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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Preâmbulo para Ritual do Serviço de Véspera de Natal (Noite Santa) Rosacruz

1.

A data do Natal marca o retorno da atenção do Cristo ao nosso Planeta Terra. O “nascimento anual” do Cristo que chega, mais uma vez, no centro do nosso Planeta Terra. Por isso, no ofício do Ritual do Serviço Devocional de Véspera de Natal (ou Noite Santa) – que oficiamos no dia 24 de dezembro – leremos o relato da Anunciação e do Nascimento de Jesus. A partir desse momento cósmico, todos os anos, um raio do Cristo Cósmico “nasce” no centro do nosso Planeta Terra com o objetivo de continuar o Seu Plano de Salvação até que possamos, nós mesmos, manter esse Campo de Evolução chamado Planeta Terra em perfeito funcionamento.

2.

Esse seu trabalho anual de estar, do centro do nosso Planeta emanando todo o Seu Amor, toda a Sua Vida e toda Sua Luz é de vital importância para a nossa evolução. Sem Ele fatalmente morreríamos e perderíamos todas as oportunidades de crescimento espiritual, pois perderíamos esse Campo de Evolução, seja pela cristalização, seja pela insistência em não seguir o Plano Divino.

3.

A Ele e a esse Seu trabalho, nós devemos essa disposição de ser: fraternos, irmãos, dispostos a servir, a ajudar, a amar, a cooperar com o Plano de Deus para a nossa evolução.

4.

Solstício e Equinócio, termos que escutaremos, são termos emprestados da Astronomia. Estão relacionados com o movimento que o nosso Planeta Terra faz em torno do Sol durante todo um ano. Determinam o início das Estações do Ano.

5. Para o hemisfério sul:

Equinócio de 21, 22 ou 23 de Setembro – marca o início da Primavera

Solstício de 21 ou 22 de Dezembro – marca o início do Verão

Equinócio de 20 ou 21 de Março – marca o início do Outono

Solstício de 20 ou 21 de Junho – marca o início do Inverno

6.

No Solstício de Dezembro o Sol está mais perto da Terra, independente do hemisfério em que se está, e nesse momento a Terra está permeada, mais fortemente, pela aura do Sol Espiritual, com o relativo aumento do Fogo Sagrado inspirador para o nosso Crescimento Anímico, o Crescimento da Alma.

No Solstício de Junho o Sol está mais perto da Terra, independente do hemisfério em que se está, e nesse momento a Terra está permeada por uma diminuição de espiritualidade, com a relativa intensificação e pujança de vitalidade física.

No Equinócio de Setembro o Sol cruza o equador da Terra, independente do hemisfério em que se está, e é a partir desse Equinócio de Setembro que a espiritualidade áurica do Sol começa a se aproximar (as pessoas começam a sentir maior atração pelos estudos mais profundos do mistério da vida) e, consequentemente, a vitalidade física começa a reduzir.

No Equinócio de Março o Sol cruza o equador da Terra, independente do hemisfério em que se está, e é a partir desse Equinócio de Março que começa uma redução da espiritualidade áurica do Sole, consequentemente, a aumento da vitalidade física (onde as pessoas se sentem mais atraídas a se dedicar aos assuntos materiais).

7.

A Filosofia Rosacruz nos ensina que Solstícios e Equinócios têm a ver com o trabalho do Cristo:

  • No Equinócio de Setembro o Cristo inicia o seu retorno ao Planeta Terra
  • No Solstício de Dezembro o Cristo alcança o centro do nosso Planeta Terra
  • No Equinócio de Março o Cristo inicia o seu retorno ao Trono de Deus Pai
  • No Solstício de Junho o Cristo alcança o Trono de Deus Pai

                                                                                QUE AS ROSAS FLORESÇAM EM VOSSA CRUZ

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Simbolismo de Natal

O Simbolismo de Natal

Bem no fundo do coração da humanidade existe o anseio místico que foi implantado nela no primeiro Natal, quando a luz do ser humano fixou um lugar definido para Si mesma dentro e sobre este denso Planeta.

Em inglês, a palavra Natal, Christmas, é derivada do medieval Christe Masse, a Missa de Cristo.

A história do nascimento de Cristo é, para o Ocidente, o que o nascimento de Krishna é para o Oriente. Quer seja entendida literal, mística ou simbolicamente, ela traz ao ser humano uma verdade fundamental que eleva todo o seu ser a uma altura não alcançada até então, à medida que suas faculdades espirituais evoluem e funcionam para perceber e aceitar tal verdade.

Para o Aspirante à vida superior, as palavras de Cristo, “Ninguém vem ao Pai senão por mim”, carregam um significado transcendente. Parsifal pergunta: “Quem [sic] é o Graal?”. E a resposta indica alta percepção espiritual.

Se tu foste por Ele convidado,

De ti o fato não será afastado…

À terra para Ele nenhum caminho conduz,

E a busca só nos afasta mais d’Ele, até,

Quando Ele próprio o Guia não é.

Uma verdadeira interpretação da lenda do Natal requer, antes de tudo, um entendimento. Por mais obscuro que ela seja no início, o nascimento do menino Jesus na manjedoura, no estábulo entre os animais, simboliza o primeiro e tênue nascimento da consciência de Cristo dentro do ser humano animal.

A minúscula chama interior que é a chama de Cristo tem estado, até então, adormecida na alma humana. Ela agora recebe estímulo suficiente para crescer e se ampliar até que, afinal, o Espírito se torne um fator poderoso na vida do indivíduo e o primeiro passo em direção ao Pai, por meio do Cristo.

O Ego-Consciência notou o seu veículo de expressão, o ser humano pessoal, e o vivificou, de modo que, entre os “animais” da natureza inferior do ser humano, na manjedoura ou local de alimentação das faculdades animais, o bebê da Consciência Crística nasce. A manjedoura, o berço do Menino Jesus, é um lugar de santuário.

Uma grande manifestação solar se concretiza no Natal. Os grupos de forças que compõem essa manifestação foram personalizados ao longo dos tempos. A história bíblica, quando interpretada corretamente, contém uma aproximação da verdade real. Toda a história do Natal é um símbolo universalmente aplicável. É encontrado em cada relato de nascimento de avatar, em todas as raças, povos e nações. Krishna, Mitra, Hórus, Orfeu, Hermes e inúmeros heróis, deuses ou salvadores nasceram em “manjedouras”, foram embrulhados em panos, visitados por “homens sábios” que lhes deram presentes, adorados por pastores e brilharam como estrelas de luz de redenção para seus povos e nações.

Vinte e cinco de dezembro é a data de nascimento do portador da luz física da Terra, o Sol. O Irmão Maior Jesus, o ser humano que teve a benção de ceder seus Corpos Denso e Vital ao Cristo Universal, a Luz do Mundo, é o portador da Luz espiritual para toda a humanidade, e Sua data de nascimento deve ser, adequadamente, a data solar do nascimento do sol. Vinte e cinco de dezembro, como o aniversário de Jesus, foi celebrado pela primeira vez, aproximadamente, 200 anos depois do evento real. Desde a antiguidade, muitos mitos dizem respeito ao nascimento do Cristo místico. Quer tenha nascido em uma caverna, um estábulo ou em outro lugar, esse nascimento tem dois grandes significados simbólicos.

1. O nascimento da “Boa vontade para os seres humanos”. A entrega de uma nova lei à humanidade, expressa nos mandamentos “Amai-vos uns aos outros” e “O amor é o cumprimento da Lei”.

2. O nascimento da consciência Crística nas almas de todos os seres humanos que aspiram às alturas da verdade espiritual. Nenhuma contradição pode contrariar essa verdade universal.

Em sentido Cósmico, o Natal celebra a descida da Luz Divina, o Espírito penetrando e permeando a matéria. No sentido humano, é a descida do Filho de Deus, a Luz Espiritual, à matéria, a entrada do Ego no Corpo Denso.

Como todos os grandes ensinamentos espirituais, este, a respeito da origem e celebração do Natal, foi pervertido e comercializado por pessoas gananciosas e egoístas.

A Véspera de Natal, entre 24 e 25 de dezembro, é considerada a noite mais sagrada do ano, porque nessa meia-noite as influências espirituais são as mais fortes. Nos mistérios, o candidato, em visão espiritual, viu a mística Estrela de Belém, o Sol espiritual que brilhou na Noite Santa, que o conduziu ao Cristo interior. Em seu coração ecoava uma canção profética e imortal: “Paz na terra e boa vontade para os homens. Alegrai-vos, filhos da Terra, porque hoje vos nasceu um Rei”, os Serafins cantaram naquela Noite Santa, muito tempo atrás.

No início da Grã-Bretanha, o belo costume da tora de Yule foi mantido. Tornou-se primeiramente uma cerimônia pública em 1577. Yule é uma palavra germânica que significa Natal. Grandes velas eram acesas na Véspera de Natal e uma grande tora de carvalho era colocada sobre o fogo para iluminar a casa. Acreditava-se que, se mantidos ao longo do ano, os restos do tronco de Yule protegeriam a casa contra incêndios e raios.

A própria árvore de Natal é um símbolo universal. Antecedendo a era Cristã, originou-se no Egito, quando a deusa Ísis era adorada. Uma palmeira com doze brotos curtos, representando os doze meses do ano, era usada na época do Solstício de Dezembro. Nas regiões do norte, um abeto foi usado em vez de uma palmeira. A origem da troca de presentes ocorreu nos primeiros dias medievais. Em alguns países, o costume de prever o futuro com bolos é celebrado na véspera de Natal.

Presentes foram trazidos para o nascimento de Jesus no casebre do pastor — preciosas dádivas de ouro, incenso e mirra: poder espiritual, amor-sabedoria e inteligência foram derramados sobre a criança recém-nascida, o átomo de Luz Crística no coração humano, o bebê nos braços de sua mãe, a grande mãe Terra que carrega, nutre e preserva o minúsculo veículo vital. Esses dons, ou qualidades, foram derramados pelos gloriosos Magos dos reinos Cósmicos, que abençoam e enriquecem cada nascimento espiritual e individual.

Esses poderes, em relação à e irradiados pela luz prateada da esplêndida Estrela Crística, chovem na humanidade, fraca e sofredora, sua influência e força estimulantes, sem as quais o curso evolutivo do ser humano seria muito mais difícil e prolongado.

Os Magos, altos Iniciados, foram atraídos para o lugar sagrado por sua percepção interior e o conhecimento do evento cósmico que aconteceria: o nascimento do Salvador do mundo. Os três Reis Magos representam aqueles Egos avançados que foram reunidos em propósito comum das três raças primárias. Seus dons significam as várias faculdades ou invólucros humanos que entram no processo de manifestação. Eles são conduzidos pela gloriosa Estrela ao Salvador do Mundo a Jesus, cujo objetivo da forma física era fornecer um veículo material e etérico para um Espírito universal, o Cristo.

Um dos Reis Magos trouxe ouro, designado simbolicamente como o emblema do Espírito. Lemos sobre alquimistas tentando transmutar metais básicos em ouro e entendemos que esta é uma linguagem esotérica para descrever a purificação do Corpo Denso, refinando-o e extraindo sua essência espiritual.

O outro trouxe olíbano, ou franquincenso, que é uma substância física de natureza muito leve, frequentemente usada em serviços religiosos. Ele serve como um andaime ou matriz para a personificação de forças invisíveis.

E o outro trouxe mirra. É o extrato de uma planta aromática muito rara. Simboliza aquilo que o ser humano, como espírito, extrai por meio da experiência no Mundo Físico — a Alma.

Maria, a mãe, era o foco da luz, o sagrado crisol etérico onde acontecia a transmutação dos elementos. Ela representa o ideal da pureza, devoção e humildade que torna possível o renascimento do mais evoluído dos Egos humanos.

Os pastores que viram a Estrela caracterizam a visão interior do Fogo Divino, conforme Ele vem para aqueles no plano terrestre, cuja piedade abriu a janela da alma e ativou a Clarividência. Seu discernimento lhes permitiu ver a glória nos Céus e sentir os impulsos espirituais irradiando da Estrela maravilhosa.

Em certo sentido, uma estrela material. Em um significado mais elevado, a chama de forças concentradas para trazer à expressão material uma apresentação física do Logos, o Salvador do mundo.

A Terra estava parada. O ar estava reverentemente silenciado, como se prendesse a respiração, pois naquele momento estava arrebatadoramente focado em Belém (nascimento). Silêncio, solidão e adoração desenvolvem o olho perspicaz, o ouvido interno e o Espírito sensível.

Especialmente neste Natal não devemos centralizar nosso pensamento nessas verdades? Não devemos meditar sobre a verdadeira interpretação da sublime narrativa do Natal, aprofundando nosso conhecimento e avivando nossa compreensão sobre esse evento místico? Não devemos centrar nossos esforços na expansão de nossa capacidade de servir?

Celebremos este Natal prestando ao Menino Jesus o amor e a homenagem que Lhe são devidos, além dos nossos dons e bênçãos.

Regozijemo-nos com os pastores: “Porque vimos a Sua Estrela no oriente e viemos adorá-Lo”. Ele, que ilumina todo ser humano que vem ao mundo, permanece iluminando o Caminho.

Como a encarnação da Verdade e da Vida, a Estrela de Belém revela o caminho que conduz ao Pai. “Para onde Eu vou, vós também ireis”.

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross novembro/dezembro/1995 e traduzido pela Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)

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