Arquivo de categoria Estudos Bíblicos Rosacruzes em Perguntas e Respostas

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Como sabem que o Ego permanece consciente após a morte?

Pergunta: Como sabem que o Ego permanece consciente após a morte? A esse respeito lemos em Jo 14:12: “Assim o homem, quando dormir, não ressuscitará; até que o céu seja consumido, não despertará, nem se levantará do seu sono”?

Resposta: Quando lemos um livro, não interpretamos tudo literalmente se o seu estilo é poético. Percebemos o absurdo dessa interpretação literal da Bíblia quando deparamos com passagens que dizem que as árvores cantam ou que as colinas dançam, pois todos sabemos que, na verdade, as colinas não dançam nem as árvores cantam ou riem. Captamos o sentimento do poeta e descontamos tais expressões como termos poéticos, que não devem ser interpretados literalmente. O mesmo acontece com outras declarações que são contrárias ao que sabemos ser realmente os fatos. Quando alguém desenvolveu a visão espiritual, torna-se-lhe um fato óbvio que a consciência não começa com o nascimento nem termina com a morte. Na realidade, a consciência lúcida do mundo físico, que consideramos tão elevada e importante durante a vida, é realmente muito limitada quando comparada à consciência espiritual. Somos mais conscientes antes do nascimento e depois da morte, porque estamos mais próximos da Fonte espiritual do nosso ser, no qual está toda a consciência.

Os Espiritualistas e a Sociedade de Pesquisas Psíquicas deram um grande passo no sentido de apresentar ao público uma prova positiva de que há uma continuidade da consciência depois que saímos do corpo. Embora tenham ocorrido muitas fraudes nessas demonstrações, houve também uma grande parte de verdade revelada, sob condições que impossibilitaram qualquer engano ou fraudes. Mensagens foram recebidas de pessoas que deixaram esta vida e mostraram que uma condição como a descrita na passagem de Jó, não é absolutamente verdadeira. Se lerem na nossa literatura: “O Enigma da Vida e da Morte” e “Onde Estão os Mortos?” encontrarão a questão do renascimento explicado de uma forma bem abrangente.

Exemplos bíblicos e históricos, tais como o de Joana d’Arc, a libertadora francesa, que era uma camponesa ignorante, mas que, guiada por vozes Espirituais, expulsou inteligentemente os generais ingleses e trouxe a vitória aos exércitos franceses, provando, com isso, que aqueles que deixam esta vida não estão num estado de inconsciência, nem perdem um grau de sua inteligência.

Além disso, não é necessário confiar nos Espíritos que ultrapassaram o véu da morte para comunicar-nos os fatos sobre a existência no além. Cada um de nós possui dentro de si um sexto sentido latente, o qual, quando desenvolvido, permite-nos penetrar conscientemente nesse campo para ver, saber, e atuar nesse plano de vida e de existência juntamente com aqueles Espíritos que já deixaram a presente vida. Podemos, então, falar, andar com eles e, em todos os aspectos, penetrar em suas vidas, de maneira que ficamos sabendo, sem depender de ninguém, que a consciência que possuímos durante a vida aumenta ao descartarmo-nos deste revestimento mortal.

No entanto, é necessário treinamento e esforço para despertar essa faculdade espiritual, e usar esse sentido da mesma forma que se requer tempo, esforço e aplicação para aprender a arte de tocar piano ou fabricar um relógio. Todos temos a faculdade latente dentro de nós e podemos desenvolvê-la se assim o desejarmos.

No decorrer do tempo, todo ser humano terá essa faculdade em adição aos cinco sentidos atuais. É esse o significado do Livro das Revelações ao dizer que no Novo Céu e na Nova Terra não haverá morte. Jó fala do corpo e dos céus atuais. Esses passarão, mas a Revelação fala a respeito de um Novo Céu e de uma Nova Terra onde habitará a retidão. O último inimigo a ser conquistado será a morte. Quando tivermos desenvolvido essa faculdade espiritual de maneira a ser possível, a qualquer momento, focalizar a nossa visão nesse plano de existência onde aqueles que chamamos “mortos” estão vivendo agora, vê-los-emos com a mesma aparência que tinham antes, e saberemos que, na realidade, a morte não existe. Essa será a melhor prova.

(Do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Perg. Nº 103 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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Pergunta: Para onde foi o homem Jesus depois que o Cristo se apoderou dos seus veículos inferiores? Estaria ele presente, mas inativo, durante todo o ministério de Cristo?

Pergunta: Para onde foi o homem Jesus depois que o Cristo se apoderou dos seus veículos inferiores? Estaria ele presente, mas inativo, durante todo o ministério de Cristo?

Resposta: Jesus ficou nos Mundos invisíveis, de onde tem trabalhado, desde então, com as igrejas.

(Do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Perg. Nº 101 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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Pergunta: Como se harmonizam os Ensinamentos Rosacruzes com a Bíblia nos seguintes pontos: “salvadores”: Jesus como o Salvador, e O classificam juntamente com Buda e Maomé; a Bíblia diz que “Jesus é o Filho unigênito de Deus”?

Pergunta: Como se harmonizam os Ensinamentos Rosacruzes com a Bíblia nos seguintes pontos: os Rosacruzes falam de “salvadores” e de Jesus como o Salvador, e O classificam juntamente com Buda e Maomé; a Bíblia diz que “Jesus é o Filho unigênito de Deus” (Jo 3:16); diz também que “debaixo do céu NENHUM OUTRO NOME foi dado aos homens, pelo qual nós devamos ser salvos” (At 4:12); Jesus disse “Ninguém vem ao Pai SENÃO POR MIM” (Jo 14:6)?

Resposta: Se você leu cuidadosamente os Ensinamentos Rosacruzes, verificará que neles se faz uma distinção entre Jesus e Cristo. Jesus era um homem entre os homens. Quando pesquisamos na Memória da Natureza, podemos contemplar suas vidas anteriores da mesma forma que a dos outros seres humanos, embora ele seja, provavelmente, a maior e mais nobre alma que já viveu num corpo humano. Cristo é o mais Elevado iniciado do Período Solar e jamais havia vivido num corpo terreno antes de entrar no corpo de Jesus por ocasião do Batismo, para ensinar diretamente aos seres humanos o caminho do Reino de Deus. Por essa razão, ambos, Jesus e Cristo, estão imensamente acima de grandes e nobres mestres tais como Buda, Maomé, Confúcio e outros.

A pergunta está correta ao declarar que a versão autorizada da Bíblia diz que Cristo é o único Filho de Deus, mas para entender isso, não devemos basear-nos unicamente na tradução inglesa. A frase usada na grega é ton monogene, e pode ser traduzida por “o gerado sozinho”, a mesma monogenia que observamos nas plantas. Isto é, muitas plantas têm flores tanto masculinas como femininas, e são capazes de fecundar a sua própria semente de forma que essas sementes cresçam, tornando-se plantas iguais àquela que as gerou. Sabemos pela Bíblia que o ser humano foi macho-fêmea, um hermafrodita, capaz de procriar um outro ser sem a cooperação alheia, ao contrário do que acontece atualmente devido à divisão dos sexos. Por conseguinte, o que a Bíblia deseja transmitir não é que o Cristo tenha sido o único e exclusivo gerado pelo Pai. Isso pode ser ou não. Não temos conhecimento a respeito do assunto, mas sabemos pela passagem da Bíblia, que o Cristo foi gerado pelo Próprio Pai sem qualquer outro intermediário – por monogenia, o mesmo processo pelo qual uma planta possuindo flores masculinas e femininas, como já foi dito, pode reproduzir a sua espécie. Mas isso não se aplica ao corpo físico, pois o revestimento denso usado por Cristo durante o Seu ministério entre nós foi o corpo de Jesus, nascido da maneira habitual, o qual descende de David, o ancestral da sua raça, segundo os historiadores da genealogia encontrada na Bíblia.

Também é verdade quando a Bíblia diz que “debaixo do céu nenhum outro nome foi dado aos homens, pelo qual nós devamos ser salvos”, e também quando disse: “Ninguém vem ao Pai senão por mim”. Contudo, devemos também lembrar que essas duas declarações dizem respeito ao Espírito de Cristo que animou o corpo de Jesus durante os anos de ministério.

(Do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Perg. Nº 102 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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Qual o significado das palavras de Jesus quando disse à sua mãe Maria: “Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora” (Jo 2:4)

Pergunta: Qual o significado das palavras de Jesus quando disse à sua mãe Maria: “Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora” (Jo 2:4).

Resposta: Este é mais um caso em que os tradutores da Bíblia traduziram incorretamente o texto grego de uma maneira injustificável. A observação foi feita na ocasião das Bodas de Caná, onde Maria, a mãe de Jesus, segundo a Bíblia, veio a ele dizendo que não havia mais vinho. Jesus respondeu-lhe, então, com as seguintes palavras em grego: “Ti emoi kai soi gunai”. Traduzido literalmente, temos: “O que (é isso) para mim e para ti, mulher? Ainda não é chegada a minha hora“. Mesmo se não levarmos em consideração o sentido esotérico dessa observação, isso parece bem mais agradável que a resposta áspera atribuída a Jesus na versão popular da Bíblia do Rei James.

Devemos também lembrar que o Cristo não era o filho de Maria no mesmo sentido em que o era Jesus, pois, embora Ele usasse o corpo de Jesus, Ele não reconhecia qualquer parentesco físico com Maria, portanto, o dirigir-se a ela chamando-a “mulher”, estava perfeitamente justificado.

Contudo, há outro significado mais profundo em todo o relato das bodas de Caná. Ensinou-se na literatura Rosacruz que os Evangelhos não são histórias sobre a vida de um indivíduo chamado Jesus, que foi uma figura única na humanidade. Embora o Jesus dos Evangelhos tenha existido realmente, os Evangelhos em si são histórias ou fórmulas de iniciação, e as bodas de Caná, onde Cristo realizou o Seu primeiro grande milagre, foi algo bem maior do que uma simples cerimônia de casamento entre um homem e uma mulher na vida comum. Foi, na realidade, um casamento místico do “Eu superior” com o “Eu inferior” sob a nova ordem do Serviço do Templo inaugurado, então, por Cristo. Na Época Atlante a água foi usada nos templos, mas na Época Ária o vinho era essencial.

Raças diferentes viveram sobre a Terra em várias Épocas, e elas eram constituídas diferentemente do que nós o somos hoje. A primeira raça humana é simbolizada na Bíblia pelo nome de Adão. Os seres eram da terra, terrenos, isto é, tinham somente um corpo mineral – um Corpo Denso -, pois eram formados dos minerais da Terra. A segunda raça é simbolizada pelo nome de Caim. Eles tinham um Corpo Denso mineral e, também, um Corpo Vital, formado de Éteres. Eram semelhantes às plantas e alimentavam-se de vegetais. Por isso, ouvimos dizer que Caim cultivava o solo e plantava sementes. A terceira raça desenvolveu um Corpo de Desejos e devido a sua natureza emocional e passional os seres humanos tornaram-se semelhantes ao animal. Assim, foi-lhes dado alimento animal ou carne para comer, e lemos na Bíblia que Nimrod foi um poderoso caçador. Por último, a Mente foi-lhes acrescentada formando um elo entre o Tríplice Corpo e o Tríplice Espírito. O Espírito introduziu-se então no corpo, tornando-se um morador, um Ego.

Para que esse Ego pudesse aprender a lição na Terra, ele deveria esquecer, durante algum tempo, sua origem espiritual celeste. Para esse fim, um novo alimento foi-lhe dado, e o vinho, um espírito fermentado fora do corpo, foi usado pela primeira vez por Noé, o Hierarca Atlante, para amortecer o verdadeiro Espírito que habitava o corpo.

Sob a influência intoxicante desse pseudo-espírito, o ser humano esqueceu gradualmente sua origem divina e focalizou toda a sua atenção nas lições que deveriam ser aprendidas neste Mundo. Embora a humanidade se tenha entregado a este novo gênero de nutrição, o vinho, a despeito até das orgias realizadas em cerimônias exotéricas, nos santuários de todas as antigas dispensações só era utilizado água, e os santos e sumos sacerdotes nunca permitiam que o vinho tocasse seus lábios.

Consequentemente, eles não eram líderes cegos conduzindo outros cegos, mas viam claramente os Mundo invisíveis e conheciam o sagrado mistério da vida.

Durante as Épocas primitivas da evolução o ser humano foi guiado por mensageiros visíveis das Hierarquias Divinas que ele reverenciava como Deus, e mesmo depois que eles o deixaram, os profetas e os videntes continuaram a aparecer entre os seres humanos para testemunhar a realidade de Deus e dos Mundos invisíveis. As antigas Religiões ensinaram também a doutrina do Renascimento e, assim, o ser humano soube que progredia por meio da experiência adquirida utilizando uma série de corpos terrenos de textura cada vez mais aprimorada. É por essa razão que muitos hindus, que acreditam no Renascimento, acham que não há necessidade de pressa em termos de evolução. Contudo, para que o ser humano do Mundo ocidental, onde habitam os seres humanos pioneiros, pudesse se aplicar com toda a sua alma e sua Mente no domínio dos segredos da vida terrena, foi determinado privá-lo totalmente desse ensinamento. Os próprios conselheiros espirituais ficaram, por algum tempo, cegos quanto ao conhecimento consciente de Deus e da visão dos Mundos internos, para que dessa forma, toda a humanidade pudesse se tornar autossuficiente durante a Nova Dispensação, se aplicando inteiramente à evolução material que lhe estava reservada. O vinho teve, desde o início, essa contribuição em termos exotéricos, e o seu uso foi sancionado no templo pelo primeiro milagre.

Sob a Antiga Dispensação, somente a água era usada no Serviço do Templo, mas, com o decorrer do tempo, o vinho se tornou um fator na evolução humana. Um deus do vinho, Baco, foi adorado e as orgias desregradas se realizavam a fim de abafar as aspirações do Espírito, para que este pudesse se entregar inteiramente à conquista do Mundo Físico. Sob a Dispensação Mosaica (Antiga Dispensação) os sacerdotes eram estritamente proibidos de usar vinho ao oficiar no templo, mas Cristo, em Sua primeira aparição pública, transformou a água em vinho, aprovando seu uso na ordem das coisas então existentes. Notemos que isto foi efetuado publicamente, e este foi o Seu primeiro ato de ministério público. Contudo, na última sessão esotérica do Cristo com Seus Discípulos, no qual foi celebrada a Nova Aliança, não havia carne de cordeiro (Áries), como exigia a Lei Mosaica. Tampouco havia vinho, mas apenas pão – um produto vegetal – e o cálice do qual falaremos a seguir. Baseados em Suas palavras proferidas naquele momento: “Em verdade vos digo, já não beberei do fruto da videira até aquele dia em que beberei o vinho novo do Reino de Deus”.” (Mc 14:25), o suco recém extraído da uva não contém um espírito proveniente da fermentação e decomposição, mas é um alimento vegetal puro e nutritivo. Assim, os seguidores da doutrina esotérica foram instruídos, por Cristo, a adotarem uma dieta que não incluísse nem a carne animal, nem bebidas alcóolicas.

Supõe-se, geralmente, que o cálice usado por Cristo na Última Ceia continha vinho, no entanto, não há fundamento na Bíblia para essa suposição. Foram dados três relatos sobre a preparação desta Páscoa. Enquanto São Marcos e São Lucas declaram que os mensageiros foram enviados a uma determinada cidade para procurar um homem transportando um cântaro de água, nenhum dos Evangelistas disse que o cálice continha vinho. Além disso, pesquisas na Memória da Natureza mostram que a água era a bebida usada, pois o vinho, sob o ponto de vista esotérico, já tinha cumprido sua função. Com esse ato se iniciou o movimento da temperança, pois essas mudanças cósmicas envolvem uma longa preparação nos mundos internos antes que possam manifestar-se externamente na sociedade. Milhares de anos nada representam em tais processos.

O uso da água na Última Ceia também se harmoniza com os requisitos astrológicos e éticos. O Sol estava deixando Áries, o Signo do Cordeiro, entrando em Peixes, o Signo dos Peixes, um Signo aquático (tudo isso pelo movimento da Precessão dos Equinócios). Uma nova nota de aspiração iria soar, uma nova fase de elevação humana devia ser introduzida durante a Era Pisciana que se aproximava. A autoindulgência iria ser superada pelo espírito da renúncia. O pão, sustento da vida, feito da semente imaculadamente gerada, não alimenta as paixões como a carne; também o nosso sangue, quando diluído na água, não se altera tão bruscamente como quando está saturado de vinho. Portanto, o pão e a água são alimentos adequados e símbolos de ideais durante a Era Peixes-Virgem. Eles representam a pureza, e a Igreja Católica deu aos seus seguidores a água pisciana colocada à porta de seus templos e o pão virginiano no altar, recusando-lhes o cálice de vinho durante o Ofício.

Não obstante, mesmo o que foi exposto acima não nos leva ao cerne do mistério culto no “Cálice da Nova Aliança”. A antiga taça de vinho que nos foi dada quando entramos em na Época Ária, a terra da geração, era portadora de destruição, da morte e do veneno, e a palavra que, então, aprendemos a proferir estava morta e impotente.

A nova taça de vinho mencionada, como a representação do ideal da futura época, a Nova Galileia (que não deve ser confundida com a Era de Aquário), é um órgão etérico formado dentro da cabeça e da garganta pela força sexual não gasta que, à visão espiritual, se assemelha à haste de uma flor, elevando-se da parte inferior do tronco. Este cálice, ou cálice-semente, é realmente um órgão criador, capaz de enunciar a palavra de vida e de poder.

Atualmente, a palavra é articulada por movimentos musculares desajeitados que regulam a laringe, a língua e os lábios para que o ar, proveniente dos pulmões, emita determinados sons, mas o ar é um meio pesado, quando comparado às forças mais sutis da Natureza, como a eletricidade que se move no Éter. Quando este novo órgão tiver evoluído, terá o poder de pronunciar a palavra de vida, de infundir vitalidade em substâncias até hoje inertes. Este órgão está sendo hoje formado por nós, por meio do serviço prestado amorosa e desinteressadamente.

Lembremo-nos que Cristo não deu o cálice à multidão, mas aos Seus Discípulos, que eram os Seus mensageiros e servidores da Cruz. Atualmente, aqueles que bebem da taça do autossacrifício, os que colocam sua força criadora ao serviço amoroso e desinteressado dos outros, estão construindo esse órgão juntamente com o Corpo-Alma, o “Dourado Manto Nupcial”. Eles estão aprendendo a usá-lo, em pequena escala, como Auxiliares Invisíveis, quando deixam seus corpos à noite e é nessas circunstâncias que aprendem a proferir a palavra de poder que remove a doença e cria tecidos sadios.

Quando a Época Atlante se aproximava do fim e a humanidade abandonou seu lar da infância, onde estivera sob a tutela direta dos Mestres divinos, fez-se a Antiga Aliança, e foi-lhes concedido a carne animal e o vinho, sendo que estes elementos, aliados ao uso irrestrito da força sexual, transformaram a Época Ária numa era de morte e destruição. Estamos chegando, agora, ao término dela.

A Era Pisciana, ou o período em que o Sol, pelo movimento de precessão, passa pelo Signo de Peixes, os peixes, está chegando ao fim. Durante esse período, o Signo oposto a Peixes, Virgem, representou o ideal humano. Ela foi venerada por um sacerdócio celibatário que recomendava aos fiéis o uso do “peixe” como alimento em certos dias da semana e do ano. No Zodíaco ilustrado, o Signo de Virgem tem uma espiga de trigo na mão. Tanto a semente como a uva são produtos do reino vegetal, e a Imaculada Virgem Celestial incorporou, portanto, o primeiro princípio da Imaculada Concepção, o sangue (vinho) e o corpo (pão) do Cristo. O clero celibatário, orientando o culto, ressaltou a importância desses elementos durante a Era de Peixes que terminará em breve, portanto, o vinho está sendo rapidamente abolido nos ofícios do templo e entre as massas, e isso está gerando um grau maior de sensibilidade que estamos experimentando hoje. O Espírito Divino, oculto dentro de cada ser humano, está despertando do seu sono tóxico produzido pelo espírito do vinho, e está começando a se recordar de sua origem divina e de sua herança da vida, à qual não tem início nem fim.

Vale a pena notar que, tanto o clero dos diversos países do Velho Mundo quanto os padres católicos das Américas ainda continuam a incluir o vinho e as bebidas alcoólicas diariamente, e é bem significativo que quando o Parlamento da Inglaterra, o Rei e os nobres, que representam o poder político, tentaram aprovar leis que proibissem a venda de bebidas alcoólicas no país, a medida fracassou devido à determinada oposição dos mais altos dignitários da Igreja.

Esta atitude do clero europeu não implica, de modo algum, numa degradação por parte deles, nem que devam ser censurados. A humanidade tem ainda muitas lições para aprender, e estas só podem ser proporcionadas durante a “era do vinho”. Quando cessar a necessidade do espírito falso, este cairá em desuso sem que seja necessário recorrer a medidas legislativas, que geralmente não são eficientes, pois é totalmente impossível legislar a moralidade num povo. Até que uma lei seja aprovada internamente, a pessoa a infringirá para garantir a satisfação de seus desejos, independente de quaisquer medidas restritivas.

(Pergunta nº 90 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

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Pergunta: O que significa, no Credo dos Apóstolos e na Bíblia, a ressurreição do Corpo?

Pergunta: O que significa, no Credo dos Apóstolos e na Bíblia, a ressurreição do Corpo?

Resposta: A Doutrina dos Apóstolos só foi composta séculos depois dos Apóstolos terem falecido, e foi concebida de forma a englobar o que eles acreditavam. Nem eles nem a Bíblia ensinam a ressurreição do Corpo. Essa frase nunca é encontrada na Bíblia. Na versão do Rei James, lemos (Jó 19:26), “E serei novamente revestido da minha pele e na minha própria carne verei o meu Deus”; e esta passagem é o principal fundamento dos que se esforçam para estabelecer esta doutrina absurda. No entanto, os tradutores indicados pelo Rei James eram pobres estudantes hebreus, e muitos deles morreram antes da tradução estar completa. Em sua versão revisada, encontraremos outra interpretação, que diz: “E depois da minha pele, mesmo que meu corpo seja destruído, então, sem a minha carne verei a Deus”. A carne e o sangue não podem herdar o Reino de Deus; portanto, qual seria a utilidade de ter um corpo tal como o que temos agora? Além disso, este corpo deve perpetuar-se atualmente, e aprendemos que na ressurreição não haverá casamentos – outro argumento que mostra que será usado um veículo diferente do carnal. Por outro lado, é um fato científico conhecido e já estabelecido, que os átomos de nossos corpos estão constantemente em movimento. Assim, se houver uma ressurreição do corpo, quais seriam os átomos que apareceriam no corpo ressuscitado? Caso todos os átomos que passaram por nosso corpo, desde o nascimento até a morte, devessem ressuscitar, não haveria uma enorme aglomeração, visto que teríamos então corpos imensos compostos de várias camadas? Seria, de fato, um enigma científico. Como diz São Paulo, a semente é lançada ao solo cada vez para formar um novo corpo (ICor 1:15).

(Do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Pergunta Nº 75 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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Pergunta: Foi-nos dito que é um erro enviar missionários a países estrangeiros: as religiões praticadas lhes são apropriadas. Como explicam a ordem de Cristo aos seus Apóstolos: “Espalhem-se por todo o mundo e preguem o Evangelho a todas as criaturas”?

Pergunta: Em uma de suas conferências, foi-nos dito que é um erro enviar missionários a países estrangeiros, porque as religiões praticadas pelos chamados pagãos lhes são apropriadas. No entanto, esses missionários não causaram grande prejuízo. Como explicam a ordem de Cristo aos seus Apóstolos: “Espalhem-se por todo o mundo e preguem o Evangelho para todas as criaturas”?

Resposta: O significado das palavras de Cristo depende, obviamente, da interpretação da palavra “mundo”. Se por essa palavra entendemos toda a Terra, torna-se correto enviar missionários para países estrangeiros. Mas, a Bíblia diz-nos que os discípulos, aos quais essa ordem foi dada, retornaram após terem cumprido sua missão, mostrando que a palavra empregada nessa ordem não poderia referir-se ao mundo todo. A palavra “mundo” deveria ter sido dada a interpretação “polity” (forma de organização política), que também pode ser encontrada em alguns dos nossos dicionários com outros ignificado. Na época de Cristo, os povos não conheciam todo o globo terrestre. Encontramos relatos ainda hoje de que o cabo mais ocidental da Espanha é chamado Cabo Finisterre – o fim da terra. Esse termo, na época em que Cristo pronunciou a sua ordem, não poderia ter incluído toda a Terra tal como a conhecemos hoje. A declaração não é contrária aos ensinamentos da Bíblia. É errado enviar missionários para os povos que chamamos de “pagãos”, pois, o seu desenvolvimento, até agora, não os permite entender uma religião que prega o amor ao próximo, uma religião que, mesmo nós, ainda não aprendemos a colocar em prática. Se os Anjos do Destino, responsáveis pela evolução da humanidade, estão em condições de avaliar as nossas necessidades e colocar cada um no ambiente onde possa encontrar as influências mais proveitosas ao seu progresso, devemos acreditar, também, que eles deram a cada nação a religião mais apropriada para o seu desenvolvimento.

Quando um ser humano é colocado num país cristão, essa religião possui o ideal pelo qual deverá lutar, mas tentar impô-la a outras pessoas que foram colocadas numa esfera diferente seria colocar o nosso julgamento acima do julgamento de Deus e de Seus ministros, os Anjos do Destino. Como já foi mencionado, os missionários cristãos causaram pouco prejuízo aos povos que visitaram, mas poderiam ter feito melhor se permanecessem em casa. Não precisamos afastar-nos de casa para encontrar o pagão que necessita dos ensinamentos bíblicos. O professor Wilbur L. Cross de Yale menciona, por exemplo, que numa classe de quarenta alunos, ninguém pode identificar Judas Iscariotes. Ele tinha um aluno judeu que jamais ouvira falar de Moisés e que, em resposta a uma pergunta relativa à natureza da viagem dos “Pilgrims” (colonos puritanos fundadores da colônia de Plymouth), a melhor resposta conseguida é que isso foi a base da história da Nova Inglaterra. Se os missionários tivessem entrado em contato com esses pagãos, talvez tivessem agido melhor.

Todavia, o maior prejuízo é quando o Oriente envia os seus missionários para cá a fim de converter-nos ao hinduísmo e religiões afins. Esses hindus, frequentemente, ensinam exercícios de respiração que podem levar-nos a loucura ou ao definhamento do corpo, porque os corpos ocidentais não são afeitos a tais práticas. É mais seguro permanecer na religião do nosso país, estudá-la e praticá-la, deixando as outras nações o privilégio de fazer o mesmo com relação as suas próprias religiões.

(Livro: Perguntas e Respostas – Vol. I – pergunta 118 – Max Heindel)

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