Resposta: Decididamente sim. Sob o ponto de vista de uma única vida, tais métodos, como por exemplo, aqueles empregados pelos curadores do movimento Immanuel[1], sem dúvida alguma, são muito produtivos com uma imensa quantidade de ser fazer o bem. Coloca-se o paciente numa cadeira, faz-se com que adormeça e, em seguida, são-lhe dadas algumas “sugestões”. Ele se levanta e está curado do seu mau hábito; de um bêbado inveterado, ele se torna um respeitável cidadão que zelará pela sua esposa e família, e por esse aspecto os efeitos benéficos parecem ser inegáveis.
Mas, considerando isso do ponto de vista mais profundo do ocultismo, que encara essa vida como apenas uma entre muitas, ao avaliarmos o caso, a partir do efeito que isso exerce sobre os veículos invisíveis do ser humano, tudo é muitíssimo diferente. Quando uma pessoa é posta em sono hipnótico, o hipnotizador lhe faz “passes”, os quais têm o efeito de expulsar o Éter da cabeça do Corpo Denso do hipnotizado que é substituído pelo Éter do próprio hipnotizador. Desse modo, o indivíduo – ou hipnotizado – é perfeitamente dominado pelo outro, não tendo livre-arbítrio e, portanto, as assim chamadas “sugestões” são, na realidade, ordens às quais a vítima não tem outra opção a não ser obedecer. Além disso, quando o hipnotizador retira o seu Éter e desperta a vítima, ele é incapaz de remover todo o Éter que colocou no hipnotizado. Usando uma comparação: assim como uma pequena parte do magnetismo infundido num dínamo elétrico, antes que este seja posto a funcionar pela primeira vez, é deixada para trás e permanece como magnetismo residual a fim de excitar os campos do dínamo sempre que este é acionado, assim também permanece uma pequena parte do Éter do Corpo Vital do hipnotizador na medula oblongata[2] da vítima, que se torna um trunfo que o hipnotizador mantém sobre a vítima durante toda a vida dela, e é devido a esse fato que as sugestões, que serão usadas num período subsequente ao despertar da vítima, são invariavelmente seguidas.
Dessa maneira, a vítima de um curador hipnótico não domina o mau hábito pela sua própria força de vontade, mas fica tão escravizada como se estivesse numa reclusão solitária e, embora nesta vida possa parecer uma pessoa melhor, quando retornar à Terra terá a mesma fraqueza e terá que lutar até vencer, por si própria, essa tentação.
(Pergunta nº 39 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. I – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
[1] N.T.: ou Movimento Emmanuel foi uma abordagem psicológica para cura religiosa introduzida em 1906 como um alcance da Igreja Emmanuel em Boston, Massachusetts. Na prática, o elemento religioso foi desvalorizado e as modalidades primárias foram terapia individual e em grupo. Os padres episcopais Elwood Worcester e Samuel McComb estabeleceram uma clínica na igreja que durou 23 anos e ofereceu serviços médicos e psicológicos. A principal influência de longo prazo do movimento, no entanto, foi no tratamento do alcoolismo.
[2] N.T.: A medula oblongata, também conhecida como medula oblonga, bulbo raquidiano ou bulbo, é a parte inferior do tronco encefálico, que se localiza entre a ponte e a medula espinhal.
Resposta: Sim, há uma diferença. No sono normal, o Ego, revestido do veículo Mente e do Corpo de Desejos, se retira do Corpo Denso e, geralmente, paira sobre esse Corpo Denso, ou pelo menos permanece perto dele, e a ele conectado pelo Cordão Prateado, enquanto o Corpo Vital e o Corpo Denso permanecem em repouso sobre a cama.
Então, nessa situação é possível influenciar a pessoa, instilando em seu cérebro pensamentos e ideias que desejamos comunicar a ela. No entanto, nós não podemos induzi-la a fazer coisa alguma ou alimentar ideias que não estejam de acordo com suas inclinações ou predisposições naturais. É impossível dar ordens para que ela faça algo e forçar obediência, como acontece quando alguém é expulso do seu cérebro pelos passes de um hipnotizador, pois é o cérebro físico que move os músculos, e durante o sono normal o cérebro está interpenetrado pelo Corpo Vital da pessoa, ficando ela em pleno controle de si, enquanto que, durante o sono hipnótico os passes do hipnotizador retiram o Éter do Corpo Vital da pessoa que envolve o cérebro físico dela, que cai sobre os ombros dela; esse Éter fica enrolado ao redor do pescoço, lembrando uma gola de um suéter.
O cérebro denso está, então, aberto ao Éter do Corpo Vital do hipnotizador, que substitui o Éter do próprio dono. Consequentemente, no sono hipnótico, a vítima não tem escolha quanto às ideias que nutre ou aos movimentos que faz com o corpo dela, enquanto, no sono normal, a pessoa está sempre no controle. Na verdade, esse método de sugestão durante o sono é algo que as mães acharão extremamente benéfico no cuidado com crianças teimosas, pois se a mãe se sentar ao lado da cama da criança que dorme, segurar a mão dela, falar com ela como se estivesse acordada, incutir no cérebro da criança ideias da natureza que ela gostaria que a criança nutrisse, descobrirá que, no estado de vigília, muitas dessas ideias terão criado raízes.
Também, ao lidar com uma pessoa que é doente ou é viciada em bebida alcoólica, se a mãe, enfermeira ou outras pessoas usar esse método, descobrirá que é possível instilar esperança e cura, promovendo fisicamente a recuperação ou auxiliando no autocontrole da pessoa doente ou viciada. É claro que esse método pode ser usado para o mal, mas não podemos deixar de publicá-lo, já que acreditamos que o bem que pode ser feito desse modo irá compensar mais do que os poucos casos em que pessoas de má índole possam usar o método com propósito errado.
(Pergunta nº 32 do livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas” – Volume 1, Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)