Arquivo de categoria Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Um cirurgião sentirá no Purgatório todas as dores experimentadas pelos seus pacientes durante as operações realizadas por ele? Isso parece ser injusto, no caso de cirurgias necessárias.

Pergunta: Um cirurgião sentirá no Purgatório todas as dores experimentadas pelos seus pacientes durante as operações realizadas por ele? Isso parece ser injusto, no caso de cirurgias necessárias.

Resposta: Claro que não. Os sofrimentos no Purgatório são consequências de infrações morais e ressentimento dos que foram prejudicados. Um cirurgião que realiza uma operação está prestando um serviço que merece a gratidão do paciente operado e a imagem dessa operação no panorama da sua vida reverterá em seu benefício, no Primeiro Céu, acrescentada à gratidão da pessoa que foi beneficiada. Isto o tornará mais ambicioso em servir cada vez melhor o seu semelhante.

Por outro lado, os cirurgiões inescrupulosos, que convencem as pessoas a se submeter a certas operações para que sirvam de cobaias ou os que as tiram de instituições de caridade com esse propósito, serão certamente tratados com a severidade que merecem. Quanto ao Purgatório dos vivisseccionistas, testemunhamos alguns casos cujo sofrimento faria o do inferno ortodoxo, com o demônio e a forquilha, parecer um local de doce lazer. Contudo, não existem agentes externos de natureza violenta para punir tal ser. O que ele realmente sente é a agonia do animal torturado, que está contida no panorama da sua vida e que incide sobre ele com tríplice intensidade, pois a existência no Purgatório representa apenas um terço da duração da existência física. Essas pessoas não avaliam nem têm a mínima ideia do que estão acumulando para si próprias. Se essas câmaras de tortura fossem desativadas, haveria um horror a menos no mundo.

(Pergunta nº 27 do livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

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Pergunta: O que acontece quando um suicida vive apegado à Terra?

Pergunta: Lembra-se de Outram Court, um ex-estudante que cometeu suicídio? Bem, deixei completamente de pensar nele, pois acreditava estar seguro, onde se encontrava. Mas um dos meus colegas me contou que assistiu a uma sessão espírita em uma dessas noites e que Outram Court se apresentara. Para provar sua identidade ele insistia em falar inglês, embora também soubesse espanhol; como nenhum dos presentes entendia inglês, houve um atraso até que encontrassem um espírito conhecedor de ambas as línguas. Outram disse que ainda estava vivendo na casa do meu vizinho, onde se matara; estava sofrendo as torturas da fome e queria que lhe dessem comida. Mais tarde, durante a entrevista, passou a falar espanhol.

Desejo saber o que posso fazer. O pior é que não consigo me lembrar de coisa alguma que acontece durante o meu sono. E desejo tanto lembrar! O que posso fazer?

Resposta: Esta questão abre o vasto assunto da transição anormal para o além, tanto por acidente como por desígnio, juntamente às sensações experimentadas pelas pessoas que passaram pela porta da morte, que se comunicam através dos médiuns e pelo fato curioso que muitas das pessoas que chamamos de mortas não têm consciência de ter perdido seus corpos físicos.

Para elucidar a questão é necessário mencionar primeiro alguns fatos que dizem respeito ao ser humano e ao mundo em que vivemos. A observação diária, tanto quanto as pesquisas científicas, provam que a matéria existe e que se movimenta em condições que não podemos ver. A água evapora devido ao calor do Sol e se condensa novamente em forma de chuva. O Éter é tão necessário para transmitir a luz e a eletricidade como o ar, para a transmissão do som. O vento invisível, que é o ar em movimento, é tão seguramente uma força cósmica quanto a eletricidade, que se move no reino ainda mais sutil do Éter. Resumindo, estamos cercados por Mundos invisíveis de força e matéria que são tão real como o Mundo que conhecemos através dos nossos sentidos físicos.

Ao mesmo tempo que comemos as substâncias provenientes deste mundo denso, que é a Região Química do Mundo Físico, para sustentar os nossos corpos visíveis, assimilamos certa quantidade de matéria pertencente aos Mundos invisíveis, o que forma um revestimento para o Espírito, quando ele abandona o envoltório mortal. “O vento sopra onde quer e ouvimos a sua voz; mas não sabe de onde ele vem nem para onde vai: assim é todo aquele que é nascido do Espírito”.

Sob condições normais, a saída do Espírito do corpo já inútil pode comparar-se à queda da semente da fruta madura. Mas quando o Espírito rompe a ligação antes do tempo previsto para a colheita através da morte, o veículo espiritual imaturo não pode ascender aos reinos superiores. Fica pairando nas proximidades do local que frequentava, tão ávido pelo sustento físico quanto a semente bruscamente arrancada da fruta verde. Pela própria natureza das coisas, a vontade não pode ser gratificada e uma intensa sensação de fome provocará no suicida o mais doloroso suplício. Às vezes, consegue um breve e temporário alívio, ao inalar os aromas de pratos muito condimentados.

Além do mais, da mesma forma que a polpa adere ao caroço quando este é arrancado violentamente da fruta ainda verde, alguns dos Éteres inferiores, e mesmo gases do corpo morto, aderem aos veículos superiores do suicida, ficando ele quase em um estado material, suscetível às sugestões grosseiras e sensuais em uma proporção não sentida pelas pessoas, enquanto estão no Corpo Denso. Se sua natureza é tal que sente prazer nisso, ele poderá afundar no mais profundo lamaçal do inferno, com grande prejuízo para seu bem-estar espiritual. No entanto, se tem aversão pelo que é grosseiro e sensual, a atmosfera de bestialidade na qual o suicida se encontra chocará a sua sensibilidade na proporção do seu refinamento, como muitos já expressaram ao autor. Disseram que o inferno ortodoxo, com o seu demônio, seria uma diversão suave, se comparado com o que sentiram. Alguns descrevem a dor, que comparamos a uma fome permanentemente insatisfeita ou uma dor de dentes que é persistente e latejante, mas que é sentida no corpo todo, ao invés de limitar-se à região dental.

A experiência de Outram Court confirma os ensinamentos anteriores dos Rosacruzes. Ele ainda está apegado à Terra, na mesma casa onde viveu, e o seu Corpo de Desejos evidentemente permanece muito denso, tão denso que, às vezes, ele não pode compreender que já morreu, vendo claramente o Mundo Físico e as pessoas; provavelmente senta-se à mesa com elas e tenta compartilhar o seu alimento, ou pelo menos o seu aroma. Não devemos estranhar que frequente as reuniões espíritas desses camaradas, pois essas pessoas estão em um estágio inferior de desenvolvimento, são muito sensuais e praticam, sem que estejam conscientes, a magia negra sob o pretexto de entrar em comunicação com os espíritos.

Há duas maneiras de ajudar tal Ego: uma é por comunicação direta com ele, à noite, usando a razão para lhe mostrar que ele está cometendo um erro que irá prejudicá-lo no futuro. Aconselhá-lo a suportar a dor pacientemente, até que o arquétipo sucumba na época em que deveria acontecer a sua morte. Podemos ou não ser bem-sucedidos, mas vale a pena tentar. Se o autor da carta estiver consciente a respeito do que lhe acontece à noite, poderia ter ido discutir o assunto com Outram Court exatamente como o faria, caso ambos se encontrassem no Corpo Denso. Apesar de não ter essa consciência, nada o impede de ajudá-lo. É a vontade que determina as nossas ações tanto lá como aqui e, se o consulente fixar de modo firme o seu pensamento, antes de dormir, no objetivo desejado, preparando-se com argumentos e concentrando todo o seu ser para ajudar Outram Court, este pensamento, o último antes do adormecer, será também o primeiro a penetrar nos Mundos invisíveis onde os que dormem e os que falecem encontram-se e conversam. Este pensamento passa a ser um tipo de “ideia fixa” que o acompanhará durante a noite, excluindo todos os outros pensamentos e desejos; sem dúvida, os resultados serão benéficos.

Outro método, para aqueles que não estão treinados na Concentração, é a Oração. Esse é um método apropriado para o presente caso, pois a atitude da prece frequentemente atua como um guia para essa pessoa e causa mudança no seu estado mental, o que a favorece espiritualmente. Então, os pensamentos-forma da oração tomam o lugar do Auxiliar Invisível. No entanto, são muito facilmente postos de lado, o que não os torna tão eficientes, e não podem emitir argumentos.

Aconselhamos sempre uma combinação desses dois métodos para os que não estão suficientemente treinados. Rezem pela pessoa que querem ajudar, estejam dentro do corpo ou fora dele, vivos ou mortos. Pensem no que gostariam de lhes dizer, antes de adormecer. Quando cruzarem a “Terra do Sonho”, se não estiverem ainda conscientes e não puderem interceder nem argumentar, seus sentimentos a respeito causarão alguma impressão e, se sustentados por algum tempo, o efeito será certamente perceptível.

Nosso amigo diz na sua carta que a mãe de Outram Court não compreendeu que ela própria já estava morta. Ninguém que tenha perdido o Corpo Denso pensa em si mesmo como “morto”. Na realidade, os chamados “mortos” se sentem muito mais vivos do que nós. Quando falecem normalmente, não sentem a doença nem a dor. Portanto, não podemos esperar que adotem o nosso ponto de vista, que é considerar o Corpo Denso como sendo o próprio ser humano, quando esse corpo é apenas uma vestimenta que usamos e gastamos. Suas consciências estão inteiramente focalizadas nos seus corpos espirituais, não tendo qualquer recordação do denso veículo que descartaram. Por outro lado, o suicida sente a cada momento a sensação de fome provocada pelas tentativas do corpo arquetípico de atrair para si matéria física. No entanto, sua sensação de não estar morto tem uma origem bem diferente da sensação similar da maioria daqueles que vivem agora nos Mundos invisíveis.

(Pergunta nº 11 em uma carta endereçada a Max Heindel, de Porto Rico, publicada no Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. 2″ – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

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Pergunta: O ser humano que comete suicídio permanece mais tempo no Purgatório que as pessoas que morrem naturalmente?

Pergunta: O ser humano que comete suicídio permanece mais tempo no Purgatório que as pessoas que morrem naturalmente?

Resposta: Quando o Ego se prepara para renascer, desce através do Segundo Céu, onde é ajudado pelas Hierarquias Criadoras a criar o arquétipo para os seus futuros corpos e veículos. Infunde nesse arquétipo uma vida que durará certo número de anos. Esses arquétipos são espaços ocos e têm um movimento sonante, vibratório, que atrai para si o material do Mundo Físico, colocando todos os átomos do corpo numa vibração sintonizada com a de um pequeno átomo localizado no coração, o Átomo-semente, que, a exemplo de um diapasão, dá o tom a todo o resto do material no corpo. No momento em que uma vida toda foi vivida na Terra, as vibrações no arquétipo cessam, o Átomo-semente é removido, o Corpo Denso começa a se decompor e o Corpo de Desejos, no qual o Ego funciona quando está no Purgatório e no Primeiro Céu, assume a forma do Corpo Denso, o físico. Então, o ser humano começa no Purgatório o seu trabalho de expiação dos maus hábitos e ações praticadas na Terra. Em seguida, no Primeiro Céu passa pela assimilação do bem praticado durante sua última existência material.

O que antecede dá ideia do que sucede comumente quando o curso da natureza não é perturbado. Mas, o caso do suicida é diferente. O Átomo-semente foi removido no processo, mas o arquétipo oco ainda continua vibrando. Por essa razão, ele sente como se também estivesse oco e experimenta um suplício interior que pode ser comparado à aflição causada por uma fome intensa. Material para a construção de um Corpo Denso está todo ao seu redor, mas falta-lhe o padrão do Átomo-semente. Por isso, é-lhe impossível assimilar essa matéria e construir um corpo com ele. Essa horrível sensação de vazio será mantida pelo tempo que a sua vida deveria ter durado. Dessa maneira, a Lei de Causa e Efeito ensina-lhe quanto é errado não comparecer às aulas da escola da vida, e essa falta não passará impunemente. Na vida seguinte, quando as dificuldades cercarem o seu caminho, recordará os sofrimentos do passado resultantes do suicídio – ainda que não se lembre exatamente dos fatos -, e enfrentará uma nova experiência para alcançar seu crescimento anímico.

(Pergunta nº 58 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas” – Volume 1 – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

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Pergunta: Se a vida de uma pessoa tiver muitos revezes e ela se empenhar ao máximo para cumprir todos os seus deveres, será a sua próxima vida vivida sob circunstâncias mais fáceis e mais suportáveis?

Pergunta: Se a vida de uma pessoa tiver muitos revezes e ela se empenhar ao máximo para cumprir todos os seus deveres, será a sua próxima vida vivida sob circunstâncias mais fáceis e mais suportáveis? Ou, no caso de ser uma alma evoluída deverá passar por mais provações a fim de aprender a ajudar e curar a humanidade?

Resposta: No início da sua evolução, muito seres humanos cometeram os crimes mais atrozes, sendo movidos exclusivamente pelo egoísmo, sem considerar os sentimentos dos demais. Nesses tempos primitivos, muitos de nós demonstrávamos astúcia e crueldade, raramente praticando uma boa ação. De fato, os registros mostram que, naquele tempo, muitos seres humanos passavam o intervalo entre as vidas terrenas nas Regiões do Purgatório, expiando os crimes cometidos por eles durante suas vidas físicas e não havia indícios de vida celestial. Essa era a situação mencionada na Bíblia nos seguintes termos: “perdidos nas transgressões e no pecado”. Por isso, tornou-se necessária a vinda do Cristo à Terra a fim de elevar as vibrações e fazer com que o altruísmo pudesse, gradualmente, sobrepujar o egoísmo, proporcionando a todos nós, em consequência, uma vida celestial que poderia nos fazer progredir no nosso caminho evolutivo.

Fica evidente que, durante aquele período de degradação e pecado, muitos seres humanos acumularam muitas dívidas e obrigações pesadas uns com os outros e que devem liquidá-las por meio do amor, da bondade e do serviço.

Cada um de nós carrega esse fardo do passado e é isso que constitui o assim chamado Guardião do Umbral. É dito, e é verdade, que “os moinhos de Deus moem devagar, mas moem extraordinariamente bem”; por isso, cada transgressão à Lei merece uma justa retribuição. A dívida do passado deve ser paga e, no intervalo entre duas vidas terrenas, os quadros daquela parte a ser paga através dos processos normais de evolução nos são apresentados. Depois, permitem-nos escolher nosso futuro conforme as oportunidades que nos são mostradas.

Portanto, se o Ego for evoluído, ele escolherá a vida mais penosa para conseguir livrar-se, o mais rapidamente possível, do fardo e da dívida que acumulou no passado. Quanto mais rápido isso acontecer, mais cedo o Espírito estará preparado para prosseguir em direção a uma missão mais elevada. Por outro lado, é dito que “Deus controla o vento para a ovelha tosquiada”. As almas mais fracas, incapazes de aguentar fardos muito pesados, terão o que chamamos de vidas mansas, em que pagarão suas dívidas em parcelas, um pouco de cada vez; mas levarão proporcionalmente mais tempo para serem libertadas. Vemos que há uma excelente razão para Jó ser chamado de amigo e favorito de Deus e para entender que “o Senhor castiga a quem ama”. Dando-nos o que podemos suportar, de acordo com o nosso pedido e consentimento, as grandes Hierarquias Criadoras encarregadas da evolução estão realmente nos protegendo. Por isso, Cristo chamou de abençoados os que fossem perseguidos em Seu nome e, como Ele enfatizou, mais ainda quando essa perseguição fosse injusta.

Sobre a questão do sofrimento, à luz do ocultismo, este é um dos mais poderosos raios de esperança para aquele que foi agraciado com este conhecimento. Ele nos dará forças para suportar todas as aflições. Merecemos tudo o que nos acontece e, se assimilarmos a lição, ajudando e prestando o serviço requerido a cada caso particular, podemos ter a certeza de estarmos tanto liquidando as dívidas do passado como acumulando tesouros no Céu, os quais se reverterão em poder anímico que nos manterá no caminho da retidão nas vidas futuras.

(Pergunta nº 23 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas Vol. 2” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

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Pergunta: Durante o embalsamamento, o sangue é retirado do corpo ainda quente e um fluído é inoculado dentro das artérias. Qual o efeito dessa operação?

Pergunta: Durante o embalsamamento, o sangue é retirado do corpo ainda quente e um fluído é inoculado dentro das artérias. Qual o efeito dessa operação?

Resposta: O Espírito sente dor em consequência do embalsamamento; consequentemente, é perturbado no processo mais importante pelo qual passa, a gravação sobre o panorama da vida que aqui que acabou de terminar. Deveríamos entender que no momento da morte a colheita está começando; semeamos a vida inteira e colhemos os frutos ao chegar à morte. O primeiro e mais importante resultado provém do estudo do panorama da vida, à medida que se desenrola em ordem inversa, mostrando primeiro os efeitos da vida que acabou e, em seguida, as causas que os provocaram. Se, nesse período, o Corpo Denso, o físico, for perturbado pelas lamentações dos parentes ou pelo movimento ocasionado pelo próprio enterro, o Espírito será molestado na mesma proporção. É evidente que uma autópsia ou embalsamamento terá efeitos bem mais prejudiciais. Portanto, a realização de qualquer um desses processos seria realmente um erro.

(Pergunta nº 8 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas Vol. 2” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

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Pergunta: A experiência adquirida em cada renascimento é registrada separadamente e acrescentada as anteriores ou mais ou menos inconscientemente absorvida no próximo renascimento?

Pergunta: A experiência adquirida em cada renascimento é registrada separadamente e acrescentada as anteriores, de maneira que no fim o Espírito fique inteiramente consciente da soma de suas experiências, ou a experiência de uma vida é mais ou menos inconscientemente absorvida pelo próximo renascimento, de forma que apenas um efeito geral é obtido?

Resposta: Quando éramos crianças, aprendemos a escrever e efetuamos muitos movimentos desajeitados antes de conseguirmos controlar essa faculdade. Nos anos que se seguiram, esquecemos tudo sobre as experiências pelas quais passamos durante a aprendizagem, mas a nossa faculdade permanece e está pronta para ser usada a qualquer momento.

De uma maneira similar, as experiências obtidas nas diferentes vidas são geralmente esquecidas pelo ser humano, mas as faculdades que cultivou permanecem e estão prontas para serem usadas por ele a qualquer momento. Assim, vemos um ser humano que nunca teve uma aula de pintura, no entanto, revela-se um artista nato, capaz de criar os mais lindos quadros. Trouxe de suas vidas passadas uma faculdade que é agora capaz de usar. Ao ouvirmos um Mozart compondo na idade de três anos, percebemos a acumulação do senso de harmonia no passado. Podemos dizer que, embora não o lembremos, sempre retemos as faculdades cultivadas em nossas vidas passadas e podemos pô-las a nosso serviço. É isso que faz a diferença entre um ser humano e outro; entre o ignorante e o sábio.

Contudo, há também um registro em seus mínimos detalhes das nossas vidas passadas. O Clarividente treinado, que é capaz de ler na Memória da Natureza, pode observar as diversas vidas de uma pessoa, do fim ao princípio, como, por exemplo, uma fita projetada na ordem inversa. Contemplará primeiramente a vida atual do ser humano, seu nascimento, sua prévia estadia nos Mundos invisíveis e, em seguida, a morte ocorrida na vida anterior, que se desenrolará também na ordem inversa passando pela velhice, idade madura, juventude, adolescência e infância, até o nascimento, e assim sucessivamente através de várias vidas.

(Pergunta nº 70 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas Vol. 1” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

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Pergunta: Como devemos concentrar-nos para ajudar os que estão no outro mundo? Será permanecendo em silêncio e enviando-lhes pensamentos amorosos e de ajuda?

Pergunta: Como devemos concentrar-nos para ajudar os que estão no outro mundo? Será permanecendo em silêncio e enviando-lhes pensamentos amorosos e de ajuda?

Resposta: A faculdade de emitir um pensamento e o poder que esse pensamento tem para cumprir o propósito pelo qual foi enviado, dependo da nitidez do pensador no visualizar aquilo que deseja realizar. As escolas comuns de ocultismo, particularmente as que seguem as linhas do pensamento oriental, aconselham o método de concentração em que os pensamentos se localizam num único ponto, da mesma forma que os raios do sol são concentrados numa lente de aumento. Assim, suas ações concentram-se da mesma forma que os raios do sol queimam quando enfocados. O pensamento também cumprirá invariavelmente o seu objetivo quando concentrado numa intensidade suficiente.

No entanto, precisa-se de um longo treinamento para aprender a proceder assim. Há pouquíssimas pessoas no ocidente capazes de dirigir os seus pensamentos para um determinado propósito. A Religião ocidental, reconhecendo essa inaptidão, ensina outro método muito mais eficiente que a concentração, ou seja, a oração.

Se desejarmos ajudar aqueles que se retiram do seu corpo, podemos orar sinceramente pela sua felicidade e para que possam aprender inteiramente as lições desta vida por meio das suas experiências no Purgatório e no Primeiro Céu. Dessa forma, teremos feito muito mais por eles do que tentarmos o método frio e intelectual da concentração. A postura do corpo tem muito a ver com a intensidade da prece. Se a posição ajoelhada facilitar o ato, tal posição poderá ser adotada. Por outro lado, segundo Emerson:

Embora teus joelhos nunca se dobrem,

De hora em hora ao céu tuas preces sobem,

E sejam elas para o bem ou para o mal formuladas,

Ainda assim são respondidas e gravadas”.

Assim, a postura do corpo durante o ato da prece é secundária, exceto quando se pretenda dar maior intensidade às nossas súplicas. É esse fervor que torna a oração eficaz.

(Pergunta nº 63 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas” – Vol. I – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: As almas que passaram pelo Purgatório, pelo Primeiro, Segundo e Terceiro Céus voltam a renascer nesta Terra, ou dirigem-se para outras esferas?

Resposta: Elas retornam a esta Terra até aprenderem as lições que podem ser aqui vivenciadas. Essencialmente, é o mesmo princípio aplicado quando enviamos uma criança a escola. Não a mandamos para um jardim de infância um dia, para a escola primária no dia seguinte e para a faculdade no terceiro dia. Enviamo-la para o jardim da infância, dia após dia, por um longo período, até aprender todas as lições ministradas ali. O conhecimento adquirido no jardim da infância formará a base para o aprendizado na escola primária, que será o alicerce para ingressar na faculdade. Por um processo similar, aprendemos lições sob diversas condições no passado. No futuro, quando tivermos aprendido tudo que está ao nosso alcance neste nosso ambiente terreno, encontraremos, a nossa espera, tarefas em evoluções mais elevadas. O progresso é infinito, pois somos divinos como o nosso Pai que está no céu, e as limitações são impossíveis.

(Pergunta nº 68 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Volume 1 – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Um enterro realizado antes de, pelo menos, três dias e meio após o falecimento teria efeito prejudicial para o Ego?

Pergunta: Diz-se que o corpo não deveria ser cremado antes de três dias e meio após a morte. Um enterro realizado antes desse período teria efeito prejudicial para o Ego?

Resposta: Não, o enterro do corpo, em si, não é prejudicial, a menos que o cadáver seja perturbado de outra maneira qualquer. Contudo é difícil que um enterro seja realizado sem que haja alguma comoção ou sem que o Corpo seja molestado. Por essa razão, é melhor completar o período acima mencionado antes que o enterro ocorra.

É claro que qualquer incisão sofrida no Corpo, tal como a que é feita durante o embalsamento ou com outro propósito, é sentida pelo Espírito.

Da mesma forma que o Espírito sente levemente o corte, quando o médico realiza a operação em uma pessoa que está sob o efeito da anestesia, assim também uma operação post-mortem causa bastante desconforto para o Espírito.

Por isso, deveríamos evitar essa situação o quanto possível. Deveria haver calma e silêncio ao redor do Corpo durante esses três dias e meio, visto que qualquer coisa que perturbe o descanso e a paz seja realmente prejudicial ao Ego.

(Pergunta nº 7 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas” – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Como o avarento, o alcoólatra, o libertino e pessoas similares vivem no Mundo do Desejo depois que morrem aqui?

Pergunta: No “Conceito Rosacruz do Cosmos”, lemos que o avarento, depois de morrer, ao se encontrar nas Regiões inferiores do Mundo do Desejo, pode ver o seu ouro e os seus herdeiros o esbanjando, quando ele já não possui órgãos sensoriais ou qualquer material grosseiro em vibração para estar em harmonia com o denso Mundo Físico. Nós não podemos ver o Mundo do Desejo até que tenhamos desenvolvido os centros do Corpo de Desejos. Como então os que se encontram no Mundo do Desejo podem nos ver, quando já descartaram os órgãos sensoriais físicos?

Resposta: Compreendemos, naturalmente, que o Mundo do Desejo, os Éteres e o Mundo Físico interpenetram-se mutuamente; por conseguinte, o avarento está aqui, entre nós, exatamente como quando estava revestido de um Corpo Denso. Muitas vezes, é difícil entender que a matéria de desejo mais densa, com a qual as Regiões inferiores do Mundo do Desejo são compostas, o Éter Químico, que é o mais inferior dentre os quatro Éteres, e mesmo os gazes físicos estejam intimamente ligados, formando a camada externa de todos os Espíritos que acabaram de ser libertados do Corpo Denso. Portanto, estão vivendo nas Regiões mais baixas do Mundo do Desejo, em contato tão íntimo com o Mundo Físico que é surpreendente para o autor que as pessoas não consigam vê-los entre nós, indo de um lado para outro. Assemelham-se à pessoa que saiu de um quarto em um dia brilhante e ensolarado: o brilho do sol a cega, mas ao retornar ao quarto consegue ver claramente tudo que está no seu interior.

Portanto, o avarento e todos os outros que acabaram de deixar o Corpo Denso veem as pessoas neste mundo muito mais claramente do que as próprias coisas que se encontram no Mundo do Desejo, onde eles estão. Assim como o ser humano que sai quando o Sol está brilhando deve primeiro acostumar-se a ver tudo que o cerca ajustando o foco dos seus olhos, assim também os Espíritos que acabaram de entrar no Mundo do Desejo, após a morte, requerem algum tempo para esse ajustamento. E o material mais denso do seu ser, que é lançado em direção à periferia pela força centrífuga de Repulsão, mantém-nos presos à Terra durante um tempo mais ou menos longo, até que se livrem do material mais grosseiro e sejam capazes de sintonizar-se com as vibrações mais sutis das Regiões superiores. É por essa razão que o avarento, o alcoólatra, o libertino e pessoas similares, cujos desejos são naturalmente baixos e corrompidos, permanecem nessas regiões inferiores, que poderiam muito bem ser chamadas de inferno, por um tempo mais longo do que as pessoas possuidoras de ideais elevados e aspirações espirituais, que se esforçaram durante a vida para erradicar seus vícios e dominar sua natureza inferior. Seus Corpos de Desejos contêm comparativamente pouco material grosseiro e esse é logo consumido, deixando-as livres para ascender em direção às esferas mais elevadas.

Em relação à pergunta de como o avarento consegue ver as coisas físicas, quando já não possui órgãos sensoriais, podemos dizer que não há órgãos sensoriais diferenciados nos veículos mais sutis. Da mesma forma que sentimos com toda a superfície do nosso corpo, o Espírito também vê e ouve não apenas com a superfície, mas com cada átomo do seu corpo espiritual, dentro e fora. O que eles percebem não são realmente as coisas físicas que vemos com os nossos olhos físicos; mas, isto sim, cada cadeira, escrivaninha ou outra peça material que é interpenetrada por ambos os Éteres e pela matéria de desejos — é isso que eles percebem e é tão real e tangível para eles quanto as formas físicas para os nossos sentidos.

(Pergunta nº 13 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas” – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

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