Arquivo de categoria Cartas Max Heindel

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Carta de Max Heindel: Meios Antinaturais para Obter Espiritualidade: quais são?

Meios Antinaturais para Obter Espiritualidade: quais são?

Setembro de 1915

Quando investigamos um determinado assunto nos Mundos invisíveis, abre-se para nós inúmeros e fascinantes caminhos. Constantemente distraímo-nos da linha principal de investigação por este, aquele ou outro motivo que atrai a nossa atenção, com o grande perigo de perder de vista a meta e vaguearmos num labirinto de incoerências. Algumas vezes, a tentação de seguir um impulso é mais forte do que o meu poder de resistência e, recentemente, enquanto estava escrevendo “a Teia do Destino”, a figura de um eremita com o corpo consumido pela fome, o que o fazia parecer um esqueleto – e que se açoitava até fazer brotar sangue das suas chagas que nunca tinha deixado cicatrizar pensando que servia a Deus com estas austeridades – levou-me a procurar a origem dessas horrorosas práticas. Sobre isto escrevi um longo artigo na nossa revista, mas o assunto é tão importante e são tantos os estudantes da Fraternidade que não são assinantes da revista, que julguei melhor relatar aqui os pontos principais.

Nos antigos Templos de Mistério, as grandes verdades, agora ensinadas pela Fraternidade Rosacruz relativas ao Corpo Vital, eram dadas ao Aspirante na Iniciação. Ele aprendia que este veículo era composto de quatro Éteres: o Éter Químico que é necessário pela a assimilação; o Éter de Vida que impulsiona o crescimento e a propagação; o Éter de Luz que é o veículo da percepção dos sentidos e o Éter Refletor, receptáculo da memória.

O Aspirante era instruído a respeito dos dois Éteres inferiores e a relação destes com os dois superiores.

Aprendeu que todas as funções puramente animais do corpo dependiam da densidade dos dois Éteres inferiores, e que os dois Éteres superiores compunham o Corpo-Alma, o veículo do serviço no Mundos Invisíveis. Cultivava esta gloriosa vestimenta por meio da abnegação própria, reprimindo as inclinações da natureza inferior pela força de vontade, tal como nós o fazemos hoje em dia.

Mas alguém, extremamente zeloso para alcançar a meta não importando como, esqueceu-se que só por meio do serviço e do altruísmo é que desenvolvemos o “Dourado Manto Nupcial”, composto pelos dois Éteres superiores. Julgou que a máxima oculta: “ouro no cadinho, impureza no fogo; ligeiro como o vento, alçar cada vez mais alto”, seria para expulsar as impurezas da natureza inferior, não importando de que forma isso fosse feito. Refletiu que sendo o Éter Químico o agente da assimilação, podia ser eliminado do Corpo Vital pelo esgotamento do Corpo Denso. Pensou igualmente que sendo o Éter de Vida a avenida da propagação, podia destrui-lo vivendo em celibato. Então, ficariam só os dois Éteres superiores, ou pelo menos aumentariam consideravelmente o seu volume em relação aos dois inferiores.

Para esse fim praticou toda a espécie imaginável de austeridade; o jejum entre outros. Por tal processo antinatural, o corpo perdeu a saúde e definhou. A natureza passional, que procura satisfação pelo exercício da função propagadora, foi aplacada com o castigo. É certo que, por essa horrível maneira, a natureza inferior parece estar subjugada. Entretanto, é igualmente verdade que, quando as funções corporais sofrem tão enorme enfraquecimento, visões ou mesmo alucinações são o resultado que essa pessoa obtém. A verdadeira espiritualidade não pode ser obtida pela profanação ou destruição do “Templo de Deus”, o Corpo, e o jejum pode chegar a ser tão inconveniente como a gula.

Esforcemo-nos por usar a moderação em todas as coisas, para sermos exemplos para os outros e alcançarmos a admissão ao Templo através de um justo viver.

(Carta nº 58 do Livro “Cartas aos Estudantes” – de Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

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Carta de Max Heindel: A Iniciação não pode ser alcançada por meio de Exercícios Respiratórios

A Iniciação não pode ser alcançada por meio de Exercícios Respiratórios

É com relutância da minha parte que volto a focar a questão dos exercícios respiratórios e seus efeitos sobre o corpo humano, mas esse fato obriga-me a proferir, novamente, a advertência contra os falsos e perigosos ensinamentos que são promulgados por pessoas ignorantes e inescrupulosas na sua ânsia de lucro. Os exercícios de respiração são absolutamente contrários aos Ensinamentos da Fraternidade Rosacruz, pois, de acordo com eles, os resultados espirituais só podem ser conseguidos por métodos espirituais e não por exercícios físicos. Infelizmente, o grande desejo dos estudantes de alcançar rápidos resultados torna, muitos deles, presas fáceis dessas pessoas desonestas. Um dos nossos mais promissores estudantes está agora num sanatório de doentes mentais por ter dado ouvidos a um charlatão que se ofereceu para iniciá-lo por vinte e cinco dólares.

Acabei de saber que num dos Centros da Fraternidade, um homem, que não está filiado à Sede, está cobrando determinada importância para fazer horóscopos, o que é totalmente contrário aos nossos ensinamentos. Anualmente devolvemos muitos dólares para pessoas que nos pedem que levantemos os seus horóscopos, assim como previsões de futuro, porque mantemos o princípio de que uma ciência espiritual, como a Astrologia, não deve ser prostituída por ouro, ainda que este nos seja muito necessário.
Entristece-nos que tais pessoas, que admitem ter conhecimento que essas práticas são contrárias aos princípios da Fraternidade Rosacruz, estejam à frente de centros de estudo na qualidade de professores e divulgadores dos Ensinamentos Rosacruzes. Esta mesma pessoa copiou, de livros indianos, que custam alguns centavos, exercícios de respiração que vende por um dólar às vítimas incautas.

Queridos amigos, acreditem na palavra de alguém que percorreu o caminho e sabe, por experiência própria, que não há trem expresso para o Templo de Iniciação. O Caminho é lento, escarpado e difícil; deve ser percorrido passo a passo, ainda que os pés e o coração sangrem de dor e sofrimento. O Corpo Alma – o “Dourado Manto Nupcial” – que a única palavra-passe que nos permitirá a entrada, é tecido pelas boas ações praticadas, dia após dia, com paciente perseverança em fazer o bem, e por nenhum outro método. Os exercícios respiratórios não podem substituir as boas ações. Não podem compreender isto? Sei o que estou dizendo, porque no princípio dos meus esforços nas lidas espirituais, também me deparei com estes exercícios de respiração. Experimentei-os por dois dias e, como resultado, meu Corpo Vital foi parcialmente expulso do Corpo Denso. Apercebendo-me que estavam em situação perigosa suspendi os exercícios, mas precisei de duas semanas para restabelecer-me, durante as quais me senti como se não pudesse colocar os pés no chão, como se estivesse caminhando pelo ar, tendo sofrido muito durante estas duas semanas. Outros poderão não ter a capacidade de recuperação que eu tive e, em consequência, ficarem predispostos a doenças mentais. Naturalmente, haverá algumas pessoas que não sentirão esses efeitos, mas é sempre muito, muito perigoso brincar com fogo. Por outro lado, se tentarmos todos os dias trabalhar na vinha de Cristo, esforçando-nos no serviço amoroso, o “Dourado Manto Nupcial”, o Corpo Alma, será seguramente tecido e com ele, um dia, todos seremos admitidos no Templo.

(Por Max Heindel – livro: Cartas aos Estudantes – nr. 45)

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Carta de Max Heindel: Sacrifício e o Progresso Espiritual

Junho de 1917

Muitas vezes recebemos cartas de estudantes que, embora formulem a pergunta de maneiras diferentes, referem-se ao mesmo assunto: “De que maneira posso conseguir maior progresso espiritual?” Portanto, creio conveniente dedicar esta carta a esse assunto.
É uma lei da natureza que “do nada, nada vem”. Mas são muitos que acreditam que a verdade espiritual e o progresso podem ser adquiridos sem ônus e sem o respectivo preço. Em certo sentido, isso é verdade, porque é vil e errado barganhar com os poderes espirituais para obter-se um lucro desonesto, como ficou firmemente demonstrado por São Pedro na sua conversa com Simão, o feiticeiro, que lhe pedia os poderes espirituais de que dispunha, oferecendo-lhe dinheiro em troca. Ao mesmo tempo, há um preço determinado para o desenvolvimento espiritual que deve ser pago por todo aquele que o queira conseguir. Em primeiro lugar, os interesses antigos devem ser sacrificados. Todos nos lembramos da parábola sobre aqueles que tinham sido convidados para a festa do rei e que se abstiveram de aceitar o convite por várias razões. Um acabava de se casar e queria gozar a lua de mel; outro tinha comprado uns bois e também queria inspecionar suas novas propriedades; e, por outras desculpas, todos perderam aquela oportunidade e a ocasião de progredir.

O mesmo acontece em nossos dias, embora de forma diferente. Desejamos estar sentados em casa lendo um livro sobre assuntos espirituais nos nossos momentos de lazer, quando nada de maior interesse tenhamos pela frente, mas, quando a Grande Obra requer mais do nosso tempo, podemos apresentar várias desculpas. “Tenho uma filha que quero enviar para a Faculdade”, diz um. “Quando tudo for feito e eu tiver cumprido minhas obrigações ocupar-me-ei disso”. Outra diz: “Os meus negócios requerem a minha presença todos os dias e, à noite, estou fatigado. Não posso trabalhar a noite para a Fraternidade, nem assistir as suas reuniões porque, no dia seguinte, não poderia dedicar todas as minhas energias ao trabalho. Mas ocupar-me-ei disso assim que abandone as meus negócios”. Um terceiro dirá: “Tenho muitos filhos que exigem a minha atenção e cuidado em diversos setores sociais. Não posso ir às reuniões da Fraternidade sem descuidá-los. Mas assim que eles casarem trabalharei para a causa”.

É perfeitamente certo que ao assumir obrigações devemos cumpri-las da melhor forma que pudermos. Ao mesmo tempo, e refletindo profundamente sobre o assunto, há sempre uma possibilidade de encontrarmos alguns momentos fora dos nossos deveres que poderiam ser dedicados à Grande Obra. A este respeito seria bom lembrar o incidente ocorrido quando alguns se dirigiram a Cristo e lhe disseram: “Tua mãe e teus irmãos estão lá fora e desejam falar Contigo”. Ele respondeu: “Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos? Todo aquele que cumpre a vontade de meu Pai, que está no Céu, é meu irmão, minha irmã e minha mãe”. E acrescentou: “Se qualquer pessoa se chega a Mim e não renega seu pai, sua mãe, sua esposa, seus filhos, seus Irmãos, suas irmãs e, certamente, até a sua própria vida, não pode ser meu discípulo. E todo aquele que tenha abandonado casas, irmãs, irmãos, pai e mãe, esposa, filhos ou terras, por Meu Nome, recebê-lo-á centuplicada e herdará a vida eterna” (Mt 12; 47-50).
No processo da regeneração há e deverá haver sempre um sacrifício envolvido. Tanto pela minha experiência pessoal como pelo que tenho observado em milhares de outras pessoas, o benefício espiritual que se colherá está na proporção direta da forma como cada um emprega o seu pensamento, seu tempo e dinheiro para a causa que tenha abraçado. Quando alguém se consagra totalmente à vida da regeneração e segue o ditame do espírito, logo verá que a mesma intensidade de propósito na nova direção fará desaparecer as coisas antigas. Não terá mais tempo para elas. Desaparecem de seus pensamentos e desvanecem-se. De uma forma ou outra, a filha irá para a Faculdade ou encontrará um emprego adequado. Os negócios prosperarão até melhor do que quando o proprietário devotava todo o seu tempo e suas energias na preocupação para obter dinheiro. Os filhos encontrarão outra acompanhante tão capaz como sua mãe nas ocasiões em que ela estiver trabalhando para a causa espiritual. Em todos os casos em que tenhamos renunciado a alguma coisa pelo bem da obra, o tempo que empregamos na causa de Cristo e o dinheiro que distribuímos numa lúcida caridade, será provido e compensado sob a lei que trabalha para o bem.

Como disse o Salmista: “Fui jovem e agora sou velho e ainda não vi o justo abandonado, nem a sua semente mendigando” (Sl 37; 25). A lei pregada por Cristo: “Buscai primeiro o Reino de Deus e Sua justiça, e todas as outras coisas vos virão por acréscimo” (Mt 6; 33), é tão verdadeira atualmente como o foi quando proferida. Posso assegurar isto por experiência própria: todo aquele que viva a vida e cumpra o seu trabalho verá que esta lei é verdadeira. Somente o serviço desinteressado proporciona crescimento.

(Carta nº 79 do Livro Cartas aos Estudantes – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

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Carta de Max Heindel: Por que o que Busca a Verdade deve viver no Mundo?

Março 1914

Depois da passagem da Transfiguração, quando Cristo e Seus Discípulos estavam prontos para descer o Monte, os últimos sugeriram que permanecessem aí, onde, com imenso prazer, fariam sua morada.

Isto não lhes foi permitido porque havia no mundo muito trabalho a fazer, e Sua missão não seria executada se aí permanecessem.

O Monte da Transfiguração é a “Rocha da Verdade”, onde o Espírito libertado pode contemplar as realidades eternas. Ali, no GRANDE AGORA (o passado simbolizado por Moisés e Elias), os profetas da velha Dispensação encontraram Cristo, o regente do Reinado que estava para vir. Todo Espírito a quem é permitido contemplar os esplendores supremos deste plano celestial, ouvir os acordes sublimes da harmonia das esferas e ver o colorido maravilhoso que acompanha a música, realmente reluta em abandonar tal lugar. Se não fosse por parecer que perdemos nossa forma e personalidade encerrando todo esse Reino de nós mesmos, provavelmente não teríamos força para voltar a Terra. Mas, esta sensação de que “temos o céu dentro de nós” nos fortifica quando chega o momento de contemplar o lado de fora e atender o trabalho do mundo.

Os objetos no Mundo Físico ocultam sempre sua construção ou natureza interna; vemos apenas a superfície. No Mundo do Desejo vemos os objetos fora e dentro de nós, mas nada nos dizem deles mesmos, nem da vida que os anima. Na Região Arquetípica, situada na Região Concreta do Mundo do Pensamento, parece não haver nenhuma circunferência, mas, para onde quer que dirijamos nossa atenção, ali está o centro de tudo, e a nossa consciência, instantaneamente, enche-se do conhecimento em relação ao ser ou à coisa que estivermos olhando. É mais fácil gravar num fonógrafo o som que nos chega do céu, do que mencionar as experiências que tivemos naquele reino, pois não há palavras adequadas para expressá-las; tudo o que podemos fazer é tentar vivê-las. E, conforme a nossa decisão e diligência ao plantarmos, adubarmos e regarmos tal campo, assim será a nossa colheita.

Este é um assunto que deve ser considerado muito atentamente por cada um de nós: “Que uso estou fazendo dos Ensinamentos Rosacruzes que recebo? Posso estar imaginando uma montanha no país dos sonhos, embora vivendo numa cidade, tão surdos aos apelos que me cercam e que me soam aos ouvidos, como se estivesse distante milhares de quilômetros”. A menos que repartamos, por nosso modo de viver (que deve soar mais alto que as palavras), a verdade que encontramos, incorreremos numa grande responsabilidade, pois: “a quem muito é dado muito será exigido”.

Lembremo-nos que o “conhecimento ensoberbece, mas o amor edifica” e que o serviço é o reflexo da verdadeira grandeza.

(Carta nº 40 do Livro “Cartas aos Estudantes” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

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Carta de Max Heindel: Aproveitar Nossas Oportunidades

Agosto de 1913

Um dos pontos mais interessantes da nossa última lição refere-se ao fato de que nós temos poder para prolongar a nossa vida material por uma dedicação sincera no propósito da existência: a aquisição de experiências. Quer o saibamos ou não, cada ato das nossas vidas apressa ou prolonga o fim, na medida em que a nossa atitude esteja ou não em harmonia com a lei. Se não nos aplicarmos no trabalho da vida, ou se, persistentemente, seguirmos um caminho que é inadequado ao crescimento da alma, nossa vida discordante destrói o arquétipo. O renascimento, num ambiente diferente, nos dará a chance de recuperar as oportunidades negligenciadas. Por outro lado, quando vivemos em harmonia com o plano de vida inscrito no Arquétipo do nosso Corpo Denso, produz-se uma construtiva consonância em suas vibrações, o que aumenta a vida do Arquétipo e, consequentemente, também a vida do Corpo Denso.

Quando nos apercebemos que nossa vida na Terra é o tempo de sementeira, e que o valor da nossa existência “post-mortem” está em razão direta do incremento que tenhamos dado aos nossos talentos, é evidente reconhecer a suprema importância em usar as nossas faculdades numa direção correta. Esta lei é extensiva para toda humanidade, mas é de vital valor para os Aspirantes à vida superior, pois quando trabalhamos para o bem com todas as nossas forças, cada ano acrescentado de vida aumenta enormemente o nosso tesouro celestial. Os anos adicionados darão mais tempo para o cultivo da alma, e o fruto dos últimos anos poderá, facilmente, superar os colhidos na primeira parte da vida.

Se sentirmos que isto é verdade e se estivermos ansiosos por alcançar o máximo grau de realização, naturalmente, faremos esta pergunta: “Como conhecerei o caminho verdadeiro?” A resposta não é difícil; os Astros relatam a história. Eles mostram nossas faculdades e o momento mais propício, tanto para plantar as sementes da alma como para auxiliar e curar. Por isso, a Fraternidade Rosacruz tem muito empenho no estudo dos Astros. No horóscopo, esses assuntos estão claramente assinalados. O conhecimento dessa escrita astrológica é força para melhor agir, e assim obter um maior crescimento anímico. Isto está ao alcance de qualquer pessoa que queira estudar o sistema simplificado dos nossos cursos de Astrologia Rosacruz. Assim, poderá aprender como dirigir sua vida para um maior progresso em todos os sentidos.

Enquanto sugiro determinados passos para o desenvolvimento, é oportuno chamar a atenção do Estudante para o fato que, quando completar o Curso Preliminar de Filosofia Rosacruz se torna aptos para a solicitação de ingresso na The Rosicrucian Fellowship (ingressando no segundo grau do Caminho de Preparação Rosacruz: Estudante Regular).

(Carta nº 33 do Livro “Cartas aos Estudantes” – de Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

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Carta de Max Heindel: Cristo e sua Segunda Vinda

Junho de 1913

Um dos pontos principais desta lição mensal – que diz respeito a interpretações equivocadamente difundidas – é a que se refere à vinda de Cristo e ao veículo que Ele usará. A Bíblia transmite-nos isto de forma perfeitamente clara e os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental dos Rosacruzes estão completamente de acordo com ela, daí a nossa opinião diferir, radicalmente, da concepção comum sobre a matéria, tanto a da maioria dos cristãos como a dos que, involuntariamente ou por outras razões, exaltam falsos Cristos parra enganar os incautos. É de vital importância que os alunos da Escola Ocidental compreendam muito bem este assunto, por isso, reiteramos resumidamente os pontos principais dos Ensinamentos Rosacruzes contidos no livro “Conceito Rosacruz do Cosmos” e em alguns outros livros.

Cristo é o mais alto Iniciado do Período Solar; a Terra era, então, formada de matéria de desejos e Seu corpo mais denso foi formado desta matéria.

Ninguém pode formar um veículo material que não tenha aprendido a moldar; por isso, o Espírito Cristo trabalhou com a nossa humanidade de fora da Terra – da mesma forma que os Espíritos-Grupos guiam os animais – até que Jesus abandonou os seus Corpos Denso e Vital, no Batismo. Então, o Espírito Cristo desceu e entrou nesses veículos, levando fisicamente o Seu ministério aos seres humanos, até que o Corpo Denso foi destruído no Gólgota quando Ele se tornou o Espírito Interno da Terra. O Corpo Vital de Jesus foi preservado para aguardar a segunda vinda de Cristo.

Cristo advertiu-nos contra os imitadores, mas surge a questão: Como poderemos conhecer o falso do verdadeiro? São Paulo dá-nos a este respeito uma informação definida, e se nós a considerarmos, estaremos a salvo de qualquer decepção.

São Paulo diz (Primeira Epístola aos Coríntios, cap. 15, versículo 50), que “a carne e o sangue não podem herdar o reino do Céus”. Insiste que este corpo será mudado à imagem do próprio veículo de Cristo (Epístola aos Filipenses, cap. 3, versículo 21), e na Primeira Epístola de São João, cap. 3, versículo 2 encontramos o mesmo testemunho.

Está perfeitamente claro que qualquer um que venha em Corpo Físico proclamando que é Cristo, é demente, um ente digno de compaixão, ou um impostor, merecedor de nosso escárnio e reprovação. Também não nos deixou na ignorância acerca da natureza do veículo no qual encontraremos Cristo e de que seremos como Ele. Na Primeira Epístola aos Tessalonicenses, cap. 4, versículo 17; é-nos dito que encontraremos o Senhor no ar. Portanto, nós forçosamente teremos que possuir um veículo de uma textura mais delicada do que a do nosso Corpo Denso atual. A transformação necessitará ainda de séculos para que a maioria dos seres humanos a possa alcançar.

Na Primeira Epístola São Paulo aos Tessalonicenses, Capítulo 5, Versículo 23, São Paulo diz que o ser completo do ser humano consiste de Espírito, Alma e Corpo. Quando finalmente largarmos o nosso Corpo Denso, como Cristo o fez, nós funcionaremos num Corpo chamado Soma Psuchicon (Corpo-Alma) (descrito na Primeira Epístola aos Coríntios, Capítulo 15, Versículo 44). Em nossa literatura, este é o Corpo Vital, um veículo feito de Éter, capaz de levitação e da mesma natureza do Corpo usado por Cristo depois da Crucificação. Este veículo não está sujeito à morte como o nosso Corpo Denso, é finalmente transmutado em Espírito como aprendemos em nossa literatura e é confirmado na Primeira Epístola São Paulo aos Coríntios, Capítulo 15.

Por conseguinte, os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental estão em perfeita harmonia com a Bíblia quando afirmam, enfaticamente, que Cristo nunca voltará na carne (pois isto seria um retrocesso para Ele). Da mesma maneira que as larvas rompem o seu casulo e se transformam numa borboleta que voa de flor em flor – processo deslumbrante de animada beleza – assim também nós algum dia, deixaremos este instrumento mortal que nos prende a Terra e ascenderemos ao céu como almas viventes, radiantes de glória, ansiosas por encontrar o nosso Salvador na terra das almas, o Novo Céu e a Nova Terra. Este é um dos pontos principais da doutrina da Escola Rosacruz. Confiamos que nossos estudantes se esforçarão por assimilar totalmente este assunto, e assim seremos capazes de “dar uma razão” à sua fé.

(Carta nº 31 do Livro Cartas aos Estudantes – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

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