No Evangelho Segundo São Mateus em 1:21 lemos: “E dará à luz um filho e chamarás o seu nome Jesus; porque Ele salvará o seu povo dos seus pecados“.
Mas não a um menino comum, pois Jesus não era um indivíduo comum, como qualquer outro da humanidade. É certo que ele é um Espírito Virginal; pertence à nossa humanidade. Podemos estudar o homem Jesus de Nazaré lendo todos os seus renascimentos na Memória da Natureza. Sabemos, por exemplo, que num de seus renascimentos ele foi o Rei Salomão. Aquele rei que lemos em 1 Reis 3, 4-14, quando Jeová o apareceu em sonhos e lhe disse para pedir qualquer coisa que quisesse que Ele o daria. Quando, então, Salomão respondeu:
“Tu foste grande amigo de teu servo Davi, meu pai, porque ele andou na tua presença com sinceridade e a mim me tem posto como rei em seu lugar. Confirme-se, pois, agora, Oh Jeová Deus! Tua palavra dada a Davi, porque tu me colocaste como rei sobre um povo eleito, povo tão numeroso que não se pode contar ou calcular. Dá-me agora sabedoria e conhecimento para discernir entre o bem e o mal“.
Quando, então, Jeová replicou a Salomão: “Por quanto isso foi em teu coração, que não pediste riquezas, nem longos anos de vida, nem a vida dos teus inimigos, se não que tens pedido para ti sabedoria e conhecimento para julgar o meu povo, sobre o qual te pus por rei, sabedoria e conhecimento te são dados, e também o que não pedistes: riqueza e glória, em toda a sua vida, como jamais houve entre os reis“.
Esse é somente um dos exemplos de seus antigos renascimentos. Houve muitos outros, onde ele viveu sob diversas circunstâncias, sob vários nomes, do mesmo modo que qualquer um de nós, seres humanos. Com isso percorreu o Caminho da Santidade através de muitas vidas, vivendo a Vida Espiritual e preparando-se para a maior honra que poderia ter recebido um ser humano.
Na vida que apareceu como Jesus, esse nosso irmão alcançou:
Ou seja: ele possuía um Tríplice Corpo e uma Mente da espécie mais pura que qualquer um de nós já pode construir.
Logicamente, para construir o seu Corpo Denso teve que contar com materiais da mais fina pureza que existe. Pois o Ser Humano para construir seu Corpo Denso necessita utilizar os materiais tomados dos corpos do Pai e da Mãe. Por isso, seu pai, José era um elevado iniciado. Pertencia aos Essênios. E durante muitas vidas também percorreu o Caminho da Santidade. Ele era tão puro que poderia realizar o ato da fecundação como um Sacramento, sem nenhum desejo ou paixão pessoal. Ele tinha a capacidade de expressar a vontade — força masculina — da maneira mais perfeita no ato gerador.
Com isso garantiu o melhor material para a construção do Corpo Denso de Jesus.
Por isso, a sua mãe, a Virgem Maria, era também da mais elevada pureza humana; por isso foi escolhida para ser a mãe de Jesus de Nazaré. Ela tinha a capacidade de expressar a imaginação — força feminina — da maneira mais perfeita no ato gerador. Só ela poderia fornecer o material mais puro para a construção de um Corpo Denso perfeito, como foi o de Jesus. Ela expressa a máxima pureza que um ser humano pode alcançar no ato gerador.
Mas, como pôde ocorrer uma concepção tão pura e isenta de dor, sofrimento e tristeza num ambiente tão impróprio como nós mesmos criamos aqui na Terra?
Então vejamos: Jeová, o Espírito Santo, o guia dos Anjos, aparece em várias partes da Bíblia como o dador de filhos. Seus mensageiros foram:
O poder do Espírito Santo fecunda tanto o óvulo humano como a semente do grão na terra.
Antes do Pecado Original, nós procriávamos sob a orientação dos Anjos, em épocas propícias. Não tínhamos paixões, porque éramos guiados em tudo, até no ato gerador. Inocentes e inconscientes de tudo.
O Pecado Original se deu quando tomamos as rédeas da nossa evolução, inclusive do ato gerador. Essa transgressão utilizando da força sexual criadora sagrada, a nosso bel prazer, sem levar em conta corpos puros e condições estelares propícias, é o que, até hoje, nos traz sofrimentos, tristezas e dores.
Entretanto, quando uma vida santa purifica os desejos, o Ser Humano inunda-se com esse espírito puro e pode efetuar a função procriadora sem paixão. A concepção se torna imaculada. A criança que nasce sob tais condições é naturalmente superior, porque a concepção realizou-se como um rito sagrado de auto-sacrifício e não como um ato de auto-satisfação.
Nesse caso, criamos exatamente as mesmas condições que tínhamos quando procriávamos sob a orientação dos Anjos, só que com uma crucial diferença: o fazemos conscientes e sob a nossa responsabilidade.
De onde concluímos: que todo indivíduo vil tem que nascer de uma mãe vil e antes que nasça um Salvador é necessário encontrar uma virgem puríssima para que seja sua mãe.
Quando dizemos “virgem” não queremos falar de virgindade em sentido físico. Todos nós possuímos a virgindade física nos primeiros anos de nossas vidas, mas a virgindade do espírito é uma qualidade da alma (ou espírito), adquirida mediante vidas de pensamentos puros e aspirações elevadas. Não depende do estado do corpo.
Uma virgem verdadeira pode dar a luz a vários filhos e permanecer sempre “virgem”.
O que determina um Ser Humano ser concebido em pecado ou imaculadamente depende de sua própria alma, de suas qualidades anímicas. Porque se um Ser Humano que vai nascer for puro, casto ele também nascerá, e, naturalmente, de uma mãe também pura e de natureza formosa. E, nessa situação, o ato físico, que na maioria se realiza para gratificar a paixão e o desejo sensual, se efetua como uma oração, um sacramento, como um sacrifício.
Note a extrema oposição de sentimento: gratificação e sacrifício.
De modo que, a criança é concebida sem pecado nem paixão, ou seja, imaculadamente. Tal acontecimento não é um fato acidental. A vinda de uma criança por esses meios de pureza é previamente anunciada e a espera antecipada é marcada com impaciência e alegria.
Atualmente, há muitos casos de geração que se aproximam muito dessa Imaculada Concepção.
Aqui, realizam-se o ato gerador com puríssimo amor, e a mãe permanece tranquila, sem que seja perturbada durante o período de gestação e, assim, a criança nasce tão pura como numa imaculada concepção.
Com um Corpo Denso imaculadamente concebido, Jesus pode se dedicar ao objetivo específico da sua vinda como Jesus, ou seja: cuidar e desenvolver os seus Corpos Denso e Vital até o maior grau de eficiência possível para o grande propósito a que deveria servir: fornecer o seu Corpo Denso e o seu Corpo Vital para a imensa tarefa do Cristo.
Nesse intuito, imensa ajuda foi lhe prestada pela terceira seita que existia na Palestina: os Essênios. Eles formavam uma ordem extremamente devota, muito diferente das outras duas seitas, então existentes: os materialistas saduceus e os hipócritas e vaidosos fariseus.
Pouco se sabe sobre eles, pois evitavam o máximo possível toda menção de si ou de seus métodos de estudo ou de adoração. Mas, foram os Essênios que educaram Jesus e cuidaram do seu desenvolvimento espiritual. Esse seu desenvolvimento espiritual foi elevando-se de grau durante os trinta anos de utilização de seus Corpos. Jesus tinha passado por várias iniciações. Como o objetivo das primeiras iniciações e do exercitamento esotérico é trabalhar sobre o Corpo Vital, a fim de construir e organizar o Espírito de Vida, vemos que, com isso, Jesus tinha alcançado as mais elevadas vibrações do Espírito de Vida. O seu Espírito de Vida tornou-se o seu veículo superior mais evoluído.
Cristo, por seu lado, sendo um Arcanjo, funcionava muito bem no seu Corpo de Desejos, Mas como todo Arcanjo, era incapaz de construir um Corpo Denso ou um Corpo Vital para si. Agora, como Ele é o mais desenvolvido de todos os Arcanjos, ou em outras palavras, o mais elevado iniciado dos Arcanjos, estava acostumado em trabalhar no seu veículo mais inferior sendo o Espírito de Vida.
Ou seja: ele sabia construir um Corpo de Desejos, uma Mente e um Espírito Humano, mas vivia comumentemente no seu veículo Espírito de Vida.
Onde ele expressava facilmente os atributos desse veículo, quais sejam: altruísmo, fraternidade, união, amor, perdão, graça e gratidão.
Tudo o que nós precisávamos (e ainda muito precisamos) aprender para seguirmos na nossa evolução para frente e para cima. Assim, para ensinar-nos tudo isso, nos dar materiais de desejos para termos desejos nesse sentido, fundar a Religião Unificante do Filho, e com isso elevar-nos a mais um grau e para nos tirarmos das condições cristalizantes que estávamos, Ele precisou aparecer como um Ser Humano entre nós e, entrando num Corpo Denso, conquistar, de dentro, a Religião de Raça que nos afeta por fora.
Em outras palavras, acabar com a divisão entre os filhos de Seth e os filhos de Caim e uni-los numa única Fraternidade constituída do Reino dos Céus. Para isso usou de todos os veículos próprios e só tomou de Jesus os Corpos Denso e Vital.
Isso ocorreu quando Jesus tinha 30 anos de idade. Então, Cristo penetrou nesses corpos e empregou-os até o final de Sua missão, no Gólgota. Então, tornou-se a dupla figura que conhecemos como: Cristo-Jesus, nosso Salvador. O único ser que possuiu uma série completa de veículos desde o Mundo do Espírito de Vida, com o seu veículo Espírito de Vida, até o Mundo Físico, com o Corpo Denso de Jesus.
Nesses três anos, Jesus foi o que perdeu todo o crescimento anímico obtido durante os 30 anos terrestres, anteriores ao Batismo e contido no veículo cedido a Cristo.
Este foi e é o grande sacrifício feito para nós, mas, como todas as boas ações, esse sacrifício redundará em maior glória no futuro. Durante os três anos que duraram o trabalho de Cristo nos Corpos Denso e Vital de Jesus, ou seja: entre o Batismo e a Crucificação, Jesus adquiriu um veículo de éter, da mesma forma que um Auxiliar Invisível adquire matéria física sempre que for necessário materializar todo ou parte do corpo. Com ele seguia instruindo o núcleo da nova fé formado por Cristo.
Entretanto, um material que não combine com o Átomo-semente não pode adaptar-se definitivamente. Ele se desintegra tão logo se esgote a força de vontade nele reunida; portanto, isso foi apenas um paliativo, durante esses três anos.
Depois da morte do Corpo Denso de Cristo-Jesus, no Gólgota, os Átomos-sementes dos Corpos Denso e Vital foram devolvidos a Jesus de Nazaré. Exceto o seu Corpo Vital.
Por que esse não foi devolvido? Para que Cristo o utilize na sua segunda vinda.
E por que Cristo não poderia devolvê-lo? Não poderia Ele tomar de outro corpo vital de outro ser, mesmo de Jesus, quando necessitasse novamente? Certamente que não, pois existe uma Lei que determina que todo Ser deve sair de um lugar, pela mesma via por onde entrou. Cristo entrou na Terra, onde está agora confinado, através do Corpo Vital de Jesus. Deve sair também por este corpo. Se o Corpo Vital de Jesus fosse destruído, Cristo permaneceria neste ambiente tão limitado até que o Caos dissolvesse a Terra. É por isso que os Irmãos Maiores colocaram o Corpo Vital de Jesus num sarcófago de cristal para protegê-lo da vistas de curiosos e profanos. Eles conservam este receptáculo numa caverna nas profundezas da Terra, onde ninguém que não seja iniciado pode penetrar.
Então, Jesus de Nazaré construiu um novo Corpo Vital, trabalhando com as lojas esotéricas, sociedades secretas e igrejas. Os Cavaleiros da Távola Redonda, os Cavaleiros do Graal, os Druidas da Irlanda, os Trottes do Norte da Rússia são algumas das escolas esotéricas nas quais, Jesus trabalhou na Idade Média.
Note que a partir daqui nunca mais Jesus construiu para si um Corpo Denso, embora fosse capaz de fazê-lo. Isso porque o seu trabalho está totalmente dirigido na Região Etérica do Mundo Físico. Sem dúvida, Jesus é o mais elevado fruto que o Período Terrestre produziu, afinal: “Não há maior amor no homem do que aquele que dá a sua própria vida” e o fato de dar não somente o Corpo Denso, mas também o Corpo Vital é certamente o supremo sacrifício.
QUE AS ROSAS FLORESÇAM EM VOSSA CRUZ
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