Pergunta: Diz-se que o corpo não deveria ser cremado antes de três dias e meio após a morte. Um enterro realizado antes desse período teria efeito prejudicial para o Ego?
Resposta: Não, o enterro do corpo, em si, não é prejudicial, a menos que o cadáver seja perturbado de outra maneira qualquer. Contudo é difícil que um enterro seja realizado sem que haja alguma comoção ou sem que o Corpo seja molestado. Por essa razão, é melhor completar o período acima mencionado antes que o enterro ocorra.
É claro que qualquer incisão sofrida no Corpo, tal como a que é feita durante o embalsamento ou com outro propósito, é sentida pelo Espírito.
Da mesma forma que o Espírito sente levemente o corte, quando o médico realiza a operação em uma pessoa que está sob o efeito da anestesia, assim também uma operação post-mortem causa bastante desconforto para o Espírito.
Por isso, deveríamos evitar essa situação o quanto possível. Deveria haver calma e silêncio ao redor do Corpo durante esses três dias e meio, visto que qualquer coisa que perturbe o descanso e a paz seja realmente prejudicial ao Ego.
(Pergunta nº 7 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas” – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
Pergunta: No “Conceito Rosacruz do Cosmos”, lemos que o avarento, depois de morrer, ao se encontrar nas Regiões inferiores do Mundo do Desejo, pode ver o seu ouro e os seus herdeiros o esbanjando, quando ele já não possui órgãos sensoriais ou qualquer material grosseiro em vibração para estar em harmonia com o denso Mundo Físico. Nós não podemos ver o Mundo do Desejo até que tenhamos desenvolvido os centros do Corpo de Desejos. Como então os que se encontram no Mundo do Desejo podem nos ver, quando já descartaram os órgãos sensoriais físicos?
Resposta: Compreendemos, naturalmente, que o Mundo do Desejo, os Éteres e o Mundo Físico interpenetram-se mutuamente; por conseguinte, o avarento está aqui, entre nós, exatamente como quando estava revestido de um Corpo Denso. Muitas vezes, é difícil entender que a matéria de desejo mais densa, com a qual as Regiões inferiores do Mundo do Desejo são compostas, o Éter Químico, que é o mais inferior dentre os quatro Éteres, e mesmo os gazes físicos estejam intimamente ligados, formando a camada externa de todos os Espíritos que acabaram de ser libertados do Corpo Denso. Portanto, estão vivendo nas Regiões mais baixas do Mundo do Desejo, em contato tão íntimo com o Mundo Físico que é surpreendente para o autor que as pessoas não consigam vê-los entre nós, indo de um lado para outro. Assemelham-se à pessoa que saiu de um quarto em um dia brilhante e ensolarado: o brilho do sol a cega, mas ao retornar ao quarto consegue ver claramente tudo que está no seu interior.
Portanto, o avarento e todos os outros que acabaram de deixar o Corpo Denso veem as pessoas neste mundo muito mais claramente do que as próprias coisas que se encontram no Mundo do Desejo, onde eles estão. Assim como o ser humano que sai quando o Sol está brilhando deve primeiro acostumar-se a ver tudo que o cerca ajustando o foco dos seus olhos, assim também os Espíritos que acabaram de entrar no Mundo do Desejo, após a morte, requerem algum tempo para esse ajustamento. E o material mais denso do seu ser, que é lançado em direção à periferia pela força centrífuga de Repulsão, mantém-nos presos à Terra durante um tempo mais ou menos longo, até que se livrem do material mais grosseiro e sejam capazes de sintonizar-se com as vibrações mais sutis das Regiões superiores. É por essa razão que o avarento, o alcoólatra, o libertino e pessoas similares, cujos desejos são naturalmente baixos e corrompidos, permanecem nessas regiões inferiores, que poderiam muito bem ser chamadas de inferno, por um tempo mais longo do que as pessoas possuidoras de ideais elevados e aspirações espirituais, que se esforçaram durante a vida para erradicar seus vícios e dominar sua natureza inferior. Seus Corpos de Desejos contêm comparativamente pouco material grosseiro e esse é logo consumido, deixando-as livres para ascender em direção às esferas mais elevadas.
Em relação à pergunta de como o avarento consegue ver as coisas físicas, quando já não possui órgãos sensoriais, podemos dizer que não há órgãos sensoriais diferenciados nos veículos mais sutis. Da mesma forma que sentimos com toda a superfície do nosso corpo, o Espírito também vê e ouve não apenas com a superfície, mas com cada átomo do seu corpo espiritual, dentro e fora. O que eles percebem não são realmente as coisas físicas que vemos com os nossos olhos físicos; mas, isto sim, cada cadeira, escrivaninha ou outra peça material que é interpenetrada por ambos os Éteres e pela matéria de desejos — é isso que eles percebem e é tão real e tangível para eles quanto as formas físicas para os nossos sentidos.
(Pergunta nº 13 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas” – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
Pergunta: Quais as causas da insanidade?
Resposta: Responder a essa pergunta requereria muitos volumes, mas podemos dizer que, do ponto de vista do ocultista, há quatro classes de insanidade.
A insanidade é sempre causada por uma ruptura na cadeia de veículos entre o Ego e o seu veículo Corpo Denso. Essa ruptura pode ocorrer entre os centros cerebrais e o Corpo Vital, ou entre o Corpo Vital e o Corpo de Desejos, entre o Corpo de Desejos e a Mente, ou entre a Mente e o Ego. A ruptura pode ser completa ou apenas parcial.
Quando a ruptura acontece entre os centros cerebrais e o Corpo Vital, ou entre esse e o Corpo de Desejos, temos pessoas com deficiência intelectual extrema. Quando a ruptura ocorre entre o Corpo de Desejos e a Mente, o comando é exercido pelo violento e impulsivo Corpo de Desejos e temos o maníaco delirante. Quando a ruptura se dá entre o Ego e a Mente, a Mente domina os outros veículos e temos o maníaco astuto, que pode enganar a pessoa que está cuidando dele fazendo-a acreditar que é perfeitamente inofensivo, enquanto trama algum plano ardiloso e diabólico. Repentinamente, ele pode revelar a sua mentalidade doente e causar uma terrível catástrofe.
Há uma causa de insanidade que seria aconselhável esclarecer, a fim de ser possível evitá-la. Quando o Ego está se preparando do Mundo invisível para um novo nascimento, várias classes de renascimentos disponíveis lhe são mostradas, em panoramas. Ele vê a vida futura nos seus maiores e mais importantes acontecimentos, como um filme rodando diante da sua visão. Geralmente, é-lhe dada a opção de escolha dentre as várias vidas apresentadas. Naquele momento, vê as lições que precisa aprender, o destino que gerou para si em vidas passadas, e qual a parte desse destino que terá de liquidar em cada um dos renascimentos oferecidos. Então, faz a sua escolha e é guiado pelos agentes dos Anjos do Destino para os pais e a família onde vai viver a sua vida futura.
Essa vista panorâmica se desenrola diante dele no Terceiro Céu, onde o Ego está sem nenhum dos seus Corpos e se sente espiritualmente acima das sórdidas considerações materiais. E muito mais sábio do que quando renasce aqui na Terra, onde se torna cego pela carne até um ponto inconcebível. Mais tarde, quando a concepção ocorreu e o Ego está prestes a entrar no útero materno, aproximadamente no décimo oitavo dia após esse acontecimento, começará o contato com o molde etérico do seu novo Corpo Denso, criado pelos Anjos do Destino, para formar o cérebro que imprimirá sobre o Ego as tendências necessárias para tecer seu destino.
Ali, o Ego vê novamente desfilar as imagens da sua vida futura, da mesma forma que o afogado percebe as imagens da sua existência passada — num lampejo. Nesse momento, o Ego já está parcialmente cego a respeito da sua natureza espiritual, e percebe que a vida futura será penosa e, então, frequentemente reluta em penetrar no útero e fazer as conexões cerebrais apropriadas. Procura se retirar rapidamente, e ao invés dos Corpos Vital e Denso ficarem concêntricos, o Corpo Vital, formado de Éter, pode ser parcialmente puxado acima da cabeça do Corpo Denso. Nesse caso, a conexão entre os centros sensoriais do Corpo Vital e o Corpo Denso é rompida e o resultado será uma idiotice congênita, epilepsia, dança de São Vito[1] e doenças nervosas similares.
A relação desarmoniosa entre os pais, o que às vezes existe, é frequentemente a gota d’água que leva o Ego a não querer entrar em tal ambiente. Por essa razão, nunca é demais convencer os prováveis pais que, durante o período de gestação, é da máxima importância que tudo deva ser feito para que a mãe permaneça num estado de satisfação e harmonia. A passagem pelo útero é um momento penosíssimo para o Ego; solicita toda a sua sensibilidade a um grau máximo e as condições desarmoniosas do lar em que vai entrar lhe serão, naturalmente, uma fonte adicional de desconforto, a qual pode resultar no terrível estado de coisas acima mencionado.
(Pergunta nº 44 do Livro “A Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. I”, de Max Heindel)
[1] N.T.: Coreia reumática de Sydenham (do grego khorea, dança) ou a dança de São Vito é um distúrbio neurológico que afeta a coordenação motora de 20 a 40% dos portadores de febre reumática, mais frequente entre meninas e/ou crianças e adolescentes. A descrição mais famosa da doença foi feita em San Vito, Itália, em 1686, por Sydenham no livro Schedula Monitoria.
Pergunta: Diz-se no “Conceito Rosacruz do Cosmos” que uma matriz feita de Éter é colocada no útero da mãe, no momento em que o Ego está para renascer, e que o Átomo-semente do Corpo Denso provém do espermatozoide do pai. Se é esse o processo, isso não produziria crianças de um único sexo, com o Corpo Vital negativo ou positivo vindo da mãe e o Corpo Denso positivo ou negativo vindo do pai? Como explicar a diferença de sexo no nascimento?
Resposta: Diz-se também no “Conceito Rosacruz do Cosmos” que o Corpo Vital de uma mulher é positivo e o Corpo Vital de um homem é negativo. Quando os agentes dos Anjos do Destino estão ajudando um Ego a renascer, o sexo já foi determinado, seja pela Lei de Alternação ou por uma modificação dessa Lei em virtude de circunstâncias específicas e individuais do Espírito. Então, o Ego é ajudado a atrair para si uma quantidade suficiente dos diferentes tipos de Éter requeridos para o seu desenvolvimento. Essas substâncias têm todas uma certa polaridade, positiva ou negativa. Quando a matriz feita unicamente com átomos etéricos e positivos é colocada no útero da mãe em perspectiva, esses átomos irão infalivelmente atrair para si átomos físicos e negativos. Em consequência, o corpo da criança será feminino. Se, por outro lado, a matriz colocada no útero da mãe é composta de átomos etéricos negativos, ela atrairá os átomos densos positivos, resultando o órgão sexual masculino mais desenvolvido; portanto, o sexo será masculino. A vida, como a eletricidade, requer expressão tanto positiva quanto negativa; do contrário não poderia manifestar-se.
(Pergunta nº 24 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas” – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
Pergunta: Embora a Teosofia, representando a sabedoria do Oriente, e a Filosofia Rosacruz, a do Ocidente, concordem em muitos aspectos, há alguns pontos nos ensinamentos dessas duas Escolas de ocultismo que se diferenciam. Um deles refere-se ao renascimento. A Teosofia ensina que o intervalo entre duas vidas terrestres é de aproximadamente cinco mil anos, enquanto os Rosacruzes sustentam que é de aproximadamente mil anos. Com relação ao sexo do Ego, os Rosacruzes ensinam que os renascimentos se alternam, ora masculino, ora feminino, enquanto a Teosofia sustenta que a alternação dos sexos não se realiza a cada vida individual, mas por séries; isto é, uma série de sete encarnações do sexo masculino alterna-se com uma série de sete encarnações do sexo feminino. Poderiam explicar essas discrepâncias?
Resposta: Nossa linha de conduta é nunca criticar ou menosprezar os ensinamentos de qualquer outro movimento espiritual. Portanto, só podemos dizer que quem faz a pergunta está correto em relação aos Ensinamentos Rosacruzes, que sustentam que o Ego renasce geralmente duas vezes no decorrer do período em que o Sol, por Precessão dos Equinócios, leva para percorrer um Signo do Zodíaco; ou seja, em torno de 2.100 anos. Ensinam também que esses renascimentos alternam-se de modo sucessivo, porque as condições na Terra não mudam tanto em um espaço de tempo de dois mil anos e seu propósito é ministrar ao Ego todas as lições relativas às experiências terrenas sob a influência de cada Signo, sendo que essas variam para o homem e para a mulher. Desse modo, se o Ego nascer como homem e, em seguida, como mulher, sob um mesmo Signo, ele aprenderá praticamente todas as lições a serem extraídas das condições existentes na Terra sob tais vibrações planetárias.
A prova disso é demonstrada a cada neófito logo após a Iniciação: pede-se que ele observe determinado Ego no momento em que ele está deixando o Corpo Denso. Em seguida, que continue acompanhando essa vida nos Mundos invisíveis durante um ano ou dois, e quando surge uma oportunidade para renascer, o neófito pode verificar a absoluta veracidade da doutrina do renascimento. Para essa demonstração, escolhe-se sempre um Ego que morreu na infância e que procura renascer rapidamente.
Quando essa lição for aprendida, ele passa a saber, mediante o conhecimento direto, que o renascimento seja uma realidade na Natureza. É-lhe ensinado a observar a vida de certas pessoas na Memória da Natureza, a fim de que passe a compreender os diversos detalhes relativos a esse assunto. No entanto, isso não pode ser realizado até que o Iniciado tenha aprendido a funcionar na Região do Pensamento Concreto, pois o registro etérico da Memória da Natureza não penetra suficientemente no passado para dar-lhe informações mais detalhadas. Todo Iniciado que progrediu bastante conhece esses assuntos tão bem quanto o seu próprio nome.
A Lei do Renascimento não é uma lei cega. Está sob a direção de quatro grandes Seres, detentores de um conhecimento e poder extraordinários. São chamados de Anjos do Destino, na terminologia cristã. Quando um determinado Ego precisa alterar o intervalo entre a morte e o renascimento, as modificações necessárias são feitas e o intervalo irá variar conforme as necessidades.
Relatos sobre as conferências proferidas pela Sra. Besant foram publicados nos jornais e seus seguidores confirmaram a sua declaração de que ela renasceu na antiga Alexandria como Hipatia, uma mulher. Disseram também que ela renasceu posteriormente como Giordano Bruno, em Roma, e que está de novo encarnada como pessoa do sexo feminino. Isso, se for verdade, corrobora o ensinamento dos Rosacruzes e não aquele segundo o qual haveria uma série de sete encarnações masculinas sucedidas por uma série de sete femininas.
(Pergunta nº 22, do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas” – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
Pergunta: No que se refere ao Primeiro Céu, lemos no “Conceito Rosacruz do Cosmos”: “O estudante e o filósofo têm acesso imediato a todas as bibliotecas do mundo”. Retemos o conhecimento lá obtido e o trazemos para a Terra no nascimento seguinte? Podemos prosseguir o estudo lá e colher o fruto desse estudo na próxima ou numa futura vida terrena?
Resposta: Temos grandes oportunidades se nos prepararmos mentalmente para obter esses estudos, após passarmos para os Mundos invisíveis. Contudo, a grande maioria das pessoas parece continuar a viver lá quase da mesma forma que viveu aqui. Não precisam comer, mas comem, como dizem os espiritualistas; têm casas lá e parecem viver, em outros aspectos, da mesmíssima forma que fizeram aqui, tendo uma vida fácil e boa quanto lhes é possível desfrutar. Essa categoria de pessoas não obtém grande proveito da sua vida “post-mortem”.
Contudo, os estudiosos que procuram pesquisar sobre a humanidade têm lá um campo amplo de estudos. Podem realizar um bom e variado trabalho, que os beneficiará posteriormente. Esse estudo não parece proporcionar um crescimento de alma no mesmo sentido em que o faz aqui. Todavia, apesar de tudo, favorece-os com posições, confere-lhes maior espiritualidade e ajuda-os consideravelmente em sua evolução. Desse modo, a essência do conhecimento adquirido lá é retida e trazida para a Terra no próximo nascimento.
(Pergunta nº 6 do livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas” – Vol. 2 – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
Pergunta: Diz-se nos Ensinamentos Rosacruzes que as crianças que morrem no período da infância são levadas ao renascimento num espaço de um a vinte anos. Retornam às mesmas condições da vida anterior ou a um ambiente diferente? Da prosperidade para a pobreza ou vice-versa?
Resposta: Essa pergunta foi feita há muitos anos, quando o autor era um noviço na investigação dos Mundos espirituais, e ela foi respondida corretamente naquela ocasião. Contudo, investigações posteriores tornaram possível dar mais detalhes a um número considerável de casos estudados. Registraram-se os resultados na época das investigações, porém tais registros extraviaram-se. Não obstante, de acordo com a nossa lembrança, descobriu-se que entre as vinte crianças observadas, que voltaram a nascer dentro de um período de cinco anos a partir do momento da morte, quinze ou dezesseis voltaram para a mesma família. É possível verificar quando uma criança morre, se ela passará um período longo ou curto nos Mundos invisíveis. Selecionamos outro grupo de vinte crianças que se encontram ainda no Mundos invisíveis e que, segundo as expectativas, não renascerão antes de passados dez ou mais anos. Contudo, as tendências já são mostradas de uma forma bem evidente, pois quando um Espírito procura o renascimento, sente-se geralmente atraído para a mãe em potencial anos antes de poder entrar no útero e, às vezes, mulheres ainda solteiras são cercadas pelos seus filhos em perspectiva mesmo antes de ficarem noivas. Baseados nesses fatos, descobrimos que do grupo de vinte, apenas três estão junto a suas mães anteriores. As outras dezessete estão espalhadas por outras famílias e duas estão ao lado de duas meninas pequenas, esperando que elas cresçam para tornarem-se suas mães.
Essa tendência dos Espíritos que procuram renascer, de acompanhar suas mães em perspectiva durante anos, às vezes provoca situações cômicas e embaraçosas que desconcertam os médiuns. Lembramos o caso de uma jovem que, ao ir a uma sessão, ouviu que ao seu lado estava uma criança do mundo espiritual que a chamava de mãe. Naturalmente, ela negou a afirmação; indignada, levantou-se e abandonou a sessão. Nesse caso, ambos (a jovem e o médium) estavam certos, embora suas declarações fossem diametralmente opostas. Cada um julgou o outro como mentiroso, pois nenhum deles tinha um conhecimento que pudesse reconciliar o aparentemente irreconciliável.
(Pergunta nº 20 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas”, Vol. 2 – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
Pergunta: Aqueles que morrem agora, tornam a renascer antes da Era de Aquário? Se tiverem ainda lições para aprender a fim de capacitá-los a viver nessa era, poderão voltar para aprendê-las?
Resposta: Depende. Geralmente o tempo estabelecido entre dois nascimentos é em torno de mil anos, para dar oportunidade às pessoas a renascerem uma vez como homem e outra como mulher durante a passagem do Sol, por precessão, através de cada Signo do Zodíaco, o que leva aproximadamente 2.100 anos. Assim acontece porque as lições a serem aprendidas, durante esse período, são tantas e tão variadas que não podem ser totalmente assimiladas num corpo pertencente a um único sexo. As experiências são bem diferentes sob o ponto de vista de um homem e o de uma mulher. Contudo, essa lei é semelhante a todas as outras leis da natureza, ou seja, ela não é cega. Ela está sob o controle de quatro grandes Seres chamados Anjos do Destino, que tratam de todos os pormenores da evolução humana. Cuidam para que cada um consiga passar pelo maior número de experiências possíveis.
Se for necessário que uma pessoa permaneça nos Mundos invisíveis durante todo um período de mil anos, ela permanecerá. Senão, voltará mais cedo. Algumas pessoas retornam num período mais curto, de algumas centenas de anos, por terem evoluído bastante, aprendido rapidamente. As pessoas que “vivem a vida” como Probacionistas, que assimilaram sua experiência de vida antes de deixarem este mundo e já estão em condições de trabalhar nos mundos invisíveis, não precisarão passar tanto tempo do outro lado. Ao se colocarem definitivamente ao lado das leis de Deus, têm maiores oportunidades de evoluir mediante o serviço.
(Pergunta nº 17 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Repostas” – Volume 2 – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
Pergunta: Por que a mulher foi colocada em desigualdade, numa condição assumida de inferioridade e injustiçada desde o início da existência humana?
Resposta: Em primeiro lugar, devemos relembrar que o espírito não é masculino nem feminino, mas, se manifesta nessas formas alternadamente, como regra de renascimento. Todos nós temos sido tanto homens como mulheres. Portanto, não pode haver dúvidas quanto à questão da desigualdade, se considerarmos a vida de uma perspectiva mais ampla. Certas lições precisam ser aprendidas pelo Espírito à cada etapa, e só podem ser aprendidas do ponto de vista de uma mulher, e há outras lições só poderão ser aprendidas através do renascimento em um corpo masculino. Então, necessariamente, deverá ocorrer a mudança de sexo. Algumas vezes, por certas razões, acontece que uma pessoa deva se apresentar como um homem em vários renascimentos e, então, quando necessitar assumir a aparência feminina, poderá destoar consideravelmente. Neste caso teremos uma mulher muito masculinizada. Por outro lado, um Espírito pode ter assumido por vários renascimentos uma forma feminina e pode se apresentar como um homem de natureza muito efeminada. Contudo, mesmo na hipótese de renascimentos alternados, muitos dentre nós, provavelmente, renascemos em Roma em sexo oposto, pois, se tomarmos em consideração a Lei de Consequência, o tratamento dado às mulheres pelos homens daquela época foi tal que levou essas mulheres romanas, hoje renascidas como homens, a não fazer muitas concessões a seus antigos senhores.
(Pergunta nº 19 do Livro Filosofia Rosacruz Perguntas e Respostas Volume 1 – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
Pergunta: De acordo com um artigo publicado recentemente em uma revista médica, os recém-nascidos do sexo feminino parecem resistir melhor às influências adversas que acometem as crianças nos primeiros anos de vida. Esse artigo afirma: “Falando de modo geral, pode-se dizer que o menino reage à doença de modo mais violento que a menina, é fragilizado mais facilmente que ela, não se recupera tão rapidamente quando a doença parece regredir e não oferece tanta resistência quando sofre de enfermidades crónicas”. Poderiam explicar isso?
Resposta: Para o ocultista versado nos Ensinamentos Rosacruzes sobre a polaridade do Corpo Vital, a anomalia aparente é facilmente explicada, assim como muitos outros fatos conhecidos pela medicina, mas não justificados por ela.
O homem, cujo Corpo Denso é positivo, tem um Corpo Vital negativo. Consequentemente, ele não tem tanta resistência à doença quanto a mulher, que possui um Corpo Denso negativo, mas um veículo Vital positivo. Por essa razão, a mulher é capaz de enfrentar uma doença que mataria um homem, mesmo que esse tenha o dobro do peso dela e aparente vitalidade. Ela sofre mais intensamente do que o homem, mas suporta a dor com maior firmeza. Quando o restabelecimento se processa, o seu Corpo Vital, positivamente polarizado, parece sugar, como se fosse formado por um milhão de bocas, a energia solar. Ele dilata-se e começa quase que imediatamente a irradiar emanações características de saúde, resultando a recuperação rápida do corpo físico.
Por outro lado, quando um homem é profundamente atingido pela doença e começa a recuperar-se, o seu Corpo Vital, negativamente polarizado, é semelhante a uma esponja. Absorverá toda a energia solar que puder obter, mas a avidez perceptível no Corpo Vital da mulher não estará nele. Portanto, padecerá por muito tempo às sombras da morte e, como é mais fácil entregar-se do que lutar, mais frequentemente sucumbirá.
Existe também outra razão para a maior mortalidade entre os recém-nascidos do sexo masculino. Os estudantes da Filosofia Rosacruz estão familiarizados com a Lei que governa a mortalidade infantil. Sabem que quando o Ego é muito perturbado, seja pelas lamentações agudas e histéricas dos parentes ou pela morte decorrente de acidentes ferroviários, incêndios, guerras ou causas similares, ele não consegue concentrar a sua atenção no panorama da vida que se desenrola diante dele, semelhante a um filme projetado em uma tela.
Esse panorama deverá ser gravado no Corpo de Desejos para formar a base dos sentimentos de dor ou prazer que serão experimentados no Purgatório e no Primeiro Céu, respectivamente, quando a dor será transmutada em consciência para advertir o Ego a não cometer no futuro os erros do passado e o prazer sentido pelas boas ações praticadas gerará virtudes que estimularão o Ego a aperfeiçoar-se nas próximas vidas. Quando o Ego é seriamente perturbado em sua concentração no panorama da vida, a gravação não atua sobre os sentimentos como deveria. Por isso, a experiência de vida se perderia, se as Forças Superiores não intervissem, deixando-o morrer na fase de infância do próximo renascimento. Os veículos sutis não nascem simultaneamente com o corpo físico. Os frutos da vida anterior serão, então, incorporados neles após a morte na infância. Em alguns anos, o Ego procurará um novo renascimento e viverá o seu período normal de vida na Terra.
Baseados neste sistema, podemos afirmar que um grande número de crianças esteja predestinado a morrer durante a infância, pois as guerras e os velórios, com suas lamentações, privaram milhões de Egos da paz necessária no momento da morte. Esta guerra atual (1916) acrescentará mais alguns milhões. Deste modo, a mortalidade infantil continuará a golpear-nos até que aprendamos a ciência da morte e a como ajudar o Ego que morre a se desligar da matéria, da mesma forma que aprendemos a cuidar de um recém-nascido. Nós, com as nossas pequenas e finitas mentes, já aprendemos a usar as linhas de menor resistência para alcançar os nossos fins. Estudamos a conservação de energia e podemos ter certeza de que as grandes Hierarquias Divinas encarregadas da evolução fazem uso de métodos similares com maior eficiência. Consequentemente, já que os recém-nascidos devem morrer pelas razões mencionadas, o que há de mais natural do que deixá-los assumir um corpo masculino com um Corpo Vital negativo, que irá sucumbir mais facilmente aos rigores da existência física?
Contudo, não negamos que muitas mortes ocorridas na infância sejam devidas à falta de compreensão da complexa constituição do ser humano, que inclui veículos mais sutis do que aquele perceptível pelos nossos sentidos e que se acredita geralmente constituir o organismo todo. Embora o Corpo Vital de uma criança esteja ainda comparativamente desorganizado na ocasião do nascimento, o Éter a ser usado para completá-lo está dentro da aura, pronto a ser assimilado e, se alguém ao redor do recém-nascido estiver debilitado ou anêmico, um vampiro inconsciente, sugará parte da reserva do Éter não assimilado da criança muito mais facilmente que o de um adulto cujo Corpo Vital esteja totalmente estruturado. Naturalmente, a pessoa fraca sugará mais facilmente o Éter negativamente polarizado, como ocorre no corpo de um menino, do que o Éter positivo de uma menina. Assim, justifica-se a maior taxa de mortalidade das crianças do sexo masculino, embora muitas mortes não aconteçam devido à Lei mencionada.
Se isso fosse conhecido e aceito, um grande passo seria dado no sentido de salvar os recém-nascidos, porque certas precauções poderiam ser tomadas. Em primeiro lugar, deveriam dormir em um berço que ficasse afastado da mãe, embora sempre ao seu alcance, para que a aura dela não se misturasse com a da criança. Uma mãe fraca não deveria alimentar o seu filho, mas conseguir, se possível, leite fresco e tépido de vacas sadias e bem alimentadas ou, melhor ainda, de cabras. Esse leite fresco está sobrecarregado de Éter do animal e possui uma energia vital não apreciada pelo químico, que se limita a fazer somente a análise física dos seus componentes químicos. Por último, mas nem por isso menos importante, uma massagem no baço e um estímulo dos nervos esplênicos, cautelosa e moderadamente aplicados, ajudarão a contraparte etérica desse órgão na sua atividade de especializar a energia solar, da qual os processos vitais dependem tanto quanto os pulmões dependem do ar.
(Pergunta nº 28 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Repostas – Volume 2 – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)