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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Evangelho de São João: o que mais aclara o ponto central da involução para a evolução

O Evangelho de São João: o que mais aclara o ponto central da involução para a evolução

O Cristianismo desempenha um papel único, incisivo e capital na história da humanidade. É de certa forma, o ponto central de retorno entre a involução e a evolução. Daí que sua luz seja tão resplandecente.

Em nenhuma parte, se encontra esta luz tão viva como no Evangelho de São João. E, em verdade, pode dizer-se que é nele tão somente que aparece com toda sua força.

No entanto, não é assim que a teologia contemporânea concebe este Evangelho.

Do ponto de vista histórico, ela o considera como inferior aos três Evangelhos sinóticos, e até há quem o suspeite de apócrifo. O mero fato de que sua redação tenha sido atribuída ao segundo século depois de Jesus Cristo, fez com que os teólogos e as escolas de crítica o considerassem uma obra de poesia mística e de filosofia alexandrina. 

Em compensação, o Ocultismo considera o Evangelho de São João de modo muito diferente.

Durante a Idade Média existiu uma série de fraternidades que viram no Evangelho de São João o seu ideal e a fonte principal da verdade cristã. Essas fraternidades chamavam-se, os Irmãos de São João, os Albigenses, os Cátaros, osTemplários, os Rosacruzes. Todos eram ocultistas práticos e faziam deste Evangelho sua Bíblia. Pode admitir-se que as lendas do Santo Graal, de Parsifal e de Lohengrin tenham saído dessas fraternidades, como sendo a expressão das suas doutrinas secretas.

Todos esses irmãos de diversas Ordens consideravam-se os precursores de um cristianismo individual, do qual possuíam o segredo, e cujo pleno desenvolvimento e florescimento estavam reservados ao futuro. E este segredo só era encontrado no Evangelho de São João.

Encontravam ali uma verdade eterna, aplicável a todo os tempos, uma verdade que regenerava a Alma totalmente, desde que fosse vivida nas profundidades do próprio ser. Não se lia, então, o Evangelho de São João como se fosse um escrito literário, mas como servindo de instrumento místico. A fim de compreendermos aquela verdade eterna, teremos que nos abstrair momentaneamente do seu valor histórico.

Os primeiros quatorze versículos deste Evangelho, representavam para os Rosacruzes, objeto de uma meditação quotidiana e de um exercício espiritual.

Atribuía-lhes um poder mágico que realmente tem, para os ocultistas. Eis aqui o efeito que produzem, pela repetição constante, sem se cansar: feita sempre à mesma hora e todos os dias, se obtém a visão de todos os acontecimentos que conta o Evangelho podendo serem vividos interiormente.

É assim que, para os Rosacruzes, a Vida de Cristo significava o Cristo ressuscitando do fundo de cada Alma. Ademais, criam, naturalmente na existência real e histórica de Cristo, porque, conhecer o Cristo interior, significa reconhecer igualmente, o Cristo exterior.

Um espírito materialista poderia dizer atualmente: O fato de que os Rosacruzes tenham tido essas visões, prova porventura, a existência real de Cristo? A isso responderia o ocultista: – Se não existisse o olho para ver o Sol este não existiria, mas se não houvesse o Sol no céu, tão pouco poderia existir o olho para vê-lo, posto que foi o Sol que construiu o olho no decurso dos tempos para que pudesse perceber a luz. Similarmente, o Rosacruz diria: – o Evangelho de São João desperta os sentidos internos, porém, se não existisse um Cristo vivente, seria impossível fazê-lo viver dentro de si mesmo.

A Obra de Jesus Cristo não pode ser compreendida em sua imensa profundidade, a não ser estabelecendo as diferenças entre os antigos mistérios e O Mistério Cristão.

Os mistérios antigos celebravam-se em Templos-escolas. Os Iniciados, pessoas que haviam despertado, tinham aprendido, igualmente, a obrar sobre o seu corpo elétrico e, portanto, eram “duas vezes nascidos”, porque sabiam ver a verdade de dois modos: diretamente pelo sono e pela visão astral, e indiretamente, pela visão sensível e lógica. A Iniciação pela qual tinham que passar se chamava: Vida, Morte e Ressureição. O Discípulo passava três dias no túmulo, em um sarcófago, dentro do Templo; seu espírito ficava liberto do corpo, porém, ao terceiro dia, respondendo à voz do Hierofante, seu espírito voltava para o corpo, retornando dos confins do Cosmos donde conhecera a Vida Universal.

E assim, transformado, era “duas vezes nascido”.

Os maiores autores gregos falaram com entusiasmo e sagrado respeito destes mistérios.

Platão chegara a afirmar que somente o Iniciado merecia o qualificativo de “homem”. Mas, esta Iniciação encontrou em Cristo, o seu verdadeiro coroamento. O Cristo é a Iniciação condensada na vida suprassensível, assim como o gelo é água solidificada. O que se via nos mistérios antigos se realizava historicamente, em Cristo, no mundo físico. A morte dos Iniciados não era mais que uma morte parcial no Mundo Etérico. A morte de Cristo foi uma morte completa no Mundo Físico.

Pode considerar-se a ressurreição de Lázaro como um momento de transição, com um passo da Iniciação antiga para a Iniciação Cristã.

No Evangelho de São João, o próprio João só aparece depois de se mencionar a morte de Lázaro.

“O Discípulo que Jesus amava”, era, também, o maior dentre todos os Iniciados. Foi aquele que passou pela morte e a ressurreição, e que ressuscitou ante a voz do próprio Cristo.

João é o Lázaro “saído” do túmulo depois de sua Iniciação. Já São João vivera a morte de Cristo”. Tal é a mística via que se oculta nas profundidades do Cristianismo.

As Bodas de Canaã, cuja descrição se lê igualmente neste Evangelho, encerram um dos mais profundos mistérios da história espiritual da humanidade. Referem-se às seguintes palavras de Hermes: “Oque está acima é igual ao que está abaixo”. Nas Bodas de Canaã, a água se transformava em vinho. A este fato dá-se um sentido simbólico e universal, que é o seguinte: no culto religioso o sacrifício da água era substituído, por algum tempo, pelo sacrifício do vinho.

Houve um tempo, na história da humanidade, em que não se conhecia o vinho.

Só nos tempos “védicos” conheciam-no. Pois bem, enquanto o homem não bebera líquido alcóolicos, a ideia das existências precedentes e da pluralidade das vidas, era uma crença universal, da qual ninguém duvidava.

Desde que a humanidade começou a beber vinho, a ideia da reencarnação foi-se obscurecendo rapidamente, acabando por desaparecer de todo da consciência popular. E tão somente os Iniciados conservaram-na, porque se abstinham de beber vinho.

O álcool exerce sobre o organismo uma ação particular, especialmente sobre o Corpo Etérico, onde se elabora a memória, O álcool veda esta memória, obscurecendo-a em suas profundidades íntimas. O vinho faz procurar o esquecimento segundo se diz, porém, não é somente um esquecimento superficial e momentâneo, senão um esquecimento profundo, duradouro; um obscurecimento verdadeiro da forçada memória no Corpo Etérico. Por este motivo, quando os homens começaram a beber vinho, foram perdendo pouco a pouco, o sentimento espontâneo da reencarnação ou renascimento.

A crença no renascimento e na lei do Destino Maduro, tinha uma influência poderosa, não só sobre os indivíduos, como sobre o seu sentimento social. Esta crença fazia-lhes aceitar a desigualdade das condições humanas e sociais. Quando o infeliz obreiro trabalhava nas Pirâmides do Egito, quando o hindu da última casta esculpia os templos gigantescos no coração das montanhas, dizia-se que outra existência o recompensaria pelo trabalho suportado.

Que seu amo já havia passado por provas similares, se era bom, ou que passaria mais tarde por outras mais penosas, se era injusto e mau.

Ao aproximar-se o Cristianismo, a humanidade tinha que atravessar uma época de concentração sobre a obra terrestre. Era-lhe necessário trabalhar para o melhoramento da vida, pelo desenvolvimento do intelecto, do conhecimento racional e científico da Natureza. A consciência da reencarnação devia, pois, perder-se durante dois mil anos, e o que se empregou para obter um tal objetivo foi o vinho.

Tal é a origem do culto de Baco, deus do Vinho e da embriaguez (forma popular do Dionísio dos Antigos Mistérios que, entretanto, possui outro sentido). Tal é, também, o sentido simbólico das Bodas de Canaã. A água servia para os antigos sacrifícios, e o vinho para os novos.

As palavras de Cristo: “Felizes aqueles que não viram e que, entretanto, acreditaram”, se aplicam à nova era em que o homem entregue por completo à sua obra terrestre, não tinha a lembrança das suas vidas anteriores, nem a visão direta do Mundo Divino.

O Cristo nos deixou um testamento na cena do Monte Tabor, naTransfiguração que teve lugar diante de Pedro, Tiago e João. Os discípulos viram-no entre Elias e Moisés. Elias representava o CAMINHO DA VERDADE; Moisés a VERDADE mesma, e o Cristo a VIDA que resume ambas. Por isto só ELE podia dizer: “EU SOU O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA”.

Assim, tudo se resume e se concentra, tudo se aclara e se intensifica, tudo se transfigura em Cristo, o Evangelho de São João remonta o passado da Alma Humana, até sua mesma fonte, e prevê seu futuro até sua confluência com Deus, porque o Cristianismo não é somente uma força do passado, mas também, uma força do futuro.
Com os Rosacruzes, o novo ocultismo ensina a buscar o Cristo Interior em cada homem, e o Cristo futuro em toda a Humanidade.

(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 03/73 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Pureza em pensamentos e sentimentos: será que sempre acompanham os nossos atos aparentemente bons?

A Pureza em pensamentos e sentimentos: será que sempre acompanham os nossos atos aparentemente bons?

A palavra “Pureza” tem tido, através dos tempos, quase que um significado próprio para cada pessoa. Muitos a concebem somente relacionada ao sexo e assim ela somente existe em relação ao 6º Mandamento.

Contudo uma pureza apenas periférica não nos faz evoluir. Se esta não for consequência de uma pureza interna; quase podemos dizer que será apenas questão de costumes e não de princípios.

Cristo, no Sermão da Montanha disse taxativamente: “Bem-aventurados os puros de coração porque eles verão a Deus”.

Ensinamentos esotéricos nos dizem ser a pureza “a única chave com a qual o aspirante à vida superior pode abrir a porta que conduz a Deus”.

Para os que desejam realmente seguir o Cristo, a Pureza não pode ser somente “para uso externo”. Em Mc 6:18-23, encontramos, entre outras coisas o seguinte: “O que mancha o homem, não é o que entra pela boa, mas o que sai do coração”. A nosso ver, o “entrar pela boca”, engloba todo o exterior porque o que vem de fora somente nos prejudica ao alcançar o interior. A mesma coisa vista ou ouvida por várias pessoas perturba ou edifica apenas as que internamente respondem ao estímulo, quer positiva, quer negativamente.

Meditando sobre a bem-aventurança já citada, verificaremos que é a impureza, em suas diferentes formas, que nos impede de vermos a Deus, ou melhor, de chegarmos ao Deus que está em cada um de nós. Interpondo-se entre Deus e nós, é a única responsável pela nossa lentidão no caminho da perfeição.

Assim como antes de arrumar uma sala temos de limpá-la totalmente, antes de começar a escalada do progresso temos de procurar deixar de falhar. Num ambiente impuro, dificilmente conseguiremos progredir, pois essa impureza nos impedirá de fazê-lo. Mas não nos esqueçamos de que esse ambiente de pureza tem de ser mais interior que exterior e que, se quisermos modificar o que nos rodeia,temos que primeiramente modificar a nós mesmos.

Essa mudança interior somente nos vem através de uma vigilância contínua. Agir com retidão aparentemente é o mais fácil. Como nossas ações geralmente envolvem os outros, somos praticamente policiados pelos demais, em nossos atos, e recebemos as reações que os mesmos provocam. Mas, e os pensamentos e sentimentos? Será que sempre acompanham os nossos atos aparentemente bons? E é isso que também conta no caminho da perfeição que começamos a trilhar. Cristo falava constantemente da impureza interna, inclusive com bastante indignação como foi no episódio no qual chamou os fariseus de “sepulcros caiados”.

Realmente não é fácil nos tornarmos verdadeiramente puros de coração. O nosso eu inferior volta e meia leva vantagem e, quando acordamos, já falamos, pensamos e sentimos maldosamente.

Se nos propusermos a levar a sério a parte espiritual é porque realmente queremos ver e conviver com o Deus interno que está dentro de cada um de nós. Mesmo não sendo nada fácil, poderemos, com sua ajuda e através de meditação e oração, nos libertarmos cada vez mais das impurezas de pensamentos, sentimentos, palavras e atos, porque, à medida que formos afastando de nós essas impurezas, conseguiremos mais nitidamente ver e sentir o nosso Cristo Interno.

(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 10/79 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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Críticas ao Cristianismo Popular, como se já estivessem acima dos seus ensinamentos Cristãos

Críticas ao Cristianismo Popular, como se já estivessem acima dos seus ensinamentos Cristãos

Em uma de suas cartas aos estudantes, Max Heindel lamenta profundamente o fato de muitas pessoas criticarem o cristianismo popular, alegando lhe faltar uma concepção mais racional do universo. Hoje em dia o panorama não deixa de ser outro. Até mesmo alguns estudantes de ocultismo referem-se desdenhosamente às seitas cristãs. Revelam, dessa forma, uma ignorância sem tamanho, evidenciando desconhecer os princípios mais elementares que regem a evolução.

Os Períodos de Saturno, Solar, Lunar e Terrestre se constituíram em degraus no progresso do espírito. As Idades, Épocas e Revoluções, com suas características, são, por assim dizer, degraus menores ou sub-degraus.
Cada uma dessas fases encerra condições específicas, diferentes, às quais o ser evoluinte deve adaptar-se, haurindo as experiências necessárias ao seu desenvolvimento global. Contudo, nem todos os espíritos adaptam-se facilmente às novas condições. Alguns atrasam-se em relação aos demais.

Outros chegam quase a perder contato com sua própria onda de vida. Nem todos se encontram no mesmo estágio evolutivo. Até meados da Época Atlante, o ser humano ainda não se encontrava individualizado, isto é, não tinha consciência de si mesmo como um indivíduo, um ser diferente dos outros.

No entanto, já se tornava patente um desnível evolutivo. A onda de vida humana dividia-se em pioneiros, comuns e atrasados.

Face a tudo isso, é lógico supor-se que em nossos dias, com a individualização maciça dos seres humanos, surgiria uma multivariedade de caracteres; maneiras de sentir, agir e pensar diferentes; tipos físicos distintos, etc.
Para os educadores e pedagogos, constitui árdua tarefa, cercada de imensa responsabilidade, orientar e transmitir conhecimentos a um grupo heterogêneo de crianças. Atualmente, em nossas escolas, elas são classificadas e recebem ensinamentos conforme o seu Q. l. (Quociente de lnteligência). Porém, não é somente este fator o único a ser considerado na formação de homogêneas classes escolares. Há os fatores etários, idiossincrásicos, etc. Cada aluno deve receber o conhecimento que é capaz de assimilar. Nada mais.

As religiões também são escolas. Orientam. Propõem normas de vida.

Prescrevem hábitos. Preservam padrões éticos. Visam a manter o equilíbrio na sociedade e na família.

E como exercem sua influência sobre os indivíduos? Algumas atemorizando-os com a ideia de céu ou inferno.

Outras, mais racionais, pregam a existência de Deus em espírito e verdade. O Cristianismo Esotérico, a religião do futuro, procura despertar a consciência da divindade interna, do Cristo em formação no âmago de cada um.

Tudo isso tem lógica. Não se pode ministrar ensinamentos espirituais muito elevados a quem não está suficientemente amadurecido para compreendê-los e aplicá-los em sua vida prática. Seria o mesmo que atirar pérolas aos porcos. Quem não tem maturidade interna deve ser orientado de outra maneira. Para conter-lhe os excessos, às vezes só mesmo o temor.

É um recurso válido para que se abstenha de praticar o mal. Gradativamente evoluirá, até compreender sua responsabilidade.

São muitas as seitas cristãs populares. Cada uma com sua denominação própria e certas peculiaridades, representa um degrau apropriado a alguns seres que, não poderiam, pelo menos por enquanto, receber outra orientação mais eficiente e adequada ao seu adiantamento. A medida que despertam para mais amplas verdades, vão procurando escolas mais avançadas.

Expressar-se, portanto, com desdém em relação a toda e qualquer religião, constitui não só uma falha de caráter, mas uma prova de ignorância.

(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 03/73 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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Pergunta: Os tipos sanguíneos têm interferência na evolução da Fraternidade Universal, haja visto que o sangue de um animal superior ao ser injetado num inferior o mata, e do inferior injetado no superior não faz isso como está no Livro Conceito Rosacruz do Cosmos?

Pergunta: Os tipos sanguíneos têm interferência na evolução da Fraternidade Universal, haja visto que o sangue de um animal superior ao ser injetado num inferior o mata, e do inferior injetado no superior não faz isso como está no Livro O Conceito Rosacruz do Cosmos?

Resposta: Os tipos sanguíneos não têm interferência na evolução da Fraternidade Universal. O que ocorre é que, como sabemos, o sangue é o veículo do Ego. É por meio dele que cada um de nós controlamos o nosso Corpo Denso. É um dos produtos mais elevados do nosso Corpo Vital. A questão do “sangue de um animal superior ao ser injetado num inferior o mata, e do inferior injetado no superior não faz isso”, é porque o animal superior (via o seu Espírito-Grupo) já tem controle total do seu sangue (por meio do calor que o Ego impõe, adequadamente ao funcionamento do Corpo), enquanto que o animal inferior (também via, o seu Espírito-Grupo) ainda não tem. Assim, o sangue de um animal superior já está mais adequado a ser controlado pelo Ego. Quando esse sangue é injetado em um animal inferior, o Ego não sabe como trabalhar com esse sangue, além do sangue do animal superior trazer parte do seu espírito que tentará dominar o corpo do animal inferior. Se for em pouca quantidade ele consegue até expulsar esse sangue, senão ele morre, pois, o espírito, contido no sangue do animal superior, procurando se afirmar, mata a forma que o aprisiona e liberta-se. Já no animal superior, quando se injeta um sangue de um animal inferior, sabe o que deve fazer para tornar esse sangue adaptado ao seu controle e guia, pois, o espírito no sangue do animal superior é mais forte do que o espírito do menos desenvolvido.

Com relação aos tipos sanguíneos, entre os seres humanos há os doadores universais (tipo O) e há os receptores universais (tipo AB), os de tipo AB seriam mais evoluídos?

Após a primeira vinda do Cristo, quando Ele rasgou o véu do Templo, quando Ele nos deu a conhecer a Religião unificadora Cristã, quando Ele inaugurou a fase da nossa busca pela Fraternidade Universal, acabou a questão que tínhamos do relacionamento do sangue com os Espíritos de Raça – e, obviamente, com as Religiões de Raça. Pois lembremos que os Espíritos de Raça nos controlavam por meio do ar que respirávamos, e que via oxigenação do sangue nos pulmões, tinham acesso a nós. Era por isso que a endogamia era obrigatória naqueles tempos (“filhos de Deus que se casaram com as filhas dos homens”). Com a primeira vinda do Cristo foi inaugurada a “miscigenação das raças”, e hoje somos testemunhas oculares do bem que isso está trazendo para todos nós. Pela mistura de sangues obtida no matrimônio de indivíduos de diferentes tribos ou nações, os guias da humanidade ajudam-nos a desprendermo-nos, gradualmente, dos espíritos de família, de tribo ou de nação.

Logicamente há irmãos e irmãs que ainda têm lições a aprender sob o jugo das Religiões de Raças (o último resquício desses tipos de lições é o famoso “espírito de família”). No caso desses irmãos e irmãs e da necessidade dessa aprendizagem: ou nascem em locais no globo terrestre onde a influência ainda persiste, não como existia até a primeira vinda de Cristo, ou se desgastam em manter uma aura de sentimentos, emoções e desejos que lhes ajudem na aprendizagem. Seja como for, o desgaste nos seus Corpos é imenso. Como consequência, só conseguem aprender pela dor, pelo sofrimento e pela autodestruição.

Especificamente sobre as questões de “tipos sanguíneos, entre os seres humanos há os doadores universais (tipo O) e há os receptores universais (tipo AB), os de tipo AB” não tem nada a ver com ser mais ou menos evoluídos.

Tem a ver com a personalidade. Do mesmo modo com as nossas qualidades de alguns terem a facilidade de expressar melhor os conceitos da bondade, caridade, desapego, misericórdia, filantropia, disponibilidade, gratidão, do altruísmo, perdão e outros terem dificuldades (até extremas, em alguns casos). E essas características se expressam em todos os nossos Corpos, em seus órgãos, sistemas, vórtices e centros de percepção. Sem dúvida, os chamados “tipos sanguíneos” estão inseridos nesse contexto. Tenhamos cuidado: aprendemos na Filosofia Rosacruz que nada é absoluto, tudo é relativo e tem seus graus de dependências que devemos considerar com muita atenção. Por exemplo: não é porque um irmão ou irmã tem um sangue do grupo A que não podem doar sangue para irmãos e irmãs do grupo B, que aqueles são egoístas. É apenas uma dificuldade, fruto da nossa incompetência quando atraímos materiais para construir nossos Corpos na descida para essa encarnação. Com certeza aprenderemos e nas próximas encarnações teremos a chance de demonstrar a nossa aprendizagem.

Que as rosas floresçam em vossa cruz

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O Caminho do Aspirante: está disposto a se submeter a tal disciplina?

O Caminho do Aspirante: está disposto a se submeter a tal disciplina?

O amplo esquema de filosofia exposto pelos Rosacruzes é perfeitamente acessível a todos aqueles desejosos de compreender as leis cósmicas.

É bem verdade que nem tudo pode ser comprovado de imediato, porquanto a fonte de muitos ensinamentos se encontra nos planos internos da natureza. Somente os indivíduos mais avançados, cujo desenvolvimento lhes propicia a oportunidade de investigar “do outro lado”, possuem o “conhecimento direto”.

Seus relatos, entretanto, merecem toda confiabilidade. Seu acesso à chamada “Memória da Natureza” é consequência de uma vida pura e altruísta, única forma segura de sensibilização dos veículos e despertamento das faculdades extra-sensoriais. São, portanto, seres idôneos.

A maior parte dos neófitos em ocultismo aprende por meio do conhecimento indireto. “Vivendo a vida” poderão, um dia, adquirir a capacidade de penetrar e perceber os planos internos. Por ora, seu amadurecimento interior lhe indica a verdade contida em um propósito. Além disso, também se valem da analogia e da observação da natureza. 

Este, por conseguinte, é o primeiro passo do estudante Rosacruz.

Nenhum ensinamento espiritualista tem valor real se não for capaz de promover uma reforma interior. O estudante deve tentar ascender um degrau acima do simples estudo intelectual. Cabe-lhe — se se tratar de um autêntico idealista — pôr em prática os conhecimentos hauridos ao longo de cursos, conferências e leitura das obras Rosacruzes.

Cada um poderá fazê-lo a seu modo, se reorientando, traçando novas diretrizes. A Escola Rosacruz respeita a liberdade de todos. Quando muito indica, sugere e mostra alternativas. Nosso exemplo maior, quanto a esse comportamento, são os próprios Irmãos Maiores que “nunca dão ordens, não censuram e nem elogiam”. Não fazem pelo aspirante, o que este pode e deve fazer por si mesmo. É mais sábio ensinar “alguém a plantar do que lhe dar alimentos”, parafraseando um milenar provérbio chinês.

Mesmo assim, tomamos a liberdade de adiantar alguns subsídios a respeito da aplicação, no cotidiano, dos ensinamentos Rosacruzes. Em primeiro lugar, é de bom alvitre zelar pelo bem-estar do Corpo Denso. É o mais antigo dos veículos do espírito, e, atualmente, o mais importante como meio de expansão da consciência. Os outros veículos são, também, importantes. Não tendo alcançado tal nível de aperfeiçoamento, sua utilidade não pode se comparar com a do primeiro.

Uma alimentação pura e adequada à constituição do aspirante, ar puro, higiene, exercícios físicos moderados, temperança, formam um conjunto disciplinador indispensável a consecução desse objetivo.

Além disso, a aplicação prática dos sagrados conhecimentos transmitidos publicamente por Max Heindel abrange, também, uma vivência de ordem superior.

O que entendemos por uma “vivência de ordem superior”?

É um estilo de vida em que as coisas do Espírito ocupam um lugar preponderante. É o cultivo da leitura edificante como veículo de informação e formação; é a dedicação ou apreciação das artes em sua expressão mais elevada; é a admiração aos ideais superiores e caracteres nobres; é o respeito a todas as ondas de vida em manifestação e reverência à própria natureza. Enfim, consiste viver em harmonia e integração com o próprio Cosmos.

A Fraternidade Rosacruz oferece um método de realização espiritual. Esse método compreende alguns exercícios imprescindíveis à organização dos veículos internos. O aspirante deve praticá-los de uma forma sistemática, consciente e sincera. Logicamente chegará a resultados definidos pela observância de todos esses preceitos.

Porém, só o fará com segurança se temperá-los com as práticas devocionais, onde a oração ganha um destaque especial.

Pela prática devocional, dia a dia, o sentimento de unidade com todas as coisas e seres se consolida no coração do aspirante. Brota-lhe, dessa forma, um incontido amor, traduzido no máximo ideal de todo Cristão: SERVIR.

A todos aqueles que anseiam, às vezes até impacientemente, pelo conhecimento direto, perguntamos: estão dispostos a se submeter, consciente e voluntariamente, a tal disciplina, por mais dura que possa parecer?

Se a resposta for afirmativa, de uma coisa podem estar certos: sua caminhada será árdua; algumas vezes ver-se-ão tentados a desistir; mas superados paulatinamente os obstáculos, conquistarão uma paz inefável, impossível de ser oferecida pelo mundo.

Contudo, não desejarão desfrutar dessa gloriosa paz. Sensíveis ao sofrimento da humanidade, renunciarão a todo e qualquer galardão, pelo privilégio de continuar servindo ao próximo.

(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 10/79 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Alquimia Espiritual: o que é isso na sua vida

Alquimia Espiritual: o que é isso na sua vida

As linhas irradiantes de força, invisíveis aos olhos físicos, permeiam o Corpo Denso e formam a nossa Aura. A coloração dessa Aura é distinta em cada indivíduo em um matiz fundamental e demonstra o grau de evolução de cada um.

Nas raças inferiores, esse matiz fundamental é vermelho, semelhante ao de um fogo lento; é um sinal da índole emotiva e passional.

A Aura dos indivíduos em elevados graus na escala da evolução apresenta um matiz fundamental de cor alaranjada, o vermelho das emoções, mesclado com o amarelo do intelecto. Entretanto, como resultado da consciente ou inconsciente alquimia espiritual que realizam ao longo do caminho do progresso e das experiências da vida, experiências que ensinam a sujeitar as emoções ao domínio da Mente, acabam por se emancipar dos marcianos Espíritos Lucíferos do belicoso Jeová, cujas cores são escarlates e vermelhas. E, assim, esmaece o matiz fundamental da Aura, na medida em que, consciente ou inconsciente, vão se identificando com o espírito unificador e altruísta de Cristo que vibra em áurea cor.

O nimbo de luz amarelada com que os artistas dotados de visão espiritual aureolavam a cabeça dos santos é a representação física de uma promessa espiritual que se cumprirá em todos os seres humanos, embora só aqueles a quem chamamos Santos o tenham conseguido. Depois de lutar durante muitas vidas contra as próprias paixões, perseverar pacientemente em boas obras, constância em propósitos elevados, os santos atuais conseguiram ultrapassar o raio vermelho e se encontram imersos nas vibrações douradas do raio de Cristo.

Os pintores medievais dotados de visão espiritual, ao representarem a citada transmutação, rodearam as cabeças dos Santos de uma auréola dourada, como sinal de libertação do poder lucífero de Marte, assim como do poder de Jeová e seus Arcanjos, pertencentes a uma etapa de evolução de raça e de nacionalismo.

Os Espíritos Lucíferos encontram sua expressão no ferro do sangue. O ferro é um metal marciano, tão difícil de colocar em alta vibração que é necessário o penoso esforço de muitas vidas para que o produto da sua combustão tome a cor dourada da Aura pura dos Santos. Quando tal se consegue, se consuma o magno processo da alquimia ou transmutação do metal inferior em ouro, ao mesmo tempo que os resíduos da Terra se convertem na maravilhosa liga do Mar de Bronze. Então, só faltará abrir as comportas para que o jorro flua.

A cor natural do ouro é o raio de Cristo, que encontra sua expressão química no elemento Solar chamado oxigênio. No caminho da evolução para a Fraternidade Universal, todos os seres humanos, mesmo que não professem uma religião determinada, terão em suas Auras o matiz dourado, sob impulsos de altruísmo partidos do ocidente. São Paulo dá a entender isso, ao dizer: “Cristo há de formar-se em vós”.

Quando soubermos formar a “liga” por meio de vidas espiritualizadas e vibrarmos em completa harmonia com Cristo, seremos semelhantes a Ele e estaremos aptos a abrir os crisóis do Mar de Bronze.

Cristo, na Cruz, Se libertou por meio dos centros espirituais situados, segundo se diz, nos lugares onde lhe pregaram os cravos e de outros centros ainda. Aquele que prepare o Mar de Bronze receberá instrução do seu Mestre quanto ao modo de romper os laços e se elevar as esferas superiores, ou como refere a expressão maçônica “viajar por países estrangeiros”. Essa frase está de acordo com a admonição de Cristo, quando disse que, para chegar a ser seu Discípulo é preciso deixar pai e mãe. Essa é uma das mais simbólicas frases do Evangelho e geralmente mal interpretada, porque a reportam aos pais vida após vida física, quando, na verdade, significa algo muito diferente no ponto de vista esotérico.

Para bem compreender, recordemos que os Espíritos Lucíferos introduziam o ferro no organismo humano e, com isso, tomaram possível a encarnação do Ego. Porém, a contínua oxidação do sangue acaba por inutilizar o Corpo como morada do espírito e dá lugar a morte.

Assim, os Espíritos de Lúcifer, ajudando o nosso Corpo físico, são também os Anjos da morte a que estão sujeitos os descendentes de Eva e Samuel e os de Eva e Adão, porque todos são de carne.

O Sol, o centro da vida, governa o gás vivificante chamado oxigênio que se combina com o ferro, metal marciano. Cristo, o senhor do Sol, é também o Senhor da vida. Quando pela alquimia espiritual, chegarmos a ser como Ele, alcançaremos a imortalidade, nos libertando de nosso pai Samuel e de nossa mãe Eva. A morte não terá mais domínio sobre nós. Isso não significa que os Corpos de quem alcança a imortalidade não tenham que morrer. O espírito dominará completamente o Corpo, usando-o durante séculos, até que lhe convenha tomar outro.

Outrossim, pelo mesmo processo de alquimia espiritual, o espírito terá capacidade de formar um novo Corpo adulto, se desprendendo do já velho e gasto.

A passagem do Adepto dos domínios da morte para o reino da imortalidade está simbolizada no arrojado salto de Hiram Abiff, o Grão-Mestre dos obreiros do Templo de Salomão, ao se precipitar no mar ardente de metais fundidos e na passagem pelas nove arcadas da camada terrestre que foram o Caminho da Iniciação. Também está simbolizado no batismo de Jesus, e depois do Gólgota, na descida à região subterrânea onde o seu Corpo Vital está esperando o dia do segundo e definitivo advento do espírito de Cristo.

(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ de maio/1979 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Em sua opinião, é permitido o uso da “eutanásia legalizada” ou execução legal de pessoas idosas, enfermas, padecendo e que desejam a morte?

Pergunta: Em sua opinião, é permitido o uso da “eutanásia legalizada” ou execução legal de pessoas idosas, enfermas, padecendo e que desejam a morte?

Resposta: À primeira vista e do ponto de vista de pessoas não versadas nos ensinamentos do ocultismo, tal medida pareceria ser altamente louvável. A maioria das pessoas ao ver um animal sofrendo as dores da agonia, sem esperança de recuperação, sentir-se-ia, levada pelos instintos humanos, a pôr fim ao seu sofrimento, e a perguntar: ” Por que não deveríamos fazer o mesmo em relação aos nossos companheiros homens e mulheres?
Por que deveríamos mantê-los vivos, vendo-os sofrer atrozmente durante meses ou anos a fio, quando sabemos não haver esperanças de recuperar sua saúde? Além disso, eles desejam a morte para pôr fim ao seu sofrimento”.

Do ponto de vista comum, isto até merece uma aprovação. Mas, quando passamos a ter conhecimento da Lei de Consequência, e a saber que aquilo que semeamos colheremos agora ou numa futura existência, coloca a questão sob uma luz diferente.

Não podemos escapar às nossas dívidas. O sofrimento que se abate sobre nós é necessário para ensinar-nos uma lição ou suavizar nosso caráter. O único meio de encurtar o sofrimento é, por meio de esforço, descobrir por que nos encontramos numa condição que nos traz tanta amargura. Se for um câncer do estômago, até que ponto maltratamos esse órgão? Seria por um excesso de alimentos de natureza não adequada ao nosso sistema?

É o coração? Quantas vezes perdemos a calma enfurecendo-nos como loucos e exercendo uma tremenda pressão nessa parte do corpo? Será que outros órgãos do nosso sistema estão fracos e debilitados? Podemos estar certos que, de alguma forma, seja nesta vida ou em outra anterior, abusamos do nosso corpo de modo a causar os atuais sofrimentos. Do contrário, não estaríamos sofrendo agora, e quanto mais cedo levarmos a lição a sério, começando a viver uma vida melhor e muito mais em harmonia com as leis da natureza que violamos, mais cedo o nosso padecimento cessará.

Alterar as condições está sempre ao nosso alcance, embora não possamos remediar num dia o que levou anos ou vidas para ser destruído, mas, não há outro meio pelo qual uma cura permanente seja efetuada. Mesmo que agora, pela decretação de uma lei como a que foi mencionada, o sofrimento possa ser abreviado, temos a certeza que, quando a pessoa assim libertada do seu corpo renascer, o seu novo veículo tenderá a desenvolver a mesma doença que evitou de uma forma tão imprópria.

Além do mais, como foi plenamente explicado no “Conceito Rosacruz do Cosmos”, este nosso corpo físico é formado de acordo com um molde invisível chamado arquétipo e, enquanto esse arquétipo persistir, o nosso corpo físico permanecerá vivo. Quando a morte é decorrente de causas naturais, ou mesmo nos chamados acidentes (que geralmente não são realmente acidentes, mas acontecimentos surgindo para pôr fim a uma vida conforme o plano dos Guardiães Invisíveis dos assuntos humanos), o arquétipo é destruído e o Espírito fica liberto.

Um suicídio, no entanto, é diferente. Neste caso, o arquétipo persiste após a morte durante vários anos até o momento em que ocorreria a morte de acordo com os acontecimentos naturais, portanto, sendo incapaz de afastar de si os átomos físicos, o suicida terá durante esses anos de sua existência ” post-mortem”, uma contínua sensação de dor, semelhante ao Suplício da fome, ou a uma dor de dente indefinida, mas excessivamente dolorosa.

Se o plano mencionado for aprovado como lei, e as pessoas forem autorizadas a utilizar o serviço de outros para cometer suicídio (porque essa ação significa realmente um suicídio), não há dúvida que sofrerão em sua existência “post-mortem”, da mesma maneira que o suicida que prepara o próprio veneno ou que corta a própria garganta. É um projeto muito perigoso também sob outros aspectos, e confiamos que tal prática não será sancionada por lei.

(Perg. 152 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Sangue: você sabe qual a sua real importância?

O Sangue: você sabe qual a sua real importância?

Pergunta: Qual é o meio direto pelo qual o Ego pode agir no Corpo Físico?

Resposta: O sangue. Podemos notar que o Ego não pode atuar no Corpo Físico sem que o sangue esteja dentro de uma temperatura apropriada. Por exemplo: um calor acima do normal torna a pessoa sonolenta, tornando-a inconsciente pela expulsão do Ego, se a temperatura continuar a subir.

Pergunta: O frio intenso produzirá o mesmo efeito?

Resposta: O frio excessivo também tende a tornar o Corpo sonolento ou inconsciente. Somente quando o sangue se encontra próximo ou na temperatura normal é que o Ego poderá usá-lo como veículo de consciência.

Pergunta: Como podemos notar a atividade do Ego no sangue?

Resposta: Podemos mencionar vermelhidão produzida pela vergonha ou por outra emoção. É uma evidência da maneira pela qual o sangue é levado à cabeça, assim superaquecendo o cérebro e paralisando o pensamento.

Pergunta: Qual a reação do Ego face ao medo?

Resposta: O medo é um estado em que o Ego é levado a defender-se de algum perigo exterior. Por isso o sangue flui mais internamente. As faces empalidecem porque o sangue deixou a periferia do Corpo.

Pergunta: A qualidade do sangue afeta o trabalho do Ego?

Resposta: Em uma pessoa vigorosa, quando o sangue não atinge uma determinada temperatura, é ativa corporal e mentalmente, ao passo que a pessoa anêmica é sonolenta, o que quer dizer que num caso o Ego tem um melhor domínio e no outro menor.

Pergunta: A crença de que o Ego age no sangue é corroborado pela História?

Resposta: Os artigos Noruegueses e Escoceses admitem que Ego está no sangue, porque nenhum estrangeiro poderá tornar-se seu parente, até que tenha feito a “mistura de sangue” com eles, e dessa forma tornar-se um deles.

Pergunta: Existem outras fontes idôneas que concordam com essa crença?

Resposta: Goethe, um Iniciado, demostra essa verdade em seu Fausto, quando estava para assinar o pacto com Mefistófeles: “Por que não assinar com tinta comum? Por que usar o sangue? “O sangue é uma essência muito peculiar”, respondeu Mefistófeles. Quer dizer que aquele que tem o sangue tem o ser humano. É pelo calor do sangue que o Ego pode expressar-se.

Pergunta: Em que época o sangue atinge a temperatura apropriada?
Resposta: O calor apropriado do sangue para capacitar o Ego a expressar-se plenamente, torna-se uma realidade quando o indivíduo está para atingir os vinte e um anos de idade.

Pergunta: Há aspectos legais em relação a esse fato?

Resposta: A lei reconhece isso ao ser humano.

Pergunta: O sangue tem alguma conexão com a memória?

Resposta: A memória está intimamente conectada com o sangue, o qual é a mais alta expressão do Corpo Vital. E somente por meio dos dois Éteres superiores que o ser humano tem o senso de percepção e memória. Isso se aplica à memória Consciente, como também aos registros que designamos como memória Subconsciente, os quais se realizam por meio do Corpo Vital com o auxílio do sangue.

(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 04/73 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Que nos Reserva o Futuro? Afinal você confia em quem está “no leme”?

Que nos Reserva o Futuro? Afinal você confia em quem está “no leme”?

Para milhões, hoje, o futuro apresenta-se carregado de negras cores. E há fundadas razões para isso. Pois enquanto de um lado vemos o prodigioso avanço da ciência na produção das armas de quase incrível poder destrutivo, vemos do outro a maldade humana fomentando rancores e dividindo os seres humanos de um modo e numa extensão nunca vistos na História. Como consequência disto, há hoje preocupação pela própria sobrevivência da raça, que estaria em grave perigo no caso de uma nova guerra geral.

Mas o mundo não está de todo entregue à ação do mal. Há um Deus no céu que rege o universo, e em cujas mãos está o destino do ser humano. Malgrado as aparências em contrário, a Escritura diz que “o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens” (Dn 4:17). Deus tem um programa para o mundo, que tem sido e será fielmente executado.

O programa divino para o mundo foi revelado a um grande estadista do passado que desejou conhecer o futuro — Nabucodonosor, rei de Babilônia. A revelação foi feita na forma de uma estátua de homem, cuja descrição e interpretação encontra-se na profecia de Daniel, nas Escrituras Sagradas. A cabeça da estranha estátua era de ouro; o peito e os braços, de prata; o ventre e as coxas, de cobre; as pernas, de ferro; e os pés em parte de ferro e em parte de barro (Dn 2:32-33).

Interpretando o sentido dos componentes da estátua, o profeta Daniel afirmou que a cabeça de ouro simbolizava Babilônia (Dn 2:37-38), que naquele tempo era a nação líder do mundo, Babilônia foi chamada um reino áureo de uma idade áurea. Destacou-se por sua cultura, por sua vasta riqueza e notável magnificência.

Mas no plano divino, Babilônia devia passar. “E depois de ti se levantará outro reino inferior ao teu”, disse o profeta (Dn 2:39). Em 539 AC, Babilônia foi tomada pelos medo-persas. E o governo mundial passou às mãos da Medo-Pérsia, representada pela prata do peito e braços da estátua.

Prosseguindo na interpretação, o porta-voz de Deus anuncia o surgimento de um terceiro reino, que teria “domínio sobre toda a Terra” (Dn 23:9). Isso se cumpriu quando em 331 antes de Cristo, Alexandre Magno derrotou os medo-persas. O governo e liderança dos povos tocava agora ao Império greco-macedônio, simbolizado pelo cobre.

Ainda outro império mundial devia surgir na tela da História. Era Roma, representada pelo ferro das pernas da estátua. Em 168 antes de Cristo Roma esmagou a Grécia e tornou-se senhora do mundo. Quando Senhor Jesus-Cristo nasceu, José e a Virgem Maria haviam subido a Belém obedecendo a “um decreto da parte de César Augusto (imperador Romano), para que todo o mundo se alistasse” (Lc 2:21). Roma dominou desde as ilhas Britânicas até a Índia.

A mistura de ferro e barro dos pés da estátua indicava, disse o profeta, que Roma viria a ser um reino dividido (Dn 2:41). Após cinco séculos de existência unificada, Roma efetivamente dividiu-se. Na parte ocidental do Império surgiram dez reinos, que constituem alguns dos países da Europa atual.

Agora a grande profecia do sagrado Livro expôs o programa divino quanto ao que para nós ainda é o futuro. “Mas, nos dias destes reis”, declara Daniel, revelando o desfecho da História, o “Deus do Céu levantará um reino que não será jamais destruído nos dias destes reis” (Dn 2:44) – nos dias da Inglaterra, Portugal, Alemanha e Itália – Deus vai intervir nos negócios do mundo e levantar um reino diferente, um reino que não passará. Os outros reinos passaram. Eles eram obra do ser humano, eram reinos do pecado. Mas o reino aqui anunciado será obra de Deus.

Virá pela ação divina. Esse reino é o reino de Deus, o grande bem futuro que esperavam os justos de todos os tempos. Foi esse reino que Jesus pregou e mandou pregar. O “Evangelho do reino” – as boas novas da vinda do reino – deve soar em todo o mundo. Foi a vinda desse reino que Jesus mandou pedir quando nos ensinou a orar: “Venha a nós o Teu Reino” (Mt, 6:10).

Ao estabelecer Deus o Seu Reino, os reinos do pecado terão fim. Após descrever a estátua simbólica dos reinos deste mundo, diz Daniel que uma pedra foi lançada contra ela, esmiuçando-a (Dn 2:34-35). Aquela pedra representa o reino de Deus. O lançamento da pedra contra a estátua é a vinda do reino celestial, que se dará por ocasião da volta de Cristo com poder e glória. Ao ser estabelecido o Reino Celestial, cessará a presente ordem de coisas.

Cessarão as guerras; os males do presente cessarão. Inaugurar-se-á uma nova era de paz e ventura. “Mas nós”, diz ainda São Pedro, “segundo a Sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra em que habita a justiça” (IIPe 3:13). É para este novo mundo que a justiça de Deus faz caminhar irresistivelmente a História.

Por vezes pode parecer que a vontade dos seres humanos determina o curso dos acontecimentos. Às vezes parece que estamos à mercê das forças do mal. Mas a luz do divino Livro “contemplamos ao fundo, em cima, e em toda a marcha e contramarcha dos interesses, poderio e paixões humanas, a força de um Ser todo misericordioso, a executar silenciosamente, pacientemente os conselhos da Sua própria Vontade”.

Um navio sulcava o Atlântico Norte, à noite quando se levantou forte tempestade. O navio começou a jogar violentamente. Muitos passageiros foram tomados de pânico. Houve confusão e gritos. O barulho despertou uma filhinha do capitão que, assentando-se na cama, perguntou: “Que está acontecendo?” Alguém explicou “Enfrentando uma tempestade e achamo-nos em grande perigo”. “O papai está ao leme? ” – indagou momentos depois a criança. A resposta foi “Sim”. A menina reclinou calmamente a cabeça e adormeceu de novo. O papai estava ao leme!

O mundo vive uma hora de crise. Do ponto de vista humano o futuro é deveras sombrio. Mas Deus nosso Pai Celestial, está ao leme da História. Ele orienta e controla os acontecimentos para a execução do Seu plano: dar ao ser humano um mundo ideal. Isto é o que o futuro reserva, para os que esperam em Deus. Vinte e cinco séculos de história atestam que este anúncio das Escrituras é verdadeiro.

Prezado Amigo: Confiemos em Deus e aguardemos o Seu Reino. Sim, aguardemo-lo e preparemo-nos para ele, confiando nossa vida ao Salvador Jesus-Cristo. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo aquele que n’Ele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16).

(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 04/79 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Por que sofremos? A dor é o estímulo para a perfeição?

Por que sofremos? A dor é o estímulo para a perfeição?

“Por toda parte em que arrastei meu manto, deixei um traço fundo de agonia” – Fagundes Varela.

“Meus Deus, Senhor meu Deus, o que há no mundo que não seja sofrer? O homem cresce e vive um instante, mas sofre até morrer” – Gonçalves Dias.

Nunca o mundo padeceu tanto sofrimento como agora. Seja dor física ou moral, coração algum jamais deixou de, pelo menos uma vez, sentir sua opressão. A humanidade compõe-se de legiões de angustiados, desesperados, desiludidos.

Qual a razão de tanta desdita? O que causa a humana dor?

Consultemos o livro do Gênesis, no Antigo Testamento. Verificaremos no Capítulo 1, versículo 3, que “Viu Deus tudo quanto fizera e eis que era muito bom”.

Portanto, Deus infundiu em tudo quanto criou Sua Divina Perfeição. A palavra perfeição nesse caso pode ser substituída por harmonia. Logo, a obra da criação, regida por leis sábias, caracterizava-se, no início, pela harmonia existente entre todos seus componentes. Na quebra dessa harmonia encontramos a origem do sofrimento. Esse rompimento é uma transgressão às leis naturais. Quer se manifeste como pobreza, enfermidade ou outra infelicidade qualquer, a gênese do padecimento é sempre um desvio.

Porém, que é realmente a dor, a não ser o impacto causado pela retomada do caminho da harmonia? É um brado de alerta sobre a existência de alguma coisa errada. Se a queimadura não produzisse um incomodo físico, por exemplo, nossas mãos poderiam ser consumidas pelas chamas de um fogão. Uma cólica hepática indica, via de regra, uma alimentação inadequada.

A miséria em que vivem milhões de pessoas, denota negligência em relação as oportunidades ou, então, criminosa ganância em vidas passadas. Hoje, tudo se lhes falta como meio de aprenderem a lei do equilíbrio: não devem descurar suas necessidades materiais, porém, que o sentimento de posse não os induza a oprimir ou lesar o semelhante.

O sofrimento, dessa maneira, representa a lição a ser aprendida. Não deve ser encarado como passivo e letárgico conformismo, nem com desesperada revolta. Não interpretemos a dor como sendo uma derrota. Vislumbremo-la como a elevação a um bem que está em nós mesmos, um remédio oportuno, adequado à cura das doenças da alma.

A mensagem Rosacruz é um manancial de esperança. Através do conhecimento dos mistérios da natureza revela-nos o imenso potencial de que fomos dotados. Revelamos, também, nossa origem divina, dando-nos conta das promessas das quais somos herdeiros.

Falta-nos apenas entrar em sintonia com a grande realidade divina. Nada há de real fora dela. A ignorância dessa verdade conduz o ser humano aos tortuosos caminhos do sofrimento.

A dor é o estímulo para a perfeição. Ela faz brotar a bondade e a ventura. A bondade é uma flor que se alimenta dos resíduos deixados pela dor em nossos corações.

Pelo sofrimento podemos avaliar e compreender o padecimento alheio. É uma forma de despertamento da solidariedade no íntimo de cada um. O coração humano é como a terra árida: necessita de ser revolvido e adubado para dar bons frutos.

O espírito é essencialmente divino, mas não pode expressar essa divindade se não compreender o mundo que o cerca e os instrumentos que usa para sua manifestação. A divindade em cada ser humano revela-se na medida em que o caráter é lapidado. Somos a pedra bruta ocultando um diamante de raro brilho. Muitas vezes somente a força do esmeril pode desbastar a pedra. É quando o indivíduo sofre.

Consola-nos, porém, saber que tudo caminha para um bem final, porque “em Deus vivemos, nos movemos e temos o nosso ser”.

(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 05/79 – Fraternidade Rosacruz)

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