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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Ao levantar um horóscopo devemos levar em consideração as condições e o ambiente que afetam a vida de uma determinada pessoa?

Pergunta: Ao levantar um horóscopo devemos levar em consideração as condições e o ambiente que afetam a vida de uma determinada pessoa, ou os critérios formulados nos livros de Astrologia são corretos se aplicados a qualquer pessoa e a qualquer momento da vida?

Resposta: Não, as leituras não são corretas se aplicadas a qualquer momento da vida. Devemos sempre dizer que tais e tais Aspectos e configurações em um horóscopo conferem tais e tais tendências. Da mesma forma que uma planta exige tempo para crescer e revelar suas diversas e pequenas folhas e flores, também a planta humana deve crescer, e aquilo que se encontra em estado latente no momento do nascimento, desenvolver-se-á gradualmente no decurso da vida. Isso se dará tanto quanto o permita o meio ambiente.

Os Aspectos representam coisas diferentes para pessoas colocadas em situações diferentes. Para citar um caso histórico, se a memória não nos falhar, uma criança nasceu no mesmo instante em que na parte mais baixa da cidade de Londres nascia George III no palácio de Windsor. Essas duas crianças cresceram e cada uma iniciou uma carreira independente no mesmo dia, isto é, uma tornou-se um monarca e a outra entrou no mundo dos negócios. Casaram no mesmo dia, tiveram o mesmo número de filhos (embora isso possa ser apenas uma coincidência, pois os filhos dependem também do horóscopo do outro cônjuge), e morreram também no mesmo dia. Como vemos, os acontecimentos principais de suas vidas foram similares, embora fossem diferentes por terem sido colocados em ambientes diferentes. Um foi rei, o outro um ferragista. Se lerem o Capítulo “O grau de Receptividade às Vibrações Astrais” no livro “A Mensagem das Estrelas”, verão que a humanidade aprende a responder a todos os Astros, um após outro. Muitos de nós estamos começando a responder a Urano, mas pouquíssimos respondem às vibrações de Netuno.

(Pergunta nº 121 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas, Vol. II)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Sabemos já dos efeitos de certos Astros em determinadas Casas. Pois bem; sendo a 8ª Casa a que indica nossa saída do cenário mundial, pois é a Casa da morte, quais são os efeitos, perguntamos, de Urano e Saturno juntos nesta Casa, numa Conjunção e Paralelos?

Pergunta: Sabemos já dos efeitos de certos Astros em determinadas Casas. Pois bem; sendo a 8ª Casa a que indica nossa saída do cenário mundial, pois é a Casa da morte, quais são os efeitos, perguntamos, de Urano e Saturno juntos nesta Casa, numa Conjunção e Paralelos? Logicamente, dependerá muito de outros Aspectos com outros Astros. Mas o que desejo saber é o que pode oferecer este Aspecto num tema natal, quando esta Conjunção e Paralelos ocorrem estando a 8ª Casa abrangendo Touro e Gêmeos; isto é, passando de Touro para Gêmeos. Isto, sem contar outros Aspectos, favoráveis ou não.

Resposta: Antes de mais nada, é recomendação taxativa de Max Heindel, em “A Mensagem das Estrelas”: Nunca, nunca predigam a morte. É certo que o perguntante não levantou esta questão. Mas convém que seja feito este esclarecimento, que está implícito na pergunta.

A 8ª Casa não é apenas a Casa da morte. Ela rege também a capacidade de regeneração do nativo; isto é, ela indica o que o indivíduo conseguiu acumular em vidas anteriores, no sentido de transcender as condições humanas em direção à sua verdadeira e futura condição espiritual.

A 8ª Casa também rege as heranças, os legados.

Já que o perguntante é estudioso e inclusivamente leu Elman Bacher, há de lembrar-se do que foi dito por este autor sobre a 2ª Casa e seus reflexos nas demais. Em suma, a 2ª Casa indica o nível anímico do nativo no DAR e RECEBER, em todos os campos. Segundo os méritos adquiridos em vidas pregressas, pelo DAR; ou deméritos, pelo NEGAR; assim ele terá as facilidades dos legados inesperados ou será lesado em seus direitos de herdeiro. Nada vem do azar nem da sorte, senão como consequência natural e justa de seus atos. Paralelamente, pela capacidade de DAR ou contrariamente, pela OMISSÃO do dever cristão, pode exercitar a capacidade de regeneração, pois o “SERVIÇO AMOROSO e ALTRUÍSTA é o caminho mais curto, mais alegre e feliz que nos conduz a Deus”.

O Planeta que rege a 8ª Casa é Plutão, oitava superior de Marte. Quanto à influência que o perguntante deseja conhecer, não nos parece conveniente expô-la assim genericamente, sem levar em conta as configurações do tema, porque pode induzir a erro, como o fazem as publicações de Astrologia pelos jornais e revistas. Em Astrologia deve-se sempre combinar os fatores e tirar a conclusão.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de fevereiro/1970)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Poderia dar-nos seu ponto de vista sobre a causa e a cura dos resfriados?

Resposta: Nós vivemos numa época de germes e soros. Supõe-se que cada doença tem seus micro-organismos, toma-se então um antídoto para prevenir ou para curar. Pode-se mesmo ser inoculado contra os resfriados, e se a operação for bem sucedida, estaremos imunes daqui por diante. Talvez, algum dia, todos os diferentes antídotos possam ser reunidos em um único “elixir vitae” que nos torne imunes à horda inteira dos temíveis germes! Realmente, que anômala é nossa condição. O ser humano conquistou o mundo inteiro e incutiu o terror nos corações de todas as criaturas que pôde alcançar por meio dos vários artifícios que inventou para sua destruição. Até mesmo grandes criaturas fogem diante dele com temor, mas ele próprio teme criaturas tão diminutas que só podem ser vistas com o auxílio de potentes microscópios. Esses pequenos micróbios são tão temíveis que alguns dos homens mais capazes dedicam a sua vida inteira no esforço de restringir suas devastações.

É verdade que os micro-organismos existem, e é também verdade que eles não conseguem estabelecer-se no organismo de quem esteja em estado normal de saúde. É somente quando, devido a outras causas, nossos corpos estão debilitados, que os germes da doença são capazes de instalar-se e iniciar seus processos destrutivos. As pessoas que estão radiantes de saúde, e empregamos esta frase em seu sentido literal, poderiam entrar sem o menor temor num isolamento para doenças infecciosas, mesmo que houvesse mais germes numa polegada quadrada do corpo dos pacientes do que habitantes na Terra. Enquanto essa pessoa conservasse sua saúde radiante, não seria infectada.

Para tornar mais claro o que queremos dizer com saúde radiante, devemos reiterar um fato que a ciência está começando a descobrir, isto é, que nossos corpos são interpenetrados pelo Éter em tal volume que em algumas circunstâncias ele se irradia do corpo. Qualquer pessoa que seja favorecida com uma visão espiritual vê, dentro do corpo físico denso, um outro veículo inteiramente semelhante, órgão por órgão, e formado de Éter. Vê também que, através do baço, entra um fluxo contínuo de força etérica vital que sofre uma mudança química no Plexo Celíaco, espelhando-se depois por todo o corpo como um fluido cor-de-rosa pálido com um leve matiz púrpura. Esse fluido etérico irradia-se de toda a periferia do corpo através de cada poro da pele, transportando consigo uma grande quantidade de gases venenosos gerados pela alimentação que tomamos, alimentação essa escolhida mais para agradar aos olhos ou ao paladar que pelo valor nutritivo que possa ter.

Essa radiação vital da força vital etérica é tão forte que não somente retira os venenos do corpo, mas impede também a entrada de organismos deletérios, seguindo o mesmo princípio que torna impossível a entrada de moscas e outros insetos num prédio através de uma abertura onde tenha sido instalado um exaustor de ar que envie a corrente aérea para o exterior. Tão logo pare o exaustor, o caminho está aberto às várias classes de insetos que infestam nossos edifícios. De modo semelhante, se por qualquer razão o organismo humano torna-se incapaz de assimilar uma quantidade suficiente de força vital, a fim de conservar sua emanação radiante, é também possível aos temíveis micro-organismos entrar e estabelecerem-se no corpo, onde começam suas devastações com posterior detrimento para a saúde. Em vista desses fatos, a prevenção das doenças resume-se em conservar o sistema desimpedido, de modo a permitir que a força vital radiante possa fluir sem obstáculos. Quando se instalam condições doentias, o processo curador deve ter o efeito de abrir os canais obstruídos para um melhor sucesso.

O Dr. Harvey W. Wiley, antigo diretor do Departamento de Química em Washington, disse, certa vez, que o melhor meio de curar um resfriado é apanhar um vidro de xarope contra a tosse, colocá-lo sobre a mesa do quarto do doente, abrir todas as janelas e atirar o vidro através de uma delas.

Em outras palavras, em lugar de xaropes e outros remédios para resfriados, devemos consumir ar fresco e puro em abundância. Sem dúvida alguma, há muita sabedoria nessa recomendação, mas não é inteiramente suficiente. Se ele tivesse dito: “Tragam também para o doente um bom desjejum, almoço e jantar e joguem tudo isso no mesmo lugar do vidro de remédio”, ele ter-se-ia aproximado mais do meio de curar uma gripe. Pode-se dizer, sem receio de contradição, que o maior número de doenças, que dizem ser herdadas pela carne, provém do excesso de comida, alimentação não adequada e mastigação insuficiente. Essa última talvez seja a maior de nossas faltas.

O Barão de Munchausen, o célebre campeão das mentiras, relata que quando visitou a Lua observou que seus habitantes cozinhavam os alimentos do mesmo modo que nós aqui na Terra, mas, em lugar de sentar-se a uma mesa e comê-los aos poucos, eles simplesmente abriam uma portinhola no lado esquerdo do corpo e colocavam por ali a comida no estômago. Ainda não chegamos a esse ponto, mas estamos muito próximos. O modo pelo qual o americano médio engole sua comida é simplesmente deplorável, para não dizer outras coisas. As casas de refeições rápidas, com seus assentos incômodos onde é impossível descansar e relaxar o corpo enquanto se tomam aquelas pseudorrefeições, são uma ameaça nacional. Todos os que se sentam nesses lugares parecem estar dispostos a bater um recorde de deglutição da maior quantidade de alimentos no espaço de tempo mais curto possível. Os métodos abomináveis de preservar tudo em gelo durante meses a fim de que certos intermediários e atacadistas possam fazer os preços subir, só aumentam os perigos da má saúde, que ameaçam toda a comunidade num mundo chamado civilizado, onde esses discutíveis métodos modernos estão em voga. Com esses alimentos “puros” sobrecarregados de venenos, nós nos esforçamos em construir nossos corpos e isso, como é bem sabido, é feito pela transformação desse alimento em sangue, sendo o resto eliminado como excreções.

É hábito da profissão médica zelar para que a eliminação dos resíduos se faça corretamente, não importa qual seja a doença. Qualquer pessoa que queira cortar um resfriado deve necessariamente imitar esse método sábio e providenciar para que a função excretória se efetue corretamente e seja estimulada ao mais alto grau possível, pois essa é uma medida importante de livrar o sistema e torná-lo capaz de deixar o fluxo de força vital escoar-se através dele novamente. A outra porção de alimento que se transforma em sangue não permanece no estado fluídico, mas evapora-se, ou melhor, eteriza-se de acordo com o desenvolvimento do Ego em cujo corpo ele flui. Ele se escoa através de todo o corpo, como o vapor através de uma caldeira, e quando entra em contato com o ar frio através dos poros obstruídos por uma quantidade supérflua de veneno alimentar e parcialmente anestesiados a ponto de não responderem aos impulsos nervosos que tendem a fechá-los parcialmente contra o frio, o sangue liquefaz-se total ou parcialmente, e torna-se um obstáculo e um empecilho àquela outra parte da corrente sanguínea que não está afetada. Como resultado, são gerados micro-organismos que formam a indisposição que sentimos como um resfriado.

Uma pessoa ferida que perde uma certa quantidade de sangue sente-se fraca. Isso também acontece com as pessoas cujo sangue enregelou-se, e aquele que tem um resfriado deve despender maior esforço a fim de expelir os resíduos nocivos antes que possa curar-se. A glutonaria, a má alimentação e a mastigação defeituosa não são as únicas causas dos resfriados. É um fato bem conhecido por todos os ocultistas, que tudo o que há no mundo visível é a manifestação de algo que pré-existia nos reinos invisíveis da natureza, e o resfriado não é uma exceção à regra. Quando sabemos que há uma imutável Lei de Causa e Efeito, e que não pode haver efeito sem uma causa adequada e subjacente, poderemos verificar facilmente a verdade dessa asserção. É também certo que nada nos ocorre sem que o tenhamos merecido, portanto, se procurarmos as causas no reino invisível, verificamos que elas têm, naturalmente, algo a ver conosco.

O resfriado que sentimos aqui e que nos é tão desagradável, é um resultado de algo que existia dentro de nós previamente, mas o quê? A essa pergunta podemos responder confiantes que nossa própria atitude mental é um fator de suma importância no estado de nossa saúde. Esse fato é bem conhecido por toda a ciência médica e por todos os observadores. Verificaremos que uma pessoa que é sempre otimista, que está sempre alegre, pronta a expandir-se num largo sorriso, será particularmente imune a resfriados ou a outras doenças. Pelo contrário, uma pessoa que tem a boca caída e o rosto fechado, que está sempre se aborrecendo com coisas que nunca se realizam e persistentemente toma uma atitude de raiva e malignidade contra seus inimigos imaginários ou reais, com essa atitude mental encolhe-se numa casca e impede a assimilação das forças etéricas vitais radiantes. Ela é, portanto, uma presa fácil das doenças que acometem a carne. Não poderá ser curada nem por toda a medicina antes que abandone seu modo negro de encarar a vida.

Os dois casos citados são naturalmente extremos, há todas as gradações, bem como misturas das duas naturezas. É fácil verificar, contudo, que a saúde de uma pessoa varia quase na mesma razão com que varia seu modo de enfrentar a vida.

Das notas precedentes podemos deduzir o seguinte: a melhor proteção da saúde é uma atitude otimista do espírito, que deve encarar a vida sem temor e ver em cada pessoa um amigo.

Deve haver também discriminação e circunspecção na escolha dos alimentos. Devemos evitar os excessos. É melhor comer pouco do que muito, e devemos exigir um assento confortável onde possamos relaxar o corpo enquanto mastigamos lentamente nossas refeições.

Devemos também dar bastante atenção ao assunto da eliminação, e quando ela não estiver normal, certos alimentos ricos em celulose poderão reconduzi-la a uma ação perfeita.

Resumindo: devemos cultivar a alegria e ser moderados na alimentação. A jovialidade, a temperança ao comer e a eliminação correta, formam uma composição que curaria todas as doenças que afligem a carne.

A ciência está aprendendo, gradualmente, as verdades anteriormente ensinadas pela ciência oculta, e sua atenção está sendo voltada para as glândulas endócrinas, que lhes darão a solução de muitos mistérios. Contudo, não parecem estar inteirados ainda de que há uma ligação física entre o corpo pituitário, o principal órgão de assimilação e, portanto, do crescimento, e as glândulas suprarrenais, que eliminam os resíduos e assimilam as proteínas. Elas também estão ligadas fisicamente com o baço, o timo e as glândulas tireoides. Nessa ligação, é significativo, do ponto de vista astrológico, que o corpo pituitário é regido por Urano, que é a oitava superior de Vênus, o regulador do Plexo Celíaco, onde está localizado o Átomo-semente do Corpo Vital. Desse modo, Vênus guarda a entrada do fluido vital que nos vem diretamente do Sol através do baço, e Urano é o guardião da porta de entrada do alimento físico. É a função dessas duas correntes que produz o poder latente armazenado em nosso Corpo Vital, até que seja convertido em energia dinâmica pela natureza marcial do desejo.

(Pergunta 51 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas Vol. II, de Max Heindel)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Poder do Altruísmo

O Poder do Altruísmo

Sabemos que a força designada sob o termo ALTRUÍSMO existe. Vemo-la manifestando-se de diversas maneiras em muitas partes do mundo. Observamos que ela está menos pronunciada nos povos menos civilizados do que naqueles de maior desenvolvimento. Nas raças atrasadas, é quase inexistente. A conclusão lógica dessa observação é que, há muito tempo, quando a humanidade passava pelos mais primitivos estágios, o altruísmo estava completamente nulo. E dessa conclusão surge naturalmente a pergunta: que foi que o induziu em nós? A personalidade material certamente não foi. Na verdade, esse aspecto do ser humano estaria muito melhor sem ele.

Ao mesmo tempo, não podemos deixar de reconhecer que o altruísmo deve ter estado latente dentro de nós durante todo o tempo, pois do contrário não poderia ter sido despertado. Do nada não pode surgir qualquer coisa. O que uma semente exprime ao germinar, levava-o dentro de si.

Torna-se, pois, evidente que, tudo que eleva o ser humano a melhor padrão de conduta deve brotar-lhe do íntimo, de uma fonte não idêntica ao seu corpo, pois muitas vezes luta contra os interesses mais óbvios deste. Doutro lado, deve ser uma força poderosíssima, bem mais forte que o corpo, uma vez que o compele a fazer sacrifícios, em benefício dos fisicamente mais frágeis.

Tal força existe mesmo, ninguém poderá negar-lhe a existência. No atual estágio de desenvolvimento ela nos leva a considerar na debilidade alheia, não uma oportunidade de presa fácil e da exploração; ao contrário, nessa fragilidade vemos um apelo de proteção. O egoísmo vai sendo, lenta e seguramente dissolvido pelo altruísmo.

Embora lento, o progresso do altruísmo é ordenado certo, realizando naturalmente seus propósitos. No íntimo de cada um de nós ele vai agindo como um fermento, transformando o selvagem num civilizado e, com o tempo, transubstanciando este num Deus.

Uma chispa do Cristo Cósmico, incorporada em nosso Redentor, para seu trabalho de purificação de nosso globo e estabelecimento de um clima favorável ao desabrochar do altruísmo, obteve acesso à Terra por meio do sangue purificado de Jesus, que fluiu no sacrifício do Gólgota. Atualmente essa chispa Crística está operando dentro de nosso globo para atenuar sua constituição física e suprafísica. Um poderoso fluxo espiritual foi sentido, no momento em que Ele se integrou à Terra, e uma luz irradiou-se tão intensa que toldou a visão do povo; este maravilhoso evento marcou o início da ação do princípio altruístico sobre o gênero humano. Isto tem concorrido sobremaneira para a segurança do processo evolutivo, pois dia a dia todos os sentimentos que fortalecem o interesse próprio são gradualmente transmutados em ações visando o bem-estar alheio.

Se o Cristo não tivesse vindo e iniciado tal processo descristalizante, outra Lua teria sido arremessada ao espaço, levando consigo a escória resultante daquele tenebroso estado de coisas. Esse sacrifício do Espírito do Cristo Cósmico não significa a Sua morte como comum e erroneamente é admitido, mas sim um influxo à Terra de uma elevadíssima energia que permite vivermos mais abundantemente em espírito.

Ainda hoje, séculos após o acontecimento do Gólgota, poucos são aqueles que estão aptos a viver tão próximos à verdade, seguindo suas concepções, professando-a e confessando-a perante o mundo por meio do serviço e por um reto viver. Ante tamanha evidência, bem podemos imaginar como deve ter sido nos remotos tempos que antecederam ao advento do Cristo, quando os seres humanos não possuíam dentro de si a elevação do Altruísmo.

Os padrões de moralidade eram muito baixos e o amor à verdade era uma tênue chama, quase inexistente na maioria dos seres humanos, os quais empenhavam-se mais em acumular riquezas, poder ou prestígios, muitas vezes por meios os mais abjetos possíveis. A tendência natural era conservar a inclinação aos interesses próprios, muitas vezes em detrimento de outrem.

Dessa forma, os Arquétipos enfraqueceram-se, as funções orgânicas foram afetadas intensamente, particularmente em relação aos corpos ocidentais que se tornaram mais sensitivos à dor em virtude do crescimento da consciência espiritual.

O Egoísmo não existia no mundo até que a névoa se condensasse e a humanidade saísse da atmosfera aquosa da Atlântida. Quando seus olhos se abriram, de modo que pudesse perceber o Mundo Físico e tudo o que nele existia, quando cada um ou cada uma viu-se separado dos outros, a consciência do “mim e do meu”, do “teu e da tua” formou-se nas mentes recém-surgidas e a ambição e separatividade substituíram o sentimento de companheirismo até então existente sob as águas da Atlântida. Daí em diante o egoísmo tem sido uma atitude muito natural, mesmo em nossa jactanciosa civilização. O Altruísmo permanece como um sonho utópico para as pessoas “práticas”.

Porém, entre uma minoria a qual já possui evidente iluminação, ele floresce mais e mais, e dia virá em que todos os seres humanos serão tão bons e indulgentes como o foram os maiores santos.

À medida que os anos passam, os movimentos altruístas vão se multiplicando e ganhando eficiência, eficiência que simboliza um novo modo de beneficiar o próximo. Isso consiste num altruísmo mais autêntico, visto que o trabalho efetuado no sentido de se distribuir esmolas, pura e simplesmente, torna-se um meio caritativo degradante e humilhante àquele que recebe o donativo, pois a natureza do benefício confina-se somente à necessidade material, tornando-se mister que haja uma atitude concomitante visando a elevação do ser.

Essa forma de auxilio mais aperfeiçoada, eleva aqueles a quem nós ajudamos, não só amenizando a situação em que se encontram, mas estimulando-os ao reerguimento por meio das próprios forças. Essa espécie de auxílio inclui o pensamento e o autossacrifício que estão sendo incutidos fortemente pelos nossos Guardiães Invisíveis, os quais são atualmente os irmãos que zelam pelos mais fracos.

Podemos perfeitamente iniciar tal trabalho no lar, sendo amorosos para com todos aqueles com quem estamos em contato imediato, sendo fiéis nas pequenas coisas, pois procedendo assim maiores oportunidades não deixarão de se apresentar.

Devemos nos tornar universais em nossas simpatias, pois o refrão “ame ao vosso vizinho como a ti mesmo” se aplica ao mundo inteiro e não unicamente aos nossos vizinhos imediatos. Podemos amar outras famílias bem como a nossa, outros países sem diminuirmos amor para com o nosso.

Grandes são as dores que estão fazendo nascer o Altruísmo em milhões de corações, porém, por meio do sofrimento ele cresce e torna-se melhor do que antes. À medida que o tempo passar e Cristo, por meio do seu beneficente influxo atrair mais Éter Interplanetário à Terra, esta ficará com o seu Corpo Vital bem mais luminoso.

Assim acontecendo, caminharemos num mar de luz, o que fará com que Ele, sendo a Luz, venha a unir-se com outras luzes.

Para que o ser humano atinja um elevado estágio em sua evolução, é mister que o egoísmo seja absorvido pelo Altruísmo.

Saturno, brandindo o chicote da necessidade sobre o ser humano nos tempos primitivos, o levou à situação presente; assim também Júpiter, o Planeta do Altruísmo, está destinado a ascendê-lo ao estado de “super-homem”, onde permanecerá sob o Raio de Urano que por sua natureza emocional substituirá a paixão pela compaixão.

O Altruísmo, a nota-chave de Urano, oculta um amor envolvente tal como o Salvador sentiu. Urano, como a oitava inferior a Vênus, influenciará a todos aqueles que estão em condições de entrar no Caminho da preparação que os conduzirá à Iniciação. Assim, todos os seres que estão nesse ponto de sua evolução deverão gradualmente aprender a suplantar o Amor Venusino, iniciando dessa forma o cultivo daquele amor Uraniano de Cristo, amor que não requer retribuição, amor que não se amainará em relação aos nossos familiares, porém estes senti-lo-ão com maior intensidade do que aqueles que se encontram mais distantes de nós.

A vida superior (Iniciação) não apresenta seus primeiros indícios até que o trabalho sobre o Corpo Vital seja iniciado. O meio dinamizante dessa atividade é o amor ou melhor, o Altruísmo, embora a palavra amor, hodiernamente, devido às deformações porque passou, não exprima mais com fidelidade aquele sentimento que o Cristo nos legou. Exige-se de nós que cultivemos pelos menos algumas das tendências altruísticas, a fim de que o progresso seja levado a efeito para além do nosso presente estágio.

Como estudantes do Cristianismo Esotérico, devemos nos esforçar no sentido de observar os ensinamentos de Cristo Jesus, procurando expressar e vivificar tenazmente o amor e o Altruísmo. Assim procedendo, estaremos mostrando ao próximo que o amor é a chave que abre todas as portas e a bússola segura e infalível a conduzir-nos à Luz. Se compreendemos que nosso dever é difundir a Filosofia Rosacruz, saibamos também como fazê-lo.

A ação com objetivo de proselitismo ou perturbar as crenças já existentes não se coaduna com o ideal Rosacruz, mas, chegar àqueles que necessitam de verdades mais elevadas, àqueles que não podem encontrar Cristo pela fé somente, àqueles cujos intelectos exigem uma explicação do passado, do presente e do futuro desenvolvimento do mundo e do ser humano, isto sim é procurar dar expansão ao rosacrucianismo por meios seguros e louváveis.

Sumariando, concluímos: assim que o ser humano principia a viver em consonância com a verdade, começa a observar a sociedade, vendo os homens e mulheres como sendo seus irmãos e irmãs. O ódio, a inveja, o ciúme, o egoísmo, a cobiça, a avareza não mais o embotam, porque ele vê a si mesmo como uma parte de todas as vidas.

Sabe perfeitamente que aquilo que é bom para um é bom para todos, que nunca poderá ferir a alguém sem que fira a si próprio e que sua vida é um entrelaçar inexorável com toda a humanidade. Portanto, o seu coração é levado inevitavelmente ao amor impessoal, ao amor para com todos homens e mulheres. Vê a possibilidade da consciência espiritual de cada um sendo desenvolvida; compreende que todos estão trilhando o mesmo caminho, embora ele esteja um pouco mais além, que nenhuma vida poderá ser deixada para trás quando os benéficos propósitos de Deus se completam.

O que o ser humano chama de pecado, ele transmuta em termos de ignorância e de egoísmo. Sua compreensão já não lhe permite desprezar ou condenar a alguém, mas sim, expressar compaixão, simpatia e ajuda. O ser humano espiritual não somente compreende a sua união com Deus, como jamais olvida a sua unidade com todo o gênero humano. Isso é o Altruísmo no seu mais elevado sentido.

(Publicado na revista ‘Serviço Rosacruz’ – 03/1967)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Entre a Ilusão e a Realidade

Entre a Ilusão e a Realidade

O progresso humano, desde a aurora da manifestação do espírito, desdobra-se em fases denominadas pela Filosofia Rosacruz de Períodos, Revoluções, Épocas e Idades. São etapas específicas na peregrinação do “ser real” em que determinadas e particulares condições implicam em experiências novas e transformações. Assim, a consciência gradualmente se expande, os veículos (corpos) são formados, desenvolvidos e, em um estágio superior, sensibilizados.

A necessidade de adaptar-se a novas situações, as decorrentes experiências, formam a alma, e conduzem o espírito da inconsciência à divina onisciência. Dessa forma, a vida literalmente é uma escola. Rica. Variada.
Uma nova Idade, embora constituindo uma espiral menor dentro das grandes espirais – os Períodos e as Épocas – traz sempre um novo ciclo de ideias e consequentemente uma gama de transformações. Como a natureza não abriga processos repentinos, as mudanças se operam lentamente e têm seu início ao apagar das luzes da Idade anterior. O estertor de um ciclo e a aurora de outro, marcam uma fase de transição, em que a mescla de ideias e valores, uns decaindo, outros nascendo, cria uma atmosfera conturbada. Isto ocorre atualmente.

Vivemos uma era de transição para a Idade Aquária. Entramos em sua órbita de influência, segundo a precessão dos equinócios, em meados do século passado. A conquista do ar e do éter – rádio, telefone, telégrafo, televisão, avião, viagens espaciais – marcam o desabrochar de novos tempos, sob o raio de originalidade e racionalidade de Urano.

Nem todos, porém, encontram-se preparados para as referidas transformações. A maioria permanece inconsciente do que verdadeiramente se passa ao seu redor. Daí esse clima de incerteza e insegurança.

Em meio a essa aparente confusão, só os mais amadurecidos espiritualmente encontram o seu foco, sentindo pisar em solo firme.

A moderna civilização, arraigadamente materialista e imediatista, já não oferece estabilidade ao ser humano, mormente a estabilidade emocional. A competição egoísta, a incompreensão do verdadeiro significado da vida e das mudanças nela ocorridas, geram neuroses. As pessoas buscam desesperadamente algo em que possam apoiar-se. Nem sempre o “apoio” encontrado é digno desse nome. Constituem, as mais das vezes, fugas. Simplesmente fugas. O “escapismo” acaba por atirar os seres humanos, mais cedo ou mais tarde, em um labirinto, de onde com muita dificuldade conseguem sair. Quando conseguem.

Nota-se, também, nos dias que correm, uma tendência à procura de segurança no “desconhecido”. Hoje, as editoras e livrarias, veem nas obras ocultistas, espíritas e orientalistas uma excelente perspectiva de lucro. Esta faixa de mercado livreiro alarga-se cada vez mais. Vivendo como vivemos, sob a comprometedora sombra do materialismo, é mais do que justo o anseio de cultivar o espiritualismo. Todavia, há espiritualismo e “espiritualismo”.

Muitos, movidos por boa-fé, deixam-se iludir, confundindo espiritualismo com psiquismo. Entregam-se à leitura afoita de toda e qualquer obra, praticam exercícios sem conhecer-lhes os fundamentos, frequentam várias Escolas Filosóficas ao mesmo tempo. Na realidade, deslumbra-os o psiquismo. Por este, entendemos a manifestação ou demonstração de faculdades, muitas vezes negativas, assim como a produção interesseira de fenômenos. Deve-se dizer, a bem da verdade, que esta espécie de “espiritualismo” é tão danosa à saúde física, mental e emocional – quando não à formação moral – de um indivíduo, quanto o materialismo crasso.

Nos tempos agitados em que vivemos é fácil alguém cair na cilada preparada pelos falsos “mestres” e “guias”.

Que ninguém se empolgue com a exibição de fenômenos supostamente sobrenaturais. Eles são parte da própria natureza, e não conferem a quem os produz a dignidade de MESTRE. Para ser um MESTRE ESPIRITUAL é necessário muito mais do que isto.

O espiritualismo divulgado pelas Escolas Filosóficas sérias, tais como a Fraternidade Rosacruz, constitui, antes de mais nada, uma orientação para o aperfeiçoamento do caráter. Não há interesse algum em demonstrações ou exterioridades. Explica-se a causa dos fenômenos psíquicos com intuito exclusivamente elucidativo.

Além disso, outro ponto merece ser enfatizado: toda Escola ou corrente espiritualista verdadeira deve divulgar um conjunto de ensinamentos cuja ação, essencialmente regeneradora, possa ser comprovada na prática.

Max Heindel afirmou que nenhum ensinamento terá valor real como lição de vida, se não promover uma transformação interior no ser humano. E essa mudança pode ser notada através de suas manifestações normais.

Em outras palavras: são os frutos que revelam o caráter do indivíduo.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – Fraternidade Rosacruz – fev. /76)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Influências Fisionômicas e de Personalidade dos Astros – Urano

Influências Fisionômicas e de Personalidade dos Astros

(*) Advertência:
• A descrição aqui apresentada é mais exata quando o Astro é o Regente do horóscopo e bem-aspectado.
(Veja mais no Livro: Mensagem das Estrelas – Capítulo XIX – Max Heindel e Augusta Foss Heindel)

Urano

Aquário é regido por dois Planetas: Urano e Saturno. O Regente “verdadeiro” é Urano. A palavra grega “Uranus” significa céu.
O amor terreno de Vênus se transforma em amor celeste ou altruísmo. Isto é amor para todos, independentemente do sexo.
Urano pode fazer a pessoa tender a reagir muito bruscamente (elétrico) e tender a pessoa a ser impulsiva e acalorada. Também excêntrica e não convencional. Tende a proporcionar uma estatura comprida, olhos grandes e deixa ver muito branco abaixo da íris.
O co-Regente de Aquário é Saturno (veja a descrição em Capricórnio), o que tende o aquariano ter boa concentração, mas também melancólico. Felizmente o otimismo vence neles.
A velocidade com que Urano passa por todos os Signos do Zodíaco é de 84 anos, portanto fica 7 anos aproximadamente em cada Signo.

Tradução feita pelos irmãos e irmãs da  Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil, do original: ASTROLOGISCHE TYPELOGIE – Hans Stein – Fishe-tekst – Fraternidade Rosacruz – Alemanha

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

As Aventuras de Rex e Zendah no Zodíaco – Na Terra do Homem do Jarro – Aquário

As Aventuras de Rex e Zendah no Zodíaco
Na Terra do Homem do Jarro

 

As crianças estavam paradas agora no lado externo do segundo portão. Este era muito diferente do primeiro; parecia feito de nuvens de movimento rápido e acima delas podia-se ver um grande globo verde tendo uma estrela no meio.

Rex encontrou uma vara que parecia ter vida, caída perto do portão. As instruções do rolo diziam que ele devia usá-la para conseguir entrada.

– “Não vejo onde possa bater”, disse ele para Zendah, mas no momento em que levantou a mão com a vara, uma faísca, como um relâmpago, saiu do extremo desta direção ao globo verde em cima do portão. Subitamente as nuvens desapareceram e os meninos viram que o globo descansava sobre uma grossa coluna verde. Atravessadas no meio do portão estavam duas serpentes; uma de prata, por cima, e outro de bronze, por baixo:

Gravado por cima das serpentes aparecia o símbolo de duas mãos dadas:

– “Quem veio chamar o guardião das Grandes Distâncias?”, gritou uma voz.

– “Rex e Zendah, da terra”, responderam eles.

– “Dê o passe”.

– “Fraternidade”, respondeu Rex.

– “Entrem, Rex e Zendah, pelo espírito da Fraternidade, na terra do Aquário”.

Os portões rangeram. Os dois encontraram-se no começo de uma larga estrada que se estreitava quando se olhava para longe, em frente. De cada lado dessa estrada saíam outras cinco, ficando assim o terreno dividido em onze partes, tendo cada uma delas lindas casas.

Logo viram vindo, ao longe, um homem envolto em uma túnica feita de um material que eles nunca viram antes.

Parecia uma malha de proteção e embora não fosse de metal, brilhava qual escamas de uma cobra em furta-cor, ora verde, ora laranja, ora púrpura. Sobre esta malha havia uma vestimenta feita de vários quadrados coloridos. Em torno dos tornozelos tinham aros com joias que brilhavam como a vara do portão. Ele deu as boas-vindas às crianças e convidou-as a verem o Rei.

O homem bateu as mãos por cima da cabeça e imediatamente uma máquina voadora prateada desceu, e eles entraram nela. Voaram alto, por cima da grande escada central e chegaram logo ao castelo, com a velocidade do pensamento. Homens altos, vestidos como seu guia, estavam parados de cada lado ao longo da escada de entrada, e todos eles faziam gestos de saudação quando eles passavam, juntando a mão direita com a esquerda.

O castelo estava cheio de belas estátuas e ornamentos de toda espécie e eram tantos que não foi possível verificar a sua variedade.

– “Rex”, murmurou Zendah, “parece o museu Britânico, só que muito mais bonito”.

Passaram pelo grande hall e por fim chegaram diante do trono, feito de muitos metais diferentes. O tapete o qual estavam o trono e as cortinas que lhe ficaram por trás, eram feitos de quadrados verdes e laranja, alternados.

Um homem idoso, de semblante e longa barba, estava sentado no trono. Vestia túnica verde escuro, em cuja bainha havia muitas crisólitas e ramos de morango cheio de frutos e por baixo tinha uma vestimenta de fino linho branco. Segurava uma ampulheta e a seu lado permanecia um homem escuro com os olhos penetrantes e uma coroa que parecia luzir com brilhantes de fogo. Sua roupa também mudava de cor cada vez que se olhava para ela.

– “Sejam bem-vindos, meus filhos”, disse o velho Rei. “Vocês conhecem o meu nome; sou o pai tempo, por vezes chamado Saturno. Aqui, na terra do Aquário, muito do meu trabalho é feito pelo Rei Urano, que é mais velho do que eu, embora pareça mais jovem. Ele mostrará a vocês as maravilhas desta terra”.

– “Vamos primeiro as minas”, disse Urano, descendo do trono. Deixando o palácio entraram novamente na máquina voadora, e partiram para as montanhas onde chegaram logo.

Urano levou-os ao interior de uma montanha em que havia cavernas profundas nas quais homens trabalharam com máquinas conhecidas.

– “Estas são minas de rádium”, disse Urano. “Vejam!”, e ele apertou um botão de uma máquina que estava próxima das paredes da caverna. Imediatamente uma espécie de espada desceu e praticou uma abertura na rocha. Do corte saiu uma torrente de metal cintilante que brilhava como o Sol. Parecia ter vida e os meninos não puderam olhar para ele além de um instante.

– “Temos desse metal na terra?”, perguntou Rex.

– “Sim, mas pouca quantidade. Quando a Terra era muito jovem, pusemos boa quantidade nela, mas com o tempo, quase toda irradiação voltou para cá, restando somente um metal pesado que vocês chamam chumbo; mas esse metal pertence na realidade, a outra Terra”.

– “Que pena! Gosto mais deste!”, disse Zendah.

– “Algum dia os homens aprenderão a transformar o chumbo novamente em rádium; mas isso não é para já”, disse Urano sorrindo.

Deixando as cavernas eles subiram ao topo da montanha onde havia uma construção com telhado de vidro, cuja porta de entrada era alcançada por meio de centenas de degraus. Aí eles viram todas as variedades de máquinas voadoras sendo construídas.

Em um canto perceberam certo número de pessoas em pé em altos pilares, abrindo os braços, pulando de lá de cima e planando até chegar ao chão como se tivessem asas.

– “Que fazem eles?”, perguntou Zendah.

– “Praticam o voo sem máquinas; todos podem fazer isso se aprenderem a usar seu corpo astral apropriadamente; mas sem ele não é fácil, não”.

Novamente fora, em um lindo vale viram blocos de mármore nos quais homens e mulheres esculpiam estátuas, algumas, apenas começadas e outras terminadas.

Zendah desejava muito poder fazer o mesmo, e Urano deu-lhe uma pequena ferramenta e disse-lhe que quando chegasse em casa experimentasse, mas praticasse primeiro com a massa.

– “Eu preferia poder enviar mensagens pelo ar’, disse Rex.

Urano levou as crianças para outro prédio onde havia inúmeros fios passados de uma parede à outra. Rex viu uma grande placa de ebonite com botões de prata e Urano disse-lhe: pode apertar um dos botões e desejar intensamente.

– “Pense na mensagem que você quer mandar e ela chegará ao seu destino”, disse Urano.

– “Só pensar?”, perguntou Rex. “Basta isso?”

– “Sim, isso chega, mas você deve pensar firme e ao mesmo tempo olhar nesse espelho ao lado”.

Rex pensou em sua mãe e desejou que ela soubesse as maravilhas que eles estavam vendo.

Ele viu sua mãe em casa, sentada perto da lareira, e uma pequena bola luminosa, cheia de quadros das suas aventuras, partiu como um relâmpago até chegar perto dela e então desapareceu.

Ela sorriu e disse para si mesma: “Que lindos sonhos estão tendo as crianças”.

– “Algum dia”, disse Urano, “as pessoas não precisarão mais de fios para mandarem suas mensagens; apenas ficarão sentadas, pensarão firmemente, e as mensagens chegarão ao destino. As crianças poderão fazê-lo mais facilmente do que os adultos”.

– “O povo desta terra faz outras coisas interessantes?”, perguntou Zendah.

 

– “Sim; aqueles lá estão desenhando lindas catedrais e outros edifícios e aqueles”, apontou para outra parede, “estão aprendendo a armazenar o relâmpago e a utilizá-lo para movimentar máquinas em substituição ao carvão ou à gasolina”.

Enormes chamas passaram de um lugar para o outro, estremecendo por vezes o edifício – era como se fosse um grande incêndio! Eles viram centelhas saírem aos milhares de bolas brilhantes colocadas em lugares afastados.

Essas bolas apresentavam diversas colorações variando de conformidade com a altura de que eram vistas. As mais baixas eram vermelhas e amarelas, mudando para o verde, ao passo que as mais altas eram azul e púrpura. Um homem estava parado em um dos lados da sala e apontava para uma máquina no lado oposto. Quando fazia isso, parecia que jorrava do seu dedo uma torrente de fogo colorido e a máquina punha-se em movimento sem outro auxílio.

Foi muito maravilhoso, mas Urano apenas sacudiu a cabeça quando Rex perguntou como foi feito. “Você vai descobrir algum dia, meu filho”, ele disse, “se você pensar bastante”. Então, levando-os para o portão de entrada, ele deu a Rex uma ponte mágica minúscula que, ele disse, permitiria que ele enviasse seus pensamentos como Relâmpago onde quer que ele desejasse, se ele se segurasse e usasse a senha. Para Zendah, ele deu um pendente feito de duas cobras, como aquelas no portão, cada um segurando uma safira em sua boca. Eles nunca souberam como eles saíram daquela terra. De repente viram um clarão de luz, o chão tremeu, e eles estavam na frente do portão seguinte, o de Capricórnio.

(The Adventures of Rex and Zendah In The Zodiac – por Esme Swainson – publicado pela The Rosicrucian Fellowship – publicado na revista Rays from the Rose Cross nos anos 1960-61; As Aventuras de Rex e Zenda no Zodíaco (as Ilustrações são originais da publicação) –Fraternidade Rosacruz – SP – publicado na revista Serviço Rosacruz de 1980-81)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

As Estrelas Bebês

As Estrelas Bebês

Uma vez, uma pequena estrela bebê estava muito, muito triste. Ela não se sentia muito bem e não sabia o que se passava com ela. Então, ela chorou, chorou até que sua mãe, que tinha muito trabalho a fazer, saiu de perto dela.

– Você está projetando escuridão e isso atrapalha o meu trabalho – ela disse, antes de sair. Aprenda sua lição e eu voltarei para você.

Então, a pequenina estrela bebê pensou e pensou.

Gostaria de saber o que ela quis dizer! –refletiu ela.

Mas, ela aborreceu-se, aborreceu-se e nunca pensou em perguntar a ninguém o que havia de errado consigo. Naturalmente sentiu-se pior depois de ter-se aborrecido. As outras estrelinhas bebê que estavam por perto e pareciam que lhe viravam a cara. Ela estava terrivelmente só.

Sentindo-se desse modo por muito tempo, decidiu que pediria às outras estrelas que lhe mostrassem como ser feliz. Chamou um importante companheiro no céu, perguntou o seu nome e como ser feliz.

Meu nome é Júpiter – exclamou o importante companheiro – Eu trago saúde, felicidade e fartura para aqueles que me deixam brilhar em seus corações.

Gostaria de saber como ele consegue isso – refletiu ela. Então, chamou outro.

– Meu nome é Saturno – ele disse. Quando as pessoas me amam, eu as torno resolutas e verdadeiras; se elas não desenvolvem essas qualidades, crescem frias e infelizes.

Gostaria de saber o que ele quer dizer com isso – pensou a estrelinha e chamou bem alto o nobre Marte.

– O que você faz para brilhar tão intensamente?

Eu ensino as pessoas a fazerem coisas – respondeu Marte. Quando não me consideram, as pessoas se tornam apáticas.

– E oque você faz? – perguntou a estrelinha para Mercúrio.

– Eu ensino as pessoas a pensar – respondeu Mercúrio. Se não fosse por mim, elas teriam mentes confusas.

– O que você faz? – indagou a Vênus.

– Eu ensino as pessoas a amar – respondeu Vênus. Se não fosse por mim, elas se perderiam no seu caminho e se tornariam egoístas.

Nesse momento apareceu a grandiosa Lua.

– O que você faz? – perguntou-lhe a estrelinha.

Eu dou as pessoas seus corpos de maneira que possam aprender a encontrar suas almas – disse a Lua. Você já encontrou a sua?

Então, a Lua se retirou de uma maneira majestosa.

Quem é você? – perguntou a estrelinha a Urano.

– Eu sou a generosidade – respondeu a Urano. Aqueles que me descobrem, descobrem-se a si próprios.

– E qual é o seu nome, e oque você faz? – a estrelinha bebê perguntou a Netuno.

– Eu sou o Amor Divino – respondeu Netuno. Aqueles que me descobrem, descobrem uma pérola de grande valor.

– Todos fazem um trabalho tão valioso – disse a estrelinha.

Ela inclinou sua cabeça, desanimada. E isto, como eu disse a vocês, tomou a estrelinha ainda pior e ela quase parou de brilhar.

Nesse momento, o grande Sol despontou no horizonte. Então, a pequenina estrela bebê chamou-o com seu último fio de esperança.

– Oh, Sol, diga-me, o que posso fazer?

Então, o grande Sol disse:

– Brilhe estrelinha, brilhe, ou você morrerá!

Assim, a estrelinha emitiu um suspiro profundo e começou a brilhar. Ela formou uma luz tão intensa que o Sol lhe atirou um beijo, Júpiter inclinou-se para ela, e Saturno, Marte, Vênus e Mercúrio acenaram-lhe com as mãos. Também Urano e Netuno pareciam ter entrado direto em seu coração. A pequenina estrela bebê descobriu seu trabalho, finalmente; e ela cresceu tanto que, quando Mamãe voltou novamente, ela estava tão grande e ocupada como a própria Mamãe.

(do Livro Histórias da Era Aquariana para Crianças – Vol. I – por Olga White – Compilado por um Estudante – Fraternidade Rosacruz)

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