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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Prática da Eutanásia

(Este texto é uma resposta de Max Heindel ao provável projeto de lei que permitiria o uso da “eutanásia legalizada” ou execução legal de pessoas idosas, enfermas, padecendo e que desejam a morte.)

À primeira vista e do ponto de vista de pessoas não versadas nos ensinamentos do ocultismo, tal medida pareceria ser altamente louvável. A maioria das pessoas ao ver um animal sofrendo as dores da agonia, sem esperança de recuperação, se sentiria, levada pelos instintos humanos, a pôr fim ao seu sofrimento, e a perguntar: “Por que não deveríamos fazer o mesmo em relação aos nossos companheiros homens e mulheres? Por que deveríamos mantê-los vivos, vendo-os sofrer atrozmente durante meses ou anos a fio, quando sabemos não haver esperanças de recuperar sua saúde? Além disso, eles desejam a morte para pôr fim ao seu sofrimento”. Do ponto de vista comum, isso até merece uma aprovação. Mas, quando passamos a ter conhecimento da Lei de Consequência, e a saber que aquilo que semeamos colheremos agora ou numa futura existência, coloca a questão sob uma luz diferente.

Não podemos escapar às nossas dívidas. O sofrimento que se abate sobre nós é necessário para ensinar-nos uma lição ou suavizar nosso caráter. O unico meio de encurtar o sofrimento é, por meio de esforço, descobrir por que nos encontramos numa condição que nos traz tanta amargura. Se for um câncer do estômago, até que ponto maltratamos esse órgão? Seria por um excesso de alimentos de natureza não adequada ao nosso organismo? É o coração? Quantas vezes perdemos a calma enfurecendo-nos como loucos e exercendo uma tremenda pressão nessa parte do corpo? Será que outros órgãos do nosso organismo estão fracos e debilitados?

Podemos estar certo que, de alguma forma, seja nesta vida ou em outra anterior, abusamos do nosso corpo de modo a causar os atuais sofrimentos. Do contrário, não estaríamos sofrendo agora, e quanto mais cedo levarmos a lição a sério, começando a viver uma vida melhor e muito mais em harmonia com as Leis da Natureza que violamos, mais cedo o nosso padecimento cessará.

Alterar as condições está sempre ao nosso alcance, embora não possamos remediar num dia o que levou anos ou vidas para ser destruído, mas, não há outro meio pelo qual uma cura permanente seja efetuada. Mesmo que leis venham a ser aprovadas e o sofrimento possa ser abreviado, temos a certeza de que, quando a pessoa assim libertada do seu corpo renascer, o seu novo veículo tenderá a desenvolver a mesma doença que evitou de uma forma tão imprópria.

Além do mais, como foi plenamente explicado no livro “Conceito Rosacruz do Cosmos”, este nosso Corpo Denso, o físico, é formado de acordo com um molde invisível chamado arquétipo e, enquanto esse arquétipo persistir, o nosso Corpo Denso permanecerá vivo. Quando a morte é decorrente de causas naturais, ou mesmo nos chamados acidentes (que geralmente não são realmente acidentes, mas acontecimentos que surgem para pôr fim a uma vida conforme o plano dos guardiões invisíveis dos assuntos humanos), o arquétipo é destruído e o Espírito fica liberto.

Um suicídio, no entanto, é diferente. Nesse caso, o arquétipo persiste após a morte durante vários anos até o momento em que ocorreria a morte de acordo com os acontecimentos naturais. Portanto, incapaz de afastar de si os átomos físicos, o suicida terá, durante esses anos de sua existência “post-mortem”, uma contínua sensação de dor, semelhante ao suplício da fome, ou a uma dor de dente indefinida, mas excessivamente dolorosa. Se o plano acima mencionado for aprovado como lei, e as pessoas forem autorizadas a utilizar o serviço de outros para cometer suicídio (porque essa ação significa realmente um suicídio), não há dúvida que sofrerão em sua existência “post-morten”, da mesma maneira que o suicida que prepara o próprio veneno ou que corta a própria garganta. É um projeto muito perigoso também sob outros aspectos, e confiamos que tal prática não será sancionada por lei.

(Publicado no Ecos da Fraternidade Rosacruz de São Paulo-SP de janeiro-fevereiro/2006)

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A Criação, os Arquétipos (formado de som) e o que tem a haver com a Nota-chave do seu Corpo Denso

No alvorecer da criação nada existia, até que um Arquétipo foi construído pela primeira vez. Ao formar um Sistema Solar, o primeiro poder de Deus é a Vontade, desejo de criar, e ela desperta o segundo poder, Sabedoria. Esta segunda força, através do poder da Imaginação, concebe a ideia (Arquétipo) de um Sistema Solar. O terceiro poder, Atividade, trabalhando na Substância-Raiz-Cósmica, produz movimento, e o poder melódico, harmônico e rítmico constrói um Arquétipo distinto para tudo que adquire forma, desde o barro até Deus.

Na quarta Região do Mundo do Pensamento Concreto são encontrados os Arquétipos de todas as formas que se manifestam aqui no Mundo Físico. Lá, porém, todos os objetos sólidos da Terra aparecem como cavidades vazias, de onde o som de uma nota chave básica é continuamente emitido. Um Arquétipo é uma cavidade oca, cantante e vibrante, que vive, se move e cria, da mesma forma que um aparelho mecânico produzido pelo ser humano trabalha sem ter compreensão disso. Em aparência, é algo parecido com um molde de gesso aqui neste Mundo. Assim como o gesso é colocado no seu molde e aí forma uma escultura, assim também os átomos físicos são dispostos em um molde idêntico e formam um corpo vivente, seja ele de uma planta, de um animal ou de um ser humano. Cada Arquétipo emite um tom harmonioso, musical e é este som que atrai e modela os átomos físicos.

Na região da medula oblongada (também chamada de bulbo raquidiano, medula oblongata, medula oblonga ou simplesmente bulbo), na parte superior da medula espinhal, há uma chama que pulsa e vibra de uma maneira maravilhosa em todos os seres humanos. É colorida, com raios diferentes de acordo com a natureza individual de cada ser humano. Esse fogo emite um som cantante como o zumbido de uma abelha, e este som é a nota-chave do Corpo Denso, emitida também pelo Arquétipo, O tom do Arquétipo muda através da vida e, como ele muda, assim também o Corpo Denso sofre certas mudanças.

Todo ato do ser humano tem um efeito direto sobre o Arquétipo de seu corpo. Se o ato praticado está em harmonia com as leis da vida e evolução, ele fortalecerá o Arquétipo e proporcionará uma vida mais longa, na qual o indivíduo terá o máximo de experiência e alcançará o crescimento anímico em proporção à sua condição de vida e à sua capacidade de aprender. Assim, menos renascimentos serão necessários para fazê-lo alcançar a perfeição. O mesmo não acontece com aqueles que se esquivam do desafio da vida, tentam escapar de suas responsabilidades ou empregam seus esforços de maneira destrutiva. Nesse caso, o Arquétipo é forçado e rompe se mais cedo.

Como foi citado, aqueles cujos atos são contrários à lei, abreviam suas vidas e têm que procurar novos renascimentos, muito mais vezes do que os que vivem em harmonia com as Leis de Deus. Isso é aplicado a todos, sem exceção, mas tem maior significado na vida daqueles que estão trabalhando conscientemente com as leis da evolução. O conhecimento desses fatos deveria aumentar uma centena de vezes o nosso zelo e entusiasmo em fazer o bem. Mesmo que comecemos “tarde na vida”, ainda assim podemos facilmente acumular mais “tesouros” nesses últimos poucos anos do que o fizemos em diversas vidas anteriores. Acima de tudo, também estamos nos preparando para começar mais cedo a próxima vida.

 (trecho do Livro: A Escala Musical e o Esquema de Evolução, digitalmente publicado pela Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)

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Carta de Max Heindel: Aumentando a Vida do Arquétipo

Aumentando a Vida do Arquétipo

Dezembro de 1918

Esta é a última carta aos Estudantes deste ano[1], e o pensamento no final de cada ciclo, naturalmente, se volta para a capacidade do tempo em passar rapidamente e para a evanescência da existência no mundo fenomenal. Também nos recordamos da preciosidade do tempo e da nossa responsabilidade em usá-lo da melhor forma para o crescimento anímico, pois “que adianta o homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?”[2] . Agora é o tempo de semear, e foi nos dito que “a quem muito é dado, muito será exigido”[3]. Portanto, somos responsáveis pelos efeitos das nossas ações e pelo que temos feito ou que deixamos de fazer, numa extensão muito maior do que aqueles que não tiveram o conhecimento interno do propósito de Deus, o qual nos foi oferecido por meio dos Irmãos Maiores.

Nessa conexão, nós devemos perceber que cada ato de cada ser humano tem um efeito direto no arquétipo do seu corpo. Se o ato está em harmonia com a lei da vida e da evolução, fortalece o arquétipo e possibilita um prolongamento da vida, na qual o indivíduo alcançará o máximo de experiência e obterá um crescimento anímico compatível com seu estado evolutivo e com a sua capacidade de aprendizagem. Desse modo, menos renascimentos serão necessários para ele chegar à perfeição, comparado com um outro que, deliberadamente, evita viver vida como se deve e faz de tudo para escapar do seu fardo, ou com outro, ainda, que aplica suas forças destrutivamente. Nesse último caso, o arquétipo se esgota e se rompe cedo. Assim, aqueles, cujos atos são contrários à lei, encurtam as suas vidas e têm que renascer mais vezes do que aqueles que vivem em harmonia com a lei. Esse é outro exemplo de que a Bíblia é correta quando nos exorta a fazer o bem para que possamos ter uma vida mais longa aqui na Terra.

Essa lei é aplicada a todos sem exceção, mas tem maior significado nas vidas daqueles que estão trabalhando, conscientemente, com a lei da evolução do que daqueles que não estão. O conhecimento desses fatos deveria aumentar dez ou cem vezes o nosso prazer, entusiasmo, disposição, energia e interesse pelo bem. Mesmo se tenhamos começado, como se costuma dizer, “tarde na vida” podemos facilmente acumular um “tesouro” maior nos últimos anos do que o obtivemos em algumas vidas anteriores. E, acima de tudo, nós conquistaremos a possibilidade para um começo mais cedo nas próximas vidas.

Esperemos, portanto, que tenhamos aproveitado da melhor maneira o ano que está terminando e nos preparemos para aumentar nossos esforços durante o próximo ano.

(Do Livro: Carta nº 96 do “Livro Cartas aos Estudantes”)


[1] N.T.: dezembro de 1918

[2] N.T.: Mc 8:36

[3] N.T.: Lc 12:48

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O Correto uso do Pensamento

O Correto uso do Pensamento

Pensar é uma grande responsabilidade. Tudo provém do pensamento, de uma ideia germinal. O pensamento precede toda manifestação. Os pensamentos de Deus expressam-se pela primeira vez em som (Verbo) que construiu todas as formas e se manifesta na vida que as habita.

Uma das finalidades da nossa evolução é aprender a usar o pensamento, a controlá-lo e formulá-lo conforme as Leis Naturais. O emprego indevido e errôneo da nossa capacidade de pensar conduz fatalmente a um destino cheio de sofrimentos e limitações.

O maior privilégio humano consiste em poder exprimir os pensamentos em palavras. A ação resultante desses pensamentos determina o curso que imprimimos às nossas vidas (principalmente as nossas vidas futuras) e às daqueles que nos rodeiam. O pensamento é mais importante do que a ação. Só pensando corretamente podemos agir dignamente.

O pensamento determina o caráter e o tipo de vida que a pessoa leva. Pensamentos otimistas e bondosos conferem ao indivíduo uma sensação de leveza e luminosidade. Isso pode ser comprovado pela observação daqueles que conosco convivem, seja no trabalho, em casa, no clube, etc.

“A pessoa é o que ela pensa em seu coração”. Os pensamentos espirituais são emitidos por pessoas orientadas espiritualmente, fortes, bem ajustadas, verdadeiras fontes de conforto e apoio para aqueles que sofrem.

O pensamento molda a matéria. Muitas vezes uma fisionomia é um reflexo da mente. É indiscutível a ação do pensamento sobre nossos veículos. Pensamentos de medo e preocupação não raro afetam negativamente as correntes de desejo, inibindo totalmente a ação. Um simples pensamento negativo pode causar danos aos nossos corpos. Por outro lado, pensamentos positivos e construtivos contribuem de forma preponderante para uma boa saúde, mais até do que a maioria dos medicamentos receitados pelos médicos.

Os pensamentos materialistas acentuam a tendência cristalizante do Corpo de Desejos, endurecendo tudo aquilo que contatam. Até as feições das pessoas podem tornar-se duras se esses pensamentos converteram-se em hábito.

O pensamento age sobre os arquétipos. Uma pessoa íntegra, habituada a pensar correta e construtivamente em termos de verdade, bondade e justiça, cria formas de pensamento correspondentes. Quando construir os arquétipos de sua próxima existência, fortalecê-los-á com as qualidades acima mencionadas.

Muitas vezes o sofrimento nos leva a ponderar sobre a necessidade de uma mudança substancial em nossas vidas. Se desenvolvermos nossa força de vontade em certa extensão é bem provável até que nos empenhemos em realizar as mudanças necessárias. Mas, é importante ter consciência de que em primeiro lugar devemos mudar nossos pensamentos. Sem isso todo esforço será infrutífero, pois estaremos apenas trabalhando os efeitos, ignorando as causas que os originaram.

É importante, também, que nossa atividade mental não seja dispersiva. Trocando em miúdos, se desejamos obter êxito em alguma atividade, seja ela material ou espiritual, nossos pensamentos devem ser concentrados nessa atividade particular. Profissionalmente isso já está mais do que comprovado. O indivíduo distraído ou carente de concentração acaba comprometendo seu próprio trabalho, perdendo muito em eficiência.

Do ponto de vista espiritual, a concentração do pensamento em objetivos elevados é condição essencial para se chegar ao êxito. Os ensinamentos rosacruzes alertam constantemente para a importância da observação e da atenção como meios de direcionamento correto do pensamento.

Assim, como estudantes da Sabedoria Ocidental não podemos ignorar que o caminho para a perfeição espiritual passa necessariamente pelo correto emprego da nossa capacidade de pensar.

(Publicado na revista Serviço Rosacruz de novembro/86)

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Os Arquétipos: o original de todos os seus Corpos

Os Arquétipos: o original de todos os seus Corpos

Frequentemente ouvimos, entre nossos estudantes, falar da palavra “Arquétipo”, referindo-se ao modelo ou padrão original de alguma coisa, mas quantos de nós sabem da existência de um arquétipo para cada indivíduo no mundo? Que a construção do Corpo Denso é exatamente uma cópia do referido arquétipo?

Se nossos Corpos não são perfeitos, o erro deve encontrar-se num arquétipo defeituoso, e assim sendo, é bom saber a causa de imperfeição e como pode ser corrigida. O Ego, com o auxílio das Hierarquias Criadoras, particularmente os Senhores da Mente, forma, na Região do Pensamento Concreto, o arquétipo (que é um pensamento-forma) de seu futuro Corpo Denso, antes de cada renascimento. Esse arquétipo é um modelo que vibra harmoniosamente, formado pelo poder da Música das Esferas. O Ego põe em vibração o arquétipo com certa quantidade de sua própria energia de vida e tal quantidade de energia Vital dará a duração de nossa vida terrena de acordo com seu impulso maior ou menor. Quando esse impulso cessa, o arquétipo, deixa de vibrar e o Corpo Denso morre, começando a decompor-se, por faltar-lhe a força vital e coesiva.

É a Lei de Causa e Efeito que rege a duração de nossa vida. Em cada renascimento dão-se várias oportunidades ao Ego para seu avanço espiritual. Se ele as aproveita, a vida continua. Uma vida amorosamente vivida com serviços construtivos é, algumas vezes, prolongada por novo impulso vital no arquétipo. Ordinariamente, a duração da vida é determinada no terceiro céu, ao preparar-se o renascimento. Todavia, sob certas circunstâncias adversas ou favoráveis pode ser ela prolongada ou encurtada.

Por exemplo, quando o Ego desdenha as oportunidades de crescimento e envereda por um caminho perigoso em que pode se tornar singularmente mau, sua Vida é encurtada -Mas, isso sucede apenas quando o Ego já se encontra num beco sem saída. Então, as Hierarquias Criadoras, agindo por misericórdia, destroem o arquétipo, finalizando, assim, a manifestação terrena, para que o Ego se reforce moralmente num aprendizado no Primeiro Céu.

O movimento harmonioso da vibração do arquétipo é que atrai para si o material do Mundo Físico e fixa os átomos todos do Corpo Denso, fazendo-os vibrar em sintonia com o Átomo-semente daquele Corpo. Nenhum Corpo Denso pode ser formado sem o padrão do Átomo-semente.

O suicida, quando morre o corpo, leva o átomo-semente da forma. Mas, como o arquétipo continua vibrando e tende a atrair matéria física, estando carente do Átomo-semente, o padrão, fica impossibilitado de assimilar o material e utilizá-lo no Corpo Denso. Devido ao fato de ser o arquétipo oco, o Espírito do suicida experimenta um sentimento de vazio desesperador que não cessa até que pare de vibrar, o que ocorre quando está marcada a morte natural. Então o Arquétipo se desintegra. Nós construímos um arquétipo para cada vida.

Na região da medula oblongada, na parte superior do cordão espinhal há uma chama que pulsa e vibra de um modo maravilhoso. Sua cor varia segundo a natureza do indivíduo no qual é observada. É nela que o arquétipo toca a nota-chave do Átomo-semente do Corpo Denso. Esse som muda através da vida e conforme vai ele mudando, também o corpo físico vai experimentando transformações.

Algumas vezes, certo número de Forças Arquetípicas trabalha juntas para criar uma espécie individual de plantas ou animais, como ocorre com o ornitorrinco da Austrália. Em tais casos as notas-chave de todas se combinam em um só acorde e este acorde é a nota-chave da forma assim criada. Na Região do Pensamento Concreto, quando se deseja conhecer determinada coisa, basta concentrar a atenção no arquétipo dela. Ele, por assim dizer, emitindo um som, dá, imediatamente, uma iluminada compreensão de cada uma das fases de sua natureza, dando uma visão de se haver vivido através das próprias experiências, juntamente com as coisas que se investiga. Não fora a enorme dificuldade que ela apresenta, essa informação poderia ser utilizada imediatamente. Contudo, essa informação, essa película da vida da coisa, chega-nos de modo global e com tal rapidez, num abrir e fechar de olhos, sem começo nem fim e, assim, para usar essa informação arquetípica, aqui no Mundo Físico, temos que ordená-la cronologicamente, com um princípio e um fim, de modo a torná-la inteligível aos seres humanos. Esta é uma tarefa assaz difícil, a grande dificuldade de que falamos atrás.

A qualidade do material que se reúne para a construção de um corpo depende do Átomo-semente; a quantidade depende da requerida pelo arquétipo. O arquétipo determina nossa forma, altura, peso e aparência física. De fato, é um modelo vivo do corpo físico. Todo ato de cada ser humano tem um efeito no arquétipo de seu corpo. Se o ato está em harmonia com as leis da vida e da evolução, fortalece-o e prolonga a vida, na qual obterá o máximo de experiência, alimentando e fazendo crescer a alma de forma extraordinária, mas sempre segundo sua posição relativa na vida e sua capacidade de assimilação. Contrariamente, se aplicamos nossas capacidades de modo destrutivo, contrariando as leis em harmonia que regem a criação, o arquétipo se debilita e se destrói facilmente.

Moisés foi levado à montanha (um lugar elevado, Iniciação) e lhe foi ensinado, ali, certo modelo (arquétipo) do Tabernáculo do Deserto. Esse arquétipo foi construído pelas Hierarquias, no Mundo Celeste.

O arquétipo é influenciado pela natureza da vida passada. Quando nos esforçamos sinceramente, pela verdade e retidão, criamos ao nosso redor pensamentos-forma de natureza semelhante e deste modo nossa mente atua num ambiente harmonizado com a verdade, centro de nossa aura. Agindo assim, quando desencarnamos e chegamos ao segundo céu, encontramo-nos dispostos a construir um novo arquétipo, que intuitivamente delineamos com as forças vibratórias da retidão e da verdade e tais linhas de força vibratória criarão harmonia no novo veículo, que manifestará saúde, felicidade, perfeição e amor. Ao contrário, aqueles que em sua vida terrena tergiversam as coisas, descuidam a verdade, exercitam a astúcia, o extremo egoísmo indiferente à felicidade dos demais, seguramente, ao chegarem no Segundo Céu, verão as coisas de modo falso, deturpado. Em consequência, construirão um arquétipo dentro de linhas que conterão o erro e a falsidade manifestados no corpo, em detrimento dos vários órgãos físicos. Sob tais circunstâncias, as vibrações que deveriam resultar na construção de Trígonos e Sextis em seu horóscopo natal desviam-se das linhas construtoras exatas, até que as encontre novamente, quando, então, o Ego começa de novo a trabalhar no Arquétipo.

As formas que vemos a nosso redor são figuras de som cristalizadas, isto é, resultado das Formas –Arquetípicas que trabalham por meio dos arquétipos na Região do Pensamento Concreto.

É curioso que a ocorrência do suicídio na vida de uma pessoa e os consequentes sofrimentos, por nós referidos atrás, geram o medo mórbido da morte nos renascimentos seguintes.

Quando uma pessoa que se suicidou em vida anterior, desencarna na vida seguinte, sente tal ânsia de voltar ao mundo físico que frequentemente comete o crime de obsessão, da maneira mais irrazoável e estúpida. E, como há sempre pessoas negativas, facilmente influenciáveis, procura oportunidade para refugiar-se num corpo, expulsando o Ego residente.

Outras vezes, não encontrando tal oportunidade, apesar dos negativos que existem por aí, sucede uma coisa horrível, absurda: com tal ânsia de retornar ao mundo, o Ego do antigo suicida retira a posse do corpo de um animal de seu legítimo dono, para nele entrar. Encontra-se, então, sob a terrível necessidade de viver uma existência animal, pura e simplesmente.

Se o animal está sujeito a crueldades, o espírito humano obsessor sofre horrivelmente; se o animal é sacrificado para alimento, o ser humano, dentro dele, vê e compreende tudo o que se relaciona com o ato que se vai realizar e tem que passar pelas horripilantes experiências dessa morte.

Esta é a explicação de casos curiosos de animais que se ajoelham diante da morte ou dão mostras de una estranha consciência do ato, pois tais casos sucedem com relativa frequência, como pode verificar alguém que seja clarividente e visite nossos grandes matadouros.

Nenhum Espírito humano pode nascer no corpo de um animal, mas é-lhe possível neutralizar a relação do espírito animal com sua forma e tomar posse dela por certo tempo.

Esses fatos determinaram a necessidade de educarmos o mundo sobre a grande verdade de que a morte; assim como o nascimento, são apenas acontecimentos correntes na vida imortal do espírito.

(Publicado na revista ‘Serviço Rosacruz’ – 08/1971)

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