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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Renovação e a Consagração

Páscoa significa renovação. É a estação do novo crescimento e o impulso para nos purificar é universal. Agora, novamente consagramos nossas vidas, decidindo ser mais conscientes em nossos esforços diários. Somos estimulados a novos esforços e a novas aspirações conforme sentimos a Natureza responder às forças da vida que ascende, liberada por meio da crucificação. Essa “ascensão” é de natureza cíclica e ocorre anualmente, entre a Páscoa e o Domingo de Pentecostes.

A máxima “como é em cima é embaixo” nos sugere o princípio unificante fundamental de toda a vida, e as mudanças cósmicas de natureza cíclica inevitavelmente encontram sua expressão na existência humana. Assim como o Ego, ou Espírito Virginal da Onda de Vida humana manifestado aqui, procura renascer, igualmente as Leis da Natureza ou princípios cósmicos buscam sua manifestação externa ou personificação por meio da Forma, secundária expressão da Vida. O nascimento e a ressurreição de Cristo-Jesus são expressões externas das mudanças das Estações.

Ambos, o Natal e a Páscoa, são pontos alternantes marcando o fluxo e o refluxo de um impulso de vida cósmica sem o qual a vida na Terra seria uma impossibilidade. Na época em que o Sol transita pelo Signo celestial da Virgem ocorre a Imaculada Concepção. Uma onda da luz solar de Cristo se concentra na Terra. Gradualmente essa luz penetra mais fundo até alcançar o ponto máximo na noite “mais longa do ano”, que chamamos Natal. Esse é o nascimento místico de um impulso de vida cósmica que impregna e fertiliza o Planeta e constitui a base da vida terrestre. Sem ele não germinaria semente alguma, não existiriam a Humanidade e os animais ou forma alguma de vida. Desde o Solstício de Dezembro até o Equinócio de Março esse impulso segue seu caminho até a superfície da Terra, infundindo nova Vida a todas as Formas em evolução.

O conhecimento do fluxo e refluxo dessas forças cósmicas será muito útil para nós, porquanto nos enseja poder “agarrar o tempo pelos cabelos”.

Durante esta estação, da Páscoa até o Domingo de Pentecostes, quando a natureza abunda em nova vida, devemos empreender todo esforço para nos sintonizar com esse impulso universal, para expressar uma vida mais harmoniosa. Este é o momento para despendermos os maiores esforços no sentido de alcançarmos níveis superiores de consciência. Devemos ter em conta, também, que não há tons menores neste “canto”. Sua palavra-chave é alegria. O evento da Ascensão de Cristo é cantado com grande regozijo nos planos espirituais. E nós também, se nos alinharmos com a Lei Cósmica, nos sentiremos felizes e alegres nesta época do ano.

A Lei de Analogia se mantém pura em todos os departamentos da vida. Os alegres cantos são ecos, tons harmônicos de uma ressurgente harmonia cósmica. Se penetrarmos no espírito da estação poderemos, também, receber o estímulo resultante do rápido florescimento de todas as formas da Natureza.

A ajuda que estamos recebendo para a aquisição do Conhecimento Direto dos Mundos espirituais deveria merecer especial atenção nesta ocasião. Esse auxílio, como ensina o Livro Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz, resume-se em: Observação, Discernimento, Concentração, Meditação, Contemplação e Adoração. A Observação e o Discernimento são disciplinas a serem exercitadas durante todas as nossas horas de vigília. A Concentração, a Meditação, a Contemplação e a Adoração são graus progressivos de Exercícios Esotéricos especiais para o desenvolvimento da Clarividência.

O pensamento é o meio mais poderoso para a obtenção do conhecimento. Se não dominarmos a necessária força mental nada existirá além da humana compreensão. Por meio da Concentração no poder mental podemos solucionar problemas que de outra maneira não chegaríamos a entender.

Nossos primeiros esforços de Concentração são, frequentemente, insatisfatórios. Mesmo assim poderemos obter algum êxito em concentrar nossos pensamentos antes de que estejamos preparados para graus superiores de Meditação e Contemplação. O objeto da Concentração pode bem ser qualquer coisa, uma simples figura geométrica ou, de preferência, algum ideal. Qualquer que seja nossa escolha, é necessário mantermos firmes nossos pensamentos na figura mental criada, sem permitir desvios.

O pensamento é o poder que utilizamos para construir imagens mentais ou pensamentos-forma e como é nossa força primordial devemos dominá-lo.

Quando o Aspirante à vida superior, por intermédio da Concentração, obtiver êxito para construir o pensamento-forma vivente de um ideal, então já estará preparado para o passo seguinte, ou seja, a Meditação. Através dela, ele aprende tudo referente ao objeto criado em sua Mente. Terá acesso a conhecimentos jamais sonhados, pois através da Meditação suas criações mentais podem falar-lhe, por assim dizer.

Os graus superiores — a Contemplação e a Adoração — geralmente não se alcançam até que estejamos bem treinados na Observação e no Discernimento, disciplinas mentais que deveríamos praticar continuamente. É importante tudo vermos com clareza, com contornos bem delineados e riquezas de detalhes.

A visão etérica é uma extensão ou refinamento da visão física e facilitamos seu desenvolvimento através da prática sistemática de observar cuidadosamente todas as coisas.

Enquanto praticamos o Exercício Esotérico da Observação, devemos aprender a discernir e a tirar conclusões do que vemos. Pela Observação e Discernimento cultivamos a faculdade de raciocinar logicamente. E a lógica, segundo nos foi ensinado, é o melhor guia em qualquer Mundo. Pelo desenvolvimento do Discernimento e da Observação nos preparamos para os dois passos seguintes: a Contemplação e a Adoração. Através da Meditação aprendemos tudo a respeito da forma das nossas criações mentais. Porém, na Contemplação, a parte que concerne à vida revela seus segredos. Na verdade, a unidade da vida nos põe de manifesto pela Contemplação e nos impressionamos com a verdade suprema de que não existe senão uma vida: a Vida Universal de Deus. Quando alcançamos esse estágio, através da Contemplação, ainda resta um passo a dar, ou seja, a Adoração. Por meio dessa, o Aspirante à vida superior se unifica com a Fonte Universal de todas as coisas.

Nesta época do ano que estamos passando, quando a vida fecunda toda a Natureza, deveríamos, todos, tratar de fazer grandes progressos pela renovação dos nossos esforços para dominar esses seis graus ou disciplinas. Assim, nos sintonizando com as forças vitais que ressurgem na Terra e culminam no Domingo de Pentecostes, evoluiremos de modo tal como não seria possível de outra maneira.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de março e abril/1987-Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Páscoa Interna diferente da Páscoa Externa

Aprendemos na Fraternidade Rosacruz que os graus Iniciáticos menores, quando alcançados por meio do Caminho Cristão Místico, não se realizam obrigatoriamente na ordem exposta pela Filosofia Rosacruz (que nos ensina como alcançar as Iniciações Menores pelo Caminho do Cristão Ocultista). Ao mesmo tempo, são experiências que devem ser vivenciadas em todos os graus, desde uma pessoa comum. De fato, o Batismo ou o despertar se efetiva grau a grau, em cada vislumbre, cada nova ideia, cada nova experiência, cada nova vivência emocional. É o nascer gradativo, que sucede ao morrer gradativo.

A Tentação se dá todos os dias. Oportunidades pequenas, mas, expressivas, de autossuperação. Verdadeiro herói não é o que realiza grandes façanhas, com desprezo à vida e temeridade. Não. Verdadeiro herói é o que vence, todos os dias, pequenas falhas, num ritmo seguro, constante, rumo à meta.

A Transfiguração, ou renovação do ser, é decorrente da transformação. A cada falha superada e nova virtude conquistada, ocorre, em grau infinitesimal, uma correspondente eterização dos Corpos Densos.

Assim também com os passos correspondentes à Última Ceia e Lavapés; ao Horto da Agonia; à Estigmata; à Crucifixão; à Ressurreição e Ascensão. A cada pequeno passo, distanciamo-nos do sentido humano e nos aproximamos do “Eu real”, para mais íntima comunhão com Ele. Com isso vamos experimentando a solidão do incompreendido; o sofrimento da Personalidade ao se desligar do sentido humano. É um “morrer todos os dias”, como disse S. Paulo, em graus correspondentes ao nosso nível de Consciência; uma lenta crucifixão, que nos permite ressurgir aos poucos, numa expansão gradual de Consciência. Espirais dentro de espirais, todos os graus Iniciáticos se realizam diariamente, nos mais variados níveis de evolução. Assim como nas matemáticas, o sentido de proporção, de quantidade, de unidade, se desenvolve desde as primeiras noções do curso fundamental na escola e se vai aprofundando gradativamente até o curso superior e além desse; assim, também com os diversos aspectos Iniciáticos: eles vão desabrochando incipientemente em graus pequeníssimos, que se ampliam na medida em que se processa a evolução, até assumirem a proporção de grandes espirais nos níveis Iniciáticos propriamente ditos.

Ora, também a escalada evolutiva, em níveis comuns, se divide em duas etapas, como nos graus das Iniciações Menores:

a) Levando-nos do estado humanamente mal ao humanamente bom;

b) e do humanamente bom à Iniciação.

A cena do calvário, vista na Memória da Natureza, apresenta muitos crucificados junto com Cristo-Jesus. Mas, a tradição Cristã representou-a, simbolicamente, com três cruzes: a de Cristo-Jesus (no meio), a do bom ladrão (à direita) e a do mau ladrão (à esquerda). Tendo em vista que a cruz representa as limitações, extraímos da cena do calvário um expressivo simbolismo: o mau ladrão representa o estado de consciência do humanamente mau, isto é, aquele que está preponderantemente sob a influência do seu “Eu inferior” e vive sob o aguilhão constante da Lei de Causa e Efeito. É uma cruz imposta, que ele carrega com revolta, porque desejaria agir impunemente, sem restrições nem dores, na satisfação de seus impulsos. Um ser nesse nível é ignorante das Leis de Deus e, por isso, peca menos – mas a Lei de Consequência tem de agir mais fortemente sobre ele, para acordá-lo pela dor e reconduzi-lo à justeza. É um pobre estado de ignorância em que o indivíduo não compreende nem aceita as circunstâncias, atribuindo todos os seus problemas aos outros. Revolta-se com os que têm mais e vivem felizes. Inveja-os. Acha que todos têm obrigação de ajudá-lo. Está sempre com a mão na posição errada, vergonhosamente estendida, a pedir, em vez de colocá-la acima do ombro, para segurar e carregar a cruz das limitações que ele mesmo formou com seus desvios às leis da natureza. Foi esse mau ladrão que xingou o Cristo, ironizando: “Se tu és o Cristo, salva-te a ti mesmo e a nós” (Lc 23:39). Para um tal estado, a finalidade do espiritualismo é a de nos isentar das dores e nos cumular de conforto. Fora disso, que utilidade teria? Por isso, rouba-se a si mesmo a graça e prolonga o calvário.

O bom ladrão é o ser humanamente bom. Ou conhece as Leis de Deus e as segue como o “moço rico” da Parábola – ou tem consciência do justo. Assume a cruz de suas limitações espontaneamente, compreendendo que ele mesmo gera seu destino e, portanto, ele mesmo pode transformá-lo gradativamente para melhor. Conquistou, por mérito, uma boa Vida, desconforto e harmonia relativos e a conserva zelosamente como um fim. Aí é que ele se rouba também: as boas coisas não representam um fim, mas um meio. “A quem mais for dado, mais lhe é exigido”. Ele tem mais Consciência e responde mais severamente perante a Consciência por se deter numa “Boa Vida” como um fim, em vez de se empenhar mais, a serviço do “Eu superior” – já que tem mais para dar. Ele deve compreender: que “nada lhe pertence”, senão que é mero canal consciente do Cristo Interno, para verter os bens do espírito ao mundo, a fim de colher os frutos d’Alma, decorrentes do serviço prestado. Reserva para si o suficiente apenas e todo o mais põe nos “negócios do Senhor, para render”. Como na Parábola dos Talentos, ninguém tem o direito de tornar deste plano físico ao espiritual, sem levar um acréscimo de capacidades. Nós, Aspirantes à vida superior, somos um “bom ladrão”. Humanamente bons, mas ladrões ainda, porque estamos roubando ao nosso “Eu Superior” a oportunidade de uma evolução maior. Não estamos fazendo tudo o que podemos. Receosos de perder o relativo conforto e a harmonia conquistados, neles nos detemos como um fim. E isso se torna, para nós, uma gaiola de ouro, uma restrição. Seja de bambu, de arame ou de ouro, é sempre gaiola, é sempre uma prisão. Vivemos melhor, mas ainda limitados no humano. É preciso dar o segundo passo: de consagração a uma vida de serviço, amoroso e altruísta. Para esses, para nós enfim, é que o Cristo dirigiu seu apelo de discipulado:

  1. “Toma a tua cruz e me segue!”
  2. “Vai, vende tudo o que tens, dá aos pobres e depois volta a me seguir!”
  3. “Aquele que não deixar pai, mãe, irmãos, amigos…”

É a lição do despojamento da Personalidade; de transferência do humano ao Cristo Interno, sabendo que o “pão” só nos vem de cima, do céu do íntimo, do Divino em nós – e não dos recursos da Personalidade, de sua esperteza, de sua astúcia, de suas manobras.

É mister assumir nossas limitações e nos dispor, decidida e perseverantemente a um nível gradativamente mais alto de Consciência. Isso é tomar a cruz e se dispor à regeneração e à libertação, nas pegadas de Cristo – o “Eu Superior”. É mister renunciar ao sentido humano de posse, sabendo que tudo pertence ao Divino interno e deve ser posto a serviço da evolução e não para exaltar a Personalidade. Atribuir ao humano o que é do Divino interno é ateísmo. Se não esvaziamos a Personalidade e nem a colocamos em condições de receptividade, não podemos receber “o maná renovado” o “pão transubstancial de cada dia”, que nos impulsione à evolução. Tal um copo vazio, de boca para cima, assim devemos permanecer em relação ao Cristo Interno. Mas, para estar vazios, devemos renunciar ao velho ser, aos triunfos e fracassos de ontem, entregando diariamente ao nosso Melquisedeque os despojos de nosso diário lutar. Eis o sentido de ir vender tudo o que temos e dar aos pobres. Os pobres são nossos “Eu inferiores”, aquelas vivências a quem devemos levar o Evangelho e curar, numa regeneração constante. É mister, finalmente, transcender os laços de sangue, de família, de raça e outras limitações convencionais, para que se estabeleça a “Família Universal de Cristo”, o “único rebanho com um só Pastor”, que pressupõe uma ligação mais profunda, como ensina o Ritual do Serviço Devocional do Templo Rosacruz: “o reconhecimento da unidade fundamental de cada um de nós com todos, a Comunhão Espiritual, é a realização de Deus. Para alcançarmos essa realização, esforcemo-nos, diariamente, por esquecer os defeitos de nossos irmãos e procuremos servir à Divina Essência neles oculta, o que constitui a base da fraternidade”. Tal é o sentido de “deixar pai, mãe, irmãos…”, não como convite para negligenciarmos nossos deveres filiais e fraternos, senão como desafio para superar as conveniências, fanatismos e preferências da Personalidade.

A cruz do meio é a do Cristo – aquele nível em que trabalhamos para o levantamento da Humanidade; em que, voluntariamente ajudamos o Cristo a carregar sua pesada missão. Já não é o natural assumir de nosso destino, senão o desejo de fazer mais ainda. Para tais indivíduos, bem mais raros, há um preparo especial que lhes permita chegar e transpor os portais da Iniciação.

A Páscoa, em níveis comuns, começa no indivíduo humanamente bom.

Aprendemos, também na Fraternidade Rosacruz, que todo trabalho Iniciático começa no Corpo Vital, o veículo dos hábitos, formados pela repetição. Isso nos leva a uma meditação e oportuno esclarecimento: devemos trabalhar pelo Corpo Vital, cuja chave é a repetição, para formar hábitos. É claro, hábitos bons, como disse S. Paulo: “Examinai de tudo e escolhei o melhor”. “Tudo é lícito, mas nem tudo convém”.

O que é o melhor? O que mais nos convém? – Só o nível individual de evolução é quem pode determinar, se bem que haja determinadas coisas que são comprovadamente boas a todos, tais como os Exercícios Esotéricos Rosacruzes recomendados no livro “Conceito Rosacruz-do Cosmos”, a oficiação dos Rituais do Serviço Devocional e, principalmente, a prática de tudo que vai se aprendendo por meio do estudo constante dos Ensinamentos Rosacruzes (Filosofia, Bíblia e Astrologia).

Mas, referindo-nos especificamente às pequenas coisas da vida, o discernimento individual há que determinar o que melhor lhe convém e buscar alcançá-lo; Personalidade viciosa que procura justificar suas dificuldades, de atingir certas virtudes, dizendo: “estão acima de minhas forças… talvez mais tarde…”.

Se vencemos essas manhas, vamos aos novos e melhores hábitos e os realizamos. E depois? Ficamos neles? É o que estamos testemunhando: há muitos Estudantes Rosacruzes que se acomodaram na rotina e nela permanecem como se houvessem alcançado o “Ideal”. É como alguém que, detendo-se num degrau da escada, olha satisfeito para baixo, vê que subiu, regozija-se com sua “superioridade” e permanece ali…Não tira o pé do degrau para colocá-lo no de cima e, desse modo, jamais poderá atingir o topo.

É preciso olhar para cima e dispor-se à escalada gradativa e constante! Cada um de nós é como um parêntesis na eternidade: vencemos uma parte da jornada, estamos num determinado grau de consciência mui individual (por causa da Epigênese) e devemos saber que ainda falta muito para chegar. Se nos dispomos a continuar firmemente, nosso parêntesis se desloca, deixando anteriores estados e alcançando novos níveis. Isso acontece até mesmo na vida prática: o profissional que se acomoda e deixa de se aprimorar, de se atualizar com novos e melhores recursos, fica para trás e paga o seu desleixo. Afinal é uma verdade: “há homens ultrapassados, mas não ideias ultrapassadas”.

Há sempre algo mais a conquistar; um modo melhor de fazer as coisas. Tudo é suscetível de aprimoramento. Tudo! Mas, podemos nos acomodar e nos cristalizar, porque a Natureza não conhece paradas: ou avançamos e evoluímos, ou paramos e retrogradamos e nos cristalizamos.

A mensagem da Páscoa é esse constante morrer para o velho ser seguido de um constante nascer para a novidade de Espírito que nos acena alvissareira.

Se todo trabalho Iniciático começa pelo Corpo Vital – repitamos e adquiramos a disciplina dos Exercícios Esotéricos Rosacruzes e de uma vida mentalmente mais pura, emocionalmente mais nobre a amorosa, fisicamente mais saudável. Todavia, cuidado com a rotina! Estejamos vigilantes para que cada dia traga uma nova e melhor contribuição, pois os próprios exercícios são um desafio: eles vão desvelando maravilhas ao Estudante Rosacruz sincero que se empenha diariamente e se vão tornando cada vez mais novos e profundos, na medida da prática renovada em Epigênese.

Com essa advertência, deixemos de ser o Estudante Rosacruz de ontem e sejamos, hoje, algo melhor em tudo. Esse é o morrer gradativo e racional. Essa é a Páscoa – com seu convite de crucificar o que está ultrapassado (por mais que o apego nos dificulte e implore), ressuscitando para algo maior e ascendendo um pouco mais na evolução.

(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – abril/1976 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Correlações Astrológicas nos 12 Acontecimentos Marcantes da Vida de Cristo

A análise esotérica dos Evangelhos mostra que os acontecimentos marcantes da vida de Cristo são em número de doze e se enumeram assim:

1 – Anunciação
2 – Imaculada Concepção
3 – Nascimento
4 – Fuga para o Egito
5 – Ensinamentos no Templo
6 – Batismo  
7 – Tentação
8 – Transfiguração
9 – Getsemani
10 – Crucificação
11 – Ressurreição
12 – Ascensão

Estes doze passos sustentam uma conotação astrológica interessante, por isso que se diz, verdadeiramente, que a primeira Bíblia do ser humano foi o Zodíaco, em que ele aprendeu a ler as verdades espirituais. Lá ele decifrou os sinais enigmáticos que revela a vida dos Deuses Salvadores e, por ela, o Iniciado Cristão lê a história da vida do Cristo.

A roda zodiacal dos céus é feita por doze constelações de Signos, onde os Astros (o Sol, a Lua e os Planetas) viajam ao redor do céu, conforme podem ser vistas, tendo a Terra como referência. Antigos astrônomos descobriram que tais Signos celestiais pareciam ter influência sobre questões terrenas, e assim, se originou a ciência da Astrologia. Observou-se que as influências dos Astros eram mais fortes em alguns Signos do que outros. O Signo em que o Astro expressava seus maiores potenciais é que o regia e é considerado seu lar, onde o Astro revela sua pureza de influência, sem qualquer mescla com outras qualidades de diferentes naturezas. Do mesmo modo, um Astro é, igualmente, forte no Signo de sua Exaltação, embora de um modo diferente do que a regência. As qualidades de Exaltação de um Astro somente alcançam plenitude por meio da Iniciação, que liberta, dentro da Alma, o correspondente aspecto das forças astrais.

É interessante notar que a Exaltação e a Ressurreição foram utilizadas pelos primeiros Padres da Igreja em termos intercambiáveis, que compreendia a relação entre o desenvolvimento espiritual do ser humano e as estrelas no céu, acima dele. Eles sabiam que na Consciência de Cristo, a humanidade aprenderia a cooperar, inteligentemente, com os Poderes Cósmicos, cujas ações do destino do ser humano eram reveladas no horóscopo.

Quando astrólogos falam de Astros e Signos que os regem, eles se atêm, principalmente, a assuntos físicos e materiais. O Astrológo Rosacruz, um esoterista, que estuda o lado oculto da ciência das estrelas, fala sobre a Exaltação dos aspectos de um Astro considerando a sua natureza espiritual, conforme os seguintes assuntos:

Corinne Heline em A Bíblia – O Maravilhoso Livro das Épocas

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