O Ateu e o Planetário
Certo professor, astrônomo de grande fama, era muito amigo de um jovem médico que, destituído de crenças religiosas, não acreditava que fosse o Universo obra exclusiva de um Ser Supremo. Era ateu.
Braile — assim se chamava o professor — desejando vencer o ateísmo absurdo do amigo, construiu um magnífico planetário, isto é, uma peça mecânica que reproduzia o Sol e todos seus planetas com seus movimentos e suas órbitas.
Esse interessante engenho, quando se movimentava, graças a um dispositivo especial, os astros nele representados iniciavam suas rotações em torno do Sol, ao mesmo tempo que os pequeninos satélites, com precisão matemática, movimentavam-se também em torno dos respectivos planetas.
Braile, construído o planetário, aguardou pacientemente a visita do amigo.
Quando este apareceu, após as primeiras saudações, entretiveram-se ambos em agradável palestra, até que, a certa altura perguntou o professor, interessado:
— Afinal, quais são agora as suas convicções religiosas?… De que forma você admira Deus e Suas Obras?…
— Ah! — Replicou o médico entre irônico e desencantado — não vos supunha ainda apegado a essas ideias do passado! Tudo quanto existe no mundo é obra do acaso. Continuo convicto de que Deus é uma ilusão que tem dominado as criaturas desde muitos séculos… Eu não creio em Deus… A natureza e o acaso são responsáveis pela criação do Universo.
Braile não deu resposta ao moço, a quem devotava grande afeto. Habilmente, desviou a conversa para outro rumo, desejando, porém, mais do que nunca, despertar aquele coração adormecido para a sublime verdade da existência do Criador.
Depois de alguns instantes, como quem nada pretendesse, o velho professor convidou o amigo para visitar seu modesto laboratório.
Foi então que o jovem doutor se deparou com o maravilhoso aparelho, em que apareciam, em bem-feita engrenagem, o Sol com os seus nove planetas.
O médico ateu, admirando o planetário, teceu sobre ele grandes elogios, perguntando em seguida:
— Qual o autor deste engenhoso instrumento?
Braile mostrou na fisionomia enigmático sorriso e respondeu tranquilo:
— Não houve autor algum… Ninguém fez este planetário…
— Como assim? — Replicou o ateu, surpreendido.
— É muito fácil. Este aparelho apareceu aqui por uma simples e natural casualidade.
O moço doutor olhou-o mais surpreendido ainda e, meio desapontado, retrucou-lhe:
— Caro professor, estou tão encantado com este instrumento que desejo ardentemente conhecer-lhe o autor. Peço-vos, pois, que não gracejeis comigo e dizei-me: quem fez este planetário?
Mas Braile, com o olhar brilhante e a voz séria e grave, tornou a dizer-lhe:
— Ninguém o fez, amigo, ou melhor, ele é obra do acaso…
— Zombais de mim, professor — disse o moço aborrecido. Uma peça tão perfeita não pode ser obra da casualidade. Onde se concebe um objeto assim, feito com arte e inteligência, não ter um autor? Isso é impossível!…
Então, Braile falou carinhosamente:
— Ah!… Este planetário, reconhece você, não pode ser fruto da casualidade… deve ter um autor…. No entanto, é um simples instrumento… E o Universo com as suas infinitas e insondáveis maravilhas… A criatura humana cujo corpo é a mais engenhosa máquina e cuja alma é sopro divino…. Tudo isso é obra do acaso?
O jovem médico baixou a cabeça, meditativo. Compreendera a intenção do velho professor.
Depois de meditar alguns segundos, olhou para Braile e estendeu-lhe a mão.
— Adeus! — Disse ele, comovido. – Adeus e.… obrigado!… Obrigado pela lição. Prometo que nela meditarei para chegar a melhores conclusões sobre o Autor da Vida!…
Braile abraçou-o, emocionado. Sabia que a semente que acabava de lançar naquele coração, germinaria e se transformaria em belos e sazonados frutos.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de janeiro/1970)
Sócrates em Breve Perfil
“Só sei uma coisa: é que nada sei”. Essa frase, estranha para alguns, hilariante para outros, sem significado para muita gente, notabilizou a Sócrates, o maior de todos os filósofos.
Vez por outra publicamos, nesta revista, a coluna “Filosofia Rosacruz Pelo Método Socrático”. Por esse método, aprende-se perguntando e obtendo respostas.
Profundo conhecedor da alma humana, Sócrates sondava a natureza das pessoas, revelando ideias preconcebidas e pondo em dúvida suas convicções. Se os seres humanos faziam menção à justiça, ele, calmamente, indagava:
— Que é isso? Qual é o significado dessas palavras tão abstratas através das quais vocês pretendem explicar com tanta facilidade o problema da vida e da morte? O que compreendem por “vocês mesmos?”
Esse grego célebre apreciava tratar de questões morais e filosóficas. Em seu diálogo com outras pessoas verdadeiramente cultas ou com pretensos intelectuais, tinha por hábito solicitar-lhes definições precisas e análises acuradas. E como é fácil deduzir, nem todos se sentiam muito à vontade diante dessas situações. Alguns se queixavam, afirmando que ele mais perguntava do que respondia, deixando os espíritos mais confusos ainda.
Em realidade, essa não era sua intenção. Simplesmente mostrava-se avesso à superficialidades. Bem se pode imaginar que dificuldades encontraria se vivesse na época atual. Não lhe faltariam críticos tenazes, a censurar-lhe a mania de querer aprofundar-se em todas as questões. Afinal, em nossos dias exorbita-se a importância da cultura extraída de aguadas apostilas e insossos fascículos. O audiovisual da televisão acomoda letargicamente as pessoas a receber conhecimentos sem assimilá-los. Há, talvez, excesso de informação, mas nenhuma FORMAÇÃO. Isso predispõe a uma distorção de valores. O banal ganha as honras de prioridade. Em contraposição, a busca do essencial em todas as coisas passa a ser encarada como uma atitude bizantina ou mania classicista. O Método Rosacruz de Desenvolvimento, contudo, oferece, aos estudantes, exercícios capazes de ensejar o rompimento do enganoso verniz que envolve as coisas, possibilitando-lhes que penetrem em suas profundezas. Na obra básica CONCEITO ROSACRUZ DO COSMOS encontramos uma clara exposição de tais exercícios.
Mas, voltemos à Grécia antiga.
Como era o grande filósofo? A julgar pelo busto, salvo entre as ruínas da escultura helênica, estava longe de ser belo. Descreve-o Will Durant como sendo calvo, rosto grande e redondo, olhos fundos e arregalados, um nariz largo e túrgido, indicando sua assiduidade em numerosos simpósios. Sua cabeça lembrava antes um trabalhador braçal do que um filósofo. Apresentava aspecto um tanto quanto rude, contrastando com sua bondade e encantadora simplicidade. Ar desajeitado, vestindo sempre a mesma surrada túnica, bem poucos acreditariam que se imortalizasse por suas ideias.
Uma coisa intrigava todo mundo: como vivia Sócrates? Não trabalhava. O dia de amanhã não se lhe constituía motivo de preocupação.
Sua vida conjugal por certo não era nenhum “mar de rosas”. Xantipa, sua esposa, espírito prático, vivia reclamando. Para ela, pouco dada a voos de pensamento, Sócrates não passava de um mandrião imprestável, que dava à sua família mais notoriedade do que pão. Ele, a despeito dessas divergências, reconhecia-lhe os méritos, afirmando que sua visão objetiva da vida mantinha o equilíbrio no lar. Xantipa gostava de falar quase tanto como Sócrates. Os dois juntos deveriam ter travado ásperos e interessantes diálogos. Ela, entretanto, amava-o.
Esse grande pensador exercia um impressionante fascínio sobre os jovens de seu tempo. Cobrava-lhes, a todo momento, a definição dos termos daquilo que afirmavam. Reuniam-se, costumeiramente, no pórtico do templo. Alguns desses moços se notabilizaram. Os ricos, como Platão e Alcebíades, deleitavam-se com sua análise crítica da democracia ateniense. Outros, mais simples, como Antístenes, apreciavam sua pobreza despreocupada. Alguns anarquistas, como Aristipo, sonhavam com um mundo livre de senhores e escravos. Para essa empolgada juventude, a vida sem os debates perder-se-ia na vacuidade. Quem sabe quantas escolas de pensamento tiveram sua origem no seio daquele grupo de idealistas?
A existência de Sócrates não se compôs apenas de filosofia. Houve, também, rasgos de heroísmo. Conta-se ter salvo a vida de Alcebíades em uma batalha. E para quem não acreditasse em sua coragem, ele a revelou de sobejo nos lances dramáticos que antecederam sua morte.
Era um homem sinceramente modesto. Jamais se proclamou sábio ou detentor da sabedoria. Afirmava viver em sua busca. Para quem fizesse questão de mais amplos pormenores, não vacilava em confessar: “sou um amador e não profissional da sabedoria”.
A filosofia, segundo ele, principia quando começam a surgir dúvidas envolvendo nossa crença, seus dogmas e axiomas. A verdadeira filosofia nasce quando o espírito enceta o exame de si próprio. GNOTHI SE AUTON — “Conhece-te a ti mesmo”, disse Sócrates. Essas lapidares palavras foram inscritas no frontispício do templo de Delfos, naquela época, mas sua sombra projeta-se sobre nossos dias. Nunca a necessidade do auto-conhecimento tornou-se tão premente. Por ignorar as multifacetas de sua própria natureza, o ser humano perde-se num imenso cipoal de conflitos. Logrou a proeza de pousar na Lua, desvendando os segredos de um mundo exterior. Por outro lado tem acumulado sucessivos fracassos por não irromper seu deslumbrante universo interior. E a Esfinge, plantada nas areias do deserto do mundo, continua a lançar seu desafio: “Ou me decifras, ou te devoro”.
O ser humano ainda padece de uma incrível indiferença em relação à sua natureza interna. Falta-lhe interesse e força para garimpar o EU. Bem a propósito, Max Heindel considerou o exercício noturno de Retrospecção como sendo o mais importante ensinamento da Escola Rosacruz. É um meio significativo de autoconhecimento.
Precedendo a Sócrates, outros filósofos também se celebrizaram, como por exemplo Tales de Mileto, Parmênides, Heráclito, Empédocles e o notável Pitágoras. Com exceção deste último, os “outros, em sua maioria, procuravam conhecer a PHYSIS, ou natureza das coisas exteriores e as leis vigentes no mundo material. Sócrates não os censurava por isto, mas afirmava haver elementos infinitamente mais dignos de atenção dos filósofos do que árvores e pedras. O espírito do ser humano, por exemplo. “Quem é o ser humano?, perguntava, e, em que poderá tornar-se”?
Sua grande preocupação voltava-se para os jovens atenienses daqueles tempos. Procurou incentivá-los a discutir problemas tais como a virtude e o melhor governo. Proclamava que, aparentemente, não havia motivo para um indivíduo não proceder como bem entendesse, uma vez se mantivesse dentro dos limites traçados pelas leis. Cria numa moral natural e não imposta. “Como desenvolver uma nova moralidade em Atenas, e como salvar o país?”, perguntava. Por responder tais perguntas encontrou a morte.
Quanto à questão do melhor governo, propugnava uma posição de destaque para os mais apurados espíritos, pois uma sociedade só consegue tornar-se estável quando guiada pelos mais sábios.
Atenas era um campo onde as ideias se entrechocavam. E numa fase de violência exacerbada, a sorte de Sócrates foi lançada. Acabou encarcerado, sob a acusação de disseminar uma “abominável filosofia aristocrática” e corromper a mocidade. Foi condenado à morte. Sentenciaram-no a beber cicuta.
Amigos fiéis organizaram-lhe uma fuga. Mas ele recusou. Talvez julgasse ser tempo de partir, melhor ocasião de morrer tão utilmente por certo nunca mais se lhe oferecesse. Após ingerir gota por gota o veneno mortal, ainda encontrou forças para dirigir um último apelo a seu amigo Críton: — “Devo um galo a Asclépio, não se esqueça de resgatar essa dívida”.
Críton fechou-lhe as pálpebras. Tinha setenta anos de idade. Corria o ano de 399 A.C.
(de Gilberto A.V. Silos – Publicado na Revista Serviço Rosacruz de junho/1978)
Os Mundos: formação de um “Cosmos”
Comparemos a escolha da porção do espaço para a criação de um Sistema Solar com a construção de uma casa.
Escolhe-se o terreno, faz-se o projeto adequado para os espaços, colocam-se móveis e objetos necessários aos que nela habitarão.
Assim também, Deus escolhe um lugar no espaço, preenche-o com sua “Aura” e compenetra cada Átomo da “Substância Raiz Cósmica” desse espaço com Sua vida.
O Espírito Universal Absoluto cria através de dois Polos: do Polo Negativo (expresso pela Substância Raiz Cósmica) ; e do Polo Positivo (que faz parte Dele mesmo).
Portanto, tudo no Mundo é espaço cristalizado através desses dois Polos.
As formas são, assim, cristalizações em torno do Polo Negativo (Substância Raiz Cósmica).
Sobre a matéria que será constituída, Deus atrai sua esfera imediata, tornando-a mais densa que o espaço exterior (entre os Sistemas Solares). A seguir, organiza essa esfera com Sua Consciência, diversificando cada parte dessa esfera, na qual a Substância Raiz Cósmica é posta em vibração a diversos graus, e assim fica diferenciado cada setor da esfera.
Da mesma forma que dividimos os ambientes de uma casa, para cada função da vida dos moradores, assim os diversos Mundos são projetados e adaptados para cada propósito do esquema evolutivo.
Existem sete Mundos, cada qual com um grau diferente de vibração. Como exemplo, podemos citar a extrema rapidez do Mundo do Desejo (o mais próximo do Mundo Físico).
Esses Mundos não estão como os Planetas, separados no Espaço; eles são estados de matéria, com variadas densidades e vibrações.
Também não são criados ou aniquilados em um único Dia de Manifestação. Deus vai diferenciando em Si mesmo, um Mundo após o outro, conforme as necessidades da evolução.
Portanto, todos os sete Mundos vão se diferenciando gradualmente uns dos outros.
Os Mundos Superiores são criados em primeiro lugar, e durante a Involução – quando a Vida que evoluciona habitando esses Mundos e aprendendo as lições que necessitam em um processo de evolução – vão se condensando gradualmente; então Deus vai diferenciando novos Mundos (O elo entre Ele e os Mundos que se consolidam). No tempo adequado, esses Mundos chegam ao mais denso em materialidade, e a vida, que está evoluindo usando esses Mundos como campos de evolução, começa então a ascender para os Mundos mais sutis.
Os Mundos mais densos vão se despovoando, e, quando não têm mais serventia, Deus retira deles a atividade que os trouxeram à existência.
Assim, os Mundos Superiores são os primeiros a serem criados, e os últimos a serem aniquilados.
De onde se conclui que os três Mundos mais densos em que, atualmente, nós, onda de vida humana dos Espíritos Virginais, estamos evoluindo, quais sejam, o Mundo Físico, o Mundo do Desejo e o Mundo do Pensamento, são, na verdade, extremamente fugazes no processo evolutivo.
QUE AS ROSAS FLORESÇAM EM VOSSA CRUZ!
Uma Renovada Disposição sempre Planejando para o Próximo Ano
Já sopram já mais da metade dos ventos desse ano terrestre. A parte do ano que já passou, com tudo que pôde oferecer de positivo ou negativo, considerando-se a relatividade desses dois termos, faz parte do passado. Deixou, dependendo da maneira como esse problema é encarado individualmente, um saldo determinado.
Passados mais da metade, para alguns restaram indeléveis traços de sofrimentos e decepções, amarguras e contrariedades. Outros não conseguiram apagar o estigma de tragédias que os envolveram e atingiram. Há aqueles perseguidos pela frustração de aspirações irrealizadas, de metas inatingidas. Mas alguns, talvez poucos, sentiram-se bafejados pelo êxito em suas vidas profissionais e particulares. Afinal, dizem, das crises, por crônicas que sejam, sempre alguém escapa ileso.
Uns e outros tendem a encarar o ano que virá (novo) sob uma ótica oriunda, nascida, dos percalços e sucessos de desse ano aqui. Não atinam quão irreais e enganadoras são as chamadas “vitórias” e “derrotas”. Os “derrotados desse ano” observam a quadra atual com certa dose de pessimismo. Na melhor das hipóteses, animam-se com tênues esperanças de que o presente seja menos malfazejo que o pretérito. Imaturos espiritualmente, não se libertaram de traumas passados. Tudo se lhes afigura difícil, impossível e sombrio.
Para aqueles a quem a “sorte sorriu”, as coisas, nesta nova fase, na pior das hipóteses, fluirão num mesmo nível. Permitem-se até dormir sobre os louros de suas realizações, como se o amanhã não fosse outro dia.
Observa-se, aí, como o ser humano comum é dominado por uma preocupação obsessiva de tudo rotular — bem/mal, bom/mau, triunfo/fracasso — à luz de seus superficiais conhecimentos.
Tanto para os “deserdados” como para os “afortunados” dessa parte do ano para trás houve apenas sepultamento. O corpo encontra-se enterrado, mas o defunto permanece fresco, podendo ser exumado a qualquer hora. Sua lembrança persegue-o tenazmente, com sua carga desestimulante ou ilusória.
Felizmente, há quem logre sobrepor-se a esse estado de espírito. São as chamadas “almas velhas”, espíritos mais evoluídos, têmperas forjadas na crueza e experiências de vidas passadas. Dotados de natureza intimorata, hoje, imperturbáveis, sabem como enfrentar os desafios do mundo.
Não se amedrontam, desconhecem a inibição diante de circunstâncias adversas, mas ninguém os vê exibir arrogante autossuficiência. A modéstia é seu apanágio. São equilibrados, justos e sensatos.
Cônscios de seu progresso, nem por isso deixam de reconhecer que o caminho da perfeição é infinito. Conservam a mente aberta e o coração radiante, dispostos a haurir os mais valiosos ensinamentos do cotidiano. Sabem que ainda muito têm a aprender e crescer, num futuro suscetível de desdobrar-se em mil caminhos diferentes.
Esses não sepultaram a parte do ano que já passou. Cremaram-no. Não buscam desenterrá-lo constantemente, reabrindo velhas feridas. Não. Reduziram-no a cinzas. Basta-lhes apenas ter assimilado o valor educativo das experiências pelas quais passaram. É o suficiente para servi-lhes de orientação e inspiração no ano recém-iniciado.
Aos acontecimentos passados, só lhes atribuem valor como lições de vida. O novo ano, afirmam, deve ser bem recebido. Merece ser visto com bons olhos. Afinal, quantas oportunidades de crescimento anímico e mesmo de progresso material ele poderá nos oferecer!
Nessa abençoada seara que é o mundo, a cada momento se nos surgem valiosas ocasiões de empregarmos nossas faculdades epigenéticas. Assim, cabe-nos tentar, sempre que possível, criar algo novo ou melhorar o já existente. Todas as coisas clamam por um toque de aperfeiçoamento, de inovação, de originalidade. Em tudo há sempre uma beleza recôndita, esperando por ser desvelada.
No limiar de um novo ciclo, o melhor que cada um pode fazer é arregaçar as mangas e renovar sua disposição para o trabalho. Há muito por construir. Nada de lamentar o mal acontecido, nem de deslumbramentos com conquistas já ultrapassadas. Não se pode viver do passado. O que “está feito está feito”. As lições, sim, servem para alguma coisa.
Estimado amigo, o que você fez até aqui, nesse ano? Enterrou? Cremou?
(Publicada na Revista Serviço Rosacruz – 01/1978)
A Fraternidade Rosacruz e a Era de Aquário
A Fraternidade Rosacruz é uma Escola Filosófica-Cristã que divulga a Filosofia Rosacruz ou Cristianismo Esotérico, tal como foi ensinado a Max Heindel, seu fundador, pelos Irmãos Maiores, Mestres da Ordem Rosacruz. É um movimento aquariano por excelência, acolhendo e selecionando espontaneamente, pelo interesse de cada membro, os futuros aquarianos. Sua mensagem aí está, lançada ao mundo e ao futuro. Uma nova era social se avizinha, à medida que o Sol, em seu movimento precessional, caminha do Signo de Peixes ao Signo de Aquário. O Sol entrou na órbita de influência aquariana em meados do século passado e se aproxima, um grau cada 72 anos, do Signo de Ar de Aquário, regido por Urano. Sua influência, cuja nota-chave é originalidade e renovação, começa a manifestar-se nas invenções e conquistas do ar, captação e transmissão da eletricidade, da energia solar, da energia atômica, forças essas que estão mudando a história do mundo e impulsionando o homem para rumos imprevisíveis. Muitas passagens dos Evangelhos, as cartas de Paulo e principalmente o Apocalipse, tratam da Nova Era, dizendo que o Cristo, quando vier pela segunda vez, virá nos ares, isto é, ao advento das extraordinárias condições desses tempos futuros dizendo: “Eis que quando entrardes na cidade encontrareis um homem levando um cântaro d’água. Segui-o até a casa em que ele entrar, Lc: 22:10. A casa é símbolo de um dos doze departamentos das doze divisões terrestres. A casa era de um homem rico, pois há riqueza no futuro homem de Aquário: suas oportunidades para avançar no caminho evolutivo são pérolas de grande valor… então, já noite avançada, o Senhor ENTROU NAQUELA CASA E PREPAROU A SEUS DISCÍPULOS para o grande acontecimento cósmico, social, espiritual. ELE JÁ HAVIA DITO que não restaria pedra sobre pedra de todos esses edifícios que vemos à nossa volta.
Porque o grande tempo chegou e uma nova humanidade colocará os cimentos para edificar a Igreja Universal, sem divisões de tribos nem de castas. Ao final da Era de Touro, o touro, há uns 4.000 anos, o “povo de Deus” fugiu do furor que se aproximava quando rumaram para fora do Egito, país dedicado ao culto do touro. Nessa fuga foram conduzidos por Moisés, cuja cabeça, em antigas gravações, aparece adornada com cornos enroscados de carneiro, indicação simbólica de que era o heraldo dos 2.100 anos da Era de Áries durante a qual, na manhã de Páscoa, o Sol coloria de vermelho as portas das casas, semelhante a sangue de carneiro, quando passava pelo equador na constelação (não no Signo) do carneiro, Áries. Semelhantemente, quando o Sol, por precessão, se aproximava da constelação de Peixes, os peixes, João Batista submergia aos convertidos à religião messiânica nas águas do Jordão, e Jesus chamou a seus Discípulos de “pescadores de homens”. Olhando para o futuro através da perspetiva do passado, é evidente que uma nova era terá início quando o Sol entrar na constelação de Aquário, o portador de água. Julgando pelos acontecimentos do passado, é razoável supor-se que uma nova fase de religião substituirá ao sistema atual, revelando-nos ideais mais nobres do que nosso atual conceito de Religião Cristã.
Nos primeiros tempos da Época Atlante vivíamos nos vales mais profundos da Terra, onde a névoa era mais densa. Respirávamos então, por meio de órgãos semelhantes as guelras dos peixes atuais. No transcurso do tempo, o desejo de exploração causou o invento de barcos aéreos que foram impelidos pelas forças expansivas dos grãos em brotação. A história da “Arca” é uma rememoração corrompida daquele fato. Aqueles barcos realmente funcionavam sobre as cristas das montanhas, nas quais, a atmosfera mais rarefeita permitia-lhes sustentar-se. Hoje, nossos navios e barcos flutuam sobre o elemento em que os antigos barcos atlantes viviam submersos. Utilizamos vários meios de propulsão, permitindo-nos voar às partes mas elevadas da terra que ocupamos atualmente. Tão seguramente como nossos antecessores atlantes fizeram um belo caminho do líquido elemento em que viviam, e se elevaram sobre as águas, para viver em outro elemento, do mesmo modo, nós conquistaremos o elemento ar e nos elevaremos sobre ele, para o elemento recém-descoberto que chamamos Éter.
“A Carne e o Sangue não podem herdar o Reino dos Céus”, como tampouco puderam os seres que respiravam por meio de órgãos parecidos às guelras, os atlantes, viver sob as condições naturais prevalecentes na Era atual em que o “reino do homem” existe. Por conseguinte, nossos corpos terão que mudar antes que o Cristo possa vir.
Quando falamos da “Idade Futura”, do “Novo Céu” e da “Nova Terra”, mencionados na Bíblia, e também da Era de Aquário, a diferença não aparecerá clara nas Mentes dos Estudantes Rosacruzes. A confusão de termos é um dos terrenos mais férteis para a falácia. Os Ensinamentos Rosacruzes procuram e se esforçam para evitá-la por meio de uma nomenclatura determinada. Em nossos escritos diz-se que quatro grandes épocas de desenvolvimento precederam ao presente estado de coisas; que a densidade da Terra, suas condições atmosféricas e as leis da natureza que prevaleceram em uma época determinada foram tão diferentes de outras épocas, assim como a correspondente constituição física da raça humana em quaisquer outras épocas diferia totalmente de uma época para outra. Os corpos de ADM (este nome significa TERRA VERMELHA), a humanidade da incandescente da Época Lemúrica, foram formados do “pó da terra”, daquele barro quente, vermelho, vulcânico e estavam adaptados justamente para aquele ambiente. A carne e o sangue ter-se-iam dissipado com o terrível calor daquela época e, ainda que esteja agora adaptado às condições atuais, São Paulo diz-nos que não podem herdar o “Reino dos Céus”. Antes de que uma nova ordem de coisas possa ser inaugurada, a constituição física da raça humana deve ser radicalmente mudada, sem dizer nada com respeito às condições espirituais.
Milhões de anos serão necessários para a regeneração da totalidade da humanidade e adaptá-la para viver em Corpos Vitais, formados pelos Éteres.
Este é um dos trabalhos que a Fraternidade Rosacruz, por meio de seus Ensinamentos modernos, procura realizar.
(Publicada na Revista Serviço Rosacruz – 02/1978)
Pergunta: Estou intrigado sobre o significado do verso da escritura utilizado em relação ao Emblema Rosacruz: “Se andarmos na Luz como Ele na Luz está, teremos comunhão uns com os outros”. Como podemos caminhar na Luz? Significa isto que temos comunhão com o Cristo, ou uma pessoa com outra, ou a temos com o Cristo e simultaneamente com outras pessoas? Significará que todas as pessoas, caminhando na Luz, receberão iluminação?
Resposta: A “Luz” em questão é a do Corpo-Alma, aquela vestimenta luminosa que tecemos pelo amor e sacrifício desinteressado ao próximo. Compõe-se dos dois Éteres superiores (de Luz e Refletor) do Corpo Vital e é o veículo particular do Cristo em nós. O Princípio Crístico é o Princípio de Unidade, estando relacionado ao Mundo do Espírito de Vida, o primeiro dos mundos universais e, portanto, quando construímos o Corpo-Alma e caminhamos em sua luz (é de fato luminoso) estamos andando num mar de UNIDADE, por assim dizer. Assim “temos comunhão” ou sentimos uma união com todas as criaturas de Deus.
Relativamente ao Corpo-Alma, é-nos ensinado nos Ensinamentos Rosacruzes, que: “A parte do Corpo Vital formada pelos dois Éteres superiores, é o que podemos chamar de Corpo-Alma, isto é, é mais diretamente ligado com o Corpo de Desejos e a Mente e também mais maleável para o contato com o Espírito, que os dois Éteres inferiores. É o veículo do intelecto, e responsável por tudo o que faz do ser humano um indivíduo. Nossas observações, aspirações, carácter, etc. são devidos ao trabalho do Espírito nestes dois Éteres superiores, os quais se tornam mais ou menos luminosos conforme a natureza de nosso carácter e hábitos. Também, conforme o Corpo Denso assimila partículas de alimento ganhando assim carne, os dois Éteres superiores assimilam nossas boas ações, crescendo de volume. De acordo com nossas ações aumentamos ou diminuímos, nesta vida, aquilo que trouxemos conosco ao nascer”.
“Conforme novas formas vão sendo propagadas através do segundo Éter (de Vida), o Ser Superior, o Cristo Interno, forma-se através deste mesmo veículo de geração, o Corpo Vital, em seus aspectos superiores incorporados aos dois Éteres superiores.
“Mas à semelhança de um bebê que requer nutrição, também o Cristo ao nascer é um bebê precisando de alimento para se tornar um pleno adulto. E assim como o corpo físico cresce por contínua assimilação de material da região química (sólidos, líquidos e gazes), semelhantemente, conforme o Cristo cresce, crescerão os dois Éteres Superiores, formando uma nuvem luminosa em volta do ser humano que seja suficientemente merecedor de apontar para o céu seu rosto; revestirá o peregrino com luz tão brilhante que ele “andará na luz”, literalmente”.
“São Paulo enfatiza que nós temos — um “soma psuchicon” (traduzido erradamente como corpo natural), um “Corpo-Alma”, feito de éter, que é mais leve que o ar e, portanto, capaz de levitar. Este é o Dourado Traje de Bodas, a Pedra Filosofal, ou a Pedra Viva, mencionada em algumas antigas filosofias como a Alma Diamantina, pois é luminosa, brilhante e faiscante — uma gema sem preço …. Este veículo eventualmente evoluirá na humanidade em seu todo, mas durante a mudança da Época Ária para as condições etéricas da Época Nova Galileia, haverá pioneiros como os Semitas originais fizeram na mudança da Época Atlante para Época Ária”.
“O Corpo-Alma ou ‘Traje de Bodas’ está latente em todos nós. Fica mais resplandecente pela alquimia espiritual, pela qual o serviço é transmutado em crescimento de alma. É a casa ‘feita sem mãos’, eterna nos céus, com a qual São Paulo aspirava cercar-se”.
O “Corpo-Alma” não deve ser confundido absolutamente com a alma que o interpenetra. O Auxiliar Invisível que o utiliza em voos anímicos sabe ser tão real e tangível como o corpo de carne e sangue. Mas dentro deste traje dourado de bodas há um “algo intangível” reconhecido pelo espírito de introspecção. E indescritível; foge aos mais persistentes esforços da imaginação, contudo, lá está tão certamente quanto está o veículo que ele preenche — sim, e ainda mais. Não é vida, amor, beleza, sabedoria, nem outro conceito humano que possa dar a ideia do que seja, pois é a soma de todas as faculdades, atributos e conceitos do bem imensamente intensificados. Se tudo o mais fosse-nos tirado, esta realidade suprema ainda permaneceria, e estaríamos ricos por sua posse, pois através dela sentimos o poder arrebatador de nosso Pai no Céu, o incentivo interior que todo aspirante conhece tão bem”.
(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – jan/fev/88)
Diálogo entre o Místico e o Cristo Interno
Há dois caminhos: o ocultista (mental) e o místico (do coração). Cada pessoa tem predominância de uma dessas tendências. Contudo, no fim de um deles há de encontrar e desenvolver o outro. O místico chega a um ponto de iluminação quando está empenhado no labor espiritual. Ele se retira em meditação para inebriar-se nas vivências internas. Está vigilante quando sente internamente o Cristo se lhe manifestar:
Cristo Interno: “Dá-me de beber de teu amor, para que eu possa saciar minha sede”.
Místico (saindo de sua admiração): “Quem és tu?” (Pois até aquele momento não tivera experiência desse gênero).
Cristo Interno: “Sou aquele de quem estás separado há muito tempo. Se tivesses sabido quantas vezes te pedi amor, que me servisses. Então me poderias pedir da água viva que só eu te posso oferecer”.
Místico: “Podes, acaso, oferecer-me algo superior ao que tenho recebido?”
Cristo Interno: “Tua vivência é humana, incompleta e instável. Posso dar-te algo muito mais elevado, completo e permanente, que te levará à união comigo”.
Místico: “Sacia-me, então, de vez, para que eu não precise mais da penosa aprendizagem tradicional”.
Cristo Interno: “Não. Deves continuar no mundo, servindo e aprendendo. A intervalos deves voltar a mim”.
Místico: “Já não tenho apegos, nem ligações mundanas”.
Cristo Interno: “Sei de tua aprendizagem em vidas anteriores. Já ultrapassaste o estágio comum, mas ainda não estás preparado para o próximo”.
Místico: “Vejo que me penetras n’alma. Preparei-me pela senda mística e tu dizes que devo cultivar também a senda ocultista, para alcançar a paz (Jerusalém)”.
Cristo Interno: “Em verdade, esses dois caminhos apenas conduzem a uma meta maior. O místico sente a verdade, mas por falta de desenvolvimento da razão, está sujeito a enganos. Vim trazer a Luz da Verdade libertadora. Chegou a hora em que o ideal há de ser Amor-Sabedoria, unindo Coração e Mente, para amarmos e concebermos Deus como verdadeiro espírito. Procuro aqueles que possam adorar-me desse modo”.
Místico: “Sei que o Cristo (Cósmico) há de voltar e estabelecer esse ideal”.
Cristo Interno: “Pois sabe: esse ideal se realiza internamente em cada alma preparada. Para ti já voltei. Eu sou o Cristo: o que fala contigo”.
(Publicada na Revista Serviço Rosacruz – 02/1978)
“Lamento de um Vegetal”
Olha o que me fizeste. Com teu machado me cortaste. Hoje, sou um tronco velho e apodrecido. Lembras-te? Um dia fui uma bela árvore. Muitos foram os viajantes que, exaustos, descansaram no frescor de minha sombra.
Muitos foram os pássaros que fizeram seus ninhos em meus galhos. Inúmeras foram as borboletas que bailaram na beleza de minha flor. Por tempos e tempos transformei elementos brutos da terra em alimentos para mim e para ti.
Sem falar no ar que purifiquei. No ventre da Mãe terra fui um fruto, uma flor que o beijo do amor fez com que eu fosse uma árvore que tu cortaste com o teu machado.
Hoje, sou um tronco velho e apodrecido, mas ainda sirvo de abrigo aos insetos. E tu, que fazes, além de cortar árvores?
(Publicada na Revista Serviço Rosacruz – 02/1978)
Conforme a Necessidade do Tempo e do Lugar, nós renascemos
Os Rosacruzes ensinam que, segundo o desenvolvimento de cada indivíduo ou agrupamento humano e as necessidades de cada estágio evolutivo, as Inteligências Superiores têm dado, por intermédio de seus Profetas, os meios adequados de evolução religiosa. Renascemos sempre no tempo e no lugar requeridos por nossas necessidades internas. E assim ocorre a evolução do sentimento religioso.
O Supremo Arquiteto é Onisciente. Ele não daria a um povo uma religião cujos ideais esse povo não pudesse compreender e os meios que não pudesse executar. Segundo eles, Deus nos provê, dentro da Lei de Consequência, conforme as novas necessidades suscitadas por nossa evolução.
Nos primeiros passos da consciência humana (e que ainda ocorre com as tribos selvagens atuais) foi ensinado que Deus era um Ser terrível, vingativo e mau, que retribuía com pragas, fome e terremotos às transgressões dos seres humanos. Só uma tal Divindade poderia ser respeitada.
Num segundo estágio, Deus já amenizou sua ira. Embora continuasse a castigar o “olho por olho dente por dente”, já recompensava os bons atos, pela multiplicação dos rebanhos e abundância nas colheitas. Os seres humanos sacrificavam cordeiros e bezerros por seus pecados, porque não estavam preparados para fazer de si um sacrifício a Deus, pelo domínio de sua natureza inferior.
Num terceiro estágio (o do Cristianismo popular, até agora vigente, com pequenas atualizações), foi o Cristo sacrificado pelo mundo e nunca mais se sacrificaram animais. Cada ser humano deve buscar sua salvação, ou melhor, sua redenção e, embora Deus ainda “castigue” (a Lei de Consequência) já se oferece a recompensa futura de um céu aos que ajam bem.
A natureza humana é ainda muito egoísta. Age por interesse de alcançar o céu e, quando faz a promessa de um sacrifício, ela está geralmente subordinada à condição de receber a graça, o pedido desejado.
O quarto estágio está sendo pregado e realizado pelos Aspirantes Rosacruzes, pelos seguidores do Cristianismo Esotérico, a Religião do futuro. Nela o indivíduo evolui pelo entendimento e pelo amor, pelo estudo e pelo trabalho, fazendo de si um sacrifício vivo no altar da humanidade.
Em verdade, quando o ser humano chega a compreender a mensagem interna da religião, sobretudo do Cristianismo, ele renuncia à sua natureza inferior, não por medo de castigo, ou por ameaça de inferno. Age bem, não para ganhar o céu, mas porque reconhece que nisso está uma lei natural. É virtuoso porque conhece o bem e o mal e segue, voluntária e espontaneamente, o bem, como sinônimo de Deus, ao qual segue, e que é a expressão do Criador em Si.
Os Rosacruzes sabem que existem essas etapas todas ainda nos dias atuais. Por isso, ensinam o respeito a todas as crenças e convicções religiosas, pois todas são caminhos de aperfeiçoamento religioso, segundo o estágio de cada indivíduo.
(Publicada na Revista Serviço Rosacruz – 02/1978)
Pergunta: Em uma das edições da Revista ‘The Rosicrucian Magazine’, eu li que Max Heindel, ao visitar matadouros, viu Egos humanos que reencarnaram em corpos de animais prestes a irem para o abate. No Livro “Conceito Rosacruz do Cosmos” se afirma, definitivamente, que Egos humanos não reencarnam em corpos de animais e, com isso, não consegui mais entender nada. Poderiam me explicar?
Resposta: É bem verdade que um Ego pertencente à Onda da Vida humana não pode renascer em um corpo da Onda de Vida animal, mas é possível um Ego humano expulsar um Ego animal de seu corpo e tomar posse dele. No entanto, tal Ego humano nada ganha de valor dessa experiência e, além disso, prejudica o progresso do animal tão maltratado e, de alguma forma, em uma vida futura será forçado a fazer as devidas reparações pela transgressão. É um caso de obsidiar um animal e, por isso, será reservada uma pena muito severa.
(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de novembro/1940 – traduzida pela Fraternidade Rosacruz Campinas-SP)