Arquivo de categoria Relação do Ser Humano com outros Seres

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Os Frutos da Vivência Cristã

Os Frutos da Vivência Cristã

É deveras gratificante avaliar como o trabalho desenvolvido pela Fraternidade vem rendendo “frutos” apreciáveis.

Nosso júbilo não se deve exclusivamente ao crescimento gradativo do número de estudantes. Há um fator mais importante, merecedor de maior destaque: são os resultados obtidos mediante a aplicação, no quotidiano, dos ensinamentos transmitidos ao mundo por Max Heindel.

Frequentemente ouvimos expressões de admiração e gratidão emitidas por estudantes.

Fazem questão de realçar o papel importante que a Filosofia Rosacruz desempenhou e continua a desempenhar em suas vidas, por estimulá-los a uma reforma interior – base de todo e qualquer progresso.

Alguns relembram seu passado sofrido, suas dificuldades de relacionamento, quando no lar ou no trabalho viviam em constante atrito com as pessoas que os cercavam. Relatam as danosas consequências desse negativismo: inimizades, perda de valiosas oportunidades de ascensão profissional, lares quase desfeitos, frustrações, etc. Com entusiasmo narram transformações operadas após o conhecimento do rosacrucianismo. Aprenderam a ser mais compreensivos em relação às falhas alheias. Tornaram-se mais vigilantes com as próprias.

Notaram como as coisas, ao seu redor, se modificaram. Aquele estado de franca “beligerância” ou de “paz armada”, para com os outros, converteu-se em entendimento. A vida assumiu um novo significado.

Outros estudantes frisam, e suas palavras deixam escapar o calor de uma sincera gratidão, a melhora de sua saúde como a suprema graça alcançada no Movimento Rosacruz.

Recordam, às vezes com os olhos umedecidos, o quanto padeceram presos a enfermidades.

Depois de adotarem um regime alimentar mais natural – isento de carne, álcool e estimulantes – puderam realmente desfrutar de uma vida mais plena e feliz.

Inicialmente encontraram uma certa dificuldade para livrar-se dos maus hábitos. Não era para menos. Os hábitos perniciosos, se mantidos durante anos, criam raízes, tornam-se “de casa”, passam a integrar nossa própria natureza. Erradicá-los demanda tempo e muita perseverança.

Com o passar dos anos, porém, constataram a transformação para melhor. Hoje gozam de boa saúde e proclamam essa verdade.

Há aqueles que se sentiam profundamente infelizes com suas vidas: alguns reveses, principalmente financeiros, roubaram-lhes a autoconfiança. Tornaram-se inseguros, indecisos.

As oportunidades que lhes surgiam amedrontavam-nos ao invés de estimulá-los à ação.

Viam os colegas de trabalho como rivais oportunistas ou competidores. Os parentes, estes pareciam escarnecer de seus fracassos, levando-os a um desespero maior. Com o tempo deixaram-se prostrar num lamentável estado de apatia, desânimo e imobilismo. Eis que por intermédio de alguém, ou por algum outro meio, entraram em contato com a Fraternidade. Inscrevem-se, fazem os cursos, estudam incansavelmente e começam a enxergar uma realidade até então desconhecida: o ser humano é uma célula integrante do macrocósmico corpo de Deus. Foi dotado de todos os atributos divinos.

Possui-os em forma latente e através da peregrinação pelas várias etapas da evolução tornar-se-á onisciente. É um herdeiro de todas as promessas celestiais. De forma alguma renasce para ser obrigatoriamente um infeliz, pobre coitado sujeito aos caprichos do destino.

Pelo contrário. Seu futuro é grandioso. Os sofrimentos atuais nada mais são do que os frutos de sua ignorância, e uma gama de lições a serem aprendidas. Assim, o conhecimento das leis naturais e sua justa aplicação traduzida em pureza, amor e serviço ensejam-lhe, aqui e agora, mudar sua vida para melhor.

“O único pecado é a ignorância”.

“O único fracasso é deixar de lutar”. “A única salvação é o conhecimento aplicado”.

Dessa maneira, muitos se encontraram no rosacrucianismo.

Afirmam ter descoberto a “fórmula mágica” responsável pela benéfica transformação ocorrida em suas vidas.

FÓRMULA MÁGICA? Mas a Filosofia Rosacruz não é um conjunto de verdades antiquíssimas em novas roupagens?

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de 11/1976)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Vimos a sua Estrela: a causa oculta da recepção do “Filho de Deus” não ser feita pelos “homens”

Vimos a sua Estrela: a causa oculta da recepção do “Filho de Deus” não ser feita pelos “homens”

Tendo nascido Jesus em Belém de Judeia, no tempo do Rei Herodes, eis que uns magos vieram do Oriente a Jerusalém dizendo: “Onde está Aquele que é nascido rei dos judeus”? Porque vimos a Sua estrela no Oriente, e viemos adorá-Lo”.

Os magos do Oriente eram filósofos. Faziam parte de uma grande e influente classe que incluía homens de nobre nascimento, bem como muitos ricos e sábios de sua nação. Eram sábios ocultistas. Entre estes se achavam muitos que abusavam da credulidade do povo. Outros eram homens justos, que estudavam e conheciam profundamente a Astrologia, sendo honrados por sua integridade e sabedoria. Desses eram os magos que foram em busca de Jesus.
A luz de Deus está sempre brilhando entre as trevas do paganismo. Ao estudarem esses magos o céu estrelado, procurando sondar os mistérios ocultos em seus luminosos caminhos, viram a glória do Criador. Buscando mais claro entendimento, voltaram-se para as Escrituras dos hebreus. Guardados como tesouro haviam, em sua própria terra, escritos proféticos, que prediziam a vinda de um mestre divino. Balaão pertencia aos magos, enquanto fosse em tempos profeta de Deus, pelo Espírito Santo predissera a prosperidade de Israel e o aparecimento do Messias, e suas profecias haviam sido conservadas, de século em século, pela tradição. No Velho Testamento, porém, a vinda do Salvador era mais claramente revelada. Os magos souberam, com alegria, que Seu advento estava próximo, e que todo o mundo se encheria do conhecimento da glória do Senhor.

Viram os magos uma espantosa Conjunção de Astros nos céus, naquela noite em que a glória de Deus inundara as colinas de Belém. A isso deram o nome de estrela. Não era uma estrela fixa, nem um Planeta, mas um Aspecto entre Astros que excitou o mais vivo interesse. Aquela estrela tinha grande significação, e para eles um significado especial. Consultaram sacerdotes e filósofos, e examinaram os rolos dos antigos registros. A profecia de Balaão declarara: “Uma estrela procederá de Jacó e um cedro subirá Israel (Nr 24:17). Teria acaso sido enviada essa singular estrela como precursora do Prometido? Os magos acolheram com agrado a luz da verdade enviada pelo céu; agora era sobre eles derramada em mais luminosos raios. Foram instruídos em sonhos a ir em busca do recém-nascido Príncipe.

Como Abraão, pela fé, saíra em obediência ao chamado de Deus, “sem saber para onde ia” (Hb 11:8); como pela fé, Israel seguira a coluna de fumo até a terra prometida, assim esses gentios saíram em procura do prometido Salvador. Esse país oriental abundava em coisas preciosas, e os magos não se puseram a caminho de mãos vazias. Em costume, a príncipes ou outras personagens de categoria, oferecer presentes como ato de homenagem, e os mais ricos dons proporcionados por aquela região foram levados em oferta àquele em que haviam de ser benditas todas as famílias da Terra. Os presentes levados tinham, além disso, um sentido profundamente oculto.

Era necessário jornadear de noite, a fim de não perderem a oportunidade de encontrarem o Menino. Se bem que longa, a viagem foi feita com alegria.

Chegaram à terra de Israel, e descem o Monte das Oliveiras, tendo à vista Jerusalém. Ansiosos começam a busca, esperando confiantemente que o nascimento do Messias fosse o jubiloso assunto de todas as bocas. São, porém, vãs suas pesquisas. Entretanto, na Santa Cidade, dirigem-se ao templo. Para seu espanto, não encontraram ninguém que parecesse saber do recém-nascido Rei. Suas perguntas não despertaram expressões de alegrias, mas antes de surpresa e temor, não isentos de desprezo.

Os sacerdotes repetem as tradições. Exaltam sua própria religião e piedade, ao passo que acusam os gregos e romanos como maiores pagãos e pecadores que todos os outros. Os magos não são idólatras, e aos olhos de Deus ocupam lugar muito acima desses. Seus professos adoradores, todavia, são considerados pelos judeus como gentios. Mesmo entre os designados depositários dos Santos Oráculos, suas ansiosas perguntas não fazem vibrar nenhuma corda de simpatia.

A chegada dos magos foi prontamente divulgada por toda Jerusalém. Sua estranha mensagem criou entre o povo uma excitação que penetrou no palácio do rei Herodes. O astuto edomita foi despertado ante a notícia de um possível rival. Inúmeros assassínios lhe haviam manchado o caminho ao trono. Sendo de sangue estrangeiro, era odiado pelo povo sobre quem governava. Sua única segurança era o favor de Roma. Esse novo Príncipe, no entanto, tinha mais elevado título. Nascera para o reino.

Herodes suspeitou que os sacerdotes estivessem tramando com os estrangeiros para excitar um tumulto popular, destronando-o. Ocultou, no entanto, sua desconfiança, decidido a malograr-lhes os planos por maior astúcia.

Convocando os principais dos sacerdotes e os escribas. Interrogou-os quanto aos ensinos dos livros sagrados com relação ao lugar do nascimento do Messias.

Essa indagação do usurpador do trono, e o ser feita a instâncias de estrangeiros, espicaçou o orgulho dos mestres judeus. A indiferença com que se voltaram para os rolos da profecia, irritou o ciumento tirano. Julgou que estavam buscando ocultar seu conhecimento do assunto. Com uma autoridade que não ousaram desatender, ordenou-lhes que fizessem atenta investigação e declarassem o lugar do nascimento do esperado Rei. “E eles lhe disseram: Em Belém de Judeia; porque assim está escrito pelo profeta:

“E tu Belém, terra de Judá, de modo nenhum és a menor entre as capitais de Judá; porque de ti sairá o Guia que há de apascentar Meu povo de Israel” (Mt 2:6).

Herodes convidou então os magos a uma entrevista particular. Rugia-lhe no coração uma tempestade de ira e temor, mas manteve um exterior sereno, e recebeu cortesmente os estrangeiros. Indagou em que tempo aparecera a estrela, e professou saudar com alegria a notícia do nascimento de Cristo. Pediu a seus hóspedes: “Perguntai diligentemente pelo Menino, e, quando O achardes participa-me, para que também eu vá e O adore”. Assim falando, despediu-os para que seguissem seu caminho a Belém.

Os sacerdotes e anciãos de Jerusalém não eram tão ignorantes a respeito do nascimento de Cristo como se faziam. A notícia da visita dos anjos aos pastores fora levada a Jerusalém, mas os rabis a tinham recebido como pouco digna de atenção. Eles próprios poderiam haver encontrado Jesus e estariam preparados para conduzir os magos ao lugar em que nascera; ao invés disso, porém, foram eles que lhes vieram chamar a atenção para o nascimento do Messias. “Onde está Aquele que é nascido Rei dos Judeus?” – Perguntaram – “porque vimos a Sua estrela no Oriente, e viemos adorá-Lo”.

Então o orgulho e a inveja cerraram a porta à luz. Fossem acreditadas as notícias trazidas pelos pastores e os magos, e teriam colocado os sacerdotes e rabinos numa posição nada invejável, destituindo-os de suas pretensões a exponentes da verdade de Deus. Estes doutos mestres não desceriam a ser instruídos por aqueles a quem classificavam de gentios. Não poderia ser, diziam, que Deus os passasse por alto, para Se comunicar com pastores ignorantes ou incircuncisos pagãos. Resolveram mostrar desprezo pelas notícias que estavam agitando o rei Herodes e toda Jerusalém. Nem mesmo iriam a Belém, a ver se essas coisas eram assim. E levaram o povo a considerar o interesse em Jesus como excitação fanática. Aí começou a rejeição de Cristo pelos sacerdotes e rabis.

Daí cresceu seu orgulho e obstinação até se tornar em decidido ódio contra o Salvador. Enquanto Deus abria a porta aos gentios, estavam os chefes judeus fechando-a a si mesmos.

Sozinhos partiram os magos de Jerusalém. Caíam as sombras da noite quando saíram pelas portas, mas, para sua grande alegria sabiam estar perto do Messias. Não tinham, como os pastores, recebido comunicação quanto ao humilde estado da Criança. Depois da longa jornada, ficaram decepcionados com a indiferença dos chefes judeus, e deixaram Jerusalém menos confiantes do que quando nela penetraram. Em Belém, não encontraram nenhuma guarda real a proteger o recém-nascido Rei. Não havia a assisti-Lo nenhum dos grandes da Terra. Jesus estava deitado numa manjedoura. Os pais eram Seus únicos guardas.

“E, entrando na casa, encontraram o Menino com Maria, sua mãe, e, prostrando-se, O adoraram”. Através da humilde aparência exterior de Jesus, reconheceram a presença da Divindade. Deram-Lhe o coração como a seu Salvador, apresentando então suas dádivas: “ouro, incenso e mirra”. Que fé a sua! Como do centurião romano, mais tarde, poder-se-ia haver dito dos magos do Oriente: “Nem mesmo em Israel encontrei tanta fé” (Mateus 8:10).

Os magos não haviam penetrado os desígnios de Herodes para com Jesus. Satisfeito o objetivo de sua viagem, prepararam-se para regressar a Jerusalém, na intenção de pô-lo ao fato do êxito que haviam tido. Em sonho, porém, recebem a divina mensagem de não ter mais comunicações com ele. E, desviando-se de Jerusalém partem para sua terra por outro caminho.

De igual maneira, recebeu José aviso de fugir para o Egito com Maria e a criança. E o Anjo disse: “E demora-te lá até que eu te diga; porque Herodes há de procurar o menino para o matar”. José obedeceu sem demora, pondo-se de viagem à noite, para maior segurança.

Por meio dos magos, Deus chamara a atenção da nação judaica para o nascimento de Seu Filho. Suas indagações em Jerusalém, a excitação do interesse popular, e o próprio ciúme de Herodes, que forçou a atenção dos sacerdotes e rabis, dirigiu os espíritos para as profecias relativas ao Messias, e ao grande acontecimento que acabava de ter lugar.

Os magos estiveram entre os primeiros a saudar o Redentor. Foi sua a primeira dádiva a lhe ser posta aos pés. E por meio daquela dádiva que privilégio em servir tiveram eles! Deus Se deleita em honrar a oferta de um coração que ama, dando-lhe a mais alta eficiência em Seu serviço. Se dermos o coração a Jesus, trar-Lhe-emos também as nossas dádivas.

Nosso ouro e prata, nossas mais preciosas posses terrestres, nossos mais elevados dotes mentais e espirituais ser-lhe-ão inteiramente consagrados, a Ele que nos amou e se entregou a Si mesmo por nós.

Em Jerusalém, Herodes aguardava impaciente a volta dos magos. Como passasse o tempo, e não aparecessem, despertaram-se nele suspeitas. A má vontade dos rabis em indicar o lugar, do nascimento do Messias, parecia mostrar que lhe haviam penetrado o desígnio e que os magos se tinham propositadamente esquivado. Esse pensamento o enraiveceu. Falhara a astúcia, mas restava-lhe o recurso da força. Faria desse Rei-criança um exemplo. Aqueles insolentes judeus haviam de ver o que podiam esperar de suas tentativas de colocar um monarca no trono.

Imediatamente foram enviados soldados a Belém, com ordem de matar todas as crianças de dois anos para abaixo.

Os sossegados lares da cidade de Davi presenciaram aquelas cenas de horror que, seiscentos anos antes, haviam sido reveladas ao profeta. “Em Ramá se ouviu uma voz, lamentação, choro e grande pranto; Raquel chorando os seus filhos, e não querendo ser consolada, porque já não existem”.

Essa calamidade trouxeram os judeus sobre si mesmos. Houvessem estado nos caminhos da fidelidade e da humildade perante Deus, e Ele haveria, de maneira assinalada, tornado sem efeito para eles a ira do rei. Mas separaram-se de Deus por seus pecados, e rejeitaram o Espírito Santo, que lhes era o único escudo. Não estudaram as Escrituras com o desejo de se conformarem com a vontade de Deus. Buscaram as profecias que podiam ser interpretadas para sua exaltação, e mostraram que o Senhor desprezava as outras nações. Jactavam-se orgulhosamente de que o Messias havia de vir como rei, conquistando seus inimigos e esmagando os gentios em sua indignação. Assim, haviam excitado o ódio dos governadores. Mediante a maneira por que desfiguravam a missão de Cristo, Satanás intentara tramar a destruição do Salvador; ao invés disso, porém, ela lhes caiu sobre a própria cabeça.

Este ato de crueldade foi um dos últimos que entenebreceu o reinado de Herodes. Pouco depois da matança dos inocentes, foi ele próprio obrigado a submeter-se àquela condenação que ninguém pode desviar. Teve morte terrível.

José, que ainda se achava no Egito foi então solicitado por um Anjo de Deus a voltar para a terra de Israel. Considerando Jesus como o herdeiro de Davi, José desejava estabelecer residência em Belém; ouvindo, porém, que Arquelau reinava na Judeia em lugar de seu pai, receou que o desígnio do pai contra Cristo pudesse ser executado pelo filho. De todos os filhos de Herodes, era Arquelau o que mais se assemelhava a ele em caráter. Já sua sucessão no governo fora assinalada por um tumulto em Jerusalém, e o morticínio de milhares de judeus pelas guardas romanas.

Novamente foi José encaminhado para um lugar de segurança. Voltou para Nazaré, sua residência anterior, e ali, por cerca de trinta anos viveu Jesus, “cumprindo-se deste modo o que tinha sido predito pelos profetas: Será chamado Nazareno”. A Galileia estava sob o domínio de um filho de Herodes, mas tinha uma mistura muito maior de habitantes estrangeiros do que a Judéia. Havia, assim, muito menos interesse nas questões que diziam respeito especialmente aos judeus, e os justos direitos de Jesus, corriam menos riscos de excitar os ciúmes dos que estavam no poder.

Tal foi a recepção feita ao Salvador ao vir à Terra. Parecia não haver nenhum lugar de repouso ou segurança para o infante Redentor. Deus não podia confiar Seu amado Filho aos homens, nem mesmo enquanto levava avante Sua obra em benefício da salvação deles. Comissionou Anjos para assisti-Lo e protegê-Lo até que cumprisse Sua missão na Terra, e morresse às mãos daqueles a quem viera salvar.

(Publicado na revista ‘Serviço Rosacruz’ – 12/79)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Cinema Afasta-se da sua Verdadeira Finalidade

O Cinema Afasta-se da sua Verdadeira Finalidade

A recreação para o espiritualista sincero vai se tornando cada vez mais escassa.

As peças de teatro apelam tanto para os palavrões, a um realismo contundente – esquecendo que isso é apenas uma parte da realidade total de nossos dias – que as pessoas de boa formação não suportam: saem no meio da encenação da peça como sinal de protesto.

Os cinemas, basta ler os programas anunciados pelos jornais: sexo, nudismo, violência, malícia.

Realmente, qual uma nesga de sol que aproveita uma brecha das nuvens para dizer-nos que lá atrás encontra-se uma luz real, aparece um filme bom. E os cinemas recebem um público numeroso, superlotando suas dependências! Por que? É a essência humana esfomeada!

É verdade que certos filmes, mais profundos e, simbólicos, como a “Flauta Mágica”, não tiveram êxito esperado, embora atingissem sutilmente o íntimo das pessoas.

E se uma boa película dá bilheteria, por que não as produzir em maior número? O “marketing”, revela que a massa reclama violência, sexo, nudismo, malícia. Mas, o cinema não tem finalidade educativa? Ingenuidade! É comércio.
Houve um grande produtor que acreditou na função educativa do cinema e soube conciliar a finalidade econômica com a sociológica.

Foi Walt Disney.

Agora vem à baila a história da famosa atriz Doris Day, sempre julgada esquisita porque jamais consentiu representar papéis que suscitassem maus exemplos ao público. Por coincidência é cristã convicta, não fuma, não bebe, não se envolveu em triângulos amorosos, nem em qualquer outro tipo de escândalo. Foi, além disso, presidenta da Sociedade Protetora dos Animais da Califórnia, após ter realizado uma viagem à Europa, onde pregou o amor aos animais, numa campanha contra o uso de peles e plumas por mulheres vaidosas.

Doris Day teve a coragem de deixar o cinema, em pleno apogeu da fama, e mesmo diante de ofertas tentadoras, preferindo um programa de televisão com seu filho.

Disse ela: – “Não me encaixo mais no cinema. Os roteiros que me oferecem são crus demais para o meu temperamento. Dão muita ênfase ao sexo, a Violência, ao nudismo. Não sou puritana, mas acredito em mostrar mais o lado belo das coisas para animar a humanidade a continuar lutando neste mundo, não a desanimar”.

(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 10/77)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Viajantes do Espaço: Vidas em outros Planetas

Viajantes do Espaço: Vidas em outros Planetas

Nos últimos anos muito se tem falado sobre viajantes do espaço, naves espaciais, visitantes de outros Planetas, etc. Ainda que este assunto tenha levantado muita celeuma, não é novidade. A história vem relatando, desde muito tempo, o aparecimento de objetos aéreos não identificados. Tais objetos que são “reconhecidos” como naves espaciais, aparecem normalmente em áreas isoladas, afastadas dos grandes núcleos de população e são atestados apenas por um número muito limitado de pessoas.

Além disso, os observadores não estão de acordo com aquilo que “veem”. As descrições dos incidentes diferem bastante para poderem ser levados em consideração. Quer-nos parecer, também, que os visitantes de outros Planetas (se de fato o são) se tem boas intenções, como dizem os seus observadores, teriam muito pouca dificuldade para estabelecerem sua identidade e para tomar conhecidos os propósitos de sua vinda, de maneira menos misteriosa.

O lançamento de satélites pelos Estados Unidos e pela Rússia, as viagens pelo espaço, parece dar nova perspectiva à possibilidade da presença aqui, na Terra, de visitantes de outros Planetas. Em alguns centros culturais, a possibilidade da existência de vida inteligente em outros Planetas é obstinada e quase egoisticamente negada. Todavia, inúmeros astrônomos e filósofos do passado aceitaram essa possibilidade e a literatura oculta está repleta de referência aos “mensageiros” vindos à Terra, particularmente de Vênus e Mercúrio. Utilizando os conhecimentos adquiridos no ocultismo, podemos chegar a compreender o que aconteceu relativamente à manifestação inteligente em outros Planetas além da Terra.

Podemos admitir que o modelo e o propósito evolutivos básicos são idênticos, seja na Terra, em Marte, Mercúrio, Vênus etc., condicionando-os apenas, às condições existentes em cada Planeta.

M. C. Flammarion, um dos maiores astrônomos de poucos anos atrás, formulou, como dedução exata e rigorosa de fatos conhecidos e das leis científicas, que:

1. Várias forças que eram ativas no princípio da evolução deram nascimento a variedade de seres nos vários mundos, tanto no reino orgânico como no inorgânico.

2. Os seres animados derivaram dos primeiros, com formas e organismos correspondentes ao estado fisiológico de cada globo habitado.

3. As humanidades dos outros mundos diferem da nossa, tanto na organização interna como no tipo físico exterior.

A Filosofia Rosacruz nos diz que quando a Terra fazia ainda parte do Sol o seu material estava em estado ígneo.

Nessa ocasião já existia a vida embrionária e, como o fogo não queima o espírito, a evolução embrionária começou imediatamente, ficando confinada à região polar do Sol onde o calor era menos intenso. Os seres mais evoluídos que deveriam tomar-se humanos, apareceram quando a terra ainda estava em estado líquido e envolvida em atmosfera gasosa. Não obstante a inteligência evoluinte dispôs os meios para construir um veículo com o auxílio de inteligências superiores já manifestadas em períodos evolutivos anteriores.

Os primeiros corpos construídos eram conto de ar e água, pois tais elementos respondem mais facilmente às pulsações da vontade criadora. Os veículos posteriores foram construídos da parte mais sutil do material denso do globo físico.

O primeiro Corpo Denso do ser humano, nem de longe se assemelhava ao seu atual veículo altamente organizado desenvolvido através de inúmeros milhões de anos de evolução. Seu primeiro Corpo Denso era parecido a um grande saco com uma abertura em cima, de onde saía seu único órgão sensório que era usado para orientação. O ser humano servia-se deste órgão para sobreviver e evitar a destruição do seu corpo. O corpo humano consistia de matéria plástica mole e as outras formas terrestres também eram moles e plásticas.

A Terra, comparada com sua atual firmeza, estava naquele tempo, em estado fluídico. A alma humana, encarnada no veículo que acabamos de descrever, adaptou-se em maior grau do que depois, pois a atual manifestação da alma em um corpo masculino ou feminino é devida ao fato de que um ou outro foi imposto pelo desenvolvimento da natureza exterior. Enquanto o ser humano tinha domínio sobre a matéria, formava seu corpo masculino ou feminino, mas dava-lhe as qualidades comuns a ambos, pois, a alma humana é ao mesmo tempo masculina e feminina, possuindo ambas as naturezas em si. A formação exterior da Terra levou o corpo a adotar a evolução unilateral e, quando a Terra atingiu certo grau de densidade, apareceu a separação dos sexos. A densidade da matéria reprimiu parcialmente o poder de reprodução e essa porção da força reprodutora que é efetiva requer complemento exterior que encontra na força oposta de um outro ser humano.

Quando os veículos humanos atingiram certo grau de desenvolvimento, os espíritos que estavam por cima, no Éter (chamados na Bíblia de “Filhos de Deus”), desceram e penetraram nos novos corpos, chamados “filhas dos homens” ou mais corretamente, “Filhas de Manas”, ou seja, corpos formados ou feitos de Mente. A partir daí, seguiram um extenso programa evolutivo. As formas foram aparecendo no mundo material por um processo de experimentação natural e depois de milhões de anos, foram geradas formas mais convenientes para a manifestação do ser humano. As formas que não eram usadas para a encarnação do ser humano tornaram-se formas sem Mente, as sombras, os monstros descritos na antiga história da Caldéia como seres compostos feitos de animais, pássaros e peixes, com muitas cabeças. A Cabala também se refere a elas como os Reis de Edom, os gigantes sem equilíbrio que pereceram no vazio.

Na Bíblia, no Gênesis 4:4, está escrito: “Havia naqueles dias, gigantes na terra, e também depois, quando os filhos de Deus entraram às filhas dos homens, e delas geraram filhos; estes eram os valentes que houve na antiguidade, os varões de fama”. Gigantes que havia “antes” e “depois” é um sinônimo aparente de “Filhos de Deus”, embora pareça ter havido alguma degenerescência quando eles inauguraram a relação sexual na terra. Segue-se um intervalo de tempo e os versículos seguintes dizem: “E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicam sobre a terra, e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente. Então arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem sobre a terra, e pesou-lhe em seu coração. E disse o Senhor: Destruirei, de sobre a face da terra, o homem que criei, desde o homem até o animal, até ao réptil, e até à ave dos céus; porque me arrependo de os haver feito”. A progênie dos gigantes que tinham produzido monstros devia desaparecer, embora se diga que os enormes antropoides que existem hoje são sua descendência.

O resfriamento da superfície da terra permitiu a liberação dos seus elementos com os quais foi possível formar veículos materiais para a humanidade infante. Esses elementos, modelados pela vontade dos deuses, foram assumindo formas determinadas como uma célula fecundada constrói, aos poucos um organismo capaz de ter uma existência inteligente individual. Mas houve um tempo que a terra não era conveniente para a existência humana. A Bíblia refere-se a esse tempo em que “a terra era informe e vazia e havia trevas sobre a face do abismo e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas”. A terra devia ser isolada dos céus, as águas deviam ser divididas e a terra seca havia de aparecer, antes que a vida evoluinte pudesse habitar a Terra.

Apareceram outros líderes, que não as Hierarquias Criadoras, para conduzirem a humanidade. Eles ajudaram o ser humano nos seus primeiros passos titubeantes depois que a involução o dotou de veículos. Esses seres, e claro, estavam muito mais adiantados do que a humanidade comum, no caminho da evolução.

Vieram dos Planetas Vênus e Mercúrio prestar serviço à humanidade da Terra como pagamento de suas próprias dividas de destino.

Os seres que habitam Vênus e Mercúrio não são tão adiantados quanto aqueles cujo campo de evolução é o Sol, mas estão muito além da nossa humanidade. Foram capazes de permanecer por mais tempo na massa central do Sol do que nós que viemos para a Terra, mas em certo ponto, sua evolução também precisou de campo separado.

E os dois Planetas, Vênus primeiro e Mercúrio depois foram arrojados do Sol. Seu grande desenvolvimento permitiu que ficassem mais próximos do Sol para receberem o grau de vibração necessários ao prosseguimento de sua evolução.

Os habitantes de Mercúrio mais adiantados, firmam mais próximos do Sol. Desse, os que vieram à Terra foram identificados como os “Senhores de Mercúrio”. Os que vieram de Vênus foram chamados de “Senhores de Vênus”.

Os Senhores de Vênus foram os Guias das nossas massas de povo.Eram atrasados da evolução de Vênus e, para recuperarem sua evolução, foi-lhes dado o privilégio de nos prestarem serviço. Apareceram entre nós, a humanidade, e foram conhecidos como os “Mensageiros dos Deuses”. Guiaram nossa humanidade passo a passo não havendo rebeldia à sua autoridade porque o ser humano daquele tempo não havia desenvolvido a vontade própria. Seu propósito era conduzir a humanidade ao ponto em que pudesse manifestar vontade e entendimento, ou, ao menos, ao ponto em que pudesse dirigir-se a si mesmo.

Era sabido que tais mensageiros falavam com os Deuses. Eram muito reverenciados e suas ordens eram obedecidas sem discussão. Sob a orientação desses Grandes Seres, a humanidade atingiu elevado grau de progresso; os mais adiantados foram postos sob a direção dos “Senhores de Mercúrio” que os iniciaram nas verdades superiores a fim de prepará-los para serem os guias do povo. Alguns desses iniciados foram elevados à posição de reis, sendo os fundadores das diversas dinastias de “Guias Divinos”, reis por graça divina, ou melhor, pela graça dos Senhores de Vênus e de Mercúrio que eram como deuses para a humanidade infante. Os Senhores de Mercúrio guiaram e instruíram esses reis para governarem pelo bem do povo. A arrogância e a cupidez que eles depois demonstraram foi simples degeneração.

Os Senhores de Mercúrio ensinaram o ser humano a sair e entrar no corpo físico à vontade, a empregar seus veículos superiores independentemente do Corpo Denso, de modo que o corpo físico se tornou uma habitação agradável em vez de uma prisão. Atualmente Mercúrio exerce pequena influência sobre nós porque está emergindo do repouso planetário; com o tempo, porém, sua influência será mais fortemente sentida, tornando-se poderoso fator na futura evolução.

Os astrônomos e os filósofos de outrora fizeram muita conjectura acerca da vida nos outros Planetas e Kant apresentou como teoria que a matéria de que eram formados os veículos dos habitantes dos outros Planetas variava em densidade e em sutileza conforme a distância do Planeta ao Sol, este, é cheio de eletricidade vital e, portanto, a humanidade de Vênus e de Mercúrio, supõe-se ser muito mais etérica do que somos nós. Indubitavelmente são muito mais inteligentes e possivelmente menos abrutalhados. Astrônomos, matemáticos, filósofos, entre eles Leibnitz, Isaac Newton, Bode, Herschell e Laplace, acreditaram na existência de outros mundos habitados além do nosso e mesmo em mundos que precederam o nosso.

A análise dos meteoritos que caíram na Terra mostrou que em um deles havia uma forma de carbono que está invariavelmente associada à vida orgânica como existe no nosso mundo. A presença desse carbono não era devida a nenhuma ocorrência havida na nossa atmosfera, pois o carbono foi encontrado no interior do meteorito. Em outro meteorito encontraram água e turfa, sendo provável que a presença da turfa se deve à decomposição de substâncias vegetais. O como e o por que esses meteoritos com suas informações interiores deixaram seus Planetas continua, todavia, em mistério.

Exames posteriores das condições astronômicas de outros Planetas mostraram que alguns deles parecem melhor adaptados para o desenvolvimento da vida e da inteligência do que o nosso Planeta. As estações em Júpiter, por exemplo, mudam quase imperceptivelmente e duram quase doze vezes o tempo das nossas. Devido a inclinação do eixo de Júpiter, suas estações são devidas quase exclusivamente à excentricidade de sua órbita variar muito pouco e regularmente. Vênus parece ser menos adaptado à vida humana como nós a conhecemos, porque suas estações são muito acentuadas, com temperaturas extremas que mudam quase instantaneamente. A duração do dia, todavia, parece ser a mesma tanto em Mercúrio como em Vênus, na Terra e em Marte.Em Mercúrio o calor e a luz do Sol são sete vezes maiores do que estamos acostumados na nossa Terra e parece que ele está envolvido em densa atmosfera. Como a vida, no nosso Planeta, aparece mais ativa em proporção à luz e ao calor do Sol (dentro de limites, é claro), é possível que a atividade em Mercúrio seja muito maior do que aqui.

Vênus também possui atmosfera densa, bem como Marte. Os astrônomos notaram alguma semelhança entre Mercúrio, Vênus e a Terra nas regiões polares cobertas de neve, nas nuvens que cobrem a superfície dos Planetas e na variação das estações e dos climas. A existência de vida humana idêntica à nossa sobre esses três Planetas parece possível. Pelo menos, está abundantemente demonstrado que alguma forma de vida, não se levando em conta as suas características fisiológicas, é inteiramente provável nesses Planetas.

A Sabedoria Antiga nos fala de Grandes Seres que vieram dos seus mundos celestiais para reinar na Terra ensinar a humanidade a astronomia, a arquitetura, as matemáticas e todas as outras ciências que chegaram até nossos dias. Esses Seres apareceram primeiramente como Deuses e Criadores, incorporaram-se no ser humano, surgindo afinal como Reis e Legisladores divinos. Os Egípcios falam da ciência que floresceu somente depois do aparecimento dos seus Deuses Isis-Osíris aos quais continuaram a adorar como Deuses mesmo depois que eles apareceram como Príncipes em forma humana. Como Príncipes construíram cidades, aproveitaram as inundações devidas às cheias do Nilo, inventaram a agricultura, ensinaram o uso da música, da geometria etc. E muito significativo que o trigo nunca tenha sido encontrado em estado silvestre; acredita-se que não seja um produto da nossa Terra.

O que esses líderes sabiam e o que podiam fazer não parecia resultar do uso dos órgãos dos sentidos ou do conhecimento humano. Tais guias foram adorados como “Mensageiros Divinos” e como tais, dirigiram as comunidades e instruíram,alguns indivíduos, suficientemente desenvolvidos, nas artes de governar. Dizia-se que esses Mensageiros Divinos falavam com os deuses e que foram iniciados pelos deuses nas leis segundo as quais os seres humanos deviam evoluir. Tais iniciações e comunhões ocorriam em lugares desconhecidos do povo e, por esse motivo, eram chamados de Templos de Mistérios.

O ser humano é, todavia, um deus em potencial e está escrito que quando os deuses se retiraram deixando a humanidade colocar em prática as leis que havia aprendido sem ter quem a guiasse, chegou um período de degeneração devido a fraqueza humana.

Alguns entusiastas dos “discos voadores” dizem que o propósito da visita dos habitantes de outros Planetas não é impedir que a humanidade se aniquile pelo uso da energia nuclear, mas sim preveni-la da possibilidade de terrível cataclismo planetário pelo abuso das explosões atômicas que já estariam fazendo grandes alterações em seus Planetas, causando prejuízos à sua humanidade. Chegam mesmo, esses entusiastas, a dizer que tais visitantes já fazem uso de um poder desconhecido (para nós) a fim de contrabalançar alguns resultados das explosões atômicas que nós já realizamos. Seria mais razoável acreditar que a força atômica que a humanidade conseguiu dissociar cause maior catástrofe ao nosso próprio Planeta, a Terra, e que se tais fatos foram deduzidos por uma humanidade de outro Planeta, superior à nossa que eles se inquietassem e fizessem algum esforço, dentro de suas possibilidades, para evitar tal calamidade. Mas como estão levando a cabo seu intento por meio dessas visitas periódicas e áreas afastadas do nosso Planeta e a grupos isolados de pessoas que não podem convencer nosso governo do perigo que nos aguarda, isso faz com que ponhamos em dúvida o que dizem esses entusiastas. A inteligência superior atribuída aos visitantes dos outros Planetas levaria qualquer um a crer que eles seriam capazes de convencer a humanidade da Terra que estaria andando por mau caminho de forma mais prática do que essa. Uma inteligência tão grande que pode viajar em naves espaciais de sua criação, que demonstra não ter dificuldades em conversar na própria linguagem das pessoas com quem entra em contato, por certo estaria apta a provar seu ponto de vista, da mesma forma que a nossa humanidade avançada, daqui a centenas ou milhares de anos, poderá provar seu conhecimento superior.

A viagem entre os Planetas não é novidade, mas há razões para acreditarmos que ela só é possível com veículos muito mais sutis. As condições e os elementos físicos não são empecilho nem afetam aos que viajam nesses veículos sutis. As forças que encontraremos no trajeto são “interplanetárias” e assim como os Filhos de Deus” puderam outrora chegar ao nosso Planeta e tornar conhecida sua vontade à humanidade infantil, aqueles que conseguirem suficiente crescimento anímico nos nossos dias, poderão viajar para “países estrangeiros”, conforme seu desejo de servir.

Considerando o movimento de qualquer objeto material na nossa atmosfera, não podemos esquecer que está provado cientificamente que qualquer objeto (mesmo as naves espaciais), de material que tenha densidade maior do que o meio no qual está agindo (neste caso nossa atmosfera) criaria uma onda de choque, se viajasse com velocidade maior do que a do som, que é aproximadamente de 1.200 quilômetros por hora. Qualquer pessoa que visse um”disco voador” estaria, inevitavelmente, dentro da onda de choque, se ele viajasse com aquela velocidade ou maior ainda, e o som da onda de choque seria ouvida, com certeza, com grande intensidade. Mas até agora, nenhum dos observadores de discos voadores fez referência a esse fato, que é elementar, na física.

Não há dúvida que a humanidade quer dominar um a um os diversos materiais bem como as limitações e restrições físicas na conquista da matéria. Dessa forma pretende alcançar e penetrar regiões afastadas do nosso centro de densidade, a Terra. Como a densidade varia ao se aproximar de outro Planeta, aí encontrará novamente um grau ou condição de matéria que terá de lutar para conquistar. Conquistar o ser humano quer, pois ele está cada vez mais penetrando em seu veículo próprio a Mente, à medida que este veículo vai se tornando”maduro”.

Parece-nos, todavia, que o melhor que o ser humano poderia fazer, se conseguisse intercâmbio amistoso com seres de outros Planetas, seria a troca de conhecimentos intelectuais e é razoável supor que este seja um passo dado na direção certa que conduzirá à Fraternidade, dentro da esfera de influência de Deus, todas as Suas criaturas que, dessa forma, lhe proporcionarão o desenvolvimento e a perfeição evolutiva que ele busca.

(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 10/79)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Para falar do Amor Universal do Cristo, falemos de conhecimentos extrafísicos

Para falar do Amor Universal do Cristo, falemos de conhecimentos extrafísicos

Certos partidários da filosofia realista-materialista desejam averiguar e determinar o que seria aquilo a que o espiritualista chama “AMOR UNIVERSAL”, ou seja, o amor do ESPÍRITO DO UNIVERSO. Para o espiritualista não existe dúvida sobre esse delicado ponto em seus estudos, concentrações e meditações, uma vez que se trata de conhecimentos da mente submersa no plano da MENTE ABSTRATA. Logo, percebemos, não se tratar apenas do “mentalismo cerebral”, enquanto a alma deve submergir em uma consciência superior, no plano abstrato-metafísico. Os filósofos da concepção realista, deste modo, não têm acesso a esse plano, pois trata-se de uma ação irreal.

Visto acionar um plano superior da Mente, o cientista materialista, como não pode fazer um cálculo, como não pode, através dos cinco sentidos, enquadrar-se na CONCEPÇÃO FILOSÓFICA MÍSTICA em sua determinação ESPÍRITO REALISTA, rejeita as qualidades anímicas que o espiritualista possui.

O materialista acredita que o amor é simplesmente um reflexo de funções celulares, e que nada mais é do que um erotismo sensual, sendo uma função do corpo animal que o ser humano possui. O amor para o materialista nada mais é do que um instinto animalesco. Dizem que, tal qual uma cachorra quer bem aos seus filhotes, uma mãe humana também quer bem aos seus filhos, colocando, assim, a espécie humana no mesmo nível do animal. Não nega, o espiritualista, que os animais não tenham o instinto de querer bem aos seus filhotes, mas não coloca o ser humano ao nível do instinto do animal. Cremos, porém, com toda sinceridade, que uma mãe não sentirá para com seu filho aquilo que Freud chama de “libido”. Pode uma esposa sentir a sensualidade para com o seu esposo, mas não uma mãe para com seus filhos.

Estamos vendo, nessa forma de pensar, que, se falarmos do AMOR UNIVERSAL, devemos utilizar conhecimentos extrafísicos, e não concepções materiais, sensuais e eróticas. Tratando-se, no caso do espiritualista, de amor proveniente do ESPÍRITO DO COSMOS, pois Deus é o amor transposto a cada célula do corpo físico do ser humano, deve dizer-se aos materialistas que essa concepção não é uma invenção humana, posto que, sendo Deus anterior ao ser humano, o amor logicamente é anterior.

O espiritualista rejeita qualquer especulação sobre o que procede de Deus, porque inatingível pela lógica mental, por qualquer fórmula dogmática do campo da intelectualidade. O espiritualista sente, por intuição, o AMOR UNIVERSAL, quando mergulhada sua alma na harmonia do UNIVERSO, submergida por ação meditativa no fenômeno extrassensorial.

Se ingressado na ilimitada exaltação de todo seu SER, nos planos do Absoluto, encontra sua alma embevecida de felicidade transfigurada no AMOR DO UNIVERSO. Esse fato mostra a ampliação de sua sensibilidade amorosa ao nível do AMOR UNIVERSAL. Sentirá DEUS em sua bondade, que o arrebatou das circunstâncias sensoriais-materiais.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz em 10/1975)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Nossa Capacidade de Servir nos conhecendo melhor

Nossa Capacidade de Servir nos conhecendo melhor

Em qualquer plano, à medida que ampliamos nossa capacidade, também se amplia nossa utilidade.

Se esta é uma verdade indiscutível para a vida terrena, o é mais ainda para a vida espiritual. Assim, podemos dizer que, se a cultura religiosa não torna alguém mais cristão, também não é somente a vivência que sustenta o Cristianismo. A fé que reside apenas na vontade e no sentimento corre um grande risco. Em momentos de crise faltará sustentação do intelecto para dizer: não estou entendendo nem sentindo como gostaria, mas conheço o suficiente para tirar uma conclusão. Dificilmente uma fé sobreviverá sem a base sólida ou suficientemente sólida da doutrina.

A tônica dos ensinamentos Rosacruzes é servir. Mas será que não corremos o risco de nos acomodarmos ao serviço amoroso e desinteressado que procuramos executar e muitas vezes realmente o executamos, esquecendo-nos de que se aumentássemos nosso conhecimento da doutrina Rosacruz e outros poderíamos servir mais e melhor, reconhecendo realmente todas as oportunidades que se nos apresentam sem deixar passar alguma que, às vezes, nem percebemos serem oportunidades de serviço? E se, aumentando nossa capacidade de servir nesse plano aumentamos proporcionalmente nossa capacidade de servir nos planos internos, será que temos plena consciência da nossa responsabilidade ao nos contentarmos em permanecer no “status” espiritual que julgamos ter, sem melhorar ou melhorando muito aquém do que poderíamos e deveríamos, já que temos o privilégio enorme de sermos chamados pelos Irmãos Maiores para colaborar com eles na redenção da humanidade?

Temos a tendência em achar que, se fazemos o máximo pelos outros está tudo certo. Mas será que esse máximo que fazemos é realmente do que seríamos capazes se ampliássemos nossas capacidades, se estudássemos mais, se procurássemos colocar em nossos atos um embasamento maior de conhecimentos da Filosofia?

Tudo na natureza está na divina ordem: se não somos Auxiliares Visíveis, jamais chegaremos a Auxiliares Invisíveis. Se não trabalhamos pelos nossos irmãos, aqui e agora, aqueles que, com palavras e gestos muitas vezes imploram nosso auxilio, que credenciais teríamos para trabalhar como Auxiliares Invisíveis? Se o mundo físico é o “baluarte da evolução”, temos de trabalhar nele, antes de trabalhar em outros mundos. Deus respeita tanto nosso livre arbítrio que, se não servimos aqui e agora por nossa livre e espontânea vontade, onde praticamente tudo depende de nós, Ele não nos levará a servir no outro lado. Se não queremos servir aqui, quem garante que o queiramos do outro lado?

À medida que servimos, nos tornamos aptos a receber maiores e melhores oportunidades de serviço. Precisamos estar atentos a essas oportunidades e aproveitá-las todas, para formarmos o nosso Corpo-Alma, nosso dourado manto nupcial, pois não sabemos quando Cristo virá nos chamar para as bodas místicas.

Na nossa retrospecção, examinemos mais cuidadosamente o que deixamos de fazer e, se o que fizemos foi tão bem feito como o deveria, por falta de capacidade nossa. E assim poderemos nos conhecer melhor e ampliar nossa capacidade para, cada dia, podermos ser de maior utilidade na Vinha do Senhor.

(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 10/75 – Fraternidade Rosacruz)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Alquimia Espiritual: o que é isso na sua vida

Alquimia Espiritual: o que é isso na sua vida

As linhas irradiantes de força, invisíveis aos olhos físicos, permeiam o Corpo Denso e formam a nossa Aura. A coloração dessa Aura é distinta em cada indivíduo em um matiz fundamental e demonstra o grau de evolução de cada um.

Nas raças inferiores, esse matiz fundamental é vermelho, semelhante ao de um fogo lento; é um sinal da índole emotiva e passional.

A Aura dos indivíduos em elevados graus na escala da evolução apresenta um matiz fundamental de cor alaranjada, o vermelho das emoções, mesclado com o amarelo do intelecto. Entretanto, como resultado da consciente ou inconsciente alquimia espiritual que realizam ao longo do caminho do progresso e das experiências da vida, experiências que ensinam a sujeitar as emoções ao domínio da Mente, acabam por se emancipar dos marcianos Espíritos Lucíferos do belicoso Jeová, cujas cores são escarlates e vermelhas. E, assim, esmaece o matiz fundamental da Aura, na medida em que, consciente ou inconsciente, vão se identificando com o espírito unificador e altruísta de Cristo que vibra em áurea cor.

O nimbo de luz amarelada com que os artistas dotados de visão espiritual aureolavam a cabeça dos santos é a representação física de uma promessa espiritual que se cumprirá em todos os seres humanos, embora só aqueles a quem chamamos Santos o tenham conseguido. Depois de lutar durante muitas vidas contra as próprias paixões, perseverar pacientemente em boas obras, constância em propósitos elevados, os santos atuais conseguiram ultrapassar o raio vermelho e se encontram imersos nas vibrações douradas do raio de Cristo.

Os pintores medievais dotados de visão espiritual, ao representarem a citada transmutação, rodearam as cabeças dos Santos de uma auréola dourada, como sinal de libertação do poder lucífero de Marte, assim como do poder de Jeová e seus Arcanjos, pertencentes a uma etapa de evolução de raça e de nacionalismo.

Os Espíritos Lucíferos encontram sua expressão no ferro do sangue. O ferro é um metal marciano, tão difícil de colocar em alta vibração que é necessário o penoso esforço de muitas vidas para que o produto da sua combustão tome a cor dourada da Aura pura dos Santos. Quando tal se consegue, se consuma o magno processo da alquimia ou transmutação do metal inferior em ouro, ao mesmo tempo que os resíduos da Terra se convertem na maravilhosa liga do Mar de Bronze. Então, só faltará abrir as comportas para que o jorro flua.

A cor natural do ouro é o raio de Cristo, que encontra sua expressão química no elemento Solar chamado oxigênio. No caminho da evolução para a Fraternidade Universal, todos os seres humanos, mesmo que não professem uma religião determinada, terão em suas Auras o matiz dourado, sob impulsos de altruísmo partidos do ocidente. São Paulo dá a entender isso, ao dizer: “Cristo há de formar-se em vós”.

Quando soubermos formar a “liga” por meio de vidas espiritualizadas e vibrarmos em completa harmonia com Cristo, seremos semelhantes a Ele e estaremos aptos a abrir os crisóis do Mar de Bronze.

Cristo, na Cruz, Se libertou por meio dos centros espirituais situados, segundo se diz, nos lugares onde lhe pregaram os cravos e de outros centros ainda. Aquele que prepare o Mar de Bronze receberá instrução do seu Mestre quanto ao modo de romper os laços e se elevar as esferas superiores, ou como refere a expressão maçônica “viajar por países estrangeiros”. Essa frase está de acordo com a admonição de Cristo, quando disse que, para chegar a ser seu Discípulo é preciso deixar pai e mãe. Essa é uma das mais simbólicas frases do Evangelho e geralmente mal interpretada, porque a reportam aos pais vida após vida física, quando, na verdade, significa algo muito diferente no ponto de vista esotérico.

Para bem compreender, recordemos que os Espíritos Lucíferos introduziam o ferro no organismo humano e, com isso, tomaram possível a encarnação do Ego. Porém, a contínua oxidação do sangue acaba por inutilizar o Corpo como morada do espírito e dá lugar a morte.

Assim, os Espíritos de Lúcifer, ajudando o nosso Corpo físico, são também os Anjos da morte a que estão sujeitos os descendentes de Eva e Samuel e os de Eva e Adão, porque todos são de carne.

O Sol, o centro da vida, governa o gás vivificante chamado oxigênio que se combina com o ferro, metal marciano. Cristo, o senhor do Sol, é também o Senhor da vida. Quando pela alquimia espiritual, chegarmos a ser como Ele, alcançaremos a imortalidade, nos libertando de nosso pai Samuel e de nossa mãe Eva. A morte não terá mais domínio sobre nós. Isso não significa que os Corpos de quem alcança a imortalidade não tenham que morrer. O espírito dominará completamente o Corpo, usando-o durante séculos, até que lhe convenha tomar outro.

Outrossim, pelo mesmo processo de alquimia espiritual, o espírito terá capacidade de formar um novo Corpo adulto, se desprendendo do já velho e gasto.

A passagem do Adepto dos domínios da morte para o reino da imortalidade está simbolizada no arrojado salto de Hiram Abiff, o Grão-Mestre dos obreiros do Templo de Salomão, ao se precipitar no mar ardente de metais fundidos e na passagem pelas nove arcadas da camada terrestre que foram o Caminho da Iniciação. Também está simbolizado no batismo de Jesus, e depois do Gólgota, na descida à região subterrânea onde o seu Corpo Vital está esperando o dia do segundo e definitivo advento do espírito de Cristo.

(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ de maio/1979 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Origem do Cristianismo Esotérico: Essênios, Iniciações e Christian Rosenkreuz

A Origem do Cristianismo Esotérico: Essênios, Iniciações e Christian Rosenkreuz

Encontramos suas raízes entre a devota ordem dos Essênios, ao tempo de Cristo. Não são mencionados nos Evangelhos porque foram precisamente eles que dirigiram sua redação. Os manuscritos do Mar Morto, descobertos desde 1947, em aparente acaso, às margens do Mar do mesmo nome, nas cercanias do soterrado Mosteiro de Qumran, mostram inequívoca relação daquela Ordem com os Evangelhos, principalmente com o de São João Evangelista e as cartas de São Paulo. Efetivamente, José e Maria, pais de Jesus; Zacharias e Izabel, pais de João Batista; Jesus, João Batista e os seguidores de ambos, todos foram Essênios

Lázaro, Iniciado por Cristo na simbólica passagem de sua ressurreição, renasceu depois como Christian Rosenkreuz, fundador da Ordem Rosacruz. Jesus foi educado pelos Essênios e com eles privou no período omitido pelos Evangelhos, dos onze aos vinte e nove anos, preparando-se em Qumran e posteriormente na Pérsia (onde havia a mais completa biblioteca daqueles tempos), para a missão transcendental de sua União a Cristo, no batismo do Jordão. As passagens principais da vida de Jesus Cristo são “passos” Iniciático do desenvolvimento de cada Aspirante à vida superior. Com esse fim os Evangelhos foram escritos: como fórmulas de Iniciação, sob a singela aparência de narrativa a respeito da vida de Jesus Cristo.

Essas nove Iniciações, pela ordem, são: Batismo, Tentação, Transfiguração, Última Ceia, Lavapés, Getsemani, Estigmatização, Crucificação e Ressurreição.

Assim a Fraternidade Rosacruz visa a uma grandiosa finalidade e encaminha os Aspirantes vencedores a ilimitado desenvolvimento posterior para serviço do mundo. Não constitui uma confissão religiosa, no sentido comum do termo, porque não é dogmática; todavia no mais lato sentido, é uma escola de religiosidade, que oferece os mais eficientes meios de religar o ser humano a Deus, através de Seu Filho, o Verdadeiro Caminho.

(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 03/79 – Fraternidade Rosacruz –SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

As Faculdades Espirituais e sua Ética

As Faculdades Espirituais e sua Ética

Muitas pessoas não se dão conta de que os homens ou mulheres com os quais nos relacionamos diariamente talvez sejam, alguns, é claro, possuidores de algum grau de Vidência. Há vários estágios de desenvolvimento espiritual dos quais constantemente ouvimos falar.

As exibições dessa faculdade geralmente são feitas por videntes negativos, pouco ou nada conhecedores das forças com as quais se põem em contato. Outras vezes essas demonstrações são realizadas por aqueles que, tendo obtido um insignificante conhecimento das coisas espirituais, “atrevem-se a pisar onde os Anjos temem voar”.

O clarividente positivamente desenvolvido sabe, por experiência, que uma única demonstração não convence ao incrédulo, servindo-lhe apenas para exigir mais uma. Um ser espiritualizado, compreendendo as forças que o cercam, nunca prostituirá seu dom com a finalidade de auferir benefícios materiais.

Jamais o empregará com propósitos banais, sabendo que poderá perdê-lo se o fizer. Nem a salvação e muito menos as evoluções podem ser compradas. Cristo curou e alimentou as multidões, mas não usou Seus poderes para fugir ao Gólgota.

É possível convivermos com um clarividente positivo sem nunca o sabermos. Ele não se identificará como tal.

Durante muitos anos certo homem foi meu sócio em vários negócios. Há pouco tempo, entretanto, é que, em uma palestra casual, descobri tratar-se de um estudante de filosofia oculta. Isto, todavia, não é de se admirar, como parece à primeira vista. Revendo os vários anos de relacionamento com esse esoterista, percebi nunca tê-lo ouvido pronunciar a menor crítica ou ofensa a quem quer que fosse. Em circunstâncias onde o ser humano comum age com intolerância, ele sempre manifestou condescendência. Sempre respeitou todas as religiões e as opiniões alheias, embora tivesse seus pontos de vista. Quando eu desrespeitava as coisas sagradas em sua presença, ele me repreendia sutil e silenciosamente.

Esse homem me intrigava e eu o interrogava o mais que podia. As respostas fluíam com simplicidade e paciência, exceto quando eu me tornava impertinente. Quando, por exemplo, eu lhe perguntava sobre sua condição de grau 33 na Maçonaria, ele imediatamente mudava de assunto. Mais tarde vim a compreender como minha pergunta era indiscreta.

O espírito possui diversos veículos Corpos Denso, Vital, de Desejos e o veículo Mente, os quais usa para adquirir experiência e evoluir. O Corpo Denso é formado de matéria deste mundo em que vivemos e, naturalmente, é visível a quem tenha os órgãos da visão perfeitos. Os outros veículos são formados de substâncias pertinentes às regiões onde têm origem.

Da mesma forma como um indivíduo portador de cegueira não pode perceber o mundo ao seu redor, o ser humano profano não distingue os corpos mais sutis nem os mundos a que se relacionam.

O grande inventor Thomas A. Edison, pouco antes de seu falecimento declarou que a ciência nos últimos cem anos fizera notáveis progressos no campo da física, mas no próximo século o grande campo de investigações seria o da metafísica; sabe-se, através de relatório elaborado pela senhora Edison, que nos últimos anos que precederam a morte de seu esposo, ele esteve ocupado em aperfeiçoar uma máquina que possibilitaria o contato com os planos espirituais. Os cientistas ocultistas afirmam que o único instrumento perfeito para tal função deve ser desenvolvido pelo ser humano e dentro de si mesmo. Edison pode ter-se enganado ao pensar em aperfeiçoar tal instrumento fora de si próprio, mas por outro lado, pode ser que fosse dotado de visão espiritual e pretendesse demonstrar sua existência àqueles que não a possuem.

Encontramos as “chaves” da clarividência positiva no desenvolvimento do corpo pituitário e da glândula pineal. O reto viver, por sua vez, é a chave desse desenvolvimento. Da mesma forma como os vários graus de visão espiritual podem ser desenvolvidos, outras faculdades superiores são suscetíveis de florescimento.

Uma delas é a possibilidade de ingressar nos planos invisíveis da natureza e neles funcionar conscientemente.

Depende da habilidade de cada pessoa, em efetuar a separação dos éteres superiores dos inferiores do Corpo Vital. Isto se torna realidade mediante uma vivência pura e amorosa, mesclada com práticas devocionais e serviço altruísta e desinteressado prestado ao próximo.

Os Éteres de Luz e Refletor formam o chamado “Vestido Dourado de Bodas”, simbolizado pela estrela dourada do Emblema Rosacruz. Constituem, nessa circunstância, um verdadeiro corpo espiritual, através do qual o Ego percorre livremente os mundos internos, enquanto o Corpo Denso jaz repousando. O indivíduo dotado de elevado desenvolvimento anímico, pode, durante o sono, utilizar seus veículos superiores para trabalhar como Auxiliar Invisível, principalmente no labor de curar os enfermos.

Muitas vezes, durante o sono, encontramos amigos ou nos achamos em lugares estranhos. Em várias ocasiões, tais experiências são consideradas como meros sonhos. Às vezes, porém, são experiências reais que muito nos impressionam quando despertos.

No primeiro estágio, o Auxiliar Invisível é inconsciente. Mais tarde, como decorrência normal de seu desenvolvimento, torna consciente. Qual o requisito básico para alguém tornar-se um Auxiliar Invisível? É simples: primeiramente deve converter-se em um Auxiliar Visível, isto é, deve servir da maneira que puder aqui no mundo material. Não há outro caminho.

Hoje em dia, com essa profusão de livros sobre ocultismo e psiquismo à venda nas livrarias, fala-se muito em sexto sentido. Um dos primeiros sinais de desenvolvimento do sexto sentido consiste na receptividade às vibrações dos planos suprafísicos. Nesta classe encontramos a maioria dos estudantes de filosofia oculta. O simples fato de serem estudantes esoteristas e aceitarem a verdade contida nos ensinamentos abraçados, demonstra sua sensibilidade às vibrações suprafísicas. O importante é desenvolverem suas faculdades espirituais sempre no sentido positivo.

(Traduzido de ‘The Rosicrucian Magazine’)
(Revista ‘Serviço Rosacruz’ 04/79 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Emblema Rosacruz

“Os símbolos Divinos que têm sido dados à humanidade de tempos em tempos falam a esse tribunal da verdade que está em nossos corações e despertam nossa consciência às ideias acima das palavras. Por isso o simbolismo jogou uma parte importante em nossa evolução passada. Todavia, ainda é uma necessidade primordial para nosso crescimento espiritual. Daqui a conveniência de estudá-lo com nossos intelectos e nossos corações” (Max Heindel).

O emblema Rosacruz é um desses simbolismos divinos.

Desde o início, a Escola de Mistérios Ocidental, a dos Rosacruzes, teve como emblema as rosas vermelhas (a purificação da natureza de desejos) sobre a cruz (materialidade), a estrela dourada que nasce dentro do discípulo e irradia cinco pontas (mostrando Cristo desde as cinco pontas que representam o coração e os quatro membros), e o fundo azul (emblemático do Pai), revelando àqueles que podem interpretá-lo, que é a manifestação de Deus, a unidade na trindade foi consumada.

Contemplado em sua plenitude, este maravilhoso símbolo contém a chave da evolução passada do ser humano, sua presente constituição e seu desenvolvimento futuro. Na forma representada com uma única rosa no centro, simboliza o interno Espírito Humano irradiando de si os quatro veículos: Corpo Denso, Corpo Vital, Corpo de Desejos e a Mente.

Mas houve um tempo que não vivíamos nestas condições, uma época na qual o Tríplice Espírito flutuava sobre seus veículos e estava incapacitado de entrar neles. Então a cruz se levantava só, sem uma só rosa, simbolizando a condição que prevalecia no primeiro terço da Época Atlante. Houve ainda um tempo em que faltou o madeiro superior da cruz, e a respectiva constituição do ser humano foi representada pela letra Tau (T). Isto foi na Época Lemúrica quando tínhamos unicamente os Corpos Denso, Vital e de Desejos, menos a Mente. Então a natureza animal era a dominante. O ser humano obedecia aos impulsos do desejo, sem reservas.

Em outra época, mais primitiva, a Hiperbórea, carecia do Corpo de Desejos e só possuía os Corpos Denso e Vital.

O ser humano em formação era como as plantas, casto e sem desejos. Nesse tempo sua constituição não podia ter sido representada por uma cruz. Foi simbolizado por uma vara reta vertical, um pilar.

Contemplando o emblema tal como é atualmente, notamos que o madeiro inferior da cruz (simbolizando a matéria), indica a planta com suas raízes no solo químico mineral.

Os Espíritos-Grupo emanam correntes para a superfície da Terra, influenciando os seres do reino vegetal.

O madeiro superior da cruz representa o ser humano, Ele é uma planta invertida. A planta toma o seu alimento pelas raízes e o ser humano toma pela cabeça. A planta é sustentada pelas correntes espirituais dos Espíritos-Grupo do centro da Terra que penetram nela pelas raízes.

É muito aquilo que temos de aprender e, quanto mais cedo começarmos, mais frutos tiraremos ainda nesta existência.

Guarde dentro do coração que, “o amor de Cristo nos envolve. Cada oração seja repleta de fraternal Amor”, tal como nos fez sentir Max Heindel.

Se queremos o conhecimento, que nos anime um ardente desejo de possuí-lo acompanhado do desejo intenso de ajudar a humanidade.

Assim será melhor, pois, quer nos diremos, quer nos amemos, de qualquer forma somos irmãos em Cristo Jesus.

A mais elevada influência espiritual vem ao ser humano do sol pelos seus raios que o envolvem da cabeça aos pés. 

A planta inala o venenoso dióxido de carbono exalado pelo ser humano e exala o vivificante oxigênio usado por ele.

Com o tempo a maneira passional de geração será de novo exercida por um método puro e mais eficiente que o atual. Isso está simbolizado também, na Rosacruz, em que a rosa está no centro da cruz.

O madeiro inferior, representa o corpo. O horizontal os braços. A parte superior a cabeça. Em lugar da laringe está a rosa branca. As sete rosas que adornam o nosso formoso emblema e as cinco pontas da estrela radiante são o emblemático das doze Hierarquias Criadoras que têm ajudado o Espírito em evolução desde as condições etéricas até o estado atual.

Dessas doze hostes de Grandes Seres, três classes trabalharam sobre e com o ser humano e de seu próprio livre arbítrio e sem nenhuma obrigação. Estas três estão simbolizadas pelas três pontas da estrela que se dirigem para cima. Duas mais, das Grandes Hierarquias, estão a ponto de libertar-se e são representadas pelas duas pontas inferiores irradiando-se do centro para fora. As sete rosas revelam que há, todavia, sete grandes Hierarquias Criadoras ativas no desenvolvimento dos seres que estão em evolução sobre a Terra, e como todas estas, várias classes desde as mais baixas até as mais altas são, no entanto-, partes do Grande Todo que chamamos Deus, a Quem o emblema simboliza.

A cor vermelha das rosas da grinalda representa a vida evolucionante que sobe a grandes alturas e indicam as atividades do Espirito Santo na natureza.

As sete rosas vermelhas podem também, em certo sentido, ser correlacionadas com as glândulas endócrinas e intimamente também com o desenvolvimento oculto da humanidade. Quatro destas estão relacionadas com a personalidade: a timo, regida por Vênus; o baço, regido pelo Sol; e as suprarrenais, regidas por Júpiter. O corpo pituitário, regido por Urano e a Pineal, regida por Netuno, estão correlacionadas com o lado de nossa natureza espiritual. A tireoide, regida por Mercúrio é elo entre as duas, isto é, entre o corpo pituitário- e a glândula pineal.

Como aspirantes à espiritualidade perfeita, nosso emblema inspira-nos o alto ideal de fazer com que as rosas brotem e floresçam sobre a vossa cruz, isto é, desenvolver os poderes latentes do Tríplice Espírito por meio das ativas experiências aqui no Mundo material.

Em nossa luta diária para conformar nossas vidas ao plano Divino, estamos construindo o Corpo celestial luminoso no qual funcionaremos como Auxiliares Invisíveis.

Meditemos amiúde sobre o nosso Emblema, elevando nossa consciência na contemplação dos elevados ideais postos ante nós neste místico símbolo. Então o tribunal da Verdade se estabelecerá dentro de nós e dias mais ou dias menos, desenvolveremos a consciência da grandeza do plano de Deus.

(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 09/72 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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