Arquivo de categoria Esquema, Caminho e Obra da Evolução

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Os Mundos Visível e Invisíveis

Os Mundos Visível e Invisíveis

O universo é a grande escola de treinamento de Deus. Como parte particular desta vasta escola, estamos agora presenciando acontecimentos e mudanças de vulto que provocam uma crescente necessidade de obtermos melhor conhecimento da razão de ser da existência. “Que significa tudo isso?”, perguntamos, e “Que significa isso para mim?”.

A chave do progresso pode ser resumida no aforismo antigo: “Homem, conhece-te a ti mesmo”. O primeiro passo no conhecimento de nós mesmos e das nossas relações com as forças cósmicas é compreender alguma coisa dos mundos em que vivemos, desde que as leis que agem no Cosmos inevitavelmente afetam nossa vida pessoal, individual.

Para a maioria das pessoas existe apenas um Mundo: o globo físico, denso, em que vivemos. Os Mundos suprafísicos não são visíveis para o indivíduo comum, porque este ainda não desenvolveu os sentidos mais elevados e sutis, necessários para entrar em contato com aqueles. Estes Mundos superiores são os mundos da causa, e o estudo das lições da Fraternidade Rosacruz habilitarão o estudante a avaliar satisfatoriamente as manifestações visíveis no Mundo Físico, bem como a regular sua vida de tal modo que passará a exprimir mais harmonia e mais plenitude em todos os planos.

(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 11/73 – fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Os Pergaminhos do Mar Morto

Os Pergaminhos do Mar Morto

O Cristianismo, tal qual todas as religiões, tem dupla natureza interna, oculta, esotérica, verdadeiro repositório de ensinamentos profundos, e uma exterior, exotérica, superficial, formal, contendo princípios cuja finalidade é manter a união do agrupamento e coibir, as mais das vezes, coercitivamente, os arroubos da natureza inferior.

Ao arcabouço esotérico de uma religião só tem acesso seus membros mais avançados, aqueles já iluminados pela pureza e desinteresse. Os menos evoluídos se satisfazem em gravitar em torno de cerimoniais – que raramente entendem – e aspectos exteriores de culto. Assim, permanecem atados a letra que mata e não ao espírito que vivifica, até capacitarem-se a dar um passo maior. São Paulo, Apóstolo, dava “leite as criancinhas” e “alimento sólido” aos fortes na fé.

Cristo se dirigiu as multidões por meio de parábolas, mas aos Discípulos revelava o conteúdo transcendental de Sua Doutrina.

Por suposto, o Cristianismo Esotérico contém a essência dos ensinamentos do Mestre, princípios esses encontráveis nas entrelinhas dos Evangelhos, por quem possui a “chave” para tal.

Tanto as traduções do Antigo como do Novo Testamento, sofreram interpolações e modificações, involuntária ou propositadamente, por parte de copistas e tradutores. Encontramos referências a isso no Conceito Rosacruz do Cosmos, de Max Heindel, e na Patrologia Grega, de Orígenes . Não é difícil imaginar como houve confusões e distorções.

Os Rosacruzes, porém, mercê de suas investigações na Memória da Natureza, oferecem o sentido real dos ensinamentos bíblicos.

Em 1947, ocorreu um fato muito auspicioso: foram descobertos oito rolos de pergaminhos numa gruta localizada nas proximidades do mosteiro de Qunram, as margens do Mar Morto. Sete desses documentos foram decifrados e estudados, revelando importantes informes a respeito do Cristianismo, confirmando muita coisa ensinada pela Fraternidade Rosacruz.

Sabe-se que foram elaborados pelos Essênios. Estes, constituíam uma terceira seita entre os judeus. As outras duas eram os saduceus e os fariseus.

A comunidade essênia, todavia, era bem diferente. Formada de pessoas mais devotas e espiritualizadas, vivia uma vida de pureza e serviço, em contraste com as outras. Sabe-se, também, que vários apóstolos e alguns personagens destacados dos Evangelhos, pertenceram a essa seita.

Agora, outra informação: o oitavo e último rolo de pergaminho foi, finalmente, decifrado e estudado, conforme notícia abaixo transcrita, publicada no jornal Folha de São Paulo, edição de 25 de fevereiro de 1979.

“BERKELEY, CALIFORNIA, (UPI)”
– Os últimos e mais completos pergaminhos do Mar Morto foram finalmente publicados e fizeram revelações novas e importantes a respeito da origem da doutrina cristã sobre o sexo, o casamento e o divórcio, disse o professor Jacob Milgrom, da Universidade da Califórnia.

Denominado “Pergaminho do Templo” por se referir em grande parte à reconstrução do templo de Jerusalém, o documento recentemente publicado, contém um código de comportamento ético que proíbe o divórcio e a poligamia. É também a favor do celibato, pais proíbe o uso do sexo dentro dos muros de Jerusalém.

O novo rolo de pergaminhos e o último dos oito documentos muito bem preservados encontrados por um jovem beduíno em uma caverna perto do Mar Morto, em 1947. Sete outros rolos de pergaminhos já foram decifrados e estudados durante a década de 50, mas o “Pergaminho do Templo” só foi descoberto quando Israel ocupou os territórios árabes, na guerra dos seis dias, em 1967.

O pergaminho foi encontrado em uma caixa de sapato escondida debaixo do assoalho de uma loja árabe, cujo proprietário tinha sido envolvido na compra de documentos antigos.

Nos últimos dez anos o pergaminho foi cuidadosamente desenrolado e decifrado por Yigael Yadin, professor universitário e atualmente vice primeiro ministro de Israel.

Trata-se do mais longo rolo de pergaminho até hoje encontrado, com 19 páginas e 8,53 metros de extensão. O professor Milgrom foi o assistente de Yadin na obra de restauração do documento.

“Em minha opinião, este é provavelmente o pergaminho mais importante”, disse Milgrom numa entrevista. “Antes de mais nada, neste pergaminho Deus fala na primeira pessoa. Isso quer dizer que se trata de revelação. É sua palavra autorizada”.

Milgrom disse que o “Pergaminho do Templo” “vem lançar nova luz sobre as origens de muitas doutrinas cristãs”.
O documento diz, por exemplo, que todos os que “aspirarem viver à sombra do templo, em permanente estado de santidade, devem viver uma vida de solteiro”. Proíbe também a prática de relações sexuais em qualquer parte dentro da cidade de Jerusalém.

Os rigorosos mandamentos de pureza em torno do templo e dos sacrifícios excluem a satisfação de necessidades higiênicas dentro de Jerusalém e até mesmo a defecação em qualquer lugar durante sábado judaico. Proíbe, também “ao rei mais de uma mulher e diz que ele não se deve casar novamente, enquanto sua mulher estiver viva”, disse Milgrom. “As implicações são evidentes. O divórcio é proibido”.

Pela primeira vez, vemos que as opiniões sobre o matrimônio e o divórcio expressas dentro de certas tendências nos Evangelhos do Novo Testamento, podem traçar sua origem nos ensinamentos desta seita, anterior a época de Jesus Cristo pelo menos um século e meio”. Milgrom observou que o divórcio e poligamia não eram proibidos no Antigo Testamento.

Os pergaminhos foram encontrados perto da comunidade de Qunram, que floresceu desde mais ou menos a metade do século segundo antes de Cristo até, a época da Invasão Romana, no ano 67 de nossa era. Essa comunidade era formada “por uma seita marginal dentro do judaísmo”.

Os dissidentes da seita se refugiaram nas cavernas do Mar Morto para escapar a “poluição” que afetava Jerusalém por causa dos líderes fariseus, disse Milgrom.

O pergaminho do templo não apenas traça os planos para a reconstrução do templo de Jerusalém, quando a seita voltasse ao poder, após uma guerra catastrófica, mas “prescreve leis totalmente novas e dá interpretações também novas sobre as leis antigas”.

(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 04/79 – fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Ciclo: o fim não existe, somente um contínuo eterno, uma existência eterna

O Ciclo: o fim não existe, somente um contínuo eterno, uma existência eterna

Deus emite o Som! Harmonia total que atrai do absoluto todos os componentes pertencentes a Ele. Os diferentes sons agrupam-se em formas diferentes. Não existe matéria morta, todos são carregados com a vida do Absoluto.
O Som mantém sua vibração ritmada e sua duração é o tempo da vida do Universo.

O Som potente desperta a vida no ser inconsciente. Responde, mas a sua consciência não é plena, sua resposta não é o som absoluto. Desafina. Assim a vibração muda e diferencia. As formas já não são perfeitas, a dissonância cria defeitos e na luz absoluta aparecem as sombras. Criam oposições. Positivo-negativo, luz e sombras, bem e o mal, harmonia-dissonância. A luta começa. Respira-expira, recolhe o erro e devolve restaurado.

A harmonia ressoa e a criação com mais consciência tenta vibrar em uníssono, mas seu tom é lento e pesado. Submerge pelo peso e cria novas camadas na sua involução. Cria dor e sofrimento, erros, doenças que aguilhoam para despertar e descobrir sua origem divina.

Uns aumentam sua vibração atinando o som. A luz deles aumenta. Não está tudo feito nem aprendido, mas o ciclo termina. O som extingue, o arquétipo tem seu colapso. O Absoluto absorve o bem, o mal, as lutas, os fracassos e os êxitos. Para preparar o próximo dia da criação, uma nova luta, uma nova oportunidade.

O fim não existe, somente um contínuo eterno, uma existência eterna. A consciência humana não atinge a razão da criação. Ainda não. Agora somente podem existir confiança e fé na Vida Eterna, onde nós vivemos, movemos e temos o nosso ser.

(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 11/84 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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Extensão de Consciência

Extensão de Consciência

No capítulo do Conceito Rosacruz do Cosmos, que trata do Esquema da Evolução lemos: “Os três e meio Períodos que faltam serão dedicados ao aperfeiçoamento destes veículos, e a expansão de nossa consciência em algo semelhante à onisciência”. Esta lição trata desta importante fase da evolução. Já caminhamos um grande percurso desde a consciência do sono profundo, do Período de Saturno ao estado de consciência de vigília atual, e estamos nos preparando para a elevada consciência espiritual que obteremos no Período de Vulcano. Este é o grande plano que nosso Criador traçou para nós, os Espíritos Virginais.

Através das diferentes fases da Involução fomos guiados por Seres Elevados, de variados graus de poder, porém, hoje, no tempo atual, nos encontramos no caminho evolutivo de desenvolvimento, e ampliando a Consciência de Vigília, cujo desenvolvimento está em nossas próprias mãos, dependendo de nossa iniciativa e diligência, a fim de que cresça ou permaneça estacionado.

Como Estudantes, sinceros e humildes, temos plena consciência de nossos muitos defeitos. Como crescer em graça e alcançar o crescimento anímico é o objetivo de nossos esforços diários, porque o crescimento anímico aumentará a nossa consciência. Frequentemente sentimos que não podemos nos concentrar e meditar à vontade, ou tão profundamente como desejaríamos, porque influências externas nos perturbam e, com facilidade, nos dizemos a nós mesmos: “O mundo é demasiado para nós”. É, então, que somos tentados a excluir-nos, e permitir-nos o desejo de fugir para a nossa individual torre de marfim; sabemos que, sem importar quão sedutor possa nos parecer este projeto, não é o caminho certo para nós. Experiências anteriores nos têm demonstrado que o crescimento anímico não se acumula fugindo da vida e das nossas obrigações para com a sociedade no mundo. A consciência se produz pela guerra entre o Corpo de Desejos, que destrói, e o Corpo Vital, que constrói. O Espírito renasce para obter experiências, e esta só se pode alcançar pelo contato com nossos semelhantes, no Mundo Físico de ação e reação.

A razão para a edificação de nosso intrincado sistema de veículos eficientes, durante a involução, foi para obter consciência própria. Pelo uso destes, conscientemente, durante nossa jornada evolucionária, conseguimos poder anímico que é o alimento que o Espírito requer. Desde o mero princípio, este nosso espírito foi uma parte de Deus, e agora, como sempre, “vivemos, nos movemos e temos o nosso ser” em Deus, porém, tem que se converter em um espírito humano individualizado, consciente. Como tal, no devido tempo, deve dar-se conta de sua própria história passada, suas possibilidades atuais, e suas futuras potencialidades.

Cristo advertiu a Seus ouvintes: “Sê tu, portanto, perfeito como teu Pai é perfeito nos Céus”. EIe compreendia que nenhum de Seus ouvintes possuía a perfeição de Deus no tempo em que Ele lhes falou, porém, sabia o que é possível ao ser humano conseguir. Por Suas palavras desejava impressionar e recordar a humanidade que, pelo esforço constante e exercício incansável da vontade, o ser humano poderá, ao final, alcançar a perfeição. Ele quis elevar os não sensitivos, porque Ele sabia que nosso adormecido Espírito tem que ser despertado, frequentemente por dolorosas experiências.

Reunimos material para o crescimento de nossa alma por meio de nossas experiências diárias; como tratamos estes acontecimentos que enfrentamos em nossa existência diária, será nossa contribuição individual para com a vida. Cada um de nós experimentou um meio ambiente distinto e se equipou com um Átomo-semente mais ou menos poderoso no começo da vida, e, por conseguinte, a reação de cada um é diferente, individualizada, e assim enriquecerá a obra da vida. Carecemos de poder suficiente apreciável sobre os sucessos com que temos de nos defrontar em nossa jornada desde o berço até o túmulo, porém, podemos determinar COMO reacionar ante eles. Temos liberdade em demonstrar, face aos problemas da vida, debilidade ou valor ao enfrentá-los. Nesta luta divina, a alma é enriquecida, e a quinta essência deste crescimento anímico é extraído vida após vida, armazenando-se como poder vibratório. Este poder reunido pelo Espírito durante muitas vidas, é o que sentimos quando nos colocamos em contato com nossos semelhantes, é o poder vibratório que com frequência cria imediatos gostos e aversões. O poder anímico obtido se imprime em nossa própria alma e sentimos o seu efeito. Ricardo Wagner, em sua Ópera Parsifal, teve um esplêndido êxito ao dar-nos um quadro novo, revitalizado da velha lenda que fala da jornada do ser humano através da vida, conforme enfrenta os perigos e domina as tentações. Finalmente, chega à conclusão de sua pesquisa com a alma enriquecida e a consciência expandida. Quando, pela primeira vez, Parsifal aparece em cena, é puro e sem malícia, e surpreendentemente inocente. Deseja ser de alguma utilidade no Castelo de Graal, porém, antes de fazer isto, tem que enfrentar as realidades da vida e do mundo com seus perigos, porque tem que aprender a discernir. Este é o único meio de demonstrar-nos onde somos débeis. Parsifal, em sua inocência, passa através de seus encontros com as donzelas astutas e a tentadora Kundry sem prejudicar-se. Em seu doloroso encontro com ela, obtém novo conhecimento que resulta em uma maior consciência. Ele viaja através de todo o mundo, encontra sofrimentos e fadigas e, agora, quando chega de novo ao Castelo do Graal, está em condições de ajudar e seus esforços são aceitos prazerosamente, porque conseguiu dominar-se. Ele diz a seus amigos: “Vim através do erro e do sofrimento, através de muitos fracassos e incontáveis angústias”. Isto deveria dar a todos aqueles que procuram conseguir fazer o trabalho do mundo, e a todos aqueles desejosos de aprender, novo alento e a segurança de que nada se perde, e se ganha com o esforço sincero.

A essência de nossas experiências, vida após vida, se acumula e não se perde. O amor e o entendimento adquiridos farão nossa jornada, para o alto, mais feliz e mais proveitosa a todo aquele que tentar.

(Mensagem de Mount Ecclesia – publicada na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 08/82 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Eu sou o Caminho

Eu sou o Caminho

Antes que o Cristo tenha se manifestado em Corpo Físico em nosso Planeta no corpo de Jesus de Nazaré, as grandes religiões como o Hinduísmo, Budismo, os cultos de mistérios Egípcios e Gregos já indicavam uma crescente influência e revelação ao mundo do Logos solar. O Velho Testamento também é profético do advento do Filho de Deus em forma humana. A última revelação divina para o ser humano está contida nos Evangelhos, contando o cumprimento de todas essas profecias.

Assim sendo, o aspirante moderno não precisa defender hoje essa ou aquela religião oriental pré-cristã. Ao máximo, pode tomar conhecimento, de forma comparada, a todo esse cabedal de sabedoria, em forma de uma recapitulação da sua própria herança espiritual. Pode então, avaliar melhor a sua situação evolutiva presente, e Max Heindel são dois expoentes dessa curta recapitulação.

Até certo ponto, na época pós-Atlante podia se dar, espiritualmente falando, um passo evolutivo para trás num esforço de restaurar uma condição prévia, em que a alma humana podia entrar de maneira negativa em contato com seres espirituais. Geofisicamente, podia orientar-se para o Oriente. Dirigia os seus “orisons” ou orações matutinas ao horizonte oriental, em que a Iuz aparecia primeiramente. O gesto era simbólico e literal. O gesto literal era baseado numa ilusão referente à revolução da Terra no seu próprio eixo, que dava e dá a impressão de que a fonte de luz (Espírito) vem do Oriente.

O aspirante nos dias de hoje, imita o movimento cósmico do Sol que também é ilusório em sua aparência de viajar do Leste para o Oeste, se tratando novamente da rotação axial da Terra. Porém, a identificação do aspirante com o movimento solar já significa progresso.

O Ser solar, Cristo, se encarnou no Planeta Terra em Nazaré, no corpo de Jesus e subsequentemente, no próprio corpo do Planeta Terra por meio do sangue precioso de Jesus. Iluminado pelo seu Cristo interno, o aspirante pode vislumbrar hoje o que ele será amanhã, enquanto que o ser humano pré-cristão fitava nostalgicamente uma condição que ele tinha, em sua infância evolutiva. O ser humano contemporâneo engatinha para o autodomínio e, gradualmente assume a sua real dimensão, saindo das alvoradas de sua inocência infantil. Ele enfrenta em plena consciência, as experiências do mundo material, na clareza ofuscante da luz do meio-dia, e procede para o Oeste acompanhando o pôr do Sol. O acompanha para a sua segunda morada; vida após a morte. As alvoradas da infância humana, o meio-dia de luz ofuscante de luta consciente, com a experiência material e o pôr do Sol, vida após a morte, eis as etapas da caminhada humana.

O peregrino, depois do Gólgota, aprecia o supremo valor da existência encarnada, que Cristo-Jesus glorificou abrindo Caminho. Houve um ponto na história da evolução humana, quando ficou proibido ao ser humano negar a existência de seu Corpo Físico, procurando se refugiar nos Mundos espirituais, para fugir da cruel luta da experiência material. Esse ponto foi atingido no Gólgota. Com a exceção de videntes involuntários anacrônicos, a atenção do ser humano devia se voltar para a caminhada na matéria. As Iniciações pré-cristã e os rituais de mistérios se tornaram obsoletos. Antes, quando esse sistema era usado normalmente, o Corpo Físico se tornava como morto, já que o invólucro etérico e os Corpos mais sutis acompanhavam o Ego, se separando do veículo físico, completamente.

Na nova Iniciação, o Corpo fica vivo, vital. A consciência pode ao mesmo tempo penetrar nos reinos mais elevados, e não perder o contato com a sua parte mineral, já que a forma e a função vital foram revitalizadas por Cristo enquanto andou na Terra como homem, Jesus.

A descida do Cristo solar se processou pelo mesmo modo do Ego encarnante, que desce pelos Mundos do Pensamento e de Desejos. Gravitou para o Mundo do Desejo e foi identificado como “Senhor da Luz” pelos sacerdotes de Zoroastro, os chamados Reis Magos, ao qual o Cristo era conhecido como Ahura Mazdao. Em sua descida para a Terra, Cristo foi percebido pelos Egípcios e nomeado Osíris. Quando entrou na Região Etérica Lunar, a cultura Hebraica percebeu o Cristo como a deidade lunar Jeová (que significa eu era, sou e serei), e que se apresentou à Moisés como EU SOU. Quando Cristo quase alcançou o Mundo Físico, os Gregos e os Hebreus tiveram a premonição do nascimento de um ser especial – Deus no homem. Finalmente, Cristo se encarnou em Jesus. O EU SOU de Abrão, se revestiu de carne. Com a Ressurreição, a humanidade recebeu um novo ímpeto evolutivo, não podendo voltar a uma condição de feliz inocência e negar o Mundo Físico em que ela deve ser ativa, nos moldes evolutivos a ela ensinados pelo Mestre. Não nega o mundo. O abraça. Progride na espiral evolutiva e cresce.

As religiões pré-cristãs ainda indicam que na liberação da roda da vida, o ser humano volta à mesma felicidade Edênica. Sai do Nirvana e volta para o Nirvana. Vidas e vidas de ilusão. Ironicamente, muitas igrejas convencionais Cristãs têm os seus altares voltados para o Leste. Porém, na realidade, o Tabernáculo do Deserto (descrito em grande detalhe no Velho Testamento) era profeticamente alinhado a um eixo cuja entrada era a Leste, e seu santuário mais recôndito era à OESTE. A ênfase direcional mostra a espiritualização e despojamento do ser humano pela encarnação, pelo trabalho e pelo serviço no Mundo material. E, dessa forma, o Filho oferecerá ao Pai, na sua volta aos reinos celestiais, o ouro espiritual do sofrimento, transmutado, às raras essências de suas experiências, e as pedras preciosas de suas lágrimas. Esse será o seu presente ao Pai: o seu próprio ser.

(Revista ‘Serviço Rosacruz – 07/82 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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Não Violência: a Única Saída

Não Violência: a Única Saída

A atual onda de violência e terrorismo que vem se propagando através do globo em proporções crescentes deve constituir tema de meditação para todas as pessoas de boa vontade. A paz tem sido uma aspiração maior entre os seres humanos. Foram criados instituições e mecanismos para preservá-la ou fazê-la reinar onde o conflito só espalhou miséria e desolação. Entretanto, as guerras entre classes ou grupos étnicos se sucedem a intervalos cada  vez menores.

Necessária se torna a união de todos para fazer frente a essa avalanche de violência. Que fiquem de lado todas as diferenças e os ideais de paz se sobreponham a quaisquer outros interesses. A questão a considerar é, pois: Como conter a violência sem lançar mão da violência? Certamente uma atitude passiva diante da crise atual só contribuirá para agravamento da situação. As filosofias espiritualistas respondem a esta pergunta afirmando que a violência externa é um reflexo do estado de conflito interno em que vive a maioria das pessoas. E vai além; para contê-la faz-se necessária uma transformação interior no ser humano, uma nova atitude de respeito e amor para com todos as seres vivos.

O único antídoto para a violência é a não violência. Somente a ação altruísta e desinteressada, ação fruto do amor por todos os seres será capaz de promover uma transformação para melhor. A vida de Gandhi foi um exemplo de como é possível lutar por seus ideais sem precisar lançar mão da violência. Seu amor por todos os seres era tão intenso, que ao ser friamente assassinado ainda se dirigiu ao seu agressor perguntado: Meu filho, por que fizeste isso? Ele pregava a não violência, não como uma condição física, mas, uma atitude mental de amor, a ausência total de pensamentos desarmoniosos. A não violência, em sua forma ativa, é a boa vontade para com tudo que vive: é perfeito amor.

É muito cômodo criticar o terrorismo e a violência. Contudo, se ficamos apenas nessa atitude, pouco ou nada realizaremos em prol da paz. Cabe a cada um questionar-se para saber até que ponto não é, também, responsável pelo atual estado de violência. De nada adianta nos declararmos pacifistas e continuarmos a educar nossos filhos dentro de um espírito competitivo, inculcando-lhes toda sorte de preconceitos ideológicos e religiosos. As nossas crianças têm sido educadas para vencer na vida a qualquer preço, sem considerar os direitos e as necessidades dos demais. Nossa civilização ocidental, dita cristã, tem sido um exemplo deplorável de conflitos, contrastando com os ensinamentos do meigo nazareno.

É lamentável serem investidos muitos milhões em trabalhos missionários visando a cristianizar os chamados povos pagãos, quando entre nós medra o anticristo nas mais variadas formas de sectarismo.

Se quisermos paz devemos rever nossas atitudes na vida cotidiana, buscando introduzir mais amor, tolerância e compreensão no nosso relacionamento, adotando a postura da não violência. Pode não parecer tarefa fácil, mas conforme dizia Gandhi: “O mundo de amanhã deve ser uma sociedade baseada na não violência”. Tal mundo pode parecer distante, uma impraticável utopia, mas não é inviável, desde que comecemos a agir, aqui e agora.

(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 10/81 – Fraternidade Rosacruz – SP)

 

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Houve um Tempo para lançar luz sobre a mal-entendida Religião Cristã

Houve um Tempo para lançar luz sobre a mal-entendida Religião Cristã

Na antiga Grécia, a Religião, a Arte e a Ciência eram ensinadas conjuntamente. Todavia, tornou-se necessário, para melhor desenvolvimento de cada uma delas, que fossem separadas durante algum tempo.

A Religião reinou suprema na chamada “idade negra” – a Idade Média. Durante esse tempo a Religião escravizou a Arte e a Ciência, atando-as de pés e mãos. Mas depois, veio o período do Renascimento, e a Arte logo se prostituiu a serviço da Religião. Finalmente veio a Ciência moderna e com mão de ferro subjugou a Religião.

Foi em detrimento do mundo que a Ciência ficou, na Idade Média, escravizada pela Religião. Nesse período, a ignorância e a superstição causaram males sem contas; apesar disso, o ser humano abrigava doces ideais espirituais, e tinha esperança numa vida melhor e mais elevada. Porém, comparativamente, é muito mais desastroso que a Ciência esteja matando a Religião, porque até a esperança, o único dom que os deuses deixaram na caixa de Pandora, corre o risco de evaporar-se, diante do Materialismo e o Agnosticismo.

Tal estado de coisas não pode continuar. É inevitável a reação, pois do contrário a desordem dominaria no Cosmos. Para evitar essa calamidade, é indispensável que sejam novamente unidas a Religião, a Ciência e a Arte, em uma expressão mais elevada do Bom, do Verdadeiro e do Belo, do que anteriormente tinham.

Os acontecimentos futuros projetam sua sombra para diante, mostrando as consequências. Assim, quando os Grandes Guias da Humanidade perceberam certa tendência para o ultra materialismo que surgiria no Mundo Ocidental, tomaram certas medidas para neutralizar e transmutá-lo ao devido tempo. Tais Guias não procuram, como pode fazer supor, matar a ciência que ora floresce, do modo como esta procurou matar a Religião. Eles sabem que o Bem resultará no fim de tudo isso, quando então uma Ciência avançada se haja convertido de novo em harmoniosa colaboradora da Religião.

Uma Religião espiritual não pode, indubitavelmente, colaborar com uma Ciência materialista, do mesmo modo como a água não se mistura com azeite. Assim, oportunas medidas são tomadas para se espiritualizar a Ciência e tornar científica a Religião.

No século XIII, um Instrutor Espiritual muito elevado, que tem por nome simbólico: CHRISTIAN ROSENKREUZ (Cristão Rosacruz), apareceu na Europa e inicou sua obra, fundando a misteriosa Ordem dos Rosacruzes, a fim de lançar luz sobre a mal-entendida Religião Cristã, e para explicar o mistério da vida e do Ser, sob um ponto de vista científico, em harmonia com a Religião.

Nas passadas centúrias, os Rosacruzes vinham trabalhando secretamente, mas, ao princípio do século XX, chegou finalmente a hora de levar a público um ensinamento definido, lógico e consequente, a respeito da origem, evolução e desenvolvimento futuro do ser humano e do mundo, conciliando os aspectos científico e espiritual. Tudo o que ensinam está estribado na razão e na lógica. Tal é o ensinamento promulgado pela Fraternidade Rosacruz. Satisfaz a Mente, dando-lhe claras explicações e não evita perguntas. Expõe uma solução razoável para todos os mistérios, mas, e este é um MAS muito importante: o Cristianismo Rosacruz não considera a compreensão intelectual de Deus como um fim em si mesmo. Longe disto; quanto maior o intelecto, tanto maior existe o perigo de que fracasse. Em consequência, nossos ensinamentos são dados, de modo científico, unicamente para que o ser humano possa crer e comece a viver uma vida religiosa, em seu sentido lato (re-ligare, isto é, ligar de novo o ser humano à sua essência espiritual eterna). Só assim, identificados por esse elo comum, poderemos formar a futura e verdadeira Fraternidade.

(Revista Serviço Rosacruz – 10/80 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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Preparando-se para a Era de Aquário: como está a sua preparação?

Preparando-se para a Era de Aquário: como está a sua preparação?

Nós, Estudantes Rosacruzes, a despeito dos quadros não muito animadores que o mundo nos oferece, mantemos inabalável a fé no futuro da humanidade.

Quando instituições, dogmas e estruturas das mais diversas parecem encontrar-se a beira de um colapso, prestes a fundirem-se num caos total, nossa maneira de encarar as coisas, por mais paradoxal que possa parecer, é otimista.

Nossa visão dos fatos não é apocalíptica no sentido exotérico do termo. Cremos estar próximos ao fim, não do mundo, mas de uma Era, de um estado de coisas.

Toda essa confusão prenuncia o desabamento de estruturas obsoletas, de sectarismos, de preconceitos. Esse sofrimento vivido na época atual compelirá o ser humano a desapegar-se, de uma vez por todas, de um estilo de vida já inadequado as suas necessidades evolutivas.

“Eis que as coisas se farão novas”. Você percebeu que nos encontramos em fase de transição? Você está consciente do significado dessas transformações?

Em 1918 Max Heindel escreveu: “O trabalho de preparação para a Era de Aquário já se iniciou. Como se trata de um Signo de Ar, científico, intelectual, depreende-se que a nova Religião deverá alicerçar-se em bases racionais, sendo capaz de resolver o enigma da vida e da morte de tal forma a satisfazer tanto a Mente como o Coração”.

Abriu-se, então, o caminho para o alvorecer da Era de Aquário. Sobre os escombros da Era atual florescerão um ideário mais avançado, estruturas mais dinâmicas, e, consequentemente, uma nova humanidade.

Lembramos, também, que dia a dia surgem condições favoráveis ao desenvolvimento das faculdades latentes do espírito. O gradativo crescimento de quantidade de Éter no Planeta está afetando as pessoas mais sensíveis. Não constitui exagero afirmar que a própria ciência já se encontra no umbral da Região Etérica.

Desde longínquas eras viemos desenvolvendo os cinco sentidos, através dos quais nos foi possível contatar e conhecer a Região Química do Mundo Físico. Da mesma forma, futuramente, a humanidade desenvolverá outro sentido, que deverá capacitá-la a perceber a Região Etérica, seus habitantes, inclusive aqueles entes queridos já desencarnados e que permanecem no Éter e no Mundo do Desejo, durante os estágios iniciais nos planos internos. As pessoas mais evoluídas já estão, mesmo que tênue e esporadicamente, ensinando seus primeiros passos no Éter.

O dilúvio, responsável pela submersão da Atlântida, tornou mais seca a atmosfera, fazendo baixar sua umidade para o mar. Quando o Sol, por Precessão dos Equinócios, entrar em Aquário, a eliminação da umidade será bem maior. As vibrações mais facilmente transmissíveis através do Éter serão mais intensas, gerando condições para a sensibilização do nervo ótico, requisito necessário para a abertura de nossa visão à Região Etérica.
Mesmo não tendo concluído suas pesquisas sobre os Éteres, Max Heindel legou-nos conhecimentos notáveis a respeito desse elemento. Em verdade, estamos próximos a grandes transformações, principalmente no campo das ideias. Cabe-nos, portanto, mantermo-nos atentos às mudanças que se operarão, preparando-nos para interpretá-las e, posteriormente a elas, nos integrarmos.

Os Irmãos Maiores da Rosacruz não limitam suas atividades aos Estudantes e Probacionistas, nem a nenhum outro grupo específico. Trabalham também através dos cientistas, embora estes nem sempre estejam conscientes disso. Seu propósito é estabelecer a Fraternidade Universal. Sendo assim, seu campo de ação é de uma amplitude inimaginável.

Max Heindel afirmou certa vez, num círculo mais íntimo, que na aurora da Era de Aquário – dentro de uns seiscentos anos, ou talvez até antes – aparecerá um novo instrutor. Será o reaparecimento do grande Ego outrora conhecido na Europa como Christian Rosenkreuz e como Conde Saint Germain.

Além desse grande instrutor será enviado um mensageiro, como ocorre a cada cem anos, pelo ”Governo Invisível do Mundo”, conhecido no ocultismo como “A Grande Loja Branca”.

Segundo Augusta Foss Heindel, “a nova Era mostrará a verdade indiscutível do espaço interestelar, novas aventuras cósmicas para o Espírito Humano e uma Filosofia Cósmica mais perfeita”.

Você está cultivando uma sincera e verdadeira afinidade com o ideal aquariano?

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – fevereiro/1980 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Caminho da Iniciação: O Batismo

Caminho da Iniciação: O Batismo

“Da Galileia foi Jesus ao Jordão ter com João, a fim de ser batizado por ele. João recusava-se: Eu devo ser batizado por ti e tu vens a mim!
Mas Jesus lhe respondeu: Deixa por agora, pois convém cumpramos a justiça completa. Então João cedeu. Depois que Jesus foi batizado, saiu logo da água.
Eis que os céus se abriram e viu descer sobre ele, em forma de pomba, o Espírito de Deus.
E do céu baixou uma voz: Eis meu Filho muito amado, em quem me comprazo”.(Mt 3; 13-17)

Note: João Batista,”entre os nascidos de mulher, não há nenhum maior que João”(Lc 7: 28); ou seja: os sujeitos a roda de nascimentos/mortes; como essênio, praticava o Batismo da Água; é o Arauto da nova era.

Nesse momento, mais uma vez, como na noite santa, os céus estavam cheios com os ecos de hosanas e voz angelical de Deus é ouvida proclamando: “Este é meu filho amado em quem me comprazo.”

Notem a presença marcante da Santíssima Trindade:

 

Os 3 atributos de Deus presentes: Vontade, Sabedoria e Movimento

No Batismo, atingimos o maior grau de equilíbrio entre:

E quando alcançamos essa fase na nossa evolução:

O coração crê naquilo que o intelecto (o ocultismo) sancionou e o intelecto (o ocultismo) descobre com o coração, o conhecimento aplicado: a sabedoria.

Esse é o único meio que se consegue ter uma vida consagrada inteiramente ao Serviço do Reino de Deus na Terra.

Portanto, no Batismo a força espiritualizada da Mente e o Amor radiante do Coração se junta em uma identificação divina.

O nascimento do Cristo Interno foi completado e o Aspirante é um indivíduo Crístico.

O Batismo anuncia o início de uma nova vida, uma vida em que a personalidade é secundária porque a consciência Crística reina suprema.

A cabeça do agora iluminado se coroa por um halo de luz quando a “pomba branca” do Espírito Santo pousa sobre ele, bendizendo-o, enquanto a voz de Deus Pai declara: “Este é meu Filho muito amado, no qual me comprazo”.

São Paulo, que trilhou esse caminho, disse que: “Deus mitiga o vento para a ovelha tosquiada”. Quem analisa essas etapas, comprovará que isso é correto!

É aqui que Max Heindel sugeria: “mantenham suas cabeças nas estrelas e seus pés no chão”

 

(veja mais em El Misterio de los Cristos – Cap. XXXVIII; Cap. VII- O Maravilhoso Livro das Eras – Corinne Heline; Treinamento EsotéricoConceito Rosacruz do Cosmos; Visão e Compreensão Espirituais – Cristianismo Rosacruz – Max Heindel)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Caminho da Iniciação: O Ensinamento no Templo

Caminho da Iniciação: O Ensinamento no Templo

“E o menino crescia, tornava-se robusto, enchia-se de sabedoria;
e a graça de Deus estava com ele.
Seus pais iam todos os anos a Jerusalém à festa da Páscoa.
Quando o menino completou doze anos, segundo o costume,
subiram para a festa. Terminado os dias, eles voltaram, mas o
menino Jesus ficou em Jerusalém, sem que seus pais o notassem.
Pensando que estivesse na caravana, andaram o caminho de um dia, e
puseram-se a procura-lo entre parentes e conhecidos.
Três dias depois, eles o encontraram no Templo, sentado em meio aos doutores, ouvindo-os e interrogando-os; e todos os que o ouviam ficavam extasiados com sua inteligência e com suas respostas. Ao vê-lo ficaram surpresos, e sua mãe lhe disse:
‘Meu filho, por que agiste assim conosco? Olha que teu pai e eu, aflitos, te procurávamos’.
Ele respondeu: ‘Por que me procuráveis? Não sabíeis que devo estar na casa de meu Pai?’
Eles porém não compreenderam as palavras que ele dizia. Então desceu com eles e foi para Nazaré e estava-lhes sujeito.
Mas sua mãe guardava todas estas coisas em seu coração.
E Jesus progredia em sabedoria, em maturidade e em benevolência (amor) diante de
Deus e dos homens.” (Lc 2; 40-42 – 46-52)

A passagem da vida de Jesus que melhor nos ensina e que mais nos indica como devemos proceder para alcançar esse equilíbrio (pois nos fornece a dica do que devemos consagrar a nossa vida inteira) é a que descreve o Ensinamento no Templo, quando o menino Jesus aos 12 anos foi reencontrado pela sua mãe e seu pai “sentado em meio aos doutores, ouvindo-os e interrogando-os; e todos os que o ouviam ficavam extasiados com sua inteligência e com suas respostas”.

Nessa passagem, onde contém as primeiras palavras publicadas na Bíblia saídas da boca do menino Jesus, encontramos várias chaves sobre esse assunto.

A atitude do menino Jesus evidencia um ser humano que alcançou o equilíbrio perfeito “cabeça” e “coração”.
Essa faculdade está sob completo domínio da sua vontade. Não é necessário pôr-se em transe, ou fazer algo anormal para elevar sua consciência !

A educação ou exercitamento esotérico abriu a sua visão interna!

Aqui também vemos a atitude de seres humanos que procuram se desenvolver somente pelo lado do intelecto (os ocultistas). Ficam perplexos com a sabedoria do menino Jesus e mais ainda porque ele os fala pelo coração (Jerusalém) e os “doutores” compreendem de um modo muito mais profundo do que estudaram utilizando os meios intelectuais!

Também vemos o exemplo da atitude de um ser humano que procura se desenvolver somente pelo lado místico: “Meu filho, por que agiste assim conosco? Olha que teu pai e eu, aflitos, te procurávamos”. Notem a semelhança com momentos como: “estou proibido de comer qualquer coisa com amido…minha diabete está nas alturas…vou a casa de uma tia que muitos anos não a via…ela faz um bolo especialmente para mim…digo que não posso comer…eis que minha mãe diz: “meu filho, que desfeita…come só um pedacinho que não vai lhe fazer mal”.

E, ainda, o exemplo de como um ser humano com equilíbrio perfeito “cabeça” e “coração” se posiciona: “Por que me procuráveis? Não sabíeis que devo estar na casa de meu Pai?”. E onde estava o menino Jesus quando falou isso? No Templo (“não sabeis que sois o Templo de Deus?”).

Portanto, podemos ver que a passagem “O Ensinamento no Templo” nos ensina a combinar os nossos maravilhosos e um tanto latentes poderes:

Cabeça e Coração

Razão e Intuição

Masculino e Feminino

…no nosso próprio interior.

E quando alcançamos essa fase na nossa evolução:

O coração crê naquilo que o intelecto (o ocultismo) sancionou E

O intelecto (o ocultismo) descobre com o coração, o conhecimento aplicado: a sabedoria

Esse é o único meio que se consegue ter uma vida consagrada inteiramente ao Serviço do Reino de Deus na Terra.

E, a partir daí, qualquer outro interesse que apareça, temporalmente, receberá a mesma resposta que o menino Jesus deu quando seus pais o encontraram no Templo, ensinando aos doutores: “Por que me procuráveis? Não sabíeis que devo estar na casa de meu Pai?”

(veja mais em: Fuga para o Egito – O Maravilhoso Livro das Épocas; El Misterio de los Cristos – Corinne Heline; Treinamento EsotéricoConceito Rosacruz do Cosmos– Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

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