Arquivo de categoria Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Devemos procurar tratamento em casos de doenças tidas como incuráveis?

Pergunta: Devemos procurar tratamento em casos como tuberculose, câncer, esclerose e outros males, ou deveríamos aceitar essas doenças como incuráveis, resultantes de alguma causa do passado, e aguardar um corpo mais eficiente em outra vida?

Resposta: O câncer e a tuberculose são aparentemente incuráveis, embora haja sempre a possibilidade de que possam ceder, e isso certamente ocorrerá se a força dirigida contra elas for suficiente. Todas as manifestações físicas são o resultado de uma causa espiritual, e se conseguirmos entendê-las, contrapondo-lhes algo de natureza oposta, há uma possibilidade de recuperação.

Inversamente, uma atitude resignada, sem assistência de qualquer espécie, nunca tirará o paciente de sua condição doentia. A vida num clima saudável, um desejo intenso de saúde, uma esperança que não conhece nem permite o desânimo e uma simples dieta nutritiva curarão até o pior caso de tuberculose.

Quanto ao câncer, ninguém poderá dizer quando a dívida do destino que causou o mal foi paga. Há muitos casos registrados em que o câncer foi curado; isto é, nas suas formas mais moderadas. Mas mesmo num estágio mais avançado, não há razão para perder a esperança enquanto há vida. No caso da esclerose, há vários métodos de curá-la, e o paciente pode voltar a sentir-se muito bem, particularmente se conseguir reconhecer onde violou as leis da natureza que motivaram a sua doença.

Esse esforço deve ser continuamente efetuado por nós, pois para que qualquer doença seja ou não curada, precisamos explicar ao paciente que leis foram transgredidas. Se ele for orientado a reconhecer a causa espiritual da doença, e aprender a caminhar virtuosamente de acordo com as leis de Deus, o futuro não mais lhe reservará enfermidades. É para isso que estamos trabalhando, para apressarmos o dia da libertação, e conduzir toda a humanidade para a plena conquista da saúde.

 (Pergunta nº 38 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas” – Vol. II)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Por que há almas novas e almas velhas se todos iniciamos na evolução ao mesmo tempo?

Pergunta: Lemos sobre almas novas e almas velhas. Não nos iniciamos todos nesta vida terrena ao mesmo tempo, ou alguns já vieram para cá em uma onda de vida anterior? Não são os de cor branca da mesma idade anímica?

Resposta: Começamos ao mesmo tempo como Espíritos Virginais, em nossa peregrinação evolutiva; entretanto, desde o início alguns adaptaram-se mais ao ambiente. Portanto, desde os primórdios, alguns atrasaram-se nessa escola da vida, da mesma forma que acontece atualmente com as crianças, em nossas escolas. Alguns são mais precoces que outros, e estes, naturalmente, são mais capazes de passar, na escola da vida, pelas fases da evolução, atingindo um grau de consciência mais elevado.

Assim, a onda de vida que hoje é humana dividiu-se automaticamente em várias classes que agora conhecemos como raças branca, negra, vermelha e amarela; os mais atrasados da escola são atualmente os antropoides superiores (bonobos, chimpanzés, orangotangos e gorilas). Por outro lado, há os que se revelaram particularmente precoces e galgaram mais degraus, em termos de evolução, do que a maior parte da humanidade. São pouquíssimos, comparativamente falando; no entanto, encontramo-los entre os Iniciados, Adeptos e os Irmãos Maiores da humanidade, que estão no topo da escada da onda de vida humana. Por conseguinte, é certo que todos nós estamos percorrendo a estrada da evolução no mesmo período de tempo, mas alguns foram mais adaptáveis, mais diligentes. Consequentemente, acumularam para si mais experiência. É isso que constitui realmente a idade da alma, de forma que aqueles que alcançaram maior conhecimento podem ser chamados “almas velhas”, enquanto aqueles que estão atrás são, falando em termos comparativos, “almas novas”. Os Espíritos que habitam os antropoides podem ser considerados “sem alma”.

(Pergunta nº 35 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. 2)

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Pergunta: Quando o Ascendente está em Áries, isso mostra que o nativo é uma alma nova?

Pergunta: Desejaria fazer uma pergunta a respeito da declara­ção feita por Max Heindel em alguns dos seus artigos, no sentido de que, quando o Ascendente está em Áries, isso mostra que o nativo seja uma alma nova, ou, em outras palavras, esteja no início da manifestação material. Em oposi­ção a isso, Max Heindel diz também que sempre que o Ascendente ocorre em Escorpião indica que a disso­lução começou a ocorrer.

Porém, enquanto o aspecto relativo a Áries indica uma proposta física, o relativo a Escorpião deixa-nos em dúvida. O aspecto de Escorpião está relacionado unicamente ao físico, de que forma? A dissolução ocorre imediatamente ou será de natureza gradual, culminando finalmente na passagem pelo Signo de Peixes?

Max Heindel declara também ser difícil elucidar o horóscopo de uma criança de sete meses, porque parece estar fora da linha relativa ao nativo. Eu sou um exem­plo de criança nascida aos sete meses e posso comprovar a veracidade dessa declaração. No entanto, levando em consideração a primeira parte desta carta, não consigo ver como poderia reconciliar, em minha Casa, as condi­ções relativas ao Ascendente de cada membro com a apa­rente indicação e inclinação de cada um como opostas a mim.

Resposta: Mesmo que tivéssemos feito a declaração que o consulente nos atribui, ou seja, que aqueles que têm Áries no Ascendente sejam almas novas, isso não poderia servir-lhe de orientação neste caso, pois admite ser uma criança nascida aos sete meses. Em consequência, os princípios gerais não poderiam ser aplicados em seu caso. Contudo, na realidade, nunca fizemos tal declaração. Se procurar a passagem à qual se refere, verá que sua memória o enganou. O que dissemos, e ainda dizemos, é que o Espírito nasce sob todos os doze Signos a fim de adquirir a experiência advinda de cada um deles; e podemos considerar como princípio, falando em termos gerais, que os que nascem com Áries no Ascendente entraram recentemente em um novo ciclo de vida, uma espiral mais elevada no caminho de sua evolução.

Torna-se evidente que alguns de seus familiares ou outros que o rodeiam possam ter qualquer um dos onze Signos se elevando e, assim mesmo, estar a um ou mais degraus, ou espirais, abaixo ou acima daquele que tem Áries no Ascendente. Quando isso for entendido, compreenderemos facilmente que quando uma pessoa alcança Escorpião, o Signo da morte e da dissolução, os frutos de todas as vidas regidas pelos vários Signos precedentes estão começando a amadurecer e a dissolver-se para que, quando o Espírito progredir através de Capricórnio, Aquário e Peixes, esses frutos sejam gradualmente assimilados, a semente amadureça para permitir a entrada da alma em Áries e, assim, iniciar um novo ciclo de vida.

Devemos também entender que o número de nascimentos referentes a qualquer Signo particular varia de acordo com a adaptabilidade do Espírito e a facilidade com que aprende as lições programadas para ele pelas Divinas Hierarquias. Só pode haver um único nascimento sob Áries num determinado ciclo de vida e, talvez, cinco ou dez sob os outros Signos; e vice-versa, de forma que, se dois espíritos tivessem que nascer sob o Signo de Áries na mesma espiral de evolução e um dentre eles se mostrasse diligente na aprendizagem de suas lições na escola da vida, poderia ser promovido à classe de Touro ou mesmo Gêmeos, antes que o outro deixasse Áries. Tendo ele uma especial preferência pelo trabalho de Gêmeos, poderia acelerar-se, ultrapassando o outro que marcharia lentamente pelo caminho de Câncer e assim por diante. Não há regras definidas. Tudo depende da qualidade inerente ao Ego e o que um faz não pode servir de critério para o que o outro possa fazer. Por isso, não podemos julgar a condição de qualquer um examinando apenas o seu Ascendente.

Só há um método que fornece solução aproxi­mada para a questão da intenção das Divinas Hierarquias a respeito de uma vida particular, que é comparar a progressão relativa do Ascendente com a do Meio-Céu. Ao fazer isso, podemos notar que um deles esteja movendo-se mais rapidamente que o outro. Supo­nhamos, por exemplo, que estejamos acompanhando o ho­róscopo de uma pessoa durante quarenta anos. Digamos que um grau de Áries esteja no Meio-Céu e um grau de Câncer, no Ascendente, no momento do nascimento. Imaginemos, então, que, aos quarenta anos, o Meio-Céu tenha progredido até Touro, 5, e o Ascendente, até Leão, 15. Isso mostra que o Meio-Céu percorreu 35 graus, enquanto o Ascendente andou 45. O Meio-Céu indica as tendências espirituais e as oportunidades na vida e o Ascendente mostra o lado material. Assim, é evidente que as oportunidades colocadas diante daquele Ego foram principalmente materiais e a tendência da sua evolução, na vida que estamos considerando, seria especialmente terrena.

Contudo, preste atenção a isto: o horóscopo, como reiteramos repetidamente, só mostra as tendências e é perfeitamente possível que uma pessoa com tal horóscopo decida seguir seu próprio caminho e cultivar todas as oportunidades espirituais que puder. Se ela tiver suficiente força de vontade, poderá mudar completamente a sua vida. Outra, cujo Meio-Céu progrida mais rapidamente do que o Ascendente, poderá encontrar dificuldades em atingir o sucesso material, mas terá todas as oportunidades para o crescimento anímico que almejar em seu caminho. Poderá também decidir governar as suas estrelas e ser bem-sucedida nos casos mundanos, mas o fato de conseguir isso, ou não, dependerá da sua força de vontade em oposição à indução das estrelas.

(Pergunta nº 36 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. 2)

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Pergunta: Quando oramos para o Cristo as nossas preces realmente o alcançam, ou são respondidas, ou recebidas por um ser menos elevado?

Pergunta: Quando oramos para o Cristo as nossas preces realmente o alcançam, ou são respondidas, ou recebidas por um ser menos elevado?

Resposta: Aprendemos nos Ensinamentos Rosacruzes que uma das funções do grande Ser ao qual conhecemos como Cristo – o maior de todos os Arcanjos, o mais elevado Iniciado do Período Solar, o Deus-Filho -, o Espírito Planetário da Terra, é de impregnar nosso Planeta com Sua vida e abastecer a atmosfera com Suas vibrações espirituais, para estimular a humanidade na sua evolução espiritual.

Há uma ligação direta entre cada indivíduo disposto a Viver uma Vida seguindo os Seus ditames e o Espírito de Cristo.

Essa ligação é mantida pela formação do Corpo-Alma, o veículo composto pelos dois Éteres Superiores do Corpo Vital (o Éter Luminoso e o Refletor).

O Corpo-Alma é o produto do altruísmo, do serviço, da pureza e da aspiração espiritual. Os Éteres que o compõem estão em correlação direta com o Mundo do Espírito de Vida, o lar espiritual do Cristo (onde ele trabalha e vive cotidianamente, como nós, quando renascidos aqui, vivemos cotidianamente no Mundo Físico).

Dessa forma o Ego que consegue constituir o seu Corpo-Alma liga-se em correlação direta com o Espírito de Cristo.

Quando oramos para o Cristo, oramos, na realidade, ao Espírito de Cristo dentro de nós, o segundo aspecto do Tríplice-Espírito, ou Ego Superior.

A oração evoca, às vezes, a ajuda de Seres Superiores, que vem auxiliar a pessoa suplicante.

Devemos lembrar, porém, que a oração científica consiste de glorificação e adoração.

Como disse Max Heindel: “Quando oferecemos orações de agradecimento e louvor, colocamo-nos numa posição favorável em relação à Lei de Atração, e estamos num estado de receptividade que permite que possamos receber uma maior dádiva do Espírito do Amor e da Luz”

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de Novembro/1974)

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Pergunta: O que trazemos de volta, ao fim da nossa jornada evolutiva?

Pergunta: O que trazemos de volta, ao fim da nossa jornada evolutiva? Se o Espírito é perfeito desde o início, o que poderemos acrescentar-lhe?

Resposta: Aprendemos que no início da manifestação, Deus, o Grande Espírito, diferencia dentro de Si (não vindo de Si) vários Espíritos que são como faíscas de uma chama e participantes da natureza divina. Assim mesmo, ninguém afirmará que uma faísca seja tão boa e iluminadora quanto a chama, embora seja da mesma substância. Antes da diferenciação, esses Espíritos possuíam e participavam da plena consciência divina, a onisciência, e de outros atributos. Tais faculdades divi­nas estão latentes neles e a peregrinação através da ma­téria, a jornada evolucionária, tem como finalidade ati­çar essas faíscas para que se tornem chamas e, assim, desenvolvam e transformem os atributos latentes em potentes para que possam ser energias dinâmicas, pron­tas para serem usadas, individualmente, por cada Es­pírito.

Contudo, uma coisa a mais que foi conquistada. Quando o vento sopra em um campo de feno recém-ceifado, ele absorve e carrega consigo a fragrância de miríades de flores, assim como se impregna com o aroma peculiar do campo. Em outro lugar, quando sopra sobre um jardim de rosas ou flores de laranjeira, recolherá um aroma diferente. O mesmo ocorre com os Espíritos em evolução. Cada um de nós, durante as rajadas de vento sentidas no processo evolucionário, recolhe o aroma da sua experiência individual e, no fim da evo­lução, como Filhos Pródigos, retornamos ao seio do Pai levando o aroma da experiência particular e indi­vidual vivida durante a jornada evolucionária. Então, essa essência composta será amalgamada no grande Espírito Divino do Pai e, dessa forma, seremos participantes da experiência uns dos outros, assim como o Pai partici­pará de toda a nossa experiência. Em consequência, haverá um benefício distinto para todos os envolvidos, pois, além da nossa própria individualidade ter-se desenvolvi­do, teremos aprendido a compartilhar do conhecimento e experiência acumulados por todos os outros Espíritos da nossa onda de vida.

(Pergunta nº 32 – “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas” – Vol. 2)

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Pergunta: Será errado interferir no karma ou devemos susten­tar a nossa divindade?

Pergunta: Será errado interferir no karma ou devemos susten­tar a nossa divindade e nos elevar acima das circuns­tâncias pela afirmação da nossa natureza divina?

Resposta: Uma pergunta semelhante foi formulada ao Sr. Heindel, em uma de suas recentes conferências em Los Angeles. Ele respondeu da forma abaixo.

“Embora todas as grandes religiões tenham sido dadas por Deus, há uma religião ocidental para os povos do ocidente da mesma forma que o hinduísmo existe para o povo da Índia e não vejo razão válida que nos faça copiar a ter­minologia deles e forçar as pessoas daqui a aprender o sânscrito, quando temos nossa própria e excelente lin­guagem com termos apropriados para ser usados em tudo aquilo que desejarmos transmitir. Para deixar a questão mais clara, vamos nos referir a um caso ocor­rido alguns anos atrás. Havia então uma con­trovérsia em determinada sociedade, que cometeu o erro de promover os ensinamentos orientais usando seus próprios termos, mas aqui, no ocidente. A discussão surgiu a respeito da palavra ‘AVYAKTAM’.

“Nem os próprios hindus têm certeza a respeito do significado da sua terminologia. Toneladas de papel e barris de tinta foram consumidos para chegarem a um acordo e parecem ter resolvido a disputa, adotando a se­guinte definição: Avyaktam é Parabramah revestido de Mulaprakiti, do qual são feitos seus UPAHHIS durante a Manvantara e no qual são novamente transformados, quando da chegada do Arolaya”.

O Sr. Heindel disse em seguida que esperava que a plateia tivesse entendido o significado de Avyaktam. Quando a plateia começou a rir e movimentou suas cabeças, o orador expressou seu pesar pela falta de compreensão de uma explicação tão elevada e resolveu tentar a variação comum do inglês para ver se essa explicaria. “Avyaktam é a Deidade reves­tida da Substância Essencial Cósmica da qual são feitos os seus veículos durante o Dia da Manifestação e que se transformam novamente, quando da chegada da Noite Cósmica”.

Quando os ouvintes declararam ter entendido a ex­plicação, o Sr. Heindel disse que o mesmo era válido no que se referia à palavra karma. Todos na América e grande parte das pessoas no mundo sabem o que é “dívida de destino”, sem a necessidade de qualquer explicação, e há várias outras palavras comuns que podem ser usadas com maior eficácia do que a expressão hindu karma, que não tem sentido para a maioria dos ocidentais. O orador afirmou também que palavras como astral e en­carnação ficassem deslocadas por terem sido ideadas para significar algo que não foi justificado. Ele lamentava que a palavra encarnação tivesse sido usada em nossa lite­ratura mais recente, notavelmente no Conceito Rosacruz do Cosmos. Os Irmãos Maiores que lhe ministraram os ensi­namentos na língua alemã sempre usaram a palavra Wiedergeburt, que significa renascimento, e há muita diferença entre os dois termos, diferença que não nota­mos à primeira vista.

É possível para um Espírito encarnar em um corpo adulto, expulsando o dono do seu veículo, possuindo esse corpo. No entanto, quando dizemos renascimento, só há um significado. Por essa razão, ele insiste para que os Estudantes nunca usem o termo encarnação, mas sempre a palavra renascimento. Em seguida, continuou.

“Responderemos agora à primeira parte da pergunta; isso é, será errado interferir no destino? Para chegarmos a uma conclusão, verifiquemos primeiramente quem criou o destino! Nós mesmos o criamos. Nós movimentamos a força que se transformou agora em destino e, por isso, temos indubitavelmente o direito de transformá-lo, na medida da nossa capacidade. Na realidade, essa é a marca autêntica da Divindade: governar-nos a nós mesmos. A maior parte da humanidade é regida pelos Astros, que podem ser chamados de ‘Relógio do Desti­no’. Os doze Signos do Zodíaco marcam as doze horas do dia e da noite, sendo que os Astros podem ser compa­rados aos ponteiros do relógio, indicando o ano em que certa dívida do destino amadureceu para poder expressar-se em nossas vidas. A Lua indica o mês e atrai determinadas influências que sentimos sem ter a consciên­cia de que estejam sendo exercidas ou sem notarmos sua finalidade.

“Contudo, essas influências permitirão alinhar nos­sas ações ao destino que criamos nos anos ou vidas anteriores e, invariavelmente, o acontecimento pressagia­do ocorre.

“Isso está marcado, a menos que nos esforcemos para mudar. Graças a Deus, há um a menos que, porque se não houvesse a possibilidade de alterar o destino, a única coisa a fazer seria sentar-se e dizer: ‘Vamos comer, beber e gozar a vida, já que amanhã morreremos’. Estaríamos, então, nas mãos de um destino inexorável e seríamos incapazes de nos aju­dar. Pela bondade de Deus há um fator que não está indicado pelo horóscopo. É a VONTADE humana, que tem condições de afirmar-se e frustrar o Destino. Recor­demos aquele lindo poema transcrito no Conceito Rosacruz do Cosmos.

“Um barco sai para Leste e para Oeste outro sai,

Com o mesmo vento que sopra em uma única direção;

É a posição certa das velas e não o sopro do vento

Que determina por certo o caminho em que eles vão.

É da máxima importância que estabeleçamos o rumo do barco das nossas vidas, conforme o desejarmos. Nunca tenhamos escrúpulos em interferir no destino.

Esse proceder também refuta a ideia de “afirma­ções” como sendo um fator na vida, pois isso, em si mesmo, é uma tolice. É de trabalho e ação que preci­samos na vida, como tentarei explicar por meio de uma ilustração. Suponhamos que uma pequena semente de lindos cravos pudesse falar e viesse a nós, dizendo: “Sou um cravo”. Por certo, nós responderíamos: “Não, você não é um cravo. Você tem a potencialidade interna para ser um cravo, mas terá que ir ao jardim e ficar enterrada durante algum tempo para crescer. Somente assim po­derá tornar-se um cravo, nunca pela afirmação”. Da mesma forma sucede conosco. Todas as “afirmações” da Divindade serão em vão, a menos que sejam acompanhadas por ações de caráter divino. Os atos provarão a nossa Divindade de uma forma que nunca as palavras possam fazê-lo.

(Pergunta nº 31 – “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas” – Vol. 2)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Aqueles que estão passando, agora, para o Além voltarão a renascer antes da Era de Aquário? Se eles têm lições a aprender para se tornarem capazes de viver naquela Era, voltarão para aprender?

Pergunta: Aqueles que estão passando, agora, para o Além voltarão a renascer antes da Era de Aquário? Se eles têm lições a aprender para se tornarem capazes de viver naquela Era, voltarão para aprender?

Resposta: Isso tudo depende. O tempo usual entre dois nascimentos é de mil anos, de modo a dar a todos uma oportunidade de renascer uma vez como homem e outra, como mulher, enquanto o Sol transita por cada Signo do Zodíaco pela Precessão dos Equinócios, o que demora, aproximadamente, 2.100 anos.

Isso é feito porque as lições desse período são tantas e tão diferentes que não podem ser efetivamente aprendidas pelo mesmo tipo sexual de corpo. As experiências, do ponto de vista masculino, são muito diferentes das do feminino.

Essa lei, porém, é semelhante a todas as outras leis da natureza: não é cega. Ela está sob o domínio de quatro grandes Seres chamados de Anjos do Destino e Eles têm que preparar todos os detalhes da evolução humana. Providenciam para que todos possam ter a oportunidade de conseguir tanta experiência quanto possam suportar.

Se for necessário que uma pessoa permaneça mil anos, inteiramente nos Mundos invisíveis, ela permanecerá. Se não, voltará mais cedo. Algumas voltam após poucas centenas de anos, porque já evoluíram até ao ponto em que aprendem rapidamente.

Pessoas que “vivem a vida”, como os Probacionistas ativos e fiéis à obrigação, que já assimilaram sua experiência de vida antes de saírem daqui e estão fazendo uma boa parte do seu trabalho nos Mundos invisíveis, não necessitam ficar muito tempo no outro lado.

Elas se puseram definitivamente do lado das Leis de Deus e, portanto, a elas são dadas maiores oportunidades para evoluir pelo serviço.

 (Publicado na Revista Serviço Rosacruz de outubro/1973)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Se Cristo era divino, um Arcanjo, o Iniciado mais elevado do Período Solar, conforme você diz, por que foi Ele chamado “O Filho do Homem”?

Pergunta: Se Cristo era divino, um Arcanjo, o Iniciado mais elevado do Período Solar, conforme você diz, por que foi Ele chamado “O Filho do Homem”?

Resposta: Para entender convenientemente o título “O Filho do Homem”, é necessário conhecer a lenda Maçônica sobre a criação do mundo e do ser humano que nele habita, e também a história bíblica. Visto que nem todos os Estudantes leram as lições contidas no livro “A Maçonaria e o Catolicismo”, repetiremos esta lenda, ou melhor, os seus pontos essenciais.

No princípio, o Elohim Jeová criou Eva, e o Elohim Samael, que é o embaixador de Marte na Terra, uniu-se a ela. Caim foi o fruto dessa união. Depois, o Elohim Jeová criou também Adão, e Adão uniu-se a Eva, e Abel foi o produto dessa união. Abel era, portanto, filho de pais humanos, ambos criaturas de Jeová, era dócil e receptivo às ordens de Deus que ele considerava seu Criador; ao passo que Caim era o produto semidivino de uma mãe humana e de um pai divino. Por essa razão, ele tinha o impulso divino da criação. Abel contentava-se em guardar os rebanhos, criados também por Jeová, os quais, como ele, se alimentavam do alimento vegetal que crescia naturalmente sem esforço de sua parte, uma dádiva dos deuses. Caim era diferente. Tinha o desejo dominante de criar algo, esse impulso divino de fazer crescer duas folhas de grama onde antes só havia uma, era uma força dominante irresistível, e ele não se sentia satisfeito enquanto não realizasse algo por iniciativa própria. Portanto, ele plantou as sementes que achou, fez crescer o grão, e ofereceu a Jeová o fruto do trabalho de suas mãos, Não obstante, suas oferendas não agradaram ao Deus Jeová, que via nele um possível rival — alguém que não seria completamente dominado. Em consequência, criou-se uma animosidade entre Caim e Abel, e o sangue desse foi derramado. Adão uniu-se novamente a Eva, e dessa união nasceu Seth. Desde então, sempre houve no mundo duas classes de pessoas, os Filhos de Caim e os Filhos de Seth. Um deu origem à longa linhagem de reis, que exerciam essa função “pela graça de Deus” e que culminou com Salomão. Essa linhagem é a do filho dos homens, isto é, nasceram de pai e de mãe humanos, a saber, Adão e Eva, ambos criados por Deus e obedientes às Suas ordens — ambos total e inteiramente humanos.

Quanto a isto, os Filhos de Seth diferem radicalmente dos Filhos de Caim. Caim era virtualmente o filho de uma viúva, porque Eva foi abandonada por seu divino esposo, Samael, no momento em que se consumou a fecundação. Ele nunca assumiu sua função de marido ou de pai, portanto, o seu filho era, como já foi dito, o filho de uma viúva.

Dessa progênie semidivina, Caim, descendem várias gerações de filhos que originaram todas as indústrias, como poderão verificar consultando a Bíblia. Eles inventaram todas as artes e todas as ciências. Deve-se a eles todo o progresso material do mundo, e sua estirpe culminou na época em que Salomão, o filho do homem, ocupava o trono de Israel, e o nascimento de um filho de uma viúva, chamado Hiram Abiff está também registrado na Bíblia. Não confundir Hiram de Tiro com Hiram, o mestre-artífice, que foi enviado pelo Rei Hiram de Tiro para construir o Templo de Salomão. Vemos que ele era “o filho da viúva”, e Salomão o “filho do homem”. Posteriormente, esses dois personagens do drama mundial renasceram. Salomão tornou-se Jesus de Nazaré, o Filho do Homem. Hiram Abiff tornou-se Lázaro. Ele foi também o Filho da Viúva de Naim, e as duas ressurreições registradas são um acontecimento referentes à Iniciação.

Desde então, esses dois personagens, o Filho do Homem e o Filho de uma Viúva, têm trabalhado para os mesmos objetivos, embora em esferas diferentes. Jesus, o Filho do Homem, trabalhou e trabalha até hoje entre as igrejas. Christian Rosenkreuz é o último nome de Hiram Abiff e de Lázaro, o Filho de uma Viúva. Jesus, o Filho do Homem, é o gênio protetor de todas as igrejas onde a religião seja cultivada e o ser humano seja conduzido de volta a Deus através do caminho sincero da Devoção.

Christian Rosenkreuz, o Filho da Viúva, trabalha com as potências do mundo, as indústrias e a ciência, a fim de efetuar a união das forças temporal e espiritual, a cabeça e o coração, que deve ser realizada antes que Cristo o Filho de Deus, possa vir novamente.

Com referência a essa união, lemos no “Conceito” que a segunda vinda de Cristo ocorrerá numa época em que o Estado e a Igreja estiverem unidos, mas reconhecemos que essa não foi uma expressão feliz. Queremos lembrar que recebemos nossos ensinamentos na Alemanha, e em tal quantidade que era muito difícil encontrar imediatamente uma expressão inglesa adequada para cada termo. Muitas vezes, fizemos uma tradução por demais literal. As palavras estado e igreja, da forma usada pelo Mestre, queriam transmitir a ideia de que em algum tempo, os poderes temporal e o clerical deverão trabalhar de mãos dadas e unir-se cada vez mais; pois, na época em que isso acontecer e que aguardamos, o Reino de Cristo, só haverá um regente. Ele será ambos, Rei e Sacerdote e, por essa razão, a raça humana deve ser educada de forma tal que os seus dirigentes humanos se aproximem cada vez mais desse ideal, sendo sábios o bastante para governar um estado, e bons o bastante para guiar os corações dos homens. Assim e somente assim, poderemos aproximar-nos do Reino de Deus, portanto, essa é a condição que Christian Rosenkreuz e Jesus esforçam-se por trazer à Igreja e ao Estado.

(Pergunta nº 92 do livro A Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas”, Vol. II)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Se trabalharmos dedicadamente com as plantas e os animais para auxiliá-los no seu desenvolvimento e no processo de sua evolução, isso contribuirá para nossa elevação espiritual?

Pergunta: Se trabalharmos dedicadamente com as plantas e os animais para auxiliá-los no seu desenvolvimento e no processo de sua evolução, isso contribuirá para nossa elevação espiritual ou só a conseguiremos mediante serviços prestados à humanidade?

Resposta: Não, todo ato de bondade para com outra criatura e todo pensamento de amor enviado a outros seres, independentemente do reino ao qual pertençam, recai sobre nós de maneira que se torna um fator de crescimento para a nossa alma. Contudo, deve-se notar que se concedemos a nossa bondade e o nosso amor às plantas e aos animais, enquanto os negamos aos nossos irmãos e irmãs humanos, estaremos cometendo um grave erro, pois a verdadeira caridade começa em casa. Que pensaríamos de um homem que negligenciasse sua própria família, dedicando seu amor e cuidados à família de outrem? Com certeza não nos faltariam palavras para qualificar tal conduta, e o mesmo argumento podemos aplicar a quem devota o seu amor aos animais ou a um jardim cheio de flores, mas não faz o mesmo em relação às crianças da sua vizinhança.

Lembramo-nos de um caso: Há alguns anos, havia um homem muito próspero entre os nossos Probacionistas que se queixava muito da morosidade do seu progresso espiritual. Ele pertencia à alta sociedade e participava de todas as atividades sociais ao mesmo tempo que aspirava a seguir o manso e humilde Cristo. Quando quisemos mostrar-lhe a inconsistência do seu comportamento, ele justificou-se dizendo que se sentia obrigado a agir assim por causa de sua mulher. Ele havia-se casado com ela e não podia recusar-se a acompanhá-la em suas reuniões sociais, pois isso iria com certeza acabar com o relacionamento entre os dois. Perguntamos o que ele fazia para promover o crescimento de sua alma; que interesse tinha pelas pessoas menos favorecidas que ele; qual a sua participação em termos de caridade, ou melhor, que estava fazendo pessoalmente no sentido de ajudar os que não ocupavam posição tão privilegiada e necessitavam de sua ajuda? Ele admitiu que nada disso fazia. Então, evidentemente envergonhado pela sua incapacidade de mostrar e fazer algo pelos outros, e tentando merecer o direito de trabalhar numa esfera mais elevada, ele disse enfaticamente: “Às vezes, ao ver um cão faminto, eu o alimento, também gosto muito do meu cachorro, e dedico muito tempo para treiná-lo”.

Entendemos facilmente que qualquer que seja o amor que esse homem tenha demonstrado em relação ao seu próprio cachorro e o gasto de alguns centavos em sobras que tenham servido de alimento, uma ou duas vezes, a um cão faminto – enquanto desprezava a oportunidade de alimentar as almas famintas de seus irmãos e irmãs humanos – não lhe conferirão uma elevação espiritual e, naturalmente, como tantos outros que descobrem não haver estrada régia, ele dedica seus interesses para coisas materiais. O fato de patrocinar a ida de missionários para a China para converter os pagãos, enquanto sua própria família está na escuridão, não representa desenvolvimento espiritual. Não lhe trará benefício nenhum o fato de alimentar todos os cachorros e gatos da sua cidade e cuidar de todos os jardins abandonados, se descuidar de zelar por seus filhos humanos. Se o consulente já tiver feito todo o possível para iluminar seus familiares mais próximos, então, será bom enviar missionários à China, se tiver meios para isso. Se já tiver feito tudo quanto pode para que o amor se integre às vidas das crianças em seu próprio lar e em sua própria cidade, então é meritório cuidar também dos gatos, cachorros e jardins. Nem sempre podemos fazer o bastante, mas seja muito ou pouco, deveríamos primeiro assegurar-nos de despender os nossos esforços numa esfera legítima e adequada.

(Pergunta 141 do Livro “A Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas” vol. II, de Max Heindel)

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