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Carta de Max Heindel: Todo Desenvolvimento Oculto começa no Corpo Vital

Todo Desenvolvimento Oculto começa no Corpo Vital

Um amigo que há alguns meses vem fazendo o curso por correspondência escreveu-me recentemente pedindo um esclarecimento sobre um ponto que lhe causa alguma preocupação. Como essa dúvida pode ocorrer a outros estudantes que não tenham oportunidade de expressá-la, resolvi destinar esta carta para esclarecê-los. O assunto será de grande utilidade mesmo para os que não o tenham observado sob o ponto de vista do nosso amigo. Ele não pretendeu censurar, mas disse que solicitou o curso por correspondência com a esperança de obter algo de interesse para o seu posterior desenvolvimento oculto. Em vez disso, recebe mensalmente um pequeno sermão amável e, ainda que admita que isso possa ser útil para os principiantes e até para os estudantes adiantados, pergunta onde está propriamente a instrução? Outras filosofias prescrevem certos exercícios que ajudam os seus alunos, e pergunta se podemos oferecer-lhe alguns exercícios que desenvolvam sua faculdade de escrever.

Não, não podemos fazer isso. Os Ensinamentos Rosacruzes aplicam-se mais ao progresso espiritual do que à prosperidade material, e não sabemos de algum exercício oculto que possa trazer fortuna, quer diretamente quer por um estímulo anormal de um talento latente.

Mesmo que pudéssemos oferecer-lhe isso, não o faríamos, pois, usar para tal fim um poder oculto seria realmente magia negra. “Buscai primeiro o Reino de Deus e Sua justiça, e todas as outras coisas vos virão por acréscimo”, disse Cristo, e nós nunca nos enganaremos se seguirmos o Seu conselho. Se o nosso amigo quer desenvolver uma faculdade latente somente para o bem, ele pode fazê-lo, e essa aspiração espiritual irá converter-se em realidade se for persistentemente executada e fortalecida pelo esforço físico por meio do trabalho. Dessa forma, a pessoa alcançará o fim desejado sem necessidade de algum exercício oculto especifico.

Acerca das lições que são “pequenos sermões amáveis” podemos dizer que assim parecem se lidas superficialmente. Mas estudadas a fundo, há nelas uma grande substância de conhecimento oculto, encerram um valor muito maior para o estudante do que os exercícios que o nosso amigo pede. Além disso, há “método em nossa loucura” ao dar os cursos dessa forma. Talvez isso não esteja ainda aparente para os estudantes, por isso procuraremos esclarecer melhor o assunto. Peço aos leitores que considerem o que se segue como uma comparação feita com um legítimo propósito, não como uma crítica.

Além do fato que a Escola Oriental de Ocultismo baseia os seus ensinamentos no Hinduísmo, enquanto a Escola Ocidental de Sabedoria adota o Cristianismo – a religião do Oeste – há uma grande discrepância fundamental e irreconciliável entre os ensinamentos dos modernos representantes do Leste e dos Rosacruzes. Segundo a versão do Ocultismo Oriental, o Corpo Vital – chamado “Linga Sharira” – é comparativamente pouco importante, pois é incapaz de desenvolvimento como um veículo de consciência. Serve somente como canal para a força solar, “prana”, e é um “elo” entre o Corpo Físico e o Corpo de Desejos, chamado “Kama Rupa” e também “Corpo Astral”. Este, dizem eles, é o veículo do Auxiliar Invisível.

A Escola de Sabedoria Ocidental ensina, como sua máxima fundamental, que todo o desenvolvimento oculto começa no Corpo Vital, e o autor, como seu representante oficial, tem estado constantemente empenhado, desde o princípio do nosso movimento, em reunir e disseminar os conhecimentos referentes aos quatro Éteres e ao Corpo Vital. Muitas informações foram dadas no “Conceito Rosacruz do Cosmos” e nos livros que se seguiram, mas as lições e cartas mensais contêm os resultados das nossas investigações recentes. Constantemente estamos dissertando sobre esse Corpo Vital (Vital num duplo sentido) para que os nossos estudantes, conhecendo e refletindo sobre ele, lendo e considerando os “pequenos sermões amáveis” contidos nessas informações, possam, consciente e inconscientemente, tecer o “Dourado Manto Nupcial”. Aconselhamos que estudem essas lições cuidadosamente, ano após ano. Nelas pode haver algum cascalho, mas há muito mais ouro a procurar.

Nossos sinceros votos para um abundante desenvolvimento espiritual durante o Ano Novo.

(Por Max Heindel – livro: Cartas aos Estudantes – nr. 74)

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Carta de Max Heindel: Arcos Descendentes e Ascendentes da Evolução

Arcos Descendentes e Ascendentes da Evolução

Revendo a lição do mês passado, os pontos mais importantes são a antiguidade e a origem cósmica dos dois grandes movimentos conhecidos agora como maçonaria e Catolicismo -movimentos instituídos, respectivamente pelos Filhos do Fogo e pelos Filhos da Água. É certo, como está escrito no “Conceito Rosacruz do Cosmos”, que a Iniciação dos seres humanos só começou nos meados do Período Terrestre, quando o fogo da Lemúria batalhava com as águas da Atlântida, mas também é verdade que a educação da humanidade depende do preparo que os seus instrutores tenham recebido em evoluções anteriores. A atitude assumida pelos dois grupos de Anjos teve como resultado os movimentos antagônicos acima citados. Os Anjos caídos e o ser humano caído estão intimamente unidos no trabalho do mundo e sob o domínio dos seus governantes temporais. De Lúcifer, o Espírito de Marte, procede o ígneo sangue vermelho, que é o veículo de toda a energia material, da ambição e do progresso. Também é o veículo da paixão que o mancha e que o faz fluir até a terra ficar vermelha. De Jeová procede a Lei restritiva e o castigo pelo pecado.

O diagrama reproduz as épocas através das quais o espírito desce e ascende, e também os mundos e seus correspondentes corpos – assim a relação dos diversos fatores será evidente.

Cartas aos Estudantes - CARTA N 23

Na Lemúria, a terra da Terceira Época, a humanidade estava dividida nos sexos masculino e feminino. Naquela época, haviam seres espirituais mergulhados na materialidade e os precursores ouviram com ansiedade o “evangelho do corpo” que pressentiam confusamente, mas, aos poucos, aprenderam a conhecê-lo e o mundo espiritual desapareceu de sua visão. Então, os espíritos de Lúcifer foram os mestres da mulher (Eva), e Jeová dirigiu-se ao homem (Adão). Naquela época, a mulher achava-se mais adiantada que o homem em assuntos materiais, porque estávamos no arco descendente do caminho da evolução.

Quando o ponto de mudança passou, em meados da Época Atlante, a mulher, gradualmente, sentiu-se mais inclinada para a espiritualidade. Começou a ouvir a voz de Jeová e a encher as igrejas em um esforço para satisfazer as suas aspirações espirituais, enquanto o homem empregou a sua energia marciana para as coisas materiais que foram, originalmente, defendidas pelo “Portador da Luz”, Lúcifer.

Assim como a luz branca muda a sua cor conforme o ângulo de refração, assim também o ponto de vista do espírito muda com o sexo de sua vestimenta. Da mesma forma que o espírito alterna em suas incorporações o sexo masculino e feminino, nós também podemos equilibrar os pratos da balança e escolher o caminho que mais nos atraia ou combinar o melhor em ambos os sexos. As nossas próximas lições apontarão a direção, mas podemos afirmar que, Aquele que disse: “Eu sou a Luz verdadeira”, está no final do caminho. Tanto Lúcifer como Jeová são degraus de ajuda no Caminho para a Verdade e a Vida.

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Carta de Max Heindel: Exercícios Diários para o Cultivo da Alma

Exercícios Diários para o Cultivo da Alma

Quando Cristo visitou Marta e Maria, a primeira estava muito mais preocupada com o seu conforto material do que com os assuntos espirituais que Ele ensinava; daí a repreensão que recebeu por ocupar-se com coisas sem importância, em vez da “única coisa verdadeiramente necessária”. Indubitavelmente, não devemos descuidar do cumprimento dos nossos deveres, das obrigações que nos são apresentadas na nossa vida diária. Infelizmente, muitos cometem o grande equívoco de reputar como primordiais os deveres e as tarefas materiais, pensando que o desenvolvimento espiritual pode esperar até um tempo propício em que não tenham outra coisa para fazer. Cada vez mais, as pessoas admitem que deveriam dedicar mais atenção aos assuntos espirituais, mas encontram sempre uma desculpa para não o fazer naquele momento. “Os meus negócios requerem toda a minha atenção”, dirá um. “Tenho as horas tão contadas e o meu trabalho exige tanto de mim que não sobra tempo para mais nada.

Mas, assim que ficar mais livre, preocupar-me-ei com os assuntos espirituais e darei mais atenção a eles”. Outros alegam que tem a seu cargo seus familiares, mas tão logo cumpram suas obrigações para com eles, estarão prontos a consagrar o seu tempo ao desenvolvimento da alma.

Sem dúvida, em muitos casos e até certo ponto estas desculpas são legítimas, e aqueles que as apresentam estão se sacrificando real e verdadeiramente por alguém ou por alguma coisa. Lembro-me do caso de uma Probacionista que, cheia de angústia, escreveu dizendo que os seus dois filhinhos requeriam sempre a sua atenção quando ela pretendia fazer os seus exercícios matutinos e vespertinos.

Desejava ardentemente avançar no caminho da vida superior, mas o cuidado dispensado aos seus filhos parecia um obstáculo e perguntou o que deveria fazer. Cuidar dos seus filhos, naturalmente, foi o que eu lhe respondi. O sacrifício ao substituir o desejo de seu próprio progresso pela segurança e cuidado com seus filhos, proporcionar-lhe-ia, indiretamente, um desenvolvimento de alma mil vezes maior do que se houvesse negligenciado os seus filhos em função do seu próprio interesse egoísta.

Mas, por outro lado, existem muitos outros que carecem do verdadeiro vigor mental para fazer o necessário esforço. Por muito extenuante que seja o trabalho de cada um, é sempre possível dedicar algum tempo, diariamente, de manhã e à noite, à espiritualidade. É uma prática extraordinariamente boa a de concentrar a nossa Mente num ideal durante o tempo que dispendemos no trânsito, no trajeto de casa ao trabalho e vice-versa. O próprio fato de existir tanto ruído e confusão que torna o esforço de concentração mais difícil e é, em si mesmo, uma ajuda, pois, quem consegue dirigir seu pensamento para um ponto definido sob tais circunstâncias, não encontrará qualquer dificuldade em obter iguais ou até melhores resultados em circunstâncias mais favoráveis. O tempo assim empregado será muito mais proveitoso do que se o utilizarmos lendo um jornal ou uma revista com assuntos que estão muito longe de ser elevados.

A Mente de muitas pessoas é como uma peneira. Os pensamentos escoam através dos seus cérebros como a água através da peneira. Esses pensamentos podem ser maus, bons ou indiferentes, mas estes últimos são os mais frequentes. A Mente não retém suficientemente nenhum deles para poder conhecer a sua real natureza e, ainda mais, concebemos a ideia de que não podemos impedir que esses pensamentos sejam como são. Por causa disso, muitas pessoas acostumaram-se a pensar displicentemente, o que as torna incapazes de se concentrarem em qualquer assunto e aprofundá-lo. Pode ser difícil conseguir este controle do pensamento, mas aquele que o conseguir tem em suas mãos a chave mestra do êxito em qualquer caminho que empreenda.

Eu recomendaria que, juntamente com esta série de lições, os estudantes refletissem com profundidade sobre o “Efeito Oculto das Emoções”, e reservassem diariamente alguns momentos para conseguir o controle do pensamento. Existem muitos métodos valiosos dados por vários autores. De minha parte, considero que já transmiti muitas ideias e dei vários conselhos a respeito. Reconheço que é um treino difícil, dependendo muito do temperamento de cada pessoa. Por isso, creio que os melhores resultados são obtidos quando esse treino e esse esforço são realizados individualmente.

(Por Max Heindel – livro: Cartas aos Estudantes – nr. 65)

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Carta de Max Heindel: O Sofrimento Atual e a Paz Futura

O Sofrimento Atual e a Paz Futura

De um passado obscuro e distante, chega-nos a voz de Isaias, numa das maiores profecias que a alma inspirou:
“Um menino nasceu entre nós, um filho foi-nos dado: e o governo há de passar sobre os seus ombros e o seu nome será o de Maravilhoso, Consolador, Deus Todo Poderoso, Pai Eterno, Príncipe da Paz. Do desenrolar do seu governo e paz, não haverá fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reino, e para ordená-lo e estabelecê-lo com juízo e justiça, desde então pelos séculos dos séculos”.

Também não é menos potente o canto do coro de Anjos sobre a Galileia para elevar as almas com seu sublime ideal:

“Paz na Terra e Boa Vontade entre os homens”.

Mas, vendo realmente os acontecimentos atuais do mundo, tais ditos parecem que soam como zombarias e, sob o ponto de vista habitual do ser humano, todas as banalidades oferecidas pelos religiosos não podem tornar menos odiosa à situação no chamado “mundo Cristão”.

No entanto, quando aplicamos a escala cósmica de medida e perspectiva, tudo é muito diferente. Goethe disse muito bem:

“Quem nunca comeu seu pão em amargo afã,
Quem nunca acordado à meia-noite viu passar
Chorando, esperando pelo amanhã,
Os poderes celestiais não sabe ainda avaliar”

Passa-se o mesmo tanto com os indivíduos como com as nações. Infelizmente, a dor e o sofrimento parecem ser os únicos mestres que querem ouvir. Daí a necessidade dessas lições. Sabendo que a vida é eterna, não nos desanima o incidente chamado “perda da visão” na guerra atual. Os que morrem voltarão a nascer e, por esta experiência, serão melhores do que foram antes. A paz e boa vontade estão empenhadas em manifestar-se a seu devido tempo, quando aprendermos a abolir a guerra e a regozijar-nos com essa perspectiva, orando ardentemente pela sua consumação. De uma maneira especial, peço aos estudantes da Fraternidade Rosacruz que se unam a nós nesta prece, à meia noite da Noite de Natal, quando o serviço usual na nossa Pro-Ecclesia será celebrado pelos que trabalham em Mt. Ecclesia.

Todos que trabalham em Mt. Ecclesia enviam saudações próprias desta estação natalina. Anexamos nesta carta o folheto: “A Bíblia num relance”, esperando que esse artigo lhes seja instrutivo e proveitoso.

(Por Max Heindel – livro: Cartas aos Estudantes – nr. 85)

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Carta de Max Heindel: Construindo para a Vida Futura

CONSTRUINDO PARA UMA VIDA FUTURA

Sabemos que a Fraternidade ensina o renascimento como sendo um fato na natureza. Cremos nesta doutrina porque explica tantos fatos na vida que, de outra forma, não poderiam ser compreendidas. Contudo, eu me pergunto: quantos estudantes têm utilizado realmente desta verdade, fixando sua atenção sobre ela, modelando consciente e sistematicamente a construção do seu ambiente para vidas futuras?

É verdade que, no Segundo Céu, dedicamos todo o nosso tempo formando o meio ambiente para nossa vida futura, moldando a terra e o mar, provendo as condições da flora e da fauna, geralmente dando forma as coisas que nos darão um campo propício para nossa próxima vida. Mas, faremos tudo isso de acordo com a maneira como tenhamos vivido nesta existência. Se formos preguiçosos e negligentes, vivendo de uma maneira descuidada e fútil, é certo que, ao entrarmos no Segundo Céu, não estaremos preparados para formar um terreno fértil que mais tarde possamos cultivar. Assim, na nossa próxima existência nos encontraremos, provavelmente, com precários meios de existência e, sob o açoite da necessidade, aprenderemos a agir melhor.

Da mesma forma acontece com a nossas qualidades morais. Quando estamos preparando um novo renascimento, só podemos introduzir em nossos novos veículos o que temos no atual. Por conseguinte, é sensato que comecemos agora essa tarefa, enquanto nossa próxima vida está, ainda, no estágio de moldagem. Devemos formar os nossos ideais como gostaríamos que eles fossem elaborando o ambiente no qual almejaremos ser colocados.

Em primeiro lugar e sem dúvida alguma, estamos de acordo que os nossos corpos atuais não são como desejaríamos que fossem. Doenças de todos os tipos atormentam muitas pessoas; algumas estão sujeitas a dor durante toda sua existência. Ninguém consegue atravessar a vida, desde o berço até o túmulo, sem ter experimentado algum sofrimento. Por isso, cada um de nós pode imaginar-se numa existência futura, provido de um Corpo pleno de saúde, livre das doenças que constituem agora a nossa pior herança.

Em relação às nossas faculdades morais e mentais, estamos longe de ser perfeitos, portanto, cada um de nós deve procurar o aperfeiçoamento dessas faculdades. Percebemos que temos um espírito crítico, uma língua mordaz, um temperamento irritável ou outras falhas que nos indispõem com os outros e tornam a vida ao nosso redor pouco agradável? Pois bem, visualizando o nosso desejo e fixando na Mente o nosso próprio ideal para o futuro – conservar o equilíbrio em todas as circunstâncias, ser dóceis e comedidos no falar, atentos e afetuosos, etc. – construiremos esses ideais como pensamentos-forma que levaremos, já formados dentro de nós para a próxima vida. O resultado estará de acordo com a intensidade de concentração aplicada nessas metas. Na medida em que nos esforçamos, agora, para cultivar e aspirar tais virtudes, nós a possuiremos, e isto se aplicará igualmente às faculdades. Se agora somos desmazelados, o desejo de manter ordem em nossa vida dará corpo a essa virtude. Carecemos do sentido de ritmo? Podemos obtê-lo no futuro se o pedirmos agora? Habilidade mecânica ou outra aptidão que seja necessária para uma experiência de vida pode ser adquirida da mesma forma.

Devemos reservar certo tempo nos intervalos dos nossos deveres para refletir e planejar para o próximo renascimento, que tipo de corpo, faculdades, virtudes e ambientes desejamos ter.

Quando estivermos aptos para fazer, inteligentemente, a nossa escolha teremos dado um significativo passo e amplidão às nossas vidas futuras. Isto se realmente não olvidarmos o assunto.

Compreendemos que a mais elevada forma de aspirar à virtude é constante esforço em praticá-la em nossas vidas diárias. Enquanto nos esforçamos para cultivar as virtudes pela prática é científico planejar sobre a nossa vida futura, exatamente como fazemos hoje em relação ao dia seguinte. Confio que esta ideia se enraíze em cada estudante e seja consistentemente levada a uma legítima consumação. Desse modo, redundará num resultado maravilhoso sobre nosso próprio futuro e o mundo.

(Por Max Heindel – livro: Cartas aos Estudantes – nr. 70)

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Carta de Max Heindel: Um Tribunal Interno da Verdade

Um Tribunal Interno da Verdade

Uma visita que esteve em Mount Ecclesia na semana passada, disse-me que passou uns vinte anos estudando todas as diferentes filosofias que conseguiu obter, e que havia comentado nos últimos anos os estudos dos Ensinamentos Rosacruzes, que lhe pareceram encerrar a verdade absoluta. Naturalmente ela esperava que concordasse com tais manifestações, e sentiu-se atônita e emudecida quando lhe disse que eu não considerava assim os Ensinamentos que me foram dados pelos Irmãos Maiores, e que foram transmitidos em nossos vários livros.

Para os aborígenes australianos e africanos que podem desenvolver um temperamento religioso – até onde lhes seja possível entender isso – provavelmente aceitarão como uma grande verdade, que haja um Ser Divino de natureza superior à humana. Para tais seres humanos e para tal concepção de religião, tem havido um gradual avanço quanto às filosofias transcendentais que inspiram reverência nas espécies mais adiantadas da raça humana.

Acreditamos que a evolução do ser humano também requer uma evolução da sua religião. Nós viemos ascendendo dos planos de uma ignorância infantil, ao ponto em que hoje nos encontramos, e seria absolutamente contrário às Leis de Analogia supor que qualquer conquista na linha religiosa, que atualmente possuímos, seja a definitiva, pois se não houvesse mais progresso religiosos, também não haverá mais progresso humano.

Então, qual é o caminho que conduz às alturas da realização religiosa e onde podemos encontrá-lo? Esta parece ser uma pergunta lógica. Podemos responder que isto não se encontra nos livros, sejam os meus ou os de outros. Os livros são úteis, à medida que nos dão alimento ao pensamento através dos assuntos que fornecem. Podemos ou não chegar às mesmas conclusões do escritor, mas quando absorvemos as ideias apresentadas em nosso próprio íntimo e trabalhamos sobre elas com cuidado e devotamento, o que resulta deste processo é nosso, e está mais perto da verdade do que qualquer coisa que possamos obter através de outros ou por outras vias.

O Eu Interno é o único tribunal da verdade. Se nós, consciente e persistentemente, levarmos nossos problemas ante este tribunal, desenvolveremos, com o tempo, tal senso superior da verdade que, instintivamente, onde ouvirmos uma ideia avançada, saberemos se ela é ou não correta e legítima. A Bíblia, em várias passagens, exorta-nos para que estejamos atentos a todas as espécies de doutrinas que flutuam no ar e ao nosso redor, porque muitas são perigosas e perturbam a Mente. Livros são lançados para promover este, aquele ou outro sistema de filosofia. A menos que tenhamos estabelecido ou começando a estabelecer este tribunal interno da verdade, poderemos ficar como a pessoa referida acima – vagueando de um lugar para outro, sem encontrar descanso na vida e, no final, sabendo pouco mais ou talvez até menos do que no princípio.

Meu conselho aos estudantes é que nunca aceitem, rejeitem ou sigam cegamente qualquer autoridade. Esforcem-se para estabelecer internamente o tribunal da verdade. Remetam todos os assuntos a esse tribunal, comprovando todas as coisas e absorvendo firmemente tudo o que nele existir de bom.

(Por Max Heindel – livro: Cartas aos Estudantes – nr. 83)

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Carta de Max Heindel: Domando os Membros Insubordinados

Domando os Membros Insubordinados

Os nossos estudantes devem saber que temos em Mt. Ecclesia um pequeno serviço pela manhã e a tarde, no qual incluímos uma leitura da Bíblia. Mrs. Heindel e eu gostamos de ler, de tempos em tempos, o terceiro capítulo de São Tiago, porque nele encontramos uma lição muito importante. Pensei que não seria mal submetê-lo a atenção de todos, especialmente por causa de um incidente que aqui ocorreu há pouco tempo e que teve a virtude de gravar, fortemente, aquela passagem bíblica em minha consciência. Creio que todos podem tirar proveito se a infiltrarmos em nossos corações. Permitam-me que cite alguns versículos do capítulo mencionado, e contarei depois o incidente a que me referi.

“Aquele que não peca no falar é realmente um homem perfeito, capaz de refrear todo o seu corpo. Quando pomos freio na boca dos cavalos, a fim de que nos obedeçam, conseguimos dirigir todo o seu corpo. Notai que também os navios, por maiores que sejam, e impelidos por ventos impetuosos, são, entretanto, conduzidos por um pequeno leme para onde quer que a vontade do timoneiro os dirija. Assim também a língua, embora seja um pequeno membro do corpo, se jacta de grandes feitos! Notai como um pequeno fogo incendeia uma floresta imensa. Ora, também a língua é um fogo. Como o mundo do mal, a língua está posta entre os nossos membros maculando o corpo inteiro e pondo em chamas o ciclo da criação, inflamada como está pela geena. Com efeito, toda espécie de feras, de aves, de répteis e de animais marinhos é domada e tem sido domada pela espécie humana. Mas a língua, ninguém consegue domá-la: ela é um mal irrequieto e está cheia de veneno mortífero. Com ela bendizemos ao Senhor, nosso Pai, e com ela maldizemos os homens feitos à semelhança de Deus” (Tg 3; 3-9). “Com efeito, onde há inveja e preocupação egoística, aí estão as desordens e toda sorte de más ações. Por outra parte, a sabedoria que vem do alto é, antes de tudo, pura, depois pacífica, indulgente, conciliadora, cheia de misericórdia e de bons frutos, isenta de parcialidade e de hipocrisia. Um fruto de justiça é semeado pacificamente para aqueles que promovem a paz” (Tg 3; 16-18).

Em Mt. Ecclesia temos vários enxames de abelhas. Há algum tempo os jardineiros mudaram o sítio de um deles. As abelhas irritaram-se, por aquela intromissão na sua vida e no seu trabalho, e picaram os seus agressores, dolorosa e severamente, em inúmeras partes do corpo. Quando soube do sucedido e refletindo sobre ele veio-me o pensamento de que havia ali uma lição muito importante. A abelha perde o seu ferrão ao picar alguém e morre em seguida. Reflita bem nisto! Como se aplica rigorosamente a lei da justiça!

Automaticamente ela própria se mata ao ferir alguém. Não é obra de um Deus vingativo, mas a sua própria ação que lhe dá o retorno. Reflitamos bem nisto!

Se morrêssemos imediatamente depois de picar um semelhante com palavras mordazes, quantos de nós existiríamos? Por outro lado, se soubéssemos que morreríamos depois de termos dado a ferroada, não dominaríamos as nossas línguas para nosso próprio benefício e para de todos os outros envolvidos? Este é, por certo, um exemplo que deveríamos ter sempre presente, e considerá-lo repetidamente até aprendermos a cerrar os dentes, mantendo a boca fechada cada vez que somos tentados a empregar palavras maldosas.

Chegará o tempo em que deixaremos de ter o sentimento maldoso para o próximo, não importando o que nos possam ter feito.

Posso assegurar que, desde a nossa chegada a Sede Central, este capítulo da Bíblia tem sido para Mrs. Heindel e para mim de um proveito espiritual extraordinário. Ajudou-nos muito mais do que todos os outros juntos, ainda que estejamos longe, muito longe da perfeição. Mas, a forma como temos agido e os outros em relação a nós é a garantia plena para chamarmos a atenção especial de todos para esse capítulo, juntamente com a pequena história das abelhas.

Que essa leitura, feita uma ou duas vezes por semana, seja profundamente gravada em seus corações e lhes traga consideráveis benefícios.

(Por Max Heindel – livro: Cartas aos Estudantes – nr. 82)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Carta de Max Heindel: Valor dos Sentimentos Retos

Valor dos Sentimentos Retos

Espero que tenham gostado da lição do mês passado. Talvez tenham ficado surpresos, mas ela agradou-me inteiramente, pois elevou, de forma poderosa, a minha devoção, e pude meditar como a Vida Divina se derrama periodicamente em nós para que possamos ter uma vida mais abundante. Sem esse influxo da Vida de Deus, toda a vida, ou melhor, toda a forma deixaria de existir. Ao sentir as emoções superiores é que nos elevamos mais facilmente. É bom estudar e assim desenvolver nossas Mentes, mas há um grande perigo nos dias de hoje em sermos enredados nas malhas do intelecto. São Paulo vislumbrou isto quando disse: “O conhecimento ensoberbece, mas o amor edifica” (N.R.: ICor 8; 6). Todos desejamos saber, e é natural que assim seja. Mas, a menos que o nosso conhecimento seja utilizado para que nos tornemos melhores homens e mulheres e melhores servos de nossos semelhantes, esse saber não nos fará melhores aos olhos de Deus. Portanto, é de enorme importância cultivarmos o sentimento reto, e sinceramente espero que tenham sentido a lição da Páscoa, pois este é o único caminho de obter pleno benefício dela.

Mentalizem a grande onda de energia divina projetada do Sol invisível, que é a manifestação do Pai.

Procurem sentir o respeito que sentiriam se pudessem vê-la, tal como o sente o vidente exercitado.

Acompanhem-na em sua imaginação quando ela penetra na Terra durante a Sagrada Noite de Natal.

Deixem que esta energia os penetre da mesma forma que o faz na Terra e que é a causa ativa da germinação de todos os reinos. Cristo referiu-se, por analogia, às aves chocando os ovos ao descrever Seus sentimentos para com os outros seres e, se tentarmos sentir a germinação de todas as coisas da Natureza, como indicamos na lição da Páscoa, perceberemos outros aspectos do assunto.

Espero que utilizem bem esta lição como matéria de meditação, pois ela é diferente das lições intelectuais que facilmente se gravam na Mente e depois são esquecidas. Esta lição tem valor permanente, e quanto mais a estudarem, deixando-a penetrar fundo no coração, mais perto estarão do coração do todo que é Deus, o grande e amoroso Pai, que derrama igualmente a Sua vida tanto sobre a menor planta como sobre o maior espécime da floresta. Ele cuida dos animais selvagens e das aves; do pária sem lar e do potentado real em seu palácio, sem discriminação.

Que Deus os abençoe, abundantemente, revelando-lhes os tesouros de Sua riqueza, os quais ultrapassam todos os valores terrenos. Que sintam a onda de amor que Ele derrama, ano após ano, como uma realidade renovada. Assim, não se sentirão sós, mesmo estando sozinhos, e serão muito mais ricos – independentemente dos bens e do amor terreno que possuam – e mais preparados para irradiar o maior e a mais sublime de todos os sentimentos: O Amor Espiritual.

(Por Max Heindel – livro: Cartas aos Estudantes – nr. 05)

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Carta de Max Heindel: Meios Antinaturais para Obter Espiritualidade: quais são?

Meios Antinaturais para Obter Espiritualidade: quais são?

Setembro de 1915

Quando investigamos um determinado assunto nos Mundos invisíveis, abre-se para nós inúmeros e fascinantes caminhos. Constantemente distraímo-nos da linha principal de investigação por este, aquele ou outro motivo que atrai a nossa atenção, com o grande perigo de perder de vista a meta e vaguearmos num labirinto de incoerências. Algumas vezes, a tentação de seguir um impulso é mais forte do que o meu poder de resistência e, recentemente, enquanto estava escrevendo “a Teia do Destino”, a figura de um eremita com o corpo consumido pela fome, o que o fazia parecer um esqueleto – e que se açoitava até fazer brotar sangue das suas chagas que nunca tinha deixado cicatrizar pensando que servia a Deus com estas austeridades – levou-me a procurar a origem dessas horrorosas práticas. Sobre isto escrevi um longo artigo na nossa revista, mas o assunto é tão importante e são tantos os estudantes da Fraternidade que não são assinantes da revista, que julguei melhor relatar aqui os pontos principais.

Nos antigos Templos de Mistério, as grandes verdades, agora ensinadas pela Fraternidade Rosacruz relativas ao Corpo Vital, eram dadas ao Aspirante na Iniciação. Ele aprendia que este veículo era composto de quatro Éteres: o Éter Químico que é necessário pela a assimilação; o Éter de Vida que impulsiona o crescimento e a propagação; o Éter de Luz que é o veículo da percepção dos sentidos e o Éter Refletor, receptáculo da memória.

O Aspirante era instruído a respeito dos dois Éteres inferiores e a relação destes com os dois superiores.

Aprendeu que todas as funções puramente animais do corpo dependiam da densidade dos dois Éteres inferiores, e que os dois Éteres superiores compunham o Corpo-Alma, o veículo do serviço no Mundos Invisíveis. Cultivava esta gloriosa vestimenta por meio da abnegação própria, reprimindo as inclinações da natureza inferior pela força de vontade, tal como nós o fazemos hoje em dia.

Mas alguém, extremamente zeloso para alcançar a meta não importando como, esqueceu-se que só por meio do serviço e do altruísmo é que desenvolvemos o “Dourado Manto Nupcial”, composto pelos dois Éteres superiores. Julgou que a máxima oculta: “ouro no cadinho, impureza no fogo; ligeiro como o vento, alçar cada vez mais alto”, seria para expulsar as impurezas da natureza inferior, não importando de que forma isso fosse feito. Refletiu que sendo o Éter Químico o agente da assimilação, podia ser eliminado do Corpo Vital pelo esgotamento do Corpo Denso. Pensou igualmente que sendo o Éter de Vida a avenida da propagação, podia destrui-lo vivendo em celibato. Então, ficariam só os dois Éteres superiores, ou pelo menos aumentariam consideravelmente o seu volume em relação aos dois inferiores.

Para esse fim praticou toda a espécie imaginável de austeridade; o jejum entre outros. Por tal processo antinatural, o corpo perdeu a saúde e definhou. A natureza passional, que procura satisfação pelo exercício da função propagadora, foi aplacada com o castigo. É certo que, por essa horrível maneira, a natureza inferior parece estar subjugada. Entretanto, é igualmente verdade que, quando as funções corporais sofrem tão enorme enfraquecimento, visões ou mesmo alucinações são o resultado que essa pessoa obtém. A verdadeira espiritualidade não pode ser obtida pela profanação ou destruição do “Templo de Deus”, o Corpo, e o jejum pode chegar a ser tão inconveniente como a gula.

Esforcemo-nos por usar a moderação em todas as coisas, para sermos exemplos para os outros e alcançarmos a admissão ao Templo através de um justo viver.

(Carta nº 58 do Livro “Cartas aos Estudantes” – de Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

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Carta de Max Heindel: A Iniciação não pode ser alcançada por meio de Exercícios Respiratórios

A Iniciação não pode ser alcançada por meio de Exercícios Respiratórios

É com relutância da minha parte que volto a focar a questão dos exercícios respiratórios e seus efeitos sobre o corpo humano, mas esse fato obriga-me a proferir, novamente, a advertência contra os falsos e perigosos ensinamentos que são promulgados por pessoas ignorantes e inescrupulosas na sua ânsia de lucro. Os exercícios de respiração são absolutamente contrários aos Ensinamentos da Fraternidade Rosacruz, pois, de acordo com eles, os resultados espirituais só podem ser conseguidos por métodos espirituais e não por exercícios físicos. Infelizmente, o grande desejo dos estudantes de alcançar rápidos resultados torna, muitos deles, presas fáceis dessas pessoas desonestas. Um dos nossos mais promissores estudantes está agora num sanatório de doentes mentais por ter dado ouvidos a um charlatão que se ofereceu para iniciá-lo por vinte e cinco dólares.

Acabei de saber que num dos Centros da Fraternidade, um homem, que não está filiado à Sede, está cobrando determinada importância para fazer horóscopos, o que é totalmente contrário aos nossos ensinamentos. Anualmente devolvemos muitos dólares para pessoas que nos pedem que levantemos os seus horóscopos, assim como previsões de futuro, porque mantemos o princípio de que uma ciência espiritual, como a Astrologia, não deve ser prostituída por ouro, ainda que este nos seja muito necessário.
Entristece-nos que tais pessoas, que admitem ter conhecimento que essas práticas são contrárias aos princípios da Fraternidade Rosacruz, estejam à frente de centros de estudo na qualidade de professores e divulgadores dos Ensinamentos Rosacruzes. Esta mesma pessoa copiou, de livros indianos, que custam alguns centavos, exercícios de respiração que vende por um dólar às vítimas incautas.

Queridos amigos, acreditem na palavra de alguém que percorreu o caminho e sabe, por experiência própria, que não há trem expresso para o Templo de Iniciação. O Caminho é lento, escarpado e difícil; deve ser percorrido passo a passo, ainda que os pés e o coração sangrem de dor e sofrimento. O Corpo Alma – o “Dourado Manto Nupcial” – que a única palavra-passe que nos permitirá a entrada, é tecido pelas boas ações praticadas, dia após dia, com paciente perseverança em fazer o bem, e por nenhum outro método. Os exercícios respiratórios não podem substituir as boas ações. Não podem compreender isto? Sei o que estou dizendo, porque no princípio dos meus esforços nas lidas espirituais, também me deparei com estes exercícios de respiração. Experimentei-os por dois dias e, como resultado, meu Corpo Vital foi parcialmente expulso do Corpo Denso. Apercebendo-me que estavam em situação perigosa suspendi os exercícios, mas precisei de duas semanas para restabelecer-me, durante as quais me senti como se não pudesse colocar os pés no chão, como se estivesse caminhando pelo ar, tendo sofrido muito durante estas duas semanas. Outros poderão não ter a capacidade de recuperação que eu tive e, em consequência, ficarem predispostos a doenças mentais. Naturalmente, haverá algumas pessoas que não sentirão esses efeitos, mas é sempre muito, muito perigoso brincar com fogo. Por outro lado, se tentarmos todos os dias trabalhar na vinha de Cristo, esforçando-nos no serviço amoroso, o “Dourado Manto Nupcial”, o Corpo Alma, será seguramente tecido e com ele, um dia, todos seremos admitidos no Templo.

(Por Max Heindel – livro: Cartas aos Estudantes – nr. 45)

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