Arquivo de tag Sanatorium

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Carta de Max Heindel: Curando os Doentes

Junho de 1911

Cristo deu dois mandamentos a Seus Discípulos quando Ele disse: “Pregai o Evangelho e Curai o enfermo”[1]. Vimos, na lição do mês passado[2], como o ofício de um conselheiro espiritual está estreitamente ligado à cura das doenças físicas, pois, ainda que a causa imediata e aparente da doença possa ser física, numa análise final, todas as doenças são devidas à transgressão das Leis de Deus, que costumamos chamar de “Leis da Natureza”, em nossos intentos materialistas de eliminar o Divino. Bacon[3], com rara percepção espiritual, disse: “Deus e a Natureza diferem entre si como o sinete[4] e a impressão”[5]. Assim como o lacre flexível é moldado pelas linhas rígidas do sinete, assim também a natureza se ajusta, passivamente, às Leis imutáveis do seu Divino Criador e, assim, a saúde e uma condição de despreocupação são a regra entre os Reinos de Vida inferiores[6]. Mas quando o estágio humano de um Reino é alcançado, quando a Individualidade é desenvolvida e começamos a ter escolhas, prerrogativas e emancipações, nós nos tornamos capazes de transgredir as Leis de Deus e, invariavelmente, o sofrimento é o efeito dessa transgressão.

Há um lado da Lua que nunca vemos[7], mas sabemos que está lá, e esse lado oculto da Lua é um fator tão importante para a formação das marés, quanto a parte da Lua que está mais próxima de nós e visível. Do mesmo modo, também há no ser humano um lado oculto que é tão ativo quanto o ser físico[8] que contemplamos. As transgressões às Leis divinas, nos planos de ação mental e moral, são tão responsáveis pelos transtornos físicos, como o é o lado oculto da Lua na formação das marés.

Se o que foi dito fosse compreendido, os profissionais de saúde[9] não ficariam mais intrigados com o fato irritante de que, embora um certo tipo e quantidade de um remédio produza a cura em um caso, pode ser absolutamente impotente em outros. Um grande e crescente número de profissionais da saúde está agora convencido que a Lei do Destino é um fator importante no aparecimento da doença e na demora da sua extinção ou do restabelecimento à saúde ou, ainda, da cura superficial, embora não acreditarem na falácia de um destino inexorável. Eles reconhecem que Deus, pela vontade d’Ele, não nos aflige, nem pretende se vingar do transgressor;eles compreendem que toda a angústia profunda, tristeza e todo sofrimento são destinados a nos ensinar lições que não aprenderíamos ou não poderíamos aprender por qualquer outro meio. As estrelas[10] mostram o período estimado como requisito para nos fazer conhecer as consequências desagradáveis de alguma ação por meio de lições, mas nem mesmo Deus pode determinar o tempo exato, nem a quantidade de sofrimento necessária; nós mesmos temos essa prerrogativa, pois nós somos divinos. Se nos tornarmos conscientes das nossas transgressões e começarmos a obedecer às Leis antes que a aflição astral[11] cesse, estaremos curados da nossa desordem no Corpo, ou seja, da doença mental, física ou moral; se persistirmos até o fim de uma aflição astral, sem termos aprendido a nossa lição, mais tarde, uma configuração astrológica mais adversa e intensa nos forçará à obediência para aprender o que devemos.

É nessa conexão que um curador dotado de uma Mente espiritual pode prestar, frequentemente, serviços eficazes e encurtar o período de sofrimento do paciente ao lhe indicar a causa de sua aflição. Mesmo quando o curador se sinta incapaz de lidar com a doença, muitas vezes, ele pode encorajar o paciente durante uma crise de inevitável angústia, informando-lhe sobre as esperanças de alívio para quando essa determinada fase passar. Nos meus cuidados aos doentes, nesses últimos anos, tem sido frequente o privilégio de apontar a Estrela da Esperança e, até onde eu me lembre, as minhas previsões de recuperação, em um prazo determinado, se realizaram sempre e, algumas vezes, quase de maneira milagrosa, pois as estrelas são o relógio do destino e são sempre corretas.

Pelo que expusemos acima, você tem o grande motivo pelo qual nós devemos estudar Astrologia do ponto de vista espiritual. Na Carta aos Estudantes do próximo mês, espero expor algo mais definitivo quanto à Panaceia Espiritual, mas, enquanto isso, tenho a certeza de que você ficará feliz em saber que compramos o terreno ao qual nos referimos anteriormente. É um dos pontos mais agradáveis aos olhos no belo sul da Califórnia; na verdade, embora eu já tenha viajado por quase todo o mundo, nunca deparei com uma vista que se possa comparar com a do local da nossa futura Sede[12]. Está situado sobre um elevado planalto que permite uma visão que se estende por uns sessenta quilômetros ou mais em todas as direções. Ao Norte, as Montanhas Santa Ana (uma pequena cordilheira) protegem dos ventos frios do norte, fazendo com que, praticamente, o clima seja livre de geadas durante todo o ano. Abaixo, para o leste, está o lindo Vale São Luiz Rey, com seu rio que parece uma faixa prateada serpenteando por campos férteis, passando pela antiga e histórica Missão Espanhola, onde os padres franciscanos ensinaram os indígenas durante séculos. Mais para o leste, a Montanha São Jacinto ergue seu pico coberto de neve contra um céu do mais intenso azul. No sul, o promontório de La Jolla, com suas cavernas pitorescas, encobre o grande porto natural da cidade, situado mais ao sul da cidade mais a sudoeste do Tio Sam, que é San Diego. Em direção ao sol poente, contemplamos a plácida enseada do Oceano Pacífico, as ilhas São Clemente e Santa Catarina com seus maravilhosos jardins submarinos – uma imagem composta de glória e inspiração, suficiente, por si só, para evocar tudo o que há de melhor e mais puro em qualquer pessoa que seja inclinada à espiritualidade.

Demos o nome de “Mount Ecclesia” a esse belo local da natureza, e uma verba já foi designada para a construção das edificações necessárias: uma Escola de Cura, um Sanitarium[13] e, por último, mas não menos importante, um lugar de culto – uma Ecclesia– onde possa ser preparada a Panaceia Espiritual e enviada para todo o mundo e, posteriormente, utilizada pelos Auxiliares devidamente qualificados.

(Carta nº 6 do Livro “Cartas aos Estudantes” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)


[1] N.T.: Mt 10:7-8

[2] N.T.: Carta nº 5: O Valor dos Sentimentos Retos

[3] N.T.: Francis Bacon, 1°. Visconde de Alban, também referido como Bacon de Verulâmio (1561-1626) foi um político, filósofo empirista, cientista, ensaísta inglês, barão de Verulam (ou Verulamo ou ainda Verulâmio) e visconde de Saint Alban. É considerado como um dos fundadores da Revolução Científica.

[4] N.T.: É um pequeno objeto de metal como ouro ou prata (placa, coluna e até anel) usados como assinatura do proprietário e/ou responsável por uma organização, para selar e autenticar documentos e cartas.

[5] N.T.: Trecho do livro “The First Book Of Francis Bacon” – Of The Proficience And Advancement Of Learning, Divine And Human – Volume VIII

[6] N.T.: Por exemplo: Animal, Vegetal e Mineral.

[7] N.T.: Também chamado de lado oculto da Lua (também chamado de lado negro da Lua ou lado escuro da Lua) é o hemisfério lunar que não pode ser visto da Terra em decorrência da Lua estar em rotação sincronizada com a Terra.

[8] N.T.: o Corpo Denso

[9] N.T.: médico (a), enfermeiro (a), psicólogo (a), psiquiatra, farmacêutico (a), fisioterapeuta, nutricionista, odontólogo (a), biomédico (a), biólogo (a), osteopata, fonoaudiólogo (a), terapeutas, quiroprata e afins.

[10] N.T.: Signos astrológicos, Sol, Lua e Planetas

[11] N.T.: apontada pelos Signos astrológicos, Sol, Lua e Planetas

[12] N.T.: Onde hoje temos Mount Ecclesia, sede mundial da The Rosicrucian Fellowship.

[13] N.T.: Ou Sanatorium: se refere a um centro médico para tratamento de doenças diversas não contagiosas.

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Panaceia: no que consiste e como ela pode nos beneficiar?

Existem algumas palavras-chave nos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental – os Ensinamentos Rosacruzes –, de função bem definida em relação às aspirações do Mundo Ocidental, tais como: panaceia, cosmos, arquétipo, Ecclesia, Epigênese, hierofante, neófito, mistério, misticismo, etc.

A filosofia e mitologia grega, pré-cristã, criaram estas palavras para atender ao significado mais profundo de certas atividades e realizações em suas escolas de mistérios, durante um dos períodos mais gloriosos da História humana – que fora a Idade Áurea. Os criadores destes termos simbólicos foram: Sócrates, Platão, Aristóteles, Pitágoras, Hipócrates e outros iluminados da Grécia antiga.

O Estudante Rosacruz está familiarizado com esses vocábulos, mas, frequentemente, passa por cima do significado mais profundo ou porque não presta a devida atenção, ou porque não compreendeu, ainda, a diferença que isso faz para a perfeita assimilação dos seus estudos.

Ao compulsar o sentido etimológico podemos desvelar significados mais sutis, convertendo-os em símbolos vivos e imagens pulsantes do pensamento ocidental.

Deles, o que, talvez, encerre maior significado é a palavra – e o conceito que há no seus significado – PANACEIA aplicada nos Ensinamentos Rosacruzes.

Na Filosofia Rosacruz há três pedras angulares: curar, servir e propagar. Sobre elas os Irmãos Maiores edificaram seu trabalho em benefício do mundo. Ora, panaceia exprime a atividade de cura!

Em seu simbolismo, panaceia expressa a aspiração e o desvelo da Fraternidade Rosacruz no desenvolvimento da arte de curar pelo Método Rosacruz, a Cura Rosacruz.

O dicionário define panaceia como um remédio universal, pois pode curar todas as enfermidades e doenças.

No grego, panakeias é um vocábulo composto: Pana (todo ou pão) e o verbo akeistar (curar). Literalmente: o “pão da cura”, ou seja, o remédio com a fórmula para tudo curar: mental, moral ou fisicamente.

Na mitologia grega Panaceia e Higéia (saúde) eram irmãs, filhas de Asklêpios (em latim Asculapius, em português Esculápio) – o deus da cura. Por sua vez, Esculápio era filho de Apolo (Sol, vitalidade, luz) – o grande médico.

Desde tempos imemoriais havia Templos de Cura. Na Grécia eram dedicados a Asclépio, o deus da cura. Seus sacerdotes compunham grupos de curadores especializados, devotos e espirituais. Praticavam a medicina em o sagrado recinto de cura (asklepión).

Sob configurações astrais favoráveis (pois aliavam os conhecimentos de Astrologia), os enfermos eram levados a esse lugar santo (asklepión) onde, em cerimônia religiosa, tomavam tabletes, espécie de hóstia sagrada deixada pelos ex-pacientes agradecidos, após sua cura, na elevação de sua fé ao deus da cura.

Depois deste serviço religioso, os enfermos eram deixados no recinto sagrado a dormir. Durante o sono, os sacerdotes lhes ministravam os remédios – a panaceia – por meios conjuros (ritual especial) e encantamento, regidos por Higéia e Asclépio. Por este meio de cura, muitos pacientes ao despertar na manhã seguinte estavam completamente curados, tal como relatam os manuscritos da época.

Esse ritual é tecnicamente conhecido como “incubação” (em grego epoas, que quer dizer empolar ou deitar-se sobre ovos).

Há grande semelhança entre o templo grego de cura (asklépión) e a arte de Cura Rosacruz. Os dois empregam o método de ajuda espiritual, da Escola Ocidental de Mistérios; ambos ajudam a humanidade a alcançar a saúde do corpo pela combinação da panaceia espiritual e dos meios físicos. É a ação do Grande Curador, aproveitada pelos conhecimentos de Astroterapia e auxiliada pela dieta alimentar adequada, exercícios, preparo mental e emocional, etc.

Quando aprofundamos o significado de Higéia (saúde) e Astroterapia, do ponto de vista Rosacruz, compreendemos por que Max Heindel definiu: “há saúde física apenas quando os órgãos trabalham em perfeita ordem e harmonia”. Quando um órgão diminui sua função, provoca desequilíbrio na harmonia do conjunto e surge a enfermidade ou a doença.

A enfermidade ou a doença se prolonga por causa dos abusos e da ignorância. Se o paciente sabe aproveitar as configurações astrais favoráveis e colabora com o Departamento de Cura de um Centro Rosacruz que o possua, cumprindo sinceramente sua parte, então a panaceia lhe é aplicada, coroando seus esforços de viver segundo as Leis da Natureza, que são as Leis de Deus. Diz Max Heindel: “A panaceia faz com que a substância concentrada da Vida de Cristo flua através do Corpo Denso e do Corpo Vital do paciente, dando a cada célula um ritmo que desperta o Ego preso em sua letargia, devolvendo-lhe vigor e saúde”.

Em que consiste essa panaceia? Como pode ela nos beneficiar?

Max Heindel nos relata o que pôde constatar, quando visitou pela primeira vez o Centro Espiritual da Ordem Rosacruz: “É uma visão inolvidável! Ao penetrar no Templo, vi três esferas suspensas no teto, no meio do salão. Na esfera superior observei um pequeno recipiente com vários pacotes cheios de substância do Espírito Universal. Os Irmãos sentaram-se numa certa posição, enquanto a música preparava o ambiente”.

Inesperadamente as três esferas começaram a brilhar com as três cores primárias: a de cima, azul; a do meio, amarelo; a de baixo, vermelho.

Durante esse encantamento, cheio de beleza, reparei que o recipiente dos pacotes se iluminou de uma essência espiritual. Vi como os Irmãos tomaram essa substância, aplicando-a aos pacientes adormecidos, à medida que os visitavam à noite”.

Continua Max Heindel: “Quanto ao efeito da panaceia, é maravilhoso! Quando aquela substância dos pacotes (panaceia) era aplicada, irradiava-se pelo Corpo do paciente como uma luz mágica, destruindo toda matéria cristalizada que cobria os centros espirituais do Corpo enfermo. A cura era instantânea e o paciente despertava são na manhã seguinte”.

A Astroterapia, à parte da Astrodiagnose e do prognóstico pelos Astros, tem sido de grande importância na medicina de todos os tempos. Pelas Progressões e pelos Trânsitos dos Astros, aplicados a cada enfermo, o profissional de saúde, que utiliza a Astroterapia, pode chegar a conclusões importantes e prevenir crises que se anunciam. Talvez não haja ciência mais estreitamente unida a medicina que a Astroterapia.

A Astrodiagnose, por exemplo, tem sido de uma importância capital na arte de curar. Era o método de diagnóstico que os profissionais da saúde da antiguidade utilizava e constitui um auxiliar precioso aos profissionais da saúde de hoje. No Departamento de Cura de um Centro Rosacruz que o possua é o método básico de diagnóstico. Max Heindel considerava a Astrologia mais importante que a clarividência, porque, baseada na Lei Cósmica, é muito mais rápida, exata e ampla.

Voltando à palavra panaceia, observemos que ela esteve presente no juramento hipocrático, que se estendeu por quase vinte e cinco séculos como guia de ética na profissão “médica”. Tal juramento se inicia com essa invocação: “Juro, pelo médico Apolo, por Asklépios, por Higéia e por Panaceia, etc. etc.”. Hipócrates viveu no século quinto A.C. e é conhecido como o “Pai da Medicina”. Era um Ego avançado, devotado à arte de curar, com grande amor à humanidade. Ele combinava os esforços e contribuições da medicina e da física com poderes espirituais em suas práticas de cura, porque sabia que a enfermidade é, ao mesmo tempo, física e mental. Daí tratar do paciente como um todo: Corpo, Mente e Espírito. Seu tratamento incluía medicina, dieta, massagens, exercícios, estudos e práticas espirituais. Só mesmo quando tudo isto não resultava eficaz recorria à cirurgia.

Hipócrates fez da medicina uma ciência. Não só definiu as funções do “Sacerdote” e do “Médico”, combinando sua contribuição, como também destacou a medicina da filosofia.

Atribuem-lhe muitos aforismos famosos, tais como:

“Onde há amor, há humanidade”. “Não há arte de cura sem amor”.

“Nenhuma enfermidade é só divina ou só humana; todas têm sua própria natureza; cada pessoa apresenta sua própria causa. Assim, nenhuma enfermidade se produz sem causa natural”.

Deste último a medicina moderna adaptou o asserto: “Não há doenças; há doentes”.

Hipócrates ensinou que a natureza é a grande curadora.

Antes de Hipócrates, os métodos gregos de cura estavam em sua infância e tinham caráter mágico-religioso. No tempo de Hipócrates assumiram feição médico-filosófica, levando em conta todos os fatores que pudessem favorecer a cura. Com o tempo, reduziram-se a uma ciência natural, mais especulativa, limitada aos próprios recursos e reduzida em sua eficácia.

Notem no método de Cura Rosacruz: muitas pessoas podem testemunhar a eficiência da panaceia espiritual; seus efeitos são evidentes, mas não podem ser confirmados cientificamente, senão por comparação entre o estado anterior e posterior do paciente. Quer dizer: não se pode explicar praticamente.

A medicina, ao contrário, dá explicações teóricas para quase tudo, sendo mais facilmente aceita por aqueles que desejam evidências.

No entanto, o que vale é o resultado, mais completo e eficaz, de vez que abrange o ser humano integral, consolidando a harmonia física, emocional e mental sem os inconvenientes tóxicos.

O método de Cura Rosacruz foi transmitido a Max Heindel pelos Irmãos Maiores e se baseia nos mais puros princípios da medicina natural, combinados com métodos espirituais de harmonização emocional e mental. Concilia, pois, os diversos aspectos: panaceia espiritual, Astroterapia, dieta, homeopatia, osteopatia, tratamento quiroprático, etc.

O conceito Rosacruz de enfermidade e doença, tal como se depreende da filosofia exposta por Max Heindel, deseja contribuir para que a medicina seja restituída a seu lugar exato, deixando seu limitado campo de experiência e combine todos os fatores solicitados pelo ser integral.

Em tal sentido, Max Heindel construiu, em Mount Ecclesia, um Sanatorium ou Sanitarium (“casa para curar”), onde aplicava todos os recursos na recuperação completa dos enfermos.

Em seu livro “Cartas aos Estudantes”, Carta nº 6, de junho de 1911, último parágrafo, diz Max Heindel: “Denominamos Mount Ecclesia a este maravilhoso recanto da natureza. Iniciamos um fundo para construção de um edifício adequado, uma Escola de Cura, um Sanatorium ou Sanitarium e, por fim, um Templo de Cura, uma Ecclesia onde seja possível preparar a panaceia espiritual, que será aplicada pelos auxiliares devidamente capacitados, aos enfermos que, no mundo inteiro, nos solicitar ajuda”.

Não pode realizar esse objetivo. Durante toda a sua vida o desejou, lamentando não haver encontrado meios para realizá-lo, conforme exprime na Carta n.º 24, de novembro de 1912.

No entanto, formou-se um competente Departamento de Cura, com recursos astrológicos utilizando a Astrologia Rosacruz, orientação sobre medicina natural (higiene, alimentação, tratamento, etc.) que tem atendido eficazmente a todo o mundo, membro ou não, logrando resultados auspiciosos.

O sonho de Max Heindel permanece como ideal embrionário, uma aspiração germinal. O que se realiza apenas no Templo etérico da Ordem Rosacruz será realidade em muitos núcleos futuros, quando houver pessoas devidamente preparadas.

Os gritos de dor e angústia da humanidade carente, chegam à Mount Ecclesia, pelas milhares de cartas endereçadas ao Departamento de Cura e em todos os Centros Rosacruzes no mundo que também possuem um Departamento de Cura. De toda maneira, a ânsia concentrada dos enfermos, sua esperança em um método mais completo, estão criando condições para que os Irmãos Maiores realizem seu ideal de cura, por meio dos homens e das mulheres de boa vontade, sensíveis a esse sofrimento.

Max Heindel estava seguro de que um dia os Centros de Cura se estabelecerão sobre linhas científicas, explicando os recursos espirituais que emprega. Em um futuro não muito distante teremos Discípulos bem qualificados, movidos pelo amor altruísta, dignos de receberem e encaminharem a panaceia, aos lugares de cura estabelecidos com esse propósito.

Ele nos encarece fazermos todo o possível para manter a unidade de esforço, no intento de curar. Insiste sobre a importância de realizarmos, com todo o amor, as Reuniões semanais de Cura, apesar de não podermos contar o mecanismo de ação. Aconselha o estudo dos recursos naturais e da Astrologia Rosacruz médica, para sermos úteis a nossos semelhantes. Sobretudo nas Reuniões de Cura geram a panaceia, para os Auxiliares Invisíveis realizarem amplamente sua tarefa.

Era firme crença de Max Heindel: “Qualquer movimento, incluindo a Fraternidade Rosacruz, deve reunir os três atributos divinos: ‘Sabedoria, Fortaleza e Beleza’, para que cresça e perdure. Esses três atributos geraram a Ciência, a Religião e a Arte. Igualmente, cada Estudante Rosacruz deve empenhar-se para conquistar e desenvolver em si estes três atributos, até certo grau, aplicando-os no trabalho de conjunto, para que a Fraternidade Rosacruz realize o que os Irmãos Maiores planejaram. Estudantes que são profissionais de saúde devem procurar a conciliação dos recursos espirituais de cura (panaceia e recursos auxiliares, que atendam ao ser integral) com os descobrimentos da ciência moderna, que dê um caráter científico-espiritual ao Serviço de Cura, tal como está previsto para a Era de Aquário”.

A tarefa é extremamente difícil, tendo em vista a resistência acadêmica, o materialismo e os interesses em jogo. Entretanto, cabe a cada um de nós realizar aos poucos esta sublime aspiração.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de novembro/1976-Fraternidade Rosacruz-SP)

Idiomas