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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Ação de Graças em Mount Ecclesia — O Levantamento da Bandeira

Estava um lindo dia e às onze horas todos nós nos reunimos em frente ao novo refeitório prontos para içar a bandeira da Fraternidade Rosacruz; Max Heindel então tomou a palavra:

“Embora numericamente sejamos poucos, os olhos que estão sobre este lugar nesta manhã são muitos e um evento que marcará época está prestes a acontecer. Seiscentos anos antes do início da era Cristã, uma onda de esforço espiritual foi iniciada nas costas orientais da Ásia; o Confucionismo começou então a lançar sua luz sobre os problemas das pessoas que viviam lá naquela época. Tornou-se para elas um trampolim para maiores realizações, pois era adequado àquela raça e de lá, em outra forma, foi para o oeste através do Índia e da Pérsia, até a Galileia, onde assumiu a atual roupagem da Religião Cristã e, como tal, foi promulgada em todo o mundo ocidental.”

“Mas, sempre houve um lado oculto em todas as Religiões: ‘leite para os bebês e carne para os fortes’ sempre foi a regra em todos os lugares, tanto nos tempos antigos como nos modernos, e os símbolos místicos que deram esse ensinamento mais profundo moveram-se junto à onda em seu caminho para o oeste. Seiscentos anos atrás, o avançado posto de mistérios ocidentais foi fixado na Alemanha e a Ordem Rosacruz começou a ensinar os poucos que estavam, então, prontos. Hoje, aquele posto quase completou seu trabalho, tanto quanto é possível naquele lugar. Está agora enviando outro posto avançado para as costas do Oceano Pacífico; aqui, na extremidade ocidental do nosso continente, a Fraternidade Rosacruz foi estabelecida como um centro Esotérico para preparar o caminho para a Ordem Rosacruz e algum dia, nós não sabemos quando, mas provavelmente na época em que o Sol entrar em Aquário, a própria Fraternidade Rosacruz surgirá e estará localizada em algum lugar nesta vizinhança.”

“Esta, então, é a última mudança nos continentes atuais e quaisquer futuros movimentos espirituais que possam surgir terão seu início em um novo ciclo em outros continentes, a ser elevado ao oeste e ao sul desta localização; portanto, estamos agora no final de um ciclo e no início de um novo. Estamos prestes a hastear a bandeira da Fraternidade Rosacruz, que é o símbolo espiritual mais elevado da Terra: a bela cruz branca com suas rosas vermelhas, a sua estrela dourada e um fundo azul-celeste. As cores primárias, em sua relação única e significando o Pai, o Filho e o Espírito Santo, flutuarão sobre este lugar doravante até que a sua missão esteja cumprida, possibilitando a criação de veículos mais elevados. Queira Deus que uma multidão possa se unirem torno desta bandeira para guerrear contra a natureza inferior, para exaltar a vida superior, para trazer luz e cura ao mundo que agora geme de dor e sofrimento.”

A bandeira foi então hasteada e o Max Heindel continuou:

“Mas, enquanto tivermos fé, no devido tempo as trevas, a tristeza e o sofrimento cessarão e o glorioso Milênio, o Reino de Cristo mencionado na Bíblia, vai se tornar uma realidade; a ‘fé sem obras é morta’ e cabe a todos os verdadeiros construtores de Templos fazer o seu trabalho para que possamos tornar realidade esses ideais que esperamos. Portanto, nos reunimos hoje com o importante propósito de colocar a pedra fundamental, o primeiro bloco de concreto para o último Templo material a ser erguido no continente agora habitado por seres humanos. Notem, eu digo ‘o último Templo material’, pois é necessário para a nossa presente condição subdesenvolvida ter o edifício de concreto, antes de podermos construir sobre ele o verdadeiro Templo feito de corações humanos, do qual já falamos tantas vezes.”

“Em algum momento, como foi afirmado anteriormente, numa data futura, provavelmente quando o Sol entrar em Aquário, a Ordem Rosacruz se manifestará em toda a sua plenitude. Seus membros também construirão um Templo aqui, um Templo de potência muito maior do que jamais poderemos esperar para o nosso Templo ‘de concreto’; e nele será continuado o trabalho agora realizado no Templo da Ordem Rosacruz que hoje se encontra na Região Etérica do Mundo Físico, na posição referencial onde hoje está a Alemanha; talvez esse Templo possa inclusive ser transferido de lá. O autor não sabe ao certo, mas essa estrutura é inteiramente etérica. Nós, que somos incapazes de ver o Templo tal como ele aparece à visão espiritual, somos, naturalmente, obrigados a primeiro construir uma estrutura física como um tipo de esqueleto de um edifício verdadeiramente espiritual, que então se torna uma força no mundo. E se tornarmos este edifício material concreto bonito e inspirador, a inspiração que obtemos deste edifício visível se refletirá no nosso Templo espiritual invisível. Assim, a estrutura concreta é a ‘serva’ do trabalho espiritual.”

“Se compreendêssemos as linhas da força Cósmica, se pudéssemos ver como os Irmãos Maiores são, não teríamos a necessidade de construir assim uma estrutura de ‘concreto’, também não teríamos a necessidade de esperar muito tempo até que os materiais fossem colocados em suas devidas posições, mas nós poderíamos começar o trabalho de construção imediatamente; seríamos de uma vez por toda uma força para um grande bem no mundo, para a rápida libertação de Cristo; agora, porém, que não somos, devemos fazer o melhor que pudermos, isto é, criar uma estrutura material, incorporando linhas e princípios cósmicos, para que todos que entrarem em seus portais possam ser inspirados, e assim poderemos ajudar a todos para construir o Templo vivo invisível, que é a verdadeira assembleia de Cristãos, ligada pelos mesmos laços de doutrina de fé e sob a liderança de Cristo.”

“Esta manhã nos reunimos com o propósito de colocar a primeira pedra, a pedra que conterá todas as cartas e todos os documentos, juntamente com os escritos e a literatura tal como os temos atualmente na Fraternidade Rosacruz; isto proporcionará as idades futuras a razão sobre o motivo da construção desta estrutura e porque ela perdurou. Que Deus conceda que esta primeira pedra possa ser rapidamente seguida por outras pedras e que em breve possamos iniciar o trabalho e estar prontos para estabelecer a verdadeira Sede em Mount Ecclesia.”

“A Bíblia relata a visita dos Reis Magos no nascimento do nosso Salvador e a lenda completa a história contando-nos que Gaspar, Melchior e Baltazar, que eram os nomes destes sábios, pertenciam às três Raças na Terra, naquela época. É muito peculiar, para dizer o mínimo, que nesta importante ocasião também estejam presentes em Mount Ecclesia os representantes das Raças da Época Lemúrica, da Época Atlante e da Época Ária. Para uma Mente aberta, a presença de representantes das diferentes Raças no nascimento de Cristo esclarece o fato de que a Religião que Ele veio estabelecer é universal. Da mesma forma, a presença presente, inesperada e até o momento despercebida, de representantes das três grandes Raças em Mount Ecclesia parece um augúrio de que este grande movimento irá, também, se tornar um veículo universal de boas novas, de compreensão mais profunda e de um verdadeiro sentimento de companheirismo para todos os que vivem na Terra.”

Os presentes se dirigiram, então, para o local onde haviam sido empilhados areia e cimento e cada um, senhoras e senhores, participou da mistura do cimento, do transporte até a sala de espera decorada com folhas de palmeira e da confecção da pedra que formará o canto da Ecclesia, quando esta for iniciada.

(Publicado na Revista Rays from the Rosecross de dezembro de 1914 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Átrio do Tabernáculo no Deserto

O Átrio era um recinto que rodeava o Tabernáculo no Deserto. Seu comprimento era o dobro da sua largura e o portão ficava no extremo leste. Esse portão era coberto por uma cortina de linho fino torcido de cores azul, escarlate e roxo, e essas cores nos demonstram, de bate e pronto, o nível desse Tabernáculo no Deserto.

 “Farás o átrio para o tabernáculo. Do lado meridional, ao sul do átrio, haverá cortinas de linho fino retorcido, numa extensão de cem côvados, … Também para o norte haverá cortinas, numa extensão de cem côvados” (Ex 27:9-11).

 “Do lado do ocidente a largura do átrio comportará cinqüenta côvados de cortinas…Na frente, do lado oriental, a largura do átrio será de cinqüenta côvados… O comprimento do átrio será de cem côvados, sua largura de cinqüenta, e sua altura de cinco côvados” (Ex 27; 12-18).

Na porta do átrio haverá uma cortina bordada, de vinte côvados, em jacinto, púrpura violeta e escarlate, em carmesim e em linho fino retorcido, com quatro colunas e quatro pedestais.” (Ex 27; 16).

No Evangelho Segundo de São João somos ensinados que “Deus é luz”, e nenhuma descrição ou semelhança poderia transmitir uma melhor concepção ou maior iluminação para a Mente espiritual do que essas palavras. Quando consideramos que mesmo o maior dos telescópios modernos não conseguiu determinar as fronteiras da luz, embora eles penetrem no espaço por milhões e milhões de quilômetros, isso nos fornece uma fraca ideia, porém abrangente, da infinitude de Deus.

Sabemos que essa luz, que é Deus, é refratada nas três cores primárias pela atmosfera que circunda nossa Terra, a saber: o azul, o amarelo e o vermelho. É um fato bem conhecido, por todo ocultista, que o raio do Pai é azul, enquanto o do Filho é amarelo e a cor do raio do Espírito Santo é vermelha. Somente o raio mais forte e mais espiritual tem a possibilidade de penetrar no assento da consciência da onda de vida que anima o nosso Reino Mineral e, dessa forma, encontramos sobre as cordilheiras de montanhas o raio azul do Pai refletindo em volta das encostas áridas e pairando como uma névoa sobre desfiladeiros e barrancos. O raio amarelo do Filho, mesclado ao azul do Pai, fornece vida e vitalidade ao mundo das plantas, que, dessa forma, refletem de volta uma cor verde por incapacidade de reter o raio dentro de si. Porém, no Reino Animal, ao qual, anatomicamente, o ser humano não regenerado pertence, os três raios são absorvidos e o raio do Espírito Santo fornece a cor vermelha da carne e do sangue do ser humano. A mescla do azul e do vermelho evidencia a cor púrpura do sangue, envenenado devido ao pecador. Contudo, o amarelo nunca se evidenciará até que se manifeste como um Corpo-Alma, o “traje nupcial” da Noiva mística do Cristo místico desenvolvido desde o interior.

Desse modo, as cores dos véus do Templo, tanto no portão como na entrada do Tabernáculo, mostravam que essa estrutura foi projetada para um período anterior ao tempo do Cristo, pois possuía somente as cores azul e escarlate do Pai e do Espírito Santo, respectivamente, que juntas formavam a cor púrpura. Porém, o branco é a síntese de todas as cores e, portanto, o raio amarelo de Cristo estava oculto nessa parte do véu, até que, no seu devido tempo, Cristo deveria aparecer para nos emancipar das leis, como eram fornecidas, que nos limitam e nos iniciar na plena liberdade dos Filhos de Deus.

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Que as rosas floresçam em vossa cruz

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