Nas Sagradas Escrituras encontramos a expressão “Jornada Através do Deserto”. Esta se supõe que se refere a presente fase de nossa evolução, a nossa permanência aqui no plano físico. Porque aqui vivemos na condição de relativa obscuridade espiritual e até que, de novo voltemos ao “Jardim do Éden” (a Região Etérica do Mundo Físico), teremos que viver grandemente pela fé.
Para nos confortar e estimular uma crença em nosso triunfo final, as Hierarquias Criadoras nos têm prestado uma maravilhosa ajuda, chamada Religião. Assim sendo, todas as Religiões do mundo são de origem divina, e as várias formas de adoração dadas à Humanidade, de quando em quando, foram todas designadas para atender as necessidades de uma Raça ou grupo em determinada época e determinado lugar.
Cada subsequente Religião tem dado ao mundo mais luz espiritual que a anterior e assim, em geral, a última Religião recebida por uma Raça ou nação, se verá que é a de maior utilidade. Muitas pessoas não se dão conta da expressão dual das doutrinas religiosas. Sem dúvida, em toda Religião podemos encontrar um ensinamento Esotérico ou interno. Assim como também o ensinamento Exotérico ou externo que se dá ao público. Nas Sagradas Escrituras é dito que S. Paulo deu “leite” à multidão e “carne” (ICor 3:2) aos mais avançados. A história antiga faz muitas referências às “Escolas de Mistérios” do passado. O historiador grego Heródoto, fala de sua Iniciação nos Mistérios Egípcios, mas das maravilhas e conhecimento secreto que lhe foi revelado. diz: “… é ilícito relatá-lo”. As Escolas de Mistérios foram chamadas segundo seu fundador ou a cidade onde se encontravam, e quase todas elas são bem conhecidas, quando menos, aos estudantes de história.
As várias Religiões exotéricas do passado diferem consideravelmente em aparência, mas os ensinamentos esotéricos são extraordinariamente similares e só diferem, principalmente, em que cada uma, a sua vez, revela mais detalhes do Plano Cósmico Divino do que a que a precede.
Por exemplo, os Mistérios Rosacruzes (Cristianismo Esotérico) a última é a mais compreensível de todas as Escolas de Mistérios. Foi plenamente anunciada no Antigo Templo de Mistérios Atlante. Esse “Tabernáculo no Deserto”, a primeira das Escolas de Mistérios foi, na verdade, “a sombra de melhores coisas por vir” (Col 2:17), pois em seu desenho se vê claramente os rasgos da Cruz Trilobada, o símbolo da Escola de Mistérios Rosacruzes.
A mais excepcional oportunidade para progredir se oferece assim a todos aqueles privilegiados para encontrar essa maravilhosa fonte de sabedoria. A maior parte dos Estudantes Rosacruzes está consciente disso, mas não muitos parecem que compreendem que as Sagradas Escrituras (Cristianismo Exotérico) podem também ser de grande auxílio ao Estudante Rosacruz. Sem dúvida, realmente, tanto o Antigo como o Novo Testamento da Bíblia contêm gemas de sabedoria e um estudo atento revelará que eles unem totalmente o vazio entre a Religião exotérica e esotérica. A Bíblia é mais que um simples livro. Tem sido descrito como um “vórtice espiritual” e serve como ponto de concentração por verter a energia espiritual por meio de todos aqueles que prestam sua atenção a esse livro de livros. Unicamente essa propriedade das Sagradas Escrituras tem sido observada igualmente pelo clero e pelos leigos, e é a base para a prática comum da leitura de alguns versículos da Bíblia todos os dias. Sabemos que “a Bíblia foi dada a cada um e a todos pelos Anjos do Destino, que estando acima de todos os erros, dão a cada um e a todos exatamente o que necessitam para o seu desenvolvimento”. Esses grandes seres espirituais são responsáveis pelo efeito dela sobre a Humanidade e permanecem sempre dispostos para auxiliar aqueles que buscam sua orientação por meio da Bíblia. Pois a Bíblia é, na verdade, o elo dos Anjos com a Humanidade, e seu verdadeiro valor para nós pode não ser compreendido inteiramente, durante muitos ainda, muitos anos por vir.
Em geral, a Religião nos assegura uma salvação verdadeira (um retorno seguro) e não devemos descuidar dos muitos benefícios que dela podemos obter.
Vamos ver um resumo do valor e propósito verdadeiro dos Sacramentos Cristãos. A Graça tem sido definida como o “Cimento” do Cristianismo e os Sacramentos são sua “Estrutura”; e poucos Estudantes Rosacruzes parecem compreender o verdadeiro propósito dessas partes básicas estruturais da Religião Cristã. Certamente, o Cristianismo perderia muito de sua beleza e poder sem os Sacramentos.
Como a Bíblia, os Sacramentos Cristãos não são dádivas ou ministérios dados de uma vez por todas. Verdade é que são simbolizados por rituais externos de curta duração, e sem dúvida, seu propósito, como a Bíblia, é o de nos prover de uma contínua ajuda no exercício para o crescimento espiritual. Os Sacramentos, então, não são meras cerimônias, mas Exercícios reais espirituais ou disciplinas de grande poder.
Os Sete Sacramentos Cristãos foram fornecidos aos Apóstolos pelo Cristo, e justamente como invocamos aos Anjos todas as vezes que lemos a Bíblia, assim atraímos o Raio de Cristo quando quer que observemos os Sacramentos Cristãos. A maior parte das Religiões Protestantes, que preconiza o Cristianismo Popular, observa só dois dos Sacramentos; a Religião Católica – que também preconiza o Cristianismo Popular –, por sua vez, observa todos os Sacramentos Cristãos. Fornecemos os nomes deles como os conhecemos: Batismo, Confirmação, Sagrada Comunhão (Eucaristia), Matrimônio, Penitência, Ordem Sacerdotal e Extrema-unção ou Últimos Ritos.
Vamos a uma explicação parcial o suficiente para sugerir ao Estudante Rosacruz a maravilhosa eficácia dessas disciplinas religiosas dadas por Deus.
Por exemplo, o Sacramento da Sagrada Comunhão, simbolizado pela Última Ceia, pode ser um fator vital em nossas vidas quando se lhe entende devidamente. Referindo-se ao pão e ao vinho, Cristo disse: “Este é meu corpo, e este é meu sangue” (Mt 26:26-28). Essa declaração não é uma mera figura de oratória, pois nossas plantas, grãos e frutas, com seus sucos, são cristalizações verdadeiras do Corpo Vital da Terra, o etérico Princípio-Crístico que absoluta e literalmente é o Corpo de Cristo. De tal modo, “quantas vezes participamos do pão e do vinho”, teremos comunhão com o Cristo, quando assim o fazemos “em Sua Memória” (Lc 22:19). E essa recoroação da origem verdadeira de nosso alimento o que constitui a base da Comunhão e é por meio da observação deste Sacramento – “quantas vezes partimos pão” – que podemos mais rapidamente despertar o Cristo interno. A beleza e poder desse exercício espiritual estão absolutamente além de nosso poder de compreensão na atualidade, mas os resultados são fáceis de discernir quando observamos esse Sacramento compreensivamente. No Livro “Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz” se nos recorda que o alimento e a Religião foram os auxílios divinos que recebemos para nos sustentar em nossa “Jornada através do deserto“, o que sugere o hábito descuidado de que nossos alimentos possam ser tão importantes como a Religião em nossa evolução espiritual. Como uma medida prática, sugerimos que a graça ou gratidão que expressamos ao nos alimentarmos, deveriam incluir um esforço para compreender a verdadeira santidade do alimento quando participamos de cada um e todos os bocados.
Vamos a mais um exemplo: o Sacramento da Penitência é parecido com nosso Exercício Esotérico noturno de Retrospecção. Consiste em uma confissão ao Pai (Eu Superior) cada noite, de todos os eventos do dia, arrependendo-se sinceramente por todos os pecados cometidos e descuidos, junto com a firme resolução de reformar-se tanto como seja possível. Os efeitos de grande alcance do Exercício Esotérico noturno de Retrospecção estão relevados no Livro “Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz“, onde se declara que: “A prática vespertina Exercício Esotérico noturno de Retrospecção é o exercício espiritual mais poderoso que tem sido fornecido ao ser humano”.
Vamos a outro exemplo: o Sacramento do Matrimônio tem um propósito que ordinariamente não se reconhece. O Ego está destinado a evoluir os elementos negativos e positivos de sua natureza. Essa mescla dos aspectos masculinos e femininos é facilitada grandemente por meio da íntima relação do estado marital, e não é possível que essa união dos extemos possa se efetuar de outra maneira, atualmente. A função sexual, também, é um fator nesse processo, pois como muitos Estudantes Rosacruzes supõem, serve a um processo que não é o da procriação. Sem dúvida, não se dá informação pública relacionada com esse assunto; pois os segredos do sexo estão guardados com segurança dentro do mais interno Estrato da Terra, e se revela totalmente apenas aos Iniciados que podem penetrar nesse Santuário interno. No presente, nosso interesse principal deveria ser transmutar, tanto como sejam possíveis, nossos desejos, sentimentos e nossas emoções inferiores em poder criador mental, que é bem melhor que buscar desculpas para a própria indulgência, já que a força sexual criadora é a mesma utilizada para manifestar o pensamento por meio do cérebro e da laringe e para praticar a relação sexual. O Sacramento do Matrimônio é um dos passos no caminho, um necessário preliminar até níveis maiores de realização. Por meio desse Sacramento aprendemos que no “Sagrado Laço do Matrimônio” cada fase da relação pessoal deve ser enfrentada com espírito de pureza e santidade. O Estudante Rosacruz aprende mais rapidamente a sublimar as paixões ígneas quando não estão insufladas por sentimentos lascivos ou licenciosos.
O desejo veemente ajuda realmente ao Estudante Rosacruz para que dedique todas as energias à vida superior. Por exemplo, aqui, o Sacramento da Ordem Sacerdotal (que nada tem a ver com a formação de pastor, ministro, padre, monge, freira e afins) por meio de suas meditações e disciplinas auxilia ao Estudante Rosacruz a se elevar acima de qualquer necessidade para a expressão inferior das energias criadoras, ou seja, da força sexual criadora. Afinal, esse Sacramento não está reservado apenas ao clero de uma Religião do Cristianismo popular, senão é mais uma instrução ou conduta que todo Aspirante à vide superior no caminho da realização espiritual Cristã terá que observar algum dia.
Vemos agora a evidência da profunda sabedoria no desígnio dos sete Sacramentos Cristãos. E um estudo mais profundo revela mais claramente a Luz Divina que brilha através de todas as Sagradas Escrituras. Max Heindel nos recorda que a Bíblia é o mais profundo e consagrado de todos os livros de ocultismo. Entretanto, com frequência descuidamos desta afirmação, e continuamos nossa procura de maiores segredos e documentos mais minuciosos. Tais esforços devem, supostamente, resultar em um fracasso completo, pois os Ensinamentos Cristãos são os mais compreensíveis que se tem dado ao mundo.
A Filosofia Rosacruz é uma parte do Cristianismo Esotérico e pelo seu estudo, aprenderemos realmente a abrir, um, por um, os “sete selos” que envolvem o Livro de Livros, a dádiva dos Anjos do Destino à Humanidade.
(Texto de Elsa M. Glover da The Rosicrucian Fellowship, traduzido e publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – agosto/1984 – Fraternidade Rosacruz – SP)
Os Sacramentos Cristãos
A presente fase de nossa evolução, aqui no plano físico, vivemos na condição de obscuridade espiritual.
Mas, as Hierarquias Criadoras nos têm prestado uma maravilhosa ajuda por meio das Sagradas Escrituras.
Sabemos que através da Bíblia o ser humano tem recebido mais luz espiritual.
A Bíblia foi dada à humanidade pelos Anjos do Destino, que estão acima de todo erro, e que permanecem sempre dispostos para auxiliar aqueles que buscam compreensão, conforto e sabedoria.
E mesmo assim levará muitos anos (e, talvez vidas) para que possamos compreendê-la inteiramente.
Pois, ela é na verdade um elo dos Anjos com a humanidade. E dentro desse livro sagrado e que serve para nos dar mais impulso espiritual encontramos os Sacramentos Cristãos, que são verdadeiras dádivas de crescimento espiritual.
Os Sacramentos estão relacionados com a transmissão dos Átomos-sementes que formam os núcleos dos nossos diferentes corpos e veículos para cada nascimento aqui, na Região Química do Mundo Físico. Em que “Sacr” significa o “portador do germe”. Seria o germe do nosso corpo colocado em terreno fértil, que no caso do Corpo Denso nada mais é do que o útero da mãe.
E quais são os sete Sacramentos dados por Cristo aos seus Apóstolos? São: Batismo, Confirmação, Sagrada Comunhão (Eucaristia); Matrimônio; Penitência; Ordem Sacerdotal e Extrema-Unção.
Eles são simbolizados por rituais de curta duração, porém seu propósito é de nos prover de uma contínua ajuda para o nosso crescimento espiritual.
Não consideremos os Sacramentos como meras cerimônias, mas sim como exercícios espirituais de grande poder para o ser humano.
E toda vez que lemos a Bíblia e invocamos a ajuda dos Anjos do Destino, assim também quando vivemos o verdadeiro significado dos Sacramentos, estamos atraindo o Raio de Cristo para nosso preparo evolutivo.
Vamos falar agora do Sacramento do Batismo. Quando nos referimos ao Batismo, logo vem a nossa mente a criança que, após o nascimento no Mundo Físico, é levada pelos pais à Igreja para o ritual do Batismo, quando o ser humano se torna um herdeiro do céu. No Evangelho Segundo São Mateus em 3:11, lemos: “Eu vos batizo com água, em sinal de penitência…”. Mas devemos buscar uma outra explicação para o verdadeiro sentido do Ritual do Batismo. Vamos retroceder na nossa história evolutiva e buscar lá na verdadeira Memória da Natureza (que está no Mundo do Espírito de Vida) as imagens daquele tempo antes de formar o Planeta Terra, tal como conhecemos hoje. Era um lugar escuro e sem forma, como mostra no Livro do Gênesis em 1:2: “A terra estava informe e vazia; as trevas cobriam o abismo e o Espírito de Deus pairava sobre as águas”. Era uma massa ígnea que gerava calor e sua volta era rodeada por água fervente e então o vapor foi jogado para a atmosfera. E, assim, Deus disse: “Faça-se um firmamento entre as águas e separa ele uma das outras”. E quando se completou o processo de evaporação, houve a formação de uma crosta em volta deste centro ígneo. E a terra foi se solidificando.
E nós habitávamos essa terra nos lugares mais duros e resfriados. Mas nossa forma era muito diferente do que somos hoje. Éramos enormes e pesados. Tínhamos apenas percepção interna. O nosso desenvolvimento era voltado para dentro. Só conseguíamos perceber as qualidades espirituais e não os materiais, pois ainda não tínhamos aberto os olhos. Não existia nenhuma nação ou raça. Constituíamos uma vasta fraternidade, uma grande família, em que não havia o egoísmo, a astúcia, a maldade. Mas, vivíamos numa condição de inocência infantil. E todos estávamos em contato com o Espírito Universal que nos guiava em tudo. Ainda no final desse momento nesse Esquema de Evolução, quando ganhamos o germe da Mente e começamos a trabalhar com esse veículo, o utilizamos na forma de justificar os nossos desejos mais inferiores, desenvolvendo a astúcia e todos os meios para conseguir o que queríamos, fosse para o bem ou para mal dos outros (e de nós mesmos). Tornamo-nos egoístas e até egocêntricos. E, depois, quando deixamos a atmosfera desse lugar, a Atlântida, abrimos nossos olhos e percebemos a Região Química do Mundo Físico, ocasião em que tomamos consciência do nosso “Eu” individual; por uso e abuso da força sexual criadora nos tornamos mais egoístas e mais astutos, o que provocou nosso distanciamento dos demais. Sob a Lei de Consequência fomos nos tornando cientes do motivo dos sofrimentos gerados por nós mesmos e aos poucos fomos nos reparando e evoluindo. Essa compreensão da vida, de seus males e da morte só poderia ser assimilada pelo coração, já que a razão estava envolta em conquistar, adquirir, acumular egoisticamente. As experiências adquiridas em vidas anteriores e nesta vida têm nos ensinado que o “caminho largo” é dotado de dores, tristezas e desenganos; porém, quando se trilha o “caminho estreito” e reto podemos até sublimar a morte e entrar para a vida eterna. Mas, hoje quando conseguimos progredir no caminho evolutivo e passamos a apreciar as bênçãos da fraternidade vencemos o egoísmo, e cultivando o altruísmo poderemos então submeter-nos ao Ritual do Batismo. E quando sentimos o nascimento de Cristo dentro de nós, estamos em contato direto com essa inspiração divina, e esse é o primeiro passo para o Batismo. O Batismo Místico pode ocorrer em qualquer lugar e qualquer hora. O Batismo Espiritual do Cristo místico produz o sentimento Fraterno Universal. O verdadeiro significado do Sacramento do Batismo é o anseio germinal do Espírito por uma vida superior, o plantio de uma semente espiritual. E devemos fazer parte dessa grande Fraternidade, deixando de lado o proveito próprio, egoísta e buscar o principal incentivo para ação que é o serviço amoroso e desinteressado para com os outros, sempre focando esse serviço na divina essência oculta em cada irmão e em cada irmã. Cristo define esse tipo de serviço na seguinte frase: “Aquele que quiser ser o maior entre nós, seja o servo de todos”.
Vamos agora, tratar do Sacramento Cristão da Confirmação: esse Sacramento está relacionado com a imersão do nosso Espírito na matéria. Quando desejamos ardentemente obter novas experiências ingressamos para um novo nascimento. Assim, atraímos por meio do Átomo-semente de cada Corpo e do veículo Mente o material a ser utilizado como base para a construção deles para a próxima vida aqui. E então fazemos a escolha para o renascimento e, com a ajuda dos Anjos do Destino, somos auxiliados a escolher o panorama da próxima vida e construir a teia do destino para que nenhum ato nosso se frustre no cumprimento do destino escolhido. Depois de tudo pronto confirmamos o nascimento para uma nova vida aqui, onde aprendemos mais e colocamos em ação os ensinamentos obtidos em vidas passadas.
Agora, vamos ao Sacramento da Sagrada Comunhão (a Eucaristia): a Comunhão está relacionada aos Corpos Vital, Desejos e à Mente. Nós como Egos, Espíritos Virginais manifestados da onda de vida humana, começamos nossa peregrinação através da matéria e chegamos a uma Época aqui no Período Terrestre conhecida como a Época Lemúrica. Quando em formação, recebemos ajuda das grandes Hierarquias Criadoras que guiavam todos nossos passos. Até o alimento que comíamos era escolhido para que pudéssemos obter o melhor material apropriado para construir os vários veículos de consciência para o nosso processo de crescimento anímico. Lembrando que naquela Época a nossa consciência era voltada para dentro de nós mesmos (para construirmos os nossos órgãos, sistemas, tecidos, etc…). E assim nos evoluindo até que em meados da Época Atlante (a próxima depois da Época Lemúrica), o Sol físico “brilhou pela primeira vez sobre nós”, ou seja, desenvolvemos o que precisávamos para perceber a existência do Sol enquanto renascidos aqui. Então pudemos deslumbrar das maravilhosas formas e belezas da natureza da Região Química do Mundo Físico. Vimos a nós mesmos como um ser separado e independente de todos os outros. Mas já havíamos adquirido a faculdade para iniciar na escola da experiência, que é o mundo dos fenômenos, dos efeitos. Éramos livres para desempenhar nosso papel no mundo e aprendermos as lições, coordenadas pelas leis da natureza. Hoje, em função de uma vida atropelada de afazeres desenfreados e na busca de riqueza material e poder também material acabamos por esquecer as necessidades do amor, de se doar e de agradecer o ganho do pão diário. Na Primeira Epístola de São Paulo aos Coríntios, capítulo 10, versículo 31, lemos: “Quer comais, quer bebais ou façais qualquer coisa, fazei tudo para a glória de Deus.”.
Da Terra se extrai o alimento para nossas refeições e esse sustento é o Corpo do Espírito de Cristo que mantém o Planeta Terra para que possamos evoluir. E esse Corpo nos é doado amorosamente todos os dias quando nos servimos da substância extraída da terra e que muitas vezes esquecemos de agradecer o alimento que é colocado à mesa. E saber que muitos nem lembram de agradecer todo esse trabalho de amor do Cristo para manter o planeta rejuvenescido e cheio de vida. A Santa Comunhão está relacionada ao “pão feito da semente (grão) da planta casta e pura” e ao “cálice preenchido com o suco da videira, também da planta casta e pura desprovida de paixão”; isso tudo simbolizado pela Última Ceia. E na Primeira Epístola de São Paulo aos Coríntios, capítulo 11, versículos de 23-30, lemos: “O Senhor Jesus, na mesma noite em que foi traído tomou o pão, e depois de dar graças partiu-o e disse: ‘Tomai e comei; este é Meu Corpo, que se parte para vós. Fazei isto em memória de mim’. E depois de ceado tomou a taça e disse ‘Este cálice é a Nova Aliança no meu sangue; fazei isto todas as vezes que o beberes, em memória de mim… Porque qualquer um que come deste pão e beba deste cálice, indignamente, será réu do corpo e sangue do Senhor… pois come e bebe sua própria condenação. Eis a razão por que há entre vós muitos fracos e doentes, e não poucos que dormem’”. Quando partilharmos do pão e do vinho estaremos construindo a Época futura, a Nova Galileia. Uma Época, em que não necessitaremos mais usar o Corpo Denso para transmitir “a semente da vida”, através do útero materno. Mas será uma Época, em que poderemos nos alimentar diretamente da Vida Cósmica e, assim, não precisaremos mais morrer aqui para assimilar as experiências da vida.
A perfeita execução do Sacramento da Comunhão podemos ler aqui na Primeira Epístola de São Paulo aos Coríntios, Capítulo 11, versículos de 23 a 30: “… na noite em que foi entregue, o Senhor Jesus tomou o pão e, depois de dar graças, partiu-o e disse: ‘Isto é o meu corpo, que é para vós; fazei isto em memória de mim’. Do mesmo modo, após a ceia, também tomou o cálice, dizendo: ‘Este cálice é a nova Aliança em meu sangue; todas as vezes que dele beberdes, fazei-o em memória de mim’. Todas as vezes, pois, que comeis desse pão e bebeis desse cálice, anunciais a morte do Senhor até que ele venha. Eis porque todo aquele que comer do pão ou beber do cálice do Senhor indignamente será réu do corpo e do sangue do Senhor. Por conseguinte, que cada um examine a si mesmo antes de comer desse pão e beber desse cálice, pois aquele que come e bebe sem discernir o Corpo, come e bebe a própria condenação. Eis porque há entre vós tantos débeis e enfermos e muitos morreram.”.
“São Paulo exprimiu uma verdade esotérica quando disse que aqueles que tomam a Comunhão sem viver a vida, estão em perigo de doença e morte. Assim como, sob uma tutela espiritual, a pureza de vida pode elevar o discípulo de maneira maravilhosa, assim também a incontinência produz um efeito muito maior sobre os corpos mais sensibilizados do que sobre aqueles que estão ainda sob a lei e não se tornaram participantes da graça, pelo cálice da Nova Aliança.”.
Agora, vamos ao Sacramento do Matrimônio: os Sacramentos do Batismo e da Comunhão estão relacionados com o Espírito, mas o Sacramento do Matrimônio está relacionado ao corpo. É a colaboração com a espécie humana. Houve um tempo em que vivíamos sem pecado, isto é, não éramos conscientes nem da dor e nem da morte. Porém, fomos tentados pelos Anjos Lucíferos, os Anjos caídos, que nos sugeriram um caminho de atalho para “conhecer” a Região Química do Mundo Físico, por meio da desobediência ao plano liderado pelos Anjos. Muitos de nós atenderam à sugestão e mais do que isso, abusaram no desperdício da força sexual criadora para gratificar os seus sentidos inferiores. O resultado de atender à sugestão foi a focalização da nossa consciência na Região Química do Mundo Físico, nos centrando no lado material; foi a conscientização da Lei de Causa e Efeito, ou Lei da Consequência e, assim, passamos a responder por nossos atos, conhecendo a Lei do Renascimento e a morte aqui nesta Região. O abuso nos trouxe a dor e o sofrimento que hoje sentimos. A partir daí, como podemos ler no Livro do Gênesis, capítulo 3, versículo 16: “Disse também à mulher: “Multiplicarei os sofrimentos de teu parto, darás à luz com dores”. A morte é o preço que pagamos por abusar da força sexual criadora. Agora, o Sacramento do Matrimônio é necessário para o nascimento de novos veículos, que pensamos inicialmente para os Egos que aguardam uma oportunidade para renascer aqui, mas que depois de uma análise mais profunda, concluímos que é para garantir a nós mesmos a chance de renascer em vidas futuras também aqui e, assim, continuar o nosso desenvolvimento. Na Primeira Epístola de São Paulo aos Coríntios, capítulo 15, versículo 38, lemos: “Deus, porém, lhe dá o corpo como lhe apraz e a cada uma das sementes o corpo da planta que lhe é própria”. Esse “germe” do nosso Corpo Denso ainda precisa ser depositado em solo fértil, para desenvolver um veículo denso adequado e realizar o propósito de sua evolução.
O maior exemplo da execução desse Sacramento vemos em Maria e José: a mãe de Jesus, a Virgem Maria, possuía, também, a mais elevada pureza humana, por isso foi escolhida para ser a mãe de Jesus. O pai de Jesus, José, era um elevado Iniciado, capaz de realizar o ato de fecundação como se deve realizar no Sacramento do Matrimônio, sem nenhum desejo ou paixão pessoal.
E como temos um Corpo de Desejos que nos dá incentivo à ação por meio do Corpo Denso, mas por outro lado o destrói, precisamos também de um Corpo Vital para ir reparando esses danos no Corpo Denso, até um momento em que não mais se consegue. E, ainda, precisamos de dois seres unissexuais para que possa haver a geração de um novo Corpo Denso. Consideremos o matrimônio como união de duas almas ao invés de dois sexos; pois o verdadeiro matrimônio transcende ao sexo. E toda vez que dois seres se unirem para galgarem esse plano de intimidade espiritual, oferecendo seus Corpos para receber “aquele” que vai nascer, certamente proporcionará ao Ego a chance de um Corpo com melhores condições de se desenvolver espiritualmente. Porém, se a criança for concebida levando em consideração a natureza cristalizante do Corpo de Desejos (fruto de um “sexo casual”, de uma orgia sexual, de uma relação regada à bebida alcóolica ou a drogas lícitas ou ilícitas), o Ego poderá até ter uma vida curta e, muitas vezes, sofrida.
Existem pessoas que por motivos egoístas ou por maior comodidade e para poderem se entregar à paixão sexual ilimitada não são favoráveis a ter filhos, apesar de terem todas as condições financeiras, morais, psicológicas e físicas para tal.
“Como os outros sacramentos, a instituição do matrimônio teve seu começo e terá seu fim. Seu início foi descrito por Cristo quando Ele disse: “Não tendes lido que o Criador desde o princípio, os fez homem e mulher?” E disse: “Por isso o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher e os dois serão uma só carne. Por isso não mais são dois, mas uma só carne”, como lemos no Evangelho Segundo São Mateus, capítulo 19 e versículos de 4 a 6.
E o seu fim foi anunciado por Cristo, por meio da Sua missão, em que veio para nos elevar, ajudando-nos a alcançar um estado mais elevado no qual não mais será necessário a roda de nascimento e morte. No Evangelho Segundo São Mateus, no capítulo 22, versículo 30, lemos: “Na ressurreição eles não se casarão nem serão dados em casamento, mas serão como os Anjos de Deus no céu”.
Agora, vamos ao Sacramento da Penitência: esse Sacramento é parecido com o Exercício de Retrospecção que o Estudante Rosacruz faz todas as noites quando se recolhe para dormir. Consiste em uma confissão ao Pai (“Eu Superior”) cada noite, de todos os acontecimentos do dia, arrependendo-se com toda sinceridade por todos os pecados cometidos. E mantendo o firme propósito de se reformar intimamente. Podemos ler no Conceito Rosacruz do Cosmos, em que Max Heindel declara que “A prática vespertina da Retrospecção é o exercício espiritual mais poderoso que tem sido dado ao ser humano”. Quando praticamos esse ato de penitência certamente permaneceremos menos tempo no Purgatório e no Primeiro Céu.
Agora, vamos ao Sacramento da Ordem Sacerdotal: esse Sacramento é mais uma conduta que todo Aspirante à vida superior terá que buscar no seu caminho. É quando, por meio de meditações e disciplina, se consegue elevar acima de qualquer necessidade para a expressão das energias criadoras. A aspiração espiritual precisa ser amadurecida pelo tempo e só chega quando obtemos as condições particulares sob as quais devemos procurar satisfazê-la. E esse Sacramento não está reservado apenas ao clero de uma Religião. O Aspirante à vida superior produzirá uma purificação em seus corpos que o classifica a gerar veículos puros. E criando oportunidades de renascer em Corpos e veículos mais desenvolvidos e exercer uma maior ajuda à humanidade.
Agora, vamos ao Sacramento da Extrema-unção: esse Sacramento está relacionado com o momento que morremos aqui e nascemos nos Mundo espirituais. É o Sacramento que marca um total rompimento do Cordão Prateado e a extração do gérmen sagrado, até que volte a ser plantado novamente em outra mãe. É o momento em que aspiramos a desenvolver nosso trabalho do outro lado e, então, assimilar tudo o que aprendemos na nossa última existência terrestre.
Sabemos agora da importância de todos os Sacramentos na nossa vida. Por isso reafirmamos os nossos esforços pelos seus estudos e para que possamos abrir um por um desses selos sagrados que são as dádivas dos Anjos do Destino dadas à humanidade.
Que as Rosas Floresçam em Vossa Cruz