Arquivo de tag Mount Ecclesia

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Carta de Max Heindel: Início dos Trabalhos para a Construção do Primeiro Edifício em Mount Ecclesia

Novembro de 1911

Esse mês me afasto da minha prática habitual de dedicar exclusivamente a revisão da Carta ao Estudante da lição do mês anterior, para que possa lhes contar sobre a cerimônia que tivemos em Mt. Ecclesia no dia 28, quando iniciamos as obras da primeira construção no terreno da nossa Sede permanente. Tenho certeza de que todos estavam conosco em espírito, que estão ansiosos por saber notícias a este respeito, e sei que o discurso que faremos nos proporcionará um contato mais próximo.

Nossa primeira ideia era abdicar de qualquer exposição ou cerimônia externa. Queríamos evitar todas as despesas desnecessárias, pois, os nossos recursos atuais não são suficientes para terminar construção interna do edifício, e teremos que ser parcimoniosos, por algum tempo, até que as circunstâncias nos sejam mais favoráveis.

A minha intenção era ir lá sozinho e realizar o serviço mentalmente, mas me pareceu um tanto frio, apático, desanimado e desolador não ter um amigo presente para se regozijar comigo naquela ocasião importantíssima, nem sequer a minha querida companheira de trabalho – Sra. Augusta Foss Heindel. Além disso, como esse é um assunto muito importante da Fraternidade Rosacruz e não um assunto pessoal, senti que a oportunidade de participar deveria ser dada aos membros. O pensamento cresceu em mim até que decidi submeter ao conselho do Mestre; e que cordialmente o aprovou, e então, fizemos uma celebração de maneira simples, mas apropriada, e enviamos convites aos amigos que estavam mais próximos.

Erigimos uma grande cruz do mesmo estilo do nosso Símbolo, e nos três extremos superiores pintamos, em letras douradas, as iniciais: C R C. Como sabem, essas letras representam o nome simbólico de nosso grande Líder, definido em nosso Símbolo como Christian Rosenkreuz, que transmite uma ideia de beleza e de uma vida superior, muito diferente da escuridão ou do lugar sombrio da morte, geralmente associada à cruz negra.

Ao mesmo tempo que escavávamos o terreno para o início da construção, decidimos fixar essa cruz e plantar uma roseira trepadeira, para que simbolizassem a vida verdejante dos diferentes Reinos de vida viajando para esferas superiores ao longo do caminho em espiral da evolução.

No dia 27, a Sra. Augusta Foss Heindel e eu partimos para Oceanside, já próximos à exaustão pelo esforço em nos locomover para empacotar tudo. Caíram as primeiras chuvas da estação e, por isso, ficamos apreensivos sobre o efeito dela na cerimônia; mas, ao olharmos para as montanhas quase escondidas pelas nuvens no leste, vimos o maior e mais glorioso arco-íris que jamais tínhamos visto – na verdade, um duplo arco-íris – cuja sua base meridional parecia estar diretamente sobre Mt. Ecclesia.

Nossa responsabilidade em ajudar milhares de corações cansados para que possam suportar seus fardos com bravura tem, frequentemente, parecida estar além das nossas forças; no entanto, sempre encontramos nossas forças renovadas, quando olhando para dentro; e dessa vez parecia que toda a Natureza queria nos alentar, dizendo: “Coragem, lembrem-se que o Trabalho não é vosso, mas de Deus; confiai inteiramente n’Ele; Ele apontará o caminho”. Assim, nos demos as mãos e tomamos um novo ânimo com as novas forças para continuarmos com a bela obra, da qual Mt. Ecclesia há de ser o centro.

O dia da cerimônia foi um dia perfeito na Califórnia; o Sol brilhava num céu sem nuvens. Para onde quer que dirigíssemos o olhar a partir de Mount Ecclesia, oceanos, vales e montanhas pareciam sorrir. Tanto os trabalhadores quanto os membros visitantes estavam extasiados ante a beleza incomparável do local da Sede. Aqueles que estão presentes foram: Annie R. Atwood, de San Diego; Ruth E. Beach, de Portland, OR; Rachel M. Cunningham, Rudolf Miller e John Adams, de Los Angeles; George Kramer, de Pittsburgh, PA; Wm. M. Patterson, de Seattle, WA; Sra. Heindel e eu.

Na hora marcada, iniciei a escavação no terreno para construir a Sede. Todos ajudaram a escavar para colocar a cruz, que foi fixada por Wm. Patterson. A Sra. Augusta Foss Heindel plantou a roseira, que depois foi regada por todos os presentes. Que ela cresça e que floresça para adornar o despojar da cruz e ser a inspiração para a pureza de vida que apagará todos os pecados passados, não importa quão escura possa ter sido a vida. A alocução – como deveria ter sido feito – constitui a lição desse mês. As circunstâncias ocasionaram algumas modificações.

(Carta nº 12 do Livro “Cartas aos Estudantes” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A inauguração do boletim periódico “Echoes” e o motivo desse nome

Embora o corpo estudantil da Fraternidade Rosacruz esteja espalhado pelo mundo, livre de juramentos ou promessas no que diz respeito à sua conexão com a Fraternidade Rosacruz, o poder titânico da ardente aspiração une tudo em um propósito comum: construir, “sem o som de martelo”, o templo da alma que é a verdadeira Ecclesia. Portanto, eles olham para o Mount Ecclesia como o foco físico das forças que visam levar todos à estatura de Cristo, o “Amigo do Homem”, e todos estão ansiosos por notícias das atividades na Sede, particularmente no que diz respeito à Escola de Filosofia e Cura que, agora, estão prestes a abrir. Há pouco espaço nas cartas e lições para conter os ensinamentos; portanto, essa pequena folha será dedicada a “novidades”. Mantenhamo-la! Anos mais tarde, quando teremos grandes jornais e revistas, terá valor como uma lembrança dos “primeiros dias”.

Muitos pensam que todos os que se envolvem em atividades espirituais são parasitas que não fazem nada, além de flutuar na terra nebulosa e meditar. Se essas pessoas pudessem ouvir a fumaça do nosso motor, o ranger das prensas, o clique das máquinas de escrever, com o som acrescentado do martelo de carpinteiro, elas logo constatariam a veracidade da frase conhecida: o edifício do templo é incompatível com ambos, a preguiça e o silêncio. Mount Ecclesia é o último lugar no mundo para um sonhador preguiçoso.

Todos, de Max Heindel até a última pessoa que aqui chegou, trabalham duro de sol a sol. Trabalhamos tanto fisicamente como mentalmente, e não há como fugir do “barulho”; esse é o motivo de nomearmos nossa pequena folha de notícias com o nome de “Echo”.

Um dia pode se tornar um fator importante na elevação do mundo, pois Max Heindel pretende publicar um artigo que dê as notícias do mundo, boas e más, com a lição moral contida em cada item, mas sem parecer pregar e sem o rótulo de “religião”, tão desagradável para a maioria das pessoas. Acredita-se que ao revestir o ponto de vista espiritual com uma vestimenta de “senso comum”, podemos despertar o “eco da aceitação” em milhares de corações. Esse plano, é claro, requer pessoas, dinheiro e tempo para amadurecer, mas será realizado.

(Traduzido pelos irmãos e irmãs da Fraternidade Rosacruz de Campinas – SP – Brasil do Echoes From Mt. Ecclesia – nº 1 de junho de 1913)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

História da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil – A Fraternidade Rosacruz dos primórdios de 1927 até 1955

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: Como a Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil foi criada como um Grupo de Estudos informal, depois passou para um Grupo de Estudos formal e, finalmente, para um Centro Rosacruz, autorizado e certificado pela The Rosicrucian Fellowship-Mount Ecclesia, Oceanside, California, USA, como um Centro Fraternal afiliado, pelos Probacionistas Hélio de Paula Coimbra e Maria José A. S. de P. Coimbra, ambos oriundos da Fraternidade Rosacruz – Centro Rosacruz de São Paulo – SP, vamos apresentar, inicialmente, um resumo história da Fraternidade Rosacruz no Brasil, focando nas sementes que frutificaram como a Fraternidade Rosacruz – Centro Rosacruz de São Paulo – SP. Isso até a data de fundação do Grupo de Estudos em Campinas-SP-Brasil.

Dos primórdios de 1927 até 1955

Vamos começar a História da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil expondo, antes, um resumo da História da Fraternidade Rosacruz em São Paulo – SP – Brasil. Afinal se não fosse esses irmãos e irmãs que persistiram em estudar – muitas vezes, pessoalmente e sozinhos -, solidificar, estruturar, organizar e se reunir para fundar a Fraternidade Rosacruz em São Paulo – SP, dificilmente teríamos a Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil.

A Fraternidade Rosacruz – conforme fundada e difundida por Max Heindel, o escolhido pelos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz para revelar publicamente os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental – no Brasil deu seus primeiros passos em 1927, quando as obras de Max Heindel haviam chegado a São Paulo e muitos esoteristas se sentiram fortemente tocados por elas, começando os estudos da Filosofia Rosacruz que conferia um corpo esotérico ao Cristianismo. E nesse ano tais Ensinamentos Rosacruzes se tornarem a base de alguns Grupos de Estudos independentes. Com o tempo alguns desses Grupos de Estudos passaram a se dedicar, preponderantemente, à divulgação da Fraternidade Rosacruz sem, contudo, estarem ligados à The Rosicrucian Fellowship, a Sede Mundial, fundada pelo próprio Max Heindel.

Em 1930, o irmão Francisco Phelipp Preuss, já Probacionista da The Rosicrucian Fellowship, fundou um modesto Grupo de Estudos Rosacruzes em sua residência, na Rua Antônio Carlos, n.º 60, em São Paulo-SP. Ao obter autorização da Sede Mundial de Mt. Ecclesia, em Oceanside, California, USA, para ministrar o Curso Preliminar de Filosofia Rosacruz, tal  grupo foi denominado Fraternidade Rosacruz do Brasil.

Tal grupo denominado Fraternidade Rosacruz do Brasil foi o embrião de um novo Centro que congregasse os aspirantes a tão sublimes ensinamentos e em estreita ligação com a Sede Mundial de Mt. Ecclesia, em Oceanside, California, USA. 

Francisco Phelipp Preuss, 1971

Um outro Grupo de Estudos, por intermédio do irmão Probacionista Milton José Ribeiro da Silva, entrou em contato com o irmão Probacionista Francisco Phellipp Preuss buscando filiar-se à Sede Mundial.  Conforme começaram os cursos individuais e as reuniões coletivas de estudos na acanhada sala da residência do Probacionista Francisco Phellipp Preuss, esse atendeu às aspirações dos demais membros desse Grupo de Estudos: dissolver a antiga “Fraternidade Rosacruz do Brasil”, que foi fundada em 1930, e iniciar a constituição de uma estrutura nova e mais ampla.

A antiga Fraternidade Rosacruz de Santo André, que divulgava, como movimento independente, as obras de Max Heindel, nasceu na década 1940-1950. Em seu seio havia dois Probacionistas: o irmão Milton José Ribeiro da Silva e o irmão Mário Sparapani.

Em 1941, a Fraternidade dos “Filhos da Luz”, fundada pelo casal Manoel e Laura Luzio, se reunia às sextas-feiras para estudar assuntos esotéricos em geral, inclusive os da Fraternidade Rosacruz. Era um grupo independente que funcionava num salão especialmente cedido para esse fim, pela família Luzio, em sua residência, primeiro na Av. Conde de Frontim e depois na Rua Atuaí, 383, Vila Esperança — Penha.

Manoel Rufino Luzio era um sensitivo de fibra incomum e idealismo provado. Gostava de curas. Com sua esposa, Laura de Jesus Luzio, e filhas, Rosa, Piedade e Alice, eram estudantes sinceros.

Um dia, às 18 horas, meditando e olhando para o céu, através da janela, dona Laura de Jesus viu uma brilhante estrela que se deslocava em sua direção. Ao aproximar-se, reconheceu o Símbolo da Rosacruz: a cruz era do tamanho de uma pessoa. Abriu os braços para recebê-la, mas ela pareceu entrar no salão da Fraternidade. Correu para lá e realmente viu a estrela, toda iluminada, cobrindo outro símbolo que usavam lá. Radiante e espantada, Dona Laura foi chamar o marido, mas quando chegaram ao salão, não viram mais nada. Sr. Manoel Rufino compreendeu, então, que teriam de dar um grande passo para algo muito maior.

Passaram-se três meses. O irmão Luzio deixou consignado no livro de atas estas palavras: “Pelos amigos da Lapa (Sr. Munhoz e Sr. David), dos quais ouvimos proveitosas palestras sobre a Filosofia Rosacruz, soube que estão cogitando de formar a Fraternidade Rosacruz, sob a égide de “The Rosicrucian Fellowship”, de Mount Ecclesia, por meio do irmão F. P. Preuss. Participei de algumas reuniões e compreendi haver chegado o convite de elevação a todos nós. Fomos recebidos como amigos e convidados como Estudantes. Vamos nos preparar”. Esse grupo se tornou um Grupo de Estudos Rosacruzes em 20 de setembro de 1956, tornando-se o Grupo de Estudos Rosacruzes da Penha.

Fotos de Estudantes Rosacruzes do Grupo de Estudos da Penha-São Paulo-SP em 1956 (entre eles, os irmãos Maria Rosária de Medeiros, Fouad Sahão, Júlia Sahão, Nelson Marques)
Fotos de Estudantes Rosacruzes em um Pic-nic no Ibirapuera-São Paulo-SP em 1953 (entre eles, os irmãos Maria Rosária de Medeiros, Edmundo Teixeira, Mario Salvini, e Terezinha Grosso)

No início de 1955, um grande número de Estudantes Rosacruzes buscava entrar em contato com a Sede Mundial, em Mount Ecclesia. Nessa época, o Grupo de Estudos “União Rosacruz São João”, fundada pelo irmão David Dias dos Santos, recebeu muitos desses Estudantes, que participavam das reuniões, na Rua Guararapes, 34, na Lapa, em um salão anexo à residência do irmão David. Já em 4 de agosto de 1955, os Estudantes Rosacruzes desse Grupo começaram a fazer o Curso Preliminar de Filosofia Rosacruz, iniciando o Caminho Rosacruz de Preparação para a Iniciação Rosacruz, como Estudantes Preliminares. Lembremo-nos de alguns irmãos e irmãs: David Dias dos Santos, Antônio e Rosa Munhoz, Clélia Meniatti Benson, João Pinhata (ou Pignata), Thèrese Ventre (ou Teresa Ventre), Bianca Ramazini, Maria e Elza Villar Harrison, Maria Rosária de Medeiros, Therezinha Grosso, Rosália Maria de Medeiros e Antonieta Pinolla. Esse foi o Grupo de Estudos Rosacruzes da Lapa.

Em 12 de maio de 1955 foi fundada a Fraternidade Rosacruz – Centro de Santo André-SP, filiada à Sede Mundial de Mt. Ecclesia, em Oceanside, California, USA.

Às 18h30 com a oficiação do Ritual do Serviço Devocional do Templo ou de Cura. Nas quartas-feiras, às 20h30, realizavam-se reuniões de Estudos da Filosofia Rosacruz.

Foi, portanto, o primeiro Núcleo registrado, nessa segunda etapa de expansão da Fraternidade Rosacruz no Brasil. Eis a foto tirada exatamente nesse dia:

Fotos de Estudantes Rosacruzes na inauguração do Centro Rosacruz de Santo André em 12 de maio de 1955

Suas reuniões eram feitas às quartas-feiras, às 20h, em uma sala alugada na Rua Campos Sales, n.º 129, 2.º andar, centro de Santo André-SP.

Os presentes no dia da inauguração foram: Ana Tempera e esposo Armando Tempera, Cristovam Martins, Dorothea Bloss Kubitzki, Edmundo Teixeira, Francisco Phellipp Preuss, João Baptista Ribeiro da Silva, João Dodero, José Facchini, Luís Mário Salvini, Maria Ribeiro da Silva, Mario Sparapani, Milton José Ribeiro da Silva, Raul Guerreiro, Severino Gomes.

Luís Mário Salvini em 1956       Mario Sparapani – 1959
Dorothea Bloss Kubitzki na Festa de Aniversário da FR São Paulo-SP em 23/09/1973
Severino Alves Guimarães – 1969
Armando Têmpera

Em fevereiro de 1955, por intermédio do irmão Probacionista Milton J. Ribeiro da Silva, puseram-se em contato com o Probacionista Francisco Phellipp Preuss, dinamizador do movimento Rosacruz em São Paulo, buscando filiar-se à Sede Mundial.  Começaram os cursos individuais e as reuniões coletivas de estudos na acanhada sala da residência do irmão Preuss, que tratou de atender às aspirações da equipe: dissolveu a antiga “Fraternidade Rosacruz do Brasil”, que fundara em 1930, e participou das reuniões para constituir uma estrutura nova e mais ampla. Lembramos alguns dos que já passaram com os quais privamos e cujos exemplos nos marcaram indelevelmente:

  • Almte. Álvaro da Natividade Fidalgo, dedicado tradutor, conferencista e fundador do Centro do Rio de Janeiro;
  • Amélia Siqueira;
  • Antônio Carlos Alves e esposa;
  • Antônio Munhoz;
Antonio Munhoz na Festa de Aniversário da FR São Paulo-SP em 22 de setembro 1974
  • Antônio Sampaio;

Antônio Sampaio na Festa de Aniversário da FR São Paulo-SP em 23 de setembro 1973

  • Balzamino Nazareno;
  • Edmundo Teixeira;
Edmundo Teixeira – 1959
  • David Dias dos Santos, fundador da antiga União Rosacruz “São João”, que se transformou no Grupo da Lapa;
David Dias dos Santos no Centro Rosacruz da Lapa em São Paulo-SP em 1959
  • Francisco Phellipp Preuss, já Probacionista e fundador de um dos primeiros Grupos de Estudos Rosacruzes no Brasil, fundador da antiga Fraternidade Rosacruz do Brasil (1930) e coordenador da nova etapa;
Francisco Phellipp Preuss na Festa de Natal da FR São Paulo-SP em 22/12/1956
  • Fouad Sahão;
Fouad Sahão na Festa de Natal da FR São Paulo-SP em 23 de dezembro 1959
  • João Baptista Ribeiro da Silva, um dos fundadores do Centro de Santo André;
  • João Tralci, um dos pilares na construção da futura Casa do Estudante, em Campos do Jordão-SP;
João Tralcci na Festa de Natal da FR São Paulo-SP em 1969
  • José Gonçalves Siqueira;
José Gonçalves Siqueira na Festa de Aniversário da FR São Paulo-SP em 22 de setembro 1974
  • José Simões Gouveia;
  • Julia Sahão;
Júlia Leitaf Sahão na Festa de Aniversário da FR São Paulo-SP em de dezembro 1976
  • Juvenal do Nascimento Araújo, fundador do Grupo São Luís do Maranhão e, posteriormente, do Centro do Rio de Janeiro, que publicou 3 obras de Max Heindel, além de dois livros de poesias espiritualistas de sua autoria;
  • Manoel e Laura Luzio, fundadores da antiga Fraternidade “Filhos da Luz”, que se converteu no Grupo da Penha;
  • Maria Rosaria de Medeiros;
Maria Rosaria de Medeiros em 1959
  • Maria Xavier Paes de Barros;
  • Milton José Ribeiro da Silva, já Probacionista e fundador de um dos primeiros Grupos de Estudos Rosacruzes no Brasil;
  • Raul Guerreiro;
  • Severino Alves Guimarães;
  • Theodolinda Gonçalves Dias Durat, fundadora da Sede Central, mas que, desde 1940, vinha proferindo palestras em torno da Filosofia Rosacruz.

E, assim, em 18 de setembro de 1955, foi fundada a Fraternidade Rosacruz em São Paulo – SP, então denominada Sede Central do Brasil.  Ela  já nasceu com os Núcleos filiados de Santo André, da Lapa e da Penha, porque os membros desses grupos faziam parte da equipe fundadora.

Ela funcionava na sala de residência do Probacionista Francisco Phellipp Preuss e assim foi durante todo o ano de 1955.

Na época da fundação, a Fraternidade Rosacruz já era constituída por:

  • 25 membros da Sede Central;
  • 17 membros do núcleo da Lapa;
  • 14 membros do núcleo de Santo André;
  • 21 membros do núcleo da Penha;
  • 2 membros de Campos do Jordão;
  • 2 membros do Rio de Janeiro;
  • 2 membros de São Luís do Maranhão;
  • 1 membro de Jacareí; e
  • 6 membros da ex-Fraternidade Rosacruz do Brasil.

Nessa época, as reuniões públicas eram feitas às terças-feiras, às 20h.

O Curso Preliminar de Filosofia Rosacruz, composto de 12 lições, continuou a ser ministrado da mesma forma que se fazia antes da fundação da Fraternidade Rosacruz em São Paulo – SP.

**

Fontes:

  • Revista Serviço Rosacruz de 1962 e de setembro de 1976 – Fraternidade Rosacruz – SP – São Paulo
  • Encontro Rosacruz – Fraternidade Rosacruz – Centro de Santo André – de maio de 2007
  • Entrevistas com Estudantes Rosacruzes
  • Notas nos Versos dos originais das fotografias em papel
PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Por que houve tantos fracassos entre aqueles que vieram trabalhar em Mount Ecclesia (sede mundial da The Rosicrucian Fellowship), se tínhamos os horóscopos de cada um?

Max Heindel

Algumas observações do escritor em uma recente revista Echoes from the Mount Ecclesia provocaram a pergunta: por que houve tantos fracassos entre aqueles que vieram ao Monte Ecclesia como trabalhadores, se se tinha os seus horóscopos? Visto que há alguns pontos envolvidos que se aplicam a todos os que se empenham em viver a vida espiritual e aspiram a adquirir os poderes da alma, pode ser bom trazer esse assunto para discussão.

Quando um navio singra o mar na mesma direção do vento, ele o faz em uma quilha uniforme e segue em frente com suavidade e beleza. A força do vento não é perceptível e qualquer movimento que possa ser sentido será de natureza agradável e deliciosa. Mas, quando o navio dá meia-volta e segue contra o vento e o mar, há outra história para contar. Ele tomba com o vendaval, seu convés fica inundado, talvez a sota-vento (lado do barco pelo qual o vento sai), e o vento uiva através de suas velas e cordames. Suas madeiras também começam a gemer, enquanto batem no vento e nas ondas, para o desconforto de todos a bordo.

Algo parecido acontece com quem se esforça para viver a vida espiritual: enquanto está à deriva, junto à maré do mundo, o movimento lhe parece imperceptível e tudo é agradável, como no navio que navega a favor do vento; contudo, quando começam a esbofetear os ventos do hábito e ele cessa de satisfazer os sentidos, começa a luta, que é análoga ao bater das ondas no navio que se esforça para ir contra o vento. No ponto em que a natureza inferior requer indulgência e tem o hábito de tê-la, a natureza superior decreta a abstinência e, consequentemente, há aflição ao longo de todo o caminho. Às vezes, o Aspirante à vida superior se imagina muito vil, sente que é um sacrilégio para ele aspirar a algo além da vida mundana, que ele nunca poderá alcançar a pureza de vida e caráter. Na verdade, esse é um dos argumentos sutis da natureza inferior para trazê-lo de volta ao caminho da permissividade. Os horóscopos de todos os Probacionistas que temos aqui na The Rosicrucian Fellowship são usados com o propósito de lhes dar a ajuda necessária na saúde, em certos pontos críticos. Essa ajuda é oferecida, apesar de que, quem a recebe, muitas vezes, não sabe que algo especial foi feito ou dito em uma carta. No entanto, esse é o uso que se faz e o propósito de se ter os horóscopos.

O que foi dito sobre as pessoas que permanecem no mundo e aí aspiram à vida superior aplica-se em grau muito maior àqueles que vêm a um Centro Esotérico como o Mount Ecclesia. As vibrações aqui são muito fortes e podem ser comparadas ao vendaval que atinge o navio; elas trazem as tentações para testar a força do Aspirante à vida superior. Sobre isso, ele é sempre e bastante avisado, antes de vir. “Muitos são chamados, mas poucos são escolhidos” é, de fato, um princípio que se aplica aqui, onde a força de caráter é testada ao seu limite; mas, isso não elimina o fato de que as pessoas que tentaram e falharam tenham se tornado melhores pela experiência, nem se pode inferir que não foram boas pessoas; na verdade, elas têm um caráter muito estimável e não devem ser culpadas porque não puderam suportar as altas provas que são dadas em um Centro Esotérico. Algum dia serão capazes de manter o equilíbrio em relação a essas vibrações e de fazer o bem. As pessoas do mundo que iniciam esses estudos e os abandonam, depois de algum tempo, estão em uma posição análoga; elas também falharam, por enquanto e pela mesma razão. No entanto, como foi dito, elas devem ser boas pessoas ou não teriam tentado viver uma vida mais elevada, em primeiro lugar, e tendo falhado temporariamente, elas deveriam ser ajudadas, não censuradas.

Mas a pergunta é feita mais do ponto de vista astrológico; o consulente sente que, se Astrologia Rosacruz é uma ciência verdadeira e se conhecemos a Astrologia Rosacruz, então devemos ser capazes de escolher pessoas que sejam destinadas a fazer o bem e, assim, evitar falhas entre os trabalhadores. Isso me faz lembrar uma ocasião em que o escritor estava se perguntando em uma situação semelhante em relação aos que foram admitidos ao Discipulado. Um dos primeiros admitidos falhou de forma notável e o coração do escritor ficou com muito pesar, quando ele se perguntou como essa pessoa poderia falhar, após ter recebido ensinamentos do Discipulado. A resposta foi mais ou menos a seguinte: “Você, é claro, notou que na Europa a imagem da cabeça do rei ou da rainha está estampada nos selos dos correios e na moeda do país; nos Estados Unidos não tem um rei e nem uma rainha, mas aqui se fotografam os presidentes e usam as fotos de maneira semelhante. Existe, no entanto, uma diferença muito importante. Na Europa, geralmente, são os reis vivos que são tão honrados. Nos Estados Unidos, porém, você descobrirá que nenhum presidente que não tenha morrido é retratado na moeda ou no selo dos correios e há uma razão para isso. Na Europa, eles reinam com base na fé, crendo e esperando que se tornem bons e fiéis servos do povo. Mas, nos Estados Unidos eles se certificam de que não haverá chance de se cometer um erro grosseiro. Portanto, a imagem de qualquer presidente somente é colocada na moeda ou na nota depois que ele tenha morrido quando, então, é absolutamente impossível para ele manchar o nome da nação que assim o homenageia.”.

Se fôssemos seguir essa política e dar os ensinamentos de Discipulado apenas para aqueles sobre os quais tivéssemos a certeza de que não desonrariam o nome da Fraternidade Rosacruz, nem usariam indevidamente as informações ou, de outras formas, errariam, então teríamos que esperar até que o Aspirante à vida superior estivesse morto, porque, enquanto vivo, ele está sujeito a errar. Portanto, seguimos o mesmo método que se usa na Europa com os monarcas. Tomamos o Aspirante à vida superior pela fé, complementado por um desempenho razoável, como delineamos na carreira de Probacionista; então deixamos o assunto nas mãos de Deus, orando para que tudo ocorra bem.

A mesma coisa é válida para os trabalhadores em Mount Ecclesia. Se fôssemos esperar até que os trabalhadores viessem com horóscopos que indicassem perfeição, poderíamos esperar de agora até o dia do juízo final; nenhum de nós é perfeito, nem os líderes, nem ninguém; portanto, nosso objetivo é ser paciente e acreditar que o bem vencerá com o tempo. O horóscopo nos ajuda a ver quais são as tendências em suas vidas e como podemos ajudá-los da melhor forma. Entretanto, descobrimos que mesmo as aflições mais severas não são necessariamente proibitivas de uma vida boa e aspiração sincera; por outro lado, temos em nossa posse horóscopos sem um único Aspecto adverso e eles indicam vidas tão insossas que nada se pode esperar de tais pessoas. Vocês se lembram do que o Espírito disse, no Apocalipse, às igrejas? — Havia alguma culpa e alguns elogios ligados a cada uma delas, mas uma foi recebida com desaprovação irrestrita: “Eu queria que fosses frio ou quente, mas porque não és frio nem quente, vou vomitar-te da minha boca” (Apo 3:15-16). Na verdade, é melhor ter Aspectos adversos no horóscopo, porque são como os obstáculos que devemos superar no mundo. Eles desenvolvem a força e onde eles faltam podemos confiar que temos um caráter que é tão bom que não serve para nada! Portanto, o horóscopo não exclui nem garante a admissão em Mount Ecclesia ou em qualquer outro Centro Esotérico que seja verdadeiro.

(Publicado no Echoes from the Mount Ecclesia de junho/1915 e traduzido pela Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Uma Mensagem aos que relutam em Servir

Uma Mensagem aos que relutam em Servir

Os nossos serviços destinam-se a DAR e não a receber: a ajudar os outros através do poder espiritual. É claro que quem dá desta maneira, também recebe. No entanto, a ideia principal deverá sempre ser a de servir, ao nível espiritual. Este é o princípio básico do trabalho Rosacruz e constitui uma das razões mais importantes para participarmos desses serviços.

SERVIR é o desejo mais premente e elevado que se apresenta à consciência de um Aspirante sincero, quando participa de um serviço ou medita a sós. A Luz e o Poder espirituais irradiados de Mount Ecclesia e dos Centros e Grupos Rosacruzes refletem a aspiração e as preces (a concentração imbuída da força do amor) de todos os colaboradores nesses trabalhos.

Do acima exposto depreende-se que o grande objetivo da Fraternidade Rosacruz é ajudar a humanidade em seus passos evolutivos. O método de desenvolvimento preconizado pelos Irmãos Maiores conduz o Aspirante, com toda segurança e à realização espiritual, ao reconhecimento e vivência de sua própria divindade.

Sendo assim, somente aqueles homens e mulheres predispostos, internamente, a dar e não a receber sintonizam-se harmoniosamente com a corrente espiritual da Fraternidade Rosacruz. Sabemos quão difícil é proceder dessa maneira, ainda mais na época em que vivemos. Entretanto, só há essa via de acesso ao portal da Iniciação na Ordem Rosacruz.

“Muitos são os chamados, mas poucos do os escolhidos”. Essas palavras de Cristo servem também “como uma luva” para os Estudantes Rosacruzes. Muitas pessoas, representando todas as camadas sociais e culturais da sociedade, já assistiram às conferências, palestras, reuniões de estudos e até festividades promovidas pelos Centros e Grupos Rosacruzes, iniciando até no Caminho da Preparação Rosacruz, inscrevendo-se no Curso Preliminar e se tornando um Estudante Preliminar Rosacruz.

Por que alguns nem sequer chegam a quinta lição desse Curso, tão simples, tão fácil, mas tão rico? Outros, por que desistem, estando já bem adiantados no Curso Suplementar de Filosofia Rosacruz, alcançando, inclusive o grau de Estudante Regular Rosacruz?

Isso intriga muita gente. Contudo, nas entrelinhas cremos ser possível encontrar uma ou várias das razões pelas quais ainda não somos muitos.

Se o indivíduo ingressa na Fraternidade Rosacruz com intuito exclusivo de resolver seus problemas, ou seja, de receber apenas, por certo, com o passar do tempo deverá revisar sua atitude, passando também a dar. Se tal não ocorrer, encontrará dificuldades em prosseguir, porque não está devidamente harmonizado com a dinâmica da Grande Obra Rosacruz. O próprio Estudante acabará por se excluir.

É certo que todos, ou quase todos, trazem suas cargas de problemas, carências ou limitações. São frutos de erros passados. Contudo, sempre é tempo de corrigir antigos desvios, de iniciar uma reforma interior.

Também é certo que essas dificuldades absorvem grande parte do tempo e dos esforços do Aspirante, sendo justo procurar resolve-las. Tenhamos em mente, entretanto, que a realização espiritual implica, primeiramente, no sacrifício de interesses pessoais no altar do serviço. É condição sine qua non, pois é necessário grande desprendimento para trabalhar em prol de um ideal superior.

É conveniente esclarecer: essa atitude de abnegação não significa o abandono das obrigações familiares e profissionais. Pelo contrário, exige maior zelo no cumprimento de todos os deveres. Todavia, e as horas que sobram, muitas vezes desperdiçadas em entretenimentos e conversas inúteis? Por que não as aproveitar, por mais escassas que sejam, para servir ao próximo?

Muitas pessoas afirmam não terem condição de ajudar a outrem, porquanto se veem às voltas com problemas insolúveis. Será verdade? Tomamos a liberdade de sugerir-lhes o seguinte:

  1. Façam um esforço no sentido de esquecer parte de suas dificuldades, pelo menos temporariamente;
  2. Preencham o tempo, anteriormente despendido com algumas de suas preocupações, com a ocupação de interessar-se pelos problemas alheios;
  3. Procurem servir ao próximo, no que for possível (sem a pretensão de milagres) com humilde e desinteresse, sem ferir o livre arbítrio de ninguém;
  4. Divulguem os Ensinamentos Rosacruzes, sejam em ajudar outras pessoas a ter acesso, seja colocando-os na prática do seu cotidiano.

Passado algum tempo acabarão sentindo uma indescritível paz interior, uma satisfação íntima capaz de infundi-lhes mais coragem e decisão diante dos desafios. E, ficarão surpresos quando notarem que seus problemas, aqueles que os atormentavam e amarguravam, foram solucionados naturalmente.

Todo esforço empregado em benefício do semelhante será ressarcido ao seu devido tempo pela Lei do Dar e Receber. Todavia, nem cogite em se esforçar na caridade com intuito de retribuição.  Se o fizer, automaticamente se excluirá.

A Fraternidade Rosacruz é uma obra de Amor. É uma associação de serviço, a nível espiritual. Ninguém se iluda julgando ser passível atingir a meta apenas pela aquisição de conhecimento. Esse é apenas o passo inicial. O Aspirante há que se exercitar no amor, pelo serviço prestado aos demais. Não há outra via de progresso espiritual.

(Por Gilberto A. V. Silos – Editorial da Revista Serviço Rosacruz – 09/79 – Fraternidade Rosacruz São Paulo – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Preparando as pessoas para a Nova Dispensação

Preparando as pessoas para a Nova Dispensação

Uma recente visitante de Mount Ecclesia assistiu, pela primeira vez, a um Ritual de Serviço Devocional na Pro-Ecclesia, também conhecida como Capela. Ficou muito impressionada com a legenda na parede: “DEUS É LUZ”. E com o período de meditação. Ela observou que a luz enchia literalmente a Capela e esse sentimento de “estar” na luz a acompanhou por muito tempo.

E não é verdade? Essa “é” uma Capela de luz. Tem sido reverenciada ao longo dos anos pela prece, amor, pensamentos de cura, paz, adoração, anseios e lutas daqueles que prestaram culto. Na verdade, o lugar em que oferecemos culto é um local “sagrado”’ e a ele viemos “procurar a Luz”.

Max Heindel menciona em seus escritos que o Apóstolo inspirado, São João, fez uma esclarecedora descrição da luz quando escreveu “Deus é luz”. E o Sr. Heindel continua: “Todo aquele que tomar essa passagem para meditação encontrará uma rica recompensa, pois não importa quantas vezes nos ocupamos desse assunto, nosso próprio desenvolvimento durante os anos assegura-nos mais profunda e melhor compreensão. Todas as vezes que mergulhamos nessas três palavras nós nos banhamos em uma fonte espiritual de inesgotável profundidade e cada vez melhor sondamos as profundezas divinas, tanto mais nos aproximando de nosso Pai Celeste”.

Quando começamos a estudar este assunto, surge naturalmente a pergunta: “De onde vem a luz?”. No primeiro capítulo do livro do Gênesis dizem-nos que: “O Espírito de Deus movia-Se sobre as águas. Deus disse: ‘Faça-se a luz’ e fez-se a luz. Deus viu que a luz era boa e separou a luz da escuridão. Então chamou a luz de dia e a escuridão, noite. […] Assim, Deus criou o Homem à Sua própria imagem; à imagem de Deus Ele o criou”.

Dizem-nos os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental que a luz passou a existir em nosso esquema setenário de evolução no segundo Período, ou Solar, quando a nebulosa que contém o Sol e os planetas havia alcançado um estado de incandescência. Este Período é descrito no terceiro versículo do primeiro capítulo do Gênesis: “Faça-se a luz.”

No entanto, o ser humano ainda não tinha um Espírito ou Ego perfeitamente individualizado e para saber quando ele, como Ego, pela primeira vez teve contato com a luz, temos as palavras de Max Heindel: “A primeira vez que nossa consciência foi dirigida para a luz foi pouco depois de termos sido dotados de inteligência e entrado definitivamente na evolução como seres humanos, na Atlântida, a terra da névoa situada profundamente nas bacias do globo terrestre, onde a tépida neblina desprendida da Terra em arrefecimento flutuava sobre esta como um denso nevoeiro. Nesse tempo, nunca se observava as estreladas alturas do universo nem podia a prateada luz da Lua penetrar a densa, a enevoada atmosfera que flutuava sobre essa antiga Terra. Mesmo o ardente esplendor do Sol quase desaparecia, pois quando pesquisamos na Memória da Natureza sobre esse tempo, aparece-nos ele aproximadamente com o aspecto de uma lâmpada de arco situada num alto poste, quando há nevoeiro. Era imensamente escuro e tinha uma aura de várias cores, similar àquelas que observamos à volta de uma lâmpada de arco”.

Mas esta luz fascinava. Os antigos atlantes foram ensinados pelos divinos hierarcas, que andavam entre eles, a aspirar à luz e como a vista espiritual já estivesse em decadência, desejavam o mais ardentemente possível a nova luz, pois temiam a escuridão da qual haviam tido consciência através da dádiva da inteligência.

“Veio então o inevitável dilúvio, quando a umidade se arrefeceu e condensou”. O excesso de água inundou o continente, destruindo uma grande parte da população; porém muitas das pessoas escolhidas foram salvas — aquelas que haviam trabalhado “dentro” de si próprias para construir os órgãos necessários à respiração, em harmonia com a nova atmosfera. Durante estes tempos, do Velho Testamento, todo o gênero humano estava sob a direção dos Espíritos de Raça cujo chefe era Jeová. Foi um regime de “lei” dado pelos Dez Mandamentos e a obediência às leis era assegurada através do medo do castigo por desobediência e pelas recompensas pelo bom procedimento.

Durante todo esse tempo o Ser Humano tinha procurado luz fora de si. Tornar permanente a condição de estar na luz foi o próximo passo de Deus na evolução do gênero humano.

Vemos, lendo o Velho Testamento, que o Ser Humano foi levado a temer Deus. Sob o regime de Jeová, a cristalização era inevitável, mas a vinda de Cristo introduziu uma Nova Dispensação pela qual ele aprenderia a despertar seu Cristo interno.

Devemos, contudo, lembrar-nos de que, ao deixar a Atlântida, os Grandes Mestres levaram consigo os ensinamentos esotéricos das antigas Escolas de Mistérios. Essas foram perpetuadas noutras terras pelos chefes e sacerdotes: Egito, China, Índia, Tibete. A sabedoria antiga nunca foi completamente esquecida pelo mundo. Ao passo que nem sempre esteve viva na consciência das raças como um todo, sempre existiu entre alguns e encontrava-se em retiros seguros, onde os qualificados podiam encontrar “a luz” necessária para o seu caminho. Por conseguinte, o Tabernáculo do Deserto foi dado pelos sacerdotes aos antigos atlantes e “a luz de Deus desceu sobre o Altar do Sacrifício”. Isso foi de grande significação, pois indicou que o Ego havia descido até ao seu próprio Tabernáculo, o Corpo Denso.

Talvez agora seja bom recordar que o século anterior ao nascimento de Jesus viu o mundo civilizado mergulhado em uma orgia de imoralidade, traição e maldade. Roma, o maior poder desse tempo, era o centro do deboche e da intriga perversa. Roma havia conquistado a Palestina no ano 63 a. C. Na década seguinte, veio a rápida ascensão de Júlio César ao poder. A depravação e corrupção da corte e do governo eram disfarçadas sob a mais magnificente ostentação de fausto e opulência que o mundo já tinha visto. Nesse tempo, Herodes foi nomeado governador da Galileia e de Jerusalém. Foi sucedido pelo seu filho, que continuou sua perseguição ao povo e exterminou tudo que fosse virtuoso e puro. A evolução humana tinha quase chegado a um ponto morto. A vida espiritual do mundo estava em decadência. Foi esse reinado de perversidade que precedeu a vinda de Cristo.

Por conseguinte, a vinda de Cristo assinala o mais importante acontecimento da evolução humana. Seu sentido e objetivo iriam florir o enigma dos Mistérios Cristãos, porque esta encarnação de um Raio do Cristo Cósmico na Terra tornou possível ao Ser Humano avançar na senda espiritual. O Corpo de Desejos da Terra foi purificado e o Princípio de Cristo, que Se encontra dentro de todo ser humano, chocou-Se contra aquele e foi consequentemente levado a expandir-Se.

O Cristo Cósmico é representado no Evangelho de São João pela Palavra, o Verbo sem o qual nada do que foi feito se fez. Tal é o Segundo Princípio do Deus Trino e Uno do nosso Sistema Solar e, uma vez que o ser humano foi feito à imagem do seu Criador, também ele é trino e uno, tendo latente o Poder de Cristo dentro de si. Nós somos todos Cristos em essência e só podemos cumprir nosso elevado destino através dos novos ensinamentos do Cristo: o Evangelho do Amor.

Buscando a luz na Escola da Sabedoria Ocidental, sabemos que Amor e Serviço, como foi exemplificado por Jesus Cristo, devem ser o nosso lema. Amando e servindo aos outros, atraímos a nós os dois mais elevados Éteres que formam o Corpo-Alma, o radioso Traje de Luz usado por toda pessoa verdadeiramente espiritual.

Aprendemos algo sobre como o poder da luz espiritual e do amor podem agir em nossas vidas. Alguns acariciaram vislumbres dessa luz, lampejos momentâneos de qualquer coisa dentro de si, deixando um brilho na sua consciência. Uma vez que somos abençoados com tal sensação, sabemos que temos tocado as orlas exteriores de algo que não seja físico, emocional ou mesmo mental; no entanto, com certeza, algo profunda, real e verdadeiramente espiritual. Experimentamos um sentimento nascente de companhia, talvez a razão pela qual algumas pessoas nunca se sintam sós e jamais necessitem de prazeres exteriores para se sentirem feliz.

O que devemos fazer para que a luz se manifeste através de nós, em toda a Sua glória? Amar e servir; sim — após haver expulsado da nossa mente todos os pensamentos de medo, egoísmo, ódio, cobiça. Se usarmos nossa força de vontade para fazer isso repetidas vezes, uma modificação alquímica se realizará, gradualmente. Certos átomos do nosso corpo vão transmutar-se de modo que poderemos nos tornar sensíveis a vibrações mais elevadas de abnegação, paciência, tolerância, amor. Morreremos para a antiga vida, porque estaremos “caminhando na Luz”.

Por que são esse poder e essa luz de Cristo tão práticos? Porque nós podemos, tanto no Plano visível como no invisível, aprender a usá-los para alimentar os que têm fome, fazer que os cegos vejam, expulsar demônios ou dominar os elementos, exatamente como fez Jesus Cristo durante Seu ministério na Terra. Dizem-nos que o Cristo Cósmico, o mais poderoso dos Arcanjos, pode penetrar todo átomo cristalizado com o poder de Suas próprias emanações, do Seu Mundo, o Espírito da Vida. Essas emanações são tão poderosas que até aqueles que tocavam Suas vestes eram curados.

Como Estudantes dos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental e buscadores da luz nós devemos colocar essa claridade em evidência, espiritualizando o vestuário que agora usamos e que determinará o que usaremos na próxima passagem pela Terra. Por que não ser sensatos? Por que não nos esforçar para purificar e construir corpos de forma que nos permitam servir melhor dia-a-dia? No passado, sem dúvida, erramos por ignorância, porque não compreendíamos a inexorável Lei do semear e colher, nem imaginávamos as distantes consequências da nossa maneira de proceder; entretanto, hoje compreendemos tudo isso. Sabemos como viver acertadamente: a nossa tarefa é dominar o eu inferior e nos guiar pela Luz interior da Presença de Cristo.

É dito que o núcleo da nova raça será tirado de gente de todas as terras — aqueles que adquiriram o Corpo de ouro da alma, ou Corpo-Alma e, assim, aprenderam a pôr em evidência a Luz de Cristo que trazem dentro de si. Essa Luz é o Principio unificador que nos eleva acima das diferenças de credo, raça, casta ou cor.

A Fraternidade Rosacruz é a Escola Preparatória para a Escola dos Mistérios Ocidentais dos Rosacrucianos. Seus ensinamentos são especificamente destinados a preparar pessoas para a Nova Dispensação, que está, mesmo agora, a se formar. Por direito e virtude do seu enorme sucesso em difundir os Ensinamentos da Nova Era durante os últimos cinquenta anos, a Fraternidade Rosacruz está destinada a desempenhar uma parte ativa entre as forças espirituais que agora formam a próxima Era, a de Aquário.

(Traduzido da “The Rosicrucian Fellowship Magazine” e publicado na Revista Serviço Rosacruz de Agosto/1970)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Carta de Max Heindel: Preparativos para a Mudança para Mount Ecclesia

Preparativos para a Mudança para Mount Ecclesia

No sábado, 28 de outubro[1], às 12h40 P.M. pontualmente, horário do Pacífico, iniciamos as atividades para a abertura do terreno com o objetivo de construir o primeiro edifício em Mount Ecclesia[2], a sede da The Rosicrucian Fellowship. A casa será relativamente pequena, e estamos nos esforçando para gastar o mínimo possível, ou não seremos capazes de construí-la totalmente. Estou fazendo o trabalho de arquiteto e empreiteiro para economizarmos nessas atividades. Entretanto, consideramos esse primeiro ponto de partida como um momento da maior importância para a vida jovem da nossa sociedade, pois, embora nossos aposentos privados sejam apertados, teremos uma grande sala de trabalho e acomodações para vários assistentes, até que hajam recursos financeiros para a construção da Ecclesia[3] e das outras estruturas que pretendemos construir e que serão mais dignas para a nossa missão no mundo.

Reconhecemos perfeitamente que a magnitude do nosso trabalho no mundo depende, em grande parte, do apoio e da cooperação dos nossos colaboradores e, portanto, solicitamos sinceramente o seu auxílio para participar das atividades que necessitam da força física e da sua presença nesse momento importante, a fim de que a nossa associação possa se tornar um poder bem maior para o bem do que qualquer outro que já existiu.

Sabemos que os pensamentos são coisas; que são forças de uma grandeza proporcional à intensidade do propósito neles ocultos. Não há um método mais fácil nem mais eficaz para harmonizar todo o nosso ser com certos desígnios e lançar um poderoso pensamento na direção desejada do que a oração cristã séria e sincera.

Portanto, tenho dois pedidos distintos para vocês nos ajudarem por meio das orações, e espero e confio que vocês darão os seus mais calorosos e intensos auxílios. Em primeiro lugar, apesar de totalmente indigno, será meu dever, como líder, preparar o terreno para a nossa futura Sede no tempo estabelecido e, se for possível, quando vocês se recolherem para os seus aposentos, por favor, dedique-se à oração séria e sincera para que a Sede, então iniciada, possa crescer e prosperar em todos os sentidos; pois as orações conjuntas dos nossos Estudantes ao redor do mundo nos darão uma imensa força nesta direção.

Contudo, vocês podem fazer mais; dia após dia, o acúmulo de pensamentos de muitos amigos em direção a um lugar comum proporcionará um trabalho maravilhoso. Vocês poderiam nos enviar uma oração todas as noites para fortalecer a Sra. Heindel, os trabalhadores da Sede e a mim mesmo, para que nós possamos crescer na pureza, na eficácia e na eficiência em sermos melhores trabalhadores no serviço à humanidade e, assim, podermos nos tornar mais fortes para aliviar o sentimento de profunda tristeza, o sofrimento e a angústia de todos que procuram nossa ajuda?

Além disso, vocês poderão me escrever, de vez em quando, me fortalecendo com a certeza da simpatia e cooperação que tenham para comigo? Talvez eu não consiga responder e agradecer individualmente, mas podem estar certos de que apreciarei suas expressões de boa vontade.

(Por Max Heindel – Livro: Cartas aos Estudantes – nº 11)

[1] N.T.: de 1911

[2] N.T.: Localizada na cidade de Oceanside, Califórnia, EUA.

[3] N.T.: O Healing Temple, o Templo de Cura.

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Vício da Limpeza e Higiene Corporal para Sua Saúde

O Vício da Limpeza e Higiene Corporal para Sua Saúde

Foi dito que a Limpeza está próxima da Piedade e todos parecem concordar inteiramente com isso; algumas das antigas Religiões até prescreveram certas abluções do corpo como parte dos Serviços religiosos de cada indivíduo, porque a humanidade, nos primeiros estágios da infância do seu desenvolvimento, não era excessivamente higiênica, comportando-se igual às crianças de hoje em relação ao banho e higiene. Elas preferem andar com as mãos e o rosto sujos, à provação de água e sabão, até que gradualmente adquirem o hábito e, afinal, gostem de água. Como acontece a uma criança, o mesmo ocorreu com o ser humano em tempos antigos. Ele realizou as abluções quando forçado pela ordenança religiosa e temendo a punição, caso isso fosse negligenciado. Portanto, encontramos no Tabernáculo no Deserto – a primeira igreja construída pelo ser humano, como ditada diretamente por Deus -, por exemplo, no mar fundido (ou Altar de Bronze) onde os sacerdotes eram ordenados a se lavar, antes de comparecer ao Serviço do Templo, e a penalidade por negligenciar tal dever era a morte. Ritos semelhantes prevaleceram também em outras religiões.

Mais tarde, tornou-se desnecessário exigir do ser humano a limpeza como dever religioso, porque ele a tornou como uma virtude acima de todas as outras. Com o passar do tempo, a prática se espalhou dos estratos mais altos da sociedade para os mais baixos e a limpeza do corpo tornou-se um fetiche, principalmente no mundo ocidental. Ninguém é respeitado se não tomar banho e/ou se higienizar de maneira regular, em intervalos frequentes. Obtemos respeito apenas na medida em que o nosso corpo esteja bem arrumado e bem vestido; ainda que, por dentro, esteja pior do que um sepulcro caiado e a Mente suja de impurezas.

O cuidado com os dentes também tem recebido atenção crescente e, quanto mais para o oeste, mais frequente é o uso da escova de dentes e de outros apetrechos para a higiene pessoal.

Não se pode negar que o exposto pareça muito louvável. A limpeza tem raízes na Religião e certamente só um pai estranho se alegraria ao ver seus filhos carregando sempre as marcas inevitáveis da sujeira, nas mãos, no rosto e/ou no resto do corpo, sem fazer qualquer esforço para removê-los com sabão e toalha. Também não podemos negar que muitas das doenças das quais a humanidade é herdeira estejam relacionadas a dentes defeituosos e que a falta de limpeza seja a principal causa da cárie dentária. O leitor pode, dessa forma, perguntar-se o que queremos dizer com nosso título: “O vício de limpeza”.

A resposta direta a tal pergunta é que, embora a própria limpeza seja uma virtude, ela se torna, como muitas outras coisas boas, um vício, mediante o exagero. A água é o solvente universal e, ingerida em pequenas doses, é boa; mas ingerida na hora errada, junto às refeições, por exemplo, ou de maneira excessiva, torna-se um veneno: dilui os fluidos digestivos e esfria o estômago de modo que a condição necessária ao tratamento adequado dos alimentos seja desajustada; se o hábito persistir, prejudicará a digestão permanentemente. Do mesmo jeito, quando a água é usada em excesso na parte externa do corpo ou em condições inadequadas, ela pode afetar seriamente a saúde.

Isso foi comprovado muitas vezes em nossa experiência em Mount Ecclesia. Várias pessoas que vieram aqui tinham o hábito, antes da chegada, de tomar banho duas, três e até quatro vezes por dia. Elas estavam, sem exceção, em uma condição muito grave, porque o excesso de água aplicado com toalha ou esponja esgotara a pele de sua substância gordurosa e o sistema vasomotor não conseguia operar adequadamente, fechando ou abrindo os poros conforme necessário.

Contudo, havia outro efeito causado pelo abuso de banhos, não visto ou entendido, a menos que se tivesse o conhecimento oculto necessário e visão espiritual para investigar o assunto apropriadamente. Outros podem conhecer a verdade da seguinte explicação por meio de sua própria experiência ao longo das curas pelo magnetismo.

Todos sabemos que, quando pegamos uma bateria galvânica colocamos um eletrodo dentro de uma bacia com água e seguramos o outro eletrodo com a mão, o fluxo de eletricidade através do nosso corpo torna-se bem mais forte ao pormos a outra mão na água do que quando segurarmos os dois eletrodos sem contato com a água. Quando essa evapora, suas moléculas são quebradas e cada fragmento é recolhido em um envoltório de Éter que atuará como almofada, sendo a base da elasticidade do vapor. Quando a condensação ocorre, o excesso de Éter desaparece e a água se torna líquida.

Embora a água tenha um grande anseio pelo Éter, não pode retirá-lo do ar, assim como não podemos absorver o nitrogênio, embora o respiremos continuamente. O fluido é volátil na proporção da quantidade de Éter que contém e temos um exemplo do intenso desejo da água por Éter na avidez com que ela absorve amônia anidra, um fluido tão volátil que ferve a 26 graus abaixo de zero. Isso mostra a razão por que a água causa um fluxo tão volumoso entre o eletrodo da bateria e o corpo, além de explicar muitos fenômenos, entre os quais o motivo de a umidade prestar um amplo auxílio material na transmissão de magnetismo bom, o fluido vital de quem realiza curas, ao paciente e na retirada de magnetismo ruim do corpo desse. Além do mais, é necessário e útil ao curador lavar-se em água corrente para que o Éter venenoso retirado do Corpo Vital do paciente não lhe prejudique. Quando tomamos banho em circunstâncias normais, removemos uma grande quantidade de Éter venenoso do nosso Corpo Vital, desde que fiquemos uma quantidade razoável de tempo no banho. Depois que nos lavamos, o Corpo Vital torna-se um pouco atenuado e, consequentemente, causa-nos uma sensação de fraqueza, porém se estivermos com boa saúde e não tivermos demorado no banho, a deficiência logo é compensada pelo fluxo de força que flui para dentro do corpo humano através do baço. Quando essa recuperação ocorre, sentimos um vigor renovado e o atribuímos ao banho, sem perceber o ato completo, como indicado acima.

No entanto, quando uma pessoa que não esteja com a saúde perfeita toma banho duas ou três ou até quatro vezes todos os dias (principalmente de banheira), um excesso de Éter é retirado do seu Corpo Vital. O novo suprimento que entra pelo baço também diminui devido à condição atenuada do Corpo Vital. Assim, é impossível que ela se recupere após repetidos esgotamentos e, como consequência, a saúde do Corpo Denso sofre; ela perde quase toda a força e gradualmente se torna, com certeza, inválida. Nesse estado delicado, ela é incapaz de comer, de assimilar alimentos verdadeiramente nutritivos e, com o tempo, sua condição pode tornar-se muito, muito grave.

É extremamente difícil lidar com esses casos, porque geralmente ocorrem com pessoas que tenham Signos Comuns nos ângulos do seu horóscopo, com muitos Astros nesses Signos ou com o Sol e o Ascendente. Esse tipo de pessoa se ofende com qualquer interferência em sua dieta e hábito de tomar banho, porque acredita que seja um modelo de limpeza, o que aos seus olhos é uma grande virtude. Supõe que não possa viver sem muitos banhos por dia e, como seu apetite é muito leve e delicado, deduz que saiba melhor que todos como cuidar desses requisitos; contudo, estão erradas em ambos os casos, como mostra o que foi exposto acima.

O primeiro passo para a saúde, em situações assim, envolve a cessação total do banho. O banho seco é o restaurador adequado e, para tal fim, é melhor usar um par de luvas grossas feitas de fio de linho retorcido. Isso pode ser adquirido em qualquer farmácia. Com isso, o corpo pode ser esfregado de manhã e à noite, até a pele apresentar um brilho saudável. Por esse processo, a cutícula supérflua é removida, mas o óleo e o Éter permanecem. Assim, o paciente se desenvolverá muito rapidamente, pois quando o Éter Químico aumenta, o poder de assimilação também revive e há um ganho imediato de força corporal. Se necessário, o paciente pode receber um quente e muito leve banho de esponja uma vez por semana, porém não deve tomar um único banho de banheira até que esteja totalmente recuperado.

Apesar de, muitos de nós, termos feito da banheira um ídolo, também adquirimos um fetiche pela escova de dentes. Em certo sentido, não é tão perigoso quanto a banheira, porque cada pessoa tem sua própria escova de dentes e os germes da doença que nela permanecem, apesar da lavagem mais cuidadosa, entram em contato somente com a pessoa a quem pertencem, enquanto os da banheira são uma ameaça para todos os que a usam. Esses organismos são inofensivos para uma pessoa com boa saúde, mas qualquer um que não esteja em pleno vigor e, portanto, suscetível a doenças, pode contrair uma infecção tomando banho em uma banheira, depois de outra pessoa. Por esse motivo, o banho de esponja deve ser preferido ao de banheira, exceto em famílias onde as condições dos integrantes sejam conhecidas e as devidas precauções sejam tomadas.

Contudo, voltando à escova de dentes, como já foi dito, ainda que possamos limpar esse pequeno instrumento com bastante cuidado, é absolutamente impossível torná-lo asséptico e, quanto mais o usamos, pior sua condição. Esse é um fato reconhecido por todos os dentistas e é uma ameaça da maior magnitude para a higiene do corpo, particularmente entre as pessoas que persistam em se alimentar de carcaças em decomposição de animais assassinados. O processo de putrefação, que começa no momento em que o animal é morto é enormemente acelerado pelo ambiente bucal, e as partículas de carne alojadas entre os dentes rapidamente se tornam uma fonte perigosa de infecção. Essas partículas não são removidas pela escova de dentes e são a causa de várias doenças de caráter muito grave. Daí a importância do uso do fio dental.

Todos nós sabemos como a mastigação é essencial para a digestão adequada; portanto, a importância dos dentes sadios não pode ser subestimada e o perigo à vida e à saúde dos dentes, causado por esses pedaços de carne em decomposição, é, logo, uma das mais graves ameaças à existência humana, seu conforto e bem-estar.

Cada dente perdido nos deixa mais sujeitos a doenças e à morte. A habilidade do dentista pode nos dar um dente novo; contudo, até o melhor produto está muito abaixo do padrão da natureza.

Assim que adotamos uma dieta vegetariana, escapamos de uma das mais graves ameaças à saúde: a putrefação de partículas de carne entre os dentes, como dito no parágrafo anterior, e esse não é um dos argumentos menos importantes para a adoção da alimentação vegetariana. Frutas, cereais e vegetais tem uma constituição que se desfaz muito lentamente; cada partícula contém uma enorme quantidade de Éter que a mantém viva e doce por um longo tempo, já o Éter que interpenetrou a carne e compôs o Corpo Vital de um animal foi eliminado com o seu espírito, na hora da morte.

Dessa forma, o perigo de infecção por alimentos vegetais é muito pequeno em primeiro lugar, mas muitos deles, longe de serem venenosos, são realmente antissépticos em um grau muito alto. Isso se aplica particularmente às frutas cítricas — laranjas, limões, toranjas e tantas outras, sem contar o rei de todos os antissépticos, o abacaxi, que tem sido usado com muita frequência e sucesso completo como a cura para a temida difteria, que é apenas outro nome dado à dor de garganta séptica.

Portanto, em vez de envenenar o trato digestivo com elementos putrefativos como as carnes fazem, as frutas limpam e purificam o sistema, e o abacaxi é uma das melhores ajudas para a digestão que o ser humano conhece. É muito superior à pepsina e nenhuma crueldade diabólica é usada para obtê-lo. Com esse tipo de alimentação, os perigos da escova de dentes podem ser evitados, pois o seu uso pode ser feito de maneira bem mais adequada, três vezes ao dia – ou todas as vezes que fizer uma refeição – e auxiliada pelo fio dental. E, logicamente, acompanhado sempre de uma boa enxaguada com água limpa.

(da Revista Rays from the Rose Cross de agosto de 1915 – traduzido pela Fraternidade Rosacruz – Campinas – SP – Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Um Cardápio típico Vegetariano do dia a dia em Mount Ecclesia em 1915

Um Cardápio típico Vegetariano do dia a dia em Mount Ecclesia em 1915

 

Café da manhã — 7:30 A. M.

Melão;

Flocos de milho torrados e creme;

Ovos mexidos com torrada;

Café e/ou leite.

——

Almoço — 12:00

Feijão de corda cozido;

Abobrinhas fritas;

Batatas marrons frescas;

Pão de trigo integral, manteiga

e mel;

Torta de creme;

Chá e/ou leite.

——

Ceia — 5:30 P. M.

Salada de aspargos;

Rabanetes frescos;

Pão quente com manteiga

e mel;

Torta de creme;

Chá e/ou leite.

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Carta de Max Heindel: A Incorporação e os Planos Futuros da Fraternidade

A Incorporação e os Planos Futuros da Fraternidade

Este mês¹ tenho várias comunicações importantes a fazer e, para tal, usarei a carta mensal. Devem estar lembrados de que no ano passado, na série de lições intituladas “Nosso trabalho no Mundo”, falei da incorporação da Fraternidade Rosacruz e de constituir um conselho diretor para a direção de suas atividades. Assim, tudo pertencente à obra poderá ser preservado dentro de seus propósitos altruístas pelos séculos vindouros. Tal incorporação foi realizada estritamente de acordo com as leis da Califórnia, e a Fraternidade possui agora uma posição legal no mundo. O local da Sede, com os edifícios que a constituem, e todo o material e utensílios necessários para a continuidade de seu trabalho são de propriedade exclusiva da Fraternidade e estão a salvo de qualquer ambição individual.

Isso aliviou um pouco a carga sobre os meus ombros e os de Sra. Heindel. Juntamos os donativos e contribuições feitos à Fraternidade, que variam desde um simples selo de correio a modestas importâncias em dinheiro (até agora não recebemos grandes quantias). Com esses exíguos recursos, cuidadosamente empregados, estabelecemos os alicerces de algo tão imensamente grande que está muito além de minha capacidade de narração. Cada um, com sua contribuição voluntária, ajudou Mount Ecclesia sob o ponto de vista material. Ela é de todos, e de todos continuará sendo, pois nem a Sra. Heindel nem eu temos o menor interesse em valores ou propriedades terrenas, mas apenas a glória pelo inestimável privilégio de termos sido úteis. É evidente que muito mais é necessário para que o trabalho possa florescer ao máximo, mas estamos seguros da assistência dos Irmãos Maiores, e confiamos que, quando estivermos prontos para alcançar um desenvolvimento maior, prestando os serviços a que está destinada a Fraternidade Rosacruz, as coisas necessárias chegarão. Entretanto, continuamos trabalhando, dia após dia, com os meios que temos atualmente ao nosso alcance, pois assim e somente desse modo, podemos ser merecedores a um serviço maior.

É também uma grande satisfação informar que, embora não tivéssemos de início grande ajuda, conseguimos reunir agora nesta Sede um grupo de auxiliares capazes e fiéis. Não obstante o nosso corpo de ajudantes ter duplicado nestes últimos meses, também o trabalho aumentou em todos os departamentos e a atividade é tão intensa como sempre. Devemos recordar que a nossa literatura já mencionou que Ciência, Arte e Religião divorciaram-se nos tempos modernos. Esta separação foi necessária para que cada uma pudesse obter o seu completo desenvolvimento. Também dissemos que, assim como a Ciência, a Arte e a Religião foram ensinadas juntas nos antigos Templos de Mistérios, assim também haverá uma nova união no futuro, porque isto é necessário para o nosso crescimento espiritual. Em junho , começará a funcionar uma escola em Mount Ecclesia para nela ministrarmos esses ensinamentos, com ênfase particular sobre a arte de curar. Prospectos e detalhes complementares serão enviados aos estudantes interessados, mediante solicitação feita a esta Sede. As despesas serão cobertas pelos donativos que nos enviarem.

(Por Max Heindel – livro: Cartas aos Estudantes – nr. 28)

[1] Ano de 1913

Idiomas