Pergunta: Por que investigar os Mundos invisíveis?
Resposta: Se soubéssemos, com absoluta certeza, que em um dia mais ou menos remoto seremos levados para um país onde deveremos viver durante muitos anos sob condições novas e estranhas, não seria razoável acreditar que aceitássemos com prazer a oportunidade de conhecer, antecipadamente, alguma coisa sobre esse país?
Pergunta: Isso se aplica a todos os seres humanos?
Reaposta: Sim. Há só uma coisa certa na vida: é a Morte. Quando passarmos ao além e enfrentarmos novas condições de existência, o conhecimento que tenhamos delas, sem dúvida nos será de grande auxílio.
Pergunta: Existem outras razões?
Reaposta: Outra razão muito importante é que, para compreender o Mundo Físico, que é o Mundo dos efeitos, é necessário compreender o Mundo suprafísico, que é o Mundo das causas.
Pergunta: Que evidência temos desse fato?
Resposta: Vemos como os ônibus elétricos correm pelas ruas e podemos escutar o tique-taque dos aparelhos telegráficos, mas para nós permanece invisível a força misteriosa que é a causa desses fenômenos.
Pergunta: Não lhe damos o nome de eletricidade?
Resposta: Sim; dizemos que é a eletricidade, mas o nome não explica. Nada sabemos da força em si própria, unicamente vemos e ouvimos os seus efeitos.
Pergunta: Isso é também verdadeiro para todas as formações físicas?
Resposta: Sim; se em uma atmosfera de temperatura suficientemente baixa colocamos um prato cheio de água, começarão a formar-se cristais de gelo e poderemos observar o processo de sua formação. As linhas em que se cristaliza a água foram, durante todo o tempo, linhas de força invisíveis, até o momento da congelação da água.
Pergunta: Tais Mundos são tão reais quanto o Mundo Físico?
Resposta: Quanto à realidade desses mundos superiores, comparada com a do mundo físico, por estranho que isso pareça, esses mundos superiores, que para a maioria são miragem, ou, pelo menos, menos substanciais, são na verdade muito mais reais e os objetos que neles se encontram muito mais permanentes e indestrutíveis do que os objetos do Mundo Físico.
Pergunta: Que exemplos podem ser dados para provar essa afirmação?
Resposta: Um arquiteto não começa a construção de uma casa adquirindo os materiais necessários e contratando os trabalhadores para que sobreponham as pedras ao acaso. Primeiramente ele idealiza ou traça um plano de construção. Começa, primeiramente, pensando na casa. Aos pouco esse pensamento assume em sua mente uma forma e finalmente adquire uma ideia clara da casa, tal como deve ser; um pensamento-forma.
Pergunta: A casa material não é mais real do que sua imagem?
Resposta: Não. A casa material poderá ser destruída por dinamite, por terremoto ou pelo fogo, mas o pensamento-forma que a criou permanecerá enquanto for vivo o arquiteto que o idealizou e desse pensamento-forma poderão ser construídas tantas casas quantas se queiram. Nem mesmo o arquiteto poderá destruí-lo. Ainda depois de sua morte, esse pensamento-forma poderá ser examinado por qualquer pessoa qualificada para ler na memória da natureza.
(Publicado na revista ‘Serviço Rosacruz’ – 11/1978)
A União, necessária para a elevação da humanidade
Bem sabemos que a elevação da humanidade só pode ser alcançada mediante a amizade universal. Os Irmãos Maiores não poupam esforços para mostrar, com Seus exemplos, como consegui-la.
É fácil ser amigo daqueles que amamos, o amor suaviza tudo, tornando-nos compreensivos, tolerantes, facilmente perdoando ofensas, esquecendo mágoas. A pergunta é: como poderemos construir dentro de nós essa potencialidade que chamamos amor, para abraçar tudo e a todos, sem ter em conta índole, natureza, raça ou posição social das pessoas? O Mundo do Espirito de Vida é o Mundo do Cristo, o Mundo do Amor e Sabedoria, e reflete-se em nosso Corpo Vital. Então, é no Corpo Vital, agindo sobre ele, que temos de começar nosso trabalho, formando e construindo novos hábitos, repetindo-os.
As obras desinteressadas, trabalhando para o bem-estar dos outros, já é um começo para condicionar o Corpo Vital ao trabalho proveitoso e produtivo. Devemos nos tornar sábios para praticar o bem acertadamente.
Vemos a miséria humana, as lutas entre irmãos, as atrocidades, os atentados, o terrorismo que nos causam repugnância. Como então podemos ser capazes de amar, sem exceção? O único caminho é a compaixão. Max Heindel disse: “Planta-se a semente da compaixão e nela brotará o amor”. Assim começaremos a ver por outro ângulo todos aqueles que agem de uma maneira violenta e egoísta. Perceberemos que eles são cegos e ignorantes, usando a força, a potência e inteligência para o mal. Como eles trabalham para sua própria destruição! Podemos ver as penas, as consequências atrozes que atraem com os seus atos.
E nessa hora desperta, em nossos corações, a compaixão que Cristo sentia na hora da crucificação, ouvindo os insultos e sarcasmos do populacho. Ele disse: “Pai perdoa-os, que não sabem o que estão fazendo”.
E quando brotar o perdão em nossos corações, quando sentirmos compaixão, despertaremos nossa vontade de ajudar e servir amorosamente, sem esperar amor ou retribuição ou reconhecimento; despertará também nossa amizade para o todo e para com todos, porque bem sabemos, que ajudando nossos irmãos a serem melhores, aliviaremos a cruz do nosso Salvador e trabalhando com Ele ajudaremos também ao propósito de Deus de unir fundamentalmente cada um com todos, porque a fusão de todas as almas será a fusão também com Deus.
(Publicado na revista ‘Serviço Rosacruz’ – 08/86)
Trabalhemos…não nos preocupemos!
Há quem diga que o mundo não necessita de seres humanos preocupados, mas sim de ocupados. Há um fundo de verdade nisso. Só a atividade abre canais de solução.
A vida tornou-se complexa, exigindo ação enérgica para a suplantação dos obstáculos. Os desafios do quotidiano encontram os seres humanos, em sua grande maioria, despreparados para enfrentá-los. Assim, não raro, estampam no rosto a marca do desespero, da ansiedade, do ceticismo. Carecem de uma estrutura espiritual capaz de sobrepô-los aos problemas existenciais.
Faz-se muito alarde de crises nos dias atuais, a ponto de imaginarmos que a convivência com elas representa a normalidade da vida. Crises econômicas. Crises políticas. Crises morais. As manchetes dos jornais não cansam de proclamá-las.
Analisado, o problema, sob o prisma essencialmente materialista, não nos deixa conclusões alentadoras.
Mas, à luz do espiritualismo, as coisas se apresentam de outra maneira. O que corrói a humanidade, realmente, é uma crise de FÉ. Esta é a verdadeira crise. O ser humano vive preso de temores, quase sempre infundados. Por descrer na ação equilibradora de Forças Superiores, acaba sofrendo contínuos abalos em sua existência.
Ora, se “em Deus vivemos, nos movemos e temos o nosso ser” – e isso os ocultistas admitem como uma verdade axiomática – não podemos nos conceber dissociados do TODO. Somos células vivas do Grande Corpo Divino. Além disso, estamos sujeitos a leis imutáveis, cuja ação promove a harmonia universal. Então, porque imaginarmo-nos apartados desse processo? Deus está em nós, e a recíproca é verdadeira. Max Heindel vai mais longe ainda, quando afirma “que Deus evolui por nosso intermédio”.
Diante disso, não é sensato duvidar da Divina Presença em todos os seres da criação.
Deus mora, vibra, palpita em todas as pessoas. Se elas não O manifestam em suas vidas, é porque se fecharam à Sua ação. E se se mantiverem refratárias ao fluxo de Sua “seiva”, por certo provocaria um desequilíbrio e o consequente sofrimento.
Eis uma verdade fundamental: Deus encontra-se presente em cada um de Seus filhos, como atuante e poderoso auxílio. Foi-nos destinado um caminho luminoso, ascensional, transbordante de plenitude. Nossa meta é a perfeição. Os fatos que nos envolvem, nossos êxitos e fracassos, alegrias e tristezas, lutas e desafios, constituem eterno convite para a PERFEIÇÃO. Dão sabor à nossa vida. Porém, quantos já se sensibilizaram a essa realidade?
A consciência da Divina Presença em nós afasta a possibilidade de qualquer preocupação, porque esta resulta de um temor, de uma dúvida, de uma hesitação. A certeza de Deus em nós elimina qualquer sentimento negativo. São Paulo apóstolo dizia: “Se Cristo é por nós, quem será contra nós?”
O temor contrapõe-se à fé. E a sua negação. Devemos, portanto, substituí-lo por sentimentos positivos, conservando uma inabalável confiança na Providência Divina.
É possível que, às vezes, deixemo-nos desgastar com preocupações, por causa de problemas financeiros, de saúde, etc. É importante libertarmo-nos desses cuidados.
Cabe-nos o empenho em resolvê-los, sem, contudo, deixarmo-nos envolver pela ansiedade.
É necessário ver a mão de Deus em todos os acontecimentos e circunstâncias, sempre laborando por tudo aperfeiçoar. Onde a maioria só encontra dúvida e confusão devemos perceber a força da Divina Sabedoria. Onde os problemas e o sofrimento parecem dominar, devemos vislumbrar o poder de Deus em ação. Onde antigamente só lamentávamos a enfermidade, hoje procuremos ver as leis naturais agindo para restabelecer o equilíbrio rompido pela ignorância humana. Em tudo devemos ver a Divindade.
Às vezes é necessária uma fé inquebrantável para acreditar que todas as coisas estejam contribuindo para o nosso bem. São momentos decisivos, a provar nossa convicção. E quando tomamos a consciência de que não devemos apenas aguardar confiantemente as leis operarem, senão que é necessário colaborarmos com elas através da sabedoria e do poder do Espírito em nós. Devemos agir serenamente, seguros de que nossa cooperação produzirá um BEM final.
Portanto, a atitude assumida nunca deve ser de passividade. Cumpre conservar-nos sempre ativos e atentos, trabalhando incansavelmente na Seara do Cristo. Isso só é possível quando nos elevamos acima da humana conceituação das coisas, aprofundando nossa visão a respeito de tudo que nos rodeia.
Há um propósito superior na vida de cada ser: o constante aprimoramento de suas potencialidades. Todas as coisas tendem a melhorar, a encontrar a sua exaltação. Donde infere-se que o pecado e o sofrimento são anomalias na natureza. Libertemo-nos deles, assumindo nossa verdadeira identidade, espiritual por excelência.
Não nos preocupemos. Trabalhemos.
(Publicado na revista ‘Serviço Rosacruz’ – 10/1978)
A Prova do Verdadeiro Instrutor
“Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores. Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? Assim, toda árvore boa produz bons frutos, porém a árvore má produz frutos maus. Não pode a árvore boa produzir frutos maus, nem a árvore má produzir frutos bons. Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo. Assim, pois, pelos seus frutos os conhecereis” (Mt 7:15-20).
A pessoa verdadeiramente espiritualizada identifica-se pela sua vida pura e pelas suas ações de gentileza, humildade e prestatividade. Os menos desenvolvidos manifestam seus “frutos” com a sua natureza de cobiça, crueldade e egoísmo.
Devemos aplicar as mesmas medidas para os pretensos profetas e instrutores que constantemente aparecem ao público e incitam os ouvintes para seguir certos ensinamentos.
Acerca dos instrutores espirituais, Max Heindel deu uma informação definitiva sobre os “frutos” que devem carregar.
Quanto mais alto subimos na evolução ou na iniciação, mais claramente vemos a Luz, que é Deus, brilhar no topo; tanto mais fortalecidos seremos de andar sozinhos. Por isso, depois de algum tempo não necessitamos mais de mestres para ajudar-nos, seus lugares serão tomados pelos Irmãos Maiores conhecidos no Ocidente como amigos e conselheiros. Os Irmãos Maiores da Rosacruz visam emancipar os Egos que vão a Eles; educam-lhes, dão-lhes força e capacitam-lhes a cooperar com Eles.
Nunca exigem, nunca louvam nem censuram. A exigência deve brotar dentro do aluno e Eles ensinam-lhe a serem capazes de se julgar. Serão educados para firmar-se sozinhos porque quanto maior é a altura maior o perigo da queda. Somente cultivando equilíbrio e autossuficiência unidos com integridade espiritual com devoção e dedicação seremos capazes de caminhar sem perigo.
Alguém que se professa ser lnstrutor deve possuir a capacidade de provar seu direito pelo uso de consciência do Período de Júpiter. Os verdadeiros Instrutores, que preparam agora as condições evolutivas que obteremos durante o Período de Júpiter, possuem a consciência pertencente a esse período. São capazes, naturalmente e sem esforço, de projetar quadros, imagens, sobre a consciência daquele a quem se endereçam e com isso ao mesmo tempo evidenciam a sua identidade. Somente Eles são capazes de guiar os outros com segurança.
Mas eles não funcionam como instrutores individuais. Nenhum verdadeiramente elevado instrutor pode dar o seu tempo e energia para instruir um único aluno. Esses superiormente desenvolvidos Seres como os Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz têm outros e mais importantes encargos para atender, e nem mesmo os Irmãos Leigos, que foram iniciados por Eles, têm permissão de incomodá-Los por pequenos assuntos sem importância.
(Publicado na revista ‘Serviço Rosacruz’ – 07/86)
A Pureza e Força Criadora
A pureza e um dos caminhos conducentes a Deus. Relacionada com o uso da força criadora pode tornar-se um problema capaz de afligir o aspirante. Isso ocorre quando o estudo e compreensão superficiais dos ensinamentos da Sabedoria Ocidental geram um conflito entre uma convicção moral interna e a realidade do cotidiano.
Meditando sobre vários temas do Conceito alusivos à natureza da força criadora chega-se à conclusão de que esse conhecimento implica em grande responsabilidade. Responsabilidade inquestionável, porquanto essa força não diz respeito exclusivamente ao ser humano. Pertence à toda a humanidade. Uma parte é utilizada na perpetuação da espécie, e sua fonte, em última análise, é o próprio Deus, por tratar-se; essencialmente da mesma energia usada no processo da Criação. É, portanto, espiritual e sagrada.
Através do sexo, no propósito da procriação, a força criadora encontra um canal de expressão. Mas, infelizmente o sentido dessa atividade foi distorcido e o seu emprego na gratificação dos sentidos generalizou-se para desgraça do gênero humano.
Devemos manter uma atitude objetiva em relação ao sexo, livres de temor, puritanismo ou autocondenação. Mas não basta apenas ser objetiva. Há que ser objetiva e espiritual porque assim teremos condições de dirigir, controlar e transmutar essa energia em algo superior. Quando agirmos dessa forma, notaremos um crescimento admirável de nossa energia, vigor e criatividade, bem como desenvolveremos uma mais elevada consciência de Deus.
É necessário transmutar, e disso não temos dúvida. Mesmo querendo tornarmos a decisão consciente de transformar a energia, seremos atormentados pelos impulsos inconscientes que são parte de nossa formação não regenerada. Essa energia pode ser redirigida, mas isso demanda tempo e esforço sistemático.
Uma das formas que se nos apresentam de realizar essa transmutação consiste em canalizarmos ativamente nossos interesses, aspirações e entusiasmo e alguma atividade criativa, tal como pintura, dança, escultura, literatura, artesanato, etc. A princípio teremos de aprender a criar em nosso campo de atividade sem atentar para a qualidade final do produto. Com o tempo nos surpreenderemos com o fato de que poderemos criar e criar bem.
(Publicado na revista ‘Serviço Rosacruz’ – 06/86)
Caráter é destino. Nunca será demais repetir essa verdade. Afinal, ela diz respeito aos nossos interesses mais íntimos.
Todo ser humano alimenta o desejo de construir para si um destino harmonioso e equilibrado. Não vamos falar em “destino feliz”, porque o conceito de felicidade é muito relativo, variando até, sem exagero nenhum, de pessoa para pessoa. Cremos, portanto, na harmonia e no equilíbrio como o binômio ideal na constituição de um destino.
Esse binômio é atingível? Afirmamos que sim, embora poucos o tenham conseguido.
Todo ser humano anseia por um porvir agradável, sem, contudo, imaginar que ele se condiciona a um caráter bem formado. Ora, somente pelo manejamento adequado das causas, pode-se alterar os efeitos. Todo destino é, em última análise, uma gama de efeitos. Daí ser fácil concluir-se: se almejamos um futuro equilibrado, cuidemos, antes de mais nada, do nosso caráter.
Mas como fazê-lo? Em primeiro lugar, analisando-o.
E como analisá-lo? Max Heindel indica-nos um meio seguro de fazê-lo: o exercício noturno de Retrospecção. É uma forma prática de autoconhecimento.
Conhecidos nossos traços de caráter, em suas profundezas, é bom ressaltar, cabe-nos o segundo e mais importante passo: a reforma.
Não se julgue, todavia, que a correção requer luta tenaz contra o mal. Nada disso.
Resistindo-se-lhe só lograremos, para nosso desespero, reforçá-lo ainda mais. É um erro lamentável julgar que todo malefício provém do exterior. Se não há mal em nosso interior, não atrairemos males de fora.
Tudo, portanto, encontra-se em nosso mundo interno: o bem ou o mal. E o que se pode fazer no sentido de vencer o mal interno, sem luta?
A Filosofia Rosacruz enseja-nos a resposta: através do Corpo Vital, o veículo dos hábitos. Estes se formam pela repetição. O hábito reclama, insistentemente, a repetição.
Ela é o seu alimento, a chave para a gestação de um destino harmonioso ou perturbador.
Eis porque a reforma interna é de suma importância.
Muitos podem objetar essa argumentação alegando ser essa tarefa muito difícil, quase impossível.
Concordamos em que não seja fácil levá-la adiante. Mas não a reputamos impossível, não a configuramos como utópica. É uma questão de esforço e de vontade.
Ocorre que nosso caráter constitui na mescla de tendências antigas e influências novas desta existência. E como o ser humano não se dispõe com facilidade a mudanças radicais em sua vida, qualquer reforma interna encontra muitos obstáculos à sua frente.
A transmutação do “homem velho em homem novo” requer muita dedicação e coragem. Não se deve objetivar outra meta a não ser a realização do BEM. A única recompensa digna é a paz nascida do dever cumprido. O desinteresse deve revelar-se como uma norma fundamental. Fazer concessões ao interesse próprio é compactuar com as antigas e retardatárias mazelas.
Em Atenas, prometiam-se belas estátuas de mármore branco de Paros. Em Roma, belas coroas de oliveira. Maomé oferecia doces carícias de fadas amorosas. Odin, os encantos das louras Valquírias.
Em toda parte e em todos os tempos, se ofereceram recompensas a quem praticasse ou vivesse no Bem. Entretanto, uma cidade nada oferecia aos seus heróis. Era Esparta. Os defensores das Termópilas receberam apenas uma simples inscrição:
“Cumpriram o seu dever”.
O espiritualista sincero conscientiza-se de que promovendo a reforma de seu caráter está apenas cumprindo um dever. Nada reivindica para si mesmo.
Certamente terá de enfrentar momentos difíceis. Em algumas circunstâncias poderá até amargar a tentação de desistir. Fará, no entanto, da coragem a sua bandeira, não se deixando envolver pelos reclamos da personalidade. Esses heróis da alma serão as pilastras da Casa do Pai.
(Publicado na revista ‘Serviço Rosacruz’ – 11/1978)
Os Mercurianos e as Escolas de Mistérios
Após ter recebido o germe da Mente, dos Senhores da Mente de Sagitário, a infantil humanidade se extraviou devido à influência exercida pelos Espíritos marcianos de Lúcifer e, então, certos seres da humanidade mais avançada dos Planetas Vênus e Mercúrio – Venusianos e Mercurianos, respectivamente – vieram em nossa ajuda. Dizemos uma humanidade mais avançada desses Planetas, porque nossa onda de vida de Espíritos Virginais (em número por volta de sessenta bilhões de seres) está distribuída em todos os Planetas de nosso Sistema Solar, com a possível exceção dos três Planetas exteriores, chamados de “mistério”: Urano, Netuno e Plutão. A evolução difere de Planeta a Planeta, de modo que os Egos não são todos iguais em desenvolvimento, estando os Venusianos e os Mercurianos à frente da civilização da humanidade terráquea. Não obstante, mesmo entre essas raças avançadas, alguns estavam menos avançados do que outros, e seus atrasados, ao princípio exilados, por assim dizer, a suas Luas, foram posteriormente enviados à Terra para finalizar suas lições de destino maduro, aqui, mediante sua ajuda a nós. Entretanto, a lua, que uma vez deu voltas ao redor dos Planetas internos, se dissolveu e, gradualmente, foi empurrada para o círculo dos asteroides, segundo as investigações ocultas. As Luas de outros Planetas também podem estar ali, a saber, as de Marte, Júpiter e Saturno.
Os Venusianos trabalharam com as massas da humanidade terráquea, estimulando as artes plásticas e nos, ensinando lições de amor, beleza e harmonia. Os mercurianos estabeleceram as Escolas de Mistérios, nas quais foram educados os Reis-Sacerdotes e que deram origem às Escolas de Mistérios que, todavia, temos hoje em dia. Cada Escola ensina os Nove Mistérios Menores. Os Mercurianos trabalham unicamente com o Ego individual, mais particularmente com o Ego que está se preparando para a Iniciação.
A esse propósito, aprendemos que, astrologicamente, o Planeta Mercúrio rege o intelecto versado na sabedoria mundana e, quando o indivíduo tem uma tendência para o assim chamado caminho “negro”, isto é geralmente indicado pelos maus aspectos de Mercúrio, no horóscopo. Assim, pois, qualquer pessoa que tenha uma Quadratura ou Oposição com Mercúrio, deve examinar seus pensamentos cuidadosamente e eliminar tudo o que tenda à separatividade, à vaidade intelectual ou ao desejo de obter conhecimentos ocultos sem fazer os sacrifícios necessários. O sacrifício é a lei da evolução.
Max Heindel disse que a Mente é o caminho. Isto não significa que a Mente é todo o caminho e que não exista nada mais, senão que significa que sem a Mente não pode haver Caminho, porque ela é a ponte entre o Ego e seus veículos. Quando essa ponte se quebra, digamos por prática das artes negras, então o Espírito Virginal perde todos os seus veículos e os átomos-semente, devendo retornar aos Caos para começar sua carreira, novamente, em outro futuro Dia de Evolução, em uma diferente onda de vida.
Entretanto, nos aproximamos mais aos Mercurianos que são nossos próprios irmãos maiores em evolução, mas, note-se que o termo “Irmão Maior da Rosacruz” não é um termo aplicado a eles. Os Irmãos Maiores da Rosacruz pertencem à nossa própria humanidade, da Terra. Eles têm sido ensinados pelos Mercurianos desde o tempo em que o elo da Mente foi dado, na Lemúrica e, estão agora, à própria cabeça da evolução da humanidade da Terra. Em outras palavras, nossos ”Irmãos Maiores da Rosacruz” são os irmãos menores dos Mercurianos.
Por conseguinte, é evidente que o Átomo-semente pertence, essencialmente, ao Arquétipo sendo que, suas forças pertencem às Forças Arquetípicas, de onde o Espírito se enfoca na matéria e que são os registros de nossa herança cósmica.
A Região das Forças Arquetípicas, em certo sentido, divide os mundos de matéria dos mundos de Espírito. Sob outro ponto de vista, todos os planos ou Mundos que estão abaixo do Mundo do Espírito de Vida, são mundos de matéria, incluindo o Terceiro Céu (Região do Pensamento Abstrato) que é o “Caos”, “a sementeira do Cosmos”, com suas bilhões de “Ideias germinais”.
(Publicado na revista ‘Serviço Rosacruz’ – 06/86)
Qual é o Mistério Incontestável
Vamos decifrar esse mistério: “A quem vencer, eu o farei coluna do Templo do meu Deus, e dele nunca sairá” (Apo 3:12).
Essas palavras aparecem no Apocalipse de São João e são de natureza profética. Seu significado é muito claro e conciso. Adaptando-lhe os termos da Filosofia Rosacruz, quer dizer que aqueles que extraíram da existência física o Corpo-Alma, ou seja, o Veículo de Cristo, tornam-se servos em Sua Vinha ou Reino e não mais retornam ao mundo material. Os que não vencerem, devem retornar à Terra pelo renascimento para poderem progredir, sendo-lhes dada assim outra oportunidade de revestirem-se do Manto Dourado Nupcial.
Temos aqui uma positiva evidência do RENASCIMENTO, cuja doutrina é indispensável para podermos aceitar a evolução. O progresso depende de substituir o velho pelo novo, à medida que avançamos; a morte para o velho e o nascimento para o novo, como acontece com a vida.
A forma é uma necessidade para a expressão da vida que é eterna. Em sua evolução, a vida teve, necessariamente, de usar diversas formas que sempre foram melhorando conforme a vida progredia. Daí a morte e o renascimento resultando da verdade: “Deveis nascer de novo”. Quando a forma se torna imprestável para uso do espírito deve ser abandonada, daí resultando a morte, e uma nova forma deve ser construída para que o desenvolvimento do espírito continue. Tal é o princípio do Renascimento. O Renascimento é, portanto, um fator incontestável na evolução, já que o progresso, sem ele, é inadmissível, e o renascimento torna-se parte da nossa concepção da eternidade, uma necessidade para aquilo que era, é e será.
O Renascimento é, na verdade, um fator indiscutível na evolução, pois o progresso é impossível sem ele. Velado em mistério, sua aceitação ainda depende da nossa fé. Para alguns, todavia, há dificuldades em aceitá-lo, porque não podem compreender que o espírito perca a lembrança de sua existência espiritual superior durante as encarnações. Isso acontece para que ele dê maior importância à sua vida física, pois se tivesse lembrança de sua vida nos mundos superiores não daria a devida importância à sua existência material e sua vida aqui na Terra seria de pouca valia para ele. Pode-se facilmente reconhecer a sabedoria que preside a essa circunstância, quando verificamos que o espírito desceu à existência no Mundo Físico para aprender tudo o que puder a respeito deste mundo como parte da sua evolução e, não tendo conhecimento de sua existência superior, é impelido a aplicar-se na vida aqui na Terra. O ocultista sabe que o renascimento é uma verdade porque vê o Ego e pode acompanhá-lo desde a sua saída do corpo por ocasião da morte até que reaparece na Terra por meio de novo renascimento.
A Filosofia Rosacruz estabelece que o Corpo Denso do ser humano era semelhante ao mineral durante a Época Polar; semelhante ao vegetal durante a Época Hiperbórea; semelhante ao animal, possuindo um Corpo de Desejos, na Época Lemúrica, tendo chegado ao estado humano, possuindo Mente, na Época Atlante e que agora está desenvolvendo o terceiro aspecto do seu Tríplice Espírito, o Ego, na Atual Época Ária. As mudanças feitas por meio das referidas mortes e nascimentos foram feitas pelo próprio espírito em seu estado inconsciente, mas atualmente adquiriu a CONSCIÊNCIA DE SI MESMO, exercendo em alguma extensão sua vontade individual, o que o está habilitando a desenvolver seu poder Espiritual Divino.
Atualmente o ser humano é grandemente responsável por seus atos estando sujeito à Lei de Consequência. Esta Lei, agindo em harmonia com as estrelas, traz o ser humano ao nascimento quando as posições dos corpos do sistema solar fornecem as condições necessárias à sua experiência e progresso na escola da vida. As Leis do Renascimento e de Consequência têm sido ensinadas secretamente em todos os tempos, porém não foi ensinada publicamente no Mundo Ocidental durante os últimos dois mil anos.
A Hierarquia Criadora de Escorpião, os Senhores da Forma, tem a seu cargo os três germes dos Corpos Denso, Vital e de Desejos durante o presente estado evolutivo. Essa Hierarquia sob a direção de outras ainda mais elevadas, faz, realmente, o principal trabalho nesses corpos, usando a vida evoluinte como uma espécie de instrumento. Atualmente estão com o encargo do terceiro aspecto do Espírito no ser humano, o Espírito Humano, no resto do Período Terrestre.
O Sol está agora transitando por Escorpião, o Signo dos segredos, da morte e da regeneração ou renascimento. Esse segundo Signo da Trindade Reprodutora está nos preparando para um renascimento do Cristo pelo Natal, enquanto a Mãe Terra mergulha no silêncio e na morte das temperaturas frias e geladas para o Hemisfério Norte; mas, pela Páscoa, desperta para uma alegre primavera. O nascimento e a morte são necessários um ao outro como polos opostos de manifestação da vida. O segredo da morte é a preparação para o nascimento. O princípio do renascimento – APARECER DE NOVO – está sempre diante de nós: o Sol nasce pela manhã e morre à tarde para aparecer novamente no dia seguinte; nossa consciência vem ao despertarmos do sono, para morrer mais tarde quando o sono retorna.
Esse princípio de atividade consciente e inconsciente age em todos os planos, em grau diverso. Pelo renascimento cada novo aparecimento é uma melhora nas condições anteriores, se adquirimos o conhecimento por meio da experiência, à proporção em que caminhamos para a frente e para cima, sempre.
É o polo positivo do ígneo Marte, por meio de Áries, que traz o renascimento ao plano material no Mundo Físico e é o polo negativo desse planeta que introduz o renascimento no mundo celeste por meio de Escorpião, precedido da morte no Mundo Físico. Portanto, Marte é o Senhor do Renascimento.
A criação procede da geração e a geração é o resultado da atividade sexual administrada por Marte. O sexo manifesta-se em tudo, já que os princípios masculino e feminino estão sempre ativos no universo, seja no plano físico, mental ou espiritual. Toda atividade resulta da ATRAÇÃO e o sexo é o poder ativo que está por trás da atividade. No plano físico, as atividades dos elétrons, dos átomos e dos corpúsculos são simples atividades sexuais.
No plano mental, a Mente objetiva e a Mente subjetiva do homem e da mulher, respectivamente, estão em atração sexual, enquanto que no plano espiritual existe a atração das essências espirituais entre o Corpo Pituitário e a Glândula Pineal, com a correspondente boda entre o Eu Inferior e o Eu Superior. A atividade sexual, o princípio causador da criação, deu a Marte o título de AUXILAR DO SOL, o Senhor da Criação.
Vejamos agora o que a crença no renascimento pode fazer por nós em nossa vida neste plano físico. Primeiramente revela o fato de que o ser humano sendo consciente de si mesmo e agindo de acordo com seus desejos, torna-se responsável por suas ações. Essas ações, sob a Lei de Consequência, (isto é, o efeito que resulta da causa) ajudam a modelar sua vida. Aprende que colhe boas recompensas pela ação reta, e dores e sofrimentos pelos maus atos. Não pode escapar dessas consequências, pois se não aparecerem na vida atual, aparecerão em vida posterior como “destino maduro” a ser dissolvido, às vezes em situação mais difícil, quando é maléfico. Portanto, o ser humano tem muitos incentivos para se tornar melhor pessoa por sua vida evoluinte.
O Renascimento vem ao encontro da doutrina da Ressurreição, pois por seu intermédio, o aguilhão da morte é removido e perdida a vitória do túmulo, pois o que desapareceu tornará a aparecer.
O renascimento revela a eternidade da vida que dá alegria de viver e das aspirações por sucesso na evolução, pois os fracassos nesta vida poderão tornar-se vitórias na vida futura por meio de novas oportunidades para vencer o que hoje nos cerceia.
As repetidas vidas do correto viver e de correto pensar habilitam-nos a conhecer de onde viemos, para onde vamos e por que estamos aqui, bem como o que o futuro nos reserva acerca da Liberdade de escolha.
O renascimento revela a sabedoria de Deus e a justiça das Suas Leis, a Santidade da vida e, sobretudo, a grandeza do ser humano feito à imagem de Deus.
A crença no Renascimento não é coisa nova; existe na Índia desde tempos antigos; é encontrada no Budismo; contida no Corão, o livro sagrado de Islã; é conhecida dos Lamas do Tibete. Foi ensinada por Pitágoras e dos gregos foi transmitida à primitiva Igreja Crista. É religiosa, filosófica; e também podemos dizer, científica.
Na realidade a morte não existe. O que assim parece é uma perda temporária de consciência num período de transição, quando passamos de um degrau para outro superior na escada da evolução.
Erradicando o temor da morte de nossas vidas pelo conhecimento do renascimento, a transmutação e a transfiguração guiam o curso das nossas vidas para os portos celestes da paz e do amor, ao mesmo tempo que o espírito viaja para seu Criador, tendo cumprido sua missão o melhor que pôde, para alegria do seu Senhor.
“E quando tenha terminado meu trabalho na Terra,
E meu novo trabalho no céu comece.
Esqueça eu os louros que ganhei.
Enquanto trabalho pelos outros. ”
(Autor desconhecido)
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de novembro/1978)
Autodomínio só alcançado pelo conhecer a si mesmo e que é tão doloroso
O domínio de nós mesmos muitas vezes fracassa, porque desconhecemos nossas falhas. O que não conhecemos, não podemos dominar. Sentimo-nos virtuosos, cheios de razão simplesmente por não poder enxergar o outro lado da medalha. A retrospecção tem o papel de despertar a consciência de nossa verdadeira personalidade, descobrindo as sombras. Se pudéssemos ver a nós mesmos como os outros nos veem, e pudermos acrescentar com lucidez percebendo as falhas profundamente encerradas no nosso ser, seria mais fácil o trabalho, um trabalho honesto e digno de extirpar o joio do nosso trigal.
A chispa divina, a “água viva” está aprisionada fundo no nosso íntimo, não podendo jorrar livremente, purificando os canais que servem para receber mais luz, mais capacidade de elevação, agindo acertadamente. Quantas vezes queremos ajudar, amparar os outros e não achamos meios, nem palavras de fazê-lo. Andamos desorientados, separados da nossa fonte, da nossa intuição, que poderia tão bem nos guiar. Falta o elo com o nosso Eu Superior. A alma chora e a personalidade não percebe. O seu julgamento é superficial, é indulgente, marcando passos, passos vagarosos que não elevam, suas asas são frágeis.
“Conheça a ti mesmo”, talvez por este conhecer ser tão doloroso, os olhos se fecham. Estamos sozinhos nas tempestades, abalados, sofridos, mas estes sofrimentos, saibamos ou não, serão a nossa libertação e talvez um dia recobramos a visão para ver o nosso interior, recobremos a capacidade de ouvir aquilo que nosso Espírito fala, podendo começar a verdadeira caminhada para a luz, para o conhecimento próprio, alcançando o autodomínio.
(Publicado na revista ‘Serviço Rosacruz” – 01/86 – SP)
Os Átomos-semente nos Futuros Períodos Mundiais
Investigamos a evolução dos Átomos-semente através dos três Períodos Mundiais involucionários e todo o presente Período Terrestre, até seu final. O que sucederá a esses Átomos-semente nos períodos subsequentes: o Período de Júpiter, o Período de Vênus e o Período de Vulcano?
A primeira Grande Iniciação “dá o estado de consciência que será alcançado, pela humanidade comum, ao final do Período Terrestre; a segunda, o que todos alcançaremos ao final do Período de Júpiter; a terceira dá a extensão de consciência que será alcançada ao final do Período de Vênus; a última confere ao Iniciado o poder e a omnisciência que toda a humanidade alcançará somente ao final do Período de Vulcano”.
No final de cada grande Período, o Corpo que tenha chegado à perfeição, é convertido em suas forças essenciais e agregado ao seguinte veículo superior. Assim é como, no final do Período Terrestre, as forças do Corpo físico aperfeiçoado serão agregadas ao Corpo Vital, o que tem, então, todos os seus próprios poderes mais os do corpo físico. Estes poderes amalgamados serão agregados ao Corpo de Desejos, no final do Período de Vênus e estes, por sua vez, serão agregados à Mente ou Corpo Mental, no final do Período de Vulcano.
Cada Corpo foi dado como um “germe”, que era também um “pensamento-forma”, como temos indicado. São as forças arquetípicas de cada Corpo, elevadas à perfeição, as que são os poderes de cada Átomo-semente que são agregadas ao seguinte veículo superior, quando termina o Período Mundial.
Paralelamente a esse desenvolvimento, observamos o pleno florescimento do Tríplice Espírito e de seus três poderes: o Espírito Divino, o Espírito de Vida e o Espírito Humano (os três juntos constituem o Ego).
Max Heindel escreveu: “Durante a Involução, as Hierarquias Criadoras ajudaram o ser humano a pôr em atividade o Tríplice Espírito, o Ego, a construir o Tríplice Corpo e adquirir o elo da Mente. Agora, no sétimo dia (para usar a linguagem da Bíblia), Deus descansa. O ser humano deve trabalhar pela sua própria salvação. O Tríplice Espírito deve completar o trabalho e a execução do plano começado pelos deuses. O Espírito Humano, que foi despertado durante a involução, no Período Lunar, será o mais proeminente dos três aspectos do Espírito, na evolução do Período de Júpiter, que é o Período correspondente no arco ascendente da espiral. O Espírito de Vida, que foi posto em atividade no Período Solar, manifestará sua principal atividade no correspondente período de Vênus e, as particulares influências do Espírito Divino serão as mais fortes no Período de Vulcano, porque foi vivificado no correspondente Período de Saturno”.
“Todos os três aspectos do Espírito são ativos, todo o tempo, durante a evolução, mas o aspecto espiritual de cada um será desenvolvido nestes Períodos particulares, porque o trabalho a ser feito é seu trabalho especial”. Assim como o polo negativo do Tríplice Espírito era o que estava ativo durante Involução, agora é o polo positivo o que está ativo durante a Evolução, à medida que o Ego ascende à Divindade, saindo da materialidade”.
A Tríplice Alma é também, durante este tempo que o Ego está evolucionando e saindo da matéria, assimilada pelo Tríplice Espírito.
Quando o Corpo for plenamente aperfeiçoado e suas forças agregadas ao Corpo Vital, a “Alma Consciente” será assimilada pelo Espírito Humano. Isto não é instantâneo. Dura por todo o ciclo do “Dia” de Júpiter e é apenas na sétima Revolução do Período de Júpiter, quando a Alma Consciente é, assim, assimilada pelo seu progenitor, o Espirito Divino.
Sob a Lei de Analogia e a causa de que a evolução se acelere à medida que se aproxima o final, a Alma Intelectual é assimilada pelo Espírito de Vida, na sexta Revolução do Período de Vênus. A Alma Intelectual é a essência do Corpo Vital e sua assimilação pelo Espírito de Vida requer todas as seis revoluções do Período de Vênus.
Finalmente, na quinta Revolução do último Período, o de Vulcano, em que a Mente será aperfeiçoada, a Alma Emocional será assimilada pelo Espírito Humano, na Região do Pensamento Abstrato.
Esta assimilação da essência do Corpo de Desejos nutre o terceiro aspecto do Tríplice Espírito, conduzindo-o até a perfeição e, o processo de assimilação requer todos as primeiras cinco revoluções do Período de Vulcano.
Restam duas revoluções mais, deste Período, nas quais o Espírito Virginal assimilará, na Mente, todos os poderes do Tríplice Corpo e, as essências anímicas também serão completamente assimiladas ao Tríplice Espírito. Conforme cada Globo Mundial se dissolve no caos, o aspecto do Espírito correspondente a esse Globo é atraído pelo mais elevado dos três aspectos, o Espirito Divino. No final do Período de Júpiter, o Espirito Humano será absorvido pelo Espírito Divino. No final do Período de Vênus, o Espírito de Vida será absorvido pelo Espírito Divino. E, ao final do Período de Vulcano, a Mente aperfeiçoada, incorporando todas as maravilhosas glórias assimiladas durante os passados sete Dias Mundiais, será absorvida pelo Espirito Divino.
Max Heindel comenta: “Não existe contradição entre estas e outras afirmações que dizem a Alma Emocional será absorvido pelo Espírito Humano, na quinta Revolução do Período de Vulcano, porque o último estará, então, dentro do Espírito Divino”.
Depois disto, vem o “grande intervalo de atividade subjetiva, durante o qual o Espírito Virginal, que agora tem absorvido em si mesmo todos os três aspectos, ou poderes e todos os frutos da evolução se fundirão em Deus, de Quem vieram, para reemergir na aurora de outro Grande Dia, como um de Seus gloriosos colaboradores”.
Durante sua passada evolução, suas possibilidades latentes têm sido transmutadas em poderes dinâmicos. Tem adquirido Poder Anímico e uma Mente Criadora, como fruto da peregrinação através da matéria.
Tem avançado da impotência à Onipotência, da inconsciência à Onisciência”.
Isto é, quando o Espírito Virginal reemerge da união com a Divindade, aparecerá como um deus-auxiliar, capaz de projetar no espaço, na Substância Raiz Cósmica, os “Átomos-semente”, ideias germinais e suas forças arquetípicas e pensamentos-forma, pertencentes a um novo esquema de evolução, como membro de uma Celestial Hierarquia, como a que nos ajudou em nossa própria evolução “desde o barro até Deus”.
Assim, do mesmo modo em que as Hierarquias Celestiais são nossos verdadeiros progenitores, cuja “semente” foi o modelo de nossa evolução, nós, por nossa vez, chegaremos a ser os progenitores divinos de novas raças, em novos sistemas evolucionários, quando emergirmos naquela aurora cósmica, sobre as asas do poder e da sabedoria, para ajudar a inaugurar um novo mundo – uma galáxia, um universo – e o fazer flutuar como uma rosa que se abre corrente abaixo nas ondas do espaço.
(Publicado no ‘Serviço Rosacruz’ – 06/86)