenvolvimento espiritual encontrará o Mestre, um Adepto da Ordem Rosacruz, que é uma das Escolas de Mistérios Menores que trabalham incessantemente pelo progresso evolutivo da humanidade. Quando o Aspirante tenha feito suficiente progresso na senda da conquista espiritual, como para merecer a assistência individual de um Ser tão augusto, lhe é dada a necessária assistência a fim de dar passos ulteriores, adiante e acima.
A nota-chave da Senda Rosacruz de Aquisição, na qual o Estudante a seu tempo encontra o Mestre, é “serviço amoroso e desinteressado aos demais”, e a divisa dada como guia é: “Mente pura, Coração nobre e Corpo são”. Para alcançar o florescimento de consciência necessária para chegar à plenitude destes ideais, o Aspirante deverá seguir uma regra de conduta designada pelos Sábios para seu próprio benefício.
Primeiramente, após obter alguma compreensão das leis divinas que governam nosso universo, vem uma dedicação consciente e uma vida de conformidade com estas leis. Para observar esta dedicação requer-se autodisciplina e sacrifício, uma purificação dos Corpos e da Mente e o uso da vontade para desenvolver as faculdades internas latentes em todo ser humano.
Entre os primeiros passos específicos da Senda, baseados na aceitação da unidade de toda a Vida e a santidade dessa Vida, estão a abstinência de comer a carne de nossos irmãos menores, os animais, de usar couro, peles e plumas ou qualquer outro produto que utilize partes dos Corpos dos nossos irmãos menores, os animais (mamíferos, aves, peixes e quaisquer outros ser vivo dessa onda de vida) ou, ainda, que sejam sacrificados em testes para a obtenção desses produtos. A abstinência do uso do tabaco e de quaisquer bebidas alcoólicas segue à compreensão de que o Corpo é o templo do Espírito que mora em nós — o Deus Interno. Até que o Aspirante desenvolva a consciência de largar facilmente e voluntariamente estas práticas prejudiciais, não deve esperar que o Mestre seja atraído para ele.
O neófito que tenha entrado na Senda da Aquisição Espiritual deve também começar a conservar a divina força criadora interna, antes de que possa fazer maior progresso espiritual. Mediante o sacrifício e a vida reta (incluindo o reto sentir e o reto pensar), deve purificar e elevar este fogo criador ao cérebro, onde pode ser usado e convertido em poder anímico por meio dos órgãos espirituais, a Glândula Pineal e o Corpo Pituitário. Todo trabalho criativo (serviço), incluindo o trabalho físico, a composição musical e artística, a arte de escrever e as ciências materiais, elevam a força ou fogo criador a canais superiores. Todo Aspirante deveria dedicar uma parte de seu tempo a tais atividades criadoras.
Devem ser praticados diariamente esforços para controlar as emoções e sentimentos, transformando-os em canais construtivos. A perda da paciência é muito prejudicial para o crescimento interno: é dissipação em grande escala de energia que pode ser proveitosamente usada no serviço. Mais ainda, envenena o Corpo, arruína-o e obstaculiza enormemente a aquisição. Todo Aspirante sincero luta por dominar sua natureza de desejos, mediante o seguimento dos preceitos do Mestre dos Mestres, Cristo-Jesus, quem manda que amemos a nossos inimigos, que façamos o bem a quem nos aborrece e que amemos a nosso próximo como a nós mesmos. Com o tempo se converterá em um guardião seguro de seu poder de pensamento, por meio do qual poderá formar ideias exatas, que estarão imediatamente prontas para cristalizar-se em coisas úteis.
Como ajuda específica para os que estão no Caminho, a Fraternidade Rosacruz dá dois exercícios, conduzindo ambos à intuição e à visão espiritual. Um é chamado Concentração, e para maiores resultados deveria ser praticado imediatamente ao despertar de manhã. Desenvolve o controle e o poder de pensamento, essenciais para desenvolver os poderes do Espírito para dirigir a vida em direção a metas escolhidas. O segundo exercício chama-se Retrospecção, devendo ser executado cada noite precisamente antes de recolher-se. Desenvolve a devoção, a compaixão e as outras qualidades do coração, especialmente necessárias para aqueles que se encontram no caminho do ocultismo.
Ao Estudante da Fraternidade Rosacruz aconselha-se que faça seus exercícios no retiro e na solidão de sua própria habitação. Pode ser que os resultados sejam obtidos mais lentamente por este método, mas quando aparecerem se manifestarão como poderes cultivados por si mesmo, usados independentemente das demais pessoas. Este método constrói o caráter ao mesmo tempo que desenvolve as faculdades espirituais e assim protege o discípulo de cair na tentação de prostituir os poderes divinos por prestígio mundano.
O tempo requerido para obter resultados da execução dos exercícios varia de acordo com cada indivíduo e depende de sua aplicação, seu estudo evolutivo e de seu registro no Livro do Destino ou Memória da Natureza. Por conseguinte, não é possível fixar-se um tempo determinado. Alguns, que estão quase prontos, obtêm resultados em poucos dias ou semanas, outros têm que trabalhar por meses, anos, ainda sua vida inteira sem resultados ‘visíveis’. Não obstante resultados estarão ali e o Aspirante que fielmente persista, contemplará, algum dia, nesta ou numa vida futura, a recompensa de sua paciência e fidelidade.
O Estudante deveria ter sempre presente que está sendo emancipado da dependência dos demais. Está sendo educado, fortalecido e convertido em um colaborador altamente confiante em si mesmo, da vinha de Cristo. Assim está aprendendo a caminhar sozinho sob todas as circunstâncias, a fazer frente a todas as condições e a render sabiamente o serviço amoroso, que dele se requer. Os Mestres não podem fazer por nós as boas obras requeridas para o crescimento anímico, nem as assimilar, nem nos dar para usar o poder resultante, assim como não podem nos dar fortaleza física comendo nossa comida.
Através de seu treinamento para uma consciência espiritual mais elevada, o neófito deve cultivar o amor e a fé como princípios governantes de sua existência. Não pode esperar converter-se em Discípulo de um Mestre que está representando uma certa Ordem, se não tem fé nesta Ordem e se não tem o valor e a fortaleza para resistir à investida do inimigo. Será provado uma e outra vez em seus pontos mais débeis, seja o egoísmo, o egocentrismo, os ciúmes, a intolerância, o amor ao poder, a vaidade, etc. As particulares tentações, quando vencidas, servirão como degraus para subir mais acima. Ao fazer frente a estas provas e tentações, não deve perder de vista a máxima que diz: “Não existe fracasso, senão em deixar de lutar”. Ao fracassar, deve tentar de novo, ou do contrário não haverá graus que subir. O ser humano deve elevar-se a si mesmo. Mesmo que possa receber ajuda dos Seres Superiores, ninguém pode fazer seu trabalho espiritual por ele, e quando tenha aceso a chama do Espírito ao escolher este caminho, não pode voltar atrás. Deve prosseguir. A guerra do eu superior e inferior traz desarmonia e dor, mas neste crisol das experiências diárias arde o fogo do Espírito sobre as escórias. Desta forma o neófito aprende a parar de responder ao lado da forma da vida, o qual é um véu que oculta a Luz de Deus, e começa a abrir-se rumo ao superior.
Jesus Cristo disse a Nicodemos: “Vos é necessário nascer outra vez”, e isto se aplica ao Aspirante que se prepara conscientemente para encontrar o Mestre que está guiando e ajudando o neófito da Escola Rosacruz.
Com referência ao Mestre e a relação do neófito com Ele, Max Heindel nos diz: “Favor recordar que havendo vindo como resposta à oração (a qual não é apenas palavras, senão uma vida de aspiração), o Mestre dá prova indiscutível de Seu poder e capacidade de ensinar, guiar e ajudar. Então, fazemos o pedido de que em diante deve-se ter absoluta fé nele; do contrário torna-se impossível para ele trabalhar com o Aspirante. O Mestre deve provar sua capacidade e a provará. Ele é conhecido por seus frutos, e a sua vez pede lealdade. A menos que esta fé, esta lealdade, esta prontidão em servir, esta vontade de fazer o que se requer, venha do Aspirante, a relação terminará. Além disso, não há perigo de que o Mestre descuide de alguém que tenha alcançado o desenvolvimento requerido. Toda boa e desinteressada ação aumenta a luminosidade e poder vibrante da aura do candidato enormemente, e tão seguramente como o ímã atrai a agulha, assim o brilho da luz áurica atrai o Mestre”.
“O Aspirante nunca deve temer que por falta de um Mestre seja demorado em dar os passos espirituais; nem necessita preocupar-se em buscar um Mestre. Tudo o que é necessário para ele é começar a melhorar-se a si mesmo e, seriamente e persistentemente, continuar assim. Desta forma purificará seus veículos. Estes começarão a brilhar nos Mundos internos e não pode deixar de chamar a atenção do Mestre, que está sempre buscando estes casos e está mais que ansioso e alegre em ajudar àqueles que, às custas de seus sinceros esforços pela purificação de si próprios, obtiveram o direito de receber ajuda. À humanidade está urgentemente necessitada de auxiliares que sejam capazes de trabalhar nos mundos internos; portanto, ‘buscais e encontrareis’”.
(Publicada na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – mai/jun/88)
Pergunta: Poderiam esclarecer o problema da percepção? Como o vidente sabe a respeito dos planos superiores? Isto é, (a) como ele distingue entre um pensamento-forma emanado da sua própria Mente, (b) o pensamento-forma emanado de alguma outra pessoa quer esteja encarnada ou não, (c) de entidades espirituais reais?
Resposta: Contrariamente à opinião das pessoas que nada sabem a esse respeito, isto é puramente uma questão de treinamento. É absolutamente errado supor que, pelo fato de uma pessoa ter desenvolvido a visão espiritual, tornando-se capaz de ver coisas nos Mundos geralmente invisíveis à visão humana comum no presente estágio de evolução, essa faculdade a leve também a saber tudo. Na realidade, ela nada sabe até ter adquirido o conhecimento através da investigação. A Lei de Analogia, que é a chave-mestra para todos os mistérios, deverá tornar isto claro. “Assim como é em cima, assim é embaixo”. Vemos o aparelho de telefone, sabemos como fazê-lo funcionar tirando o receptor, colocando-o no nosso ouvido e falando através do transmissor. Sabemos até, de forma vaga, que ele opera por meio da eletricidade, mas o mecanismo permanece um mistério para a grande maioria.
Similarmente, podemos voltear um interruptor elétrico, as luzes cintilarem, e os motores começarem a funcionar. Vemos o fenômeno, mas não conhecemos as forças subjacentes até que tenhamos investigado e adquirido o posterior conhecimento. As mesmíssimas condições prevalecem e num grau muito maior no Mundo do Desejo, devido à plasticidade superlativa da matéria de desejo e à facilidade com que ela se modifica assumindo as mais diferentes formas segundo a vontade do Espírito que a anima, seja ele super-humano ou elemental. Por essa razão, mesmo a pessoa que tem controle voluntário da sua visão espiritual requer um treinamento completo e deve desenvolver a faculdade de ver além da forma, a vida que a anima. É somente após ter desenvolvido essa faculdade que ela estará livre de engano e capaz de distinguir a verdadeira natureza e estado de todas as coisas e seres que vê no mundo invisível. Para tornar isto o mais eficiente possível e ter e certeza de não haver ilusões, é necessário cultivar o grau de visão espiritual que pertence à região concreta do Mundo do Pensamento, onde os arquétipos podem ser vistos.
Para tornar isto claro, podemos recordar que a visão física varia, de forma que há certos seres que veem perfeitamente em condições que para nós pareceriam obscuras. Por exemplo, as corujas e morcegos. Os olhos dos peixes são estruturados de maneira a poderem ver debaixo da água. Os órgãos da visão espiritual são também capazes de sintonizar diversas vibrações. Cada frequência de vibração produz um grau diferente de visão e revela ao pesquisador um determinado reino da natureza. Por uma extensão ligeiramente maior da visão física, os Éteres e os seres tornam-se ali plenamente visíveis. Esse grau da visão pode ser comparado ao raio-X, pois os objetos que aparecem sólidos à visão física são facilmente penetrados pela visão etérica.
Quando alguém olha para uma casa com a visão etérica, vê diretamente através da parede. Se quiser saber o que está ocorrendo num aposento no lado mais distante da casa em relação ao ponto em que se encontra, os raios etéricos dos seus olhos atravessarão as paredes e os objetos que se encontrarem no caminho, e ele passa a vê-los tão claramente como se a casa fosse de vidro. Esse grau de visão pode ser aplicado ao corpo humano, e é possível, com essa faculdade, ver através de toda a estrutura orgânica e observar as suas funções em plena atividade. O autor também achava, até recentemente, que o estratagema comum de se ler uma carta encerrada num envelope selado, talvez no bolso de outra pessoa, realizava-se da mesma maneira. No entanto, estimulado pelos artigos sobre psicometria da nossa revista, pegou uma carta endereçada a ele mesmo e tentou a experiência, no que teve sucesso total, pois foi-lhe mostrada, sentada em seu quarto, tanto a pessoa que tinha escrito a carta como todo o seu conteúdo. Logo depois, ele tentou a visão etérica com outra carta para averiguar como diferir o resultado, e teve grande dificuldade em decifrar o que estava escrito porque a carta havia sido dobrada. Parecia haver uma massa conglomerada de riscos de tinta, e foi necessário o uso do grau mais elevado de visão que penetra o Mundo do Desejo antes da carta poder ser lida.
Quando alguém olha para um objeto com a visão necessária para ver o Mundo do Desejo, mesmo os objetos mais sólidos podem ser vistos por e através de todos os lados, com a diferença de que quem os vê, é como se estivessem vindo de todas as direções. Pensamentos-forma, tais como os que foram mencionados pelo consulente, provavelmente são revestidos deste material, porque nenhum pensamento-forma pode compelir à ação a não ser por intermédio desta força — a substância que chamamos matéria de desejo — e ninguém, a não ser quem tenha estudado a questão, pode imaginar quantas pessoas são movidas por pensamentos-forma que acreditam ser seus, mas que, na realidade, se originaram no cérebro de outrem. É dessa forma que a opinião pública é formada. Grandes pensadores, que possuem ideias definidas a respeito de algo particular, irradiam aqueles pensamentos-forma. Outros pensadores, menos positivos e não contrários à opinião expressa nesses pensamentos-forma errantes, conseguem captá-los pensando que se originaram dentro de si. Assim, gradualmente, o sentimento cresce e o que começou na Mente de um único homem, passa a ser aceito por grande parte de uma comunidade.
Para conhecer positivamente a origem de tais pensamentos-forma errantes, seria necessário um estudo por meio do grau de visão apropriada para atuar na Região do Pensamento Concreto, onde a ideia original tomou forma. Ali, todos os objetos sólidos aparecem como cavidades vazias de onde uma nota-chave básica é continuamente tocada, assim, quem os vê, também ouve deles a história completa da sua existência. Pensamentos-forma que não se cristalizaram ainda em ação concreta ou ser físico, não se apresentam ao observador como uma cavidade, mas ali, os pensamentos não são silenciosos. Eles falam uma linguagem inconfundível e transmitem, de uma forma muito mais precisa do que as palavras, a sua intenção, até que a energia despendida pelo seu criador se esgote. Como vibram no tom peculiar à pessoa que lhes deu origem, é comparativamente fácil para o ocultista treinado investigar sua fonte.
Quanto ao parágrafo “c” da sua pergunta, não ficou muito claro o que questionou. Se deseja saber como distinguir os pensamentos das verdadeiras entidades espirituais dos nossos próprios pensamentos, o método anterior pode ser aplicado a todos os seres sem qualquer distinção. Mas, se quer saber como podemos distinguir as entidades espirituais reais dos pensamentos-forma, a resposta é que os pensamentos-forma são destituídos de espontaneidade. Eles são mais ou menos parecidos a autômatos. Eles movimentam-se e agem em uma única direção, de acordo com a vontade do pensador que é a força motivadora que os impulsiona. As ações objetivas das entidades espirituais são espontâneas e mutáveis, da mesma forma que o são as nossas ações ou táticas sempre que o desejarmos ou quando nos pareça desejável mudá-las.
(Perg. 64 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz SP)
Pelas Veredas do Nosso Esquema de Evolução atual
Constitui incontestável verdade que “EM DEUS VIVEMOS, NOS MOVEMOS E TEMOS O NOSSO SER”. Somos espíritos, partes integrantes do Grande Corpo Divino.
Temos, em forma latente, embrionária, todas as possibilidades do nosso Pai Celestial. O desenvolvimento de nossas potencialidades divinas conduzir-nos-á a um estado de onisciência, inconcebível às nossas limitações atuais.
Segundo os Rosacruzes, no início de cada manifestação, Deus diferencia dentro de Si mesmo (não de Si mesmo) uma plêiade de espíritos virginais, como chispas de uma Chama. Esses espíritos virginais converter-se-ão também em Chamas, pela expansão de suas faculdades latentes. Esse processo se realiza através da EVOLUÇÃO. Esta, entretanto, representa apenas uma das partes do esquema. Na realidade, o progresso do espírito assenta-se sobre um tripé: involução, evolução e Epigênese.
Involução é o espaço de tempo dedicado à aquisição da consciência individual e à formação dos veículos, através dos quais o espírito se manifesta. Dá-se o nome de evolução à fase da existência durante a qual o ser desenvolve sua consciência até convertê-la em onisciência.
Involução e evolução, porém, são insuficientes para garantir o desenvolvimento do espirito ao nível de seu Divino Pai. Um terceiro fator surge como uma autêntica força motriz, empurrando, acelerando, despertando faculdades recônditas, rumo às alturas da perfeição: é a Epigênese. Ela faz a evolução de cada indivíduo diferir da dos demais, por fornecer-lhe a capacidade de criar sempre algo novo, original, inédito. Toda habilidade criadora provém da Epigênese.
Pelo que sabemos, somente a Filosofia Rosacruz tem a Epigênese como fator de progresso do espírito. Muitos estudiosos esoteristas tendem a admitir a evolução como sendo um mero desdobramento ou desenvolvimento de qualidades latentes. Para eles, todo progresso gira em torno do binômio causa-efeito. Numa linguagem que de simplista resvala até ao rudimentar pode-se dizer que a maioria das pessoas julga que “o que atualmente existe é o resultado de algo anteriormente existente”. Se assim fosse, não haveria margem para novos e originais esforços, capazes de promover novas causas. Tudo não passaria de repetição. É a Epigênese, portanto, o único fator suscetível de explicar satisfatória e convenientemente o sistema a que pertencemos.
Todo esse progresso se realiza através dos cinco Mundos, em sete grandes Períodos de Manifestação, durante os quais, da profunda inconsciência à onisciência, as vidas em evolução se convertem primeiramente em homens e depois em Deus. Esses sete Períodos, renascimentos sucessivos da Terra, são os seguintes:
Os Períodos de Saturno, Solar e Lunar pertencem ao passado. Encontramo-nos, agora, vivendo as condições da metade mercuriana do Período Terrestre. Findo esse último, passaremos, sucessivamente, aos Períodos de Júpiter, Vênus e Vulcano.
Através dos três e meio Períodos passados adquirimos nossos veículos e desenvolvemos nosso atual estado de consciência. Nos três e meio Períodos restantes aperfeiçoaremos ao máximo esses veículos. Concomitantemente nossa consciência se expandirá à onisciência.
No Período de Saturno, recebemos, dos Senhores da Chama, o germe do nosso atual Corpo Denso. Esse, portanto, é o nosso veículo mais antigo, o mais aprimorado atualmente, e o mais útil como meio de obtenção de consciência. A consciência da vida em evolução era semelhante à do mineral, transe profundo. Nesse longínquo Período, os Senhores da Chama tornaram-se novamente ativos na metade da sétima revolução, com o propósito de despertar o princípio do Espírito Divino nos Espíritos Virginais.
No Período Solar, recebemos o germe do Corpo Vital, graças ao trabalho de uma Hierarquia denominada Senhores da Sabedoria. Contudo, quem nos despertou o segundo princípio espiritual, ou seja, o Espírito de Vida, foram os Querubins. O estado de consciência predominante era o de “sono sem sonhos”, análogo aos dos atuais vegetais.
No Período Lunar, houve, uma vez mais, uma mudança nas condições ambientais. A característica marcante do Período de Saturno pode ser representada pelo termo “calor”. No Período Solar, pelo termo “luz”. Já no Período Lunar as condições prevalecentes resumem-se em uma palavra: “umidade”. Nesse Período, por intermédio do trabalho desenvolvido pelos Senhores da Individualidade, adquirimos o germe do Corpo de Desejos. Dá-se o nome de Serafins à Hierarquia responsável pelo despertamento do Espírito Humano nos seres humanos. A peregrinação através das condições do Período Lunar corresponde à fase de existência análoga à dos animais. O estado de consciência do homem era o de “sono com sonhos”, uma consciência pictórica.
Na Época Atlante, do Período Terrestre, recebemos, por obra dos Senhores da Mente — a Hierarquia de Sagitário — o germe da Mente. Foi o marco da nossa individualidade. Passamos, então, ao estado de consciência de vigília, conhecendo perfeitamente o mundo exterior.
O Período Terrestre é a atual fase do nosso desenvolvimento. Os Rosacruzes chamam-no de Marte-Mercúrio. Dos grandes Dias de Manifestação surgiram os nomes dos dias da semana:
Dia Correspondente ao Regido por
Sábado ………………. Período de Saturno ……………………… Saturno
Domingo ……………… Período Solar………………………………… Sol
Segunda-Feira. …………Período Lunar…………………………….. Lua
Terça-feira… ………..1ª metade do Período Terrestre ………. Marte
Quarta-feira …………2ª metade do Período Terrestre …….. Mercúrio
Quinta-feira. …………… Período de Júpiter. …………………….Júpiter
Sexta-feira. …………….. Período de Vênus ………………………. Vênus
O Período de Vulcano, não incluído no quadro acima, é o último do atual esquema de evolução. Nas seis primeiras Revoluções desse futuro Período, extrair-se-á, por recapitulação, espiral após espiral, a quintessência de todos os Períodos precedentes. O Período de Vulcano corresponde, portanto, à semana com todos os sete dias.
Os astrólogos afirmam, com fundamento, que os dias da semana são regidos pelo astro particular que indicam. Um estudo cuidadoso das mitologias mostra como os “deuses” eram associados aos dias da semana. Assim, o dia de Saturno é sábado (Saturday); o domingo (Sunday) relaciona-se com o sol, e a lua, com segunda-feira (Monday). A terça-feira está relacionada com Marte — o deus da guerra —, tanto que os romanos chamavam-na de “Dies Martis”. O nome Tuesday (terça-feira) deriva de “Tirsdag”, “Tir” ou “Tyr”, o deus escandinavo da guerra. Wednesday (quarta-feira) dizia respeito a Wotanstag de Wotan, entidade mitológica do norte da Europa. Os romanos denominavam-nos de “Dies Mercurii”, o dia de Mercúrio. Thursday ou Thorstag (quinta-feira) deriva de “Thor”, deus do trovão, chamado pelos latinos de “Jove” ou Júpiter, donde “Dies Jovis”. De “Freya”, divindade da beleza, temos Friday (sexta-feira). Era o “Dies Veneris”, o dia de Vênus, para os romanos.
É mister esclarecer que os nomes dos Períodos nada têm a ver com os Planetas ou Astros físicos. Referem-se a encarnações passadas, presentes e futuras da Terra. O macrocosmo, tal como o microcosmo, também tem as suas encarnações. Segundo a ciência esotérica há 777 encarnações. Isto não significa que a Terra sofra 777 metamorfoses. Significa que a vida evolucionante faz 7 Revoluções em torno dos 7 Globos dos 7 Períodos. Vários diagramas do CONCEITO elucidam esse assunto, não obstante reconheçamos tratar-se de um tema bem abstrato, capaz de oferecer alguma dificuldade na compreensão de alguns pontos. Apesar de tudo, estudá-lo constitui algo fascinante, capaz de orientar o estudante pelos meandros da nossa longa jornada evolutiva.
(de Gilberto A V Silos – Publicado na Revista Serviço Rosacruz de Janeiro/1978)
O Otimismo é uma Atitude Positiva – o resultado final sempre será positivo
A despeito das condições, muitas vezes, desalentadoras em que vive a humanidade, não podemos perder as esperanças de que tudo caminha para um bem final. Devemos confiar em que o ser humano sairá fortalecido dessa fase de transição. As circunstâncias podem ser encaradas como um desafio, uma oportunidade de progresso. É necessário cultivar uma fé em que o resultado final de nossos esforços só poderá ser positivo.
Max Heindel afirmou em uma de suas obras: “O Ego tem, diante de si, uma via eterna de progresso; as limitações são uma irrealidade, porque o Espírito humano é uma chispa do Infinito, capaz de desenvolver todas as suas potencialidades”. No livro Conceito Rosacruz do Cosmos também lemos: “Cumpre-nos buscar sempre o bem oculto em todas as coisas. O cultivo dessa atitude de discernimento é particularmente importante”.
O Espírito humano é uma chispa do Infinito, dotada de um potencial ilimitado. E se é correto que o “bem” pode ser encontrado em todas as coisas, não é difícil aceitar a ideia de que o ser humano é essencialmente bom.
Esta bondade inata do ser humano expressa-se sutilmente, sem realce mundano, sem foguetório, porquanto não pode ser percebida em meio ao clamor e agitação da vida moderna. Todos estão prontos e atentos a notar as falhas humanas, os fatos e circunstâncias desagradáveis como se tudo isso fosse autossustentável. Essas falhas e circunstâncias ocorrem porque o indivíduo as alimenta com seus pensamentos e sentimentos negativos. Na realidade não têm vida própria.
Os pequenos atos de bondade praticados diariamente por pessoas do nosso círculo de relacionamento, amiúde, passam despercebidos. Isso acontece porque valorizamos excessivamente as situações dramáticas, as atitudes pretensamente corajosas e grandiloquentes. Observemos ao nosso redor quantos heróis anônimos, dispostos a se sacrificar pelo bem-estar do seu semelhante sem nada esperar em troca. No entanto, ninguém lhes exalta a capacidade de fazer o bem, ninguém os homenageia ou concede honrarias.
A vida revela de maneira inequívoca que mesmo as crises mais graves ou situações trágicas são resolvidas mediante a intercessão de alguém ou algum grupo de pessoas de boa-vontade. Através do senso de justiça ou sentimento de compaixão conseguem restaurar o equilíbrio no ambiente em que vivem. Os quadros mais dramáticos são os mais favoráveis ao exercício do altruísmo. O despontar da aurora é antecedido pela fase mais escura da noite.
Quando os jornais e a televisão noticiam grandes desastres, isto significa que os envolvidos têm lições a aprender. A dor da tragédia muitas vezes serve para quebrar-lhes apatia, despertando-lhes a consciência de sua origem divina. E não raro recebem ajuda e consolo daqueles abnegados, cujos corações só irradiam bondade.
Por mais que se agravem os problemas devemos conservar nossa fé no bem final, pois a bondade inata do ser humano triunfará sobre tudo o que é negativo.
(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – mai/jun/88 –SP)
A relação entre a Água e as Emoções
No Evangelho Segundo São Mateus 8:23-27 lemos:
“Então, entrando Ele no barco seus Discípulos o seguiram. E eis que sobreveio no mar uma grande tempestade, de sorte que o barco era varrido pelas ondas. Entretanto Cristo Jesus dormia. Mas os Discípulos vieram acordá-Lo clamando: ‘Salva-nos, pereceremos’. Acudiu-lhes então Cristo Jesus: ‘Por que sois tímidos, homens de pequena fé?’. E levantando-se repreendeu os ventos e o mar e fez-se grande bonança. E maravilharam-se os homens dizendo: ‘Quem é Este que até o vento e o mar Lhe obedecem?’”
No Evangelho Segundo São Mateus 14:22-33:
“Logo a seguir compeliu Jesus os Discípulos a embarcar e passar adiante dele para o outro lado, enquanto Ele despedia as multidões. E, despedidas as multidões, subiu ao monte a fim de orar sozinho. Em caindo a tarde lá estava Ele, só. Entretanto, o barco já estava longe, a muitos estádios da terra, açoitado pelas ondas porque o vento era contrário. Na quarta vigília da noite foi Jesus ter com eles, andando por sobre o mar. E os Discípulos ao verem-no andando por sobre as águas ficaram aterrados e exclamaram: É um fantasma. E tomados de medo gritaram, mas Cristo Jesus imediatamente lhes falou: ‘Tende bom ânimo. Sou eu. Não temais’. Respondendo-lhe Pedro disse: ‘Se és tu Senhor, manda-me ir ter contigo por sobre as águas’. E Ele disse: ‘Vem’. E Pedro descendo do barco andou sobre as águas e foi ter com Cristo Jesus. Reparando, porém, na força do vento, teve medo e começando a submergir, gritou: ‘Salva-me Senhor’. E, prontamente Cristo Jesus estendendo a mão tomou-o e lhe disse: ‘Homem de pequena fé, porque duvidastes?’. Subindo ambos para o barco, cessou o vento. E os que estavam no barco o adoraram dizendo: ‘Verdadeiramente és Filho de Deus’”.
Nessas passagens desse Evangelho observamos algo muito mais transcendente do que Cristo Jesus produzindo uma de suas maravilhas. Ele não estava literalmente dominando os elementos próprios do Mundo Físico, tais como a tempestade, ventos e ondas fortíssimas. Na realidade, estas passagens do Novo Testamento relatam experiências ocorridas em outra dimensão. Na literatura ocultista a água simboliza as emoções e o Mundo do Desejo.
À natureza da água lembra muito o Mundo do Desejo cuja substância encontra-se em constante movimento. Max Heindel afirma em suas obras que a permanência no Mundo do Desejo requer muito equilíbrio e discernimento. Quando faltam essas qualidades ocorre justamente o pânico que sobressaltou Pedro no capítulo 14 de São Mateus.
Pedro deixou o barco (o corpo) e aventurou-se na região das emoções. Porém, ainda não conseguia manter-se sereno para lá permanecer, tendo assim que receber a ajuda do Cristo. Caminhar sobre as águas é dominar os elementos do Mundo do Desejo.
Max Heindel diz no Conceito Rosacruz do Cosmos: “A lei que rege a matéria da Região Química é a inércia, a tendência a permanecer em status quo. É necessária certa soma de energia para vencer essa inércia, para fazer com que se mova um corpo em repouso ou para deter um que esteja em movimento. Tal não acontece com a matéria componente do Mundo do Desejo. Em si própria é quase vivente, está em movimento incessante, fluídico. Pode tomar formas inimagináveis com inconcebível facilidade e rapidez brilhando ao mesmo tempo com milhares de cores coruscantes sem termos de comparação com qualquer coisa que conhecemos neste estado físico de consciência. Desta ligeira descrição pode-se deduzir quão difícil será para o neófito que acaba de abrir os olhos internos, encontrar o equilíbrio no Mundo do Desejo. É um manancial de toda espécie de perturbações e perplexidades”.
No Conceito Rosacruz do Cosmos lemos: “A característica principal dos globos lunares pode-se descrever como ‘umidade’. Os ocultistas-cientistas chamam ‘água’ aos globos do Período Lunar e descrevem sua atmosfera como se fosse névoa ígnea”.
No mesmo livro dessa obra básica dos Ensinamentos Rosacruzes, Max Heindel afirma que cada dia da semana corresponde a um dos Períodos e é regido por um Astro em particular. À segunda-feira corresponde ao Período Lunar e é regida pela Lua que exerce decisiva influência sobre as águas, os fluídos, as marés, etc.
O domínio das emoções representa uma transição de um estado de consciência para outro. Os israelitas para entrar na Terra Prometida, primeiro tiveram de atravessar o Mar Vermelho e depois o Rio Jordão.
Cruzar as águas é uma vitória sobre as emoções, sobre si próprio. Se você supera alguma dificuldade, você cruzou o Jordão.
A arca de Noé, esotericamente interpretada representa um estado de consciência mais elevado, uma vitória sobre a comoção e insegurança causadas por grandes transformações. O dilúvio é uma alegoria do desaparecimento da Atlântida. Os sobreviventes simbolizam um tipo superior de humanidade, capaz de responder positivamente às necessidades evolutivas da Época Ária.
As Épocas contêm em si mesmas espirais evolutivas menores. As Eras são algumas dessas espirais. O ser humano da Era de Peixes é emotivo por excelência. Eis porque esta Era está intimamente ligada ao elemento água: o batismo com água nas igrejas cristãs, a água benta, a emotividade que envolve a devoção.
Na próxima Era — Aquário — essas características serão modificadas. O ser humano aquariano será mais racional. A atmosfera mais seca e elétrica que predominará ensejará o fortalecimento da atividade intelectual. A representação astrológica de Aquário consiste em um homem, o aguador, despejando a água do seu cântaro.
Num futuro mais distante ainda, às emoções serão totalmente sublimadas e amalgamadas à constituição espiritual do ser humano. Isso foi anunciado no Capítulo 21 do Apocalipse: “Vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a primeiro terra passaram e o mar já não existe”. Temos, portanto, uma árdua tarefa pela frente.
(Publicada na revista ‘Serviço Rosacruz’ – mar/abr – 88)
O Ateu e o Planetário
Certo professor, astrônomo de grande fama, era muito amigo de um jovem médico que, destituído de crenças religiosas, não acreditava que fosse o Universo obra exclusiva de um Ser Supremo. Era ateu.
Braile — assim se chamava o professor — desejando vencer o ateísmo absurdo do amigo, construiu um magnífico planetário, isto é, uma peça mecânica que reproduzia o Sol e todos seus planetas com seus movimentos e suas órbitas.
Esse interessante engenho, quando se movimentava, graças a um dispositivo especial, os astros nele representados iniciavam suas rotações em torno do Sol, ao mesmo tempo que os pequeninos satélites, com precisão matemática, movimentavam-se também em torno dos respectivos planetas.
Braile, construído o planetário, aguardou pacientemente a visita do amigo.
Quando este apareceu, após as primeiras saudações, entretiveram-se ambos em agradável palestra, até que, a certa altura perguntou o professor, interessado:
— Afinal, quais são agora as suas convicções religiosas?… De que forma você admira Deus e Suas Obras?…
— Ah! — Replicou o médico entre irônico e desencantado — não vos supunha ainda apegado a essas ideias do passado! Tudo quanto existe no mundo é obra do acaso. Continuo convicto de que Deus é uma ilusão que tem dominado as criaturas desde muitos séculos… Eu não creio em Deus… A natureza e o acaso são responsáveis pela criação do Universo.
Braile não deu resposta ao moço, a quem devotava grande afeto. Habilmente, desviou a conversa para outro rumo, desejando, porém, mais do que nunca, despertar aquele coração adormecido para a sublime verdade da existência do Criador.
Depois de alguns instantes, como quem nada pretendesse, o velho professor convidou o amigo para visitar seu modesto laboratório.
Foi então que o jovem doutor se deparou com o maravilhoso aparelho, em que apareciam, em bem-feita engrenagem, o Sol com os seus nove planetas.
O médico ateu, admirando o planetário, teceu sobre ele grandes elogios, perguntando em seguida:
— Qual o autor deste engenhoso instrumento?
Braile mostrou na fisionomia enigmático sorriso e respondeu tranquilo:
— Não houve autor algum… Ninguém fez este planetário…
— Como assim? — Replicou o ateu, surpreendido.
— É muito fácil. Este aparelho apareceu aqui por uma simples e natural casualidade.
O moço doutor olhou-o mais surpreendido ainda e, meio desapontado, retrucou-lhe:
— Caro professor, estou tão encantado com este instrumento que desejo ardentemente conhecer-lhe o autor. Peço-vos, pois, que não gracejeis comigo e dizei-me: quem fez este planetário?
Mas Braile, com o olhar brilhante e a voz séria e grave, tornou a dizer-lhe:
— Ninguém o fez, amigo, ou melhor, ele é obra do acaso…
— Zombais de mim, professor — disse o moço aborrecido. Uma peça tão perfeita não pode ser obra da casualidade. Onde se concebe um objeto assim, feito com arte e inteligência, não ter um autor? Isso é impossível!…
Então, Braile falou carinhosamente:
— Ah!… Este planetário, reconhece você, não pode ser fruto da casualidade… deve ter um autor…. No entanto, é um simples instrumento… E o Universo com as suas infinitas e insondáveis maravilhas… A criatura humana cujo corpo é a mais engenhosa máquina e cuja alma é sopro divino…. Tudo isso é obra do acaso?
O jovem médico baixou a cabeça, meditativo. Compreendera a intenção do velho professor.
Depois de meditar alguns segundos, olhou para Braile e estendeu-lhe a mão.
— Adeus! — Disse ele, comovido. – Adeus e.… obrigado!… Obrigado pela lição. Prometo que nela meditarei para chegar a melhores conclusões sobre o Autor da Vida!…
Braile abraçou-o, emocionado. Sabia que a semente que acabava de lançar naquele coração, germinaria e se transformaria em belos e sazonados frutos.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de janeiro/1970)
Sócrates em Breve Perfil
“Só sei uma coisa: é que nada sei”. Essa frase, estranha para alguns, hilariante para outros, sem significado para muita gente, notabilizou a Sócrates, o maior de todos os filósofos.
Vez por outra publicamos, nesta revista, a coluna “Filosofia Rosacruz Pelo Método Socrático”. Por esse método, aprende-se perguntando e obtendo respostas.
Profundo conhecedor da alma humana, Sócrates sondava a natureza das pessoas, revelando ideias preconcebidas e pondo em dúvida suas convicções. Se os seres humanos faziam menção à justiça, ele, calmamente, indagava:
— Que é isso? Qual é o significado dessas palavras tão abstratas através das quais vocês pretendem explicar com tanta facilidade o problema da vida e da morte? O que compreendem por “vocês mesmos?”
Esse grego célebre apreciava tratar de questões morais e filosóficas. Em seu diálogo com outras pessoas verdadeiramente cultas ou com pretensos intelectuais, tinha por hábito solicitar-lhes definições precisas e análises acuradas. E como é fácil deduzir, nem todos se sentiam muito à vontade diante dessas situações. Alguns se queixavam, afirmando que ele mais perguntava do que respondia, deixando os espíritos mais confusos ainda.
Em realidade, essa não era sua intenção. Simplesmente mostrava-se avesso à superficialidades. Bem se pode imaginar que dificuldades encontraria se vivesse na época atual. Não lhe faltariam críticos tenazes, a censurar-lhe a mania de querer aprofundar-se em todas as questões. Afinal, em nossos dias exorbita-se a importância da cultura extraída de aguadas apostilas e insossos fascículos. O audiovisual da televisão acomoda letargicamente as pessoas a receber conhecimentos sem assimilá-los. Há, talvez, excesso de informação, mas nenhuma FORMAÇÃO. Isso predispõe a uma distorção de valores. O banal ganha as honras de prioridade. Em contraposição, a busca do essencial em todas as coisas passa a ser encarada como uma atitude bizantina ou mania classicista. O Método Rosacruz de Desenvolvimento, contudo, oferece, aos estudantes, exercícios capazes de ensejar o rompimento do enganoso verniz que envolve as coisas, possibilitando-lhes que penetrem em suas profundezas. Na obra básica CONCEITO ROSACRUZ DO COSMOS encontramos uma clara exposição de tais exercícios.
Mas, voltemos à Grécia antiga.
Como era o grande filósofo? A julgar pelo busto, salvo entre as ruínas da escultura helênica, estava longe de ser belo. Descreve-o Will Durant como sendo calvo, rosto grande e redondo, olhos fundos e arregalados, um nariz largo e túrgido, indicando sua assiduidade em numerosos simpósios. Sua cabeça lembrava antes um trabalhador braçal do que um filósofo. Apresentava aspecto um tanto quanto rude, contrastando com sua bondade e encantadora simplicidade. Ar desajeitado, vestindo sempre a mesma surrada túnica, bem poucos acreditariam que se imortalizasse por suas ideias.
Uma coisa intrigava todo mundo: como vivia Sócrates? Não trabalhava. O dia de amanhã não se lhe constituía motivo de preocupação.
Sua vida conjugal por certo não era nenhum “mar de rosas”. Xantipa, sua esposa, espírito prático, vivia reclamando. Para ela, pouco dada a voos de pensamento, Sócrates não passava de um mandrião imprestável, que dava à sua família mais notoriedade do que pão. Ele, a despeito dessas divergências, reconhecia-lhe os méritos, afirmando que sua visão objetiva da vida mantinha o equilíbrio no lar. Xantipa gostava de falar quase tanto como Sócrates. Os dois juntos deveriam ter travado ásperos e interessantes diálogos. Ela, entretanto, amava-o.
Esse grande pensador exercia um impressionante fascínio sobre os jovens de seu tempo. Cobrava-lhes, a todo momento, a definição dos termos daquilo que afirmavam. Reuniam-se, costumeiramente, no pórtico do templo. Alguns desses moços se notabilizaram. Os ricos, como Platão e Alcebíades, deleitavam-se com sua análise crítica da democracia ateniense. Outros, mais simples, como Antístenes, apreciavam sua pobreza despreocupada. Alguns anarquistas, como Aristipo, sonhavam com um mundo livre de senhores e escravos. Para essa empolgada juventude, a vida sem os debates perder-se-ia na vacuidade. Quem sabe quantas escolas de pensamento tiveram sua origem no seio daquele grupo de idealistas?
A existência de Sócrates não se compôs apenas de filosofia. Houve, também, rasgos de heroísmo. Conta-se ter salvo a vida de Alcebíades em uma batalha. E para quem não acreditasse em sua coragem, ele a revelou de sobejo nos lances dramáticos que antecederam sua morte.
Era um homem sinceramente modesto. Jamais se proclamou sábio ou detentor da sabedoria. Afirmava viver em sua busca. Para quem fizesse questão de mais amplos pormenores, não vacilava em confessar: “sou um amador e não profissional da sabedoria”.
A filosofia, segundo ele, principia quando começam a surgir dúvidas envolvendo nossa crença, seus dogmas e axiomas. A verdadeira filosofia nasce quando o espírito enceta o exame de si próprio. GNOTHI SE AUTON — “Conhece-te a ti mesmo”, disse Sócrates. Essas lapidares palavras foram inscritas no frontispício do templo de Delfos, naquela época, mas sua sombra projeta-se sobre nossos dias. Nunca a necessidade do auto-conhecimento tornou-se tão premente. Por ignorar as multifacetas de sua própria natureza, o ser humano perde-se num imenso cipoal de conflitos. Logrou a proeza de pousar na Lua, desvendando os segredos de um mundo exterior. Por outro lado tem acumulado sucessivos fracassos por não irromper seu deslumbrante universo interior. E a Esfinge, plantada nas areias do deserto do mundo, continua a lançar seu desafio: “Ou me decifras, ou te devoro”.
O ser humano ainda padece de uma incrível indiferença em relação à sua natureza interna. Falta-lhe interesse e força para garimpar o EU. Bem a propósito, Max Heindel considerou o exercício noturno de Retrospecção como sendo o mais importante ensinamento da Escola Rosacruz. É um meio significativo de autoconhecimento.
Precedendo a Sócrates, outros filósofos também se celebrizaram, como por exemplo Tales de Mileto, Parmênides, Heráclito, Empédocles e o notável Pitágoras. Com exceção deste último, os “outros, em sua maioria, procuravam conhecer a PHYSIS, ou natureza das coisas exteriores e as leis vigentes no mundo material. Sócrates não os censurava por isto, mas afirmava haver elementos infinitamente mais dignos de atenção dos filósofos do que árvores e pedras. O espírito do ser humano, por exemplo. “Quem é o ser humano?, perguntava, e, em que poderá tornar-se”?
Sua grande preocupação voltava-se para os jovens atenienses daqueles tempos. Procurou incentivá-los a discutir problemas tais como a virtude e o melhor governo. Proclamava que, aparentemente, não havia motivo para um indivíduo não proceder como bem entendesse, uma vez se mantivesse dentro dos limites traçados pelas leis. Cria numa moral natural e não imposta. “Como desenvolver uma nova moralidade em Atenas, e como salvar o país?”, perguntava. Por responder tais perguntas encontrou a morte.
Quanto à questão do melhor governo, propugnava uma posição de destaque para os mais apurados espíritos, pois uma sociedade só consegue tornar-se estável quando guiada pelos mais sábios.
Atenas era um campo onde as ideias se entrechocavam. E numa fase de violência exacerbada, a sorte de Sócrates foi lançada. Acabou encarcerado, sob a acusação de disseminar uma “abominável filosofia aristocrática” e corromper a mocidade. Foi condenado à morte. Sentenciaram-no a beber cicuta.
Amigos fiéis organizaram-lhe uma fuga. Mas ele recusou. Talvez julgasse ser tempo de partir, melhor ocasião de morrer tão utilmente por certo nunca mais se lhe oferecesse. Após ingerir gota por gota o veneno mortal, ainda encontrou forças para dirigir um último apelo a seu amigo Críton: — “Devo um galo a Asclépio, não se esqueça de resgatar essa dívida”.
Críton fechou-lhe as pálpebras. Tinha setenta anos de idade. Corria o ano de 399 A.C.
(de Gilberto A.V. Silos – Publicado na Revista Serviço Rosacruz de junho/1978)
Os Mundos: formação de um “Cosmos”
Comparemos a escolha da porção do espaço para a criação de um Sistema Solar com a construção de uma casa.
Escolhe-se o terreno, faz-se o projeto adequado para os espaços, colocam-se móveis e objetos necessários aos que nela habitarão.
Assim também, Deus escolhe um lugar no espaço, preenche-o com sua “Aura” e compenetra cada Átomo da “Substância Raiz Cósmica” desse espaço com Sua vida.
O Espírito Universal Absoluto cria através de dois Polos: do Polo Negativo (expresso pela Substância Raiz Cósmica) ; e do Polo Positivo (que faz parte Dele mesmo).
Portanto, tudo no Mundo é espaço cristalizado através desses dois Polos.
As formas são, assim, cristalizações em torno do Polo Negativo (Substância Raiz Cósmica).
Sobre a matéria que será constituída, Deus atrai sua esfera imediata, tornando-a mais densa que o espaço exterior (entre os Sistemas Solares). A seguir, organiza essa esfera com Sua Consciência, diversificando cada parte dessa esfera, na qual a Substância Raiz Cósmica é posta em vibração a diversos graus, e assim fica diferenciado cada setor da esfera.
Da mesma forma que dividimos os ambientes de uma casa, para cada função da vida dos moradores, assim os diversos Mundos são projetados e adaptados para cada propósito do esquema evolutivo.
Existem sete Mundos, cada qual com um grau diferente de vibração. Como exemplo, podemos citar a extrema rapidez do Mundo do Desejo (o mais próximo do Mundo Físico).
Esses Mundos não estão como os Planetas, separados no Espaço; eles são estados de matéria, com variadas densidades e vibrações.
Também não são criados ou aniquilados em um único Dia de Manifestação. Deus vai diferenciando em Si mesmo, um Mundo após o outro, conforme as necessidades da evolução.
Portanto, todos os sete Mundos vão se diferenciando gradualmente uns dos outros.
Os Mundos Superiores são criados em primeiro lugar, e durante a Involução – quando a Vida que evoluciona habitando esses Mundos e aprendendo as lições que necessitam em um processo de evolução – vão se condensando gradualmente; então Deus vai diferenciando novos Mundos (O elo entre Ele e os Mundos que se consolidam). No tempo adequado, esses Mundos chegam ao mais denso em materialidade, e a vida, que está evoluindo usando esses Mundos como campos de evolução, começa então a ascender para os Mundos mais sutis.
Os Mundos mais densos vão se despovoando, e, quando não têm mais serventia, Deus retira deles a atividade que os trouxeram à existência.
Assim, os Mundos Superiores são os primeiros a serem criados, e os últimos a serem aniquilados.
De onde se conclui que os três Mundos mais densos em que, atualmente, nós, onda de vida humana dos Espíritos Virginais, estamos evoluindo, quais sejam, o Mundo Físico, o Mundo do Desejo e o Mundo do Pensamento, são, na verdade, extremamente fugazes no processo evolutivo.
QUE AS ROSAS FLORESÇAM EM VOSSA CRUZ!