O Tabernáculo no Deserto, o que foi e para que serve hoje: um resumo
O Pai nos fala na linguagem simbólica que ao mesmo tempo encobre e revela as verdades espirituais que devemos entender antes de voltarmos a Ele.
O Tabernáculo no Deserto foi dado para que pudéssemos encontrar Deus quando nos qualificássemos pelo serviço e tivessem subjugado a natureza inferior pelo “eu superior”.
Foi a nossa primeira igreja, quando o “caminho de volta para Deus” tinha que ser começado a ser trilhado por nós (fim da Involução e início da Evolução).
Sua localização estava relacionada aos pontos cardeais, e foi colocada na direção leste para oeste (o caminho da evolução espiritual) – leste a sua entrada e oeste onde estava o lugar mais sagrado do Tabernáculo: o lugar da Arca da Aliança.
A natureza ambulante do Tabernáculo no Deserto é a representação simbólica da nossa natureza migratória, já que somos um eterno peregrino passando sempre do limite do tempo para a eternidade para voltar novamente (ciclo de nascimentos e mortes).
Sob a aparência material e terrena, estava esquematizada uma representação de fatos celestiais e espirituais que continham instruções a todos os candidatos à Iniciação daquela época
Antes que o símbolo do Tabernáculo no Deserto possa, hoje, realmente nos ajudar, devemos transferi-lo do espaço do deserto para o lar em nosso coração. Assim teremos alcançado o verdadeiro significado da espiritualidade. E aqui já vemos que não é o Cristo externo que nos salva, mas o Cristo Interno.
Vamos a um resumo do mobiliário do Tabernáculo no Deserto:
Vamos detalhar algumas peças e mobiliários do Tabernáculo no Deserto:
Tendo percorrido os dois primeiros passos no caminho do Tabernáculo no Deserto, o Aspirante tinha acesso à Sala Leste, em cuja entrada pendia um Véu ou cortina nas cores azul (cor do Pai), vermelho (cor do Espírito Santo), púrpura (resultado do azul + vermelho) e o branco (que contém todas as cores). O amarelo (cor de Cristo) não estava presente de forma manifestada, mas oculto na composição da cor branca, mostrando-nos, assim, a realidade espiritual da humanidade da época.
Se visualizarmos em nossa Mente a disposição dos objetos no interior do Tabernáculo, nitidamente perceberemos a sombra da cruz. Começando pelo Portão Oriental, havia o Altar dos Sacrifícios; um pouco além, em direção ao Tabernáculo mesmo, encontramos o Lavabo de Bronze, no qual os sacerdotes se lavavam logo depois de entrarem na Sala Leste do Tabernáculo no Deserto.
Encontramos no extremo esquerdo o Candelabro de Sete Braços; e no extremo direito a Mesa dos Pães da Proposição, os dois formando uma cruz no caminho que estamos seguindo ao longo e dentro do Tabernáculo. No centro, em frente ao segundo véu, encontramos o Altar de Incenso que forma o centro da cruz, enquanto a Arca da Aliança, colocada na parte mais ocidental (o Sanctum Sanctorum), representa a parte superior da cruz.
Desse modo, o símbolo do desenvolvimento espiritual, que é o nosso mais elevado ideal nos dias de hoje, já estava delineado no antigo templo de Mistérios.
São Paulo em sua Epístola aos Hebreus (8:5), nos fala do tabernáculo como “… uma sombra das coisas celestiais …”
“Se visualizarmos em nossa Mente a disposição dos objetos no interior do Tabernáculo, perceberemos nitidamente a sombra da cruz.” (veja mais detalhes no Livro Iniciação Antiga e Moderna).
Que as rosas floresçam em vossa cruz
FRATERNIDADE ROSACRUZ
Ritual do Serviço do Equinócio de Setembro
“Queridos irmãos e irmãs:
Que as rosas floresçam em vossa cruz”
4. Todos respondem: “E na vossa também.”
5. Todos se sentam, menos o Oficiante.
6. Em seguida, o Oficiante começa a leitura do texto do Ritual:
“Deus É Luz”
Todas as vezes que nós nos absorvemos profundamente nessas três palavras, nos banhamos numa fonte espiritual inesgotável; e a cada vez que repetimos ressoa em nós mais completamente a profundidade divina e nos aproximamos mais do nosso Pai, que está nos Céus.
Para entrarmos em contato mais próximo com esse assunto, agora que a Luz de Cristo está começando a permear à Terra, vamos retroceder no tempo, para nos orientar e fornecer a direção da nossa futura linha de progresso.
A primeira vez que a nossa consciência foi dirigida para a Luz foi imediatamente depois de nós nos tornarmos dotados da Mente e entrarmos, definitivamente, na nossa evolução como seres humanos, na Atlântida, a terra da névoa, no fundo das depressões da Terra, onde a névoa quente emitida do resfriamento da Terra pairava como uma densa névoa sobre a sua superfície. Nessa situação as alturas estreladas do universo nunca eram vistas, nem poderia a luz prateada da Lua penetrar na densa e enevoada atmosfera que pairava sobre aquela antiga terra. Mesmo o ígneo esplendor do Sol estava quase totalmente extinto, pois quando vemos na Memória da Natureza os fatos relativos àquele tempo, verificamos que a atmosfera da Terra era excessivamente opaca, tendo uma aura de várias cores, muito semelhante àquela que podemos observar em torno do foco luminoso das lâmpadas incandescentes, quando há neblina.
Mas essa luz tinha um fascínio. Os antigos Atlantes foram ensinados, pelas Hierarquias Divinas que viviam entre eles, a aspirar pela luz e, como a luz espiritual estava, então, em declínio, eles aspiravam ainda mais ardentemente pela nova luz, pois temiam a escuridão da qual se tornaram conscientes quando adquiriram a Mente.
Então, chegou o inevitável dilúvio, quando a névoa se esfriou e se condensou. A atmosfera clareou e o “povo escolhido” foi salvo. Aqueles que trabalharam dentro de si mesmos e aprenderam a construir os órgãos necessários, requeridos para respirar numa atmosfera como a que possuímos hoje, sobreviveram e vieram para a luz. Essa escolha não foi arbitrária; o trabalho do passado consistiu na construção do corpo. Aqueles que apenas possuíam fendas parecidas com brânquias, semelhantes às que o embrião humano ainda utiliza no seu desenvolvimento pré-natal, não estavam fisiologicamente adaptados para entrar na nova era, como o embrião humano não poderia viver, depois de nascido, se negligenciasse em construir os pulmões; morreria, como aquele antigo povo morreu quando a atmosfera mais rarefeita tornou fendas parecidas com brânquias inúteis.
Desde o dia em que emigramos da antiga Atlântida, nossos corpos estão praticamente completo, mas desde aquele tempo e a partir de agora aqueles que quiserem acompanhar a Luz deverão se empenhar pelo crescimento da alma. Os corpos que nós cristalizamos em nós deverão ser dissolvidos, e a quintessência da experiência extraída, que como “alma” pode ser amalgamada com o espírito para promover o seu crescimento da impotência à omnipotência. Assim, o Tabernáculo no Deserto foi proporcionado aos antigos e a Luz de Deus desceu sobre o Altar dos Sacrifícios. Isso é de grande significância: o Ego desceu e entrou no seu tabernáculo, o Corpo Denso. Todos conhecemos a tendência do instinto primitivo para o egoísmo e se estudamos a ética superior, também sabemos quão subversiva do bem é a indulgência para a tendência egotista; dessa forma, imediatamente Deus colocou, diante da humanidade, a Luz Divina sobre o Altar dos Sacrifícios.
Sobre esse Altar os seres humanos foram forçados, pela extrema necessidade, a oferecer suas posses mais queridas por cada transgressão, parecendo-lhes Deus um duro Senhor em cujo descontentamento era perigoso incorrer. Mas a Luz ainda os atraía. Eles sabiam, então, que era inútil tentar escapar das mãos de Deus. Eles jamais tinham ouvido as palavras de São João: “Deus é Luz”, mas já haviam aprendidos dos Céus, em certa medida, o significado do infinito, medido pelo reino da luz, pois ouvimos Davi exclamar: “Para onde ir, longe do Teu sopro? Para onde fugir, longe da Tua presença? … Se tomo as asas da alvorada para habitar nos limites do mar, mesmo lá é Tua mão que me conduz, e Tua mão direita me sustenta…. mesmo a treva não é treva para ti, tanto a noite como o dia iluminam.”[1]
O próximo passo no trabalho de Deus para conosco consistiu em tornar permanente essa condição de estar na Luz, que culminou com o nascimento de Cristo que, como a presença corporal do Pai, continuou tendo em Si mesmo aquela Luz, pois a Luz veio ao mundo para todo aquele que cresse em Cristo não perecesse, mas que tivesse a vida eterna[2]. Ele disse: “Eu sou a Luz do Mundo”[3]. O Altar no Tabernáculo ilustrava o princípio do sacrifício como o meio da regeneração e por isso disse Cristo aos Seus Discípulos: “Ninguém tem maior amor do que esse: o de dar sua vida por seus amigos. Vós sois meus amigos”[4]. A partir daí Ele começou um sacrifício, sacrifício esse que não se consumou nas poucas horas de sofrimento físico sobre uma cruz material, mas que é tão perpétuo como o foram os sacrifícios feitos no Altar no Tabernáculo no Deserto, pois impõe uma descida anual às condições na Terra que deve significar muito a esse grande Espírito.
Isso deve continuar até que um número suficiente de seres humanos tenha evoluído o suficiente para carregar o fardo dessa massa informe densa de escuridão, que chamamos de Terra, e que pende como uma pedra de moinho sobre o pescoço da humanidade constituindo um empecilho para o posterior crescimento espiritual. Essa é a tarefa com que nos defrontamos.
Estamos, agora, na passagem equinocial em que o Sol deixa o hemisfério norte, depois de prover todas as necessidades da vida, para o próximo ano; e a onda espiritual que conduz, em sua crista, a vida que encontrará expressão física no ano que se inicia está, agora, se aproximando da nossa Terra. O meio ano que temos pela frente é a parte santa do ano. Desde a festa da Imaculada Conceição até ao Nascimento Místico do Natal (enquanto essa onda penetra em nossa Terra) e desde o Natal até ao tempo da Páscoa (enquanto a onda está saindo da nossa Terra) uma canção harmoniosa, rítmica e vibrante, tão bem descrita na lenda do Nascimento Místico como uma “Hosana”, cantada por um coro de Anjos, enche a atmosfera planetária e age sobre todos como um impulso para a aspiração espiritual.
Conhecemos a analogia entre o ser humano – que penetra nos seus veículos durante o dia, neles vive e por meio deles trabalha, e que à noite é um Espírito livre, livre dos grilhões do Corpo Denso – e o Espírito de Cristo que habita nossa Terra durante parte do ano. Todos sabemos que esse Corpo é um grilhão, é uma prisão, como somos torturados pelas doenças e pelos sofrimentos, pois não há um de nós que esteja sempre com perfeita saúde, de modo que jamais sinta o látego da dor; pelo menos ninguém que esteja no caminho à vida superior.
O mesmo acontece com o Cristo Cósmico, que dirige Sua atenção para a nossa pequena Terra, focalizando Sua consciência nesse Planeta a fim de que possa ter vida. Ele tem que vivificar essa massa morta (que nós cristalizamos fora do Sol) anualmente; e isso constitui um grilhão, uma obstrução e uma prisão para Ele; assim os nossos corações deveriam ficar voltados para Ele, nesse tempo, em gratidão pelo sacrifício que Ele faz por nossa causa, desde meados de dezembro até meados de março, permeando esse Planeta com a Sua vida para despertá-lo do seu sono, no qual permaneceria se Ele não nascesse no seu interior para vivificá-lo.
Sem essa infusão anual de Vida e Energia Divinas todas as coisas vivas sobre a nossa Terra pereceriam imediatamente e todo o progresso ordenado seria frustrado, pelo menos no que diz respeito à nossa linha atual de desenvolvimento. É a “queda” do Raio Espiritual do Sol, desde 23 de setembro até 21 de dezembro, que causam a retomada das atividades mentais e espirituais desde 21 de dezembro até 21 de março. A mesma força germinadora que ativa a semente na Terra e a prepara para produzir sua espécie em quantidade, também agita a Mente humana e promove as atividades altruístas que tornam o mundo melhor.
Assim é que as poderosas vibrações espirituais da onda Crística, doadora de vida, estão na atmosfera terrestre durante os meses que temos pela frente e podem ser usadas por nós com muito maior proveito se soubermos disso e se redobrarmos nossos esforços, o que não faríamos se desconhecêssemos esse fato. O Cristo ainda está gemendo e sofrendo as dores de parto[5], esperando pelo dia da libertação, pela “manifestação dos Filhos de Deus”[6]; e realmente apressamos esse dia cada vez que comemos e bebemos como alimentos para os nossos veículos superiores simbolizados pelo pão e vinho místicos.
Todas as vezes que nos damos a nós mesmos no serviço aos outros, contribuímos para o brilho de luz interna dos nossos Corpos-Almas que é constituído dos Éteres superiores. Atualmente, é o Éter Crístico que faz flutuar essa nossa esfera, porém, vamos nos lembrar que se desejamos apressar o dia de Sua libertação, devemos desenvolver em número suficiente nossos próprios Corpos-Almas até ao ponto em que eles possam manter a Terra flutuando. Dessa forma, nós poderemos assumir a Sua carga e poupá-Lo da dor da existência física. Que cada um de nós aproveite as vibrações espirituais, com as quais seremos banhados durante os próximos meses, para que o próximo Equinócio de Setembro nos encontre mais próximos do Dia da Libertação.
Agora nos concentremos sobre o Amor Divino e o Serviço.
7. O período de concentração deve se prolongar por uns 5 minutos
8. Terminada a Concentração, o Oficiante cobre o Símbolo Rosacruz e acende as luzes
9. O Oficiante convida todos a se levantarem e a cantarem o Hino Rosacruz de Encerramento
10. O Oficiante profere a seguinte exortação de despedida:
“E agora, queridos irmãos e irmãs, que vamos partir de volta ao mundo material levemos a firme resolução de expressar, em nossas vidas diárias, os elevados ideais de espiritualidade que aqui recebemos, para que dia a dia nos tornemos melhores homens e mulheres, e mais dignos de sermos utilizados como colaboradores conscientes na obra benfeitora dos Irmãos Maiores, à serviço da humanidade”.
“QUE AS ROSAS FLORESÇAM EM VOSSA CRUZ”
11. Apaga-se a luz do Templo
(todos devem se retirar do Templo em silêncio)
[1] N.T.: Sl 139:7-12
[2] N.T.: Jo 3:15
[3] N.T.: Jo 8:12
[4] N.T.: Jo 15:13
[5] N.T.: Rm 8:22
[6] N.T.: Rm 8:19