Arquivo de categoria Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: O que pode significar ter o mesmo sonho durante várias noites? Um senhor, em perfeita saúde física e mental, teve o mesmo sonho durante várias noites seguidas. Nesse sonho, ele se dirige a uma reunião composta principalmente de seus amigos e conhecidos. Durante seu discurso, ele explica que está sonhando e que todas as pessoas que estão diante de si não passam de um produto de seus sonhos. Uma das pessoas da audiência pede-lhe uma prova da veracidade dessa asserção, e ele responde que pensará sobre o assunto quando despertar e explicará suas razões no próximo encontro que tiverem na terra dos sonhos. Todos riem dele e chamam-no de lunático. Esse sonho deixa-o muito confuso. Está ansioso por saber como pode convencer essas criaturas de seu sonho, de que esse fato é, na verdade, um sonho.

Resposta: A fim de sermos capazes de opinar inteligentemente sobre os vários estados de consciência do ser humano — vigília, sonho, sono, etc. — é necessário que conheçamos a constituição e a função dos vários veículos mais sutis que, juntamente com o Corpo Denso, constituem o ser complexo a que chamamos ser humano.

Temos neste Mundo quatro reinos: o mineral, que é praticamente desprovido de sentimento, embora possa responder e reagir a certos estímulos, mas não pode sentir amor nem ódio. Sob a ação de um martelo ou numa fornalha pode mudar sua forma ou composição, mas não dá quaisquer sinais de emoção. Sua consciência é semelhante à do ser humano num transe muito profundo ou na morte, quando somente o corpo físico está presente.

O vegetal é diferente. Vive e respira. Inala dióxido de carbono que constitui uma grande parte do seu corpo.

Exala a vida, fornecendo oxigênio. A seiva flui em seu tronco e folhas. Em resumo, o vegetal apresenta os mesmos fenômenos vitais que nós durante um sono sem sonhos, pois nesse estado nosso Corpo Denso é interpenetrado por um Corpo Vital composto de Éter, e um veículo semelhante interpenetra o tronco físico, galhos e folhas da planta. Porém, o vegetal também não conhece emoções. Amor, ódio, alegria e tristeza são estranhos a ele, pois não tem Corpo de Desejos semelhante ao que os seres humanos ou animais possuem.

Devido à posse desses veículos, o ser humano e o animal podem mover-se e satisfazer seus desejos. Para atingir esse último fim, o ser humano usa a Mente, um veículo que o animal não possui e, quando desperto, todos os seus veículos são concêntricos, interpenetram-se uns aos outros, tornando-o apto a viver, mover-se e raciocinar.

Contudo, o próprio ato de dormir significa uma reversão à consciência do vegetal, e isso implica necessariamente numa separação dos veículos superiores e inferiores. O Ego retira-se envolvido na Mente e no Corpo de Desejos, deixando sobre o leito apenas o Corpo Denso, interpenetrado pelo Corpo Vital.

Entretanto, há ocasiões, por exemplo, quando estamos muito absorvidos em nossos afazeres diários ou quando estamos excessivamente fatigados, em que o Ego não pode efetuar uma separação completa dos veículos superiores dos inferiores. Então, o Corpo de Desejos continua a interpenetrar os centros cerebrais porque a posição dos vários veículos é, por assim dizer, anômala.

Nessa condição, a razão fica completamente à parte e a consciência humana torna-se semelhante à dos animais que não têm Mente e fica incapaz de qualquer ação lógica. É então que as coisas mais grotescas e absurdas parecem perfeitamente naturais para a pessoa que sonha, que as aceita como um animal aceitá-las-ia. Os sonhos que ocorrem nessa condição dos veículos do ser humano são geralmente absurdos ao extremo. Mas, à medida que a civilização progride e o egoísmo é superado pelo altruísmo, é feita uma diferente divisão dos veículos. Uma parte do Corpo Vital, composta dos dois Éteres superiores, que são veículos do sentido de percepção e memória, é retirada durante a noite toda. Cessa, então, o estágio ilusório da terra dos sonhos e o ser humano torna-se semelhante a uma criatura que tivesse duas existências — uma delas vivida fora do corpo, na terra dos sonhos, onde se comporta de maneira razoável, usando de discernimento para julgar suas ações e as das pessoas com quem se encontra.

Como não aprendeu a focalizar sua consciência ao sair ou entrar no corpo, nem sempre pode efetuar a separação correta de seus veículos, nem recordar exatamente o que ocorreu. Somente a Iniciação nas esferas internas fornece o conhecimento necessário.

Evidentemente, o senhor em questão está de posse de suas faculdades de raciocínio quando entra na terra dos sonhos, mas não está ainda inteirado de alguns fatos referentes a esse mundo. Ele engana-se quando supõe que o auditório a quem se dirige é simplesmente “uma criação de seus sonhos”. Não é de todo impossível que a resposta seja afirmativa, se ele tiver a coragem suficiente para perguntar a uma das pessoas que viu em seus sonhos se ela compareceu a tal e tal reunião. Além disso, quando lhe for fornecida esta explicação, é possível reunir-se com todas as pessoas a quem viu em sonhos e, ao prepará-las para a pergunta e mesmo antes que anuncie, certamente descobrirá alguém que se lembrará de ter tido uma experiência semelhante.

Vendo então que a vida durante o sonho não é uma existência ilusória, mas uma realidade, não haverá meios de provar às pessoas da terra do sonho que isso é uma ilusão.

(Livro: Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – pergunta 55 – Max Heindel)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Algumas deficiências tais como visual e auditiva produzem algum efeito final sobre os veículos internos e respectivos Átomos-semente? O que ocorre com o indivíduo nessas condições depois da morte?

Pergunta: Algumas deficiências tais como visual e auditiva produzem algum efeito final sobre os veículos internos e respectivos Átomos-sementes? O que ocorre com o indivíduo nessas condições depois da morte? Terá visão e audição perfeitas no Corpo de Desejos e veículos superiores após a morte do corpo físico, ou tais deficiências permanecem durante todo o ciclo de vida, desde a morte até ao renascimento? Em sonhos pareço atuar perfeitamente, tanto visual como auditivamente. Por quê?

Resposta: O efeito “final” é aquele que executamos — aprendendo ou recusando a aprender a lição que nos vem por meio da experiência. O material formador do nosso corpo será mais refinado ou mais precário, conforme nossas ações e reações, portanto, temos possibilidades de melhorá-lo em vidas futuras.

Quando o Ego em uma de suas existências terrenas empregou o sentido da visão com finalidades egoístas, na sua próxima vinda ao mundo físico, inevitavelmente retornará com deficiência visual denominada miopia. Muitos estão fazendo o mesmo hoje em dia. São leitores insaciáveis. Devoram com os olhos, jornais, revistas e livros, porém, com finalidade de divertirem-se ou pura e simplesmente para adquirirem conhecimento, conhecimento esse que não utilizam para o bem dos demais, numa vida de serviço. Nesse caso, o Ego retorna com restrições visuais, a fim de que aprenda a usar tal sentido altruisticamente.

No caso de deficiências auditivas, essas resultam do fato de a pessoa conservar-se surda aos ensinamentos espirituais e aos brados de sofrimento de outrem, permanecendo indiferente aos problemas alheios. Essas condições nem sempre aparecem ao nascimento, mas aguardam uma condição planetária para surgirem. Se as aflições estão em signos fixos, a pessoa terá de lutar duramente para sobrepujá-las. Se for bem-sucedida, erradicará o “pecado” e na vida seguinte o Ego voltará sem esse entrave, porque pagou o seu débito para com a lei.

Se atualmente somos portadores de uma dessas deficiências, porém, se nos dispusermos a liquidar nossas dívidas para com a lei, na próxima existência voltaremos com as faculdades correspondentes despertas, aptas a serem usadas no Serviço do Mestre.

A lei diz que nossos pecados poderão ser perdoados, contudo, apesar disso deveremos pagar as dívidas resultantes. Isso poderá ser ilustrado da seguinte maneira: se o menino rouba maçãs verdes e as come, sua mãe poderá perdoar-lhe, mas não o seu estômago. Assim acontece ou aconteceu durante toda a nossa cadeia de existências. Quando alguém tem restrições de visão, audição ou vocal durante a existência terrestre, isso representa limitações que dizem respeito ao seu veículo físico, mesmo porque quando o Ego o deixa para trás, tais restrições não serão mais sentidas.

Na verdade, muitos dos que são cegos e surdos enquanto em corpo físico, têm por outro lado visão e audição espiritual ou clarividência e clariaudiência, provando assim que as faculdades do corpo físico não se encontram duplicadas nos veículos superiores. Quando dormimos, nossos corpos físicos não ascendem aos Mundos celestiais, mas apenas os veículos mais sutis, não havendo, portanto, restrições visuais ou auditivas nessas ocasiões.

Esse é um tema de grande interesse para muitos, e nunca será demais repetir que tais restrições não são consequências do rigor e dureza do Pai Celeste, mas sim oportunidades que surgem para o resgate de nossas dívidas para com a Natureza.

(Publicado na revista Serviço Rosacruz de agosto/1967)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Você poderá comunicar-se com o meu Ego e me fornecer as seguintes informações: quem é meu Ego e o que ele pretende fazer com esta vida terrena, e também como poderia ter consciência dele, diária e ininterruptamente?

Pergunta: Gostaria de saber se o Sr. Heindel pode funcionar no plano do Ego. Em caso afirmativo, ele poderá comunicar-se com meu Ego e fornecer-me as seguintes informações: Desejo saber quem é meu Ego e o que ele pretende fazer com esta vida terrena, e também como poderia ter consciência dele, diária e ininterruptamente?

Resposta: Nesta vida terrena, quando estamos despertos, o Ego funciona no Mundo visível como um Espírito interior, mas durante as horas do sono, o Ego fica no Mundo do Desejo, onde também permanecerá por algum tempo após a morte. Os estágios posteriores da existência “post-mortem” serão vividos na Região do Pensamento Concreto, que é o Segundo Céu. Acima desse está a Região do Pensamento Abstrato, também chamada Terceiro Céu, o lar do Ego, que excursiona pela Terra com o fim de ganhar experiência e crescimento anímico.

Enquanto vivemos na Terra são formadas certas ligações com outros que, de acordo com a Lei de Causa e Efeito, produzirão mais cedo ou mais tarde seus efeitos. Isso aparece como sorte ou destino. Devido a transgressões, voluntárias ou ignorantes, da lei da vida em épocas passadas, nós acumulamos uma dívida de más ações que devem ser liquidadas em algum tempo. Devemos colher o que semeamos, antes que nos tornemos puros e livres em espírito. Ao chegar o momento de saldar parte da dívida, o conhecimento desse destino iminente iria paralisar-nos, e a visão total da dura realidade, provavelmente, esmagaria o espírito mais forte, a menos que já estivesse parcialmente iluminado e apto a conformar-se e aceitar as leis da natureza. Quando essa grande luz brilhar dentro do coração de um ser humano e ele sentir-se como um Espírito pródigo, apartado de seu Pai do céu, quando ele exclamar no íntimo de seu coração: “Eu irei para meu Pai”, e que esse desejo esteja sempre ante sua visão espiritual, então, pela primeira vez, ele enfrentará a incorporação de seu destino, chamada pelos ocultistas, “O Guardião do Umbral”.

O aspirante encontra essa entidade na porta entre os Mundos visíveis e invisíveis. Quando ele tenta entrar nesse mundo que conhecera anteriormente por meio da visão espiritual, ele se defronta com esse “Guardião do Umbral”, e não pode passar antes de ser admitido. Todo neófito deve enfrentar esse espectro horrendo, tal como Glyndon o fez na novela “Zanoni”, da autoria de Bulwer Lytton. Esse espectro não se manifesta à humanidade comum, mesmo nos períodos entre a morte e o renascimento, porém, o neófito, como já foi explicado, deve não só encará-lo, reconhecê-lo, mas ter a coragem de passar por ele. Deve proferir um voto solene de fazer tudo o que for possível e necessário para liquidar a dívida que está representada nessa incorporação, e também um voto de silêncio sobre todas as coisas ali ocorridas.

Quando o consulente pergunta quem é seu Ego, pede justamente a informação que o “Guardião do Umbral” dos mundos invisíveis esconde sob a benéfica lei da natureza, que ninguém tem o privilégio de quebrar. Até que tenha atingido a força espiritual para ultrapassá-lo e aprender por si próprio, isso deve permanecer oculto de si. Mesmo então, não haverá um intercâmbio ininterrupto e consciente entre o Eu superior e a personalidade. Isso pertence a um estágio evolutivo muito posterior, quando já tivermos inteiramente espiritualizado nossos veículos em essência anímica. Há somente um caminho a ser seguido: é aplicar-se diligentemente ao problema.

Se continuar a buscar encontrará, mas, lembre-se, não há meios fáceis de chegar a esse conhecimento. Ninguém pode fornecê-lo ou vendê-lo pronto a ser usado. Quanto a nós, que estamos mais avançados, tudo o que podemos fazer pelos outros é indicar-lhes o caminho, encorajando-os a encetá-lo até o fim, a despeito de todos os revezes e obstáculos, confiantes de que o que um ser humano faz, qualquer outro pode fazer. Cada um de nós tem o mesmo poder divino e está habilitado a ser bem-sucedido em tudo o que fizer.

(Livro: Perguntas e Respostas – Vol. II – pergunta 53 – Max Heindel)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Qual é a explicação da Fraternidade Rosacruz a respeito de OVNI ou UFO?

Pergunta: Eu penso que não podemos negar que existem Objetos Voadores Não Identificados (OVNI ou UFO, em inglês), sendo operados por seres mais evoluídos do que nós. Imagino que esses seres são capazes, pela força mental, de manifestarem-se em corpos vitais ou físicos, como for necessário. Como este assunto é frequentemente discutido, gostaria que a Fraternidade nos desse uma explicação a respeito.

Resposta: A Fraternidade Rosacruz não tem uma informação “oficial” acerca de OVNI ou seres que estejam operando neles. No entanto, pela publicidade dada a essas aparições e as reportagens feitas a esse respeito, é possível que nós estejamos “sob observação” por seres de outros planos e esferas.

De acordo com a Filosofia da Fraternidade Rosacruz, Mercurianos e Venusianos, que são membros adiantados de nossa própria onda de vida, já visitaram a Terra no passado, a fim de ajudar as pessoas daqui. Desde que seres de outros Planetas visitaram a Terra em outros tempos, não é totalmente impossível que eles estejam fazendo o mesmo agora. Talvez estejamos precisando, mais uma vez, de ajuda.

Sabemos e foi-nos ensinado que, para funcionarmos em qualquer mundo, precisamos ter veículos adequados e feitos do material desse mundo. Portanto, qualquer ser extraterreno que entre na atmosfera da Terra deve estar capacitado a criar tais veículos, para usá-los enquanto aqui permanecer. Ainda que eles façam isso através do poder mental ou de uma outra maneira, eles têm de criar veículos compostos de substâncias químicas ou etéricas.

(Traduzido da Revista “Rays from the Rose Cross” e Publicado na Revista Serviço Rosacruz de abril/1978)

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Pergunta: Os Anjos têm asas como vemos nas pinturas?

Pergunta: Os Anjos têm asas como vemos nas pinturas?

Resposta: Não, nenhum deles tem as asas de pássaros que se veem nos quadros, mas há alguns seres no Mundo espiritual que têm apêndices semelhantes às asas. Tais apêndices não têm o objetivo de prover a capacidade de voar ou de se mover no espaço, mas são correntes de força que se exteriorizam e que podem se dirigir em uma ou outra direção da mesma forma que nós, seres humanos, usamos nossos membros. Desse modo, um Arcanjo que está impulsionando os exércitos de duas nações à batalha pode enviar uma corrente de força espiritual em uma direção, enchendo de medo os soldados de um exército, e enviar outra força para aumentar a coragem do exército inimigo, influenciando, assim, a batalha de uma maneira não suspeita pelos contendentes.

(Livro: Perguntas e Respostas – Vol. I – pergunta 77 – Max Heindel)

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Pergunta: Quando ficamos doentes nesta vida, submetemo-nos a uma intervenção cirúrgica e um órgão é removido. Isto nos cura permanentemente ou retornamos num corpo futuro com uma enfermidade semelhante?

Pergunta: Quando ficamos doentes nesta vida, submetemo-nos a uma intervenção cirúrgica e um órgão é removido. Isto nos cura permanentemente ou retornamos num corpo futuro com uma enfermidade semelhante?

Resposta: Cristo disse: “Como um homem pensa em seu coração, assim ele é”, e isto abrange toda a questão quando considerada em seu mais amplo significado. Quando entramos nos reinos invisíveis após a morte, passamos durante o estado “post-mortem” pelas experiências do Purgatório e do Primeiro Céu, todos os nossos veículos dissolvem-se gradativamente, e depois entramos no Segundo Céu onde começamos a criar o meio para a nossa próxima existência. Quando essa tarefa termina, entramos no Terceiro Céu, do qual pouquíssimos têm consciência ainda. Consequentemente, o esquecimento é total sobre o que ocorreu antes, e só levamos conosco a quintessência das nossas experiências passadas em forma de faculdades quando retornamos ao Segundo Céu em nosso caminho em direção ao renascimento. Aqui moldamos o arquétipo de nosso futuro corpo físico com a ajuda dos Anjos do Destino e dos seus agentes.

Esclarecendo melhor este ponto, lembremo-nos que durante os dias de infância passamos pelas mais terríveis dificuldades para aprender a escrever. As letras que rabiscávamos eram extremamente grotescas, mas, aos poucos, com o decorrer do tempo e um esforço persistente, adquirimos a faculdade de escrever de forma legível. Com o passar dos anos, esquecemos as dificuldades do aprendizado, mas a faculdade permaneceu conosco.

Similarmente, o Espírito quando renasce esquece tudo que aconteceu antes, mas a faculdade de fazer determinadas coisas subsiste nele. Por conseguinte, se ele formou um corpo fraco num certo lugar em uma vida e sofreu a dor inerente àquela fraqueza e doença, mesmo a remoção de um órgão, podemos ter certeza que, embora o acontecimento vá ser esquecido numa futura existência, o Espírito relembrará o fato quando estiver moldando o arquétipo e preparando-se para renascer. Ele se esforçará em criar um órgão melhor para evitar a dor experimentada numa vida anterior e, assim, ao invés de perpetuar o órgão doente, podemos dizer, seguramente, que um órgão doente numa vida será sadio na seguinte.

Gradualmente, a humanidade vai aprendendo através de erros do passado a criar um corpo mais aprimorado e sadio.

Recorrendo a outra ilustração, analisemos o caso de um arquiteto que, após ter construído uma casa e vivido nela, sentiu-a desconfortável. Vejamos como ele agiria. Se vendesse essa casa e construísse outra para si, lembrar-se-ia dos incômodos experimentados na sua residência anterior e iria esforçar-se para construir uma casa que não apresentasse os mesmos inconvenientes.

Possivelmente iria deparar-se, na nova casa, com outros aspectos não muito a seu gosto e, ao vender esta, construiria uma terceira casa melhor do que as duas anteriores e assim por diante. Podemos inferir que o mesmo acontece com a casa do Espírito, construída novamente a cada vida. Oliver Wendell Holmes coloca isso de forma muito bonita no último verso do seu “O Caracol”, que construiu conchas cada vez maiores e finalmente abandonou-as quando estavam superadas. Ele diz:

“Oh Minh’alma! Constrói para ti mansões mais majestosas

Enquanto as estações passam ligeiramente!

Abandona o teu invólucro finalmente;

Deixa cada novo templo, mais nobre que o anterior,

Com cúpula celeste, com domo bem maior,

E que te libertes, decidida

Largando tua concha superada nos agitados mares desta vida”.

(Pergunta 45 do Livro Filosofia Rosacruz por Perguntas e Respostas vol. II, de Max Heindel)

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Pergunta: Na quarta parte de Tannhauser lemos: “O homem deve encontrar a mulher dentro de si”. Lemos também que devemos enfrentar o Guardião do Umbral. Poderiam esclarecer esses dois pontos?

Pergunta: Na quarta parte de Tannhauser[1] lemos: “O homem deve encontrar a mulher dentro de si”. Lemos também que devemos enfrentar o Guardião do Umbral. Poderiam esclarecer esses dois pontos?

Resposta: De fato, o Espírito não é nem masculino nem feminino, mas, no decorrer do presente estado de manifestação, tornou-se necessário dedicar uma metade da força criadora ao desenvolvimento do cérebro, por meio do qual podemos criar imagens mentais que reproduzimos, em seguida, na matéria concreta do mundo físico. Para isso foi necessário desenvolver um organismo físico com dois sexos – um para expressar uma das qualidades do Espírito, a VONTADE, portanto masculino; outro expressando a IMAGINAÇÃO, que é feminina.

Como cada Espírito nasce alternadamente em corpos masculino e feminino, ele expressa também alternadamente as faculdades gêmeas do Espírito – vontade e imaginação. Uma dessas qualidades predomina a cada vida, e proporciona, respectivamente, a manifestação do masculino ou do feminino. Mas, à medida que o Espírito volta, dia após dia, ou vida após vida, para a Grande Escola, ele se torna cada vez mais elevado e, consequentemente, mais capaz de expressar as duas qualidades do Espírito simultaneamente e em proporções iguais. Assim, aos poucos, o homem encontra em si as qualidades femininas mais sutis e a mulher descobre as características mais nobres do homem. Quando esse traço característico chega a um perfeito equilíbrio, o casamento místico é consumado.

Sabemos que no céu não há casamento, porque lá o Espírito está livre dos grilhões da carne. Lá, o sexo nada representa, as qualidades duais da alma são utilizadas e, consequentemente, o casamento é desnecessário.

Cada um cria o arquétipo do seu corpo sem o auxílio de ninguém, exceto das Divinas Hierarquias, providenciando assim o futuro renascimento. É somente quando deixamos o reino da alma e penetramos no reino do sexo, que é necessário a cooperação de mais alguém para a formação de um veículo concreto que se adapte ao arquétipo inicialmente formado pelo próprio Espírito no céu. Quanto mais cedo aprendermos a ver em nós uma unidade criadora completa, tanto mais preservaremos nossa própria força criadora, enviando-a para cima com propósitos espirituais, assim, mais cedo encontraremos o homem ou a mulher dentro de nós mesmos. O casamento místico ter-se-á, então, realizado, e isto unirá os dois polos, dando-nos uma consciência que se revela criadora em todos os reinos da natureza.

Ao mesmo tempo devemos compreender que, enquanto estivermos aqui neste mundo físico e tivermos lições a absorver, precisamos ter instrumentos com os quais possamos aprender. Nós próprios alcançamos esse privilégio graças ao sacrifício de outros. Eles nos ajudaram na obtenção de um corpo, e não devemos jamais esquivar-nos da responsabilidade de oferecer a outrem a oportunidade de obter um corpo por meio dos nossos serviços, contanto que tenhamos uma boa saúde e que as outras circunstâncias sejam adequadas. Devemos também sentir que podemos oferecer ao Espírito que vier a nós, um ambiente favorável onde poderá crescer.

A respeito do Guardião do Umbral: É voz corrente que ele sempre se manifesta como sendo do sexo oposto ao nosso, porque todas as nossas tentações, assim como o mal que tenhamos praticado, tudo que é censurável, provém do nosso lado oculto e, a cada vida, esse lado oculto toma a forma do sexo oposto. Por causa do sexo oposto, somos tentados a cometer o pecado que expulsou a humanidade do estado de pureza chamado simbolicamente de Jardim do Éden. Ele habita no limiar dos reinos superiores, e cada um que tentar procurar a entrada, deve primeiro vencer esse demônio.

(Pergunta 144 do Livro Filosofia Rosacruz por Perguntas e Respostas vol. II, de Max Heindel)

[1] N.T.: Ou Tannhäuser foi um Minnesänger e poeta alemão medieval. Sua existência não foi atestada historicamente fora de sua poesia, datada entre 1245 e 1265, e sua biografia é, por consequência, obscura. Assume-se que tenha alguma ligação com a antiga família nobre dos Senhores de Thannhausen, que ainda residem em Neumarkt in der Oberpfalz. Foi ativo na corte de Frederico II da Áustria, e o Codex Manesse o mostra com as vestes da Ordem Teutônica, o que sugere que teria participado da Quinta Cruzada. Os poemas de Tannhäuser são paródias do gênero tradicional. Tannhäuser und der Sängerkrieg aus Wartburg (Tannhäuser e o torneio de trovadores de Wartburg, em alemão) é uma ópera em três atos com a música de Richard Wagner, e com o libreto do próprio compositor. É objeto de estudo no Curso Suplementar de Filosofia Rosacruz.

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Qual é a essência dos Ensinamentos Rosacruzes?

Pergunta: Qual é a essência dos ensinamentos Rosacruzes?

Resposta: A essência dos ensinamentos Rosacruzes é o evangelho do serviço.

Por nossa causa a Deidade se manifestou o universo. Algumas das grandes Hierarquias Criadoras nos ajudaram e outras ainda estão nos ajudando. Os Anjos estelares luminosos, cujos Corpos impetuosos nós vemos girando no espaço, trabalharam conosco por Eras, e no tempo devido o Cristo veio nos trazer o impulso espiritual necessário naquele tempo. Também é muito significativo que na parábola do juízo final Cristo não diz: “bem-feito, tu grande e filósofo erudita, que conhece a Bíblia, o Cabala, o “Cosmo” e toda a literatura misteriosa que revela o intrincado funcionamento da natureza”, mas Ele diz: “bem-feito, tu bom e fiel servo; entra-te na alegria do teu senhor. Porque eu estava com fome, e você me desde o que comer; Eu estava com sede, e você me desde o que beber”.  Nenhuma uma única palavra sobre o conhecimento; toda a ênfase foi colocada sobre fidelidade e serviço.

Há uma profunda razão oculta para isso: o serviço constrói o Corpo-Alma, a gloriosa vestimenta de bodas sem a qual nenhum ser humano pode entrar no Reino dos Céus, ocultamente nomeado: “A Nova Galileia”, e não importa se nós estamos conscientes do que está acontecendo, ou se estamos ou não acompanhando esse desenvolvimento. Além do mais, como o Corpo-Alma luminoso cresce interno e em torno da pessoa, essa luz a ensinará sobre os Mistérios sem a necessidade de livros, e aquele que é assim ensinado por Deus sabe mais do que todos os livros que o mundo contém. No devido tempo a visão interior será aberta e o caminho para o Templo mostrado. Se você quiser ensinar seus amigos, não importa o quão cético eles podem ser, eles vão acreditar em você se você pregar o evangelho do serviço.

Mas, você deve pregar pela prática. Você deve se tornar um servo do ser humano em si mesmo, se você quiser que seja acreditado: fale pouco, sirva muito. Se você quiser que eles sigam, você deve liderar ou qualquer um terá o direito de questionar sua sinceridade. Lembre-se: “tu és uma cidade em cima de um monte”, e quando você fala, todos têm o direito de julgá-lo pelos seus frutos; portanto: fale pouco e sirva muito.

(traduzido da FAQ da The Rosicrucian Fellowship)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Diz-se que quando o “Filho do Homem” é mencionado no Novo Testamento, esta referência se dirige ao Espírito Solar. Adoradores do Sol foram considerados idólatras. Nós também seríamos considerados como tais?

Pergunta: Diz-se que quando o “Filho do Homem” é mencionado no Novo Testamento, esta referência se dirige ao Espírito Solar. Adoradores do Sol foram considerados idólatras. Nós também seríamos considerados como tais?

Resposta: Todo aquele que não se amolda aos padrões atuais é um idólatra. Na época em que o Sol, por precessão, deixou a constelação de Touro e entrou em Áries, foi emitida a ordem: “Não adoreis o bezerro de ouro, isso é idolatria”. Mais tarde, quando chegou a era Cristã, houve uma nova aliança, não se devia mais praticar o judaísmo com seus holocaustos ardentes, porque Cristo chegou e houve um único sacrifício por todos.

Não há outro nome enviado pelos céus que possa representar a salvação, a não ser o nome de Jesus Cristo.

Mais tarde, quando Cristo entregar tudo nas mãos do Pai, será estabelecida uma nova norma, e voltar aos nossos ideais de hoje será considerado idolatria.

(Pergunta 139 do Livro Filosofia Rosacruz por Perguntas e Respostas vol. II, de Max Heindel)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Por que um Probacionista não deve tomar bebidas alcoólicas e fumar?

Resposta: Essa pergunta aplica-se não somente aos Probacionistas, mas a todo aquele que se esforça por viver a vida superior. Foi isso que respondemos no nosso boletim “Echoes from the Mount Ecclesia”, para que todos os estudantes fiquem cientes que não é um mero sentimento que influencia a nossa opinião de que não deveríamos tomar quaisquer tóxicos ou drogas (p.exe: bebidas alcoólicas e fumo) que embotem o cérebro. Esse órgão é o maior e o mais importante instrumento que nos permite realizar o nosso trabalho no Mundo Físico e, a menos que esteja em perfeitas condições, não poderemos progredir.

A carne e o álcool tendem a tornar o ser humano mais feroz e a desviar a sua visão espiritual dos Mundos superiores, focalizando-a no presente plano material. Por esse motivo, a Bíblia relata que no início da Era do Arco-Íris, cuja atmosfera se constituía de um ar puro e límpido, tão diferente da condição atmosférica úmida da Atlântida, citada no segundo capítulo do Gênesis, Noé deixou fermentar o vinho. O desenvolvimento material ocorreu em decorrência da focalização das nossas energias no mundo material, estimuladas pelo consumo da carne e do vinho. O primeiro milagre de Cristo foi transformar a água em vinho. Ele havia recebido o espírito universal no Batismo, e não precisava de estimulantes artificiais. Ele transformou a água em vinho para dá-lo aos menos evoluídos.

Mas nenhum “bebedor de vinho” pode herdar o Reino de Deus. A razão esotérica é essa: enquanto os Éteres inferiores vibram em direção aos Átomos-semente localizados no Plexo Celíaco e no coração, assim mantendo vivo o Corpo físico, os Éteres superiores vibram em direção ao Corpo pituitário e à Glândula pineal. Absorvendo esse falso espírito rebelde fermentado fora do Corpo, portanto, diferente do espírito fermentado internamente por meio do açúcar, esses órgãos ficam temporariamente entorpecidos e não conseguem vibrar para os mundos superiores. Se a pessoa ingerir uma quantidade excessiva desse espírito do álcool, os órgãos citados podem despertar ligeiramente, de modo que ela vê a região inferior do Mundo do Desejo com todas as coisas más contidas nele; isso acontece no decorrer da doença conhecida como “delirium tremens”. Em resumo, como a evolução da alma depende da aquisição dos dois Éteres superiores com os quais é tecido o Dourado Manto Nupcial, e como esses Éteres harmonizam-se com o Átomo-semente do coração e o Átomo-semente do Plexo Celíaco, podemos compreender imediatamente os efeitos mortais provocados pelo álcool e pelas drogas no ser humano espiritual. Para melhor elucidação, citarei um fato da vida real.

Há um provérbio antigo que diz: “Uma vez Maçom, sempre Maçom”. Isso significa que quando alguém é iniciado na ordem Maçônica e, em virtude disso, torna-se um maçom, não pode mais renunciar a ela, pois não pode abandonar os conhecimentos e os segredos aprendidos, da mesma forma que uma pessoa que frequenta uma faculdade não pode devolver a cultura recebida. Portanto, “uma vez Maçom, sempre Maçom”. Da mesma maneira, uma vez aluno ou irmão leigo de uma escola de mistérios, sempre aluno ou irmão leigo dessa mesma escola de mistérios. Mas, embora isso seja válido e, vida após vida, voltemos sempre ligados à mesma ordem à qual nos filiamos em vidas passadas, podemos, em qualquer das vidas, conduzir-nos de tal maneira que nos seja impossível abranger o sentido disso em nosso cérebro físico. Citarei, como já o disse, em benefício de todos os estudantes, um caso sobre o assunto.

Quando fui levado ao Templo da Ordem Rosacruz na Alemanha, fiquei surpreso ao ver um ser humano que eu tinha conhecido na Costa do Pacífico. Isso é, eu o vira algumas vezes, mas nunca tínhamos conversado. Ele parecia, naquela época, ocupar uma posição bem superior à minha na sociedade à qual estávamos ambos ligados, e eu nunca havia mantido qualquer relação pessoal com ele. Contudo, ele me cumprimentou calorosamente e parecia compreender tudo a respeito de sua ligação com a sociedade mencionada, sobre o nosso encontro lá, etc.

Ao voltar para os Estados Unidos da América, procurei conseguir mais notícias desse irmão para quando tivesse a felicidade de cumprimentá-lo no Oeste.

Quando cheguei à cidade onde ele se encontrava, foi me comunicado, por amigos em comum, que ele me esperava e aguardava ansiosamente a oportunidade de me receber. Quando o vi, dirigi-me a ele imediatamente e apertei-lhe a mão. Ele também pareceu reconhecer-me e chamou-me pelo nome. Tudo indicava que ele sabia de todos os fatos que se sucederam enquanto estávamos ambos fora do Corpo, porque ele tinha-me dito, no Templo, que se lembrava de tudo que lhe acontecia quando estava fora do Corpo. É claro que acreditei nisso, pois ele pertencia a um grau muito mais elevado do que o primeiro no qual eu acabara de ser admitido.

No dia desse nosso encontro físico, após alguns minutos de conversa, eu disse algo que o fez fitar-me pálido.

Eu tinha-me referido a um fato ocorrido durante o nosso encontro no Templo, e ele pareceu claramente não saber nada a respeito. No entanto, eu já havia falado demais e me vi obrigado a continuar para não fazer papel ridículo. Disse-lhe que ele havia declarado lembrar-se de tudo. Isto ele negou e, no fim do encontro, suplicou-me muito sinceramente, que eu tentasse descobrir por que ele era um irmão leigo da Ordem Rosacruz, já que não podia lembrar-se do que acontecia durante sua ausência do Corpo. Ele fazia parte, segundo eu verifiquei, de vários ofícios do Templo. Ele participava deles, contudo, em seu cérebro físico, ele ignorava totalmente aquilo que ocorrera. O mistério dissipou-se pouco depois quando, já fora do Corpo, ele informou-me que fumava cigarros e usava drogas que lhe toldavam o cérebro, a tal ponto que lhe era impossível recordar qualquer coisa de suas experiências psíquicas. Disse-lhe que, uma vez dentro do Corpo, ele devia fazer um esforço heroico para livrar-se desses vícios. No entanto, após algum tempo de abstinência, ele descobriu não conseguir passar sem as drogas e os cigarros, por essa razão, até hoje ele foi excluído de qualquer tipo de conscientização da vida superior. Esse é um caso muito triste e, sem dúvida, deve haver muitos outros semelhantes. Eles ilustram o quanto devemos ser cuidadosos em relação aos nossos hábitos, considerar o nosso Corpo como o Templo de Deus, abstendo-nos para não o macular como o faríamos em relação a uma Igreja construída com pedras e argamassa, a qual não é nem uma milionésima parte tão sagrada quanto o Corpo com o qual fomos dotados.

(Pergunta 138 do Livro Filosofia Rosacruz por Perguntas e Respostas vol. II, de Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)

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