Resposta: O pervertido maníaco sexual é uma prova da asserção dos ocultistas de que urna parte da força sexual criadora se destina a formação do cérebro. Tal pessoa se torna um idiota ou incapaz de expressar o pensamento (especialmente os mais complexos, os mais profundos) porque, normalmente, a energia sexual destinada a procriação, à manutenção e a criação do cérebro é dissipada para gratificação dos sentidos, de acordo com a condição do indivíduo – homem ou mulher.
Se uma pessoa tem o hábito constante de expressar pensamentos de ordem espiritual, a tendência de usar a força sexual criadora para a gratificação dos sentidos e até para a propagação é diminuta; assim aquela parte não usada para esse fim, poderá ser transmutada em força espiritual.
O Iniciado – e somente o Iniciado –, em certo estágio de desenvolvimento, faz o voto do celibato. Não é um voto de fácil admissão e nem pode ser adotado levianamente por alguém desejoso de desenvolvimento espiritual.
Muitas pessoas ainda imaturas para vivência superior, ignorantemente, ingressam num a vida de ascetismo. Essas são tão perigosas a comunidade e a si mesmas como o são os maníacos sexuais.
No presente estágio da evolução humana a função sexual criadora é o meio pelo qual as pessoas poderão ganhar experiência.
Uma vez que o nosso Renascimento aqui depende da união sexual, que resulte em uma fecundação, entre um homem e uma mulher, consideremos o caso das pessoas que são muito prolíficas e que, por isso, são levadas ao ato sexual desordenadamente. Elas sempre terão dificuldades em se dedicar a um desenvolvimento espiritual profundo, como o advogado pela Fraternidade Rosacruz, por exemplo. E, além disso, há dificuldades para os irmãos e as irmãs prestes e necessitadas a renascerem aqui encontrarem veículos adequados e ambientes propícios ao desenvolvimento das faculdades deles, de tal forma, a beneficiarem a si mesmas e a Humanidade. Sob outro aspecto, as pessoas de classes mais abastadas financeiramente – e, muitas vezes, nem nessa condição! –, que poderiam criar condições mais favoráveis ao Renascimento dos irmãos e das irmãs prestes e necessitadas a renascerem aqui, têm a tendência a querer ter poucos filhos ou mesmo nenhum. Infortunadamente, não é porque vivam uma vida de pureza. Trata-se de razões puramente egoísticas, por mais justificativas que se possa elencar. Razões para uma maior gratificação sexual, sem um aumento da carga familiar são exemplos dessas justificativas. Dessa forma muitas pessoas se valem de prerrogativa divina delas para levar a desordem na Natureza.
O Ego renascente (um irmão ou uma irmã) deve aproveitar as oportunidades oferecidas, algumas vezes em condições desfavoráveis. Outros que não podem assim proceder devem aguardar até que se lhes apresente ocasião favorável. Assim afetamos uns aos outros por meio das nossas ações e da mesma forma “os pecados dos pais recaem sobre os filhos”, pois os nossos Corpos Densos, atualmente, são formados por muito mais material dado pelo pai e pela mãe (a Epigênese aqui não é possível exercer tão amplamente como quando construímos a nossa Mente ou o nosso Corpo de Desejos). Assim, no nosso próximo Renascimento aqui, podemos correr o risco de termos que colher material de pais e mães que não, necessariamente, carregaram o muito de bom que fizemos agora no nosso Corpo Denso.
Como o Espírito Santo é a energia criadora na Natureza, a força sexual criadora é o seu reflexo em nós. Portanto, o abuso dessa força criadora é o pecado que não pode ser perdoado, mas deve ser resgatado por meio de uma deficiência (física ou mental), a fim de nos conscientizar da santidade da força sexual criadora.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – março/1972 – Fraternidade Rosacruz-SP)
A renúncia ou renunciamento consiste num esforço de desprendimento progressivo dos laços que ligam o ser humano à vida e à experiência material, tendo em vista ampliar o domínio de sua vida moral e espiritual. É um trabalho de desmaterialização, ou ainda, de abandono dos instintos animais, empreendido para que se efetue a espiritualização, isto é, o acesso mais rápido à vida sobrenatural e feliz do Espírito. É um deslocamento do dinamismo no organismo humano, que se opera reduzindo as exigências sensuais, depois transportando e concentrando as energias vitais, o mais que é possível, sobre as operações espirituais. Pela mesma razão, criam-se relações entre o Corpo e o Espírito que têm por efeito domar a animalidade e fazer triunfar o Espírito.
O renunciamento é, pois, uma espécie de morte, progressiva e antecipada, do ser terrestre que acelera a elevação do Espírito individual e prepara sua união com Deus. “É preciso que vivamos neste mundo”, dizia S. Francisco de Sales, “como se tivéssemos o Espírito no céu e o corpo no túmulo”.
Com efeito; que é que nos pesa neste mundo e retarda o nosso progresso? É a vaga tumultuosa das satisfações concedidas aos desejos egoístas e sensuais. É o livre exercício dos prazeres do orgulho e da sensualidade, essas duas grandes raízes do sofrimento e do embrutecimento.
A vida não é, pois, de alguma forma, mais do que o aprendizado do renunciamento material que se deve realizar sob a ação combinada da Providência diretriz da vontade progressivamente clarividente do indivíduo.
O não-renunciamento cria o sofrimento, forma a doença física e a degradação moral. Não poderá existir verdadeira saúde física e moral sem renunciamento. É por isso que aquele que deseja a saúde material e o progresso espiritual deve recusar-se a entrar na via larga e fácil que o conduz ao “inferno” dos prazeres e da riqueza, do egoísmo, do orgulho e da sensualidade, mas antes procura a via estreita e rude do sacrifício, num esforço permanente de domínio das paixões e da elevação moral. “Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela. E porque estreita é a porta e apertado o caminho que leva à vida e poucos são os que entram por ele!” (Mt 7:13:14).
Antes de Cristo, a renúncia pessoal não existia em parte alguma com tanta caridade, com tanto coração, com tanto sacrifício de si mesmo pelos outros. Muitíssimas vezes contentavam-se com oferecer à divindade uma dádiva material ou a vida dos animais, pensando que a alma animal podia voltar a sua origem criadora e servir de veículo às orações. Só se podia exigir o sacrifício da posse material. Mesmo nas Religiões em que o renunciamento era prescrito, não se tinha observado que o apaziguamento do desejo pessoal deverá ser conduzido mais como obra de altruísmo ativo, isto é, de auxílio mútuo e de resgate. Em suma, não se tinha compreendido que o indivíduo devia, acima de tudo, sacrificar-se por outrem e renunciar a si mesmo pelo amor ao próximo, a fim de se comportar na Terra à imagem de Deus que, por puro amor, se sacrifica, todos os dias, dando a vida às suas criaturas, com o alimento material e espiritual.
O renunciamento pessoal, ativo, constitui, pois, o eixo da vida Cristã.
Assim sua obrigação encontra-se inscrita em termos concordantes nos Evangelhos: “Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz e siga-me” (Mt 16:24). “Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo e tome a sua cruz e siga-me” (Mt 8:34). “Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo e tome cada dia a sua cruz e siga-me” (Lc 9:23). “Assim, pois qualquer de vós que não renuncie a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo” (Lc 14:33). Se quisermos, então, manter-nos em caminho direito, seguir a verdade e conservar a saúde é necessário termos o cuidado de tomar a cruz dominando as paixões e renunciando a muitos impulsos da Personalidade. E, correlativamente, quando os tormentos morais ou os sofrimentos físicos nos afligem, o verdadeiro remédio, que destruirá o mal na sua origem, será aplicarmo-nos ao renunciamento em certos pontos determinados.
Quantos sofrimentos, na verdade, nos infligimos a nós mesmos por não termos sabido renunciar às ambições exageradas e às vantagens frágeis, por termos estimado demais as nossas capacidades físicas e intelectuais, por teremos bebido e comido em excesso, por termos gastado demasiado forças, em ocupações inúteis ou em excesso de sensualidade, por estarmos agarrados demais aos bens e às afeições deste mundo!
Em lugar, pois, de esperarmos que as pesadas sanções das crises morais e das doenças produzidas pelos pecados do orgulho e da sensualidade se apoderem de nós, quanto se é mais leve das privações voluntárias e consentirmos todos os dias em sacrificarmos um pouco a ambição e sensualidade que permitirão edificar, a pouco e pouco, em nós, os três pilares do renunciamento: a SOBRIEDADE, a HUMILDADE e a CASTIDADE.
(Publicado na Revista: Serviço Rosacruz – maio/1965 – Fraternidade Rosacruz – SP)
O Tipo de Renúncia necessária para trilhar o Caminho de Preparação para a Iniciação Rosacruz
A renúncia, ou renunciamento, para trilhar o Caminho de Preparação para a Iniciação Rosacruz consiste em um esforço de desprendimento progressivo dos laços que ligam o indivíduo à vida e à experiência materiais, tendo em vista ampliar o domínio de sua vida moral e espiritual. É um trabalho de desmaterialização ou abandono dos instintos animais, empreendido para que se efetue a espiritualização; isto é, o acesso mais rápido à vida sobrenatural e feliz do espírito. É um deslocamento do dinamismo, no organismo humano, que se opera reduzindo as exigências sensuais, depois transportando e concentrando as energias vitais, tanto quanto possível, nas operações espirituais. Pela mesma razão, criam-se relações entre o corpo e o espírito que têm por efeito domar a animalidade e fazer triunfar o espírito.
A renúncia é, pois, uma espécie de morte progressiva e antecipada do ser terrestre, um esgotamento dele que acelera a elevação do espírito individual e prepara sua união com Deus. “É preciso que vivamos neste mundo”, dizia S. Francisco de Sales, “como se tivéssemos o espírito no céu e o corpo no túmulo”.
Com efeito, o que é que nos pesa neste mundo e retarda o progresso? É a vaga tumultuosa das satisfações concedidas aos desejos egoístas e sensuais. É o livre exercício dos prazeres do orgulho e da sensualidade, as duas grandes raízes do sofrimento e embrutecimento.
A vida não é, portanto, mais do que o aprendizado do renunciamento material, que se deve realizar sob a ação combinada da providência diretriz da vontade pouco a pouco clarividente no indivíduo.
O não-renunciamento cria o sofrimento, forma a doença física e a degradação moral. Não pode existir verdadeira saúde física e moral sem a renúncia. É por isso que aquele que deseja a saúde material e o progresso espiritual deve recusar-se a entrar na via larga e fácil que conduz ao inferno dos prazeres, da riqueza, do egoísmo, do orgulho e da sensualidade; entretanto, deve procurar a via estreita e rude do sacrifício, em um esforço permanente de domínio das paixões e da elevação moral. “Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela. E porque estreita é a porta e apertado o caminho que leva à vida e poucos são os que entram por ele” (Mt 7:13-14).
Antes de Cristo, a renúncia pessoal não existia em parte alguma com tanta caridade, coração e sacrifício de si mesmo pelos outros. Muitíssimas vezes contentavam-se em oferecer à Divindade um presente material ou a vida dos animais, supondo que a alma deles pudesse voltar à sua origem criadora e servir de veículo às orações. Só se podia exigir o sacrifício da posse material. Mesmo nas religiões em que o renunciamento era prescrito, não se tinha observado que o apaziguamento do desejo pessoal devesse ser conduzido mais como obra de altruísmo ativo; isto é, de auxílio mútuo e resgate. Em suma, não se tinha compreendido que o indivíduo devesse, acima de tudo, sacrificar-se por outra pessoa e renunciar a si mesmo pelo amor ao próximo a fim de se comportar na Terra à imagem de Deus que, por puro amor, sacrifica-Se todos os dias, dando vida às Suas criaturas com o alimento material e espiritual.
A renúncia pessoal e ativa constitui, assim, o eixo da vida cristã.
Assim, a sua obrigação encontra-se inscrita em termos concordantes nos evangelhos: “Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz e siga-me” (Mt 16:24). “Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me” (Mc 8:34). “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a cada dia a sua cruz e siga-me” (Lc 9:23). “Assim, pois, qualquer de vós que não renuncie a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo” (Lc 14:33).
Se queremos então manter-nos no caminho direito do desenvolvimento espiritual (como ensinado pela Fraternidade Rosacruz), seguir a verdade e conservar a saúde, é necessário termos o cuidado de tomar a cruz, dominando as paixões e renunciando a muitos impulsos da personalidade. E, correlativamente, quando os tormentos morais ou os sofrimentos físicos nos afligirem, o verdadeiro remédio que destruirá o mal na sua origem será aplicarmo-nos ao renunciamento em certos pontos. Quanto sofrimento, na verdade, os seres humanos se afligem por não saberem renunciar às ambições exageradas e às vantagens frágeis; por terem estimado demais as suas capacidades físicas e intelectuais; por terem bebido e comido em excesso; por terem gastado muitas forças em ocupações inúteis ou em excesso de sensualidade por estarem agarrados demais aos bens e às afeições deste mundo!
Em lugar, portanto, de esperarmos que as pesadas sanções das crises morais e das doenças contraídas amiúde apoderem-se de nós, é mais prudente aceitarmos a cruz mais leve das privações voluntárias e todos os dias sacrificar um pouco a ambição e a sensualidade, o que permitirá edificar pouco a pouco, em nós, os três pilares do renunciamento: SOBRIEDADE, HUMILDADE, CASTIDADE.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de fevereiro/1965)