História Aquariana para Crianças e Adolescentes: O Presente Celestial
Era uma vez, há muito tempo, um rei muito bom e uma rainha muito amorosa. Governavam várias províncias, que visitavam uma vez por ano. Antes da visita, enviavam um mensageiro para avisar sobre a visita. Quem oferecesse à rainha o melhor presente era premiado pela soberana.
Preparava-se o povo de certa localidade para receber o nobre casal. Cada pessoa procurava superar a outra, na preparação do presente a ser oferecido. O povo todo encontrava-se nesse estado de excitação, quando afinal o dia chegou.
Nesta província vivia Celeste com sua vovozinha. A mãe de Celeste tinha ido para o mundo invisível quando ela nasceu. A vovó chamou então aquela menininha para os seus cuidados, como uma estrelinha do céu a brilhar em sua velhice. Elas eram bem pobres e a vovó sacudiu a cabeça, já um tanto branca, preocupada com o que iriam oferecer à rainha. Celeste, com seus nove anos de idade, lutava contra o desejo de ver pessoas tão ilustres, que nunca havia visto. Por isso, queria também oferecer-lhes um presente bem valioso.
Um dia, antes do importante acontecimento, veio correndo a menina até sua avó e disse:
— Vovó, já arranjei! Meu pombo; darei à rainha meu lindo pombo branco!
— Não, minha querida, o pombo não ficaria com a rainha. Voaria de volta para você. Precisamos pensar em outra coisa.
Celeste ficou desapontada. Triste, sentou-se num banquinho perto da janela, encostou a cabeça no batente, pensando e adormeceu. Seus cabelos encaracolados brilhavam à luz do sol como se fossem de ouro. A vovó dormiu também, embalada pela cadeira de balanço onde se encontrava sentada.
Metade da tarde já havia passado, hora em que a vovó sempre tinha seu repouso diário, quando foi despertada pela neta, que puxava seu avental e lhe dava palmadinhas no rosto.
— Vovozinha, tive um sonho muito bonito. Vi um lindo anjo, todo branco e brilhante, com o rosto igual ao do retrato da Mamãe. Ele veio devagar, pousou à minha frente e disse: “Dê o seu amor à rainha, minha filha”. Fechei os olhos e quando os abri de novo aquela figura havia desaparecido. Então acordei. Não foi um sonho lindo, vovozinha?
A vovó, radiante de alegria, afagou a menina com um abraço amoroso, antes de responder:
— Sim, minha criança, ofereça o seu amor à rainha, pois a dádiva sem o doador é vazia; mas, economize um pouquinho dele para sua velha vovozinha, ouviu?
— Eu lhe amo, vovozinha, mais do que tudo. Mas devo escrever à rainha e contar-lhe que a amo muito, porque isso é tudo o que tenho para dar. Ela é linda, não é, vovó?
Celeste logo foi pegar a caixa onde guardava algumas folhas de papel, que eram poucas e por isso guardava como se fossem um tesouro. Com uma pena de pato ela escreveu, em forma de rima, o amor que sentia pela formosa rainha. Depois de escrever várias folhas, prendeu-as com uma fita azul que lhe dera a vovó junto do seu primeiro vestidinho de bebê. Em seguida, disse à avó que no dia seguinte iriam ver a rainha, enquanto lhe mostrava as folhas que escrevera.
Quando o sol nasceu, no dia seguinte, encontrou-as prontas para partir. Celeste vestia um vestido escarlate, com aplicações pretas, e usava sapatos pesados feitos de madeira. As faces estavam rosadas e seus olhinhos, brilhantes de felicidade. Seus cabelos cacheados estavam muito bem penteados. A vovó jogou um chale sobre os ombros, já curvos, pegou a bengala e partiram.
Próximo à província havia uma aldeia onde o povo tinha construído um grande celeiro. Ele servia também como um recinto da comunidade, onde os fazendeiros às vezes se reuniam para festas. Os habitantes da localidade haviam escolhido este lugar para receber o rei e a rainha; o dia começou com a vinda da população de todas as partes da província, trazendo presentes.
O sol estava alto, lá nos céus, quando foi ouvida uma clarinada de trombetas e dois cavaleiros já estavam à vista, seguidos por um coche dourado puxado pôr seis cavalos brancos. Os cavalos estavam com as cabeças decoradas com plumas pretas e frisos dourados.
O rei e a rainha desceram do coche, seguidos por dois pequenos pajens, jovens empregados, que seguravam a cauda do manto real. O par real sentou-se em um estrado em forma de trono, onde as pessoas depunham os presentes ofertados, expostos de modo a serem inspecionados.
— Certamente — pensou o homem mais rico da província — eu ganharei a recompensa, pois quem pode dar um presente tão bom quanto o meu? — E ele caminhava todo empolado de orgulho para colocar um lindo tapete oriental aos pés da rainha. O valor do tapete era imenso e suas cores, soberbas. A rainha considerou o presente com um sorriso e uma bênção.
— “Com certeza” — pensou a esposa de um feliz fazendeiro — “eu ganharei a recompensa. Quem pode fazer pães tão finos iguais a estes?” — E eram mesmo tão bem feitos que pareciam de ouro, redondos, em formas perfeitas. A rainha recebeu-a com um sorriso e a abençoou.
— “Certamente eu obterei a recompensa” — pensou um fazendeiro muito rico — “pois não há milho mais abastado do que este aqui” — E levava uma braçada de espigas amarelinhas que colocou junto aos pães. A rainha recebeu a dádiva e abençoou.
E assim, cada um por sua vez dava a melhor mercadoria que possuía. Uns traziam a melhor agulha de trabalho; um homem trouxe uma grande quantidade de grãos dourados, maiores que a cabeça de um homem; outro trouxe um leitão bem gordo; um fazendeiro deu o seu galo premiado; uma mulher presenteou com uma flor rara da qual cuidara; um artista trouxe a melhor pintura… Todas as artes e desenhos eram largamente expostos. Cada doador estava certo de que o seu prêmio seria o maior. A cada um a rainha dirigia um sorriso e uma bênção.
Celeste, cheia de respeito e medo, tremia quando as pessoas se adiantavam com as suas oferendas. Tinha nas mãos o seu pombo de estimação e o caderno de versos. Olhava com excitação a fila de presentes e as vestes dos que os davam. Todos estavam trajados da melhor maneira, com seus adornos de festa, assim como ela estava. Entretanto, sabia que era a mais pobremente vestida de todos. E o seu presente? “Que insignificância, comparado aos demais” — pensou ela.
À vista de tantos presentes caros, Celeste permanecia à entrada, indecisa, tímida, ante seu presente tão pequeno. Mas como desejava dizer à rainha o quanto a adorava! Fechou os olhos e tentou ganhar coragem. Naquele momento viu o anjo e lembrou-se do sonho que tivera. O pombinho fez um movimento em suas mãos. Celeste olhou bem dentro dos olhinhos rosados dele e cochichou-lhe nos ouvidos. Colocou o caderninho no bico do pombo e abriu as mãos.
O pombo voou diretamente na direção da rainha e pousou tão suavemente em suas mãos que ela não se assustou. A rainha pegou o caderninho e leu os versos. Depois, olhou o pombinho, que regressava em direção à sua dona, e disse:
— Quer vir aqui, menina? — Sua voz era tão delicada e seu sorriso, tão convidativo, que Celeste perdeu todo o medo e caminhou, pondo-se de pê, à sua frente. A rainha tocou seus cabelos cacheados e disse ao ministro:
— Que seja anunciado pelo arauto do rei que o maior presente, que é o Amor, acaba de ser dado, e que a rainha vai recompensar o doador. Que se aproxime o povo para testemunhar o prêmio.
Quando o povo se juntou, a rainha levantou-se e, colocando sua mão sobre a cabeça de Celeste, declarou em voz bem clara:
— Levarei esta criança para o palácio do rei, onde ela se tornará uma princesa.
Celeste ouviu estas palavras como se fosse um sonho. Lembrando-se, porém, da sua vovozinha, apressou-se em explicar à rainha:
— Não posso ir, querida rainha, porque minha vovó ficaria sozinha e ela precisa de mim.
— Minha criança, você tem um belo coração. Não receie coisa alguma. Sua vovó também irá — respondeu a rainha.
Após a festa, Celeste e sua vovó se acomodaram na carruagem dourada puxada pelos cavalos brancos. A rainha estava entre as duas. Quando chegaram ao palácio real, Celeste foi levada para um quarto magnífico e ali vestiram-na com cetim; sapatos dourados foram colocados em seus pezinhos. Tornou-se uma moça virtuosa e culta, foi um Anjo inspirador para muitas decisões sábias dos Soberanos, em favor do povo.
(Publicada na Revista Serviço Rosacruz de setembro de 1965 – Fraternidade Rosacruz – São Paulo – SP)
História Aquariana para Crianças e Adolescentes: O Desejo
Era uma vez uma princesa que não queria ser princesa. Vocês acham isso impossível? Vocês não acham que todas as moças ficariam felizes com à oportunidade de serem princesas?
Bem, não essa princesa. Todas as noites quando ia para a cama pensava, “Espero que amanhã quando acordar, eu seja uma cozinheira. Ou, “Espero que amanhã quando acordar, eu seja uma costureira. Ou, “Espero que amanhã quando acordar, eu seja uma florista”. Mas todas as manhãs quando acordava, ainda era princesa.
E por que a princesa não queria ser princesa? Por que em vez disso, ela queria ser uma cozinheira, uma costureira ou uma florista? Porque era duro ser princesa. Pelo menos, ela achava que era duro ser uma princesa. Ela achava que era duro ser sua qualidade de princesa.
Bem, é verdade que algumas princesas são mimadas e conseguem tudo que desejam em bandeja de prata, e despedem seus servidores se não forem servidas suficientemente bem ou suficientemente depressa ou com suficientes saudações e salamaleques, para satisfazê-las. Algumas princesas são soberbas e andam com o nariz para o ar, recusando-se a dar atenção às pessoas que elas acham que estão muito abaixo delas. Algumas princesas são muito preguiçosas, nunca pegando nada se alguém puder pegar para elas, e se enchendo de sorvetes e doces. Essas princesas não são muito queridas, porque são egoístas, só pensam nelas e nada fazem.
Mas, esta princesa não era mimada, não era soberba e não era preguiçosa. Não que ela não quisesse as vezes ser assim. Simplesmente não lhe permitiam e principalmente seu pai, o Rei.
O Rei amava muito sua filha. Na verdade, a amava tanto que não queria que ela crescesse mimada, soberba ou preguiçosa. Ele queria que ela crescesse carinhosa, gentil, dócil, compreensiva, e sabia que ela deveria se esforçar muito para ser assim. Então, ele insistia para que ela se esforçasse muito para ser todas essas coisas.
E é por isso que a princesa, que se chamava Andrea, não queria ser princesa. Ela achava que era muito difícil ser todas as coisas que seu pai queria que ela fosse.
Outras princesas, pensava Andrea, podiam dormir quanto quisessem e tomar café na cama. Outras princesas, pensava, podiam dizer, “Deixem-me em paz”, se não queriam falar com as pessoas. E outras princesas, pensava, com certeza não precisavam sorrir se não tivessem vontade.
Contudo, o Rei insistia que Andrea levantasse alegre e cedo todas as manhãs, e que arrumasse sua cama e fosse tomar o café da manhã na sala de jantar, com o resto da família. Ele insistia que ela fizesse tudo que pudesse para si própria. Ela tinha até que engraxar seus sapatos, dar banho no seu cachorro, ajudar a tirar o pó dos móveis do palácio, preparar seu lanche para a escola. Quando tinha que pedir alguma coisa para algum criado, tinha que ter muito cuidado e dizer “por favor” e “muito obrigada”, porque se não dissesse seu pai ia ficar muito descontente. E não era uma boa ideia, ela sabia, desagradar ao Rei.
O Rei insistia que Andrea ouvisse todas as pessoas que quisessem falar com ela porque, ele dizia:
— Uma princesa é responsável por seus súditos.
Ela nunca se atrevia a dizer, “Deixe-me em paz”, porque se o fizesse seu pai ia ficar muito zangado. E não era uma boa ideia, ela sabia, deixar o Rei ficar zangado.
O Rei insistia que Andrea fosse cortês com todos que encontrasse e sorrisse para as pessoas sempre que pudesse. É claro que não devia fechar a cara para eles. Algumas vezes sua boca doía de tanto sorrir, mas, de qualquer modo, ela continuava sorrindo. Se ela não o fizesse, seu pai ia ficar muito decepcionado. E não era uma boa ideia, ela sabia, deixar o Rei ficar decepcionado.
Um dia, Andrea teve uma ideia.
— Se eu me esconder no bosque o dia inteiro, eu não verei ninguém e ninguém me verá, pensou. Assim, eu não terei que falar com ninguém ou sorrir e não terei problemas por não dizer “por favor” e “muito obrigada”, e eu posso me deitar à sombra de uma árvore e não pensar em nada, a não ser em mim.
Assim, Andrea pegou um tapete macio para deitar-se, pôs num saquinho uma maçã, uma banana, dois sanduiches, um de manteiga de amendoim e outro de geleia, e desceu as escadas de serviço do palácio na ponta dos pés. Quase esbarrou no mordomo que estava levando para cima uma jarra de suco de maçã, mas ela conseguiu se esconder num armário de vassoura até que ele passasse. Quase caiu em cima da faxineira que estava esfregando o último degrau, mas conseguiu se esconder num canto escuro até que a faxineira acabasse.
Andrea atravessou correndo o jardim do palácio e subiu numa trepadeira que crescia pelo muro alto. Pulou de cima do muro e correu pela estrada que levava ao bosque.
Ninguém a viu sair do palácio, e ninguém sabia que ela tinha ido se esconder no bosque.
Andrea entrou bem para dentro do bosque, antes de parar.
— É embaixo desta árvore que eu vou me deitar, disse por fim, olhando para um grande castanheiro, bem mais alto que as outras árvores vizinhas. Estendeu o tapete e espreguiçou-se.
— Ahhh! suspirou. Assim é que é bom.
Em poucos minutos estava profundamente adormecida.
— Então, esta é a princesa que não quer ser princesa, disse uma voz esganiçada e aguda, perto de seu ouvido.
— Vamos fazer-lhe um favor e conceder-lhe o desejo? – Perguntou outra voz esganiçada e aguda.
— Claro, disse a primeira. Vai ser divertido!
Piscando os olhos, Andrea viu dois homens pequeninos com roupas lilás, sapatos vermelhos e chapéus verdes sorrindo para ela. Primeiro ela pensou: “Como são pequenos!” Depois pensou: “Quantos dentes eles têm!”. Depois pensou: “Quem são?”
— Quem são vocês? perguntou.
— Nós somos Realizadores de Desejos, disse o primeiro homenzinho. Temos o poder de conceder qualquer desejo que você deseje, mas você precisa estar certa de que você totalmente, positivamente o deseje. Quando concedemos um desejo, nunca mais o retiramos.
— Você totalmente, positivamente, deseja não ser uma princesa? perguntou o segundo homenzinho.
— Oh! sim, respondeu Andrea. Eu totalmente, positivamente, desejo não ser uma princesa.
— Muito bem, disse o primeiro homenzinho. Feche bem os olhos e não abra.
Andrea apertou os olhos e ouviu:
“Abracadabra, abracadabra,
Dê à princesa, sua maior ambição,
Ela que uma loura princesa era,
Agora é feia, sem comparação”.
Então, Andrea sentiu que coisas esquisitas estavam acontecendo com ela. Seus ossos estalavam quando se mexia. Seus músculos se esticavam e encolhiam até ela se sentir como uma tira de borracha. Era como se suas roupas estivessem sendo rasgadas e seu vestido macio começou a ficar grosso e picava. Seus cabelos, com suas tranças bem penteadas, caiam lisos sobre seu rosto.
— Há, há, há! Riu com maldade o primeiro homenzinho com sua voz esganiçada. Agora ninguém vai confundir você com uma princesa. Você não pode dizer que não atendemos seu desejo. Abra os olhos — e felicidades.
Andrea abriu logo os olhos – mas os homenzinhos tinham desaparecidos. Olhou-se com crescente horror. Seu lindo vestido cor de rosa tinha se transformado em uma roupa rasgada, feia, deformada, suja e que parecia não ter sido lavada há meses. Suas mãos estavam calosas e suas unhas quebradas e sujas. Seus cabelos estavam brancos e emaranhados.
Começou a andar e percebeu que um pé se arrastava e ela só podia levantá-lo com muito esforço. Tentou falar e sua voz soou horrivelmente. Mancando, Andrea conseguiu chegar até um regato no bosque ali perto, e viu seu reflexo na água clara. O que ela viu assustou-a tanto, que ela gritou e desmaiou.
Quando voltou a si, olhou-se de novo cautelosamente. O reflexo ainda parecia um pesadelo. A linda princesa de cabelos dourados tinha se transformado numa horrível megera, tão feia que poderia assustar até o mais valente cavaleiro quando ia para a guerra lutar por seu pai, o Rei.
— O que eu vou fazer? choramingou Andrea. Eu não queria ser princesa, mas também não queria ser assim.
Andrea começou a chorar. Chorou, chorou, chorou e quando se olhou outra vez na água, seu rosto estava vermelho, inchado e ainda mais feio.
— Realizadores de Desejos: Por favor, voltem! Prefiro ser princesa do que ser assim. Por favor, transformem-me outra vez em princesa.
Mas, sua única resposta foi o canto longe de um canário-da-terra no bosque.
Por sete dias, Andrea ficou no bosque, lavou a velha roupa preta no regato e penteou seus cabelos como pôde, mas nada mais conseguiu fazer para melhorar sua aparência. Depois de comer a maçã e a banana e os dois sanduiches de manteiga de amendoim e geleia, comia nozes que encontrava pelo chão. Mas, os esquilos tinham trabalhado bastante e não haviam deixado muitas nozes.
Começou a fazer frio, e, uma noite, caiu uma chuva gelada que a deixou encharcada da cabeça aos pés.
Então, Andrea achou que não podia mais ficar no bosque. Ela não tinha teto, nem comida, nem agasalhos.
— Vou voltar para o palácio de meu pai, disse. Talvez ele tenha pena de mim e me deixe morar lá.
Então, Andrea saiu do bosque sempre mancando e foi pela estrada que dava para os portões do palácio.
Embora ela não soubesse, havia grande tristeza no palácio porque ela não tinha voltado depois do seu primeiro dia no bosque. O Rei, a Rainha e todos os cavalheiros e damas da corte, todos os guardas e criados estavam tristes.
— O que terá acontecido com a Princesa Andrea? perguntavam uns aos outros. Onde estará? Por que não volta para casa?
O Rei e seus cavaleiros tinham cavalgado por todo o reino procurando por ela, e o Rei mandou mensagens para os reinos vizinhos, perguntando se alguém tinha visto a Princesa Andrea. Mas, é lógico, todos procuravam uma princesa de cabelos dourados e ninguém procurava uma bruxa feia e velha. Assim, ninguém viu a Princesa Andrea.
Andrea manquejou até os portões. Um guarda alto, que a tinha carregado nos ombros quando ela era uma menininha, barrou seu caminho. Tinha os braços cruzados no peito e suas pernas bem separadas.
— O que é que você quer aqui, velha bruxa? perguntou desconfiado.
— Eu sou a Princesa Andrea, disse tristemente com sua voz de taquara rachada. Por favor, deixe-me entrar.
— Princesa Andrea! gritou o guarda zangado. Como você se atreve a dizer que é a nossa princesa desaparecida? A Rainha está doente de tristeza e o Rei está fora de si de tanta preocupação e você tem coragem de dizer que você é a linda Princesa Andrea! Você deve saber alguma coisa sobre seu desaparecimento. Agarrem-na!
E, antes que Andrea pudesse dizer outra palavra, foi rudemente agarrada por dois guardas que também tinham sido muito seus amigos.
— Levem-na para o Rei! ordenou o primeiro guarda, e Andrea foi meio empurrada, meio carregada para dentro do palácio, pelos longos corredores de mármore. O mordomo, a faxineira, o Grande Camareiro Chefe, a Governanta da Rouparia, o Excelentíssimo Ministro de Estado e muitas outras pessoas que Andrea conhecia bem, pararam o que estavam fazendo e ficaram olhando o grupo passar.
— Quem é essa feia bruxa velha? murmurou a faxineira.
— Eu nunca a vi antes, fungou o mordomo desdenhosamente.
— Não imagino o que Sua Majestade possa querer com ela, disse o Grande Camareiro Chefe para o Excelentíssimo Ministro de Estado, que ajeitou seu monóculo e olhou mais fixamente.
Finalmente, chegaram à ala do trono onde o Rei estava muito triste sentado no trono. Parecia não ter dormido há dias — o que realmente não tinha.
Os guardas empurraram Andrea para dentro.
— Majestade, começou um deles, perdoe a intrusão, mas o Capitão achou que Vossa Majestade quereria falar com esta velha bruxa. Ela…
O guarda parou de falar quando o Rei, com expressão misto de espanto, horror, incredulidade, desceu do trono e foi até Andrea.
— Andrea, murmurou, minha filha, o que aconteceu com você?
Todos que estavam ali olhando murmuraram:
— Andrea? será que essa feia bruxa velha é a Princesa Andrea?
— Como é que o Rei sabe que é a Princesa Andrea? sussurrou a Terceira Dama de Companhia.
Um pai conhece seus filhos, respondeu sabiamente a Governanta da Rouparia.
Andrea, com lágrimas escorrendo em seu rosto olhou para seu pai.
— Você me reconhece? perguntou sem acreditar.
— É claro que reconheço você, minha filha. Mas o que aconteceu? Quem fez isto com você? perguntou o Rei abraçando-a.
Por algum tempo, Andrea só pôde soluçar amargamente. Estava aliviada por seu pai tê-la reconhecido, e terrivelmente envergonhada por sua feiura e pela coisa horrível que havia feito a si mesma. Por fim, aos poucos, começou a contar sua história. Todos na Sala do trono ouviam com piedade e horror quando ela contou que, porque pensava que não queria ser princesa, os Realizadores de Desejos tinham-na transformado na coisa mais oposta a uma princesa que se possa imaginar.
— É tudo culpa minha, meu pai, soluçou Andrea.
Se eu não tivesse tido aquele estúpido desejo, eu ainda seria uma princesa e ainda seria bonita.
O Rei suspirou e acariciou seus grossos cabelos brancos.
— Você ainda é uma Princesa, Andrea, murmurou para que só ela pudesse ouvir. Você ainda é a filha de um Rei. Mesmo os Realizadores de Desejos não podem mudar isso.
Então, severamente, dispensou todos os cortesãos, todos os criados, todos os guardas da Sala do trono e ele e Andrea conversaram sozinhos por três horas. Mas o que disseram um ao outro, só eles podem dizer.
No dia seguinte, e por dias, semanas e meses depois disso, Andrea se levantava como de costume, arrumava sua cama como de costume, e ia tomar o café da manhã na sala de jantar com toda a família, como de costume. Engraxava seus sapatos, dava banho no seu cachorro, ajudava a tirar o pó dos móveis do palácio e preparava seu lanche para ir à escola, como de costume. Quando pedia a algum criado para fazer alguma coisa, sempre dizia “por favor” e “muito obrigada”, como de costume. Era cortês com todos que encontrava e sorria para as pessoas sempre que podia, como de costume.
Na verdade, tudo continuava igual, menos o fato de que, em vez de ser a bonita Princesa Andrea dos cabelos dourados, era agora a feia bruxa velha Princesa Andrea. Usava a velha roupa preta e, embora sempre tivesse as unhas limpas, elas estavam sempre quebradas e suas mãos encarquilhadas. Seus cabelos grossos, brancos e a voz soava horrivelmente.
Por uns tempos, as pessoas evitavam Andrea. Ela era tão feia que, embora ainda fosse princesa, não queriam saber dela. Mas, porque seu pai queria, e ela sabia que era o que devia fazer, ela continuou sendo carinhosa, gentil, dócil e compreensiva tanto quanto podia.
Depois de algum tempo, as pessoas começaram a pensar mais e mais sobre como ela era carinhosa, gentil, dócil e compreensiva e menos e menos como ela era feia. Então, esqueceram de vez que ela era feia e muita gente queria vê-la e falar com ela. Com todos Andrea era cortês, como seu pai desejava.
Uma noite, exatamente um ano e três dias depois que os Realizadores de Desejos tinham feito aquilo, Andrea estava sentada junto da janela, olhando tristemente as estrelas e imaginando pela milésima vez como seria ser bonita de novo.
— Ora, ora, ora, assustou-a uma voz esganiçada muito alta. Então, esta é a princesa que não queria ser uma princesa, heim?
Lá estavam dois homens pequeninos com suas roupas lilás, sapatos vermelhos, chapéus verdes e muitos dentes, sorrindo para ela.
— Oh, Realizadores de Desejos, gritou Andrea. Estou tão contente em ver vocês! Por favor, façam com que eu fique bonita outra vez. É horrível ser tão feia. Eu nunca quis isso. Por favor, por favor, transformem-me outra vez.
— Nós lhe dissemos antes, nós nunca desfazemos um desejo depois de concedê-lo. E você estava totalmente, positivamente certa sobre seu desejo. Lembra-se? Perguntou o primeiro homenzinho de jeito desagradável.
— Sim, sim, eu me lembro, respondeu Andrea em lágrimas. Eu fui muito tola, estou arrependida, estou tão arrependida. Por favor, por favor, façam-me como eu era.
— Isso é impossível, disse o segundo homenzinho, sorrindo maldosamente. Nós avisamos você e você disse que estava certa. Agora tem que aguentar as consequências.
— Nós só demos uma chegadinha para ver como você está indo. Credo, você é feia mesmo! Nosso trabalho foi muito bom! Ha, ha, ha! O primeiro homenzinho estava quase dobrado de tanto rir. Bem, nós temos que ir andando. Levante a cabeça! Ha, ha, ha! Adeus.
— Parem! veio da porta uma voz de comando severa. Os homenzinhos se viraram, deixaram de sorrir e se curvaram tanto que suas cabeças tocaram o chão.
— Majestade! eles disseram respeitosamente.
— Sim, disse o Rei. Então, vocês acham que fizeram uma grande coisa realizando o desejo da Princesa!
Os homenzinhos ficaram calados.
— Então, intimou o Rei, não foi isso que vocês disseram?
— Sim, Majestade, murmuraram.
— Digam-me, perguntou o Rei, qual era exatamente o desejo da Princesa? Exatamente.
— Bem, Majestade… o primeiro homenzinho hesitou.
— Continue, ordenou o Rei.
— Bem, Majestade, o homenzinho disse relutante, suas exatas palavras foram: Eu desejaria totalmente, positivamente não ser princesa.
— E vocês concederam-lhe esse desejo? perguntou o Rei.
— Sim, Majestade, responderam os homenzinhos tentando parecer orgulhosos de si mesmos.
— Sei, disse o Rei. Nesse caso, por que é que Andrea ainda é princesa? Por que é que ela ainda é minha filha? Por que é que ela ainda é chamada de Sua Alteza? Por que é que ela ainda mora no quarto da princesa no palácio? E por que é que as pessoas ainda gostam tanto dela quanto antes”?
— Ahn — ah — hum — o primeiro homenzinho gaguejou, enquanto o segundo homenzinho mexia os pés.
— A verdade deste caso é que vocês não fizeram um bom trabalho ao conceder-lhe o desejo. Vocês não o realizaram de jeito nenhum. Vocês não o realizaram porque vocês não têm poder para conceder esse desejo. Não é verdade? perguntou o Rei.
— Sim, Majestade, tiveram que admitir os homenzinhos.
— Então, vocês concederam à Princesa um desejo que ela absolutamente não desejava. Vocês a tornaram feia, e ela nunca manifestou o desejo de ser feia. Certo?
— Certo, Majestade, tiveram que admitir os homenzinhos.
— Portanto, já que vocês não concederam desejo a que foi desejado, agora eu ordeno que vocês desconcedam o que concederam, eu ordeno que vocês restituam a beleza de Andrea. IMEDIATAMENTE!
A voz do Rei era fria, poderosa e implacável, e os homenzinhos não tinham força para argumentar. Desviando os olhos do Rei, eles cantaram:
“Abracadabra, Abracadabra,
Dê à Sua Majestade, sua maior ambição,
Aquela que é feia, sem comparação
Volte a ser a beleza de então”.
De novo. Andrea sentiu coisas esquisitas acontecendo. De novo, seus ossos estalavam quando se moviam. De novo, seus músculos esticavam e encolhiam. Suas roupas ásperas ficaram macias e suas mãos já não estavam retorcidas. Andrea, que estava com os olhos fechados, tinha medo de abri-los.
— Os homenzinhos já se foram, Andrea, disse por fim o Rei, muito carinhosamente. Abra os olhos. Olhe para você.
Andrea abriu os olhos devagar e quase sem poder respirar, olhou no espelho. Quase não podia acreditar no que viu. Estava usando um vestido cor de rosa, um pouco mais comprido e elegante do que o último. Seus cabelos dourados caiam em ondas suaves por suas costas. Estava mais bonita do que nunca.
Andrea suspirou baixinho, sorriu, e virou-se para seu pai.
O Rei abriu os braços e ela correu para ele.
— Paizinho, disse simplesmente. Obrigada.
(Do Livro Histórias da Era Aquariana para Crianças – Vol. VIII – Compiladas por um Estudante – Fraternidade Rosacruz)
Dicas para Melhorar a Nossa Capacidade de Observação
O emprego da faculdade de observação pelo Aspirante à vida superior é de inestimável valor, pois é por meio dessa habilidade que ele pode sutilizar seu Éter de Luz (um dos dois Éteres que compõem o Corpo-Alma) e restaurar o ritmo e a harmonia de seu Corpo Denso.
Esse é um dos Exercícios Esotéricos que o Estudante Rosacruz executa sempre.
A definição de observação dada por Max Heindel, em sua décima primeira conferência do livro Cristianismo Rosacruz, refere-se ao “uso dos sentidos como meio de obter informações a respeito dos fenômenos que ocorrem ao nosso redor”. Sob esta consideração, sugere-se que o Aspirante inicie, desde já, a criação do saudável hábito de observar todas as coisas que estão a sua volta. Há alguns exercícios que podem auxiliá-lo neste processo. São eles:
Adiante no texto da citada Conferência, Max Heindel dá uma explicação esotérica sobre a importância da observação. Ocorre que o Corpo Vital, independente da vontade do indivíduo, também funciona como um espelho, ou como uma película cinematográfica em movimento que não para, nem por um segundo, de captar as imagens do ambiente no qual o Aspirante está inserido. Semelhantemente, o Corpo Vital também capta as ideias que brotam de seu Espírito interno. O problema é que as pessoas, em sua maioria, não captam, de forma consciente, as mesmas informações que o Corpo Vital faz. Em outras palavras, a memória consciente, (estabelecida pela observação), não coincide com a memória gravada pelo Corpo Vital, e isso resulta em uma importante discrepância (ou entrechoques de vibrações) que gradualmente destrói o Corpo Denso. Para atestar o fato de que as pessoas possuem olhos, mas não veem, e ouvidos, porém não ouvem, pergunte qualquer detalhe sobre algum objeto, cena de filme, ou até mesmo algum sentimento que ela teve num determinado momento, e não raro receberemos uma resposta do tipo: “Não me lembro nem do que comi no almoço, como vou lembrar sobre o que você está me perguntando!”.
O fato é que, quanto maior for à discrepância entre as imagens gravadas pelo Corpo Vital e os eventos gravados na memória consciente pela observação, maior também será o tempo necessário para a restauração do Corpo Denso durante o sono. Há casos, por exemplo, em que as discrepâncias são tamanhas, que não resta tempo algum para trabalho nos planos internos. Se isso ocorrer com frequência, pouco crescimento espiritual será alcançado pelo Ego. Por isso, o Aspirante sincero, reconhece que pode (e é responsável) por tornar esse tempo maior ou menor, dependendo de sua capacidade em colocar em prática os ensinamentos dados pelos Irmãos Maiores. Pela observação, é possível fazer com que os entrechoques de vibrações das duas memórias ocorram com menor frequência e, deste modo, a restauração do Corpo Denso poderá ocorrer de maneira mais rápida.
Como auxílio neste processo, é de grande valia ao Aspirante, aprender a observar não apenas detalhes de objetos e fenômenos externos, mas também minúcias internas, pois é bem provável que o Corpo Vital também registre tais informações. É natural que neste ponto do texto, o leitor possa estar se perguntando: “que eventos são esses?”. Tais eventos são aqueles gerados pelo espírito (vontade), pelo Corpo de Desejos
(sentimentos e emoções), e pela Mente (pensamentos). A observação destes detalhes contribuirá fortemente no processo de redução dos entrechoques de vibrações entre as memórias.
De maneira geral, a maior parte das pessoas, quando está realizando uma determinada tarefa, observa apenas os procedimentos envolvidos para sua execução e seu resultado, (por exemplo, se alcançou ou não o objetivo). Porém, é importante que o Aspirante também observe, de maneira sincera e verdadeira, os motivos internos que o fez se movimentar nessa ou naquela direção. A chave para identificar tais motivos é
empregar o método do “Por que”. Alguns exemplos: Por que agi desta maneira?
Respostas:
Além de observar o motivo pelo qual uma ação foi realizada, o Aspirante pode também observar o sentimento que o envolveu no momento em que estava executando tal tarefa. Exemplos:
É muito comum as pessoas não fazerem distinção entre sentimentos e pensamentos. Contudo, esses fenômenos são bem diferentes, embora possam ou não possuir afinidade entre si. Por exemplo, uma pessoa pode dizer: “Eu senti que num dado momento, as coisas poderiam ter saído errado”. Mas observe que tal relato não é
referente a um sentimento, mas sim a um pensamento. Normalmente os sentimentos são alegria, tristeza, raiva, ódio, rancor, medo, coragem, ansiedade, entre outros. Pensamentos são ideias mais ou menos elaboradas sobre os fatos. Com certeza, estes últimos podem estar embasados em um sentimento bom ou ruim. A comum astúcia que todos nós praticamos em maior ou menor grau, é um bom exemplo da Mente (pensamentos) aliada à parte inferior do Corpo de Desejos (“eu” emocional inferior). Dados provindos da neurociência cognitiva, também revelam a possibilidade de ativações primárias de áreas cerebrais emocionais, antes de áreas corticais pré-frontais (que são mais relacionadas a pensamentos conscientes), frente determinados estímulos. Isso é bem evidente em transtornos ansiosos, como o Transtorno de Estresse Pós-Traumático, Transtorno de Pânico, entre outros. Isso tolda a capacidade do Ego de tomar decisões de maneira rápida. No exemplo acima, sobre confusões entre pensamentos e emoções, provavelmente o sentimento da pessoa sobre a possibilidade de algo sair errado, era de medo e/ou ansiedade, pois esses sentimentos possuem boa afinidade com estes pensamentos.
Outro importante fator que o Aspirante deve aprender a observar é o COMO seu jeito de ser, (que é modulado pelos motivos, pelos sentimentos e pensamentos) gera impactos nos demais que convivem com ele. A chave para isso é utilizar o método do “COMO”. Exemplos:
É muito importante, o Aspirante ter em mente que a observação consciente dos fatos internos e externos, também fornece base para o exercício de Retrospecção. Normalmente, se o resultado de uma tarefa foi positivo, o Aspirante louva-se por tal resultado, de modo que seu comportamento seja reforçado para continuar a agir desse modo. Entretanto, se os eventos internos não forem considerados, é provável que essa faceta do fenômeno permaneça apenas no Corpo Vital do Aspirante, e, se isso acontecer, ficarão nele como discrepantes. Por isso, sugere-se ao Aspirante que também aplique seu critério pessoal de valores aos fenômenos internos que vivencia (o crivo da lógica).
Coletar informações, por meio de observações como estas, é muito importante para deixar seu exercício de Retrospecção mais rico e, desta maneira, aprender as lições desta e de próximas vidas, de restaurar o equilíbrio entre memória consciente e dados gravados pelo Corpo Vital, ter saúde e longevidade. Como o exercício de Retrospecção influencia diretamente no caráter, e “caráter é destino”, é bem provável que o Aspirante comece a notar grandes diferenças em sua vida conforme for mudando seu eu real, para seu “Eu Ideal” (isso é pessoal). Com o tempo novas sinfonias e orquestras vibrarão em sua vida, o que provavelmente o fará uma pessoa muito realizada e feliz.
Que as rosas floresçam em vossa cruz
Exercícios para Adquirir Conhecimento Direto – Retrospecção
O mais eficiente dos métodos existentes para nos fazer avançar no nosso caminho de realização espiritual é o exercício noturno da Retrospecção.
E executá-lo é extremamente simples:
“Após deitarmos à noite, relaxamos o nosso Corpo Denso (ou Físico) e começamos a nos recordar dos acontecimentos do dia na ordem inversa: primeiro os da noite, em seguida os da tarde e, finalmente os da manhã.” Utilizando a nossa capacidade de lembrar, de recordar, reproduzamos tudo o que aconteceu em cada acontecimento que nós vivemos: os pensamentos emitidos, os pensamentos recebidos; os sentimentos emitidos, os sentimentos recebidos; as palavras emitidas, as palavras recebidas; os atos cometidos, os atos assistidos. E vamos julgando a nós mesmos: censurando-nos onde couber a reprovação e elogiando-nos onde couber a aprovação.
Com ele avançamos a passos largos em várias direções:
Dicas para aumentar a eficiência do exercício de Retrospecção:
Se temos tal ideia desse exercício, logo descobriremos que o nosso sucesso é nulo ou que estamos perdendo um tempo precioso. É muito prosaico, ou indesejável que no nosso exercício de Retrospecção, nos detenhamos sobre fatos simples como o de ter comido uma fatia de pão com manteiga ou se ter amarrado o sapato.
O sucesso no nosso exercício de Retrospecção está em viver uma vida diária consciente e está no poder de pensar abstratamente. Se somos verdadeiros Aspirantes a vida superior, desempenhamos conscientemente toda nossa ação diária, somos igualmente conscientes das nossas palavras, dos nossos pensamentos, dos nossos sentimentos e dos nossos atos.
Se assim o for, nós notaremos, imediatamente, que, cada erro em pensamento, sentimento, palavra ou ato nos chama a consciência para corrigir.
Do mesmo modo, nós notaremos, imediatamente, que, cada acerto em pensamento, sentimento, palavra ou ato nos chama a gratidão por termos acertado.
Se assim procedermos durante o dia, o nosso exercício de Retrospecção será apenas de uma recordação de tudo o que se passou conosco durante o dia, e que está no nosso pensamento abstrato, pois lembrem-se: fizemos questão de cada pensamento, sentimento, palavra e ato durante o dia, foi analisado e, seu resultado (correção ou gratidão) alcançado.
Isso supera o trabalho do cérebro e, com o tempo, veremos como as experiências importantes e notáveis do dia se apresentarão com a rapidez do relâmpago tocando nossos corações e nossas mentes dependendo, logicamente, da tendência de cada um, seja místico ou ocultista, respectivamente.
Para nos colocar em disposição para o exercício, sigamos as seguintes sugestões:
Que as Rosas Floresçam em vossa cruz
Vivendo uma Vida Espiritual: Exercícios Importantes e Necessários
O que devemos fazer para viver uma vida espiritual? Neste artigo consideraremos alguns dos exercícios que são importantes para o indivíduo que deseja viver uma vida espiritual. Na introdução do livro “O Conceito Rosacruz do Cosmos” lemos: “O ser humano que percebe a sua ignorância deu o primeiro passo na direção da sabedoria. O caminho que leva ao conhecimento de primeira mão, não é fácil. Nada realmente valioso se consegue sem esforço persistente. Nunca é demais repetir que não existem tais coisas como especiais dons naturais ou “sorte”. Tudo o que qualquer pessoa é ou tem é o resultado de esforço. O que a alguém falta em comparação com outros está latente dentro de si mesmo e susceptível de desenvolvimento por métodos apropriados”.
“Se o leitor, tendo compreendido esta ideia completamente, se interrogasse sobre o que deveria fazer para obter o aludido conhecimento de primeira mão, a história a seguir pode servir para imprimir essa ideia, que é a ideia central em ocultismo: “Um jovem, certa vez, procurou um sábio e perguntou-lhe, “Senhor o que devo fazer para me tornar sábio? O sábio não se dignou dar resposta. O jovem depois de repetir esta pergunta algumas vezes, com o mesmo resultado, foi-se embora, por fim, para voltar no dia seguinte com a mesma pergunta. Novamente nenhuma resposta recebeu e o jovem retornou no terceiro dia, ainda repetindo a sua interrogação, “Senhor, o que devo fazer para me tornar sábio?”.
“Finalmente o sábio voltou-se e desceu na direção dum rio próximo. Entrou na água e convidou o jovem a segui-lo. Após ter chegado a uma determinada profundidade, o sábio segurou o jovem pelos ombros e empurrou-o para debaixo da água a despeito de seus esforços para se libertar. Não obstante, após certo tempo deixou-o vir à tona e quando o jovem já tinha recobrado a respiração, o sábio perguntou-lhe: “Filho, quando estavas debaixo da água o que é que anelava mais intensamente? “O jovem respondeu sem hesitação: “Ar, ar! Eu queria ar.”
“Você não preferiria antes ter tido riqueza, prazer, poder ou amores, meu filho? Não pensou em nada disto? Inquiriu o sábio.
“Não, Senhor! Eu queria ar e só pensava em ar”, veio a resposta imediata. “Então”, disse o sábio, “para se tornar sábio você deve desejar Sabedoria com tão grande intensidade como agora desejou ar. Deve lutar por ela com exclusão de qualquer outra finalidade na vida. Ela deve ser sua única aspiração dia e noite. Se procurar ser sábio com tal fervor, meu filho garanto-lhe que o será.”
Aqueles que querem viver uma vida espiritual devem procurá-la da mesma maneira que o pobre rapaz procurava ar. Devemos querê-la com toda a nossa vontade.
Há algumas coisas que devemos conservar em mente em relação com os exercícios espirituais e com a prática duma vida espiritual. Nós estamos desejando integrar-nos numa escola Cristã de ocultismo. Uma das mais importantes virtudes do ocultismo ocidental é a confiança em si próprio. Existe, todavia, um paradoxo. Somos instados a cultivar a confiança em nós próprios, e, no entanto, ao mesmo tempo, dizem-nos que Cristo é o poder por detrás de tudo que fazemos. Muitas pessoas, na realidade, nunca pensaram sobre isto. Contudo, temos que pensar acerca desse paradoxo se quisermos viver uma vida espiritual: vamos tentar fazer tudo que nos for possível por nós próprios, mas ao mesmo tempo não podemos fazê-lo sozinhos.
Existe uma solução simples para esse paradoxo. Muitas pessoas encaram Cristo só como uma pessoa fora de nós. Quando estudamos ocultismo ocidental, porém, nós descobrimos que há algo mais poderoso do que simplesmente o Cristo externo. É verdade que Ele existe em todo o mundo. Como está escrito no Evangelho de S. João: “Eu sou a videira e vós os ramos”. A mesma seiva que corre através da videira corre também pelos ramos.
As pessoas que aspiram a viver uma vida espiritual descobrem que despertaram dentro de si mesmo, exatamente o ideal a que aspiram. Cristo disse: “Procurai primeiro o Reino dos Céus,” e Ele disse que o Reino dos Céus está dentro de nós. Do mesmo modo, Cristo está dentro de todos e cada um de nós. O Poder e a Força com os quais cada indivíduo pode obter confiança em si próprio vêm de Cristo.
Aquilo a que estamos aspirando com a ajuda da confiança em nós próprios é a mesma coisa que nos ajudará a obter a autoconfiança. Cristo é a força e o poder por detrás de nossas atividades espirituais. Os indivíduos que aspiram à compreensão do Cristo dentro de suas próprias almas terão o amparo, o apoio e a força necessários para obter essa autoconfiança e serem os indivíduos que querem ser — e não aquilo que o mundo tenta fazer deles.
O que podemos então fazer para nos tornarmos mais espirituais?
Podemos começar com três passos, o primeiro dos quais é o pensamento. A nossa capacidade de pensamento é a ponte entre os mundos espiritual e material. Através de nosso pensamento podemos pôr em contato tanto a parte interna como externa do ser humano. Assim devemos começar por compreender Cristo em nossos pensamentos. Nós estudamos, vemos, escutamos. Obtemos e criamos ideias. Estudamos o Conceito e tentamos compreender o Cristo como um poder cósmico espiritual.
Começamos a compreendê-lo em pensamento. Compreendemos que Ele é um Ser cósmico. Ele veio à terra para fazer algo pela humanidade. Quando o compreendermos mentalmente, daremos um grande passo na vivência duma vida espiritual.
Todavia, isto não é suficiente. Devemos também sentir. Nossos pensamentos, em certo sentido, atingem o cosmos e atraem as coisas para baixo na nossa direção, ou penetram no mundo e extraem as coisas para nós. Nossos sentimentos vêm de nossos corações, de dentro de nós. Então consideramos nossos pensamentos — nossas ideias sobre o que Cristo representa, nossas ideias sobre o que significa viver uma vida espiritual — e tentamos impregná-los com os nossos próprios sentimentos. “Como o ser humano pensa assim é no seu coração”.
Max Heindel nos diz que o desejo é a mola propulsora da ação. O próximo passo, portanto, é a ação. Quando pensamos a respeito de algo e impregnamo-lo com nossos sentimentos, estamos prontos a pô-lo em ação. De que nos vale demonstrar amor se não o sentimos? Essas coisas, então, são as molas mestras da atividade humana: o modo como pensamos; o modo como sentimos; o modo como agimos. Se vamos compreender o que Cristo significa para nós sob o ponto de vista espiritual, temos que pensar nele, senti-lo e temos que agir como Ele agiu.
A capacidade do ser humano para viver uma vida espiritual é proveniente do sacrifício de Cristo, a dois mil anos atrás. Em virtude do poder que Ele infundiu no mundo, o ser humano tem-se tornado cada vez mais forte em sua individualidade. Em virtude de sua individualidade espiritualizada, ele pode, como Cristo disse: “Alegrai-vos, porque Eu venci o mundo”. Cristo deu-nos o poder com que podemos vencer o mundo: não deixar o mundo, mas vencê-lo e espiritualizá-lo — para o transformar.
Daqui damos outro passo para compreender e crescer na vida espiritual. Este exercício deve ser feito ao mesmo tempo em que se intentam os outros. Chama-se Retrospecção. Os alquimistas aqueciam os metais no fogo do cadinho e de todas as vezes tiravam as escórias. Isto era um processo de purificação. Os metais eram então muito puros. O nosso corpo é um cadinho e o fogo que ateamos sob ele é a consciência. A Retrospecção, que fortalece a consciência, é parte de nosso processo de purificação.
Para que os indivíduos possam tornar-se canais efetivos para as forças espirituais, devem ser purificados. A Retrospecção é um exercício que cada pessoa pode usar para tornar seus pensamentos, sentimentos e ações mais puros. A Retrospecção é um exercício sugerido à Max Heindel pelos Irmãos Maiores, mas não pode ser considerado, de maneira nenhuma, um exercício novo. Era usado na Escola Pitagórica como um guia seguro para a autocompreensão. A Igreja Católica tem-no praticado há longo tempo sob o nome de “Confissão”. A Retrospecção, na Escola Rosacruz é, porém, um pouco mais científico.
É feito à noite, antes de dormir. O indivíduo relembra os acontecimentos do dia em ordem inversa, desde a hora em que se deitou até à hora em que acordou de manhã.
Nós devemos, como São Paulo disse, “morrer diariamente”. A Retrospecção é um método de morrer diariamente. Se morrermos diariamente, sob o ponto de vista do Espírito, adquiriremos a capacidade de viver. Cristo morreu e Ele viveu. Ele foi ressuscitado através do poder da morte e ficou mais forte em virtude dele. Com isto queremos dizer que através de Sua capacidade em aceitar a morte e fazê-lo voluntariamente, Ele foi capaz de usar as forças criadas pelo morrer e transmutá-las no poder de viver, só que em grau mais elevado. Cada vez que nos deixamos morrer para um velho hábito que seja de natureza negativa e o vencemos, o poder que tinha sobre nós é transformado no poder de fazer o Bem, de forma ainda melhor. Através do morrer, transmutamos o velho poder em novo poder que é vida. Tal como São Paulo fazia quando morria diariamente.
A seguinte citação do livro de George McDonald “A Chave de Ouro” é uma excelente ilustração desse ponto.
“Vós que sentistes o gosto da morte”, disse o ancião, “como é ele?”
“É bom”, disse Mossy “, é melhor do que a vida”.
“Não”, disse o ancião; “é só mais vida”.
Quando revisamos os acontecimentos em ordem inversa, estamos seguindo um padrão cósmico. Após a morte, o indivíduo revê o panorama de sua vida em ordem oposta, desde que morreu até a data de seu nascimento. Este desenrolar tem um efeito poderoso sobre seus veículos espirituais. Se ele revê os acontecimentos do dia em ordem oposta, como no panorama da vida, liberta forças internas e purifica seus veículos. É verdade que “um vaso sujo não pode conter água pura e saudável”. Nós devemos, no fim de contas, purgar-nos de tudo que for negativo, lenta, mas seguramente.
Se fizermos a Retrospecção corretamente, aprendemos a sentir em nossos corações o perdão aos nossos inimigos. Do mesmo modo, aprendemos a reconhecer o que fizemos de mal. Isto é um dos mais poderosos argumentos a favor da Retrospecção. Nós não sentimos somente dor pelas coisas erradas que fizemos. Também tentamos sentir o que a outra pessoa sentiu. Além disso, tentamos sentir o bem que fizemos, por pouco que tenha sido. Se fizermos algo que possa ter dado a alguém felicidade, tentamos senti-la. Nós experimentamos como ela se sentiu em sua satisfação.
O fato importante é que o exercício é impessoal. Quando estamos sentindo o que outra pessoa sentiu, estamos pensando em outrem e não em nós próprios. Eis uma das razões porque o exercício é importante. Quando pensamos no próximo, começamos a compreendê-lo.
A Retrospecção é um exercício para uma vida inteira. Quanto mais fazemos este exercício, mais desenvolvemos a nossa capacidade de conhecer as pessoas que nos rodeiam. Quanto mais puros nos tornemos, mais claras veremos as coisas.
Além da purificação, este exercício traz-nos muitos benefícios. A falta de Concentração é, talvez, para qualquer de nós, a coisa mais difícil de dominar. A despeito das dimensões de nossos corpos físicos, nossas mentes ainda flutuam lá longe nas nuvens. A Concentração, no mundo ocidental, é uma das coisas mais difíceis de conseguir. Por quê? Sabê-lo-emos se olharmos à roda de nós próprios. Na televisão, por exemplo, de instante a instante surge um comercial. Os jornais com os seus muitos artigos superficiais em suas páginas — na escola somos obrigados a aprender inúmeros pequenos fatos e informações.
Esse tipo de dispersão vai insidiosamente enfraquecendo a capacidade do ser humano se concentrar. Devemos fazer tudo que nos seja possível para combater isso. A ideia dos exercícios espirituais é que obtenhamos controle sobre nós próprios, que aprendamos a não permitir que circunstâncias exteriores controlem nossas vidas. Quando seguimos os acontecimentos do dia em ordem inversa, durante a Retrospecção, tal prática exige Concentração. A mente torna-se mais perspicaz. A Concentração, então, é um dos benefícios paralelos da Retrospecção. É difícil no início, mas quanto mais uma pessoa persiste, mais capaz se tornará. A palavra-chave de todo o exercício espiritual é a persistência.
Quantas pessoas têm uma memória fraca? As nossas memórias também estão sendo seriamente enfraquecidas. Estamos tão imbuídos com a ideia de que devemos ser como gravadores e computadores que nos esquecemos de nossa própria humanidade. Em consequência, nossas memórias tornam-se gradualmente enfraquecidas. A memória não é uma fita de gravação. A memória é uma coisa viva.
A Retrospecção trabalha sutilmente na memória. Esta não é mais simplesmente um repositório de conceitos intelectuais. Devemos também lembrar os sentimentos que circundam nossas ações. Devemos lembrar as ações em si e os pensamentos por detrás delas. No pensamento temos a razão por que fazemos alguma coisa. No sentimento, temos o incentivo para a ação que cometemos. Então, finalmente, temos a ação. A pessoa que persistir no exercício da Retrospecção, verificará como sua memória se torna mais aguda e clara. Ele não mais verá o mundo em esboços vagos e nebulosos ou com a consciência normalmente confusa, ao contrário, o mundo físico começará a ter mais sentido, a ser mais claro. Nós só vemos o mundo claramente, quando é claro o nosso interior.
Um outro benefício paralelo é a organização — algo que, frequentemente, achamos muito difícil. Nos negócios pode ser que seja fácil nos organizarmos, mas para organizar nossas vidas requer-se uma grande faxina. Na Retrospecção também aprendemos organização porque, novamente, também temos de seguir uma sequência.
A Retrospecção ajuda a organizar a memória consciente em relação à memória subconsciente.
Se começarmos conscientemente a controlar nossas vidas e tentar ver tão claramente quanto possível aquilo em que o nosso procedimento foi correto e não mais tentar justificar-nos relativamente às coisas erradas que fizemos, a verdadeira memória que faz parte de nosso Corpo Vital, começará a organizar-se com a consciência. Nós, afinal, teremos mais controle sobre nossos impulsos subconscientes. Muito de nossas vidas é controlado por pensamentos reprimidos e indisciplinados. Purificando-nos, lenta mas seguramente, desses pensamentos e organizando a nossa maneira de pensar, podemos começar a viver melhores vidas espirituais. Podemos, também, fazer a Retrospecção de acontecimentos de dias e anos passados, encará-los e saber o que significam exatamente. Isso também nos ajudará a purificar-nos, permitindo que Cristo faça em nós sua morada.
O próximo exercício a considerar é a Meditação, uma palavra não muito usada nos dias atuais a não ser combinada com uma moldura oriental de referência. Todavia, os verdadeiros fundamentos do Cristianismo têm a sua base na Meditação. A Meditação e a oração são as duas coisas que ajudaram os monges a obter o discernimento espiritual que lhes era peculiar. Mas, agora, fora da Meditação transcendental e de alguns exercícios de ioga, a Meditação, sob o ponto de vista ocidental é quase inexistente.
A Meditação inclui uma forma muito mais profunda de pensar e de sentir do que o que estamos habituados. Existem muitas experiências individuais de Meditação que não podem ser definidas, mas os seus benefícios rapidamente se tornam óbvios, nas vidas daqueles que a praticam.
A Meditação, podemos dizer, é a Concentração sobre uma ideia, em tal grau, que a sentimos como uma ideia externa e, simultaneamente, como uma realidade interna. Uma pessoa pode meditar numa frase como “Deus é Luz” ou “Deus é Amor”. Existe muito poder nessas frases que pode seguramente dar uma força interna para enfrentar a vida.
Uma pessoa pode meditar sobre uma frase elevada, como as que se encontram na Bíblia ou em livros devocionários. Essa não é a espécie de Meditação através da qual obtemos sabedoria. Em vez disso, ela é uma Meditação de suporte, de amparo, de apoio — a Meditação que nos dá o poder e a capacidade de viver no mundo físico ao mesmo tempo que estamos sintonizados com o mundo e a vida do Cristo.
A Meditação para ser eficiente, porém, não deve ser praticada irregularmente. A persistência é a chave. Devemos fazê-la todos os dias, se queremos tirar algum benefício.
Deve-se reservar uma determinada hora diariamente, de maneira disciplinada, para fazer a Meditação. A disciplina está na base duma vivência espiritual efetiva. Sem disciplina não teríamos arte ou música, nem roupas ou mobílias. Para adquirir disciplina na Meditação, devemos efetuá-la à mesma hora, diariamente. Uma vez de manhã e uma vez antes de deitar são boas horas para fazê-lo — mais particularmente de manhã, que é quando precisamos de mais força.
A visualização é também importante na compreensão de certos conceitos. Por exemplo, nós podemos imaginar uma rosa e visualizá-la. Isso pode ajudar no controle da imaginação, que é, também, muito descontrolada, atualmente. Quando meditamos, pela primeira vez, muitas figuras, imagens e ideias podem passar por nossas mentes como água por uma peneira. Se persistirmos, porém, podemos, gradualmente aprender como reter um pensamento particular. Para algumas pessoas as frases funcionam muito bem. Outras são mais visuais, portanto para elas as visualizações funcionam muito bem. Através da visualização, pode-se criar certos sentimentos e efeitos sutis. Quando meditamos sobre a rosa branca, por exemplo, começamos a ter consciência da pureza da planta e a alcançar o significado de nossa própria pureza potencial.
É claro que devemos meditar sobre coisas nobres. Podemos meditar sobre Cristo, visualizando-o curando os doentes, e sentindo dentro de nós essa Sua força curativa. Podemos visualizá-lo na ressurreição quando ele veio para junto de Seus discípulos e sentir que o poder que nos sustem está ali. O importante é que escolhamos assuntos que ajudem a elevar as nossas vidas e que chamem a nossa atenção, durante esses momentos, para o caminho que leva a Deus.
Com a Meditação, plantamos sementes para o futuro. O desenvolvimento do ser humano é muito sutil. Não mudamos de uma dia para o outro. As nossas vidas têm sido endurecidas através dos anos com muitas tendências cristalizantes. Vivemos num mundo físico que basicamente não compreende a alma do ser humano e frequentemente a nega. Vivemos num mundo onde a tecnologia, gradativamente, está tomando conta do desenvolvimento da consciência do ser humano. Agora existem máquinas que, nos dizem “vou ajudá-lo a se desenvolver espiritualmente”. É impossível que máquinas façam isso. Elas podem fazer algo por nossa natureza psicológica, mas não podem fazer-nos crescer espiritualmente. Espiritualidade é um assunto do Espírito manifestando-se através da consciência, e nenhuma máquina pode acordar o Espírito em quem quer que seja, a menos que o faça através do sofrimento. Então o Espírito clama.
Pela Meditação, vamo-nos lentamente afastando de todas as coisas artificiais que temos edificado através de nossas vidas. Pode ser que, por vezes, meditemos sobre algo durante meses e nada aconteça. Mas depositamos a semente e um ano mais tarde, ou mais ou menos talvez, subitamente nós podemos perceber e experimentar o sentimento que estávamos perseguindo.
A intenção dos exercícios espirituais, então, não é fazer-nos retirar do mundo, mas tornar-nos melhores pessoas. Que bem colhemos em fazer os nossos trabalhos no mundo se não há nenhuma força de espírito por traz de nossos esforços? A Meditação dá-nos a força para suportar o mundo físico — e nós devemos sofrê-lo. Estamos aqui para ficar muito tempo e temos muitas lições para aprender. Não podemos fazê-lo sozinhos. Devemos sintonizar-nos com as forças espirituais que nos deem a força para ser como Cristo. “Pois no mundo haveis de ter tribulações; mas alegrai-vos, pois eu venci o mundo”.
A Meditação, a Retrospecção e a atenção aos nossos pensamentos, sentimentos e ações são os meios pelos quais seremos amparados para vencer o mundo físico e quebrar as cadeias que nos sujeitam. Devemos fazer a Retrospecção antes que possamos colher os benefícios da Meditação. Precisamos de purificação porque, se meditamos sem estar purificados, chamamos a nós forças espirituais que só intensificarão nossa impureza. Assim, antes de nos dedicarmos francamente à Meditação, é aconselhável a prática de, pelo menos, seis meses de Retrospecção.
A nossa consciência é como um campo. As terras foram-nos dadas por Deus, mas depende de nós cultivá-las. Isto é o que estes exercícios fazem. Primeiro fazemos a Retrospecção e aramos o campo. Livramo-nos dos pedregulhos e das ervas daninhas. Preparamos um bom solo e regamo-lo. Então, através da Meditação, plantamos as sementes, fileira por fileira. E, lenta, mas seguramente as sementes começam a produzir fruto. É lento, mas seguro. Novamente, a persistência é a palavra-chave.
Em conclusão, devemos reiterar que as coisas espirituais não são uma fuga. A Meditação não é para ser algo com o qual se fuja do mundo. O mundo ocidental tem de fazer como Cristo fez: vencer o mundo e não deixá-lo, ou escapar dele. Assim, a Meditação, a Retrospecção e os outros exercícios espirituais são processos que usamos para fortalecer-nos, para nos amparar e dar-nos a força para vencer o mundo físico e ingressar no mundo espiritual.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de abril/1978 – Fraternidade Rosacruz – São Paulo – SP)
O Ecos de um Centro Rosacruz tem como objetivo informar as atividades públicas de um Centro, bem como fornecer material de estudo sobre os assuntos estudados durante o mês anterior.
Para acessar somente os textos:
A Fraternidade Rosacruz é uma escola de filosofia cristã, que tem por finalidade divulgar a filosofia dos Rosacruzes, tal como ela foi transmitida ao mundo por Max Heindel. Exercitando nosso papel de Estudantes da Filosofia Rosacruz, o Centro Rosacruz de Campinas-SP-Brasil, edita o informativo: Ecos.
De acordo com as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) na prevenção do avanço da pandemia de corona vírus (Covid 19), as atividades presenciais continuam suspensas em nossa sede em Campinas-SP por tempo indeterminado. Nossas reuniões semanais estão ocorrendo virtualmente.
Atividades gerais ocorridas em nosso Centro, no mês de Outubro/20:
Trânsito do Sol pelo Signo de Escorpião, em Novembro
Durante o mês de novembro o Espírito do Cristo impregna o Mundo do Desejo da Terra. Então, o Discípulo deve se esforçar para purificar sua natureza inferior com o objetivo de ajudar o Grande Uno em Seu trabalho de limpar o Mundo do Desejo da Terra. Deve, especialmente, tentar se converter em um canal de serviço mais eficiente, como Auxiliar Invisível e como auxiliar visível.
Durante o estado presente da evolução humana, o Discípulo aprende a transformar a presunção em humildade e a sacrificar o “Eu” pessoal ao impessoal “nós”; em outras palavras, a viver o ideal do maior bem para o maior número.
Assuntos abordados durante as Reuniões de Estudos desse mês:
No Mundo do Pensamento: estamos mais próximos da realidade/ criamos nossas ideias e conclusões
Vejam a diferença de volume…
“Pensamos mais do que dizemos”
Qual é o nome de um lugar muito importante na nossa roda de nascimentos e morte onde se situa na Região do Pensamento Concreto?
Quais são as atividades que lá fazemos manipulando os materiais mentais das 4 Regiões do Pensamento Concreto?
O Mundo do Pensamento é o mais elevado dos três Mundos onde presentemente tem lugar a evolução humana: o Mundo Físico, Mundo do Desejo e o próprio Mundo do Pensamento.
Os outros dois Mundos superiores: Mundo do Espírito de Vida e Mundo do Espírito Divino, no que diz respeito ao ser humano em geral, são ainda praticamente uma esperança.
Notemos que o Mundo do Pensamento é o Mundo central dos cinco Mundos onde o ser humano obtém seus veículos: o Corpo Denso, o Corpo Vital, o Corpo de Desejos, a Mente, o Espírito Humano, o Espírito de Vida e o Espírito Divino.
Aqui se unem Espírito, o Ego renascido, e Corpo, a Personalidade. Ou seja, é o elo de união entre a Personalidade e o Ego.
O que é o Ego humano?
Qual é a diferença do Ego e o Espírito Virginal da onda de vida humana?
Vemos, pois, como os três Mundos em que o ser humano presentemente evolui se completam, formam um todo, o que demonstra a Suprema Sabedoria do Grande Arquiteto do sistema a que pertencemos e a Quem reverenciamos pelo santo nome de Deus.
A “Região das Forças Arquetípicas”, a quarta divisão do Mundo do Pensamento é a Região Central e a mais importante dos cinco Mundos onde se efetua a evolução TOTAL do ser humano (repare não é a evolução atual que é nos 3 Mundos, mas a total, nos 5 Mundos).
De um lado dessa Região estão as três regiões superiores do Mundo do Pensamento, mais o Mundo do Espírito de Vida e o Mundo do Espírito Divino. No lado oposto dessa Região de Forças Arquetípicas estão as três regiões inferiores do Mundo do Pensamento, mais o Mundo do Desejo e o Mundo Físico. Portanto essa região torna-se uma espécie de “cruz”, limitada de um lado pelos Reinos do Espírito e do outro pelos Mundos da Forma. É o ponto focal por onde o Espírito se reflete na matéria.
Qual a relação entre arquétipo de um corpo nosso e o Átomo-semente do corpo físico?
Na terminologia Rosacruz usamos o conceito Corpo Denso para se referenciar ao corpo físico.
Quem nasceu primeiro o arquétipo ou o Átomo-semente?
Já sabemos que a Região das Forças Arquetípicas é o lar das Forças Arquetípicas que dirigem a atividade dos arquétipos na Região do Pensamento Concreto. Já vimos, também, que é dessa Região que o Espírito trabalha na matéria de maneira formativa. Ou seja, tudo começa quando utilizamos a nossa vontade e com ela colocamos em ação a nossa imaginação – exatamente como Deus, nosso criador, faz todas as vezes que cria e ele sempre está criando!
E assim, com a vontade e a imaginação trabalhando geramos a ideia, por exemplo de um barco. Dessa ideia utilizamos a nossa Mente para construirmos o pensamento-forma desse barco. E a partir dele podemos utilizar as forças do Mundo do Desejo e pelo interesse e atração, utilizarmos os nossos Corpos Vital e Denso para construir o barco físico.
Vejam aqui, claramente, a Lei do Reflexo: as formas, nos Mundos inferiores são reflexos do Espírito nos Mundos superiores:
A quinta Região que é a mais próxima do ponto focal pelo lado do Espírito, reflete-se na terceira Região, a mais próxima do ponto focal pelo lado da Forma.
A sexta Região reflete-se na segunda, e a sétima na primeira.
Toda a Região do Pensamento Abstrato é refletida no Mundo do Desejo; o Mundo do Espírito de Vida na Região Etérica do Mundo Físico e o Mundo do Espírito Divino na Região Química do Mundo Físico.
Por que tem que ser assim: toda a Região do Pensamento Abstrato é refletida no Mundo do Desejo; o Mundo do Espírito de Vida na Região Etérica do Mundo Físico e o Mundo do Espírito Divino na Região Química do Mundo Físico? E se não tivesse essa correlação forte?
Corpo Denso: relaciona-se com o Mundo do Espírito Divino tem que ser muito bem tratado é o “Templo de Deus”. Temos que servir sempre / ajudar sempre amorosa e desinteressadamente. Servir e ajudar: forma a Alma Consciente.
Corpo Vital: relaciona-se com o Mundo do Espírito de Vida. Redenção de maus hábitos e vícios gera a Alma Intelectual.
Corpo de Desejos: relaciona-se com o Espírito Humano. “Desejos elevados”. Devemos sublimar (não ter desejos inferiores). Extraímos daí a Alma Emocional.
É importante compreender que os sete Mundos que formam a esfera do nosso desenvolvimento não estão colocados uns acima dos outros, mas se interpenetram.
Aqui nesse espaço onde você está agora, estão presentes o material dos 7 Mundos.
Daí a facilidade para passar de um Mundo para o outro…desde que você tenha um veículo para tal. E para viver conscientemente em cada um desses Mundos você deve ter um Corpo formado de material de cada um desses Mundos.
Se você não tiver fica assim: você achando que ele não existe ou que é preciso viajar milhões de quilômetros para “chegar” até ele!
Nosso Sistema Solar tem 7 Planetas: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno e Urano.
E Netuno e Plutão? Por que?
Cada um dos Planetas do nosso Sistema Solar tem três Mundos que se interpenetram:
O Mundo do Espírito de Vida é um Mundo interplanetário: se difunde pelos espaços interplanetários e interpenetra os Planetas individuais.
Que Corpo devemos ter já bem-desenvolvido para viajarmos conscientemente ao Sol?
Do mesmo modo pelo qual o Mundo do Espírito de Vida nos põe em relação com os outros Planetas do nosso Sistema Solar, o Mundo do Espírito Divino nos correlaciona com os outros Sistemas Solares.
Compreenderemos assim que, para se poder viajar de um Sistema Solar a outro é necessária a capacidade de se atuar, conscientemente, no mais elevado dos veículos do ser humano, o Espírito Divino, ou seja, um Corpo Espírito Divino.
No início do Capítulo temos a frase: “Os três Mundos do nosso Planeta são atualmente o campo onde se processa a evolução de diversos Reinos de ondas de vida em vários graus de desenvolvimento.”
Mundo Físico, Desejo e Pensamento
-Mundo Físico: Quais as 2 regiões do Mundo Físico?
-Mundo do Pensamento: Quais as 2 regiões do Pensamento?
Não sabemos. Sabemos que existem outros Reinos de ondas de vida evoluindo (ex.: Espíritos da Natureza, elementais, etc.), mas não sabemos se estão no nosso esquema de evolução. No nosso esquema conhecemos esses 4 reinos.
O Corpo Denso serve para funcionarmos na Região Química do Mundo Físico. Precisamos de um Corpo Denso feito de matéria da Região Química do Mundo Físico, portanto um corpo adaptado ao nosso ambiente e que nos permitam expressar (funcionar) nessa região
Sim, os Corpos Densos de todos os Reinos são compostos das mesmas substâncias químicas: sólidos, líquidos e gases da Região Química.
Porque as vidas de cada reino estão em diferentes estágios de evolução – em graus diferentes de desenvolvimento.
Comparando o ser humano com Minerais: o ser humano move-se, cresce e propaga a sua espécie. O mineral, não consegue executar nada disso.
Comparando o ser humano com Vegetais: ambos têm um Corpo Denso, capaz de crescer e propagar-se. O ser humano tem faculdades que a planta não possui: sente, tem o poder de mover-se e perceber as coisas que estão fora dele.
Comparando o ser humano com Animais: ambos possuem as faculdades da sensação, movimento, crescimento, propagação e senso de percepção. O ser humano tem, ainda, a faculdade da linguagem (expressa seus pensamentos e sentimentos), uma estrutura cerebral superior e as mãos (com polegar), os quais são uma grande vantagem física.
Só o corpo físico é suficiente para expressar vida, crescimento ou externar as outras qualidades pertinentes ao Mundo Físico?
E para expressar sentimentos e emoções qual veículo precisamos ter?
E para transmitir as ideias e pensamentos?
Então o que muda nos diferentes Reinos que faz com que tenhamos capacidades diferentes? No Reino Mineral, de que capacidades estamos falando?
No Reino Vegetal, de que capacidades estamos falando?
Os Vegetais possuem Corpo Vital separado, mas somente Éter Químico e o Éter de Vida estão em plena atividade
No Reino Animal, de que capacidades estamos falando?
No Reino Humano, de que capacidades estamos falando?
O ser humano possui os quatro Éteres dinamicamente ativos em seu altamente organizado Corpo Vital.
O Corpo Vital da planta, do animal e do ser humano estende-se além da periferia do Corpo Denso.
A distância dessa extensão do Corpo Vital do ser humano é cerca de uma polegada e meia (3,81 cm).
A parte que está fora do Corpo Denso é muito luminosa, e aparenta a cor da flor recém-aberta do pessegueiro. Ela é vista muitas vezes por pessoas que possuem certa clarividência.
Pergunta: É isso que as pessoas chamam de Aura?
Em parte. Porque a Aura é a soma do Corpo Vital (3,81 cm) com o de Desejos de (varia 33 a 44 cm).
Corpo Vital é o construtor e restaurador da forma densa.
Todos os abusos praticados com o Corpo Denso são neutralizados pelo Corpo Vital, tanto quanto é possível. Normalmente o Corpo Vital não abandona o Corpo Denso até o momento a morte.
O Corpo Denso, com uma exceção, é a cópia exata, molécula por molécula, do Corpo Vital. Qual é essa exceção?
A mulher dá vazão às suas emoções – o que gera um excesso de sangue, que gera uma pressão interna. A válvula de pressão são: o fluxo periódico e as lágrimas – “hemorragia branca”.
O homem geralmente é capaz de dominar suas emoções sem lágrimas, pois seu Corpo Vital negativo não gera quantidade de sangue maior do que aquela que pode controlar com facilidade.
Como se dá a desintegração do Corpo Denso?
O Corpo Vital se apresenta, ao observador, como se fossem milhões de pontos encaixados uns aos outros. Para que servem esses “pontos”?
Quando o Corpo Vital abandona o Corpo Denso (afogamento, queda de altura, congelamento), os átomos desse tornam-se momentaneamente inertes. Na reanimação ele reentra no Corpo Denso, voltando os “pontos” a introduzir-se nos átomos densos.
Por que, às vezes, sentimos a sensação de formigamento ou adormecimento de algum membro?
Por que o formigamento não acontece quando a pessoa volta de uma sessão de hipnose?
O que acontece com o Corpo Vital durante uma anestesia?
O que acontece com o Corpo Vital durante uma sessão mediúnica de materialização?
Qual a diferença entre o médium materializante e as pessoas comuns?
Minerais (montanhas, rochas, areias, terras, pedras…) – onda de vida que começou sua evolução no Período Terrestre; chegarão a ser humanos no Período de Vulcano.
Vegetais (árvores, arbustos, flores, ervas, plantas) – onda de vida que começou sua evolução no Período Lunar; chegarão a ser humanos no Período de Vênus.
Animais (mamíferos, aves, peixes, anfíbios, répteis, etc.) – a onda de vida animal começou sua atividade no princípio do Período Solar, como minerais, e chegará a ser humana no Período de Júpiter.
Humana (seres humanos e antropoides) – a onda de vida humana começou sua atividade no princípio do Período Saturno, como minerais, e chegou a ser humana no Período Terrestre.
Porque temos diferentes classes e tipos dentro da mesma onda de vida ou Reino?
Ser Humano (Ego): dirige o Tríplice Corpo por meio da Mente
Corpo formado de matéria química (sólidos, líquidos, gases) É o seu instrumento de ação na Região Química do Mundo Físico. | Corpo formado pelos 4 Éteres (Químico, de Vida; Luz e Refletor) Condutor da “vitalidade” que faz possível a ação aqui Corpo Vital está radicado na posição relativa do baço. | Corpo formado por sentimentos, desejos e emoções. De onde manifestamos os sentimentos, desejos e emoções que compelem à ação O Corpo de Desejos está radicado na posição relativa no fígado. |
Corpo Vital – Ser Humano
É um corpo sutil formado pelos Éteres Superiores, sendo uma cópia fidedigna do Corpo Denso (molécula a molécula)
Construtor e restaurador da forma densa (Corpo Denso) também governa todas as funções vitais, tais como a respiração, a digestão, a assimilação, etc., trabalhando através do sistema nervoso simpático.
REPETIÇÃO, REPETIÇÃO, REPETIÇÃO…
Uma particular atenção à parte do Corpo Vital formado pelos dois Éteres Superiores que, desenvolvidos e trabalhados, formarão o Corpo-Alma.
A prática de bons hábitos, serviço amoroso e desinteressado…
São Mateus 7:24 – “Aquele que ouve minhas palavras e as põe em prática é semelhante a um ser humano prudente, que edificou, sua casa sobre a rocha”.
Fator essencial na realização desses ideais é a prática da persistência.
O Éter é a via de ingresso da força vital, proveniente do Sol, e o campo de ação da natureza que promove as atividades de assimilação, crescimento e propagação. O baço é a entrada particular das forças que vitalizam o corpo.
A forca vital absorvida do Sol, através do baço, se estende por todo o sistema nervoso e, uma vez cumprido o seu trabalho no corpo, sai irradiando torrentes de luz que “saem” do corpo, parecidas com os pelos do porco espinho.
Um clarividente treinado consegue ver como um fluido de cor rosa pálido (flor pessegueiro recentemente aberta), pois esta força foi transmutada ao entrar no corpo físico.
Durante o estado de vigília, há uma guerra constante entre o Corpo Vital e o Corpo de Desejos. (Ao transgredir as Leis da Natureza ou Leis de Deus).
Casos de doença o Corpo Vital atenua-se e não pode absorver a mesma quantidade de força então, estas linhas curvam-se e decaem permitindo a entrada de germes e micróbios causando a enfermidade no Corpo Denso.
Ele é o Corpo que revitaliza o Corpo Denso, ou seja, põem em vibração toda a matéria morta, se há uma enfermidade no mesmo, a enfermidade já apareceu no Corpo Vital primeiro. Nesse sentido o trabalho deve começar no Corpo Vital. Não adiantará remediar o Corpo Denso, pois se a enfermidade estiver no Corpo Vital a mesma voltará a aparecer no Corpo Denso.
(Corpo Vital é a cópia fidedigna do Corpo Denso qualquer alteração neste o reflexo é direto)
Repetição é nota chave…
Num futuro longínquo o Corpo de Desejos do Ser Humano será organizado definitivamente do mesmo modo que hoje os Corpos Vital e Denso. Teremos a capacidade de funcionar neste corpo igual agora funcionamos no Corpo Denso.
4) Conceito Rosacruz do Cosmos – Os Quatro Reinos– Parte 3
Seres de Sangue Quente – O que é isso?
O que faz com que o Ser Humano e Animais manifestem desejos, sentimentos e emoções?
Por que o animal não é capaz de ter desejos e emoções tão sutis como as do ser humano?
Por exemplo, a cabeça etérica de um cavalo sobressai muito além e acima da cabeça densa.
Quando, em raros casos, acontece de a cabeça etérica de um cavalo penetrar na cabeça do seu Corpo Denso, esse cavalo pode aprender a ler, a contar e a executar operações elementares de aritmética.
A Evolução é um caminho em Espiral.
Não. Eles se encontram em um estágio superior. Animais hoje possuem sangue vermelho e quente, enquanto o ser humano não possuía naquele estágio.
Nós, seres humanos, também estamos num estágio superior aos Anjos quando se encontravam no estágio chamado humano.
Os mamíferos de hoje serão no Período de Júpiter um tipo de humanidade melhor e mais pura do que essa que atualmente somos.
Falamos que os minerais, os vegetais e os animais carecem de um veículo que os correlacione com o Mundo do Pensamento: |
Então… como é possível termos alguns animais que pensam?
O ser humano é um ser Individualizado. O que significa isso?
Já os Animais e Vegetais:
O que é um Espírito-Grupo?
Espírito Humano: É interno – orienta de dentro para fora.
Espírito-Grupo: É externo – orienta a partir do exterior.
Aquilo que chamamos de instinto é, portanto, a sabedoria dos Espíritos-Grupo dos animais que se imprime em cada um deles para que esse saiba agir.
Fraternidade Rosacruz – Algumas das perguntas que recebemos e que talvez possam ser dúvidas de mais Estudantes.
Resposta: Entendemos que está havendo alguma confusão sobre o que é e como ocorre a Cura Rosacruz.
Permita-nos lhe dar alguns esclarecimentos:
A Cura Rosacruz ocorre TOTALMENTE na Região Etérica do Mundo Físico. Ou seja: nada acontece na Região Química do Mundo Físico! Assim, se há demora ou não do recebimento das Cartas, isso nada interfere no tratamento. As Cartas contêm as LIÇÕES em formas de palavras-chaves que é para o Paciente (que é ativo, fervoroso e tem muita fé) aplicar no seu dia a dia até a próxima Carta. O período entre Cartas sempre será aleatório e independe do remetente.
A dependência está na intensidade e qualidade que o Paciente aplica o que está nas Cartas e colhe a divina essência dessas Lições no Exercício de Retrospecção à noite. Se o Paciente entende que a Carta está demorando é porque ele não conseguiu ainda aplicar TOTALMENTE as palavras-chaves no seu dia a dia até a próxima Carta.
O que é IMPORTANTE, de fato, aqui para o Paciente:
Resposta: Seguindo a orientação direta de Max Heindel, não levantamos horóscopo de ninguém. E a razão é bem lógica: nosso horóscopo é uma coisa pessoal, perigosa se cair em mãos inescrupulosas (e, pasme: sempre cai!) e foi construído por nós mesmos lá no Terceiro Céu! Somando a isso, a Fraternidade Rosacruz preconiza o “método do conhecimento direto”, onde o Aspirante acessa diretamente a fonte do conhecimento (do qual ele quer e precisa), assimila e manifesta.
No caso da Astrologia Rosacruz, isso se resume em fazer os Cursos (todos gratuitos) de Astrologia Rosacruz. São 3.
Para tal, o Aspirante tem que começar a percorrer o Caminho da Preparação para a Iniciação Rosacruz, e que se dá no primeiro grau como Estudante Preliminar (ao todo são 7: 4 na Fraternidade Rosacruz e 3 na Ordem Rosacruz).
Ao final do percurso do primeiro grau (onde o Aspirante coleciona a bagagem mínima dos jargões, processos, metodologias, regras e modus operandi dos Ensinamentos Rosacruzes, além de adquirir um amadurecimento espiritual necessário e suficiente Cristão-Rosacruz) ele está pronto para adentrar no universo da ciência divina da Astrologia Rosacruz.
E é aqui que ajudamos e muito o Estudante, onde ele caminha a passos largos, seguro de si e pronto para desvendar o mais íntimo do seu ser (exatamente como escolheu no 3º Céu, somado a tudo que já adquiriu como virtude e hábitos em todos os renascimentos)!
Tem gente que faz diferente? Sempre tem e terá! Deturpar, achar um atalho, ter pressa e misturar informações são alguns dos “métodos” utilizados por muitas pessoas. O resultado sempre é o mesmo: superficialidade, palpites, “achômetro” e decepções!
Se estiver disposto a seguir o Caminho, já trilhado por alguns milhões de pessoas, e que demonstra ser factível, realizável e em que se alcança a plenitude, junte-se a nós e vamos juntos! Como dizemos: “devagar que temos pressa”.
Resposta: Porque o “Poder Maior”, Deus, que criou cada um de nós, nos criou fornecendo o livre-arbítrio e o respeitando sempre, sem exceções. Prostituição não é exclusivamente de “profissionais do sexo”, como se imagina. Há muitos irmãos e irmãs da “sociedade” que são mais prostitutas ou prostitutos do que os nossos irmãos e irmãs conhecidos como “profissionais do sexo”, só que escondidos por trás da “condição social”. Seja como for, gastam a força criadora sexual e geram, sempre, pecados que não podem ser expiados (utilizando a doutrina do Perdão dos Pecados introduzida por Cristo), mas devem ser resgatados pela dor e sofrimento (doenças mentais, doenças consuntivas) como destino maduro. Até que um dia aprende que o caminho do transgressor é duro, errado e começam o caminho de retorno, como qualquer “filho pródigo”, por meio do arrependimento e da reforma íntima.
Resposta: As prostitutas foram, no passado (não necessariamente no último renascimento) homens que exploraram exatamente as mesmas mulheres sexualmente. E em outro passado, os prostitutos foram, no passado (não necessariamente no último renascimento) mulheres que exploraram exatamente os mesmos homens sexualmente. E assim vai sendo até que um dos lados (e depois o outro, ou os dois ao mesmo tempo) aprende que o caminho do transgressor é duro, errado e começam o caminho de retorno, como qualquer “filho pródigo”, por meio do arrependimento e da reforma íntima.
Nessas 2 situações essas “algumas pessoas” entendem como ninguém o conceito de amizade e se quiserem aplicar na sua vida serão amigos na maior plenitude do conceito e atrairão amigos e amigas sinceros e que se ajudarão mutuamente.
NOTEM: casamento não tem nada a ver com luxúria ou abuso da força sexual criadora nas vidas prévias.
Casamento tem a ver com a oportunidade que 2 seres humanos (um homem e uma mulher) tem em, por meio de um sacro-ofício, proporcionar a oportunidade de um irmão ou irmã renascerem!
Se além disso, os 2 forem abençoados por meio de um relacionamento fraterno como 2 irmãos para o restante das suas vidas aqui, então, o casamento é completo e perfeito!
Resposta: Primeiro, as Leis Jeovísticas não foram abolidas. Lembra o que Cristo disse? “não vim substituir as leis, mas sim…”.
Segundo, pense sempre do seguinte modo: o que está disponível para nos ajudar a evoluirmos espiritualmente em direção à Deus. Contudo, não NECESSARIAMENTE, o que conseguimos vivenciar, aplicar, aprender e retirar a quinta essência. Ou seja: o fato de estar disponível, não quer dizer que aprendemos a utilizar e enquanto não aprendermos tal material não será retirado das nossas lições da vida!
Resumindo: se não aprender obedecer aos 10 mandamentos, não conseguirá aprender na plenitude as Bem-aventuranças (próximo passo depois dos 10 mandamentos). Por fim: a escolha é nossa: ou abraçamos o Cristianismo e nos aplicamos ao Cristianismo Esotérico (Domingo, Dia do Senhor) ou abraçamos as Religiões de Raça e nos aplicamos aos Espíritos de Raça, de Tribo e de Família (Sábado, Dia de Saturno).
Artigos Publicados nas redes sociais no mês de Outubro:
Você sabe como o seu destino é determinado?
Nosso destino está sob a Lei de Causa e Efeito ou de Consequência, ou seja, as nossas ações do passado criam as atuais condições de nossas vidas presentes. Portanto o nosso destino possui as principais lições que nós devemos aprender em uma vida.
Ele é determinado antes do nascimento, durante o período que permanecemos no Terceiro Céu, local mais elevado que atingimos a cada ciclo de vida.
Lá, preparamos o nosso novo nascimento, usando nosso livre arbítrio e força de vontade, planejamos como vamos corrigir nossos erros na próxima vida, em que lições queremos ser provados e com quem nos relacionaremos para sanar nossas dívidas ou prejuízos causados a outros.
Como no Terceiro céu estamos ansiosos para pagar todas as nossas dívidas, podemos desenhar cenários muito desafiadores, querendo resolver tudo numa única vida. Aí que entram os Anjos do Destino, que nos ajudam nessa tarefa de escolher que lições queremos e termos condições de aprender (afinal estamos em uma teia de destino…não sozinhos sendo o centro de tudo!). Eles nos colocam em um ambiente que nos proverá todas as experiências necessárias ao nosso progresso espiritual. Eles nos orientam, mas a escolha é nossa, ou seja, nosso livre arbítrio é respeitado durante todo o processo.
Temos nesse planejamento algumas consequências das vidas passadas que necessariamente teremos que colher nessa nova vida, a isso chamamos de destino maduro (ou esgotamos nas vidas passadas todas as oportunidades que foram nos fornecidas para aprendermos por amor, e agora só nos resta aprender pela dor e sofrimentos ou trata-se de pecado – dívida – que não pode ser utilizada a doutrina do Perdão de Pecados para pagá-la, ou seja: pecado que não pode ser expiado).
Nestes casos, não temos o poder para alterar esta situação, mas podemos amenizar as consequências com os nossos bons atos nessa vida e com a dedicação a uma vida cristã espiritual.
Analisemos a sabedoria manifestada na construção do coração e diga-se, depois, se esse soberbo mecanismo pode ser menosprezado!
O Coração, como o Cérebro, possui um Sistema Nervoso Central, um sistema de transmissão elétrica coerente e altamente sofisticado.
Isso ocorre porque o primeiro órgão a se formar na embriologia humana não é o cérebro, mas o coração. Funciona bem porque seu aparente sistema arterial tem ramificações que “conversam entre si”, porque a pequena artéria ou veia tem a mesma importância que a grande artéria ou veia, que é o significado mais profundo de um fractal, porque as células e os sinais estão se comunicando em todas as escalas de comprimentos de onda. É como se o Coração estivesse em “conferência” consigo mesmo, soubesse tudo o que se passa no corpo todo, porque cada parte do Coração contém “toda a memória” do Corpo.
É na posição relativa do coração que está Átomo-semente do Corpo Denso, ou seja, durante a vida esse Átomo-semente localiza-se no ventrículo esquerdo do coração, próximo do ápice.
De qualquer modo o Coração físico não dá conta de todo recado que precisamos. Afinal, se não fosse pelo coração etérico, o coração físico se romperia rapidamente em consequência da tensão que lhe impomos continuamente. Pois como acontece com todas as partes do nosso Corpo Denso, o físico, todos os abusos praticados com o Corpo Denso são neutralizados pelo Corpo Vital, tanto quanto é possível, o qual trava uma luta constante contra a morte do Corpo Denso.
O Coração sente e reconhece a grande verdade de que somos todos irmãos, e de que a desgraça de um é realmente sentida por todos, embora nos esqueçamos disso em meio das lutas de nossa vida diária.
O Coração pede Amor, mas o Corpo de Desejos anseia por vingança. O intelecto vê, em abstrato, a beleza de amar os nossos inimigos, mas nos casos concretos, alia-se aos sentimentos vingativos do Corpo de Desejos com a desculpa de fazer justiça, porque “o organismo social deve ser protegido”.
E por meio do Coração que chegamos à conclusão – e tentamos praticar no nosso dia a dia – de que nenhuma lição é de valor real como princípio ativo de vida se a sua verdade for aprendida superficialmente. Essa deverá ser assimilada através do coração, pela aspiração e pela amargura. A lição principal que, por este modo, nós devemos aprender é: o que não beneficia a todos não beneficia realmente a ninguém!
O Coração sempre pede benevolência e amor. Contudo a razão, o nosso intelecto, pede sempre beligerância e medidas punitivas, se não como vingança, pelo menos como meio de prevenir uma repetição de hostilidades. Este divórcio entre o Coração e a “Cabeça” (a razão, o intelecto) impede o crescimento do verdadeiro sentimento de Fraternidade Universal e a adoração dos ensinamentos de Cristo, o Senhor do Amor.
Aqui está porque o “segredo” da realização espiritual na nossa vida é a busca incessante em alcançar o equilíbrio “Cabeça-Coração”, “Ocultista-Místico”.
E é nisso que o treinamento (a educação esotérica) esotérico da Fraternidade Rosacruz se baseia.
Pois, definitivamente, o conhecimento intelectual é um meio para chegar ao fim, não é a própria finalidade, como a muitos parece ser e vivem cultuando isso.
Você sabe por que os Rosacruzes são vegetarianos?
Vamos começar com um parágrafo do livro: Conceito Rosacruz do Cosmos, que diz: “Vivei e Deixai Viver – A primeira lei da ciência oculta é ‘não matarás’. O Aspirante à vida superior deve ter isto muito em conta. Não podendo criar sequer uma partícula de barro, não temos o direito de destruir nem a forma mais insignificante. Todas as formas são expressões da Vida Una, da Vida de Deus. Não temos o direito de destruir a forma, pela qual a Vida está adquirindo experiência, e obrigá-la a construir um novo veículo”.
Temos deveres e responsabilidades para com os animais (mamíferos, aves, peixes, anfíbios, répteis, “frutos do mar”, e todas as outras formas vivas que compõe o Reino Animal), pois eles são nossos irmãos mais jovens que alcançarão o estágio similar ao do ser humano no Período de Júpiter. A dieta de um Rosacruz e, portanto, de um Estudante Rosacruz – Aspirante à vida superior – é a ovo-lacto-vegetariana, pois consumimos, além dos vegetais, tudo que nos é oferecido pelos animas, decorrentes do processo de vida, como o leite (e derivados), mel e ovos (desde que produzido por animais que sabemos que estão sendo tratados como irmãos jovens devem ser tratados e não sendo sacrificados como vemos na escala industrial)
Contudo, se somos contra matar um ser vivo de uma onda de vida em evolução, por que comemos os vegetais?
Há vários motivos. De qualquer modo no atual estágio do nosso Esquema de Evolução, para vivermos aqui na Região Química do Mundo Físico utilizamos o nosso Corpo Denso, o físico. Ele é alimentado por muitos elementos químicos, contidos em vários tipos de alimentos vegetais. O ideal, sem dúvida, seria que conseguíssemos obter tudo que precisássemos direto do Reino Mineral. Como não somos capazes, então precisamos do serviço da onda de vida Vegetal. Sabemos que muito do que é produzido pelo reino Vegetal já é feito para ser consumido, ou então será devolvido para compor os elementos básicos do Reino Mineral. Como exemplo podemos citar as frutas, que quando maduras, já realizaram o seu propósito que é agir como matriz da semente. Se não forem aproveitadas, apodrecem e seus elementos retornam para compor o Reino Mineral.
Outra coisa muito importante: façamos o possível para alimentar nossos Corpos com o máximo de alimentos vegetais que crescem ao Sol, pois estes contêm mais força solar, e sua colheita não causa sofrimento algum à Terra. Portanto, a compaixão é a chave para mudarmos nosso regime alimentar. Pense nisso!
LUCAS, o Evangelista | |
Lucas foi um médico grego. Tornou-se Discípulo dos Apóstolos e mais tarde seguiu a São Paulo até o seu martírio. Serviu o Senhor com perseverança. Os quatro Evangelhos são fórmulas de Iniciação. O de São Lucas é uma das fórmulas dos mistérios Menores. A vida de Cristo, como está delineada nos Evangelhos, corresponde ao padrão cósmico para todos os processos que abrangem a evolução espiritual. Um dos evangelhos onde está o primeiro passo no caminho é o de São Lucas. Luke, El Greco, 1610-1614 |
Causa que torna possível o Efeito que vemos na Região Química do Mundo Físico de “coisas” aparentemente “fora do comum”
A Explicação da causa que possibilita a Inseminação Artificial segundo os Ensinamentos Rosacruzes como preconizados pela Fraternidade Rosacruz
Primeiramente vejamos o que significa Inseminação Artificial: conforme a medicina reprodutiva a inseminação artificial é um tratamento de infertilidade que consiste na introdução dos espermatozoides no trato genital feminino, visando a fecundação do óvulo. É um procedimento médico muito comum, aplicado em casos de infertilidade da mulher e do homem.
Na inseminação artificial intracervical, o esperma é colocado no colo do útero com uma seringa, tendo a mesma função do pênis no momento da ejaculação. Na inseminação artificial intrauterina, os espermatozoides passam por uma qualificação no laboratório, em que apenas os aptos para fertilizar serão injetados. Após a seleção, eles são depositados no útero e a mulher passa por um tratamento de ovulação.
No Conceito Rosacruz do Cosmos está escrito:
“O Átomo-semente do Corpo Denso está na cabeça triangular de um dos espermatozoides do sêmen paterno. Somente esse espermatozoide possibilita a fertilização, o que explica a esterilidade de muitas uniões sexuais. Os constituintes químicos do fluido seminal e do óvulo são sempre os mesmos, e se estes fossem os únicos requisitos necessários à fecundação não se encontraria, no Mundo Físico e visível, explicação para o fenômeno da esterilidade”.
Na Filosofia Rosacruz vemos que “Os Anjos do Destino dão a cada um e a todos exatamente o que necessitam para seu desenvolvimento”. E, também, sabemos que a fila do lado de lá esperando uma oportunidade para renascer, especialmente em momentos como esse que estamos atravessando, qual seja, em uma Era, a de Peixes, mas na órbita de influência da próxima Era, a de Aquário, é enorme. E isso está ocorrendo devido à posição e decisão de muitos irmãos e irmãs que tendo plenas condições físicas, financeiras, emocionais e psicológicas insistem em não querer ter filhos, pelos motivos mais egoístas, banais e materialistas que se possam imaginar, e lamentar. Assim, qualquer oportunidade em um cenário desses em que há a possibilidade de renascimento, normalmente, nascem um, dois, três e até quatro Egos!
Por outro lado, a dificuldade de um casal, tanto o homem como a mulher, ter dificuldade em engravidar, normalmente a causa está em vidas anteriores onde o casal deve ter negligenciado a responsabilidade da paternidade/maternidade e então por isto nesta vida terão mais dificuldade para terem filhos. Há casos, também, que o homem não consegue gerar um filho com uma mulher, mas consegue com outra e vice-versa. Isso porque até a decisão de se “juntar” ou de casar é tomada considerando a paixão, a atratividade sexual ou a conveniência, mas longe de ter como causa a espiritualidade, a harmonia espiritual ou o desejo de estabelecer um ambiente harmônico, elevado espiritualmente para receber um irmão ou uma irmã que tanto precisa renascer. Existem casos de reprodução assistida onde não conseguem “engravidar”, nesses casos simplesmente não há um Ego que esteja preparado para renascer nestas condições e a lição a ser aprendida por este casal seria o de valorizar mais a maternidade/paternidade.
Conhecemos um caso de duas irmãs, Alice e Sofia, que estavam planejando se casar nos idos de 1990. Alice estava com o casamento marcado desde julho para janeiro seguinte enquanto Sofia num impulso perguntou se a irmã se importaria que ela se casasse já em novembro pois ela e o noivo queriam muito ter filhos e “ficaram com pressa de casar”. Logicamente Alice respondeu que não se importava com isto.
O caso interessante é que Alice descobriu duas semanas antes do casamento que já estava grávida e que isto aconteceu “sem querer” enquanto Sofia não conseguia engravidar e resolveu procurar um médico para fazer tratamento juntamente com o marido. Estes não conseguiram ter filhos e isto acabou causando o divórcio. Hoje 30 anos depois vemos que a Sofia teve dois filhos num segundo casamento e o “ex-marido” também teve duas filhas num segundo relacionamento.
Mostrando com este exemplo que os Anjos do Destino também cuidam para que os Egos que irão renascer venham no momento e local exatos para que possam ter o ambiente necessário para seu desenvolvimento.
SERVIÇO DE AUXÍLIO E CURA
Todas as semanas, quando a Lua se encontra num Signo Cardeal ou Cardinal (Áries, Câncer, Libra ou Capricórnio), reunimo-nos com o propósito de gerar a Força Curadora por meio de fervorosas preces e concentrações. Esta força pode depois ser utilizada pelos AUXILIARES INVISÍVEIS, que trabalham sob a direção dos IRMÃOS MAIORES com o propósito de curar os doentes e confortar os aflitos.
Nessas datas, as 18h30, os Estudantes podem contribuir com esse serviço de ajuda, conforto e cura, sentando-se e relaxando-se na quietude do seu lar ou onde quer que se encontre, fechando os olhos e fazendo uma imagem mental da Rosa Branca e Pura situada no centro do Símbolo Rosacruz. Em seguida leia o Serviço de Cura e concentre-se intensamente sobre AMOR DIVINO e CURA, pois só assim, você poderá fazer de si um canal vivo por onde flui o Poder Divino Curador que vem diretamente do Pai. Após o serviço de cura, emita os sentimentos mais profundos do amor e gratidão ao Grande Médico para as bênçãos passadas e futuras da cura.
Datas de Cura:
Novembro: 05, 12, 18, 25
Cura-me, Senhor, e serei curado;
salva-me, e serei salvo,
pois tu és aquele a quem eu louvo.
(Jeremias 17:14)
Vegetarianismo e Religião
“Quem tenta desviar a Natureza dos seus processos fisiológicos pode vir a realizar o seu objetivo; mas isso seguramente lhe custará muito caro” — Paul Carton.
O ser humano faz parte, como partícula mínima, embora muito importante, do conjunto universal. Em consequência, está sujeito às mesmas leis que regem o universo. Ligado à Natureza pela sua constituição físico-química e ao Criador pela sua inteligência o ser humano ocupa um lugar de destaque na Terra.
Ainda que a Ciência ortodoxa busque separar o ser humano do seu Criador, emitindo hipóteses evolucionistas que ainda não conseguiram confirmação histórica nem científica, ninguém pode negar que qualquer fragmento do corpo humano, após incineração, apresenta, na análise das cinzas, os mesmos elementos encontrados no pó da terra. O pó em que se torna o cadáver é o mesmo que cerca a sepultura dos restos mortais do mais orgulhoso dos seres humanos. O mesmo cálcio, o mesmo fósforo, o mesmo silício, ferro, zinco, manganês, cobalto e os demais corpos simples, sob a forma de óxido ou de sais que o pó da terra contém, encontram-se no pó que resta da decomposição funérea. Muito curiosa é essa constatação em paralelo com o texto bíblico, que diz: “Formou o Senhor Deus o ser humano a partir do pó da terra…” (Gn 2:7).
Fazendo abstração do princípio religioso, aliás tão importante quanto o científico, vejamos em que importa a invocação da constituição química do corpo humano, em suas relações com o regime alimentar.
E. Risley (Foods Nutrition – Nutrição dos Alimentos) define alimento como “qualquer substância que, introduzida no organismo e sofrendo a ação dele, serve para construir sua estrutura normal ou suprir as despesas orgânicas”.
De que substância se servirá o organismo para a sua recomposição, na contingência do desgaste contínuo a que se resumem os complexos processos físico-químicos, inseparáveis do fenômeno da vida?
Logicamente, terá que se servir de elementos semelhantes aos que constituem o seu arcabouço. Não se conserta uma colcha com ferro, nem um navio com algodão.
Não pode, porém, o organismo assimilar ferro ou cálcio, manganês ou fósforo, colhendo-o diretamente do pó da terra. Como podem, então, os materiais obter os tecidos necessários à sua reconstrução?
Os vegetais, estendendo suas raízes ao seio da terra, aí colhem esses elementos, recolhem os sais e sintetizam nas folhas, flores e frutos as proteínas, amidos, açúcares, vitaminas e gorduras; com esses elementos do pó da terra fornecem ao ser humano as substâncias necessária para “construir a sua estrutura e suprir as despesas orgânicas”. São, portanto, os vegetais os veículos de que se serve a Natureza para trazer aos seres humanos os elementos indispensáveis à vida e ao desenvolvimento.
O regime vegetariano é o regime natural que, de acordo com a Natureza, provê ao organismo as substâncias de que necessita.
Segundo a concepção materialista (Lambling), a vida é o resultado das reações químicas que se passam no interior das células. Devem os materialistas ficar angustiados quando verificam que no cadáver se encontram os mesmos elementos e substâncias orgânicas que há no ser vivo, embora ele esteja morto. Por que as reações químicas não acontecem aí? Por que não volta à vida o que deixou de viver? Essa concepção leva o ser humano a agir de modo peculiar em relação ao seu modo de alimentar-se. Para o materialista, o ser humano termina no “nada definitivo”. Em vão procuram alguns dar explicação aos fenômenos psicológicos, inerentes ao ser humano. Diz Haeckel que a força mental provém da secreção celular. Explicação forçada, inaceitável. Para o materialista o prazer do momento resume a finalidade de todas as coisas. Comer o que lhe apetece, eis o assunto. Comer e beber. Se a bebida alcoólica dá prazer ou se o alimento é saboroso, por que não ingerir? Para não ficar doente?
Já ouvi dizerem que não vale a pena privar alguém de um prazer para que viva alguns anos a mais nesta vida, aliás, cheia de tropeços e percalços. Essa teoria agride os processos da Natureza, que pretendem manter a vida em equilíbrio das funções orgânicas; isto é, com saúde. Esses processos naturais implicam um regime alimentar que esteja de acordo com a origem do ser humano. O desvio desse regime ocasiona a doença e contribui para a degeneração e o desajuste mental que caracteriza nossa época.
Outra teoria diametralmente oposta é a que Paul Carton chama de teoria finalista. Inclui ele nesse sistema filosófico aqueles para quem o corpo e o espírito são entidades diferentes, dissemelhantes de fato, em essência. Essa teoria leva o ser humano a um antropocentrismo que o isola na Natureza.
Para as pessoas que se incluem nessa ordem de ideias, o regime alimentar não importa. Liga-se ao utilitarismo do materialista pelo prazer de comer ou engolfa-se no misticismo do jejum, a que sacrifica as inclinações da carne, subordinando aos exorcismas e às penitências as diretrizes da sua vida, sem preocupações com a interdependência que há entre a saúde e as leis da Natureza. É ainda Paul Carton quem, estudando as correntes filosóficas que influenciam a vida humana e sua dependência das leis naturais, apresenta o que se chama de teoria unitiva. Segundo esta, espírito e matéria são de essência idêntica, provêm da mesma Energia Universal.
Como fragmento do universo, o ser humano possui uma partícula de Deus como parte que é do todo em que Deus tem Sua plenitude. Saído de um Ser inteligente, o ser humano tem o poder de vontade e a capacidade de discernir.
Por essa teoria está o ser humano ligado à Natureza pela matéria e a Deus, pelo espírito. O regime alimentar lhe interessa para não contrariar os processos da Natureza e não entrar em dissonância com a harmonia universal da qual Deus é o centro.
A teoria unitiva, incluindo a evolução, que pressupõe o renascimento e a Lei de Consequência, é a que se aproxima da Filosofia Rosacruz. Como define Max Heindel: “Matéria é espírito cristalizado”.
O materialismo quer prescindir de um Ser Criador e procura explicar todos os fenômenos por leis da física, da química, da biologia. Esbarra, porém, na impossibilidade de explicar a vida, sua gênese, sua essência. No afã de anular toda ideia de religião com o objetivo de ficar exclusivamente subordinado à pesquisa e à experimentação, cria uma religião antinômica que, de fato, nega a si mesma.
Nesse emaranhado de ideias em que os pensamentos humanos, pela sua natureza, são divergentes porque oriundos de muitas cabeças, ficaríamos desorientados, se não existisse um código que, sem ser científico, contém princípios fundamentais de ciência os quais, no desenvolvimento desta, cada vez mais se mostram evidentes e de clareza irretorquível.
Vimos que a vida é um mistério dentro da própria ciência, que lhe estuda as leis e os fenômenos, mas não lhe explica a essência nem a origem. A ciência não admite Deus porque não Lhe pode explicar o princípio nem a estrutura. Não obstante, admite a eletricidade cuja natureza ignora.
Deus não pode ser compreendido porque é Infinito. É tão inexplicável quanto o infinito, que ninguém pode negar que exista.
Diante das maravilhas do universo, duas hipóteses subsistem. Segundo uma delas, tudo provém da matéria, que ninguém sabe de onde veio e, pelo acaso, formaram-se os astros. Pelo menos em um deles surgiu a vida. Nessa hipótese, o Incognoscível bruto — a Natureza — teria criado tudo. Ora, a matéria em si mesma é estéril; não poderia gerar a vida. E a ciência nega a geração espontânea.
A outra hipótese admite o Incognoscível Inteligente. Tão inexplicável como o Incognoscível bruto, a Inteligência Primitiva, eterna e infinita teria criado o universo em Sua infinita e maravilhosa perfeição. Não havendo geração espontânea, não pode nascer da matéria bruta a inteligente realidade da vida. Ainda que a nebulosa possa ter sido manifestação da vontade do Incognoscível Inteligente para estabelecer formas geofísicas, agrupando as partículas materiais em uma disposição ideal, como fatores de uma inteligente combinação compatível com a vida, não se concebe, nem a Química, muito menos a Física o sanciona, que a vida tenha gerado a si mesma, nas entranhas dos mares, sem o concurso da Inteligência primeva – primeira, primitiva, primária.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de novembro/1965)
Origens pré-históricas da Música
Os elementos de Fogo, Ar, Água e Terra são os mais importantes no processo evolucionário da Terra; de fato, sem esses quatro elementos a vida neste Planeta seria impossível. O fogo foi descoberto primeiramente e usado pelo ser humano nos dias da Lemúria. Foi, consequentemente, o elemento dominante conectado à Época Lemúrica e o fator principal nas suas cerimônias de Iniciação. Capacidade para andar sobre carvão em brasa ou segurar bolas de fogo nas mãos constitui uma memória parcial desses dias antigos, ainda conservada por alguns povos primitivos.
A música que acompanhava os Cerimoniais Lemurianos de Fogo era ao mesmo tempo sobrenatural e selvagem, isso porque era afinada ao ritmo das chamas crepitantes. O Corpo de Desejos dos Lemurianos necessitava de um avivamento, assim, os Guias da Humanidade usaram essa música de ritmo peculiar para estimular essa atividade. Com o passar do tempo essa força ígnea interna despertada levou a práticas mal orientadas que reagiram sobre as correspondentes forças ígneas planetárias, resultando em destruição do continente Lemuriano pela atividade vulcânica. Os seres humanos que habitaram a Lemúria antiga pouca semelhança tinham com os seres do nosso tempo. Durante os primórdios daquela Época, vários milhares de anos atrás, sua forma corporal era meramente embrionária. Após um longo ciclo evolucionário, sofreu sucessivas transformações até que, na Lemúria tardia, assumiu uma forma algo semelhante aos contornos atuais, embora com textura muito diferente. Antes de condensarem-se em substância física, os veículos dessa humanidade antiga foram, até certo ponto, tênues e plásticos. Poderiam na verdade ser considerados quase uma sombra com forma.
Portanto, o Corpo Denso não tinha ainda se desenvolvido até o ponto em que o Ego pudesse nele habitar. O Ego era ligado ao Corpo apenas magneticamente e como consequência permanecia em um estado livre, o que lhe permitia ir e vir à vontade. A Mente, tal como a conhecemos hoje, ainda não tinha surgido. A humanidade no início era realmente infantil e se encontrava sob a direção das Hierarquias Criadoras ou Zodiacais, seres espirituais aos quais estamos habituados a chamar de Deuses.
Todavia, os Lemurianos primitivos viviam em íntima harmonia com a natureza. Suas vidas estavam intimamente envolvidas e faziam realmente parte integrante das forças da natureza. Sua visão interna estava aberta para as inúmeras atividades das criaturas invisíveis (para nós) que constituíam o lado vivo da natureza na sua totalidade, enquanto sua audição interna registrava as sublimes harmonias para as quais a natureza progride e através das quais ela dirige suas múltiplas ações.
Também foi de acordo com as leis básicas da natureza que seus Corpos originais foram moldados, desenvolvidos e animados.
Quando a humanidade for suficientemente espiritualizada para reconhecer a relação da música com sua evolução, ela descobrirá como as harmonias celestiais emanadas das Hierarquias Zodiacais, nossos guardiões sagrados, exerceram influência formadora em cada estágio do seu desenvolvimento; perceberão ainda que cada passo tem sido acompanhado por uma orquestração celestial adaptada a cada processo criativo.
O ser humano, na sua formação, era bissexual. As polaridades masculina e feminina, agora focalizadas cosmicamente no Sol e na Lua, respectivamente, exerceram uma influência igual sobre os Corpos plásticos da humanidade primitiva. Isso, porém, ocorreu quando a Terra e a Lua eram ainda partes do Sol. Em um estágio mais tardio, quando a Terra foi lançada para fora do Sol e mais tardiamente ainda, quando a Lua foi atirada para fora da Terra, essas duas polaridades deixaram de ter uma expressão igual e equilibrada sobre o ser humano individual. Alguns responderam preponderantemente ao polo positivo centrado no Sol, enquanto outros responderam ao polo negativo focalizado na Lua. Finalmente, isso resultou na divisão da humanidade em dois sexos separados, com o homem e a mulher aparecendo em cena.
A partir de então as harmonias emanadas das Hierarquias Criadoras se diferenciaram em dois ritmos, agora conhecidos como Maior e Menor. As Notas musicais Maiores, masculinas na potência e objetivas no caráter, foram projetadas à humanidade através da força solar. As Notas musicais Menores, femininas na qualidade e subjetivas na natureza, foram dirigidas através da força da Lua. O ser humano que até então tinha evoluído sob os ritmos divididos em uma única escala, tornava-se agora sujeito a duas. Uma, afinada aos tons Maiores, dirigindo-o para condições de crescente densidade; outra, afinada aos tons Menores, dirigiu sua alma para um contato mais íntimo com as forças espirituais.
Como a Época Lemúrica encontrava-se predominantemente sob a influência da Lua, sua música estava afinada aos matizes mais sutis dos tons Menores. Tratava-se de uma música incomum, melancólica e sobrenatural. Vestígios dela persistem na música de Java e de outras Ilhas do Sul, estas remanescentes do continente Lemuriano.
A natureza mais íntima de qualquer povo pode ser avaliada penetrando compreensivelmente em sua música.
Nenhum outro meio é mais exato para avaliar a qualidade de suas vidas e o estágio de seu desenvolvimento. A menos que estejamos aptos para visualizar os corpos plásticos e fluídicos dos Lemurianos mais antigos, jamais entenderemos a influência exercida pela música sobre eles. Ela literalmente deu forma e traços característicos aos seus veículos em desenvolvimento. As forças circundantes da natureza fluíram através deles sem obstáculos. Eles habitaram entre as árvores gigantes de suas terras e seus bosques enormes eram áreas sagradas nas quais festivais sazonais eram observados. Cerimônias de iniciação de suas temporadas sagradas eram eventos gloriosos atribuídos à música, isto é, à harmonia das esferas.
Os dançarinos do Templo Lemuriano duplicaram os movimentos e ritmos das esferas celestiais e sua “música de gestos” era ouvida pelos fanáticos que dançavam. Certos centros espirituais ou “luzes” dentro de seus corpos eram despertados por essas danças realizadas na mais elevada reverência e na mais profunda emoção. Os dançarinos eram sempre escolhidos entre os aspirantes mais evoluídos do Templo.
Os Templos da Floresta eram, para os Lemurianos, o Santo dos Santos. Nesses santuários sagrados ocorriam os principais acontecimentos de suas vidas. Esses compreendiam o nascimento, a Iniciação ou iluminação espiritual e a morte — esses acontecimentos correspondem aos três passos de desenvolvimento em todas as escolas esotéricas e aos primeiros três graus das fraternidades. Era nos Templos da Floresta e sob orientação angelical que a propagação da onda de vida humana era levada a efeito de acordo com os apropriados ritmos astrais, cuja música era absorvida pela audição e transmitida à função edificadora do corpo.
Os Egos Lemurianos foram particularmente sensíveis à força do amor. A consciência era íntegra, pois os Egos não tinham ainda descido profundamente na existência material a ponto de retirar o véu existente entre os planos externos e internos do ser. Assim, a morte, como a conhecemos hoje, era desconhecida. Quando os Corpos terminavam seus períodos de utilidade, eram deixados de lado, da mesma forma que certos animais deixam e mudam periodicamente suas peles. Um Corpo Denso gerado sob tais condições era perfeitamente atinado com a nota estelar especifica de cada Ego. Pelo poder daquela nota era capaz de renovar ou descartar seu Corpo à vontade. A doença não tinha ainda se tornado uma aflição, assim, a vida era uma canção alegre e a Terra era ainda uma reflexão do Jardim do Éden. Como a raça Lemuriana era regida pela Lua, respondia fortemente às sempre mutáveis fases orbitais. Ao tempo das Luas Novas e Luas Cheias, forças poderosas eram liberadas; aí então, eles celebravam seus rituais místicos iniciatórios. Esses não eram dirigidos para os planos mais internos como agora, mas para os mais externos, dado que o desenvolvimento Lemuriano dependia primariamente do desenvolvimento objetivo da atividade. A música era um fator potente para capacitá-los a realizar a necessária descida para a matéria. Com essa descida a diferenciação entre os sexos se tornou mais marcante e era realizada através dos ritmos Maior e Menor que acompanham a Lua Cheia. Nas noites de Lua Cheia as forças femininas eram precipitadas através das celestiais tonalidades Menores e as forças masculinas através das tonalidades Maiores.
Mais tarde, quando a humanidade entrou completamente na existência física e quando, através da entrada no diferente significado da vida do mundo material, nascimento e morte marcaram as fases diferenciadas da existência. A entrada na manifestação física foi acompanhada por música constituída pelas harmonias de Notas musicais Maiores; enquanto a entrada nos Mundos internos, através do portão que chamamos morte, era atinada aos acordes Menores.
Assim, vemos quão profundamente é verdadeiro tratar o ser humano como um ser musical. Sua origem está na Palavra falada. Pelo som ele foi confirmado e pela música ele progrediu. O que ele registrou subconscientemente na Lemúria, um dia ele saberá conscientemente. Então não mais considerará a música como uma arte mais ou menos apartada da vida e não mais pensará na música somente como um objeto para alegria estética.
Ao contrário, ele reconhecerá a música como um fator vital para a evolução física, mental, emocional e espiritual de toda a onda de vida humana.
Já na próxima Época, a Atlante, a água era o principal elemento associado com a Atlântida, onde o ser humano foi ensinado a controlar suas emoções e a desenvolver suas faculdades físicas. Naquele continente o psiquismo alcançou o maior estágio de desenvolvimento já visto, nunca igualado antes ou depois, tendo a música atlante se constituído em um fator de desenvolvimento das faculdades psíquicas. A maior parte dessas músicas era solene e grave, algumas vezes alcançando níveis de grandeza imponente. Suas ondas melódicas eram comparáveis à música rítmica atualmente ouvida nos movimentos cíclicos das marés alta e baixa. O Sol nunca brilhou claramente na Atlântida. A atmosfera era sempre pesada devido à névoa existente. Nessa atmosfera nevoenta as figuras vaporosas de outros planos eram facilmente discerníveis, uma condição que auxiliou de maneira importante o despertar e o desenvolvimento das faculdades psíquicas. A Época Atlante terminou quando o continente foi destruído pela água.
A transição da Lemúrica para a Atlante foi marcada por um aumento da densidade da atmosfera, Corpos Densos mais solidificados e a consciência humana focalizada mais definitivamente no mundo material. A humanidade estava então perdendo aquela bonita e quase contínua comunhão com as hostes angelicais, desfrutada anteriormente pelos Lemurianos.
Consequentemente havia uma correspondente perda na percepção das harmonias celestiais. Entretanto, nesse estágio de desenvolvimento não tinham perdido contato com os Mundos internos a ponto de negar ou mesmo duvidar da existência da Música das Esferas, fosse ela ouvida ou não. Tais negativas não chegavam ao materialismo profundo da presente era. Assim, os Iniciados dos Templos Atlantes, sacerdotes e sacerdotisas da sabedoria eterna, realizavam seus rituais sagrados em total acordo com os ritmos celestiais.
Os Templos Atlantes eram realmente universidades onde as faculdades física, mental e espiritual do ser humano eram estimuladas e desenvolvidas. A partir do momento em que o ser humano deixou de viver em harmonia com os mundos elevados, seu Corpo Denso se tornou sujeito a desarmonias e doenças; nessas condições, um Mestre Iniciado se afinava com a nota estelar de um indivíduo, a fim de substituir a desarmonia pela harmonia. Com essa finalidade, a música, a grande panaceia curadora, era administrada nesses Templos.
Os povos atlantes eram muito mais suscetíveis aos efeitos curativos do ritmo do que a humanidade atual. Eles podiam utilizar a força pulsante do crescimento das plantas e se apropriar delas para a revitalização e renovação de seus Corpos Densos. Podiam também transferir essas energias de uma planta para outra, assim, aumentando a energia das plantas fracas e doentes através das plantas fortes e saudáveis. As palpitantes correntes de vida emitiam tons específicos na medida em que elas cresciam para cima. Os Atlantes podiam ouvir esses sons e transcrevê-los em música, tão perfeitamente afinados aos ritmos das plantas que eles possuíam uma dinâmica eficácia curadora. No devido tempo, consequentemente, a terapia musical se tornou um dos principais ramos da instrução no Templo.
A fala foi desenvolvida pelos Atlantes. Um tipo de fala cantante. Suas palavras entoadas projetavam energia em qualquer objeto especificado e por essa energia o objeto podia ser remodelado de acordo com a vontade de um indivíduo. Os cânticos e hinos de todas as Religiões antigas tiveram sua origem nessa fala cantante. Os sacerdotes do Templo e seus discípulos avançados podiam ouvir também as notas musicais dos objetos naturais e estavam aptos, por meio do poder que isso lhes dava, a realizar milagres de transformação. Isso originou numerosos mitos e lendas relacionados às civilizações que precederam nossa atual Quinta Raça Original, a raça Ária. Na Era de Ouro da Atlântida a liderança era conferida aos neófitos do Templo, mais espiritualmente desenvolvidos, aos quais eram concedidas honras e reverências pelos leigos. A Realeza era um Grau do Templo ao qual somente o mais merecedor podia aspirar; pois o Rei Iniciado era precedido apenas pelo Alto Sacerdote.
Será visto que no poder praticamente ilimitado dos Atlantes reside a semente da decadência e destruição definitivas. A tentação ao mau uso daquele poder foi para eles quase irresistível. Com o desenvolvimento de sua índole de desejos e de um concomitante crescimento em interesses egoístas, as habilidades que originalmente funcionavam sob a direção das Hierarquias de Luz foram transferidas para as da Sombra. As condições anunciando caos e desintegração similares àquelas manifestadas no mundo atual tornaram-se prevalentes. Tais condições eram sempre indicativas do início do fim. A fala cantante dos consagrados Iniciados do Templo foi modificada para fins nocivos e destrutivos. Literalmente, as “explosões tonais”, afinadas à nota-chave de uma pessoa ou objeto, eram usadas para destruir cruelmente a vida humana e a propriedade.
O conhecimento pelo ser humano das harmonias celestiais em ondas de tons Maiores e Menores foi comentado anteriormente. Com a depravação crescente dos Atlantes, as consonâncias e dissonâncias tornaram-se mais e mais agudamente diferenciadas. O resultado foi uma música estranha e sinistra, uma música capaz de produzir doença, perda da memória e mesmo insanidade. “Círculos Sombrios” compostos por neófitos do Templo, trabalhando sob influência das Sombras, estavam aptos a expressar explosões tonais capazes de expulsar um Ego para fora de seu corpo físico, frequentemente causando nas pessoas obsessão permanente ou mesmo a morte. Esses fatos são mencionados apenas para ressaltar o longo alcance dos poderes do som.
Somente um remanescente dos Atlantes foi salvo. Na terminologia bíblica, Noé e sua família sobreviveram ao dilúvio. Esse remanescente se tornou a semente da atual raça Ária. Sobre o novo continente para o qual esse remanescente migrou, o Sol brilhou claramente e pela primeira vez o ser humano pôde usufruir uma atmosfera oxigenada tal como a temos hoje. A humanidade dessa raça recebeu a suprema dádiva, a Mente, o elo que lhe permitirá ser como os deuses. O grande trabalho desde então é espiritualizar e desenvolver as Mentes Crísticas. Como a Mente está relacionada com o elemento Ar, é através do ar que seu progresso maior será atingido. Caso haja outra destruição deste Planeta após suas lições terem sido aprendidas, ela virá através daquele elemento.
A onda de vida humana está destinada a recuperar as harmonias celestiais que ela perdeu na Atlântida. Isso será feito através da Mente Crística e a música será o fator primordial na sua consecução. Através dos séculos os Guias da Humanidade têm enviado à Terra alguns de seus mais avançados Iniciados em música para auxiliar o ser humano a espiritualizar sua Mente. Tal foi o propósito da Criação de Haydn, do Messias de Häendel e das magníficas Paixões de J. S. Bach. Esse desenvolvimento está sob a orientação dos Senhores da Mente, os quais pertencem à Hierarquia de Sagitário, o Signo que conserva o modelo da Mente mais elevada e seus mistérios espirituais. O objetivo dessas Hierarquias é apressar no ser humano seus incentivos espirituais e encorajar suas aspirações até que ele ganhe ascendência sobre sua inferior Mente concreta.
A nota-chave de Sagitário é Fá Maior e a nota-chave da Terra é também Fá Maior. Vários sons da natureza são, consequentemente, afinados a essa nota. Essa é a razão pela qual composições em Fá Maior são especialmente relaxantes para um sistema nervoso alterado; também efetivos para restaurar um corpo fatigado e para acalmar uma Mente aturdida.
Através de ritmos em Fá Maior os Senhores da Mente concederam a Mente germinal para a humanidade nascente e, através de seu uso continuado, estão trazendo essa Mente para o ponto em que ela possa transmitir, para a personalidade externa do ser humano, a imagem-espírito existente dentro deles. Esses se tornarão os pioneiros da Sexta Raça original e entre eles nascerá um tipo de música com qualidades que curam e iluminam. Todos os movimentos em direção ao futuro são escolas preparatórias para a Nova Era, a Era de Aquário. Até que as Mentes dos neófitos se tornem espiritualizadas, eles receberão, através de tons e ritmos, aqueles poderes superiores que estão aguardando para serem concedidos ao ser humano.
(“Pre-Historic Origins of Music” de Corinne Heline da obra “Music: The Keynote of Human Evolution”, publicado na Revista “Rays from the Rose Cross”, Fev./Mar de 1988 e traduzido pela Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)
Receita: Bolinhos com Talos de Espinafre
Ingredientes:
2 xícaras de chá de talos de espinafre picadinhos
1 xícara de chá de leite
1 ovo
1 xícara de chá de fubá
1/2 xícara de chá de aveia (à sua escolha) ou farinha integral
2 colheres de sopa de queijo ralado (da sua preferência)
2 colheres de sopa de cebola ralada
sal a gosto
Orégano /salsinha e cebolinha picados (tudo a gosto)
Óleo para fritar
Modo de Preparo:
Numa travessa bata os ovos.
Junte os ovos todos os ingredientes e mexa bem.
Aqueça o óleo.
Com o auxílio de uma colher, frite os bolinhos.
Escorra em papel absorvente.
A Relação entre a Música e a Espiritualização
“Ao músico foi entregue a mais elevada missão, porque, como um modo de expressão da vida anímica, a música é a soberana”. Estas palavras de Max Heindel inspiraram-me a escrever este artigo sobre a relação existente entre a música e o crescimento espiritual.
Quando digo “música” quero referir-me unicamente a música de verdadeira eufonia, dádiva maravilhosa do Pai Celestial. Vias de regra, a maior parte daquilo que popularmente concebe-se como sendo música é justamente o contrário, porquanto não emana de Deus e sim das distorções da Mente humana. Esta se enquadra no mesmo plano da enfermidade que resulta, tão somente, da violação das Leis Divinas. Deus nos concedeu as melodias e vibrações para construirmos harmonias e ritmos belos, porém, o ser humano emprega-as erroneamente, usando-as em combinações desarmônicas, similarmente ao que faz, arruinando sua saúde, ingerindo alimentos que não se coadunam com a constituição do Corpo Denso.
O Deus do nosso Sistema Solar está representado por um triângulo, simbolizando o Poder Trino. Desse poder emanam as três qualidades: Vontade, Sabedoria e Ação. Do primeiro poder, que por sinal é o mais elevado, emana a Vontade, cuja vibração é Melodia e a cor é o azul. O segundo poder é a Sabedoria, cuja vibração é Harmonia e o amarelo a tonalidade correspondente. O Terceiro poder é representado pela Ação, cuja vibração é Ritmo e a cor correspondente é o vermelho. De modo que a música e a cor correspondem à mesma coisa, diferenciando-se como sons na música e como cores para a nossa vista; contudo, as vibrações são as mesmas. Assim como obtemos diversas combinações das três cores primárias mencionadas, de maneira idêntica combinamos os sons, pela mescla das três maiores ou primárias vibrações da música, o que estabelece a Eufonia, provando-se que a mais alta consecução em música se obtém por meio de um perfeito entrelaçamento de Melodia, Harmonia e Ritmo.
Por outro lado, a desarmonia é um resultado de um desajustamento na combinação da Melodia, Harmonia e Ritmo; e tem o mesmo efeito sobre os ouvidos sensitivos, como o tem a violenta combinação de cores sobre a vista delicada. Sons discordantes, que erroneamente recebem o nome de música, só podem ser apreciados por ouvidos carentes de sensibilidade. Do mesmo modo como há pessoas que mirando uma pintura não percebem as gradações da cor, assim também existem outras que não podem captar as combinações sutis dos três elementos da música. Para eles não existe diferença entre a verdadeira música e o que é uma degeneração dela, muitas delas ditas nos ritmos quentes.
A melodia e a cor azul estão ligadas à Mente. É uma agradável sucessão de simples sons musicais percebidos através do sentido da audição, conectado com o cérebro, que é o veículo físico da transmissão do pensamento. Portanto, através do veículo mental pode o ser humano se relacionar com a Melodia e a cor azul. A Harmonia e a cor amarela estão ligadas ao Corpo de Desejos. A Harmonia é uma combinação de sons acordes percebidos ao mesmo tempo, estando ligada ao Corpo de Desejos por intermédio de nossos sentimentos e emoções, sobre o que exercem sua influência junto com a cor correspondente. O Ritmo e a cor vermelha se acham ligados ao Corpo Vital (Max Heindel afirmou que o Corpo Vital apresenta uma cor parecida com a flor do pessegueiro, recém-aberta). É uma tonalidade derivada do vermelho. O Ritmo se manifesta pelo Poder de Deus, na ação e no movimento. A força ativa ou vital é absorvida pelo Corpo Vital quando prevalece uma saúde normal e essa energia mantém o Corpo Denso. Todas e cada uma das coisas existentes têm a sua nota-chave ou tom. Kepler disse que ouvia as diferentes notas emitidas pelos Astros e Max Heindel também afirmou que os cientistas ocultistas “escutam a música ordinária do deslocamento dos corpos celestes”. Eles formam a harpa e as cordas da lira de sete cordas de Apolo. Também asseveram que uma simples discordância afetaria a harmonia celeste, advindo uma grande hecatombe na matéria e um choque entre os mundos.
No Mundo Celeste, ainda que a cor e o som se achem presentes, deve-se ressaltar que dos sons é que se originaram as cores, e construíram todas as formas no Mundo Físico. Segundo Max Heindel, as formas que vemos ao nosso redor são figuras-sons cristalizadas das forças arquetípicas que trabalham dentro dos arquétipos no Mundo Celeste. O músico pode perceber certos tons em distintas partes da natureza, tais como o vento na floresta, o som das águas, o rumor do oceano, etc. Estes tons combinados formam um todo que é a nota-chave da Terra. Percebe-se esse tom na quietude do bosque, onde é mais perceptível devido à profunda calma reinante. Richard Wagner também o escutou, porque assim o expressa por meio de sua ópera Parsifal.
Alguns exemplos destes “certos tons nas distintas partes da natureza”, os quais Max Heindel nos afirmou que são ouvidos pelos músicos, encontram-se em algumas obras tais como “Nuvens” e “Mar” de Debussy. Nesta última composição o tom do espírito do mar encontra-se descrito magicamente apresentando com impressionante realidade o “Diálogo do Mar e do Vento”. Encontramos outro exemplo na “Sinfonia Pastoral” de Beethoven, na qual ele expressa diversos tons da natureza, entre os quais encontram-se os pássaros, os riachos e as tempestades. Mendelssohn captou a nota do mar, quando visitou a Escócia e a exprimiu em um de seus mais belos trabalhos sinfônicos. Rimsky-Korsakow em “Scheherezade” descreveu de um modo assaz realístico uma tempestade no mar, pois, o contato que teve com o oceano, quando integrava a Armada Russa, facultou-lhe uma ampla oportunidade marítima, tanto na calma como durante a tempestade. Estes são alguns poucos exemplos que podemos citar como prova.
O Segundo Céu é a verdadeira pátria da música, porque este é o reino do som. Quando o espírito abandona o Primeiro Céu, situado no Mundo do Desejo, entra no Segundo Céu localizado na Região do Pensamento Concreto. Agora, está livre de sua vida passada e vive em perfeita harmonia com Deus. Quando penetra nesta Região, desperta a Música das Esferas ao seu redor, cuja melodia transcende a tudo que havia ouvido na Terra. Este lugar, em verdade, é um paraíso para o compositor, porque aqui ele se eleva com a música, tal qual a havia concebido quando compunha no Mundo Físico, mas no qual não podia transcrevê-la para o papel de uma maneira concreta. Aqui, no Segundo Céu, ele compõe, inspirado nas coisas mais profundas do seu ser, com a mais incrível facilidade e prazer imersos, obtendo grandiosas melodias que traz ao plano físico depois, para alegrar aos corações daqueles que se acham ungidos ao mesmo. Se ele deseja, pode reencarnar como músico (e eu não posso imaginar um grande músico renunciando a este privilégio) preparando-se convenientemente para tal. Aprenderá a construir ouvidos, mãos e nervos supersensitivos e, nesse particular é ajudado pelos Mestres das Grandes Hierarquias. Max Heindel afirmou que a extensão do ajuste dos canais semicirculares do ouvido, aliado a uma delicadeza extrema nas “fibras de Corti”, das quais existem aproximadamente umas dez mil no ouvido humano, cada uma é capaz de interpretar cerca de vinte e cinco gradações de tom. Estas fibras nos ouvidos da maioria das pessoas não respondem a mais de três ou dez das tonalidades possíveis. Um músico comum não alcança mais do que cinco tons em cada fibra, ao passo que o verdadeiro mestre possui uma capacidade bem mais ampla. Portanto, é fácil compreender porque os Mestres das Grandes Hierarquias devem auxiliar especialmente o músico e o compositor, porque como disse Max Heindel: “o elevado estado de seu desenvolvimento demanda isto, e o instrumento por meio do qual o ser humano percebe a música é o sentido mais perfeito do corpo humano”.
Mozart, aos cinco anos de idade, compunha; aos dez havia completado uma sinfonia; aos quinze um oratório; aos doze uma ópera e aos dezoito havia composto umas vinte e três sonatas, oitenta e uma obras sinfônicas, nove missas, três oratórios, cinco sonatas para órgão e outros trabalhos de vulto.
Schubert, quando chegou aos dezesseis anos de idade, entre muitos outros trabalhos, compusera uma sinfonia, e quando tinha vinte e um anos havia escrito mais cinco. Mendelssohn começou a compor aos doze anos; havia escrito uma sinfonia aos dezesseis e com apenas dezessete anos brindou o mundo com a encantadora “Sonho de Uma Noite de Verão”. Estes exemplos e muitos outros, aqui não mencionados de músicos que já compunham em tenra idade provam que eles foram músicos em existências anteriores.
Em vidas passadas sempre ampliavam suas possibilidades musicais. Cada vez que atingia o Segundo Céu, entre as encarnações, construíam um arquétipo mais sensitivo que o último para captar as vibrações musicais do Cosmos, sendo neste particular, assessorados pelos Mestres das mais elevadas Hierarquias.
A música e a cor têm relação com a ordenação de nossa existência, através dos números: 1, 3, 7 e 12. Na figura do número 1 temos a escala musical completa; o total da luz solar. No 3 temos as três fases de Deus: Vontade, Sabedoria e Atividade, ou seja, Melodia, Harmonia e Ritmo e as três cores primárias, que são: Azul, Amarelo e Vermelho. Na figura do 7 temos as sete Hierarquias, os sete Mundos, os sete Planetas do nosso Sistema Solar. Na música a escala completa contém sete notas; nas cores, o branco contém as sete cores do espectro. Na figura do 12 temos os doze Signos do Zodíaco, os doze Irmãos Maiores, os doze Discípulos de Cristo. Na música, os sete tons da escala se decompõem em doze semitons. As sete cores do espectro se decompõem em doze, cinco das quais são vistas somente pelos Clarividentes exercitados.
Nós podemos elevar nossas vibrações por meio da música. Essa foi uma das razões por que a música foi escolhida como um meio de expressão espiritual nas cerimonias religiosas. Na maioria dos casos se inspira na Bíblia, e o sentimento de alívio que se experimenta é notável. Este é um exemplo do aumento das vibrações produzidas pela música. Esta é uma grande tônica para os nervos. A fadiga corporal pode ser removida, desde que nos sentemos em um lugar tranquilo, com música elevada purificando o ambiente.
O poder curativo da música tem sido alvo de várias experiências em diversos hospitais no mundo inteiro. Não obstante, a sua aplicação como terapêutica é pouco conhecida. A medicina tornar-se-á desnecessária, quando aprendermos a usar a música em relação aos nossos diferentes veículos. Ele pode se dizer com referência às cores.
Nas frases de Max Heindel, “como um modo de expressão para a vida da alma, a música reina de um modo supremo” constituem uma realidade, pois existem passagens nas grandes composições musicais, de natureza tão sublime que nos fazem sentir a presença de Deus, de uma maneira patente. Podemos citar algumas tais como a ópera de Parsifal de Wagner, onde o motivo da “Última Ceia” e sua evolução sinfônica é solenemente grandioso, e o motivo da “Fé” soa muito alto cada vez que se repete, como a fé que se eleva cada vez mais se esforçando para chegar a Deus. Também na “Paixão Segundo São João” de Bach, excelsa veneração sempre presente, culmina no puro e tranquilo coro de “Descansa Aqui em Paz Redentor”.
Quando um músico expressa sua obra no papel, nada mais efetua do que apresentar uma partícula daquilo que sente interiormente quando se coloca em sintonia com as vibrações cósmicas. Qualquer compositor confirmará que suas composições estão além daquilo que concretiza no papel. Não importa quão portentosa seja sua obra quando em forma concreta, pois jamais atingirá a excelência de quando foi sentida em sua alma. Estamos no presente estado evolutivo impossibilitados de expressar materialmente, com absoluta fidelidade, estas correntes musicais ou vibrações.
Poucas músicas atingiram a culminância de um Bach, porque ele podia penetrar mais adiante do que qualquer outro e sintonizar-se com as vibrações musicais mais sublimes. Ainda que ele não pudesse transcender a mais alta vibração ou corrente, mesmo assim, quando considerarmos a perfeição ao nosso desenvolvimento, pressentiremos algo divinal.
Talvez possamos atingir tal estado na Era de Aquário, quando tivermos avançado o suficiente para que se fundam a Arte, a Ciência e a Religião em uma unidade espiritual. Desse modo veremos que a relação da música com o crescimento espiritual resume-se em poucas palavras como segue: “Com Deus tudo é Melodia, Harmonia e Ritmo, porque os Seus pensamentos são Melodias, Suas criações Harmonia e Seus movimentos (ou gestos) são Ritmos”.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – 06/1967 – Fraternidade Rosacruz – SP)