O que é estar entre os Escolhidos? Há injustiça de Deus nisso?

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O que é estar entre os Escolhidos? Há injustiça de Deus nisso?

O que é estar entre os Escolhidos? Há injustiça de Deus nisso?

Ninguém vem a mim, a não ser que meu Pai o chame.

(Jo 6:44)

Não há injustiças nem erros da parte de Deus. Os quatro excelsos Seres a quem chamamos os Anjos Arquivistas ou Anjos do Destino se acham, em seu elevado estado evolutivo, acima dos erros e dão a cada um e a todos exatamente o de que necessitam para o seu desenvolvimento. Temos a prerrogativa da liberdade e por ela estamos aprendendo a nos dirigir e nos credenciarmos a serviços mais elevados. São nossos atos os determinadores do destino, em seus aspectos positivo e negativo. Somos nós mesmos que determinamos a amplitude e a natureza de nossa ação na Terra. Tal fato está fora de questão: tudo está no devido lugar e as mudanças para melhor ou pior dependem de novas causas que colocamos em ação.

Se estamos conscientemente na Fraternidade Rosacruz, significa que procuramos um compromisso maior em relação ao processo evolutivo, e isso é um bom sinal. A simples oportunidade que nos oferecem de conhecer a portadora de tão elevada Filosofia Cristã revela mérito e responsabilidade com o próximo.

E agora? – Nos perguntamos.

Chegamos à Fraternidade Rosacruz, recebemos todos os esclarecimentos de que necessitávamos, temos ampla liberdade para assistir as reuniões, palestras, seminários, fazer os cursos, examinar, deduzir para, finalmente, concluir que realmente nos serve. Mais que isso, temos a nossa disposição explicação lógica, simples e objetiva de tudo o que é essencial relacionado com o ser humano e o mundo. Nada nos pede e tudo nos oferece.

Fazemos os cursos, lemos os substanciosos livros de Max Heindel e de toda literatura da Fraternidade Rosacruz, assistimos regularmente as reuniões, participamos dos Rituais de Serviço: do Templo, de Cura, dos Equinócios e Solstícios, de Véspera da Noite Santa.

Sim, e agora? Basta isso para nos elevar de estado anímico?

– Não! – Respondemos. Estamos procurando viver seus princípios e o reconhecemos, de um nível Cristão, o método de desenvolvimento mais avançado até agora exposto ao mundo, capaz de transformar um grande pecador num indivíduo virtuoso, desde que se esforce sincera e persistentemente no método que ela oferece?

Contudo, será mesmo que nós estamos nos esforçando devidamente? Estaremos nós vivendo seus princípios?

Bem, dentro de nossas possibilidades de tempo, podemos justificar, dizendo que a vida está muito dura, que o tempo é escasso; mas estamos fazendo, de fato, o que é possível?

Na verdade, mesmo diante do fiel testemunho de nossa consciência, sabemos que estamos fazendo pouco. O que se observa é maior interesse INTELECTUAL do que a busca pelo despertar de uma VIVÊNCIA. Apesar de triste, tal fato é compreensível.

Cristo dizia que “muitos serão os chamados e poucos os escolhidos” (Mt 22:14). A seleção é justa. Deus não se engana.

É certo que o conhecimento intelectual ajuda e é necessário. A Filosofia Rosacruz se destina, especialmente, a satisfazer a razão dos que não encontram o Cristo pela fé para que, uma vez satisfeita à razão, o coração comece a “falar”. A Mente compreende, se satisfaz, nos entusiasmamos e, então, é que nossa vida começa a mudar para melhor. Quando muda!

Há o perigo de ficarmos apenas na compreensão dos Ensinamentos Rosacruzes e de não construirmos a ponte que ativa o Coração. Além disso, se existe uma boa distância, um abismo entre a compreensão e a prática, há também a responsabilidade maior de quem sabe o que é bom e não o pratica, se tornando, perante sua consciência e Deus, maior transgressor que o ignorante, um criminoso detentor de uma riqueza que deveria fazer circular em benefício dos outros, porque nada lhe pertence.

A Filosofia Rosacruz, assim como as demais bênçãos que nos chegam, por mérito, dos planos invisíveis, são meios de elevação pelo serviço.

Vejamos bem isso. Nossa vida é muito curta aqui e ela representa a sementeira dos frutos que vamos colher e assimilar no estado post-mortem. Além disso, os frutos assimilados determinarão as condições de nossas vidas futuras, até que possamos nos libertar do ciclo de renascimentos e mortes, que, para nós, é uma Lei!

A questão é muito pessoal. Sabemo-lo muito bem. Veja o que cada um está fazendo com tão grande riqueza. Ou não a aprecia devidamente e, nesse caso, sua oportunidade fica transferida; ou, embora reconhecendo-a de grande valia, não tem forças para dominar sua natureza inferior, se deixando ficar nos mesmos hábitos e comodismo, ou se esforça e avança.

Cristo não gostava dos mornos, instruiu para sermos quentes ou frios. Ninguém pode servir a dois senhores: ou a Deus ou a Mamon, o Deus da cobiça. Ruy Barbosa, referindo-se a questões de direito, afirmou: “diante do erro, ou somos a favor ou contra. A neutralidade é criminosa”.

Definamo-nos. O mundo precisa de seres humanos, de Cristãos autênticos. Ninguém pode se enganar. Em nossa vida particular, íntima, em nossa relação com a família, companheiros de trabalho e demais como na Fraternidade Rosacruz temos um dever a cumprir. A tônica da Fraternidade Rosacruz é SERVIÇO, num amplo sentido. Façamos a nossa parte. Ofereçamos nossos préstimos. Há sempre o que oferecer. Particularmente nossos irmãos que lutam na condução do movimento precisam de nosso apoio.

Lembremos a parábola dos talentos: a boa administração dos bens mentais, emocionais e materiais que Deus nos oferece e que nos capacita e eleva à condição de ESCOLHIDOS, com os recursos pessoais maiores e apoio externo superior, para mais elevados serviços da “Vinha do Cristo”.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – 06/1966 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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