Para a razão humana é loucura tudo o que escapa a seu controle. Ela não pode admitir que os corpos siderais, aos quais demos o nome de “deuses imaginários”, possam exercer sobre nós uma influência de acordo com o caráter atribuído a ditos deuses.
Concordemos: os astrólogos divagam, mas fazem-no em boa companhia, se é que consideramos insensato admitir o irracional. É lógico que um pinto, que só pode viver respirando, desenvolva-se inteiramente dentro de um ovo, onde deveria sufocar-se, antes de quebrar a casca? A natureza contradiz a razão nesta circunstância, como em muitas outras.
A natureza é maga e nos abandona no meio da nossa incompreensão. O que nós comprovamos impõe-se, apesar de todos os absurdos, contra os quais se rebela nossa apreciação teórica. Desde os tempos antigos, a Astrologia era ridicularizada: pareceu definitivamente condenada no século XIX, devido à ilógica evidência dos seus fundamentos. Mas espíritos positivos tiveram a curiosidade de comprovar os resultados de sua prática. Traçaram horóscopos de nascimento, rigorosamente exatos sob o ponto de vista astronômico, e tiveram a surpresa de reconhecer sua concordância com o caráter, as disposições e as grandes linhas de vida do indivíduo. Renunciando a discutir a filosofia da Astrologia, deram crédito à tradição e só tiveram que felicitar-se por isso.
Os resultados falam. Demonstram que o imaginário não é forçosamente ilusório. A imaginação humana não se exerce no vazio: é criadora de imagens que ganham vida a seu modo. Imaginando com persistência que os Astros exercem influência sobre nós, determinamos, alimentamos e fortificamos essa influência, que age no terreno imaginativo ou psíquico. A crença na Astrologia é geradora de correntes com as quais é conveniente contar. É preciso não ter nenhuma perspicácia para negar a influência das crenças, sejam elas quais forem, bem como a força das imagens fictícias que conseguimos fazer aceitar pela imaginação. Não é isso que fazem os demagogos religiosos ou políticos?
É desconcertante que os corpos celestes da Astronomia possam converter-se em espelhos que nos devolvam o que sobre eles imaginamos. Não obstante, é necessário que seja assim para que o horóscopo corresponda à realidade humana, à qual se aplicam os símbolos astrológicos.
Somos aparentemente indiferentes à natureza que nos rodeia e, com mais razão, às estrelas longínquas que gravitam longe de nós. Mas, se nos pomos imaginativamente em contato com elas, que se passará? Criaremos um vínculo imaginário, claro está, mas eficaz a nosso respeito.
A Astrologia propõe um enigma formidável, de ordem mágico-psicológico. Isto assegura seu porvir e justifica seu inesperado renascimento.
Estudemos a Astrologia Rosacruz sem tomar partido, com um ceticismo de boa índole, e não confundidos por um excesso de entusiasmo. Não queiramos pedir-lhe mais do que ela razoavelmente pode dar-nos. Deixemos o futuro e sondemos os mistérios do presente. Interroguemos o horóscopo acerca de tendências inatas, das disposições e particularidades do caráter do indivíduo: mesmo que a Astrologia não pudesse revelar-nos outra coisa, só isso bastaria para que fosse estudada profundamente sob o ponto de vista do conhecimento do ser humano.
Como podem corresponder os símbolos astrológicos às realidades de ordem humana? Mistério! O certo é que o horóscopo ajuda a resolver o enigma da Personalidade humana, com sua complexidade, pela combinação dos Signos Zodiacais, das Casas e dos Astros (Sol, Lua e Planetas). Um indivíduo se comporta de maneira desconcertante, ilógica, contraditória, sua psicologia se extravia e ninguém sabe como julgá-lo. Levantemos seu horóscopo natal: tudo se explica!
Aplicada às relações humanas, a Astrologia Rosacruz é preciosa: mostra os erros que devemos evitar e revela as cordas sensíveis que convém fazer vibrar, auxiliando-nos a não converter as doenças latentes em ativas! Ajudando a compreender os outros, prega indiretamente a indulgência dentro das exigências, assinalando os recursos individuais ocultos e, com isso, ajudamos na Cura Rosacruz.
O exame de um horóscopo (tema astrológico) permite esclarecer os pais sobre a orientação que devem dar à educação dos seus filhos, bem como a ajudá-los a não converter suas doenças latentes em ativas. Os símbolos falam, enquanto o indivíduo ignora.
Fazendo abstração das aplicações práticas, a Astrologia merece sobreviver em razão da filosofia que se depreende do seu simbolismo.
Assim devem pensar que veem na Astrologia Rosacruz apenas o lado científico; mas, é preciso não nos esquecermos que toda verdade científica repousa em fatos ocultos que o místico — aquele que deixa falar o coração — vê antes que a ciência o descubra e comprove.
Dessa forma, nós que nos dizemos Estudantes Rosacruzes, que pretendemos assimilar os conhecimentos que nos fornece a sublime Filosofia Rosacruz, não podemos, de nenhuma forma, menosprezar a Astrologia Rosacruz como ciência nem como uma fase da Religião. Procuremos estudá-la conscienciosamente e veremos que o primeiro astrólogo com que deparamos é o Ser que nós designamos com o nome de Deus, pois, quando Deus sente vontade de criar, isola-se a Si mesmo em uma porção limitada de espaço e dá nascimento a um Sistema Solar! Eis aí, Amigos meus, a origem da Astrologia: é a própria Divindade.
Saibamos, pois, apreciar uma herança que remonta ao princípio da Criação. Estudemo-la com o piedoso respeito que lhe devemos.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de maio/1978-Fraternidade Rosacruz-SP)
Pitágoras ensinava que o Sistema Solar é um poderoso instrumento musical; que os 12 Signos zodiacais podem ser comparados aos semitons da escala cromática; que os Planetas constituem as sete notas da escala diatônica. Cada Signo responde a certo tom. Alguns sons combinam entre si e formam acordes harmoniosos; outros são antagônicos e produzem acordes desarmoniosos. Do mesmo modo como existem acordes harmoniosos e desarmoniosos, intervalos consonantes e dissonantes, assim também, segundo os ângulos que mantem entre si, para o observador na Terra, os Astros nos céus e os Signos do Zodíaco apresentam combinações harmoniosas e desarmoniosas, em seus efeitos sobre nós.
Dissemos que cada Signo responde a certa tonalidade musical. Eis a relação:
Signo de Áries………..: Ré Bemol Maior;
Signo de Touro ………: Mi Bemol Maior;
Signo de Gêmeos……: Fá Sustenido Maior;
Signo de Câncer …….: Sol Sustenido Maior;
Signo de Leão…………: Lá Sustenido Maior;
Signo de Virgem…….: Dó natural Maior;
Signo de Libra………..: Ré Maior;
Signo de Escorpião…: Mi Maior;
Signo de Sagitário…..: Fá Maior;
Signo de Capricórnio.: Sol Maior;
Signo de Aquário……: Lá Maior;
Signo de Peixes………: Si Maior.
Se você escolher músicas elevadas, nessas tonalidades, poderá amenizar e até curar enfermidades relativas a cada Signo. Tocando-as suavemente, com o paciente relaxado, a musicoterapia tem efeito indiscutível. Referimo-nos a música elevadas, que abrangem os três elementos musicais: Melodia, Harmonia e Ritmo, em equilíbrio, tais como nas obras eruditas (“músicas clássicas) de Bach, Beethoven, Wagner, Mozart, Chopin, Haydn, Brahms e tantos outros conhecidos. Os três elementos musicais se referem aos três atributos do Espírito, herdados de Deus; e aos três veículos:
• Melodia – Pai – Vontade-Poder: Mente
• Harmonia – Filho – Amor-Sabedoria: Corpo de Desejos
• Ritmo – Espírito Santo – Moção- Atividade: Corpo Denso (o físico).
Os solos de voz humana e de instrumentos de sopro ligam a melodia à Vontade. Os antigos gregos desenvolveram ao máximo essa ligação, chegando à sensibilidade de quartos de tons. Os instrumentos de corda e os corais ligam a harmonia ao Amor-Sabedoria. Os instrumentos de percussão ligam o Corpo físico à Moção-Atividade. A Harmonia é uma conquista da renascença. O mero ritmo é próprio dos povos primitivos e bárbaros. Um bom exemplo da influência do ritmo sobre o Corpo eram as danças guerreiras que incitavam os primitivos ao combate. Outro bom exemplo é o carnaval.
Portanto, a influência da música é global quando completa em seus elementos. Atinge os aspectos espiritual e corporal do ser humano, abrangendo-lhe a complexidade do ser. Essa influência é muito mais positiva e definida do que pode parecer. Ainda há pouco tempo, a parapsicologia fez experiências nesse sentido, com as plantas. Numa estufa submeteu algumas orquídeas ao efeito da música moderna, com predominância rítmica e muitos acordes dissonantes. Noutra estufa, mais ou menos distante, submeteu orquídeas da mesma classe a música elevada.
Resultado: as primeiras orquídeas murcharam sobre si mesmas, arrasadas pelo efeito da música moderna. As segundas ficaram mais fortes e formosas sob o efeito da música elevada.
Relação dos Signos com exemplos de doenças e enfermidades:
ÁRIES – Ré bemol Maior
Nevralgias, insônia, congestões cerebrais, febres do cérebro, calvície, dores-de-cabeça, vertigens, afecções dos olhos, dores de dentes e flegmão ou fleimão.
TOURO – Mi bemol Maior
Bócio (papo), difteria, laringite, tonsilite ou amigdalite, crupe ou garrotilho, pólipos, anginas, inflamação das glândulas da garganta e apoplexia.
GÊMEOS – Fá sustenido Maior
Bronquite, asma, pneumonia, consunção, pleurisia, sangue corrompido, afecções nervosas, anemias.
CÂNCER – Sol sustenido Maior
Indigestões, dipsomania, catarros gástricos, flatulências, hidropisia, escleroses.
LEÃO – Lá sustenido Maior
Afecções cardíacas, angina do peito, ataxia locomotora, hiperemia, afecções da coluna, meningite medular e febres.
VIRGEM – Dó natural Maior
Peritonite, desnutrição, disenterias, cólicas, prisão de ventre, diarreias, cólera, tifo, apendicite e solitária (tênia)
LIBRA – Ré Maior
Enfermidade de Bright, lumbago da urina, nefrite, cálculos renais e uremia.
ESCORPIÃO – Mi Maior
Sífilis, hérnias, fraturas, cálculos e areias, escorbuto, fístulas, hemorroidas, enfermidades uterinas, estreitamento da uretra e da próstata, catarro nasal, enfermidades na mucosa e na cartilagem do nariz.
SAGITÁRIO – Fá Maior
Ataxia locomotora, ciática, lumbago, reumatismo, enfermidades dos quadris e acidentes musculares.
CAPRICÓRNIO – Sol Maior
Eczema, erisipela, lepra, deslocamentos de ossos e joelhos fracos.
AQUÁRIO – Lá Maior
Veias varicosas, inflamação dos tornozelos, dores nas pernas, enfermidades nervosas, sensibilidade na pele.
PEIXES – Si Maior
Calos, gota, deformidade dos pés e dos dedos, tumores e hidropisia.
(Publicada na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – julho/1979 – Fraternidade Rosacruz – SP)
A Polaridade dos Signos Zodiacais
No Universo em que vivemos, tudo é duplo; isso significa que existe a atuação de duas forças que, se colocadas em equilíbrio, alcançarão seu objetivo.
Na Astrologia essa característica também existe, ou seja, há Signos positivos e Signos negativos de modo que a bipolaridade também aí se manifesta. Então temos que os Signos, vistos sob o aspecto de sua quadruplicidade, são positivos e negativos, dois a dois. Notemos, por conseguinte, que os Signos Cardeais (ou Cardinais) de Áries e Libra são positivos; os também Signos Cardeais (ou Cardinais) de Câncer e Capricórnio são negativos. Semelhantemente, os Signos Fixos de Touro e Escorpião são negativos; por sua vez, os Signos Fixos de Leão e Aquário são positivos. Finalmente, os Signos Comuns de Gêmeos e Sagitário são positivos; os de Virgem e Peixes, negativos.
Olhemos o Zodíaco e perceberemos que os Signos positivos do mesmo grupo de quatro formam, entre si, ângulos de cento e oitenta graus, a que chamamos de Oposição em Astrologia; assim, também os negativos do mesmo grupo de quatro Signos formam Oposições entre si. Diferentemente, sempre, um Signo positivo forma ângulo de noventa graus com um negativo do mesmo grupo de quatro: a Quadratura em Astrologia. Assim, por exemplo, veremos que Áries forma uma Quadratura com Câncer, Câncer com Libra, Libra com Capricórnio e Capricórnio com Áries. Com referência aos Signos Fixos e Comuns ocorre o mesmo fato.
Se considerarmos os Signos segundo seus elementos, perceberemos que os pertencentes ao mesmo elemento também têm a mesma polaridade. Observemo-lo no Zodíaco: os Signos do elemento Fogo, ou sejam, Áries, Leão e Sagitário, assim também os Signos do elemento Ar, Gêmeos, Libra e Aquário são todos positivos. Por outro lado, tanto os do elemento Terra – Touro, Virgem e Capricórnio – bem como os do elemento Água – Câncer, Peixes e Escorpião – são todos negativos.
Concluindo, olhemos mais uma vez o Zodíaco e veremos que os Signos estão dispostos na seguinte ordem: Fogo, Terra, Ar e Água, todos alternadamente; um positivo e um negativo, para que a bipolaridade e o equilíbrio no Universo fiquem em evidência, objetivando a evolução da humanidade.
Olhemos, novamente, o Zodíaco e perceberemos que os Signos positivos do mesmo elemento de três formam, entre si, ângulos de cento e vinte graus, a que chamamos de Trígonos em Astrologia; assim também os negativos do mesmo elemento de três Signos formam Trígonos entre si. Diferentemente, sempre, um Signo positivo forma ângulo de sessnta graus com um positivo do outro elmento de três: o Sextil em Astrologia. Assim, por exemplo, veremos que Áries forma um Sextil com Gêmeos, Gêmeos com Leão, Leão com Libra, Libra com Sagitário, Sagitário com Aquário, Aquário com Áries. Com referência aos Signos de Terra e de Ar ocorre o mesmo fato.
Vejamos, agora, como essa polaridade também ocorre nas Casas Zodiacais.
“Os grãos de trigo ofertados por Deus e contidos nos doze pães representam as oportunidades para o crescimento da alma, através dos doze departamentos da vida, representados pelas doze Casas do horóscopo sob a soberania das doze Hierarquias Divinas, Criadoras, conhecidas como os Signos do Zodíaco…” – Max Heindel.
As Casas Zodiacais também são chamadas de Casas terrestres, pois se referem à divisão dos céus com relação ao lugar de nascimento. Elas têm relação com o mundo material e as circunstâncias da vida. Constituem os chamados doze departamentos da vida.
Elas são agrupadas de acordo com a influência que exercem em nossas vidas. A hora de nascimento é que determina a ordem na qual os Signos do Zodíaco são colocados nas Casas (a partir da 1ª). As Casas “guardam” uma relação com os Signos do horóscopo natural (que é o horóscopo com Áries na 1ª Casa, Touro na 2ª Casa etc., sem nenhum Signo interceptado).
Vejamos, a seguir, os assuntos tratados por cada Casa na nossa vida:
1ª Casa: também conhecida como Ascendente, governa o corpo físico, sua constituição e aparência, a personalidade.
2ª Casa: governa as posses materiais (dinheiro, propriedades), bens materiais.
3ª Casa: a relação com familiares, irmãos e irmãs, meios de comunicação (fala/escrita), viagens curtas.
4ª Casa: o lar, a mãe, o instinto maternal, as condições da última parte de nossa vida.
5ª Casa: o namoro, os filhos e/ou crianças, manifestações artísticas, bem como publicações, esporte e diversão, a criatividade, nossa natureza amorosa.
6ª Casa: o serviço a ser prestado, a saúde e a doença, a relação empregador/empregado.
7ª Casa: a sociedade, os relacionamentos (emocionais/comerciais), a outra pessoa.
8ª Casa: nossa saída do cenário da vida; a morte (física e a morte de nossos defeitos).
9ª Casa: nossas aspirações religiosas, sonhos e visões, as viagens longas, as leis.
10ª Casa: a posição social, o prestígio popular e social.
11ª Casa: amigos, altruísmo, objetivos da vida, idealismo.
12ª Casa: confinamentos, dívidas do destino, inimigos ocultos.
Essas Casas Zodiacais podem ser divididas em Casas Pessoais, Materiais, Sociais e Espirituais, todas bem polarizadas.
As Casas Pessoais (1ª, 5ª e 9ª Casas) nos falam da pessoa em seus três aspetos: o Corpo, a Alma e a Mente.
As Casas Materiais (2ª, 6ª e 10ª Casas) nos mostram as condições materiais, ou seja, a obtenção dos bens, os meios para essa obtenção e a gratificação que a vida mundana pode nos dar.
As Casas Sociais (3ª, 7ª e 11ª Casas) nos mostram a natureza dos nossos relacionamentos em três aspectos: físico, afetivo e ideológico.
Nas Casas Espirituais (4ª, 8ª e 12ª Casas) se encontram os mistérios da vida antenatal do Espírito e as imediatas experiências após a morte.
Pelo exposto acima, temos que:
A tríade das Casas Pessoais “reflete” a natureza dos três Signos de Fogo – Áries, Leão e Sagitário;
A tríade das Casas Materiais “reflete” a natureza dos Signos de Terra – Touro, Virgem e Capricórnio;
A tríade das Casas Sociais “reflete” a natureza dos Signos de Ar – Gêmeos, Libra e Aquário;
A tríade das Casas espirituais “reflete” a natureza dos Signos de Água – Câncer, Escorpião e Peixes.
Um ou mais Astros colocados em uma Casa, em particular na carta natal, afeta (de forma mais direta) a área ou o departamento da vida representado por aquela Casa. Contudo, se uma Casa está vazia de Astro, deve ser analisada de acordo com o Signo que está na cúspide (ponto de partida da Casa).
“Em nossa viagem do berço ao túmulo, levamos conosco as doze Casas na atmosfera áurica que nos cerca, como o ar envolve a terra que flutua. Cada Casa espelha parte da vida; cada uma contém algumas de nossas lições; cada uma representa o modo como cumprimos ou negligenciamos as tarefas da vida inerentes a determinado setor. No momento apropriado, colhemos de cada Casa o que semeamos em vidas passadas, isto é, salvo se nos prevenimos dessa colheita a tempo.” – Max Heindel
Que as rosas floresçam em vossa cruz