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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Método Socrático e a Educação para a Era de Aquário

O Método Socrático e a Educação para a Era de Aquário

No advento da Era de Aquário é de principal importância a atenção que se deve dispensar à educação das crianças, preparando-as para o futuro, e não para um presente efêmero, que aliás é de uma rápida mudança e que por isso quase nem se pode caracterizar com certeza. Sabemos a Idade de Ouro que espera a humanidade e, portanto, as sementes de uma sociedade mais livre e fraterna, uma geração que sinta os valores do espírito como realidade eterna, deve aparecer diretamente com ação no plano físico. Mesmo entre nós, Estudantes Rosacruzes, deveríamos dar mais ênfase a este Aspecto, seja nos nossos contatos pessoais, quer mesmo dentro da nossa filosofia no que diz respeito à preparação de programas adequados às crianças, visando de um modo particular a atividade movimento-som-expressão, atendendo a Aspectos astrológicos como o Ascendente, posição da Lua, Vênus e Mercúrio.

Não é tarefa fácil educar plena e harmonicamente se tivermos em consideração a responsabilidade da palavra educar, e sobretudo se pensarmos que podemos atrasar ou acelerar esse aparecimento do ser humano novo, equilibrado de mente e corpo, do ser humano que possa ver em todo o conhecimento a Unidade, o sentido sagrado de todo e qualquer ato. Parece-nos, creio, ser este o ponto mais importante de educação para a Nova Era, a parte de outro: o desenvolvimento da criatividade. Esse, deveras amplo e atraente, é sempre tema inesgotável. Assim, numa perspectiva humana, criatividade será sinônimo de autêntica liberdade interior, fator epigenético por excelência, e talvez das poucas vias para um convívio fraterno aquariano sem atropelos de ideias e empreendimentos postos em ação, pois que seremos ainda mais individualizados, o que quer dizer que cada qual pensará cada vez mais por si mesmo, e só no campo criativo poderá haver maior libertação.

Ao longo da História têm aparecido pedagogos e pedagogistas que têm trabalhado para a educação. A sua preocupação básica tem incidido principalmente na questão do que é educar e quais os melhores processos e métodos, não esquecendo os estudiosos da chamada psicologia do desenvolvimento — etapas do crescimento mental-emocional da criança. Não podemos ignorar que a despeito do avanço das ideias pedagógicas, os sistemas econômicos e os governos têm condicionado certas descobertas, atropelado tal investigação ou ignorando certa iniciativa. É certo que tudo isto é um problema complexo, mas fundamentalmente sabemos que é o “pão” da idade sombria que atravessamos. Considerando esta análise, e para nosso espanto paradoxal, encontramos hoje em dia ideias e métodos de séculos passados, plenamente prontos a serem levados à prática. Mais uma vez nos certificamos que, antes de mais, tudo nasce no pensamento, variando depois o tempo e o modo como serão realizados no mundo material. Um indivíduo de hoje pode conceber algo que só venha a ser materializado séculos depois. É também o caso da expansão e vivência da Filosofia Rosacruz; sendo divulgada no princípio deste século, só agora começa a ser mais e mais reconhecida.

Tudo isto a propósito da educação e do grande pedagogo Sócrates (460-369 A.C.). O que Max Heindel aconselhou para o desenvolvimento da criança pode encontrar aplicação e harmonia no método socrático. Vamos ver sucintamente alguns pontos fundamentais desta via pedagógica. Aliás é Jäeger que na sua grande obra “Paideia”, considera esse grande educador grego (e universal por vocação) como o fenômeno mais extraordinário da História do Ocidente. Logo de início, deparamos com um aspecto interessante, tanto mais se atendermos ao fato da criança nos primeiros anos de vida pode e deve ser educada sem livros. Sócrates ensinava aos seus discípulos tomando como ponto de partida a consciência da própria ignorância; depois cada qual devia aprender por si mesmo. Relacionamos isto com a absoluta necessidade de desenvolver na criança o sentido do trabalho pessoal e consequente responsabilidade e independência; vejamos o alcance que isto poderá ter quando for adulta, se no seu horóscopo Netuno estiver “aflito”, criando condições para o assalto de espíritos-controladores. Educada de certa maneira a criança poderá ganhar confiança em si mesma, o que se adquire quando aprende à sua custa. A forma do método socrático assenta no diálogo (o qual será muito salutar na próxima Era de Aquário) e tem por objetivo a autorreflexão crítica. Apresenta duas fases: uma negativa — a ironia; outra positiva — a maiêutica. A maiêutica é coro que uma arte obstétrica, faz nascer na mente do interlocutor as verdades latentes. O Discípulo era assim encaminhado para procurar as soluções dentro de si, partindo dele próprio. Isto é de capital importância no ser humano e particularmente no Aspirante Rosacruz. A verdade oscila e vive sempre entre o mundo externo (plano objetivo) e a arquetípica realidade interior no Mundo do Pensamento (chamada de plano subjetivo, embora seja esta a real). Os Discípulos e Aspirantes da Escola Rosacruz sabem da imperiosa atitude que se deve ter em relação a atitude mental: partindo da ignorância e humildade, procurar a verdade (Lei) dentro de si, admitindo todas as coisas como susceptíveis de acontecer. Desta analogia entre o método socrático e o caminho do desenvolvimento espiritual, concluímos que o caminho preconizado pelo pensador grego leva necessariamente ao aparecimento de uma pedagogia ativa interior. Não devemos confundir o método, como técnica que é, com a divulgação de valores ideológicos que podem ser transmitidos através daquele. Portanto, a via socrática pode ser utilizada ao serviço de várias causas, mais plenamente se forem de vocação universal, o que é o nosso caso, isto é, a Filosofia Rosacruz. Max Heindel, na sua humildade e sabedoria, deixou-nos dois bons exemplos de livros em Perguntas e Respostas, o que constitui, discretamente, um modo socrático de aprofundar conhecimentos[1].

Como o nosso processo evolutivo é em espiral, pois verdadeiramente nada se repete, resta-nos utilizar, tanto hoje como no futuro próximo (salvaguardando a hipótese de aparecer melhor processo — o que não será de todo impossível), todo o avanço técnico e outros meios que possuímos em vários campos, para à nossa educação, isto é, para a nossa descoberta — a beleza e totalidade da Vida.

(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 05/06/88)

 

[1] Embora saibamos que a edição dos referidos livros só tenha sido feita depois da passagem de Max Heindel aos planos invisíveis.

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Torne-se um Especialista em esquecer

Torne-se um Especialista em esquecer

Exercitar a arte de esquecer tem notável poder no afrouxamento da tensão e no alívio do cansaço. Há pessoas que se queixam de dificuldades em relação à memória. Muitas mais têm dificuldades em relação a esquecer.

De vez que muitos esgotamentos nervosos são resultados de sobrecarregar a mente com lembranças infelizes de fracassos ou frustrações. O processo de descarregá-la através do esquecimento torna-se de tremenda importância.

Muitas pessoas permanecem deitadas em suas camas, à noite, recordando o que alguém disse a respeito delas, ou o que alguém lhes fez. Ficam agitadamente obcecadas pela recordação de algo que não foi feito ou foi mal feito. Como resultado de tais cogitações desagradáveis, suas mentes tornadas desgraçadamente nervosas, começam a sondar o passado esquecido e demoram-se desagradavelmente na recordação de velhos pecados, velhos desgostos, velhos infortúnios. Assim, a mente salta, inquieta, de um centro de desgosto para outro, tal uma abelha — com a diferença de que não apanha mel de flores bonitas ou dos episódios agradáveis, mas suga insatisfação das ervas más de experiências passadas.

Um auxiliar superlativo da saúde mental é a declaração bíblica: “Esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.” (Fp 3:13-14)

Repita isso para você mesmo, várias vezes, quando sua mente tender a demorar-se em coisas infelizes. Isso ajudá-lo-á a esquecer. E, até o ponto em que conseguir a habilidade de esquecer, você gozará um sono sem perturbações e um repouso que lhe renovará as energias.

Esquecer, entretanto, não é um processo negativo, mas positivo. É a expulsão eficaz de algo destrutivo que está nos pensamentos, por um processo de desalojamento. Isso é realizado com a técnica de substituir pensamentos infelizes por todos os incidentes ou ocorrências agradáveis que puder recordar. Quando forçar seus pensamentos para que se focalizem em coisas boas e felizes, as coisas más e infelizes irão paulatinamente se apagando da consciência, já que foram desalojados.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de novembro de 1970)

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O Espírito Planetário da Terra

O Espírito Planetário da Terra

Cristo é o mais alto Iniciado do Período Solar e como tal tem a Sua morada no Sol. Ele é o sustentador e o preservador da totalidade do Sistema Solar e, em certo sentido, é correto julgarmos que habite o nosso Planeta como uma chispa, embora isso não expresse a ideia exata daquilo que é a realidade. Essa, talvez, possa ser compreendida por meio de uma ilustração.

Comparemos o Grande Espírito no Sol com um refinador de metais, reunindo em sua fornalha um certo número de cadinhos com metais em fusão. O calor funde esses metais e o refinador remove a escória, purificando a matéria incandescente. De forma análoga, processa-se a ação do Cristo, purificando a Terra, expurgando seus componentes deletérios.

Similarmente, podemos ver que o Cristo dirige a Sua atenção de um Planeta a outro e, ao voltar-Se para nossa Terra, por exemplo, sobre ela reflete Sua imagem. Contudo, não é uma imagem inerte, mas a de um ser vivente, sensível, consciente, tão plena de vida e de sentimento que não podemos, em nosso presente estado evolutivo, vivendo em corpos terrenos, ter pelo menos uma ligeira ideia daquela faculdade possuída pelo Espírito Interno do Planeta em que vivemos.

Tal imagem interna, que não é uma imagem no sentido comum da palavra, é a contraparte, uma parte do Cristo Solar que, por seu intermédio, tudo sabe e percebe, pois embora verdadeiramente no Sol, o Cristo Cósmico tudo sente daquilo que ocorre na Terra como se realmente estivesse presente. Isso é o que em realidade significa onipresença. Não obstante o Cristo seja o Espírito Interno do Sol, também é o da Terra e assim deverá continuar essa tarefa de auxílio, tudo suportando daquilo que acontece, permanecendo como um agente eficaz para possibilitar a nossa salvação.

A solidificação da Terra começou no Período Solar, quando éramos incapazes de vibrar numa média tão elevada quanto a necessária para permanecermos no Sol Central. Assim, gradualmente surgiram as condições que provocaram a nossa ejeção para o espaço.

A média de vibração foi caindo paulatinamente até meados da Época Atlante. Dessa maneira, nós mesmos imprimimos tais condições à Terra e se não houvesse um auxílio superior, seríamos incapazes de nos livrar das malhas da materialidade.

Jeová, de fora, tentou nos ajudar por meio das leis. Conhecer a lei e segui-la foi durante algum tempo nosso meio de salvação, contanto que fizéssemos um esforço indispensável. Contudo, como nenhum ser humano é justificado pela lei, um novo impulso será sentido, o qual deverá inscrever a lei no coração dos seres humanos, pois há uma grande diferença entre aquilo que devemos fazer por temor a um senhor externo, o qual concede uma justa retribuição a cada falta cometida, e o impulso que surge do íntimo e nos impele a fazer o bem porque é certo. Reconhecemos o que é lícito quando a lei está inserida em nossos corações e, assim, obedecemos aos seus ditames de maneira inquestionável.

Dessa forma e coletivamente, somos espíritos sobre a Terra e algum dia deveremos guiá-la. Cristo veio como Salvador, amparando-nos até que chegue o tempo em que o desabrochar da natureza-amor dentro de nós seja suficiente para poder fazer flutuar a Terra. Futuramente será nosso privilégio executar a tarefa do Cristo e guiar o nosso Planeta. O aumento da força vibratória já tornou a Terra menos densa, mais leve e tempo virá em que ela se tornará etérica como outrora. Então, ela se tornará viva no amor.

(Por Max Heindel – Publicado na Revista Serviço Rosacruz de dezembro de 1966)

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O Espírito de Natal

O Espírito de Natal

 

“O Senhor guardará a tua entrada e a tua saída, desde agora e para sempre”.

(Sl 121:8)

Essa passagem do livro dos Salmos revela o conhecimento esotérico do autor, de especial interesse para nós, agora, nos festejos natalinos.

Revela que o mistério do nascimento e da morte por meio do qual o Espírito sobe e desce através da evolução e involução seja uma expressão da eternidade. O Espírito, morrendo para o mundo celeste, entra no Mundo Físico pelo nascimento e vice-versa: saindo do Mundo Físico pela morte, nasce ou entra no mundo celeste. A involução traz o Espírito à matéria por sua cristalização em corpos, ao passo que a Evolução o liberta da matéria pela espiritualização dos veículos, transformando-os em alma.

Não podemos, com nossa mente ainda em estado mineral, conceber o princípio da imersão do espírito na matéria. No entanto, apesar dessa limitação, podemos definir o Ser Ilimitado como o ABSOLUTO ou Raiz da Existência, do qual procede o Ser Supremo. Desse Grande Ser é emanado o Verbo, o Fiat Criador, o Filho Unigênito, nascido de Seu Pai (o Ser Supremo) antes de todos os mundos (mas que não é, absolutamente, o Cristo). Esse Verbo trouxe todas as formas de vida à existência e sem Ele “nada do que se fez seria feito”. No princípio do Dia de Manifestação Cósmica, os três aspectos do Ser Supremo eram o PODER idealizando o VERBO que modelou a Substância Raiz Cósmica e o MOVIMENTO que preparou essa Substância Raiz. Do Ser Supremo procederam os Sete Grandes Logos contendo em si mesmos todas as Grandes Hierarquias que foram se diferenciando cada vez mais, à medida que se difundiam pelos vários Planos Cósmicos.

No Mundo mais elevado do Sétimo Plano Cósmico está o Deus do nosso Sistema Solar e os Deuses de todos os outros Sistemas Solares do Universo. Esses Grandes Seres são também tríplices em Sua manifestação, sendo os seus aspectos a Vontade, a Sabedoria e a Atividade.

Antes da manifestação, Deus, nossa Chama Central ou Sol Espiritual, incorporou em Si o Princípio Universal da Vida em forma de Espírito Virginal. Durante a manifestação, Deus diferenciou DENTRO de Si mesmo esses Espíritos Virginais como centelhas de uma Chama. Tendo natureza idêntica à do seu Criador, essas centelhas poderão tornar-se Chamas por meio da Evolução, por terem sido feitas à imagem de Deus. Assim, o ser humano tornou-se uma chama individual, ou Ego, revestida dos germes da Vontade, da Sabedoria e da Atividade. O ser humano, como Espírito, saiu de Deus pela Involução, encerrando-se em substâncias de diferentes densidades para poder agir nos diferentes mundos e, tendo adquirido agora a consciência de si mesmo, procura retornar ao seu Criador. Os corpos velhos e decaídos, destituídos de serventia, são abandonados. Mas o valioso conhecimento adquirido por meio de tais instrumentos são os tesouros ou dádivas que o filho oferece a seu Pai, quando regressa à casa paterna.

O Ser Supremo dos Planos Cósmicos é refletido no Deus dos nossos Mundos; assim, em nossas existências, o Verbo torna-se Cristo e o Princípio Criador torna-se o Sol Central e Espiritual do nosso Sistema Solar. É essa chama central de amor que estamos tentando produzir em nossos corações a fim de sermos semelhantes a Ele, transformando-nos conforme Sua Imagem. O ser humano saiu desse centro e a Ele retornará.

Paracelso afirmou que o sangue humano contém um espírito ígneo e aéreo que tem seu centro no coração, onde é mais condensado, de onde se irradia e aonde novamente retorna. Ele estabeleceu a correspondência universal “Como em cima, assim é embaixo”, pois o espírito ígneo do mundo interpenetra a atmosfera, vindo de seu centro, o sol, irradia do centro da terra e retorna àquele centro. De novo, vemos a saída e a entrada.

A Filosofia Rosacruz afirma que tudo se originou de uma semente primordial e que cada corpo ou veículo do ser humano tem seu próprio Átomo-semente do qual cresce e se desenvolve. Esses Átomos-sementes são implantados na matriz microcósmica (o útero materno) pelo Ego, no processo de renascimento, e são recuperados pelo Ego, por ocasião da morte dos seus veículos, tornando-se o núcleo de outra expressão ou nascimento. O Átomo-semente do corpo físico, durante a vida, está situado no ápice do ventrículo esquerdo do coração; depois da morte, sobe pelo nervo pneumogástrico e se retira pela comissura existente no crânio, entre os ossos occipital e parietal. O Átomo-semente do Corpo Vital está localizado no baço, cujo órgão etérico está intimamente relacionado com a distribuição da força solar pelas partes do corpo, sendo para o sistema nervoso o mesmo que a eletricidade é para o sistema telegráfico. Esse baço etérico é, no corpo, o centro do qual a vida é irradiada.

Como Estudantes da doutrina Rosacruz, nossa finalidade é o estudo do ser humano por intermédio da religião, da arte e da ciência. Isso é feito pela involução ou descida do espírito na matéria (um processo de cristalização) e pela evolução, que é a ascensão do espírito a partir da matéria e o seu retorno à natureza original com o correspondente acréscimo de conhecimento ou poder (resultante de sua viagem ou experiência). Em geral, a involução termina e começa a evolução quando o Ego está completamente dentro de seus diferentes veículos, atingindo a CONSCIÊNCIA DE SI MESMO. Estamos agora nesse estado e procuramos “despir” o espírito de suas vestes; isto é, espiritualizar a matéria tão depressa quanto possível e acrescentar esse poder à glória do ser espiritual, quando retornarmos ao lar celestial. Nosso trabalho fundamental é o aperfeiçoamento do corpo físico para nos habilitar a trabalhar no Corpo Vital a fim de extrairmos dele o veículo constituído dos dois Éteres superiores. Quando o Dourado Manto Nupcial estiver tecido, Ele poderá agir no internamente e nós possuiremos então a CONSCIÊNCIA DO CRISTO MENINO em nós como uma verdade viva, pois devemos SENTIR para realmente CONHECERMOS.

Todo poder procede do centro para fora e o centro do corpo é o coração, a sede dos sentimentos dos quais o maior é o AMOR. Pela transmutação do amor físico em amor espiritual nós construímos o corpo para o Cristo entrar em nós. Quando atingirmos isso, AGIREMOS RETAMENTE porque SENTIREMOS RETAMENTE e PENSAREMOS RETAMENTE. Nossa compreensão intelectual dos Planos Cósmicos dos Mundos, Regiões, Períodos, Épocas e muito mais, em relação ao ser humano, tem sido satisfeita em grande extensão. O progresso desde o Absoluto até seu estado atual de ser humano inteligente é razoável e, agora, crendo em nosso coração naquilo que nossa razão sancionou, nós começaremos a viver a vida religiosa: “AMARÁS o Senhor teu Deus com todo o teu CORAÇÃO, com toda tua ALMA e com toda a tua MENTE; e ao PRÓXIMO, como a TI MESMO”.

O progresso é sempre acompanhado de sofrimentos e dificuldades; quando nos aproximarmos do tempo em que Cristo viaja para o centro da terra, a natureza fica inquieta, o que transtorna os Gnomos, as Ondinas e as Salamandras, resultando um tempo tempestuoso. As condições cristalizadas da Terra estão sendo quebradas à proporção que as forças etéricas a penetram, preparando-a para o nascimento do Cristo Menino pelo Natal. Aí, o Espírito de Cristo renasce para nós, quando o Sol do nosso Sistema Solar, por sua declinação começa sua jornada à parte norte dos céus.

O Sol agora passa pelo Signo de Sagitário, o terceiro aspecto e o mais espiritual da Trindade Reprodutora. Nossos pensamentos estão naturalmente voltados para o nascimento do Espírito de Natal e nossas aspirações elevam-se ao Abstrato. O Fogo da Mentalidade Espiritual é libertado pelos Senhores da Mente, a Hierarquia Criadora de Sagitário que constituiu a humanidade do Período de Saturno, a fim de nos ajudar a construir uma mente organizada em seu estado mineral.

Damos as boas-vindas ao Espírito do Natal, do CRISTO RENASCIDO, com dádivas de amor aos outros, pois Ele, o nosso Redentor, veio a nós saindo de Seu Pai. E nós, tendo-O recebido, como gratidão deveremos dar-nos NÓS MESMOS AOS OUTROS. Proporcionalmente a essa dádiva construiremos o templo que o Cristo usará.

Viver a Vida do Cristo não é questão de doutrina; é, antes, UM ESTADO DE CONSCIÊNCIA. A Consciência Crística, como força ou poder, procura caminho para exprimir-se através da vida e da consciência do indivíduo.

Que o Espírito de Cristo neste Natal traga a todos a grande realização do mágico mistério do AMOR.

“Elevo os meus olhos para os montes; de onde me virá o socorro? Meu socorro vem do Senhor, que fez o Céu e a Terra” (Sl 121:1-2).

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – dezembro de 1971)

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O Sol Místico da Meia Noite no Natal

O Sol Místico da Meia Noite no Natal

Mais uma vez, a dança circular mística revelada do Sol vai sendo executada em sua órbita e, novamente, ficamos aguardando com um regozijo antecipado o nascimento de um novo Sol para nos levar ao próximo ano. Não obstante a Grande Guerra[1], o Espírito do Natal está no ar, o espírito da expectativa, o sentimento de que algo novo está entrando em nossas vidas e que o futuro será mais brilhante do que o passado e isso tudo será para todos. Embora todas as calamidades e sofrimentos contidos na Caixa de Pandora[2] pareçam estar no lado de fora nesse momento, a Esperança, o presente celestial dos Deuses, sorri nos encorajando, enquanto ela aponta para o revestimento prateado da grande nuvem da guerra e, nos diz que, por trás dessa nuvem, o Sol da paz e alegria será mais luminoso do que nunca, e que atualmente iluminará a Terra com um esplendor tal que nunca foi apreciado por nós.

Contudo, existem alguns que são fisicamente cegos e, embora o Sol nunca brilhe tão intensamente, eles não o percebem. Também, existem aqueles que são espiritualmente cegos e, consequentemente, incapazes de ver a grande onda espiritual que desce anualmente sobre a Terra. Devemos ter dentro de nós esse órgão de percepção, pois, como diz Angelus Silesius:

“Embora Cristo nasça mil vezes em Belém,

Se não nascer dentro de ti, tua alma seguirá extraviada.

Olharás em vão a cruz do Gólgota,

Enquanto ela, também, não se erguer em teu coração”.

Ano após ano, o místico iluminado vê esse grande Drama Cósmico, da descida do Espírito na matéria, ocorrendo ante sua visão espiritual. Não é uma visão vaga e indefinida e dependente de certos sentimentos, mas é uma apresentação clara e precisa nos mínimos detalhes. Não é necessário que o espírito nos Mundos invisíveis assuma uma determinada forma definida, exatamente como fazemos no Mundo Físico, pois, qualquer forma que tenha um certo contorno nítido implica em limitação.

Um espírito pode permitir que sua forma se misture com às formas de outros espíritos, podendo permear até os Corpos Densos de outros e ainda reter sua própria individualidade, porque ele vibra em um certo tom ou nota-chave diferente daquela de todos os outros. Assim, em setembro, o Clarividente iluminado percebe o Espírito Crístico Cósmico como uma poderosa Onda de Luz de supremo esplendor, descendo sobre a Terra que Ele permeia.

Em torno do dia 21 de dezembro, essa luz celestial alcança o centro de nossa esfera terrestre. Então os dias são mais curtos, as noites são mais longas e mais escuras, “mas a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam”. Os impulsos vibratórios motrizes fornecidos à Terra, durante os primeiros meses de cada ano, quase se esgotaram; no Natal, a Terra está cristalizada, morta e fria, e se essa nova vida do Espírito de Cristo não fosse derramada na Terra para renovar suas energias por mais um ano, toda a vida em nosso Planeta pereceria.

Sempre houve muita especulação sobre a natureza da estrela que brilhou em Belém à meia-noite. A opinião Ortodoxa sustenta que a Imaculada Concepção e o Nascimento de Jesus são os únicos na história da onda de vida humana; ela supõe que a Estrela de Cristo foi vista no firmamento apenas naquela ocasião; mas os sábios que, pela alquimia do crescimento anímico, estão se esforçando para construir dentro de si a pedra angular que foi rejeitada pelos construtores, mas que é valorizada por todos os filósofos, sabem que a Luz de Cristo não pode ser encontrada fora de nós.

Eles sabem que o axioma hermético que expressa a lei da analogia “como acima é embaixo” também se aplica nesse caso, e que o Cristo formado dentro deles deve procurar a Estrela do Cristo dentro da Terra, pois, novamente citando Angelus Silesius, “seria impossível para um Cristo salvar o Mundo, estando fora da Terra, como é para um Cristo no Gólgota nos salvar”. Até que o Cristo nasça dentro de nós, e até que o Cristo nasça dentro da Terra, Ele não pode realizar Sua missão.

Portanto, na noite mais longa e mais escura de cada ano, o Místico se ajoelha em silenciosa adoração, olhando internamente por meio da visão espiritual. Cultivada por ele, em direção ao centro da Terra, onde a maior e mais elevada Luz que já brilhou na terra ou no mar, ilumina o mundo inteiro com resplendor e luminosidade que são avassaladores.

E então, o ser humano sábio traz seus dons e os oferece aos pés do recém-nascido Salvador. Ele pode ser pobre diante dos bens materiais do mundo; pode até não ter um lugar para descansar a cabeça, no entanto, seus dons são mais preciosos do que qualquer quantia extremamente grande de dinheiro que se possa imaginar. Durante sua vida de Aspiração, ele cultivou bens preciosos e o primeiro a ser oferecido no altar do sacrifício é o Amor.

“O amor não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconveniente, não busca os seus interesses, (…) não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; (…) se houver profecias, falharão, e se houver ciência desaparecerá, porque agora permanecem a , a Esperança e Amor, mas, a maior das virtudes é o Amor[3]. “Deus amou tanto o mundo que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que n’Ele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”[4]. E esse grande presente não foi dado para sempre, mas, a cada ano o Filho de Deus renasce, novamente na Terra, para vivificar esse Planeta com Suas vibrações superiores, para que possamos ter vida e vida em abundância.

Assim como o Espírito Humano morre no plano espiritual quando nasce no Mundo Físico, também o Espírito de Cristo morre na Esfera Solar quando, por nossa causa, nasce na Terra na época do Natal. É confinado pelo ambiente de cristalização que criamos. Verdadeiramente, “ninguém tem maior amor do que dar a vida por seus amigos[5], e Cristo disse: “Vós sois meus amigos, se fizerdes o que eu mando, (…) e esse é o meu mandamento: amar uns aos outros[6].

Portanto, o Amor do místico, oferecido sobre o altar de sacrifício no grande festival da noite Santa, não é abstrato, mas se expressa em atos concretos para com todos com quem ele entra em contato durante o ano seguinte. Seu segundo presente para o recém-nascido Salvador é a devoção. O fogo do entusiasmo deve arder no peito de todo Aspirante, pois nenhuma observância fria dos ritos religiosos, nenhuma entrega de presentes sem esse sentimento intensamente devocional pode ter qualquer valor na luz espiritual. Foi dito que um dos antigos Reis Israelitas praticou o mal com ambas as mãos avidamente; assim também o Aspirante deve praticar o bem com ambas as mãos avidamente: todo o seu coração, toda a sua alma e toda a sua Mente devem ser oferecidos sobre o altar do sacrifício, e como se diz: do mesmo modo que o incenso dos sábios, mencionados na Bíblia, encheu o lugar da natividade com perfume, assim também, deve esse fogo de entusiasmo acender nossa devoção, para que o incenso possa penetrar em todo o ambiente com a devoção para a causa do Mestre.

Contudo, o Amor, a Devoção e o Entusiasmo oferecidos pelo místico sobre o altar do recém-nascido Cristo não são separados e afastados de d’Ele mesmo. Ele não pode dar sem incluir o maior e melhor de todos os presentes, o único presente valioso; ou seja, Ele mesmo. Não importa qual seja sua posição na vida, elevada ou baixa, rica ou pobre, essa não é uma preocupação de Cristo. O espírito falando com ele sempre lhe diz: “Filho, eu não desejo aquilo que é teu, pois isso já é Meu; a Terra e a sua plenitude, o gado nas mil colinas, todos foram feitos por Mim e através de Mim[7], contudo, o que eu desejo é você mesmo, o seu coração. Dá-me o teu coração, Filho, e eu te darei o que é mais do que tudo, a Paz que supera todo o entendimento[8]. E possa a Pomba da Paz, o Amor de Cristo, logo encontrar um novo apoio em nosso mundo desgastado por essa guerra.

(De Max Heindel, publicado na Revista Rays from the Rose Cross de janeiro de 1916 e traduzido pela Fraternidade Rosacruz – Campinas – SP – Brasil)

[1] N.T.: Refere-se à Primeira Guerra Mundial

[2] N.T.: Caixa de Pandora é um artefato da mitologia grega, tirada do mito da criação de Pandora, que foi a primeira mulher criada por Zeus. A “caixa” era na verdade um grande jarro dado a Pandora, que continha todos os males do mundo.

[3] N.T.: ICor 13:4-13

[4] N.T.: Jo 3:16

[5] N.T.: Jo 15:13

[6] N.T.: Jo 15:14-17

[7] N.T.: Sl 50:10

[8] N.T.: Pb 23:26 e Fp 4:7

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Paz deve nascer em nosso íntimo

A Paz deve nascer em nosso íntimo

Milhões de pessoas se dedicam, no mundo inteiro, a atividades belicistas, na qualidade de soldados, burocratas, cientistas, técnicos ou trabalhadores não especializados. Calcula-se que cerca de 100 milhões de pessoas têm a ver direta ou indiretamente com os muitos bilhões de dólares que o mundo destina às atividades militares. Atualmente cerca de 25 milhões de homens servem nos exércitos regulares do mundo. Não temos dados precisos sobre o número de civis empregados em departamentos de defesa. Mas, segundo uma estimativa da Unesco para 1975, naquela época, as nove principais potências do globo empregavam 2,5 milhões de civis em seus departamentos de defesa. Hoje, esse número deve ter crescido consideravelmente.

Mahtar M’Bow, Diretor-Geral da Unesco afirmou num discurso dramático: “A criação de um mundo de justiça, progresso e paz para todos os povos é dificultada pelo acréscimo e aperfeiçoamento constantes de meios de destruição em massa. As consequências desse estado de coisas são duplamente angustiantes. Por um lado, fazem pairar sobre o mundo inteiro a ameaça de uma hecatombe sem precedentes; as radiações atômicas não respeitam fronteiras, não respeitam países; nenhum povo está a salvo dos efeitos de um conflito nuclear.

Por outro lado, os imensos recursos humanos e materiais postos à disposição das indústrias bélicas e da pesquisa e desenvolvimento de armas, são desviadas da luta mundial contra a pobreza que sacrifica tantos povos. Milhares de cientistas e engenheiros dedicam seu talento e suas energias ao aperfeiçoamento de técnicas de matança e bilhões de dólares são gastos anualmente para esse fim. Apenas uma parte desses recursos intelectuais, financeiros e tecnológicos, aplicada adequadamente bastaria para reverter as tendências atuais e permitiria que se começasse a reduzir a distância que separa as nações industrializadas das nações em desenvolvimento, e que separa grupos privilegiados de grupos desfavorecidos dentro de cada nação. A própria fisionomia do nosso planeta poderia ser transformada com isso. A alternativa que se abre para nós, por tanto, é insofismável. Ou prossegue a corrida armamentista, cercada de todas as injustiças, prolongando todos os egoísmos e multiplicando as causas de conflitos e os perigos de conflagração, ou as nações se unem pondo o senso do futuro comum acima dos interesses individuais e das ambições de curto prazo. Com isso o enorme potencial científico e técnico do mundo poderia ser utilizado mais para fins pacíficos, beneficiando a todos e permitindo o estabelecimento de relações baseadas na justiça e na solidariedade. É para isso que a Unesco, fiel à vocação do sistema das Nações Unidas, desenvolve sua atividade em todos os níveis da vida intelectual. Sua constituição proclama que, como “as guerras nascem na mente dos homens, é na mente dos homens que devem ser erigidas as defesas da paz”. Por isso ela se esforça em contribuir para preparar o desarmamento nas consciências, para modificar progressivamente a mentalidade no sentido da paz”.

Esse discurso encerra uma verdade profunda quando proclama que “as guerras nascem na mente dos homens, e na mente dos homens devem ser erigidas as defesas da paz”. Tudo o que ocorre no mundo é um reflexo de causas geradas no íntimo dos seres humanos. Não é possível um ato de violência ocorrer no mundo exterior a não ser que exista, primeiramente, uma ideia de violência, medo ou ódio no mundo interior do pensamento. A guerra existirá enquanto perdurarem no coração humano os pensamentos que a produzem.

Se o ser humano almeja a paz, é necessário que se empenhe em reverter a situação dentro de si mesmo. Todo pensamento ou sentimento de agressividade, mesmo que emitido contra um simples animal, não deixa de ser uma semente perigosa que somada a tantas outras acabam por gerar sangrentos conflitos.

Muita gente se engana quando imagina ser a guerra um problema completamente alheio à sua vontade, algo assim a ser resolvido entre militares e governantes. À paz pode se concretizar mais pela ação conjunta das pessoas comuns do que por estadistas e diplomatas juntos. É resultante de correntes de pensamentos e sentimentos. Essas correntes são unificadoras, isto é, desconhecem a existência dos limitadores sentimentos de raça, credo, ideologia e nacionalidade. A humanidade deve aprender a sobrepor-se a essas ideias separatistas, procurando viver a máxima de Thomas Paine: “O mundo é minha pátria, a humanidade é minha família e fazer o bem é minha religião”. Devemos renunciar ao sentimento nacionalista, abarcando com nossa simpatia a todo o Universo.

O problema, pois, está em nosso íntimo. Conhecendo essa verdade é que Max Heindel assim se expressou em uma de suas Cartas aos Estudantes: “Se os homens e as mulheres também fossem uma décima parte de entusiastas para combater o real inimigo dentro do ser humano, como o são para levantar-se em armas contra um suposto inimigo, então o Príncipe da Paz viria por si só. Todos os elementos de morte desapareceriam no limbo e a promessa gloriosa se realizaria totalmente: ‘Paz na Terra aos homens de boa vontade’. E quanto a mim, decidi não cessar meus esforços até que o último vestígio de maldade, erro e ódio sejam eliminados e a elevada trindade ‘Divindade, Verdade e Amor’ reinem dentro de mim”.

Max Heindel, na Carta nº 92 (Julho de 1918) no Livro Cartas aos Estudantes, afirma categoricamente: “Devemos compreender que não haverá paz segura e permanente até que o militarismo tenha recebido um golpe tal que não consiga mais levantar a cabeça. A paz é uma questão de educação e é impossível conseguir-se até que tenhamos aprendido a relacionarmo-nos caritativa, justa e abertamente, uns com os outros, tanto nacional como individualmente. Enquanto continuarmos a fabricar armas a paz não poderá estabelecer-se”.

(Publicado na revista ‘Serviço Rosacruz’ – nov/dez/88)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Os Pares de Opostos

Os Pares de Opostos

A maioria dos atributos tem natureza dual ou dupla e, quando vistos superficialmente, cada lado ou metade parece contraditório ou até diametralmente oposto ao outro. Quando considerados de maneira mais ampla, porém, eles constituem um todo harmonioso. Esses atributos podem ser descritos como “pares de opostos”.

Podemos dizer que o estudo dos pares de opostos tende ao raciocínio lógico de que não se possa avançar muito longe em qualquer linha de pensamento sem sofrer. Especialmente, é útil para nos ajudar a evitar as armadilhas que nos aguardam, quando estudamos ocultismo ou astrologia. Listaremos alguns dos “pares” para considerar com mais detalhes: astrologia e astronomia; altruísmo e egoísmo; arte e ciência; crença e dúvida; causa e efeito; cosmos e caos; dia e noite; eternidade e tempo; saúde e doença; involução e evolução; alegria e tristeza; macrocosmo e microcosmo; otimismo e pessimismo; riqueza e pobreza; prazer e dor; verdade e erro.

Podemos analisar esses pares de opostos de várias maneiras. Primeiro, da perspectiva das forças antagônicas ou dos poderes de Luz e trevas. Segundo, por assim dizer, partindo dos lados contrários de uma moeda, sendo um diferente do outro e distinto, mas, ainda assim, um é incompleto sem o outro. Terceiro, em termos de astrologia, de características opostas como as exibidas por Júpiter e Saturno: Júpiter é conhecido como o grande benéfico e Saturno, um Planeta mais adverso; no entanto, as influências jupiterianas e saturninas são necessárias para criar um caráter totalmente desenvolvido, útil e poderoso. Alguns astrônomos falam da astrologia com desprezo e escárnio, mas ela é mencionada por seus adeptos como a alma da astronomia, a ciência que nos confere fatos muito valiosos sobre as esferas estreladas; contudo, é a astrologia quem fornece o significado espiritual de tais fatos. A astronomia pode ser comparada ao corpo e a astrologia, à alma; ambos, no entanto, de valor um para o outro. O chamado Planeta mais adverso, Saturno, concede firmeza, resistência, fortaleza, paciência, castidade e consistência de propósito. A opulência e a impulsividade de Júpiter provocariam tumultos, não fosse a influência restritiva das vibrações mais lentas de Saturno.

Portanto, ao sondarmos o exterior ou a superfície das coisas, vemos que tudo no universo seja bom e regido por uma sabedoria infalível. Somente quando nos deixamos influenciar pela personalidade, com seus gostos e desgostos, é que somos perturbados pela conduta de outros ou por circunstâncias desagradáveis. Quando somos grosseiramente empurrados em um ônibus, conversamos de forma suave dentro de uma loja ou encontramos algo desagradável, o que significa? Nada pode nos prejudicar ou perturbar o nosso Espírito, se não PERMITIRMOS; a falha, quando nos tornamos antagônicos às nossas condições, é uma indicação certa de que ainda estejamos vinculados aos pares de opostos; caso contrário, deveríamos saber que tudo o que acontece diariamente seja necessário ao progresso do nosso Espírito e também que ESCOLHEMOS essa encarnação específica. Portanto, não devemos ficar aborrecidos ou perturbados com o que nós mesmos escolhemos experimentar.

Todos nós desejamos e nos esforçamos para conseguir alegria e felicidade, cada um à própria maneira. Esses atributos são considerados os mais desejáveis e o seu oposto, a tristeza, pelo menos nesse sentido, deve ser evitada, se possível. Contudo, a alegria nos ensina muitas lições valiosas? Provavelmente não. Perguntemos a quem já passou por um monte de problemas que estado mais o ensinou e admitirá que a tristeza tenha ensinado tudo o que sabe sobre fortaleza, resistência, simpatia, paciência e compaixão. As lições aprendidas com a alegria são passageiras; entretanto, persistem aquelas que a tristeza ensina. Dessa forma, tanto a tristeza quanto a alegria são boas.

Então, vamos considerar agora os estados de noite e dia, sono e vigília. O Estudante, o filantropo e a pessoa muito ocupada em qualquer área da vida podem, pelo arrependimento, reduzir as horas gastas no sono, esquecendo sua ânsia por ações que ocorrem nesse período, quando o Ego é liberado da escravidão do Corpo Denso e é possível realizar bastante mais trabalho para si e para as criaturas do que nas horas de vigília. Na escuridão e no sono, nossas funções vitais são renovadas. Os venenos do tecido destruído, causados ​​pelas atividades mentais e físicas do dia, são eliminados. Além disso, durante o sono, o Ego leva a Mente e o Corpo de Desejos ao Mundo do Desejo para restaurar seu ritmo e harmonia. Esses dois Veículos, quando fortalecidos, restauram o Corpo Vital que, por sua vez, atua sobre o Corpo Denso, trazendo a ele vida e vigor renovados para as atividades do dia seguinte. Quando o Corpo Denso dorme e o Ego é liberado dos veículos inferiores, muito mais trabalho pode ser feito para curar e confortar os doentes e perturbados, mais do que quando se está acordado. Aqueles que são médicos ou estudam e praticam a arte da enfermagem, se forem desenvolvidos espiritualmente, serão capazes de realizar seu maior trabalho de cura durante o que chamamos de sono. O ato de dormir, então, em vez de desperdiçar muitas horas, deve ser desejado e cultivado tanto para a restauração dos vários veículos do Ego quanto para a ajuda que, através dele, possamos dar à humanidade.

A primeira metade de cada par de opostos corresponde ao princípio positivo e a segunda, ao negativo. Se tomarmos cada par separadamente e meditarmos sobre ele de modo suficientemente longo e sincero, uma série de pensamentos esclarecedores inundará nossa mente. Por exemplo, consideremos a involução e a evolução. Para a mente comum, o termo involução transmite pouco ou nenhum significado, enquanto a palavra evolução está relacionada unicamente ao corpo físico. No entanto, na filosofia esotérica, a involução descreve a fuga ou jornada do Espírito Virginal através de revoluções, períodos, épocas e eras de tempo até que, por fim, alcançou a Terra como a conhecemos agora, ficando enredado no corpo físico. O Espírito, tendo atingido o ponto mais baixo da materialidade, começou então sua jornada ascendente de retorno. Estamos agora no arco ascendente do estágio evolutivo e, por meio de um processo gradual de aceleração, finalmente alcançaremos nosso zênite, onde conseguiremos o conhecimento, a experiência e o poder adicionais adquiridos durante essa jornada longuíssima.

As palavras são sagradas e muitas têm um significado tanto espiritual quanto material. Pares de opostos pequenos e aparentemente insignificantes, como para cima e para baixo, de e para, para frente e para trás, alto e baixo, longe e perto, vazante e fluxo, tipificam, em seu significado esotérico ou espiritual, a involução e a evolução do espírito ou o desenrolar gradual do ser humano de um estado de transe para a estatura de uma divindade.

Por um momento, vamos avaliar a saúde e a doença. Supomos que a saúde seja uma das maiores bênçãos e a doença, um flagelo. Mas na doença, aos trancos e barrancos, com que frequência a alma do sofredor progride! As experiências são adquiridas nos Planos superiores, os quais influenciam todo o restante da vida e ensinam como nenhuma prática terrena poderia. Além disso, aqueles que atendem aos doentes geralmente amadurecem em gentileza e paciência. Portanto, nós não dizemos que a doença seja um mal.

Nós, especialmente aqueles que, até certo ponto, ainda admitem estar comprometidos e presos ao ensino restritivo da primeira infância, costumamos deduzir que o período passado no caos seja de inatividade, de total inutilidade. Mas, à luz de uma revelação maior, sabemos que o cosmos seja a ordem manifesta da Criação e que, quando a Terra atravessa um período de caos, está longe de ficar em um estado de inutilidade e inatividade, pois “o caos é o solo fértil do cosmos”. Certamente, ele permite um descanso à manifestação e é um tempo de assimilação de experiências cósmicas que possibilita à Terra evoluir e emergir em um processo de desenvolvimento mais alto e completo, quando chega o amanhecer do próximo grande Dia Cósmico.

O objetivo e a intenção da vida não são a felicidade, como estamos tão propensos a acreditar; no entanto, é a experiência. Para consegui-la, devemos necessariamente passar por TODAS as fases de emoção e pensamento, por todas as experiências que os pares de opostos trazem. À medida que a planta e o grão são amadurecidos pela interação com o sol e a chuva, o Espírito alcança a perfeição experimentando alegria e tristeza, euforia e depressão, fé e dúvida, verdade e erro. Porém, quando tivermos adquirido toda a experiência que essas forças aparentemente opostas possam ensinar e, assim, pudermos transcendê-las, chegará então o tempo em que não seremos mais esticados na cruz dos pares de opostos. Seremos capazes de rejeitar as condições que acorrentam o Espírito com faixas de ferro e nos libertar para sempre da escravidão da dualidade. Quando acontecer, para nós não haverá mais trevas, porque tudo será luz. A dúvida será absorvida pela crença, a ignorância desaparecerá no conhecimento, a tristeza vai ser fundida e transformada em perfeita alegria, o ódio dará lugar ao amor. Então nos libertaremos da Roda do Destino e nos tornaremos pilares no Templo do nosso Deus, de onde não sairemos mais.

(Publicado em Rays from the Rose Cross, e traduzido pela Fraternidade Rosacruz – Campinas – SP – Brasil, em agosto de 1985)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Filosofia Rosacruz pelo Método Socrático: Vidas Passadas

Pergunta: As vidas passadas poderão ser lembradas?

Resposta: Embora muitas pessoas não sejam capazes de se lembrar de suas vidas anteriores, há algumas que podem. Todas as pessoas poderão ter essa possibilidade se se dispuserem a viver a vida para a obtenção de tal conhecimento.

Pergunta: Quais os requisitos que envolvem tais conhecimentos?

Resposta: Requer-se grande força de caráter, pois essa realização proporciona o conhecimento do destino que poderá estar pendendo, negro e sinistro, sobre nós na forma de trágico acidente.

Pergunta: Qual o bem que proporciona às pessoas comuns o desconhecimento antecipado desses fatos?

Resposta: Amavelmente a Natureza oculta-nos o passado e o futuro a fim de que não nos seja tirada a paz.

Pergunta: Como o desenvolvimento nos auxilia a sobrepormo-nos às dificuldades da vida?

Resposta: Na medida em que obtivermos maior desenvolvimento aprenderemos a nos sobrepor a todos os fatos com equanimidade, admitindo que todas as dificuldades resultam dos males passados. Há então um sentimento de gratidão no fato de que as obrigações decorrentes estão sendo anuladas, sabendo-se ainda que houve uma redução entre o ponto em que estamos e o dia da nossa libertação da roda do nascimento e morte.

Pergunta: Por que algumas pessoas se lembram de sua vida passada?

Resposta: Quando em uma existência uma pessoa morre na infância, com alguma frequência lembra-se da existência passada, no novo renascimento.

Pergunta: Por que a diferença de idade é a causa dessa possível recordação?

Resposta: Porque crianças ao redor dos quatorze anos ainda não jornadearam em um ciclo completo de vida. Esse impõe a formação de uma série completa de novos veículos entre a morte num corpo e o renascimento no seguinte.

Pergunta: O que constitui esse “ciclo inteiro de vida”?

Resposta: Quando uma pessoa em seus quatorze anos de vida abandona seu corpo físico, encontra-se funcionando no Mundo do Desejo, em seu Corpo de Desejos (vide Cap. III do Conceito Rosacruz do Cosmos). No tempo necessário também esse Corpo é abandonado naquele Mundo e a pessoa passa para o Segundo Céu (O Mundo do Pensamento) onde começará a funcionar em seu veículo Mental até que chegue o período em que o Espírito deve entrar em seu Lar: o Terceiro Céu, a Região do Pensamento Abstrato. Permanece aí até que esteja apto a uma nova imersão na matéria.

Pergunta: Como relaciona-se esse acontecimento cíclico com a memória de vidas passadas?

Resposta: O ser humano deixando cada um de seus veículos, incluindo o mental, deve construir uma nova Mente ao renascer, a qual naturalmente relaciona-se somente com a nova vida.

Pergunta: Aplica-se isso àqueles que morrem quando criança?

Resposta: As crianças simplesmente passam para as regiões superiores do Mundo do Desejo, retendo (ao contrário do que se passa com o adulto) seus Corpos de Desejos e veículo mental. Nessas regiões aguardam a ocasião para um novo renascimento, o qual usualmente efetua-se depois de um a vinte anos após a morte. Quando voltam a renascer surgem não com uma nova Mente e um novo Corpo de Desejos como acontece com o adulto, mas com o mesmo Corpo de Desejos e a mesma mente. Daí, se prestarmos atenção às crianças estaremos em condições de depararmos com a evidência de recordações de experiências e de relacionamentos com personalidades de prévias existências na Terra.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de julho/1973)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Vício da Limpeza e Higiene Corporal para Sua Saúde

O Vício da Limpeza e Higiene Corporal para Sua Saúde

Foi dito que a Limpeza está próxima da Piedade e todos parecem concordar inteiramente com isso; algumas das antigas Religiões até prescreveram certas abluções do corpo como parte dos Serviços religiosos de cada indivíduo, porque a humanidade, nos primeiros estágios da infância do seu desenvolvimento, não era excessivamente higiênica, comportando-se igual às crianças de hoje em relação ao banho e higiene. Elas preferem andar com as mãos e o rosto sujos, à provação de água e sabão, até que gradualmente adquirem o hábito e, afinal, gostem de água. Como acontece a uma criança, o mesmo ocorreu com o ser humano em tempos antigos. Ele realizou as abluções quando forçado pela ordenança religiosa e temendo a punição, caso isso fosse negligenciado. Portanto, encontramos no Tabernáculo no Deserto – a primeira igreja construída pelo ser humano, como ditada diretamente por Deus -, por exemplo, no mar fundido (ou Altar de Bronze) onde os sacerdotes eram ordenados a se lavar, antes de comparecer ao Serviço do Templo, e a penalidade por negligenciar tal dever era a morte. Ritos semelhantes prevaleceram também em outras religiões.

Mais tarde, tornou-se desnecessário exigir do ser humano a limpeza como dever religioso, porque ele a tornou como uma virtude acima de todas as outras. Com o passar do tempo, a prática se espalhou dos estratos mais altos da sociedade para os mais baixos e a limpeza do corpo tornou-se um fetiche, principalmente no mundo ocidental. Ninguém é respeitado se não tomar banho e/ou se higienizar de maneira regular, em intervalos frequentes. Obtemos respeito apenas na medida em que o nosso corpo esteja bem arrumado e bem vestido; ainda que, por dentro, esteja pior do que um sepulcro caiado e a Mente suja de impurezas.

O cuidado com os dentes também tem recebido atenção crescente e, quanto mais para o oeste, mais frequente é o uso da escova de dentes e de outros apetrechos para a higiene pessoal.

Não se pode negar que o exposto pareça muito louvável. A limpeza tem raízes na Religião e certamente só um pai estranho se alegraria ao ver seus filhos carregando sempre as marcas inevitáveis da sujeira, nas mãos, no rosto e/ou no resto do corpo, sem fazer qualquer esforço para removê-los com sabão e toalha. Também não podemos negar que muitas das doenças das quais a humanidade é herdeira estejam relacionadas a dentes defeituosos e que a falta de limpeza seja a principal causa da cárie dentária. O leitor pode, dessa forma, perguntar-se o que queremos dizer com nosso título: “O vício de limpeza”.

A resposta direta a tal pergunta é que, embora a própria limpeza seja uma virtude, ela se torna, como muitas outras coisas boas, um vício, mediante o exagero. A água é o solvente universal e, ingerida em pequenas doses, é boa; mas ingerida na hora errada, junto às refeições, por exemplo, ou de maneira excessiva, torna-se um veneno: dilui os fluidos digestivos e esfria o estômago de modo que a condição necessária ao tratamento adequado dos alimentos seja desajustada; se o hábito persistir, prejudicará a digestão permanentemente. Do mesmo jeito, quando a água é usada em excesso na parte externa do corpo ou em condições inadequadas, ela pode afetar seriamente a saúde.

Isso foi comprovado muitas vezes em nossa experiência em Mount Ecclesia. Várias pessoas que vieram aqui tinham o hábito, antes da chegada, de tomar banho duas, três e até quatro vezes por dia. Elas estavam, sem exceção, em uma condição muito grave, porque o excesso de água aplicado com toalha ou esponja esgotara a pele de sua substância gordurosa e o sistema vasomotor não conseguia operar adequadamente, fechando ou abrindo os poros conforme necessário.

Contudo, havia outro efeito causado pelo abuso de banhos, não visto ou entendido, a menos que se tivesse o conhecimento oculto necessário e visão espiritual para investigar o assunto apropriadamente. Outros podem conhecer a verdade da seguinte explicação por meio de sua própria experiência ao longo das curas pelo magnetismo.

Todos sabemos que, quando pegamos uma bateria galvânica colocamos um eletrodo dentro de uma bacia com água e seguramos o outro eletrodo com a mão, o fluxo de eletricidade através do nosso corpo torna-se bem mais forte ao pormos a outra mão na água do que quando segurarmos os dois eletrodos sem contato com a água. Quando essa evapora, suas moléculas são quebradas e cada fragmento é recolhido em um envoltório de Éter que atuará como almofada, sendo a base da elasticidade do vapor. Quando a condensação ocorre, o excesso de Éter desaparece e a água se torna líquida.

Embora a água tenha um grande anseio pelo Éter, não pode retirá-lo do ar, assim como não podemos absorver o nitrogênio, embora o respiremos continuamente. O fluido é volátil na proporção da quantidade de Éter que contém e temos um exemplo do intenso desejo da água por Éter na avidez com que ela absorve amônia anidra, um fluido tão volátil que ferve a 26 graus abaixo de zero. Isso mostra a razão por que a água causa um fluxo tão volumoso entre o eletrodo da bateria e o corpo, além de explicar muitos fenômenos, entre os quais o motivo de a umidade prestar um amplo auxílio material na transmissão de magnetismo bom, o fluido vital de quem realiza curas, ao paciente e na retirada de magnetismo ruim do corpo desse. Além do mais, é necessário e útil ao curador lavar-se em água corrente para que o Éter venenoso retirado do Corpo Vital do paciente não lhe prejudique. Quando tomamos banho em circunstâncias normais, removemos uma grande quantidade de Éter venenoso do nosso Corpo Vital, desde que fiquemos uma quantidade razoável de tempo no banho. Depois que nos lavamos, o Corpo Vital torna-se um pouco atenuado e, consequentemente, causa-nos uma sensação de fraqueza, porém se estivermos com boa saúde e não tivermos demorado no banho, a deficiência logo é compensada pelo fluxo de força que flui para dentro do corpo humano através do baço. Quando essa recuperação ocorre, sentimos um vigor renovado e o atribuímos ao banho, sem perceber o ato completo, como indicado acima.

No entanto, quando uma pessoa que não esteja com a saúde perfeita toma banho duas ou três ou até quatro vezes todos os dias (principalmente de banheira), um excesso de Éter é retirado do seu Corpo Vital. O novo suprimento que entra pelo baço também diminui devido à condição atenuada do Corpo Vital. Assim, é impossível que ela se recupere após repetidos esgotamentos e, como consequência, a saúde do Corpo Denso sofre; ela perde quase toda a força e gradualmente se torna, com certeza, inválida. Nesse estado delicado, ela é incapaz de comer, de assimilar alimentos verdadeiramente nutritivos e, com o tempo, sua condição pode tornar-se muito, muito grave.

É extremamente difícil lidar com esses casos, porque geralmente ocorrem com pessoas que tenham Signos Comuns nos ângulos do seu horóscopo, com muitos Astros nesses Signos ou com o Sol e o Ascendente. Esse tipo de pessoa se ofende com qualquer interferência em sua dieta e hábito de tomar banho, porque acredita que seja um modelo de limpeza, o que aos seus olhos é uma grande virtude. Supõe que não possa viver sem muitos banhos por dia e, como seu apetite é muito leve e delicado, deduz que saiba melhor que todos como cuidar desses requisitos; contudo, estão erradas em ambos os casos, como mostra o que foi exposto acima.

O primeiro passo para a saúde, em situações assim, envolve a cessação total do banho. O banho seco é o restaurador adequado e, para tal fim, é melhor usar um par de luvas grossas feitas de fio de linho retorcido. Isso pode ser adquirido em qualquer farmácia. Com isso, o corpo pode ser esfregado de manhã e à noite, até a pele apresentar um brilho saudável. Por esse processo, a cutícula supérflua é removida, mas o óleo e o Éter permanecem. Assim, o paciente se desenvolverá muito rapidamente, pois quando o Éter Químico aumenta, o poder de assimilação também revive e há um ganho imediato de força corporal. Se necessário, o paciente pode receber um quente e muito leve banho de esponja uma vez por semana, porém não deve tomar um único banho de banheira até que esteja totalmente recuperado.

Apesar de, muitos de nós, termos feito da banheira um ídolo, também adquirimos um fetiche pela escova de dentes. Em certo sentido, não é tão perigoso quanto a banheira, porque cada pessoa tem sua própria escova de dentes e os germes da doença que nela permanecem, apesar da lavagem mais cuidadosa, entram em contato somente com a pessoa a quem pertencem, enquanto os da banheira são uma ameaça para todos os que a usam. Esses organismos são inofensivos para uma pessoa com boa saúde, mas qualquer um que não esteja em pleno vigor e, portanto, suscetível a doenças, pode contrair uma infecção tomando banho em uma banheira, depois de outra pessoa. Por esse motivo, o banho de esponja deve ser preferido ao de banheira, exceto em famílias onde as condições dos integrantes sejam conhecidas e as devidas precauções sejam tomadas.

Contudo, voltando à escova de dentes, como já foi dito, ainda que possamos limpar esse pequeno instrumento com bastante cuidado, é absolutamente impossível torná-lo asséptico e, quanto mais o usamos, pior sua condição. Esse é um fato reconhecido por todos os dentistas e é uma ameaça da maior magnitude para a higiene do corpo, particularmente entre as pessoas que persistam em se alimentar de carcaças em decomposição de animais assassinados. O processo de putrefação, que começa no momento em que o animal é morto é enormemente acelerado pelo ambiente bucal, e as partículas de carne alojadas entre os dentes rapidamente se tornam uma fonte perigosa de infecção. Essas partículas não são removidas pela escova de dentes e são a causa de várias doenças de caráter muito grave. Daí a importância do uso do fio dental.

Todos nós sabemos como a mastigação é essencial para a digestão adequada; portanto, a importância dos dentes sadios não pode ser subestimada e o perigo à vida e à saúde dos dentes, causado por esses pedaços de carne em decomposição, é, logo, uma das mais graves ameaças à existência humana, seu conforto e bem-estar.

Cada dente perdido nos deixa mais sujeitos a doenças e à morte. A habilidade do dentista pode nos dar um dente novo; contudo, até o melhor produto está muito abaixo do padrão da natureza.

Assim que adotamos uma dieta vegetariana, escapamos de uma das mais graves ameaças à saúde: a putrefação de partículas de carne entre os dentes, como dito no parágrafo anterior, e esse não é um dos argumentos menos importantes para a adoção da alimentação vegetariana. Frutas, cereais e vegetais tem uma constituição que se desfaz muito lentamente; cada partícula contém uma enorme quantidade de Éter que a mantém viva e doce por um longo tempo, já o Éter que interpenetrou a carne e compôs o Corpo Vital de um animal foi eliminado com o seu espírito, na hora da morte.

Dessa forma, o perigo de infecção por alimentos vegetais é muito pequeno em primeiro lugar, mas muitos deles, longe de serem venenosos, são realmente antissépticos em um grau muito alto. Isso se aplica particularmente às frutas cítricas — laranjas, limões, toranjas e tantas outras, sem contar o rei de todos os antissépticos, o abacaxi, que tem sido usado com muita frequência e sucesso completo como a cura para a temida difteria, que é apenas outro nome dado à dor de garganta séptica.

Portanto, em vez de envenenar o trato digestivo com elementos putrefativos como as carnes fazem, as frutas limpam e purificam o sistema, e o abacaxi é uma das melhores ajudas para a digestão que o ser humano conhece. É muito superior à pepsina e nenhuma crueldade diabólica é usada para obtê-lo. Com esse tipo de alimentação, os perigos da escova de dentes podem ser evitados, pois o seu uso pode ser feito de maneira bem mais adequada, três vezes ao dia – ou todas as vezes que fizer uma refeição – e auxiliada pelo fio dental. E, logicamente, acompanhado sempre de uma boa enxaguada com água limpa.

(da Revista Rays from the Rose Cross de agosto de 1915 – traduzido pela Fraternidade Rosacruz – Campinas – SP – Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Relação dos Tríplices Espíritos, Almas e Corpos em cada um de nós

A Relação dos Tríplices Espíritos, Almas e Corpos em cada um de nós

O ser humano é um tríplice Espírito que possui uma Mente, governando com ela um Tríplice Corpo que emanou de si mesmo para adquirir experiência. Esse Tríplice Corpo se transforma em Tríplice Alma, da qual se nutre, elevando-se assim da impotência à onipotência.

O Espírito Divino emanou de si Corpo Denso extraindo como fruto a Alma Consciente.

O Espírito de Vida emanou de si o Corpo Vital extraindo como fruto a Alma Intelectual.

O Espírito Humano emanou de si o Corpo de Desejos extraindo como fruto a Alma Emocional.

O Tríplice Espírito lançou uma tríplice sombra sobre o reino da matéria e desse modo o Corpo Denso foi evoluindo como contraparte do Espírito Divino, o Corpo Vital como réplica do Espírito de Vida, e o Corpo de Desejos como imagem do Espírito Humano.

Finalmente, e o mais importante de tudo, formou-se o degrau da Mente como enlace entre o Tríplice Espírito e seu Tríplice Corpo. Esse foi o começo da consciência individual e marca o ponto onde acaba a Involução do espírito na matéria e onde começa o processo evolutivo pelo qual o espírito é extraído da matéria. A Involução significa a cristalização do espírito em corpos distintos, mas a evolução depende da dissolução dos Corpos, da extração da substância da Alma deles e da amálgama alquímica dessa Alma com o espírito.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de outubro de 1970)

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