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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Relação entre a Música e a Espiritualização

A Relação entre a Música e a Espiritualização

“Ao músico foi entregue a mais elevada missão, porque, como um modo de expressão da vida anímica, a música é a soberana”. Estas palavras de Max Heindel inspiraram-me a escrever este artigo sobre a relação existente entre a música e o crescimento espiritual.

Quando digo “música” quero referir-me unicamente a música de verdadeira eufonia, dádiva maravilhosa do Pai Celestial. Vias de regra, a maior parte daquilo que popularmente concebe-se como sendo música é justamente o contrário, porquanto não emana de Deus e sim das distorções da Mente humana. Esta se enquadra no mesmo plano da enfermidade que resulta, tão somente, da violação das Leis Divinas. Deus nos concedeu as melodias e vibrações para construirmos harmonias e ritmos belos, porém, o ser humano emprega-as erroneamente, usando-as em combinações desarmônicas, similarmente ao que faz, arruinando sua saúde, ingerindo alimentos que não se coadunam com a constituição do Corpo Denso.

O Deus do nosso Sistema Solar está representado por um triângulo, simbolizando o Poder Trino. Desse poder emanam as três qualidades: Vontade, Sabedoria e Ação. Do primeiro poder, que por sinal é o mais elevado, emana a Vontade, cuja vibração é Melodia e a cor é o azul. O segundo poder é a Sabedoria, cuja vibração é Harmonia e o amarelo a tonalidade correspondente. O Terceiro poder é representado pela Ação, cuja vibração é Ritmo e a cor correspondente é o vermelho. De modo que a música e a cor correspondem à mesma coisa, diferenciando-se como sons na música e como cores para a nossa vista; contudo, as vibrações são as mesmas. Assim como obtemos diversas combinações das três cores primárias mencionadas, de maneira idêntica combinamos os sons, pela mescla das três maiores ou primárias vibrações da música, o que estabelece a Eufonia, provando-se que a mais alta consecução em música se obtém por meio de um perfeito entrelaçamento de Melodia, Harmonia e Ritmo.

Por outro lado, a desarmonia é um resultado de um desajustamento na combinação da Melodia, Harmonia e Ritmo; e tem o mesmo efeito sobre os ouvidos sensitivos, como o tem a violenta combinação de cores sobre a vista delicada. Sons discordantes, que erroneamente recebem o nome de música, só podem ser apreciados por ouvidos carentes de sensibilidade. Do mesmo modo como há pessoas que mirando uma pintura não percebem as gradações da cor, assim também existem outras que não podem captar as combinações sutis dos três elementos da música. Para eles não existe diferença entre a verdadeira música e o que é uma degeneração dela, muitas delas ditas nos ritmos quentes.

A melodia e a cor azul estão ligadas à Mente. É uma agradável sucessão de simples sons musicais percebidos através do sentido da audição, conectado com o cérebro, que é o veículo físico da transmissão do pensamento. Portanto, através do veículo mental pode o ser humano se relacionar com a Melodia e a cor azul. A Harmonia e a cor amarela estão ligadas ao Corpo de Desejos. A Harmonia é uma combinação de sons acordes percebidos ao mesmo tempo, estando ligada ao Corpo de Desejos por intermédio de nossos sentimentos e emoções, sobre o que exercem sua influência junto com a cor correspondente. O Ritmo e a cor vermelha se acham ligados ao Corpo Vital (Max Heindel afirmou que o Corpo Vital apresenta uma cor parecida com a flor do pessegueiro, recém-aberta). É uma tonalidade derivada do vermelho. O Ritmo se manifesta pelo Poder de Deus, na ação e no movimento. A força ativa ou vital é absorvida pelo Corpo Vital quando prevalece uma saúde normal e essa energia mantém o Corpo Denso. Todas e cada uma das coisas existentes têm a sua nota-chave ou tom. Kepler disse que ouvia as diferentes notas emitidas pelos Astros e Max Heindel também afirmou que os cientistas ocultistas “escutam a música ordinária do deslocamento dos corpos celestes”. Eles formam a harpa e as cordas da lira de sete cordas de Apolo. Também asseveram que uma simples discordância afetaria a harmonia celeste, advindo uma grande hecatombe na matéria e um choque entre os mundos.

No Mundo Celeste, ainda que a cor e o som se achem presentes, deve-se ressaltar que dos sons é que se originaram as cores, e construíram todas as formas no Mundo Físico. Segundo Max Heindel, as formas que vemos ao nosso redor são figuras-sons cristalizadas das forças arquetípicas que trabalham dentro dos arquétipos no Mundo Celeste. O músico pode perceber certos tons em distintas partes da natureza, tais como o vento na floresta, o som das águas, o rumor do oceano, etc. Estes tons combinados formam um todo que é a nota-chave da Terra. Percebe-se esse tom na quietude do bosque, onde é mais perceptível devido à profunda calma reinante. Richard Wagner também o escutou, porque assim o expressa por meio de sua ópera Parsifal.

Alguns exemplos destes “certos tons nas distintas partes da natureza”, os quais Max Heindel nos afirmou que são ouvidos pelos músicos, encontram-se em algumas obras tais como “Nuvens” e “Mar” de Debussy. Nesta última composição o tom do espírito do mar encontra-se descrito magicamente apresentando com impressionante realidade o “Diálogo do Mar e do Vento”. Encontramos outro exemplo na “Sinfonia Pastoral” de Beethoven, na qual ele expressa diversos tons da natureza, entre os quais encontram-se os pássaros, os riachos e as tempestades. Mendelssohn captou a nota do mar, quando visitou a Escócia e a exprimiu em um de seus mais belos trabalhos sinfônicos. Rimsky-Korsakow em “Scheherezade” descreveu de um modo assaz realístico uma tempestade no mar, pois, o contato que teve com o oceano, quando integrava a Armada Russa, facultou-lhe uma ampla oportunidade marítima, tanto na calma como durante a tempestade. Estes são alguns poucos exemplos que podemos citar como prova.

O Segundo Céu é a verdadeira pátria da música, porque este é o reino do som. Quando o espírito abandona o Primeiro Céu, situado no Mundo do Desejo, entra no Segundo Céu localizado na Região do Pensamento Concreto. Agora, está livre de sua vida passada e vive em perfeita harmonia com Deus. Quando penetra nesta Região, desperta a Música das Esferas ao seu redor, cuja melodia transcende a tudo que havia ouvido na Terra. Este lugar, em verdade, é um paraíso para o compositor, porque aqui ele se eleva com a música, tal qual a havia concebido quando compunha no Mundo Físico, mas no qual não podia transcrevê-la para o papel de uma maneira concreta. Aqui, no Segundo Céu, ele compõe, inspirado nas coisas mais profundas do seu ser, com a mais incrível facilidade e prazer imersos, obtendo grandiosas melodias que traz ao plano físico depois, para alegrar aos corações daqueles que se acham ungidos ao mesmo. Se ele deseja, pode reencarnar como músico (e eu não posso imaginar um grande músico renunciando a este privilégio) preparando-se convenientemente para tal. Aprenderá a construir ouvidos, mãos e nervos supersensitivos e, nesse particular é ajudado pelos Mestres das Grandes Hierarquias. Max Heindel afirmou que a extensão do ajuste dos canais semicirculares do ouvido, aliado a uma delicadeza extrema nas “fibras de Corti”, das quais existem aproximadamente umas dez mil no ouvido humano, cada uma é capaz de interpretar cerca de vinte e cinco gradações de tom. Estas fibras nos ouvidos da maioria das pessoas não respondem a mais de três ou dez das tonalidades possíveis. Um músico comum não alcança mais do que cinco tons em cada fibra, ao passo que o verdadeiro mestre possui uma capacidade bem mais ampla. Portanto, é fácil compreender porque os Mestres das Grandes Hierarquias devem auxiliar especialmente o músico e o compositor, porque como disse Max Heindel: “o elevado estado de seu desenvolvimento demanda isto, e o instrumento por meio do qual o ser humano percebe a música é o sentido mais perfeito do corpo humano”.

Mozart, aos cinco anos de idade, compunha; aos dez havia completado uma sinfonia; aos quinze um oratório; aos doze uma ópera e aos dezoito havia composto umas vinte e três sonatas, oitenta e uma obras sinfônicas, nove missas, três oratórios, cinco sonatas para órgão e outros trabalhos de vulto.

Schubert, quando chegou aos dezesseis anos de idade, entre muitos outros trabalhos, compusera uma sinfonia, e quando tinha vinte e um anos havia escrito mais cinco. Mendelssohn começou a compor aos doze anos; havia escrito uma sinfonia aos dezesseis e com apenas dezessete anos brindou o mundo com a encantadora “Sonho de Uma Noite de Verão”. Estes exemplos e muitos outros, aqui não mencionados de músicos que já compunham em tenra idade provam que eles foram músicos em existências anteriores.

Em vidas passadas sempre ampliavam suas possibilidades musicais. Cada vez que atingia o Segundo Céu, entre as encarnações, construíam um arquétipo mais sensitivo que o último para captar as vibrações musicais do Cosmos, sendo neste particular, assessorados pelos Mestres das mais elevadas Hierarquias.

A música e a cor têm relação com a ordenação de nossa existência, através dos números: 1, 3, 7 e 12. Na figura do número 1 temos a escala musical completa; o total da luz solar. No 3 temos as três fases de Deus: Vontade, Sabedoria e Atividade, ou seja, Melodia, Harmonia e Ritmo e as três cores primárias, que são: Azul, Amarelo e Vermelho. Na figura do 7 temos as sete Hierarquias, os sete Mundos, os sete Planetas do nosso Sistema Solar. Na música a escala completa contém sete notas; nas cores, o branco contém as sete cores do espectro. Na figura do 12 temos os doze Signos do Zodíaco, os doze Irmãos Maiores, os doze Discípulos de Cristo. Na música, os sete tons da escala se decompõem em doze semitons. As sete cores do espectro se decompõem em doze, cinco das quais são vistas somente pelos Clarividentes exercitados.

Nós podemos elevar nossas vibrações por meio da música. Essa foi uma das razões por que a música foi escolhida como um meio de expressão espiritual nas cerimonias religiosas. Na maioria dos casos se inspira na Bíblia, e o sentimento de alívio que se experimenta é notável. Este é um exemplo do aumento das vibrações produzidas pela música. Esta é uma grande tônica para os nervos. A fadiga corporal pode ser removida, desde que nos sentemos em um lugar tranquilo, com música elevada purificando o ambiente.

O poder curativo da música tem sido alvo de várias experiências em diversos hospitais no mundo inteiro. Não obstante, a sua aplicação como terapêutica é pouco conhecida. A medicina tornar-se-á desnecessária, quando aprendermos a usar a música em relação aos nossos diferentes veículos. Ele pode se dizer com referência às cores.

Nas frases de Max Heindel, “como um modo de expressão para a vida da alma, a música reina de um modo supremo” constituem uma realidade, pois existem passagens nas grandes composições musicais, de natureza tão sublime que nos fazem sentir a presença de Deus, de uma maneira patente. Podemos citar algumas tais como a ópera de Parsifal de Wagner, onde o motivo da “Última Ceia” e sua evolução sinfônica é solenemente grandioso, e o motivo da “” soa muito alto cada vez que se repete, como a fé que se eleva cada vez mais se esforçando para chegar a Deus. Também na “Paixão Segundo São João” de Bach, excelsa veneração sempre presente, culmina no puro e tranquilo coro de “Descansa Aqui em Paz Redentor”.

Quando um músico expressa sua obra no papel, nada mais efetua do que apresentar uma partícula daquilo que sente interiormente quando se coloca em sintonia com as vibrações cósmicas. Qualquer compositor confirmará que suas composições estão além daquilo que concretiza no papel. Não importa quão portentosa seja sua obra quando em forma concreta, pois jamais atingirá a excelência de quando foi sentida em sua alma. Estamos no presente estado evolutivo impossibilitados de expressar materialmente, com absoluta fidelidade, estas correntes musicais ou vibrações.

Poucas músicas atingiram a culminância de um Bach, porque ele podia penetrar mais adiante do que qualquer outro e sintonizar-se com as vibrações musicais mais sublimes. Ainda que ele não pudesse transcender a mais alta vibração ou corrente, mesmo assim, quando considerarmos a perfeição ao nosso desenvolvimento, pressentiremos algo divinal.

Talvez possamos atingir tal estado na Era de Aquário, quando tivermos avançado o suficiente para que se fundam a Arte, a Ciência e a Religião em uma unidade espiritual. Desse modo veremos que a relação da música com o crescimento espiritual resume-se em poucas palavras como segue: “Com Deus tudo é Melodia, Harmonia e Ritmo, porque os Seus pensamentos são Melodias, Suas criações Harmonia e Seus movimentos (ou gestos) são Ritmos”.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – 06/1967 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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A Vida dos Gênios da Música

A Vida dos Gênios da Música

Vamos ver, resumidamente, a maneira DIFERENTE pela qual capta­va cada um dos chamados gênios da música a mensagem musical de suas épocas. As diferen­ças existentes entre as composi­ções de Bach, Verdi, Chopin, Beethoven, Purcell, Bartock, Mussorsky e Lizst são óbvias ao ouvinte menos sofisticado de música erudita e as grandes diferenças são evidentes ao ouvido treinado do estudante de música. Evoluções divergentes e soluções epigenéticas existem também no compor e interpretar a música, assim como em todas as fases da atividade hu­mana, sejam artísticas ou práticas.

A música é um veículo de comu­nicação ao qual o ser humano rea­ge de acordo com sua própria evolução. Muitos dos composito­res ficaram famosos somente após a sua morte e isso é devido ao fato de que a sua expressão musical es­tava além da compreensão popular do seu tempo. Charles Ives, um dos compositores americanos de música considerada inovadora foi cri­ticado ou, simplesmente, ignorado até meados de nosso século, época em que foi “descoberto”, afirmou: “As impossibilidades de hoje são as possibilidades de amanhã”. A música concebida em termos antagônicos aos princípios já estabelecidos pela tradição é sempre alvo de chacota nos meios acadêmicos, até que, com o passar dos anos, encontra seu lugar no repertório convencional. Com o tempo, essa mesma música tam­bém se torna “tradicional” e uma forma ainda mais nova toma o seu lugar, na arena das discussões mu­sicais.

Poucos dos mestres composito­res receberam o que poderíamos denominar “admiração universal” ou até mesmo certo res­peito, em seus tempos. Geralmen­te, gozavam da apreciação de um pequeno grupo de seguidores, sen­do ao mesmo tempo alvos de críti­cas consideráveis. Mesmo Verdi, sem dúvida um dos mais po­pulares, suportou severas críticas de certos grupos incomodados com os novos rasgos de sua música, bem como pelo fato de que as suas óperas lidavam somente com problemas “humanos” e não grandiosas situações lendárias ou históricas.

Porém a música não pode ser uniforme ou mesmo similar. O terreno para a expressão é amplo demais, havendo infinitas possibi­lidades de som, conotações musicais e interpretação que somente agora estão começando a ser ex­ploradas. Sublime como certamen­te é a música de Beethoven, cau­saria enfado ao mais fervoroso dis­cípulo do grande mestre, se a úni­ca música existente no mundo fos­se a dele. O tesouro da música é tão amplo e suas pérolas, tão diversificadas, que a humanidade deve um preito de gratidão aos grandes egos que, mediante suas pá­ginas, cada um à sua maneira, alargaram esse canal de expres­são.

Conforme os egos individuais e a humanidade em geral se tornam mais sensíveis e profícuos na arte de pensar e chegar às suas próprias conclusões, é bem possí­vel processar-se uma enorme am­pliação não somente nos meios usados pela arte musical para ex­pressar-se, mas também em todos os outros setores de manifestação. Gostaríamos de fazer nossas, mais uma vez, as palavras de Charles Ives: “Dia virá, quando cada ho­mem respirará os seus próprios poemas, sinfonias e, quando sen­tado à tardezinha na sua varanda, poderá contemplar seus filhos brincando no quintal, usando sua própria criatividade para ela­borar suas próprias composições, que farão parte de suas próprias vidas. Então esse homem olha por so­bre as montanhas, notando que suas visões se tornam uma realida­de completa”. Isso até parece estar aconte­cendo entre os nossos jovens. Indiferentemente se estamos prepa­rados ou não a considerar a músi­ca jovem e moderna como “séria”, no sentido clássico, não há meio de discordar de que esteja alta­mente individualizada, havendo grande ênfase na participação ati­va, oposta ao passivo ato de “as­sistir”.

Se a música oferece tão grande diversificação de interpretações, é até incompreensível a intolerância de um grande mestre para com a criação do outro. O grupo “anti-Wagner” de compositores critica­va esse gênio com a mesma vee­mência dos grupos leigos. Brahms criticava a música de composito­res cujo talento ganhou do tempo prestígio igual ao seu. Por outro lado, Hugo Wolf disse: “A arte de com­por sem imaginação alguma de­finitivamente tem o seu mais digno representante em Brahms”. Há muitos exemplos desse tipo e pela sua preferência à própria música não poucos compositores poderiam ser considerados decididamente egocêntricos. Esses gênios deve­riam ter sido capazes, mais do que o a humanidade comum, de reco­nhecer a música como arte de grande diversificação e TOLERAR, quando não admirar, músicas de interpretações divergentes.

Poucos dos compositores tive­ram o que chamaríamos de “vidas felizes”, no sentido convencional da palavra. O preço do gênio é, na maioria das ocasiões, muito eleva­do. Essa qualidade é desenvolvi­da por meio de uma singular dedica­ção ao trabalho em vidas passadas, dando pouca atenção aos outros aspectos da personalidade e do caráter. Por esse motivo, o gênio brilha no peculiar ramo de atividade por ele elegido, havendo carência nos outros aspectos.

O papel do nacionalismo na mú­sica, ou, para usarmos os termos do ocultismo, a resposta dos músicos à influência dos Espíritos de Ra­ça, é uma a considerar. Chopin, o primeiro dos grandes nacio­nalistas, desenvolveu um estilo que o acompanhou durante toda a vida, na sua Polônia natal, apesar de ter vivido em Paris a maior parte de sua vida. Debussy trabalhou e se iden­tificou com o papel de “músico francês”, imprimindo em sua obra os ideais que lhe eram mais caros. Verdi brilhou em transmitir as ex­plosões de paixão características do povo italiano. A mú­sica é, sem dúvida alguma, uma expressão do estado interno do ser humano e do estado ex­terno da cultura do lugar ao qual ele pertence.

(publicado na Revista Serviço Rosacruz de julho/1975)

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