Arquivo de categoria Filosofia

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Prova do Verdadeiro Instrutor

A Prova do Verdadeiro Instrutor

“Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores. Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? Assim, toda árvore boa produz bons frutos, porém a árvore má produz frutos maus. Não pode a árvore boa produzir frutos maus, nem a árvore má produzir frutos bons. Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo. Assim, pois, pelos seus frutos os conhecereis” (Mt 7:15-20).

A pessoa verdadeiramente espiritualizada identifica-se pela sua vida pura e pelas suas ações de gentileza, humildade e prestatividade. Os menos desenvolvidos manifestam seus “frutos” com a sua natureza de cobiça, crueldade e egoísmo.

Devemos aplicar as mesmas medidas para os pretensos profetas e instrutores que constantemente aparecem ao público e incitam os ouvintes para seguir certos ensinamentos.

Acerca dos instrutores espirituais, Max Heindel deu uma informação definitiva sobre os “frutos” que devem carregar.

Quanto mais alto subimos na evolução ou na iniciação, mais claramente vemos a Luz, que é Deus, brilhar no topo; tanto mais fortalecidos seremos de andar sozinhos. Por isso, depois de algum tempo não necessitamos mais de mestres para ajudar-nos, seus lugares serão tomados pelos Irmãos Maiores conhecidos no Ocidente como amigos e conselheiros. Os Irmãos Maiores da Rosacruz visam emancipar os Egos que vão a Eles; educam-lhes, dão-lhes força e capacitam-lhes a cooperar com Eles.

Nunca exigem, nunca louvam nem censuram. A exigência deve brotar dentro do aluno e Eles ensinam-lhe a serem capazes de se julgar. Serão educados para firmar-se sozinhos porque quanto maior é a altura maior o perigo da queda. Somente cultivando equilíbrio e autossuficiência unidos com integridade espiritual com devoção e dedicação seremos capazes de caminhar sem perigo.

Alguém que se professa ser lnstrutor deve possuir a capacidade de provar seu direito pelo uso de consciência do Período de Júpiter. Os verdadeiros Instrutores, que preparam agora as condições evolutivas que obteremos durante o Período de Júpiter, possuem a consciência pertencente a esse período. São capazes, naturalmente e sem esforço, de projetar quadros, imagens, sobre a consciência daquele a quem se endereçam e com isso ao mesmo tempo evidenciam a sua identidade. Somente Eles são capazes de guiar os outros com segurança.

Mas eles não funcionam como instrutores individuais. Nenhum verdadeiramente elevado instrutor pode dar o seu tempo e energia para instruir um único aluno. Esses superiormente desenvolvidos Seres como os Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz têm outros e mais importantes encargos para atender, e nem mesmo os Irmãos Leigos, que foram iniciados por Eles, têm permissão de incomodá-Los por pequenos assuntos sem importância.

(Publicado na revista ‘Serviço Rosacruz’ – 07/86)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Pureza e Força Criadora

A Pureza e Força Criadora

A pureza e um dos caminhos conducentes a Deus. Relacionada com o uso da força criadora pode tornar-se um problema capaz de afligir o aspirante. Isso ocorre quando o estudo e compreensão superficiais dos ensinamentos da Sabedoria Ocidental geram um conflito entre uma convicção moral interna e a realidade do cotidiano.

Meditando sobre vários temas do Conceito alusivos à natureza da força criadora chega-se à conclusão de que esse conhecimento implica em grande responsabilidade. Responsabilidade inquestionável, porquanto essa força não diz respeito exclusivamente ao ser humano. Pertence à toda a humanidade. Uma parte é utilizada na perpetuação da espécie, e sua fonte, em última análise, é o próprio Deus, por tratar-se; essencialmente da mesma energia usada no processo da Criação. É, portanto, espiritual e sagrada.

Através do sexo, no propósito da procriação, a força criadora encontra um canal de expressão. Mas, infelizmente o sentido dessa atividade foi distorcido e o seu emprego na gratificação dos sentidos generalizou-se para desgraça do gênero humano.

Devemos manter uma atitude objetiva em relação ao sexo, livres de temor, puritanismo ou autocondenação. Mas não basta apenas ser objetiva. Há que ser objetiva e espiritual porque assim teremos condições de dirigir, controlar e transmutar essa energia em algo superior. Quando agirmos dessa forma, notaremos um crescimento admirável de nossa energia, vigor e criatividade, bem como desenvolveremos uma mais elevada consciência de Deus.

É necessário transmutar, e disso não temos dúvida. Mesmo querendo tornarmos a decisão consciente de transformar a energia, seremos atormentados pelos impulsos inconscientes que são parte de nossa formação não regenerada. Essa energia pode ser redirigida, mas isso demanda tempo e esforço sistemático.

Uma das formas que se nos apresentam de realizar essa transmutação consiste em canalizarmos ativamente nossos interesses, aspirações e entusiasmo e alguma atividade criativa, tal como pintura, dança, escultura, literatura, artesanato, etc. A princípio teremos de aprender a criar em nosso campo de atividade sem atentar para a qualidade final do produto. Com o tempo nos surpreenderemos com o fato de que poderemos criar e criar bem.

(Publicado na revista ‘Serviço Rosacruz’ – 06/86)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Porque a Reforma do Caráter

Caráter é destino. Nunca será demais repetir essa verdade. Afinal, ela diz respeito aos nossos interesses mais íntimos.

Todo ser humano alimenta o desejo de construir para si um destino harmonioso e equilibrado. Não vamos falar em “destino feliz”, porque o conceito de felicidade é muito relativo, variando até, sem exagero nenhum, de pessoa para pessoa. Cremos, portanto, na harmonia e no equilíbrio como o binômio ideal na constituição de um destino.

Esse binômio é atingível? Afirmamos que sim, embora poucos o tenham conseguido.

Todo ser humano anseia por um porvir agradável, sem, contudo, imaginar que ele se condiciona a um caráter bem formado. Ora, somente pelo manejamento adequado das causas, pode-se alterar os efeitos. Todo destino é, em última análise, uma gama de efeitos. Daí ser fácil concluir-se: se almejamos um futuro equilibrado, cuidemos, antes de mais nada, do nosso caráter.

Mas como fazê-lo? Em primeiro lugar, analisando-o.

E como analisá-lo? Max Heindel indica-nos um meio seguro de fazê-lo: o exercício noturno de Retrospecção. É uma forma prática de autoconhecimento.

Conhecidos nossos traços de caráter, em suas profundezas, é bom ressaltar, cabe-nos o segundo e mais importante passo: a reforma.

Não se julgue, todavia, que a correção requer luta tenaz contra o mal. Nada disso.

Resistindo-se-lhe só lograremos, para nosso desespero, reforçá-lo ainda mais. É um erro lamentável julgar que todo malefício provém do exterior. Se não há mal em nosso interior, não atrairemos males de fora.

Tudo, portanto, encontra-se em nosso mundo interno: o bem ou o mal. E o que se pode fazer no sentido de vencer o mal interno, sem luta?

A Filosofia Rosacruz enseja-nos a resposta: através do Corpo Vital, o veículo dos hábitos. Estes se formam pela repetição. O hábito reclama, insistentemente, a repetição.

Ela é o seu alimento, a chave para a gestação de um destino harmonioso ou perturbador.

Eis porque a reforma interna é de suma importância.

Muitos podem objetar essa argumentação alegando ser essa tarefa muito difícil, quase impossível.

Concordamos em que não seja fácil levá-la adiante. Mas não a reputamos impossível, não a configuramos como utópica. É uma questão de esforço e de vontade.

Ocorre que nosso caráter constitui na mescla de tendências antigas e influências novas desta existência. E como o ser humano não se dispõe com facilidade a mudanças radicais em sua vida, qualquer reforma interna encontra muitos obstáculos à sua frente.

A transmutação do “homem velho em homem novo” requer muita dedicação e coragem. Não se deve objetivar outra meta a não ser a realização do BEM. A única recompensa digna é a paz nascida do dever cumprido. O desinteresse deve revelar-se como uma norma fundamental. Fazer concessões ao interesse próprio é compactuar com as antigas e retardatárias mazelas.

Em Atenas, prometiam-se belas estátuas de mármore branco de Paros. Em Roma, belas coroas de oliveira. Maomé oferecia doces carícias de fadas amorosas. Odin, os encantos das louras Valquírias.

Em toda parte e em todos os tempos, se ofereceram recompensas a quem praticasse ou vivesse no Bem. Entretanto, uma cidade nada oferecia aos seus heróis. Era Esparta. Os defensores das Termópilas receberam apenas uma simples inscrição:

“Cumpriram o seu dever”.

O espiritualista sincero conscientiza-se de que promovendo a reforma de seu caráter está apenas cumprindo um dever. Nada reivindica para si mesmo.

Certamente terá de enfrentar momentos difíceis. Em algumas circunstâncias poderá até amargar a tentação de desistir. Fará, no entanto, da coragem a sua bandeira, não se deixando envolver pelos reclamos da personalidade. Esses heróis da alma serão as pilastras da Casa do Pai.

 (Publicado na revista ‘Serviço Rosacruz’ – 11/1978)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Os Mercurianos e as Escolas de Mistérios

Os Mercurianos e as Escolas de Mistérios

Após ter recebido o germe da Mente, dos Senhores da Mente de Sagitário, a infantil humanidade se extraviou devido à influência exercida pelos Espíritos marcianos de Lúcifer e, então, certos seres da humanidade mais avançada dos Planetas Vênus e Mercúrio – Venusianos e Mercurianos, respectivamente – vieram em nossa ajuda. Dizemos uma humanidade mais avançada desses Planetas, porque nossa onda de vida de Espíritos Virginais (em número por volta de sessenta bilhões de seres) está distribuída em todos os Planetas de nosso Sistema Solar, com a possível exceção dos três Planetas exteriores, chamados de “mistério”: Urano, Netuno e Plutão. A evolução difere de Planeta a Planeta, de modo que os Egos não são todos iguais em desenvolvimento, estando os Venusianos e os Mercurianos à frente da civilização da humanidade terráquea. Não obstante, mesmo entre essas raças avançadas, alguns estavam menos avançados do que outros, e seus atrasados, ao princípio exilados, por assim dizer, a suas Luas, foram posteriormente enviados à Terra para finalizar suas lições de destino maduro, aqui, mediante sua ajuda a nós. Entretanto, a lua, que uma vez deu voltas ao redor dos Planetas internos, se dissolveu e, gradualmente, foi empurrada para o círculo dos asteroides, segundo as investigações ocultas. As Luas de outros Planetas também podem estar ali, a saber, as de Marte, Júpiter e Saturno.

Os Venusianos trabalharam com as massas da humanidade terráquea, estimulando as artes plásticas e nos, ensinando lições de amor, beleza e harmonia. Os mercurianos estabeleceram as Escolas de Mistérios, nas quais foram educados os Reis-Sacerdotes e que deram origem às Escolas de Mistérios que, todavia, temos hoje em dia. Cada Escola ensina os Nove Mistérios Menores. Os Mercurianos trabalham unicamente com o Ego individual, mais particularmente com o Ego que está se preparando para a Iniciação.

A esse propósito, aprendemos que, astrologicamente, o Planeta Mercúrio rege o intelecto versado na sabedoria mundana e, quando o indivíduo tem uma tendência para o assim chamado caminho “negro”, isto é geralmente indicado pelos maus aspectos de Mercúrio, no horóscopo. Assim, pois, qualquer pessoa que tenha uma Quadratura ou Oposição com Mercúrio, deve examinar seus pensamentos cuidadosamente e eliminar tudo o que tenda à separatividade, à vaidade intelectual ou ao desejo de obter conhecimentos ocultos sem fazer os sacrifícios necessários. O sacrifício é a lei da evolução.

Max Heindel disse que a Mente é o caminho. Isto não significa que a Mente é todo o caminho e que não exista nada mais, senão que significa que sem a Mente não pode haver Caminho, porque ela é a ponte entre o Ego e seus veículos. Quando essa ponte se quebra, digamos por prática das artes negras, então o Espírito Virginal perde todos os seus veículos e os átomos-semente, devendo retornar aos Caos para começar sua carreira, novamente, em outro futuro Dia de Evolução, em uma diferente onda de vida.

Entretanto, nos aproximamos mais aos Mercurianos que são nossos próprios irmãos maiores em evolução, mas, note-se que o termo “Irmão Maior da Rosacruz” não é um termo aplicado a eles. Os Irmãos Maiores da Rosacruz pertencem à nossa própria humanidade, da Terra. Eles têm sido ensinados pelos Mercurianos desde o tempo em que o elo da Mente foi dado, na Lemúrica e, estão agora, à própria cabeça da evolução da humanidade da Terra. Em outras palavras, nossos ”Irmãos Maiores da Rosacruz” são os irmãos menores dos Mercurianos.

Por conseguinte, é evidente que o Átomo-semente pertence, essencialmente, ao Arquétipo sendo que, suas forças pertencem às Forças Arquetípicas, de onde o Espírito se enfoca na matéria e que são os registros de nossa herança cósmica.

A Região das Forças Arquetípicas, em certo sentido, divide os mundos de matéria dos mundos de Espírito. Sob outro ponto de vista, todos os planos ou Mundos que estão abaixo do Mundo do Espírito de Vida, são mundos de matéria, incluindo o Terceiro Céu (Região do Pensamento Abstrato) que é o “Caos”, “a sementeira do Cosmos”, com suas bilhões de “Ideias germinais”.

(Publicado na revista ‘Serviço Rosacruz’ – 06/86)

 

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Qual é o Mistério Incontestável

Qual é o Mistério Incontestável

Vamos decifrar esse mistério: “A quem vencer, eu o farei coluna do Templo do meu Deus, e dele nunca sairá” (Apo 3:12).

Essas palavras aparecem no Apocalipse de São João e são de natureza profética. Seu significado é muito claro e conciso. Adaptando-lhe os termos da Filosofia Rosacruz, quer dizer que aqueles que extraíram da existência física o Corpo-Alma, ou seja, o Veículo de Cristo, tornam-se servos em Sua Vinha ou Reino e não mais retornam ao mundo material. Os que não vencerem, devem retornar à Terra pelo renascimento para poderem progredir, sendo-lhes dada assim outra oportunidade de revestirem-se do Manto Dourado Nupcial.

Temos aqui uma positiva evidência do RENASCIMENTO, cuja doutrina é indispensável para podermos aceitar a evolução. O progresso depende de substituir o velho pelo novo, à medida que avançamos; a morte para o velho e o nascimento para o novo, como acontece com a vida.

A forma é uma necessidade para a expressão da vida que é eterna. Em sua evolução, a vida teve, necessariamente, de usar diversas formas que sempre foram melhorando conforme a vida progredia. Daí a morte e o renascimento resultando da verdade: “Deveis nascer de novo”. Quando a forma se torna imprestável para uso do espírito deve ser abandonada, daí resultando a morte, e uma nova forma deve ser construída para que o desenvolvimento do espírito continue. Tal é o princípio do Renascimento. O Renascimento é, portanto, um fator incontestável na evolução, já que o progresso, sem ele, é inadmissível, e o renascimento torna-se parte da nossa concepção da eternidade, uma necessidade para aquilo que era, é e será.

O Renascimento é, na verdade, um fator indiscutível na evolução, pois o progresso é impossível sem ele. Velado em mistério, sua aceitação ainda depende da nossa fé. Para alguns, todavia, há dificuldades em aceitá-lo, porque não podem compreender que o espírito perca a lembrança de sua existência espiritual superior durante as encarnações. Isso acontece para que ele dê maior importância à sua vida física, pois se tivesse lembrança de sua vida nos mundos superiores não daria a devida importância à sua existência material e sua vida aqui na Terra seria de pouca valia para ele. Pode-se facilmente reconhecer a sabedoria que preside a essa circunstância, quando verificamos que o espírito desceu à existência no Mundo Físico para aprender tudo o que puder a respeito deste mundo como parte da sua evolução e, não tendo conhecimento de sua existência superior, é impelido a aplicar-se na vida aqui na Terra. O ocultista sabe que o renascimento é uma verdade porque vê o Ego e pode acompanhá-lo desde a sua saída do corpo por ocasião da morte até que reaparece na Terra por meio de novo renascimento.

A Filosofia Rosacruz estabelece que o Corpo Denso do ser humano era semelhante ao mineral durante a Época Polar; semelhante ao vegetal durante a Época Hiperbórea; semelhante ao animal, possuindo um Corpo de Desejos, na Época Lemúrica, tendo chegado ao estado humano, possuindo Mente, na Época Atlante e que agora está desenvolvendo o terceiro aspecto do seu Tríplice Espírito, o Ego, na Atual Época Ária. As mudanças feitas por meio das referidas mortes e nascimentos foram feitas pelo próprio espírito em seu estado inconsciente, mas atualmente adquiriu a CONSCIÊNCIA DE SI MESMO, exercendo em alguma extensão sua vontade individual, o que o está habilitando a desenvolver seu poder Espiritual Divino.

Atualmente o ser humano é grandemente responsável por seus atos estando sujeito à Lei de Consequência. Esta Lei, agindo em harmonia com as estrelas, traz o ser humano ao nascimento quando as posições dos corpos do sistema solar fornecem as condições necessárias à sua experiência e progresso na escola da vida. As Leis do Renascimento e de Consequência têm sido ensinadas secretamente em todos os tempos, porém não foi ensinada publicamente no Mundo Ocidental durante os últimos dois mil anos.

A Hierarquia Criadora de Escorpião, os Senhores da Forma, tem a seu cargo os três germes dos Corpos Denso, Vital e de Desejos durante o presente estado evolutivo. Essa Hierarquia sob a direção de outras ainda mais elevadas, faz, realmente, o principal trabalho nesses corpos, usando a vida evoluinte como uma espécie de instrumento. Atualmente estão com o encargo do terceiro aspecto do Espírito no ser humano, o Espírito Humano, no resto do Período Terrestre.

O Sol está agora transitando por Escorpião, o Signo dos segredos, da morte e da regeneração ou renascimento. Esse segundo Signo da Trindade Reprodutora está nos preparando para um renascimento do Cristo pelo Natal, enquanto a Mãe Terra mergulha no silêncio e na morte das temperaturas frias e geladas para o Hemisfério Norte; mas, pela Páscoa, desperta para uma alegre primavera. O nascimento e a morte são necessários um ao outro como polos opostos de manifestação da vida. O segredo da morte é a preparação para o nascimento. O princípio do renascimento – APARECER DE NOVO – está sempre diante de nós: o Sol nasce pela manhã e morre à tarde para aparecer novamente no dia seguinte; nossa consciência vem ao despertarmos do sono, para morrer mais tarde quando o sono retorna.

Esse princípio de atividade consciente e inconsciente age em todos os planos, em grau diverso. Pelo renascimento cada novo aparecimento é uma melhora nas condições anteriores, se adquirimos o conhecimento por meio da experiência, à proporção em que caminhamos para a frente e para cima, sempre.

É o polo positivo do ígneo Marte, por meio de Áries, que traz o renascimento ao plano material no Mundo Físico e é o polo negativo desse planeta que introduz o renascimento no mundo celeste por meio de Escorpião, precedido da morte no Mundo Físico. Portanto, Marte é o Senhor do Renascimento.

A criação procede da geração e a geração é o resultado da atividade sexual administrada por Marte. O sexo manifesta-se em tudo, já que os princípios masculino e feminino estão sempre ativos no universo, seja no plano físico, mental ou espiritual. Toda atividade resulta da ATRAÇÃO e o sexo é o poder ativo que está por trás da atividade. No plano físico, as atividades dos elétrons, dos átomos e dos corpúsculos são simples atividades sexuais.

No plano mental, a Mente objetiva e a Mente subjetiva do homem e da mulher, respectivamente, estão em atração sexual, enquanto que no plano espiritual existe a atração das essências espirituais entre o Corpo Pituitário e a Glândula Pineal, com a correspondente boda entre o Eu Inferior e o Eu Superior. A atividade sexual, o princípio causador da criação, deu a Marte o título de AUXILAR DO SOL, o Senhor da Criação.

Vejamos agora o que a crença no renascimento pode fazer por nós em nossa vida neste plano físico. Primeiramente revela o fato de que o ser humano sendo consciente de si mesmo e agindo de acordo com seus desejos, torna-se responsável por suas ações. Essas ações, sob a Lei de Consequência, (isto é, o efeito que resulta da causa) ajudam a modelar sua vida. Aprende que colhe boas recompensas pela ação reta, e dores e sofrimentos pelos maus atos. Não pode escapar dessas consequências, pois se não aparecerem na vida atual, aparecerão em vida posterior como “destino maduro” a ser dissolvido, às vezes em situação mais difícil, quando é maléfico. Portanto, o ser humano tem muitos incentivos para se tornar melhor pessoa por sua vida evoluinte.

O Renascimento vem ao encontro da doutrina da Ressurreição, pois por seu intermédio, o aguilhão da morte é removido e perdida a vitória do túmulo, pois o que desapareceu tornará a aparecer.

O renascimento revela a eternidade da vida que dá alegria de viver e das aspirações por sucesso na evolução, pois os fracassos nesta vida poderão tornar-se vitórias na vida futura por meio de novas oportunidades para vencer o que hoje nos cerceia.

As repetidas vidas do correto viver e de correto pensar habilitam-nos a conhecer de onde viemos, para onde vamos e por que estamos aqui, bem como o que o futuro nos reserva acerca da Liberdade de escolha.

O renascimento revela a sabedoria de Deus e a justiça das Suas Leis, a Santidade da vida e, sobretudo, a grandeza do ser humano feito à imagem de Deus.

A crença no Renascimento não é coisa nova; existe na Índia desde tempos antigos; é encontrada no Budismo; contida no Corão, o livro sagrado de Islã; é conhecida dos Lamas do Tibete. Foi ensinada por Pitágoras e dos gregos foi transmitida à primitiva Igreja Crista. É religiosa, filosófica; e também podemos dizer, científica.

Na realidade a morte não existe. O que assim parece é uma perda temporária de consciência num período de transição, quando passamos de um degrau para outro superior na escada da evolução.

Erradicando o temor da morte de nossas vidas pelo conhecimento do renascimento, a transmutação e a transfiguração guiam o curso das nossas vidas para os portos celestes da paz e do amor, ao mesmo tempo que o espírito viaja para seu Criador, tendo cumprido sua missão o melhor que pôde, para alegria do seu Senhor.

“E quando tenha terminado meu trabalho na Terra,

E meu novo trabalho no céu comece.

Esqueça eu os louros que ganhei.

Enquanto trabalho pelos outros. ”

(Autor desconhecido)

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de novembro/1978)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Autodomínio só alcançado pelo conhecer a si mesmo e que é tão doloroso

Autodomínio só alcançado pelo conhecer a si mesmo e que é tão doloroso

O domínio de nós mesmos muitas vezes fracassa, porque desconhecemos nossas falhas. O que não conhecemos, não podemos dominar. Sentimo-nos virtuosos, cheios de razão simplesmente por não poder enxergar o outro lado da medalha. A retrospecção tem o papel de despertar a consciência de nossa verdadeira personalidade, descobrindo as sombras. Se pudéssemos ver a nós mesmos como os outros nos veem, e pudermos acrescentar com lucidez percebendo as falhas profundamente encerradas no nosso ser, seria mais fácil o trabalho, um trabalho honesto e digno de extirpar o joio do nosso trigal.

A chispa divina, a “água viva” está aprisionada fundo no nosso íntimo, não podendo jorrar livremente, purificando os canais que servem para receber mais luz, mais capacidade de elevação, agindo acertadamente. Quantas vezes queremos ajudar, amparar os outros e não achamos meios, nem palavras de fazê-lo. Andamos desorientados, separados da nossa fonte, da nossa intuição, que poderia tão bem nos guiar. Falta o elo com o nosso Eu Superior. A alma chora e a personalidade não percebe. O seu julgamento é superficial, é indulgente, marcando passos, passos vagarosos que não elevam, suas asas são frágeis.

“Conheça a ti mesmo”, talvez por este conhecer ser tão doloroso, os olhos se fecham. Estamos sozinhos nas tempestades, abalados, sofridos, mas estes sofrimentos, saibamos ou não, serão a nossa libertação e talvez um dia recobramos a visão para ver o nosso interior, recobremos a capacidade de ouvir aquilo que nosso Espírito fala, podendo começar a verdadeira caminhada para a luz, para o conhecimento próprio, alcançando o autodomínio.

(Publicado na revista ‘Serviço Rosacruz” – 01/86 – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Os Átomos-semente nos Futuros Períodos Mundiais

Os Átomos-semente nos Futuros Períodos Mundiais

Investigamos a evolução dos Átomos-semente através dos três Períodos Mundiais involucionários e todo o presente Período Terrestre, até seu final. O que sucederá a esses Átomos-semente nos períodos subsequentes: o Período de Júpiter, o Período de Vênus e o Período de Vulcano?

A primeira Grande Iniciação “dá o estado de consciência que será alcançado, pela humanidade comum, ao final do Período Terrestre; a segunda, o que todos alcançaremos ao final do Período de Júpiter; a terceira dá a extensão de consciência que será alcançada ao final do Período de Vênus; a última confere ao Iniciado o poder e a omnisciência que toda a humanidade alcançará somente ao final do Período de Vulcano”.

No final de cada grande Período, o Corpo que tenha chegado à perfeição, é convertido em suas forças essenciais e agregado ao seguinte veículo superior. Assim é como, no final do Período Terrestre, as forças do Corpo físico aperfeiçoado serão agregadas ao Corpo Vital, o que tem, então, todos os seus próprios poderes mais os do corpo físico. Estes poderes amalgamados serão agregados ao Corpo de Desejos, no final do Período de Vênus e estes, por sua vez, serão agregados à Mente ou Corpo Mental, no final do Período de Vulcano.

Cada Corpo foi dado como um “germe”, que era também um “pensamento-forma”, como temos indicado. São as forças arquetípicas de cada Corpo, elevadas à perfeição, as que são os poderes de cada Átomo-semente que são agregadas ao seguinte veículo superior, quando termina o Período Mundial.

Paralelamente a esse desenvolvimento, observamos o pleno florescimento do Tríplice Espírito e de seus três poderes: o Espírito Divino, o Espírito de Vida e o Espírito Humano (os três juntos constituem o Ego).

Max Heindel escreveu: “Durante a Involução, as Hierarquias Criadoras ajudaram o ser humano a pôr em atividade o Tríplice Espírito, o Ego, a construir o Tríplice Corpo e adquirir o elo da Mente. Agora, no sétimo dia (para usar a linguagem da Bíblia), Deus descansa. O ser humano deve trabalhar pela sua própria salvação. O Tríplice Espírito deve completar o trabalho e a execução do plano começado pelos deuses. O Espírito Humano, que foi despertado durante a involução, no Período Lunar, será o mais proeminente dos três aspectos do Espírito, na evolução do Período de Júpiter, que é o Período correspondente no arco ascendente da espiral. O Espírito de Vida, que foi posto em atividade no Período Solar, manifestará sua principal atividade no correspondente período de Vênus e, as particulares influências do Espírito Divino serão as mais fortes no Período de Vulcano, porque foi vivificado no correspondente Período de Saturno”.

“Todos os três aspectos do Espírito são ativos, todo o tempo, durante a evolução, mas o aspecto espiritual de cada um será desenvolvido nestes Períodos particulares, porque o trabalho a ser feito é seu trabalho especial”. Assim como o polo negativo do Tríplice Espírito era o que estava ativo durante Involução, agora é o polo positivo o que está ativo durante a Evolução, à medida que o Ego ascende à Divindade, saindo da materialidade”.

A Tríplice Alma é também, durante este tempo que o Ego está evolucionando e saindo da matéria, assimilada pelo Tríplice Espírito.

Quando o Corpo for plenamente aperfeiçoado e suas forças agregadas ao Corpo Vital, a “Alma Consciente” será assimilada pelo Espírito Humano. Isto não é instantâneo. Dura por todo o ciclo do “Dia” de Júpiter e é apenas na sétima Revolução do Período de Júpiter, quando a Alma Consciente é, assim, assimilada pelo seu progenitor, o Espirito Divino.

Sob a Lei de Analogia e a causa de que a evolução se acelere à medida que se aproxima o final, a Alma Intelectual é assimilada pelo Espírito de Vida, na sexta Revolução do Período de Vênus. A Alma Intelectual é a essência do Corpo Vital e sua assimilação pelo Espírito de Vida requer todas as seis revoluções do Período de Vênus.

Finalmente, na quinta Revolução do último Período, o de Vulcano, em que a Mente será aperfeiçoada, a Alma Emocional será assimilada pelo Espírito Humano, na Região do Pensamento Abstrato.

Esta assimilação da essência do Corpo de Desejos nutre o terceiro aspecto do Tríplice Espírito, conduzindo-o até a perfeição e, o processo de assimilação requer todos as primeiras cinco revoluções do Período de Vulcano.

Restam duas revoluções mais, deste Período, nas quais o Espírito Virginal assimilará, na Mente, todos os poderes do Tríplice Corpo e, as essências anímicas também serão completamente assimiladas ao Tríplice Espírito. Conforme cada Globo Mundial se dissolve no caos, o aspecto do Espírito correspondente a esse Globo é atraído pelo mais elevado dos três aspectos, o Espirito Divino. No final do Período de Júpiter, o Espirito Humano será absorvido pelo Espírito Divino. No final do Período de Vênus, o Espírito de Vida será absorvido pelo Espírito Divino. E, ao final do Período de Vulcano, a Mente aperfeiçoada, incorporando todas as maravilhosas glórias assimiladas durante os passados sete Dias Mundiais, será absorvida pelo Espirito Divino.

Max Heindel comenta: “Não existe contradição entre estas e outras afirmações que dizem a Alma Emocional será absorvido pelo Espírito Humano, na quinta Revolução do Período de Vulcano, porque o último estará, então, dentro do Espírito Divino”.

Depois disto, vem o “grande intervalo de atividade subjetiva, durante o qual o Espírito Virginal, que agora tem absorvido em si mesmo todos os três aspectos, ou poderes e todos os frutos da evolução se fundirão em Deus, de Quem vieram, para reemergir na aurora de outro Grande Dia, como um de Seus gloriosos colaboradores”.

Durante sua passada evolução, suas possibilidades latentes têm sido transmutadas em poderes dinâmicos. Tem adquirido Poder Anímico e uma Mente Criadora, como fruto da peregrinação através da matéria.

Tem avançado da impotência à Onipotência, da inconsciência à Onisciência”.

Isto é, quando o Espírito Virginal reemerge da união com a Divindade, aparecerá como um deus-auxiliar, capaz de projetar no espaço, na Substância Raiz Cósmica, os “Átomos-semente”, ideias germinais e suas forças arquetípicas e pensamentos-forma, pertencentes a um novo esquema de evolução, como membro de uma Celestial Hierarquia, como a que nos ajudou em nossa própria evolução “desde o barro até Deus”.

Assim, do mesmo modo em que as Hierarquias Celestiais são nossos verdadeiros progenitores, cuja “semente” foi o modelo de nossa evolução, nós, por nossa vez, chegaremos a ser os progenitores divinos de novas raças, em novos sistemas evolucionários, quando emergirmos naquela aurora cósmica, sobre as asas do poder e da sabedoria, para ajudar a inaugurar um novo mundo – uma galáxia, um universo – e o fazer flutuar como uma rosa que se abre corrente abaixo nas ondas do espaço.

(Publicado no ‘Serviço Rosacruz’ – 06/86)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Viver pela Metade

Viver pela Metade

Aqueles que seguem os ensinamentos da Filosofia Rosacruz ou que os elegeram como filosofia de vida, não podem mais manter certas dúvidas a respeito da vida espiritual.

Sabe-se que o primeiro passo e o mais difícil na crença das verdades espirituais, e admitirmos a Reencarnação, ou melhor, a Lei do Renascimento como ponto pacifico para a continuidade de nossos estudos e atividades na senda do Progresso. Entretanto, não ignoramos que existem muitos outros pontos, milhares deles, dos quais pode depender a nossa ascenção.

Em princípio, toda a asserção sábia, contém sempre em si mesma dois sentidos: o material, do qual se reveste para ser enunciada, e o espiritual ou oculto, que deve ser desvendado.

Analisemos de passagem, o que diz a Bíblia pela boca do Mestre, naquele versículo: “Se uma casa se levantar contra si mesma, essa casa não subsistirá”. O valor material dessa assertiva está bem claro e é um chamado à ordem àqueles que não sabem defender sua família, seu lar, seus filhos, tanto de Sangue como de ideal, contra o erro, a agressão, a maledicência, às vezes até contra si mesmo; já o sentido espiritual, faz-nos penetrar num. terreno mais sutil e perceber a face oculta da Verdade.

Então notaremos que tanto pode restringir-se ao relacionamento de alma, como ao próprio relacionamento Interno de cada um, melhor dizendo, aos cheques e entrechoques de nosso eu inferior com a verdade que já existe em nós. Choques esses que muitas vezes se apresentam sob a forma de dúvida, de limitações, de oscilações prejudiciais. Aliás, a dúvida conduz naturalmente às limitações, principalmente se ela atinge os valores espirituais da vida.

“Se uma casa se levantar contra si mesma”, isto é, se os nossos pensamentos espirituais não coincidirem totalmente com as nossas ações, com o nosso modo de vida, se mesmo conhecendo e sentindo os valores reais da vida, ainda perdemos tempo derivando por caminhos da matéria; se mesmo sentindo dentro de nós, maravilhosas verdades cantando sua música num coro divino, e apesar de tudo introduzimos ainda outros ritmos de canções menos celestiais, por algumas notas que sejam., estaremos quebrando a nossa sintonia interna e pondo uma pedra no caminho da nossa elevação espiritual. E é então que “essa casa não subsistirá”, porque não há equilíbrio interno que resista às oscilações a que a natureza externa das coisas muitas vezes nos submete, ou melhor dizendo, oscilações a que nós permitimos ser submetidos por nossas próprias fraquezas, nossa falta de coragem para aceitar integralmente a Verdade como escopo de vida, como única realização justa e aceitável em nosso progresso. Aí é que entra aquela frase bíblica tão conhecida, de que “não se pode servir a dois senhores”.

Porque estaremos servindo a dois senhores enquanto ainda ‘mantivermos dentro de nós, por insignificante que seja, algum interesse material,; quando ainda não tivermos a coragem, a determinação de afastar de nosso Caminho, tudo o que esteja fora das verdades espirituais, quando ainda não nos tivermos revestido o máximo possível daquele equilíbrio que nos leva a selecionar de imediato o joio do trigo, não aceitando nada que possa contrariar nossas verdades internas; quando ainda não soubermos encarar a vida e a humanidade como resultados de algo maior, algo superior à própria vida física e pautar nossa vida por essa crença, sem desvios numa entrega completa a Verdade, numa dedicação sem limites à causa dessa mesma verdade, dessa mesma vida superior, estaremos, repito, servindo a dois senhores. Isso porque, na senda do espiritualismo, chega o tempo em que já não se pode viver pela metade.

Ou somos, ou não somos. Ou cremos, ou não cremos. E, se cremos, temos que manter essa crença no seu verdadeiro nível de pensamentos, de sentimentos e de ações.

(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 04/73 – Fraternidade Rosacruz –SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Poderá de renascimento a renascimento persistir as mesmas semelhanças, apesar dos fatores sexo e povo?

Pergunta: Poderá de renascimento a renascimento persistir as mesmas semelhanças, apesar dos fatores sexo e povo?

Resposta: Sim, em certo sentido. Quando o Ego volta a renascer, ele possui um novo conjunto de veículos onde se incluí a essência das experiências de todas as suas vidas pretéritas.

No plano interno, antes do renascimento, ele atrai para si materiais. Esse processo inclui toda a conformação física. Portanto, os novos aspectos serão diferentes daqueles observados em vidas passadas, na medida, em que o Ego adicione ao seu desenvolvimento, espiritual as experiências da precedente.

O corpo físico corresponde ao caráter espiritual do Ego em toda a Vida terrestre. Contudo existem algumas condições modificadores. Em cada Vida terrestre o Ego traz consigo uma certa dose de destino passado a cumprir (que será realizado por meio de um corpo físico adequado). Isso pode acarretar uma suspensão temporária de uma parte das forças que o Ego gerou em vidas passadas, suspensão essa que se refletirá no corpo físico e nas características faciais. Em outras palavras, um Ego poderá necessariamente não refletir em seu campo físico todas as forças e características adquiridas em más-vidas passadas. Assim o tema de contornos faciais submete-se a um grande aspecto de variação, embora uma certa semelhança sempre possa ser delineada.

(Publicado na revista ‘Serviço Rosacruz’ – 12/1971)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Governo Invisível do Mundo

O Governo Invisível do Mundo

Sempre achamos que um “chefe de movimento”, um indivíduo livre, agindo por sua própria vontade cria e destrói povos, nações, impérios; mas, não passa de um instrumento do governo invisível do mundo, o poder situado detrás dos tronos, os Espíritos de Raça. Vamos detalhar aqui como isso ocorre.

Como estudantes da Filosofia Rosacruz, sabemos perfeitamente que as diferentes espécies de animais são dirigidas por um Espírito-Grupo, do Mundo do Desejo. Esse Espírito-Grupo é seu guardião, zelando por sua segurança e dando-lhes o mais conveniente à sua evolução. Não importa a posição geográfica dos animais sob sua proteção; o leão das selvas africanas está dominado pelo mesmo Espírito-Grupo do leão encerrado em uma jaula de qualquer centro civilizado. Assim, esses animais apresentam as mesmas características principais, emanadas do Espírito-Grupo comum; têm os mesmos gostos e preferências alimentares, agem de maneira igual em circunstâncias parecidas. Se queremos estudar a espécie dos leões, ou dos tigres, basta estudarmos um espécime, de vez que não têm arbítrio e nem prerrogativa e agem inteiramente de acordo com os ditames de seu Espírito-Grupo.

O mineral não pode escolher se deve cristalizar-se ou não; a rosa vê-se sujeita a florescer; o leão vê-se impelido a dominar a presa e todos seus movimentos são governados pelo Espírito-Grupo.

Mas o ser humano é diferente. Quando pretendemos estudá-lo, verificamos que cada indivíduo é uma espécie em si mesmo. O que um faz em certas circunstâncias, não pressupõe que outro faça identicamente. “O que a um serve de alimento, para outro é veneno” e cada qual tem diferentes gostos e aversões. Isto ocorre porque o ser humano, tal como o vemos no mundo físico terreno, é a expressão de um Espírito interno individual, que tem, aparentemente, a faculdade de escolha e livre arbítrio.

Porém, em realidade o ser humano não é tão livre como parece; todos os que vêm estudando a natureza humana observaram que em certas ocasiões um grande número de pessoas se porta como se estivessem dominadas por uma força externa, por um mesmo espírito.

É igualmente fácil verificar, sem recorrer ao ocultismo, que as diferentes nações têm certas características psicossomáticas.

Todos conhecemos os tipos alemães, franceses, ingleses, italianos, espanhóis. Cada uma dessas nacionalidades tem características diferentes das de outras, demonstrando haver um Espírito de Raça, nas raízes de tais peculiaridades. O ocultista dotado de visão espiritual sabe muito bem que é assim mesmo. Cada nação tem um Espírito de Raça diferente, passando como nuvem sobre o país inteiro.

Nele vive, move-se e tem seu ser a população de um país. Ele é seu guardião e trabalha constantemente pelo desenvolvimento de seus tutelados, compulsando-lhes a civilização, inculcando-lhes ideais da mais alta natureza, compatíveis com sua capacidade para o progresso.

Lemos na Bíblia, que Jeová, Elohim, que foi o Espírito de Raça dos judeus, apareceu-lhes sobre uma coluna numa nuvem, e no livro de Daniel encontramos consideráveis revelações sobre o modo de trabalhar desses Espíritos de Raça. A imagem vista do Nabucodonosor, de cabeça de ouro e pés de argila, mostrava claramente como uma civilização começava a construir sobre ideais auríferos, depois degenerando gradualmente até que em sua última parte da existência apresenta pés instáveis, de cambaleante argila sendo a imagem condenada à destruição.

Assim todas as civilizações começaram sob a direção de diferentes Espíritos de Raça, mantendo áureos ideais; mas a humanidade, exercendo seu livre arbítrio, não segue implicitamente os ditames do Espírito de Raça como o fariam os animais em relação aos respectivos Espíritos-Grupo. Esta é a razão do porquê, no transcurso do tempo, de uma nação cessar de elevar-se e, como não pode ”existir imobilidade” no Cosmos, começa a degenerar até formar pés de argila, sendo necessário então um golpe que a desmorone a fim de outra civilização edificar-se sobre suas ruínas.

Mas os impérios não caem sem um poderoso golpe físico. Assim, invariavelmente, no tempo em que a nação deve cair levanta-se um instrumento do Espírito de Raça para essa missão. Nos Capítulos X e XI do Livro de Daniel podemos conseguir alguma iluminação sobre o trabalho invisível dos Espíritos de Raça, os chamados “poderes por detrás do trono”.

Daniel vê-se conturbado espiritualmente; jejua durante três semanas completas; clama por luz e depois desse tempo aparece-lhe um Arcanjo, um Espírito de Raça, e lhe diz:

“Não temas, Daniel, pois desde o primeiro dia em que quiseste que teu coração compreendesse e te purificaste diante de teu Deus, tuas palavras foram ouvidas e por elas vim aqui. Mas o príncipe do reino da Pérsia me reteve durante vinte e um dias” e eis que Miguel, um dos primeiros Príncipes, veio em meu socorro e ali fiquei com o rei da Pérsia”. Depois de explicar a Daniel o que há de ocorrer, diz: “Sabes de onde vim, até aqui? E agora voltarei a combater com o príncipe da Pérsia; e quando me for, eis que o príncipe da Grécia chegará e ninguém há que possa obrigar-lhe a fazer estas coisas, além de Miguel, vosso Príncipe”. Também disse o Arcanjo: “No primeiro ano de Dario, o Medá, também estive com ele para acreditá-lo e fortalecê-lo”.

Assim, quando a sentença manuscrita pende de um muro, levanta-se alguém para desfechar o golpe; pode ser um Ciro, um Dario, um Alexandre, um César, um Napoleão, um Kaiser. E tal instrumento humano pode se julgar um “chefe de movimento”, um indivíduo livre, agindo por sua própria vontade; mas, não passa de um instrumento do governo invisível do mundo, o poder situado detrás dos tronos, os Espíritos de Raça, que veem a necessidade de destruir as civilizações que deram de si toda utilidade, de modo que a humanidade possa tomar um novo impulso e evoluir sob mais alto ideal em relação ao que, até então, esteve envolta.

O próprio Cristo, durante Sua permanência na Terra, disse: “Não vim trazer a paz, senão uma espada”, pois Lhe era evidente que, enquanto a humanidade estiver dividida em raças e nações, não poderá haver “paz na terra e boa vontade entre os homens”. A paz será possível somente quando as nações tiverem conseguido unir-se numa Fraternidade Universal.

As barreiras do nacionalismo devem converter-se num crisol de fusão, onde o melhor de todas as velhas nações se mescle e se amalgame para que surja uma nova raça de mais elevados ideais e sentimentos fraternos universalistas, como precursora da Era de Aquário. Entretanto, as barreiras do nacionalismo vão sendo rompidas com os terríveis conflitos mundiais, aproximando o dia da amizade universal e da realização da fraternidade humana.

Há outro objetivo que também deve ser alcançado. De todos os horrores a que está sujeita a humanidade, não há nenhum maior que a morte, que nos separa daqueles a quem amamos. Nosso sofrimento advém da falta de possibilidade de os vermos depois que foram despojados de seus corpos. Mas, tão certamente como o dia se segue à noite, também, certamente, nossas lágrimas acabarão por diluir a escama que oculta aos olhos dos seres humanos a terra desconhecida dos mortos que agora reafirmamos: uma das maiores bênçãos que resultará das guerras será a vista espiritual que um grande número de pessoas certamente adquirirá.

O profundo sofrimento de milhões de seres humanos, o anelo de novamente ver os que lhe são queridos e que tão súbita e cruelmente lhes foram arrebatados são forças de incalculável poder e fortaleza.

De igual maneira, aqueles que foram prematuramente levados pela morte, e agora estão nos Mundos invisíveis, sentem um intenso desejo de reunir-se aos que lhes são caros, para dizer-lhes palavras de consolo e convencê-los do bem-estar que presentemente desfrutam. Pode-se até dizer que, dos grandes exércitos que se formaram nas duas guerras mundiais, por milhões e milhões de pessoas, além dos outros desastres coletivos, surge um sentimento, de fantástica energia e intensidade de propósito que está minando os muros que separam o visível do invisível.

Dia após dia, tais muros ou véus se tornaram finos, mais débeis e, cedo ou tarde, os vivos e os mortos que vivem se encontrarão na metade do túnel. Antes mesmo do que podemos imaginar essa comunicação se estabelecerá e, então, veremos como a coisa mais natural deste mundo o fato de alguém deixar seus corpos ao morrer. Não sentiremos pesar nem perda alguma, porque poderemos vê-los, em todas as horas, nos seus Corpos Vitais, movendo-se ao nosso redor, como até então faziam. Assim venceremos o grande conflito da morte e poderemos dizer: “Oh, morte! Onde está tua gadanha? Oh, sepulcro! Onde tua vitória”.

(Publicado na revista ‘Serviço Rosacruz’ – 09/1971)

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