Memória – A memória é tríplice:
A memória consciente, voluntária, ou Mente consciente. É a nossa memória comum e acessível a todos. Imperfeita e fugitiva, ela se forma a partir das percepções dos nossos cinco sentidos.
A memória subconsciente, involuntária, ou Mente subconsciente. Ela é impressa sobre o nosso Corpo Vital. O Éter contido no ar que nós respiramos registra a cada instante de tudo que nos acontece e tudo que nós desejamos, sentimos e pensamos. Essas imagens passam pelo sangue, por intermédio dos pulmões e são impressas no Éter Refletor do Corpo Vital. Todas as nossas ações, nossos desejos, emoções, sentimentos e pensamentos são, assim, fielmente conservados. Após a morte, eles determinarão nossas condições de existência no Purgatório e no Primeiro Céu.
A memória superconsciente ou Mente superconsciente. A memória consciente e a subconsciente se referem unicamente à vida presente. Já a memória superconsciente é inscrita no Espírito de Vida e contém todos os conhecimentos e todas as faculdades adquiridas durante as nossas vidas passadas. Estes podem permanecer latentes no presente renascimento.
A Escola de Sabedoria Ocidental ensina, como sua máxima fundamental, que “todo desenvolvimento oculto começa com o Corpo Vital”, declara Max Heindel.
É por esse motivo e com o propósito de apresentar, numa forma concisa e de fácil compreensão, todas as informações importantes que Max Heindel escreveu em várias cartas, lições e livros a respeito do veículo etérico, que este material compilado se acha publicado em forma de livro.
Para o leigo em estudos ocultos, assim como para o estudante avançado, seu conteúdo é de enorme valor prático.
Há 4 meios de você acessar esse Livro:
1. Em formato PDF (para download):
O Corpo Vital – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz
2. Em forma audiobook ou audiolivro:
O Corpo Vital – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz – audiobook
3. Em forma de videobook ou videolivro no nosso canal do Youtube: https://www.youtube.com/c/TutoriaisEstudosFraternidadeRosacruzCampinas/featured
aqui:
O Corpo Vital – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz – videobook
4. Para ler no próprio site::
O CORPO VITAL
Por
Max Heindel
Fraternidade Rosacruz
Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil
Avenida Francisco Glicério, 1326 – conj. 82
Centro – 13012-100 – Campinas – SP – Brasil
Revisado de acordo com:
3ª Edição em Inglês, 2011, The Vital Body, editada por The Rosicrucian Fellowship
1ª Edição em Português, editada pela Fraternidade Rosacruz São Paulo – SP – Brasil
Pelos Irmãos e Irmãs da Fraternidade Rosacruz – Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil
contato@fraternidaderosacruz.com
fraternidade@fraternidaderosacruz.com
PARTE I – EVOLUÇÃO PASSADA DO CORPO VITAL DO SER HUMANO 7
Capítulo I – Durante Períodos e Revoluções. 7
Capítulo II – Durante as Épocas. 17
PARTE II – O CORPO VITAL DO SER HUMANO NA ATUAL ÉPOCA ÁRIA 24
Capítulo I – Natureza e Funções. 24
Capítulo II – Na Saúde e na Doença. 46
Capítulo III – No Sono e nos Sonhos. 66
Capítulo IV – Na Morte e nos Mundos Invisíveis. 75
Capítulo V – A Caminho do Renascimento. 99
Capítulo VI – As Crianças. 102
PARTE III – O CORPO VITAL DOS ANIMAIS E DAS PLANTAS. 108
Capítulo I – Natureza e Funções. 108
PARTE IV – A RELAÇÃO DO CORPO VITAL COM O DESENVOLVIMENTO ESPIRITUAL.. 116
Capítulo I – Um Fator Importante. 116
Capítulo II – O Efeito das Orações, Rituais e Exercícios. 129
nota[1]
A Escola de Sabedoria Ocidental ensina, como sua máxima fundamental, que “todo desenvolvimento oculto começa com o Corpo Vital”, declara Max Heindel, um Iniciado da Ordem Rosacruz e fundador da Fraternidade Rosacruz. É por esse motivo e com o propósito de apresentar, numa forma concisa e de fácil compreensão, todas as informações importantes que Max Heindel escreveu em várias cartas, lições e livros a respeito do veículo etérico, que este material compilado se acha publicado em forma de livro. Para o leigo em estudos ocultos, assim como para o Estudante Rosacruz avançado, seu conteúdo é de enorme valor prático.
Muitos Estudantes Rosacruzes zelosos dos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental deram de modo desinteressado e amoroso, seu tempo e esforços no preparo desse material para publicação, e eles rogam que cada exemplar possa levar sua mensagem de luz e inspiração a todo Aspirante espiritual, que esteja se empenhando em seguir o Caminho de Cristo.
A Filosofia Rosacruz ensina que o ser humano é um Espírito Tríplice, possuindo uma Mente através da qual ele governa o Tríplice Corpo, que ele emanou de si mesmo para adquirir experiência. Ele transmuta esse Tríplice Corpo numa Tríplice Alma, da qual ele avançada impotência à onipotência. O Espírito Divino emana de si mesmo o Corpo Denso extraindo, como alimento, a Alma Consciente; o Espírito de Vida emana de si mesmo o Corpo Vital, extraindo, como alimento, a Alma intelectual; o Espírito Humano emana de si mesmo o Corpo de Desejos, extraindo, como alimento, a Alma Emocional. O Corpo Vital é feito de Éter e permeia o corpo visível,[2] como o Éter permeia todas as demais formas, com a exceção de que os seres humanos especializam uma maior quantidade do Éter universal que as outras formas. Esse corpo etéreo é nosso instrumento para a especialização da energia vital do Sol.
Também é ensinado pela Filosofia Rosacruz que nosso esquema evolucionário é levado através de cinco dos sete Mundos ou estados de matéria (Físico, do Desejo, do Pensamento, do Espírito de Vida e do Espírito Divino) em sete grandes Períodos de Manifestação (Períodos de: Saturno, Solar, Lunar, Terrestre, Júpiter, Vênus e Vulcano) durante os quais o Espírito Virginal, ou vida evolucionante, torna-se primeiro, um ser humano e depois, um Deus. Estamos, agora, no quarto período, ou Período Terrestre, que se acha dividido em sete Revoluções, assim como as sete Épocas seguintes: a Polar, a Hiperbórea, a Lemúrica, a Atlante, a Ária, a Nova Galileia e o Reino de Deus, essas últimas duas ainda por vir[3]. No começo do Período de Saturno doze grandes Hierarquias Criadoras estavam ativas no trabalho da evolução. Duas dessas Hierarquias fizeram algum trabalho para ajudar bem no início…. E, então, retiraram-se da existência limitada para a liberação. Mais três Hierarquias Criadoras seguiram-nas no início do Período Terrestre: os Senhores da Chama, os Querubins e os Serafins, deixando sete Hierarquias em serviço ativo quando o Período Terrestre teve início: os Senhores da Sabedoria, os Senhores da Individualidade, os Senhores da Forma, os Senhores da Mente, os Arcanjos, os Anjos e os Espíritos Virginais.
A evolução do Corpo Vital e do Espírito de Vida, do qual é uma contraparte, se iniciou no segundo Período ou Período Solar dos sete Grandes Dias de Manifestação. Desde então, foi reconstruído e atingirá a perfeição no Período de Júpiter. Num estágio futuro a Humanidade não mais terá necessidade desse veículo, mesmo assim, sua quintessência será retida.
O Espírito de Vida e o Corpo Vital iniciaram sua evolução no Período Solar e, por conseguinte, são responsabilidades específicas do Filho.
Eles (os Senhores da Chama) forneceram, anteriormente, o germe do Corpo Denso e, na primeira metade da Revolução de Saturno do Período Solar estavam ocupados com certos melhoramentos a serem feitos nele.
No Período Solar a formação do Corpo Vital estava para ter início, com todas as decorrentes implicações de capacidade para assimilação, crescimento, propagação, desenvolvimento das glândulas, etc.
Os Senhores da Chama incorporaram no germe do Corpo Denso apenas a capacidade de desenvolver os órgãos dos sentidos. Na ocasião, agora em consideração, foi necessário mudar o germe de tal modo que permitisse a interpenetração do Corpo Vital, e, também a capacidade de desenvolver glândulas e um tubo digestivo. Isso foi feito pela ação conjunta dos Senhores da Chama, que forneceram o germe original, e os Senhores da Sabedoria, que se encarregaram da evolução material no Período Solar.
Quando os Senhores da Chama e os Senhores da Sabedoria tinham, na Revolução de Saturno do Período Solar, reconstruído conjuntamente o Corpo Denso germinal, os Senhores da Sabedoria, na Segunda Revolução, deram início ao trabalho propriamente dito, do Período Solar, irradiando de seus próprios corpos o germe do Corpo Vital, tornando-o capaz de interpenetrar o Corpo Denso e dando ao germe a capacidade de crescimento ulterior, de propagação e de sensibilização dos centros sensoriais do Corpo Denso e possibilitando-o a se mover. Em suma, eles deram, em germe ao Corpo Vital, todas as faculdades que ele está agora expandindo para tornar-se um instrumento perfeito e flexível para o uso do Espírito.
Notamos também que, como a Primeira Revolução ou Revolução de Saturno, de qualquer período, diz respeito ao trabalho no Corpo Denso (porque este teve início numa primeira Revolução), assim, a Segunda, ou Revolução Solar, de qualquer período se acha relacionada com melhorias no Corpo Vital, porque este teve início numa Segunda Revolução.
Pode-se dizer que o ser humano, no Período Solar, passou pela existência do vegetal. Ele tinha um Corpo Denso e um Corpo Vital, como têm as plantas. Sua consciência, tal como a dos vegetais, era a de um sono sem sonhos.
Então havia duas classes ou reinos no Período Solar, isto é, os atrasados do Período de Saturno, que ainda eram minerais, e os pioneiros do Período de Saturno, que foram capazes de receber o germe do Corpo Vital e tornaram-se semelhantes às plantas.
No meio da sétima Revolução do Período Solar, os Senhores da Sabedoria se encarregaram do Espírito de Vida germinal, dado pelos Querubins na Sexta Revolução do Período Solar. Eles assim o fizeram com o propósito de conectá-lo ao Espírito Divino. Sua maior atividade, nesse trabalho, foi alcançada na Noite Cósmica intermediária entre os Períodos Solar e Lunar. No primeiro despertar do Período Lunar, à medida que a Onda de Vida se pôs em marcha em sua nova peregrinação, os Senhores da Sabedoria reapareceram, trazendo com eles os veículos germinais do ser humano em evolução. Na Primeira Revolução, ou de Saturno do Período Lunar, eles cooperaram com os “Senhores da Individualidade”, que tinham como encargo especial a evolução material do Período Lunar. Juntos eles reconstruíram o germe do Corpo Denso trazido do Período Solar. Esse germe tinha desdobrado os órgãos embrionários dos sentidos, os órgãos da digestão, as glândulas, etc. e foi interpenetrado por um Corpo Vital germinal que difundiu certo grau de vida no Corpo Denso embrionário. Certamente, ele não era sólido e visível como é agora, embora numa certa forma já tivesse algo desenvolvido e era perfeitamente distinguível pela visão Clarividente treinada do investigador competente, que procure na Memória da Natureza por cenas desse distante passado.
Na Segunda, ou Revolução Solar do Período Lunar, o Corpo Vital foi modificado para tornar-se capaz de ser interpenetrado pelo Corpo de Desejos, e, também acomodar-se ao sistema nervoso, muscular, esqueleto, etc. Os Senhores da Sabedoria, que foram os criadores do Corpo Vital, ajudaram também os Senhores da Individualidade em seu trabalho.
Na Sexta Revolução do Período Lunar os Querubins reapareceram e vivificaram o Espírito de Vida daqueles atrasados do Período Solar, mas que desde então tinham alcançado o estágio necessário de desenvolvimento, e, também naqueles atrasados do Período Solar que tinham então desenvolvido o Corpo Vital durante sua existência vegetal no Período Lunar.
Os pioneiros da nova Onda de Vida passaram por um estágio inferior da existência vegetal; entretanto a maioria deles desenvolveu o Corpo Vital suficientemente para permitir o despertar do Espírito de Vida.
Portanto, todos os três últimos mencionados possuíam os mesmos veículos no início do Período Terrestre, embora só os dois primeiros mencionados pertençam à nossa Onda de Vida e têm a chance de até nos ultrapassarem se passarem pelo ponto crítico que virá na próxima Revolução do Período Terrestre. Os que não conseguirem ultrapassar esse ponto ficarão retidos, até que alguma evolução futura alcance um estágio onde eles possam ser incorporados e continuar com seu desenvolvimento em um novo período humano. Eles serão impedidos de prosseguir com a nossa Humanidade, porque esta terá avançado muito além de suas condições e seria um sério entrave ao nosso progresso arrastá-los conosco. Eles não serão destruídos, mas, simplesmente retidos esperando por outro período de evolução.
No fim do Período Lunar essas classes possuíam os veículos como estão classificados no Diagrama 10 e começaram com eles no início do Período Terrestre.
Diagrama 10 – Classes no início do Período Terrestre
Durante o tempo que transcorreu desde então, o reino humano vem desenvolvendo o elo mental, e tem desse modo logrado total consciência de vigília. Os animais obtiveram um Corpo de Desejos; as plantas um Corpo Vital; os atrasados da Onda de Vida, que entraram na evolução no Período Lunar, escaparam das duras e pesadas condições de formações de rochas e agora seus Corpos Densos compõem nossos solos mais macios; enquanto a Onda de Vida que entrou na evolução aqui no Período Terrestre forma as rochas mais duras e as pedras.
Vemos então, que ao término do Período Lunar o ser humano possuía um Tríplice Corpo em vários estágios de desenvolvimento; e, também o germe do Tríplice Espírito. O ser humano possuía Corpos: Denso, Vital e de Desejos, e o Espírito: Divino, de Vida e Humano. Só lhe faltava o elo para conectá-los.
Outra Hierarquia Criadora tinha encargo especial dos três germes dos Corpos: Denso, Vital e de Desejos, conforme estavam evoluindo. Eram aqueles que, sob a direção das mais elevadas ordens fizeram praticamente o trabalho inicial nesses Corpos, usando a vida evolucionante como uma espécie de instrumento. Essa Hierarquia chama-se “Senhores da Forma”.
Eles estavam, então, tão evoluídos que receberam o encargo do terceiro aspecto do Espírito no ser humano, o Espírito Humano, no Período Terrestre que se aproximava.
Vamos, portanto, analisar o assunto e ver o que temos direito de esperar de quem pretende ser um professor. Para fazê-lo temos que primeiro nos indagar: Qual o propósito da existência no universo da matéria? Podemos responder a isso dizendo que é a evolução da consciência. Durante o Período de Saturno, quando éramos como minerais em nossa constituição, nossa consciência era a de um médium afastado de seu corpo por espíritos em uma seção de materialização, onde uma grande parte dos Éteres que compõem o Corpo Vital tenha sido removida. O Corpo Denso fica então num transe bem profundo. No Período Solar, quando nossa constituição era similar a das plantas, nossa consciência era como a de um sono sem sonhos, quando o Corpo de Desejos, a Mente e o Espírito ficam fora do corpo, deixando os Corpos Físico e Vital sobre a cama. No Período Lunar tivemos um quadro de consciência como a que temos nos sonhos, quando o Corpo de Desejos se acha só parcialmente removido do veículo Denso e do Corpo Vital. Aqui, no Período Terrestre, nossa consciência se alargou para sentir os objetos fora de nós, colocando-se todos os veículos numa posição concêntrica, como quando estamos acordados.
O Período Terrestre é proeminentemente o Período da Forma, pois aqui a forma ou a parte material da evolução atinge seu maior e mais pronunciado estado. Aqui o Espírito está mais indefeso e subjugado e a Forma é o fator mais predominante; daí a proeminência dos Senhores da Forma.
Durante essa Revolução (a Segunda ou Revolução Solar do Período Terrestre) o Corpo Vital foi reconstruído para acomodar o germe da Mente. O Corpo Vital foi moldado para ficar mais semelhante ao Corpo Denso, de modo que pudesse tornar-se adequado para uso como o veículo mais denso durante o Período de Júpiter, quando o Corpo Denso terá se espiritualizado.
Os Anjos, a “Humanidade” do Período Lunar, foram ajudados nessa reconstrução pelos Senhores da Forma. A organização do Corpo Vital acha-se agora em uma eficiência próxima ao do Corpo Denso. Alguns escritores deste assunto chamam o Corpo Vital de um elo, e sustentam que ele é meramente um molde do Corpo Denso e não um veículo separado.
Embora não desejando criticar, e admitindo que essa controvérsia se acha justificada pelo fato de que o ser humano, no presente estágio da evolução, não pode habitualmente usar o Corpo Vital como um veículo separado, porque ele sempre permanece com o Corpo Denso, e retirá-lo totalmente iria causar a morte do Corpo Denso, sem dúvida houve uma época em que ele não estava tão firmemente incorporado a este último, como veremos mais adiante.
Durante essas Épocas da história de nossa Terra, que já foram mencionadas como a Lemúrica e a Atlante, o ser humano era involuntariamente Clarividente, e foi precisamente essa debilidade de conexão entre os Corpos Denso e Vital que tornava o ser humano assim (Os Iniciadores daquela época ajudavam o candidato a afrouxar ainda mais essa conexão, como no Clarividente voluntário).
Desde então o Corpo Vital tornou-se muito mais firmemente entretecido com o Corpo Denso na maioria das pessoas, mas em todos os sensitivos essa conexão está frouxa. É essa frouxidão que constitui a diferença entre o parapsíquico e a pessoa comum que é inconsciente de tudo, exceto das vibrações captadas pelos cinco sentidos. Todos os seres humanos tiveram que passar por esse período de estreita conexão dos veículos e experimentar a consequente limitação de consciência. Há, portanto, duas classes de sensitivos, aqueles que não se tenham firmemente enredado na matéria, como a maioria dos hindus, indianos, etc., que possuem certo e pequeno grau de clarividência, ou seja, sensíveis aos sons da natureza, e aqueles que se acham na vanguarda da evolução. Os últimos estão surgindo do nadir da materialidade, e estão também divididos em dois tipos, um dos quais se desenvolve de modo passivo e fraco de vontade. Pela ajuda de outros eles tornam a despertar o plexo solar e outros órgãos de conexão com o sistema nervoso involuntário. Esses são, portanto, Clarividentes involuntários, médiuns que não possuem controle de sua faculdade. Eles retrocederam. O outro tipo é formado por aqueles que, pela própria vontade, desenvolveram o poder vibratório dos órgãos atualmente conectados com o sistema nervoso voluntário e assim tornaram-se ocultistas treinados, controlando seus próprios corpos e exercendo a faculdade de clarividência como desejem. Eles são chamados de Clarividentes voluntários ou treinados.
No Período de Júpiter o ser humano vai funcionar em seu Corpo Vital como agora ele faz em seu Corpo Denso e como nenhum desenvolvimento é súbito na natureza, o processo de separar os dois Corpos já começou. O Corpo Vital irá no futuro alcançar um grau muito maior de eficiência que o que tem o Corpo Denso de hoje. Como ele é um veículo muito mais flexível, o espírito estará então capacitado a usá-lo de um modo impossível de imaginar com nosso atual veículo Denso.
O Corpo Vital começou na Segunda Revolução do Período Solar e foi reconstruído nos Períodos Lunar e Terrestre, e irá alcançar a perfeição no Período de Júpiter, que é o seu quarto estágio, assim como o Período Terrestre é o quarto estágio do Corpo Denso.
Nada é desperdiçado na natureza. No Período de Júpiter as forças do Corpo Denso irão se superpor ao Corpo Vital completado. Este veículo possuirá, então, os poderes do Corpo Denso além de suas próprias faculdades e será, por isso, um instrumento de muito mais valia para o Tríplice Espírito expressar-se do que se fosse construído a partir de suas próprias forças.
De modo similar, o Globo D do Período de Vênus estará localizado no Mundo do Desejo, e daí nem o Corpo Denso nem o Vital poderão ser usados como instrumentos conscientes. Por esse motivo as essências dos Corpos Denso e Vital aperfeiçoadas serão incorporadas ao Corpo de Desejos completo, tornando-se assim, este último, um veículo de qualidades transcendentais, maravilhosamente adaptado e assim sensível ao mais leve desejo do Espírito interno do que em nossas atuais limitações, o que se acha além de toda a concepção.
Até mesmo a eficiência desse esplêndido veículo estará superada quando no Período de Vulcano sua essência, junto com as essências dos Corpos Denso e Vital, agregarão a Mente, tornando-a o mais elevado dos veículos do ser humano, contendo dentro de si a quintessência do que houver de melhor em todos os veículos. Se o veículo do Período de Vênus está tão além de nosso atual poder de compreensão, que dirá aquele que estará a serviço dos seres divinos no Período de Vulcano!
As Épocas Polar, Hiperbórea, Lemúrica e Atlante foram recapitulações das etapas que os Espíritos Virginais atravessaram. Consequentemente, o Corpo Vital sofreu modificações durante aquelas épocas.
Quando o ser humano apareceu na Terra, na Época Polar o Corpo Denso foi constituído e na Época Hiperbórea foi vitalizado pela interpenetração do Corpo Vital. Naquelas Épocas o ser humano era parecido com os Anjos, macho-fêmea, uma completa unidade criadora, capaz de criar por si mesmo projetando toda sua força criadora que é amor.
Quando a Terra surgiu do Caos, encontrava-se primeiramente na etapa vermelho escuro, que conhecemos como Época Polar. Então, a Humanidade desenvolveu primeiro, um Corpo Denso que não era, absolutamente, como nosso corpo atual. Quando o estado da Terra se fez ígneo, na Época Hiperbórea, o Corpo Vital foi agregado e o ser humano se converteu em algo similar às plantas, isto é, tinha os mesmos veículos que têm as plantas atualmente, e, também uma consciência similar, ou melhor, uma inconsciência parecida à que temos durante o sono sem sonhos, quando só os Corpos Denso e Vital ficam no leito.
Os Senhores da Forma apareceram na Época Hiperbórea, juntamente com os Anjos (“Humanidade” do Período Lunar), e envolveram a forma densa do ser humano com um Corpo Vital.
Como a Época Polar era realmente uma recapitulação do Período de Saturno, pode-se dizer que, durante este tempo, o ser humano passou através do estado mineral; tinha o mesmo veículo – o Corpo Denso – e uma consciência semelhante à do estado de transe. Por razões análogas, o estado vegetal foi atravessado durante a Época Hiperbórea, pois o ser humano tinha um Corpo Denso e um Vital, e sua consciência era semelhante à da de sono sem sonhos.
Absorvendo os cristaloides preparados pelos vegetais, o ser humano desenvolveu um Corpo Vital na Época Hiperbórea, e se converteu em algo semelhante às plantas, tanto por sua constituição como por sua natureza, pois vivia sem fazer esforço algum e tão inconscientemente quanto às plantas.
Na segunda época, a Hiperbórea, um Corpo Vital de Éter foi acrescentado, então, o ser humano, em desenvolvimento, já possuía um corpo constituído como o das plantas atuais. Ele não era uma planta, mas algo semelhante à planta.
Caim, o ser humano desta Época, é descrito como um agricultor; seus alimentos vinham unicamente dos vegetais, pois as plantas contêm mais Éter do que qualquer outra estrutura.
Descreve-se Caim como um agricultor. Ele simboliza o ser humano da Segunda Época. Tinha um Corpo Vital análogo ao das plantas, que o sustentava.
Na segunda Época, a Hiperbórea, Deus disse: “Faça-se a Luz”; o calor se converteu numa massa ígnea luminosa semelhante à do Período Solar, e o Corpo Denso humano foi vestido com um Corpo Vital, flutuando aqui e acolá sobre a Terra ígnea, como uma coisa grande em forma de saco ou bolsa. O ser humano era, então, análogo ao vegetal porque tinha os mesmos veículos que têm as plantas atuais, e os Anjos eram seus auxiliares na organização de seu Corpo Vital, e continuam sendo até os dias atuais.
Isto pode parecer uma anomalia, pois os Anjos são a “Humanidade” do Período Lunar, no qual o ser humano obteve seu Corpo de Desejos. Porém, não é assim, porque, só no Período Lunar, a Terra evolucionante se condensou em Éter, tal como o que agora forma nosso Corpo Vital e, lá a “Humanidade”, os Anjos atuais, aprenderam a construir seus corpos mais densos com matéria etérea, assim como, estamos aprendendo a formar os nossos com sólidos, líquidos e gases, da Região Química do Mundo Físico. Eles se tornaram especialistas na construção daqueles corpos, assim como nós o seremos na construção de um Corpo Denso, quando finalizar o Período Terrestre.
Na Época Polar, o ser humano tinha somente um Corpo Denso pobremente organizado; era inconsciente e imóvel como os minerais que agora são assim, constituídos. Na Época Hiperbórea, seu Corpo Denso ficou envolto em um Corpo Vital e o Espírito pairava fora. Os efeitos desta natureza podem ser observados nos vegetais, que agora estão constituídos analogamente.
Neles vemos repetição constante, construção de talos e folhas para cima em sucessão alternada, o que continuaria ‘ad infinitum’, se não houvesse outra influência. Porém, como a planta não tem Corpo de Desejos separado, o Corpo de Desejos da Terra, o Mundo do Desejo, endurece o vegetal e freia seu intenso crescimento na medida certa. A força criadora, que não consegue fazer uma determinada planta continuar a crescer, busca outra saída: forma a flor e se acumula na semente, para que possa crescer outra vez em uma nova planta.
Na Época Hiperbórea, na qual o ser humano se encontrava em condições parecidas, seu Corpo Vital o fazia crescer até alcançar um tamanho enorme. O Mundo do Desejo, agindo sobre ele, fazia com que ele produzisse umas sementes semelhantes a esporos, que ou eram apropriados por outros Egos humanos ou eram empregados pelos Espíritos da Natureza, para formar os corpos animais que começavam a emergir do Caos (a Onda de Vida superior começa primeiro, no princípio de um período, e é a última que vai ao Caos; as ondas de vida que se seguem – animal, vegetal e mineral – surgem mais tarde e se vão mais depressa).
Deste modo, na Época Hiperbórea, quando o ser humano era análogo aos vegetais, seu Corpo Vital formava vértebra, pós-vértebra, e teria continuado assim se não lhe tivesse sido dado um Corpo de Desejos na Época Lemúrica. Esse corpo começou a endurecer a estrutura e a dominar a tendência a crescer, e, como resultado, o crânio, a flor sobre o “talo” da coluna espinhal, foi incipientemente formado.
Impedida em seus esforços de construir uma forma mais alta, fez-se necessário que a força criadora do Corpo Vital buscasse outra saída, pela qual pudesse continuar crescendo para cima em outro ser humano. Então, o ser humano tornou-se hermafrodita, capaz de gerar um novo corpo de si mesmo.
Então chegamos à segunda época, a Hiperbórea, quando o ser humano possuía um Corpo Denso e um Corpo Vital; que era o seu estágio análogo ao vegetal. Alimentava-se de vegetais e se fala de Caim como de um agricultor. Imediatamente depois, temos a Época Lemúrica, quando o ser humano já tinha um Corpo de Desejos, isto é, possuía três veículos, igual aos animais.
Então chegamos à etapa em que o ser humano necessitava de alimentos para manter seus três Corpos. Ele os obtém de animais viventes e se diz que Abel era um pastor.
Quando o ser humano adquiriu seu Corpo Vital, na Época Hiperbórea, o Sol, a Lua e a Terra estavam ainda unidos e as forças solares-lunares penetravam em cada ser uniformemente, de modo que todos podiam perpetuar sua espécie através de brotos e esporos, como fazem as plantas atuais. Os esforços do Corpo Vital para abrandar o veículo denso e mantê-lo vivo, então, não sofriam intervenção, e esses corpos primitivos, parecidos com as plantas, viviam séculos. Porém, como o ser humano era inconsciente e imóvel como as plantas, não fazia nenhum esforço vigoroso. A inclusão de um Corpo de Desejos agregou estímulos e desejos, e a consciência surgiu como resultado do estado de guerra entre o Corpo Vital que constrói, e o Corpo de Desejos que destrói o Corpo Denso.
Então, a dissolução tornou-se só uma questão de tempo, especialmente porque a energia construtiva do Corpo Vital foi também necessariamente dividida, uma parte ou polo sendo usada nas funções vitais do corpo, e a outra para substituir o veículo perdido pela morte. Porém, como os dois polos de um magneto ou dínamo são requisitos para a manifestação, assim também dois seres de sexos diferentes são necessários para a geração; então, casamento e nascimento foram instituídos para compensar o efeito da morte. A morte, então, é o preço que pagamos pela consciência no mundo atual. O casamento e os nascimentos repetidos são nossas armas contra o maior terror da Humanidade, até que mude nossa constituição e nos tornemos seres semelhantes aos Anjos.
Os veículos superiores dos primitivos Atlantes não estavam em posição concêntrica com relação ao Corpo Denso como estão os nossos. O Espírito não era ainda um Espírito interno; estava parcialmente no exterior e, portanto, não podia controlá-los tão facilmente, como quando habita internamente. A cabeça do Corpo Vital estava fora e se mantinha muito mais acima que a do Corpo Denso. Há um ponto entre as sobrancelhas, a meia polegada[1] abaixo da pele, que tem um ponto correspondente no Corpo Vital. Esse ponto não é o Corpo Pituitário[2], que está muito mais dentro da cabeça do Corpo Denso. Pode chamar-se de “raiz do nariz”. Quando esses dois pontos, do Corpo Vital e do Físico se colocam em correspondência, como acontece com o ser humano atual, o Clarividente treinado os vê como uma pequena mancha negra, ou melhor dizendo, como um espaço vazio, semelhante à parte invisível da chama do gás. Este é o assento do Espírito interno do ser humano, o Santo dos Santos (Sanctum Sanctorum) do templo do corpo humano, fechado para tudo o que não seja o Espírito que habita aquele corpo, o Ego. O Clarividente desenvolvido pode ver com maior ou menor clareza, de acordo com sua capacidade e treinamento, todos os diferentes corpos que formam a aura humana. Esse ponto está oculto para ele. É a “Isis”, cujo véu ninguém pode se levantar. Nem mesmo o ser mais evoluído da Terra pode tirar o véu do Ego da mais humilde ou menos desenvolvida criatura. Isto, e unicamente isto, sobre a Terra, é tão sagrado que está completamente a salvo de toda intrusão.
Estes dois pontos que acabamos de citar – um no Corpo Denso e sua contraparte no Corpo Vital – estavam muito separados no ser humano dos primitivos tempos da Atlântida, como estão nos animais atuais. A cabeça do Corpo Vital do cavalo está muito separada da cabeça de seu Corpo Denso. Esses dois pontos estão mais próximos no cachorro do que em qualquer outro animal, com exceção talvez do elefante. Se chegar a juntar-se, acontece o caso dos animais prodígios que podem contar, soletrar, etc.
Devido à distância entre esses dois pontos, o poder de percepção do Atlante era muito mais agudo nos mundos internos do que no Mundo Físico, obscurecida pela atmosfera de neblina densa e pesada. Com o tempo, no entanto, a atmosfera foi ficando gradualmente mais clara, ao mesmo tempo, que o ponto citado no Corpo Vital foi-se aproximando, pouco a pouco, do correspondente no Corpo Denso. Conforme se iam aproximando, o ser humano ia perdendo seu contato com os mundos internos, que ficavam mais escuros à medida que o físico clareava. Finalmente, na terceira e última parte da Época Atlante, o ponto do Corpo Vital se uniu ao do Corpo Denso correspondente. Até esse momento, o ser humano não estava plenamente consciente do Mundo Físico, porém, ao mesmo tempo, que se obteve a plena visão e percepção do Mundo Físico, a maioria da Humanidade, perdeu gradualmente a capacidade de perceber os mundos superiores.
Durante a existência da Raça dos Semitas Originais a atmosfera da Atlântida começou a clarear definitivamente e o ponto, já mencionado, do Corpo Vital se colocou em correspondência com o respectivo ponto no Corpo Denso. A combinação dos acontecimentos deu ao ser humano a capacidade de ver os objetos com clareza e nitidez, com contornos bem definidos; porém, isto também provocou a perda de sua visão dos mundos internos.
Durante as idades que transcorreram desde a Época Lemúrica, a Humanidade desenvolveu, pouco a pouco, o sistema nervoso cérebro-espinhal, que está sob o controle da vontade. Na última parte da Época Atlante, tal sistema se desenvolveu bastante para permitir ao Ego tomar plena posse do Corpo Denso. Então, foi o momento (como já foi mencionado) em que o ponto no Corpo Vital e o ponto no Corpo Denso, se corresponderam na raiz do nariz, e o Espírito interno despertou no Mundo Físico, e a grande maioria da Humanidade perdeu a consciência dos mundos internos.
A Humanidade está evoluindo atualmente na Época Ária. O Corpo Vital tem funções, cor, forma, estrutura atômica e polaridade. Sua existência pode ser provada.
Vimos que o ser humano é um ser complexo e se compõe de:
O objetivo da vida é transformar os poderes latentes do Ego em energia dinâmica, por meio da qual ele poderá controlar, perfeitamente, seus diferentes veículos e atuar como lhe pareça melhor. Sabemos que o Ego não tem domínio completo, pois, se assim fosse, não haveria guerra em nosso interior entre o Espírito e a carne, melhor dizendo, entre o Espírito e o Corpo de Desejos. É esta guerra que desenvolve o músculo espiritual, assim como a luta constrói o músculo físico. É fácil mandar que outros façam isso ou aquilo, mas impor obediência a si próprio é a tarefa mais difícil no mundo, e diz-se, com razão, que “o ser humano que conquista a si mesmo é maior do que o que conquista uma cidade”. Goethe, o grande poeta iniciado, nos dá razão quando diz:
“De todos os poderes que encadeiam o mundo, o ser humano se libertará quando adquirir autocontrole”.
Além do corpo visível do ser humano que vemos com nossos olhos físicos, há outros veículos mais sutis que são invisíveis para a grande maioria da Humanidade. No entanto, não são acessórios inúteis do Corpo Denso; pelo contrário, são muito importantes pelo fato de serem impulsionadores de toda ação. Se não existissem esses veículos sutis, o Corpo Denso ficaria inerte, insensível e morto.
O primeiro desses veículos sutis, o qual chamamos de “Corpo Vital” por ser a avenida da vitalidade, e faz fermentar a massa morta de nossa envoltura mortal em seus anos de vida, e nos dá o poder de nos movermos.
Quando nosso corpo visível atual brotou, primeiramente no Espírito, era um pensamento-forma, porém, gradualmente, foi-se condensando e solidificando até se converter na cristalização química atual. O Corpo Vital foi o próximo emanado pelo Espírito, também como um pensamento-forma, e se encontra agora em seu terceiro grau de solidificação, que é o etéreo.
Além do Corpo Denso, que é visível aos nossos olhos físicos, há outros veículos mais sutis que interpenetra esse Corpo Denso e que impulsiona e vitaliza as atividades daquele. Um deles é o Corpo Vital, composto de Éter, o qual tomou a seu cargo a construção do Corpo Denso, por meio dos alimentos que ingerimos em nosso organismo. Ele controla todas as funções vitais, tais como a respiração, a digestão, a assimilação, etc., trabalhando por meio do sistema nervoso simpático. Outro veículo, ainda mais sutil, é o Corpo de Desejos; é o veículo de nossas emoções, sentimentos e desejos que gasta as energias acumuladas no Corpo Denso pelos processos vitais, graças ao controle que exerce sobre o sistema nervoso cérebro-espinhal ou voluntário. Durante sua atividade, o Corpo de Desejos está destruindo e rompendo continuamente os tecidos formados pelo Corpo Vital: é a guerra entre estes dois veículos que produz o que chamamos de consciência no Mundo Físico. As forças etéreas do Corpo Vital operam de tal maneira que convertem em sangue a maior parte possível dos alimentos, e o sangue é a mais alta expressão do Corpo Vital.
A propagação é uma faculdade do Corpo Vital, que é o reflexo do Espírito de Vida, o segundo aspecto do Espírito Tríplice do ser humano.
Conta-se que dois Querubins com espadas flamejantes se converteram em guardiões do Éden, quando o ser humano foi expulso dali, para que não comesse o fruto da Árvore da Vida, tornando-se imortal. Os Querubins são a grande Hierarquia Criadora que se encarregou da Terra no Período Solar, quando o Corpo Vital germinou e o Espírito de Vida foi despertado.
Em nossa Bíblia, há uma descrição dos primeiros seres humanos da Terra. São chamados de Adão e Eva, porém, interpretando corretamente, Adão e Eva querem dizer a raça humana, à qual pouco a pouco se arrogou a faculdade de procriar, convertendo-se assim em seres livres. Dessa maneira, a Humanidade obteve sua liberdade e se fez responsável perante a Lei de Consequência, pois, arrogando-se o direito de criar corpos, separou-se, então, da Árvore da Vida e de um estado que reconhecemos agora como etéreo. Quando aprendermos que temos um Corpo Vital feito de Éter, e que é a Árvore da Vida de cada ser humano, o qual nos proporciona a vitalidade necessária para nos movermos, então, compreenderemos porque o poder de recriar e regenerar nossos corpos nos foi tirado para que aprendêssemos como vitalizar nosso imperfeito Corpo Denso. E compreenderemos também porque, assim como está na Bíblia, havia Querubins com espadas flamejantes no portão do Jardim do Éden para proteger aquela região.
Foi para um bom propósito que esta faculdade nos foi tirada. Não por maldade, ou para que o ser humano sofresse aflições e dores, mas porque somente por meio de existências ou vidas repetidas em corpos inferiores podemos aprender a construir, para nós, um veículo adequado e bastante perfeito para ser imortalizado. Gradualmente, o ser humano saiu de sua condição etérea até alcançar sua condição sólida atual. Naquela época, podia viver em condições etéreas facilmente, como podemos viver hoje em dia nos três elementos do Mundo Físico. Na sua última etapa etérea estava em contato interno com as correntes de vida que agora contatamos inconscientemente.
Podia, então, centralizar em seu corpo a energia solar, absorvendo-a de uma maneira distinta da que emprega atualmente. Essa faculdade foi sendo retirada gradualmente, à medida que ia entrando na etapa sólida atual.
O Corpo Vital, assim chamado nas Escolas de Mistérios do Ocidente, como já vimos, é composto de quatro Éteres de diferentes densidades e o Éter é a via de ingresso da força vital, proveniente do Sol, e o campo de ação da natureza que promove as atividades de assimilação, crescimento e propagação.
Esse veículo é a contraparte exata de nosso corpo visível, molécula por molécula, órgão por órgão, com uma exceção, da qual falaremos mais tarde. Porém, é um pouco maior e se estende além da periferia de nosso Corpo Denso cerca de uns quatro centímetros.
O baço é a entrada particular das forças que vitalizam o Corpo Denso. Na contraparte etérea desse órgão a energia solar se transmuta em um fluido vital de cor rosa pálido. Daí se estende por todo o sistema nervoso e, uma vez cumprido o seu trabalho no corpo, sai, irradiando torrentes de luz que se eriçam parecidas com os pelos do porco espinho.
Durante o dia, o Corpo Vital especializa o fluido solar incolor que nos rodeia, por meio do órgão a que chamamos baço. Essa força vital permeia todo o organismo e os Clarividentes a veem como um fluido de cor rosa pálido, pois foi transmutada ao entrar no Corpo Denso. Flui por todos os nervos e, quando os centros cerebrais a enviam em quantidades particularmente grandes, aciona os músculos governados pelos nervos.
Durante o estado de vigília, há uma guerra constante entre o Corpo Vital e o Corpo de Desejos. Os desejos e os impulsos do Corpo de Desejos golpeiam continuamente o Corpo Denso, obrigando-o à ação, sem olhar o dano que lhe possa ocasionar, sempre que seja satisfeito o desejo. É o Corpo de Desejos que incita o alcoólatra a encher-se de álcool para que a combustão química acelere as vibrações do Corpo Denso a um diapasão que fará dele um instrumento dócil a todo impulso desenfreado, gastando assim a energia acumulada com imprudente prodigalidade. O Corpo Vital, por outro lado, não tem outro interesse a não ser a conservação do Corpo Denso. Através do baço, especializa a energia solar incolor, que preenche o espaço, e, por meio de um processo químico misterioso, transforma-a em fluido vital em um lindíssimo rosa pálido, enviando-o, então, por todos os nervos e fibras do corpo. O Corpo Vital está sempre tratando de economizar a energia que acumulou no Corpo Denso e, portanto, está constantemente reparando os tecidos que foram destruídos pelos impactos do desenfreado Corpo de Desejos.
Quatro cores do Corpo Vital são indescritíveis, mas a quinta – que fica no meio das cinco – é similar ao matiz da flor de pessegueiro recém-aberta. Essa é realmente a cor do Corpo Vital.
Os Corpos Denso e Vital do ser humano possuem forma definida, mas seu Corpo de Desejos é, ainda, de forma ovoide.
Já foi demonstrado pela ciência que os átomos de nosso Corpo Denso estão mudando constantemente, de tal maneira que todo o material que atualmente compõe nosso veículo terá desaparecido em uns poucos anos. No entanto, é de conhecimento comum que as cicatrizes e outras manchas se conservem desde a infância à velhice. A razão disto é que os átomos etéreos prismáticos que compõem nosso Corpo Vital permanecem inalterados do berço ao túmulo.
Eles estão sempre nas mesmas posições relativas, isto é, os átomos etéreos prismáticos que fazem vibrar os átomos dos dedos dos pés ou das mãos não mudam de situação e não emigram para as mãos, pernas ou outras partes do corpo, senão que permanecem exatamente no mesmo lugar em que foram colocados no princípio. Uma lesão nos átomos físicos implica em uma impressão similar nos átomos etéreos prismáticos. A nova substância física que se modela sobre eles continua, então, tomando a forma e a textura similares aos que tinha originalmente.
Estas observações se aplicam exclusivamente aos átomos prismáticos que correspondem aos sólidos e aos líquidos no Mundo Físico, porque assumem certa forma definida os conservam. Porém, além disso, na atual etapa da Evolução, cada ser humano tem certa quantidade de Éteres Luminoso e Refletor, que são os veículos da percepção sensorial e da memória, entremesclados no seu Corpo Vital. Poderíamos dizer que o Éter Luminoso corresponde aos gases do Mundo Físico; talvez, a melhor descrição que poderíamos dar ao Éter Refletor é a de chamá-lo hiper-etérico. É uma substância vácua, de cor azulada, que se parece, por seu matiz, com o centro azul de uma chama de gás. Apresenta-se transparente e parece revelar tudo o que está em seu interior, mas, na realidade, oculta todos os segredos da natureza e da Humanidade. Nele se encontra um registro da Memória da Natureza.
Os Éteres Luminoso e Refletor são de característica exatamente oposta à dos átomos etéreos prismáticos e estacionários. São voláteis e migratórios. Seja qual for a quantidade que o ser humano possua desses Éteres, sempre são a frutificação das experiências da vida. Dentro do corpo, misturam-se com o sangue, e quando vão crescendo pelo serviço e sacrifício na escola da vida, de modo que já não podem ficar contidos dentro do corpo, pode-se observá-los fora deste como um corpo anímico matizado de ouro e azul. O azul é o que mostra o tipo mais elevado de espiritualidade, por ser o menor em volume e pode comparar-se ao núcleo azul da chama de gás, enquanto a cor dourada forma a parte maior e corresponderia à parte de luz amarela que rodeia o núcleo azul da citada chama de gás. A cor azul não aparece fora do corpo, salvo nas pessoas de extraordinária santidade e somente o amarelo é geralmente observado. Na hora da morte, esta parte do Corpo Vital se grava no Corpo de Desejos, com o panorama da vida que contém. Então, imprime-se no Átomo-semente a quintessência de toda nossa experiência na vida, como consciência ou virtude, que é o que nos induzirá a evitar o mal e a realizar o bem nas próximas vidas.
Quando analisamos o ser humano, vemos que os quatro Éteres são dinamicamente ativos no altamente organizado Corpo Vital. Graças às atividades do Éter Químico, o ser humano é capaz de assimilar os elementos e crescer; as forças que trabalham no Éter de Vida permitem-no propagar sua espécie; as forças do Éter Luminoso proveem o Corpo Denso com calor, trabalham sobre o sistema nervoso e sobre os músculos, abrindo assim as portas de comunicação com o mundo externo por meio dos sentidos; e o Éter Refletor permite ao Espírito governar seus veículos por meio do pensamento. Este Éter também guarda as experiências passadas como memória.
O Corpo Vital da planta, do animal e do ser humano se estende além da periferia do Corpo Denso, como acontece com a Região Etérea, que nada mais é do que o Corpo Vital do Planeta, que se estende além da sua parte densa, mostrando uma vez mais a veracidade do axioma hermético: “assim como é acima, é abaixo”. A extensão do Corpo Vital do ser humano além do Corpo Denso é mais ou menos de uma polegada e meia[3]. A parte que está fora do Corpo Denso é muito luminosa e tem uma cor parecida com a de uma flor de pessegueiro recém-aberta. É vista frequentemente por pessoas que possuem alguma clarividência involuntária. O autor, falando com essas pessoas, notou que geralmente elas não estão cientes de que veem algo incomum e não sabem o que se passa diante de sua visão.
O Corpo Denso é construído na matriz deste Corpo Vital, durante a vida pré-natal e com uma única exceção, é a cópia exata, molécula por molécula, do Corpo Vital. Assim como as linhas de força na água são os condutores para a formação dos cristais de gelo, assim também as linhas de força no Corpo Vital determinam a forma do Corpo Denso. Através da vida toda, o Corpo Vital é o construtor e restaurador das formas densas.
Se assim não fosse, se o coração etéreo não restaurasse o coração físico, logo este se romperia sob a tensão contínua com que o sobrecarregamos. Todos os abusos a que submetemos o Corpo Denso fazem o Corpo Vital reagir, no que está em seu poder, e ele está permanentemente lutando contra a morte do Corpo Denso.
A exceção anteriormente mencionada é que o Corpo Vital do homem é feminino ou negativo, enquanto o da mulher é masculino ou positivo.
Neste fato, temos a chave de numerosos problemas intrincados da vida. A mulher dá saída a suas emoções pela polaridade indicada, porque seu Corpo Vital positivo gera um excesso de sangue e a obriga a trabalhar sob uma pressão interna enorme, que romperia o Corpo Denso se não houvesse uma válvula de segurança, o fluxo periódico, e outra válvula, que são as lágrimas, e que limitam a pressão em ocasiões especiais, pois as lágrimas são realmente uma “hemorragia branca”.
O homem pode ter e tem emoções tão fortes quanto às das mulheres, porém, geralmente, pode suprimi-las sem lágrimas, porque seu Corpo Vital negativo não gera mais sangue do que pode dominar com facilidade.
De modo contrário ao que sucede com os veículos superiores da Humanidade, o Corpo Vital não abandona regularmente o Corpo Denso até a morte deste último. Então, as forças químicas do Corpo Denso já não estão mais sob o domínio da vida evolucionante. Elas prosseguem com seu trabalho para restituir a matéria à sua condição primitiva, desintegrando-a e tornando-a apta para a formação de outros corpos na economia da natureza. A desintegração é, pois, devido à atividade das forças planetárias no Éter Químico.
A textura do Corpo Vital pode comparar-se, até certo ponto, com uma dessas figuras formadas por centenas de peças de madeira entrecruzadas e que apresentam inumeráveis pontos ao observador. O Corpo Vital também apresenta milhões de pontos ao observador. Estes pontos entram nos centros ocos dos átomos densos e, ao lhes imbuir força vital, vibram muito mais intensamente que os minerais da Terra que não foram ainda acelerados e vivificados.
Quando uma pessoa se afoga, ou cai de uma grande altura, ou fica congelada, o Corpo Vital abandona o Corpo Denso, cujos átomos ficam temporariamente inertes em consequência, mas, quando volta a si, os “pontos” tornam a penetrar nos átomos densos. A inércia dos átomos faz com que resistam um pouco a voltar a vibrar como antes, e esta é a causa dessa sensação de intensa dor e formigamento que se nota em tais ocasiões.
Há certos casos em que parte do Corpo Vital deixa o Corpo Denso, como acontece quando uma mão fica dormente, por exemplo. Então, a mão etérea do Corpo Vital pode ser vista flutuando sobre o braço denso, como uma luva, e os pontos produzem uma sensação especial de formigamento quando ela entra novamente na mão física. Em alguns casos de hipnose, a cabeça do Corpo Vital se divide e fica pendurada do lado de fora da cabeça densa, a metade cai sobre cada ombro, ou permanece em torno do pescoço como a gola de um suéter. A ausência de formigamento ao despertar em tais casos é devida a que, durante a hipnose, parte do Corpo Vital da vítima foi substituída pela do hipnotizador.
Os átomos do Éter Químico e de Vida reunidos em torno do núcleo do Átomo-semente, localizado no plexo solar, têm uma forma prismática. Estão todos situados de tal maneira que, quando a energia solar entra no corpo pelo baço, o raio que se refrata é vermelho. Esta é a cor do aspecto criador da Trindade, ou seja, Jeová, o Espírito Santo, regente da Lua, o Astro da fecundação. Por conseguinte, o fluido vital do Sol, que penetra no corpo humano pelo baço, se tinge com uma ligeira cor rosada, que muitas vezes os videntes podem observar circulando pelos nervos como se fosse a eletricidade passando pelos condutores de uma instalação elétrica. Assim carregados, os Éteres Químico e de Vida são vias de assimilação, que preservam o indivíduo, e de fecundação, que perpetuam a raça.
Durante a vida, cada átomo prismático penetra um átomo físico e o faz vibrar. Para se ter uma ideia desta combinação, podemos imaginar uma cesta de arame, em forma de pera, que tivesse paredes de arame curvado espiralmente que fosse de um polo a outro obliquamente. Este é o átomo físico cuja forma é muito parecida com a nossa Terra, e o átomo prismático vital está inserido de cima para baixo, a partir do topo, que é mais amplo e que corresponderia ao polo norte de nossa Terra.
Assim, a ponta do prisma penetra o átomo físico no ponto mais estreito, que corresponde ao polo sul de nossa terra, e todo o conjunto parece com um pião que gira e bamboleia enquanto vibra intensamente. É desta maneira que nosso corpo se enche de vida e é capaz de se mover (É digno de nota que nossa Terra está compenetrada, de maneira similar, por um corpo cósmico de Éter e as manifestações da natureza que chamamos de Aurora Boreal e Aurora Austral são correntes etéreas que circundam a Terra do polo ao Equador como fazem as correntes do átomo físico).
Os Éteres Luminoso e Refletor são as avenidas da consciência e da memória. No indivíduo comum encontram-se um tanto atenuados e não tomaram ainda uma forma definida. Interpenetram o átomo da mesma forma que o ar interpenetra uma esponja e formam algo assim como uma ligeira atmosfera áurica por fora de cada átomo.
Se tivéssemos dito que o Corpo Vital está formado de prismas ao invés de pontos, teria sido mais exato, pois é pela refração através destes diminutos prismas que o fluido solar incolor se transforma em rosáceo, como foi indicado por outros escritores, além do autor.
Foram feitos outros descobrimentos novos e importantes, por exemplo: agora sabemos que nasce um Cordão Prateado novo a cada renascimento e que uma parte dele brota do Átomo-semente do Corpo de Desejos no grande vórtice do fígado; que a outra parte nasce do Átomo-semente do Corpo Denso no coração, que as duas partes se unem com o Átomo-semente do Corpo Vital no plexo solar e que esta união dos veículos superiores e inferiores produz o despertar do feto. O desenvolvimento posterior do Cordão entre o coração e o plexo solar durante os primeiros sete anos tem uma importante relação com o mistério da infância, assim como o seu desenvolvimento mais amplo do fígado ao plexo solar, que tem lugar no segundo período setenário da vida da criança, contribui para a adolescência.
A realização total do Cordão Prateado marca o final da vida infantil e, desde tal momento, a energia solar, que entra pelo baço e se tinge pela refração através do Átomo-semente prismático do Corpo Vital situado no plexo solar, começa a dar um colorido individual e distinto à aura que observamos nos adultos.
Assim como o Éter leva à placa sensível da câmera escura da máquina fotográfica uma impressão fiel da paisagem, em torno em seus menores detalhes, sem ter em conta se o fotógrafo os observou ou não, assim também, o Éter contido no ar que respiramos leva consigo uma imagem fiel e detalhada de tudo ao nosso redor e não somente das coisas materiais, como também das condições que existem em cada momento em nossa aura. O mais fugaz pensamento, sentimento ou emoção se transmite aos pulmões onde é injetado no sangue. O sangue é um dos produtos mais elevados do Corpo Vital porque é o agente que leva alimento a todas as partes do corpo e é também o veículo direto do Ego. As imagens que contém imprimem-se sobre os átomos negativos do Corpo Vital para servir como árbitros do destino do ser humano no estado post-mortem.
Em muitas mulheres, nas quais o Corpo Vital é positivo e nas pessoas mais evoluídas de ambos os sexos, cujos Corpos Vitais estão sensibilizados por uma vida pura e santa, pela oração e concentração, esta memória supra consciente, inerente ao Espírito de Vida, está, até certo ponto, além da necessidade de envolver-se em matéria mental ou de desejos para compelir à ação. Nem sempre necessita correr o risco de ver-se subjugada e até submetida pelo processo de raciocínio. Algumas vezes, em forma de intuição ou de ensinamento interno, imprime-se diretamente sobre o Éter Refletor do Corpo Vital. Quanto mais dispostos nos encontremos para reconhecer e seguir seus ditados, tanto mais amiúde falará, para nosso eterno benefício.
Por suas atividades durante as horas de vigília, o Corpo de Desejos e a Mente estão constantemente destruindo o veículo denso. Cada pensamento e movimento destroem tecidos. Por outro lado, o Corpo Vital se dedica totalmente a restaurar a harmonia e a reconstruir o que outros veículos estão destruindo. No entanto, não é capaz de sempre resistir completamente aos poderosos impactos dos impulsos e dos pensamentos.
Gradualmente, vai perdendo terreno e, por último, chega um momento em que sofre um colapso. Seus “pontos” enrugam-se, por assim dizer. O fluido vital cessa de circular pelos nervos em quantidade necessária; o corpo se torna sonolento; o Pensador se encontra tolhido por sua sonolência e se vê obrigado a sair dele, elevando-se o Corpo de Desejos consigo. Esta saída dos veículos superiores deixa o Corpo Denso, interpenetrado pelo Corpo Vital no estado a que chamamos sono.
Como um sábio general, o Ego segue uma conduta análoga. Não começa sua campanha adquirindo domínio sobre uma das glândulas, pois estas são expressões do Corpo Vital, nem seria possível adquirir domínio sobre os músculos voluntários, porque estão muito bem defendidos pelo inimigo. Essa parte do sistema muscular involuntário que está sob o domínio do sistema nervoso simpático seria também inútil para esse objetivo. O Ego deve conseguir um contato mais direto com o sistema nervoso cérebro-espinhal.
Para fazer isso e assegurar uma base de operações no mesmo campo inimigo, ele deve controlar um músculo que é involuntário e que, não obstante está relacionado com o sistema nervoso voluntário. Este músculo é o coração.
O sangue é a expressão mais elevada do Corpo Vital porque nutre todo o organismo físico. É também, em certo sentido, o veículo da memória subconsciente, e está em contato com a Memória da Natureza, situada na divisão mais elevada da Região Etérea. O sangue carrega as imagens da vida dos antepassados aos descendentes durante gerações quando é um sangue comum como o que se produz pela endogamia.
O amor e a unidade no Mundo do Espírito de Vida encontram sua contraparte ilusória na Região Etérea, à qual estamos relacionados pelo Corpo Vital, sendo este último o que produz o amor e a união sexual. O Espírito de Vida tem seu assento primeiramente no Corpo Pituitário e secundariamente no coração, por onde passa o sangue que nutre os músculos.
Olhando o assunto do ponto de vista oculto, toda consciência no Mundo Físico é o resultado da guerra constante entre os Corpos de Desejos e Vital.
A tendência do Corpo Vital é a de abrandar e construir. Sua expressão principal é o sangue e as glândulas, bem como o sistema nervoso simpático, havendo obtido ingresso na fortaleza do Corpo de Desejos (sistemas: muscular e nervoso voluntário) quando começou a converter o coração em músculo voluntário.
Nós mesmos, como Egos, funcionamos diretamente na sutil substância da Região do Pensamento Abstrato que especializamos dentro da periferia de nossa aura individual. Dali, obtemos as impressões de que nos produz o mundo externo sobre o Corpo Vital através dos sentidos, junto com os sentimentos e emoções gerados por eles no Corpo de Desejos e refletidos na Mente.
Todas as coisas estão em constante vibração. As vibrações dos objetos que nos rodeiam nos alcançam constantemente e levam, a nossos sentidos, o conhecimento do mundo externo. As vibrações do Éter atuam sobre nossos olhos de maneira a que possamos ver e as vibrações do ar transmitem os sons a nossos ouvidos.
O Sol trabalha no Corpo Vital e é a força que desperta a vida e luta contra as forças lunares relacionadas com a morte.
Assim como nas águas de um lago as árvores aparecem invertidas, parecendo que a folhagem se acha no mais profundo da água, assim também o aspecto mais elevado do Espírito (Espírito Divino) encontra sua contraparte no mais inferior dos três corpos (Corpo Denso). O Espírito imediatamente inferior (Espírito de Vida) se reflete no corpo imediatamente superior (Corpo Vital). O terceiro Espírito (Espírito Humano) e seu reflexo, o terceiro corpo (Corpo de Desejos), aparece como o mais próximo de todos ao espelho refletor, que é a Mente, correspondendo essa à superfície do lago, o meio refletor de nossa analogia.
Assim como os Corpos Vital e de Desejos planetários interpenetram a matéria densa da Terra, assim também os Corpos Vital e de Desejos interpenetram o Corpo Denso da planta, do animal e do ser humano.
Um Corpo Vital de Éter compenetra o corpo visível, como o Éter permeia todas as outras formas, com a exceção de que os seres humanos especializam uma quantidade maior de Éter universal do que as outras formas. Este Corpo Etéreo é o instrumento que usamos para especializar a energia vital do Sol. O Corpo Vital, que finalmente se transforma e se espiritualiza convertendo-se em alma, é de polaridade oposta. Está formado, órgão por órgão, exatamente como o Corpo Denso com uma exceção, o que explica muitos fatos que de outra maneira seriam inexplicáveis. Como a mulher tem um Corpo Vital positivo, ela amadurece antes que o homem, e as partes do corpo que têm certa semelhança com as plantas, como o cabelo, crescem mais e são mais exuberantes. Naturalmente, um Corpo Vital positivo gera mais sangue do que um Corpo Vital negativo, como o que possui o homem, daí que exista na mulher uma pressão sanguínea maior, da qual tem necessidade de se livrar mediante o fluxo mensal, produzindo-se, ao cessar na menopausa, uma espécie de segundo crescimento na mulher a qual adquire os caracteres que chamamos “matrona”.
Os impulsos do Corpo de Desejos empurram o sangue através de todo o sistema com diferentes graus de velocidade, de acordo com a força das emoções. Como a mulher tem um excesso de sangue, ela atua sob uma pressão muito mais elevada que o homem, e, se bem que esta pressão diminua durante o fluxo menstrual, há momentos em que necessita de uma válvula de escape extra: são as lágrimas femininas que, em realidade, constituem uma hemorragia branca, que age como uma válvula de segurança para remover o fluido excessivo. O homem, ainda que seja capaz de sentir emoções talvez tão fortes quanto a mulher, não é tão propenso às lágrimas porque não tem mais sangue do que pode utilizar normalmente.
Em consequência de sua polarização positiva na Região Etérica do Mundo Físico, o campo de ação da mulher tem sido a casa e a igreja, onde está rodeada de amor e paz, enquanto o homem atua na luta dos fortes para que sobreviva o mais apto, uma luta sem quartel no denso Mundo Físico, onde seu corpo é positivo.
Desta forma, a mulher foi à precursora da cultura, sendo a primeira a desenvolver a ideia de uma “vida boa”, e graças a isso ela se tornou um expoente muito estimado entre os antigos e tem estado nobremente na vanguarda desde então. Como todos os Egos encarnam alternadamente como homens ou como mulheres, não há, na verdade, proeminência alguma. É simplesmente que os que encarnam num Corpo Denso do sexo feminino têm um Corpo Vital positivo e são, portanto, mais sensíveis às coisas espirituais do que quando o Corpo Vital é negativo como o do varão.
A mulher tem um Corpo Vital positivo e, portanto, está em contato intuitivo com as vibrações espirituais do universo. Ela tem mais ideais elevados e uma imaginação mais fértil que o homem. Em consequência, ela se interessa por todas as coisas que ajudam o desenvolvimento moral da raça. E, hoje em dia, é somente pelo crescimento moral e espiritual que a Humanidade pode se adiantar e a mulher é, realmente, fator primordial na evolução.
Seria de muito proveito para as raças se a mulher obtivesse direitos iguais aos dos homens, pois somente então poderemos esperar ver executadas as reformas que propugnam a união da Humanidade. Se, por analogia, olharmos dentro de uma casa, veremos que a mulher é o pilar central, em torno da qual se agrupam o marido e os filhos. De acordo com suas aptidões e habilidades, ela faz a casa à sua imagem e nota-se sua influência aglutinadora, pois é ela quem mantém a harmonia e a paz do lar. O pai pode abandonar a casa, seja por falecimento ou de outra maneira; os filhos também podem ir-se, mas enquanto a mãe está o lar permanece. No entanto, quando a morte leva a mãe, tudo se desmorona.
Já dissemos, anteriormente, que o Corpo Vital é a contraparte exata do Corpo Denso, com uma única exceção: é de sexo oposto, ou melhor dito, de polaridade oposta. Como sabemos que o Corpo Vital nutre o veículo denso podemos compreender que o sangue é sua mais alta expressão visível e, também que um Corpo Vital positivo deve gerar mais sangue que um corpo negativo. A mulher, fisicamente negativa, tem um Corpo Vital positivo, daí gerar um excesso de sangue que é aliviado pelo fluxo periódico. Está também mais propensa às lágrimas, uma hemorragia branca, que o homem, cujo Corpo Vital negativo não gera mais sangue do que pode normalmente utilizar. Portanto, não necessita ter as saídas que aliviam a mulher do excesso de sangue.
Os Anjos, a “humanidade” do Período Lunar, trabalham no ser humano, no animal e na planta, pois no Período Lunar o universo era de consistência etérea e os Corpos Vitais dos três reinos acima citados estão compostos por esta substância. Os Anjos são, portanto, verdadeiros auxiliares para as funções vitais tais como a assimilação, o crescimento e a propagação e em seu trabalho com a Humanidade, são espíritos familiares. São eles que aumentam a família, multiplicam os ganhos e dão boa colheita nos campos.
Desde os tempos antigos, os Anjos Lunares se colocaram particularmente a cargo dos Corpos Vitais aquáticos e úmidos formados pelos quatros Éteres, cuidando da propagação e alimentação das espécies, enquanto a atividade intensa dos Espíritos Lucíferes se desenvolvia nos secos e ígneos Corpos de Desejos. A função do Corpo Vital é construir e sustentar o Corpo Denso, enquanto a do Corpo de Desejos é a destruição dos tecidos. Deste modo, há uma guerra constante entre o Corpo Vital e o de Desejos, e esta guerra nos céus ocasiona nossa consciência física na Terra.
Por mais estranho que possa parecer nossa afirmação, é verdade que a grande maioria da Humanidade está parcialmente adormecida a maior parte do tempo, não obstante seus corpos físicos pareçam estar sumariamente ocupados, trabalhando ativamente. Sob condições ordinárias, o Corpo de Desejos da grande maioria é a parte mais desperta do complexo ser humano, o qual vive quase completamente de emoções e sentimentos, mas raramente pensa no problema da existência além daquilo que necessita para sobreviver. A maioria destes seres provavelmente nunca pensou seriamente nos três grandes problemas da vida: “De onde viemos, por que estamos aqui e para onde iremos?” de uma forma mais séria e consistente. Seus Corpos Vitais estão trabalhando para reparar os destroços feitos pelo Corpo de Desejos no Corpo Denso e subministrando a vitalidade que será logo malgastada na gratificação de seus desejos e emoções.
Este combate intenso entre o Corpo Vital e o de Desejos é que gera a consciência no Mundo Físico e faz homens e mulheres tão ativos que, do ponto de vista do Mundo Físico, nossa afirmação de que eles estão parcialmente adormecidos parece ser uma mentira. No entanto, examinando todos os fatos, chegamos à conclusão de que é assim e podemos acrescentar que este estado de coisas está de acordo com os desígnios das Grandes Hierarquias que estão a cargo de nossa evolução.
Essa destruição efetua-se constantemente e não é possível salvaguardar-se de todos esses destruidores, nem essa é a intenção. Se o Corpo Vital tivesse um poder ininterrupto, construiria cada vez mais, usando toda a energia com esse propósito. Não haveria consciência ou pensamento algum.
A consciência se desenvolve porque o Corpo de Desejos restringe e endurece as partes internas.
O Tríplice Espírito lançou uma Tríplice sombra sobre o mundo da matéria e assim se desenvolveu o Corpo Denso, como contraparte do Espírito Divino, seguido do Corpo Vital, réplica do Espírito de Vida e logo o Corpo de Desejos, imagem do Espírito Humano. Finalmente, formou-se o elo da Mente entre o Tríplice Espírito e o Tríplice Corpo. Este foi o começo da consciência individual e marca o ponto onde termina a involução do Espírito na matéria e começa o processo evolutivo, através do qual a sua libertação se inicia. A involução envolve a cristalização do Espírito em corpos, porém, a evolução depende da dissolução dos corpos, a extração da substância anímica desses corpos e a alquímica amalgamação da Alma com o Espírito.
Há vários meios para demonstrar a realidade e a existência do Corpo Vital. Em primeiro lugar, existe uma máquina fotográfica. Talvez se possa encontrar entre os espíritas de sua cidade um capaz de tirar fotografia dos espíritos. Embora existam truques bem conhecidos dos fotógrafos para produzir retratos falsos, foi provado que, sob condições, onde a fraude é impossível foram tiradas fotos de pessoas que já haviam morrido. Estas pessoas puderam envolver-se em Éter, matéria com a qual o Corpo Vital é construído e que é visível para a lente fotográfica. Com o próprio autor aconteceu uma vez ser fotografado quando viajava em seu Corpo Vital de Los Angeles a São Pedro para despedir-se de um amigo, a bordo de um navio a vapor. Coincidentemente, ele estava entre aquele amigo e a máquina fotográfica de outro amigo que, naquele momento, fotografava o barco e a semelhança foi tanta que muitos o reconheceram.
Além disso, temos o fenômeno dos cachorros que seguem certas pessoas pelo cheiro de sua roupa usada a qual está impregnada de Éter do Corpo Vital, Éter que se estende mais ou menos uma polegada e meia[4] além do Corpo Denso. Portanto, a cada passo que damos este fluido invisível e radiante penetra a Terra. No entanto, comprovou-se que cães de caça que estavam perseguindo um criminoso em fuga ficaram desnorteados e perderam a pista quando o fugitivo calçou patins e continuou sua fuga sobre o gelo. Os patins o elevaram acima do solo e, então, o Corpo Vital, que se estendia por baixo de seus pés, não pôde impregnar o gelo e, então, ficando sem pista, os cachorros não puderam descobri-lo. Resultados similares foram obtidos com uma pessoa que usou pernas de pau para se afastar do lugar de seu crime.
Temos também o caso do magnetizador que extrai de seu paciente as partes enfermas do Corpo Vital, as quais são substituídas por Éter renovado, permitindo, assim, às forças vitais circularem pelo órgão físico enfermo, efetuando-se a cura. Se o magnetizador não tiver cuidado de tirar de si o fluido etéreo escuro e gelatinoso, isto é, os miasmas humanos que extraiu e absorvê-lo em seu próprio corpo, então, ficará enfermo. Se não houvesse aquele fluido invisível, o fenômeno da cura do enfermo e da enfermidade do magnetizador não se produziria.
Finalmente, poderíamos dizer que, se se reúnem as condições necessárias e não falta à decisão, existe uma possibilidade muito grande para que uma grande quantidade de pessoas veja por si mesma o Corpo Vital. É mais fácil nos países do Sul, onde os defuntos são enterrados logo após seu falecimento. Deve-se escolher um dia que seja o mais próximo da Lua Cheia. Então, deve-se ler os avisos fúnebres nos jornais e ir ao cemitério na noite que se segue ao funeral de alguém falecido nas últimas vinte e quatro horas. Provavelmente, veremos sobre o túmulo, oscilando ao clarão da lua, a forma membranácea do Corpo Vital que fica neste lugar e se desintegra sincronicamente com o corpo dentro da sepultura. O Clarividente pode ver esta forma em qualquer momento, mas, somente na primeira noite depois do funeral ela está bastante densa para ser visível à pessoa comum. Se a forma não aparece logo, pode-se andar em volta do túmulo, olhando fixamente de diferentes ângulos. Então, você conseguirá a prova ocular mais convincente.
Embora a ciência não tenha observado este Corpo Vital humano diretamente, em várias ocasiões ela postulou sua existência como necessária para explicar certos problemas da vida. Suas radiações foram captadas por vários cientistas em diferentes condições e em épocas distintas. Blondot[5] e Charpentier[6] chamaram a essas radiações raios “N”, nome dado por terem sido observados na cidade de Nantes[7]. Outros as chamaram de “Fluido Ódico”. Investigadores científicos, que conduziram pesquisas sobre fenômenos psíquicos, fotografaram o Corpo Vital quando era extraído através do baço por espíritos materializadores. Dr. Hotz, por exemplo, obteve duas fotografias de uma materialização, graças ao médium alemão Minna-Demmler. Sobre uma delas, vê-se uma nuvem de Éter sem forma saindo do lado esquerdo do médium. A segunda foto, tirada uns instantes mais tarde, mostra o espírito já materializado, de pé ao lado do médium.
Outras fotografias tiradas do médium italiano Eusápia Palladino[8] por cientistas mostram uma nuvem luminosa flutuando sobre seu lado esquerdo.
O Corpo Vital tem um papel importante na saúde e na enfermidade. Ele é afetado por amputações, acidentes, anestésicos, afogamentos, choques, arrependimentos e remorsos. Quando não está em posição concêntrica com relação aos outros veículos do Ego, pode resultar em insanidade ou idiotice.
Se estivermos atentos à higiene e à dieta, o Corpo Denso é principalmente o mais beneficiado, porém, ao mesmo tempo, produz-se, também um efeito sobre os Corpos Vital e de Desejos, porque quanto mais puros e melhores forem os alimentos empregados na construção do Corpo Denso, as partículas ficam envoltas em Éter planetário e matéria de desejos mais puros. Desta forma, as partes planetárias do Corpo Vital e do Corpo de Desejos se tornam mais puras. Se se dedica atenção unicamente à higiene e ao alimento, os Corpos Vitais e de Desejos individuais, poderão permanecer quase tão impuros como antes, mas, no entanto, será mais fácil colocar-se em contato com o bem do que se tivessem sido empregados alimentos grosseiros.
Por outro lado, se apesar dos desgostos, cultivar-se um caráter equânime e, também interesses literários e artísticos, o Corpo Vital produzirá uma impressão de delicadeza e de refinamento nos assuntos físicos, e engendrará sentimentos e emoções mais nobres no Corpo de Desejos.
O cultivo das emoções também exerce uma reação sobre os outros veículos, e ajuda a melhorá-los.
As tendências positivas e construtivas do Corpo Vital – veículo do amor – não se prestam facilmente à observação. No entanto, pôde-se comprovar que o contentamento aumenta a vida de cada ser que o cultiva. Portanto, podemos dizer sem medo de enganar-nos, que a criança concebida num ambiente de harmonia e amor tem melhores possibilidades na vida do que aquela que foi concebida num ambiente de paixão, bebida e descontentamento.
O Corpo Vital nasce mais ou menos aos sete anos, isto é, na época da segunda dentição da criança.
Há problemas muito importantes que devem e podem ser tratados, somente durante certos períodos da infância e os pais devem saber quais são. Ainda que os órgãos já estejam formados quando a criatura nasce, as linhas de crescimento se determinam durante os sete primeiros anos e, se não estão bem delineadas, uma criança sadia pode converter-se em um homem ou mulher enferma.
Em tudo o que vive, o Corpo Vital irradia torrentes de luz da força que ele despendeu na construção do Corpo Denso. No estado de saúde, estas irradiações afastam todos os venenos do corpo e o mantêm limpo. Condições similares prevalecem no Corpo Vital da Terra, sendo este o veículo de Cristo. As forças venenosas e destrutivas geradas por nossas paixões são afastadas pelas forças vitais de Cristo, porém, cada pensamento ou ato maléfico traz para Ele uma porção de dor, que se torna parte da Sua Coroa de Espinhos – dizemos coroa porque sempre se considera a cabeça como assento da consciência. Devemos nos conscientizar de que cada má ação que praticamos, por menor que seja, tem um efeito sobre Cristo, como já foi citado, e acrescenta outro espinho de sofrimento em sua coroa.
Não podemos assimilar minerais, pois eles não possuem um Corpo Vital e, portanto, o ser humano não pode elevar as vibrações dos minerais ao seu grau de intensidade. As plantas têm um Corpo Vital, mas não são conscientes de si mesmas, portanto são assimiladas facilmente e permanecem no corpo mais tempo, do que as células dos alimentos animais, que são compenetradas por um Corpo de Desejos. Os corpos dos animais vibram intensamente e, portanto, necessita-se de muita energia para assimilar suas células que se escapam rapidamente. Daí que a dieta carnívora exige que a pessoa se alimente mais frequentemente.
A enfermidade aparece primeiramente no Corpo de Desejos e no Corpo Vital; eles ficam mais tênues em sua textura, e não especializam o fluido vitalizador na mesma proporção, como acontece no estado de saúde. Então, o Corpo Denso cai enfermo. Quando o doente se recupera, os veículos superiores denotam melhora antes que a saúde se manifeste no Mundo Físico.
Quando um vidente examina uma pessoa que está para ficar doente, nota-se que o Corpo Vital está atenuando-se e, quando fica tão tênue que já não pode sustentar o Corpo Denso, este começa a manifestar sinal de enfermidade. Por outro lado, um pouco antes da recuperação física, o Corpo Vital, pouco a pouco, fica mais denso em sua estrutura e logo começa o período de convalescença.
Durante a enfermidade, o Corpo Vital especializa muito pouca energia solar, então, por um período, o corpo visível parece alimentar-se do Corpo Vital e, assim, este veículo fica mais transparente e mais tênue, ao mesmo tempo em que o corpo visível demonstra sinais de extenuação. As radiações eliminadoras faltam quase completamente durante a enfermidade e, portanto, as complicações são frequentes.
O homem tendo um Corpo Denso positivo possui um Corpo Vital negativo, e, portanto, não pode resistir à enfermidade tão bem como a mulher, que tem um Corpo Denso negativo, mas seu Corpo Vital é positivo. Esta é a razão pela qual a mulher pode suportar tantas enfermidades, que matariam um homem que tivesse o dobro de seu peso e aparentasse ter muito mais vitalidade. A mulher sofre mais intensamente que o homem, porém, suporta a dor com mais coragem. Quando ela começa a se recuperar, seu Corpo Vital polarizado positivamente parece sugar a energia solar, como se tivesse milhões de bocas. Ele se incha e começa quase que imediatamente a irradiar as torrentes de luz, tão características da saúde e, como resultado, o Corpo Denso se recupera rapidamente.
Por outro lado, quando um homem se debilitou muito por causa de uma enfermidade, uma vez passada a crise, seu Corpo Vital polarizado negativamente, se parece com uma esponja. Absorverá toda a energia solar que possa, mas sem a avidez que caracteriza o Corpo Vital da mulher. Em consequência, demora-se largo tempo no umbral da morte, mas como é mais fácil desistir do que lutar, sucumbe mais frequentemente que a mulher.
Olhando uma pessoa enferma com a visão espiritual, nota-se que o Corpo Vital está muito debilitado e atenuado, em proporção aos desgastes feitos pela enfermidade. Não se vêm mais as irradiações em linhas retas como quando o corpo é são, e sim emanações débeis que se encurvam formando redemoinhos e espirais, em torno do Corpo Denso. A coloração não é rosada purpúrea, como deveria ser, senão cinzento-opaco na maioria das partes do corpo, e a região particularmente enferma está envolta em algo que se parece uma massa negra gelatinosa. Isto é, como poderíamos chamar a vibração de enfermidade, e, quando o enfermo recebe o tratamento magnético, esta venenosa massa negra é absorvida pelas mãos do curador. Quando ele a arremessa de si com um vigoroso movimento, a massa cai no chão e, se o paciente passar por esse lugar, vai absorvê-la. Portanto, o autor sempre teve o costume de jogar estes miasmas pela janela ou numa lareira, onde se queimam, e, então, não podem fazer mal.
Enquanto um órgão está enfermo, sempre gera esta massa venenosa que flutua a seu redor, e impede as correntes do Corpo Vital de penetrar nele. O trabalho do magnetizador consiste simplesmente em limpar o órgão enfermo e, assim, abrir caminho para o fluxo das correntes de vida e saúde. O alívio geralmente é só temporário, pois o órgão enfermo e debilitado continua gerando os miasmas venenosos, e então, em seguida, se necessita de outra “limpeza” por parte do magnetizador. Este estado de coisas subsiste até que as correntes vitais se fortaleçam o bastante para vencer e jogar fora os eflúvios daninhos, e limpar o órgão por seus próprios esforços. Então, a saúde retorna.
O osteopata vê a enfermidade por outro ângulo, e manipula os nervos que são as avenidas das correntes vitais. Estas massagens fortalecem as correntes e dispersam os miasmas que estão se formando na parte enferma do corpo. No entanto, geralmente, requer uma série de tratamentos da parte do osteopata antes que a saúde seja restaurada, pois o miasma venenoso obstrui outra vez os nervos pouco tempo depois das massagens. Portanto, na opinião do autor, embora ele não tenha experimentado, o melhor seria a combinação dos dois métodos: abrir caminho para as correntes nos nervos, e fortalecê-los por meio de tratamentos osteopáticos, extraindo, ao mesmo tempo, os miasmas envenenados por tratamentos magnéticos, e tendo o cuidado de queimá-los ou jogá-los fora. Estes dois métodos combinados poderiam facilitar extraordinariamente o tratamento da doença.
O baço é a entrada das forças solares, mas, a transmutação da energia solar em um fluido ligeiramente rosado acontece no plexo solar, onde o Átomo-semente prismático do Corpo Vital se localiza.
Com relação ao que ocorre quando o baço foi removido, devemos recordar que o Corpo Denso se acomoda da melhor maneira possível às condições alteradas. Se uma ferida em determinada parte do corpo impossibilita o sangue de fluir por vasos normais, ele encontra outra rede de veias pelas quais possa realizar seu circuito. Porém, um órgão nunca se atrofia enquanto possa servir a um propósito útil. O mesmo acontece com o Corpo Vital formado de Éteres. Quando um membro foi amputado, a parte etérea desse membro já não é necessária na economia do corpo, e gradualmente se dissolve. Porém, no caso de um órgão como o baço, em que a contraparte etérea tem uma função importante, como porta de acesso das energias solares, naturalmente não se produz semelhante desintegração.
Também, deve ser lembrado que, quando uma enfermidade no veículo físico se manifesta, a parte correspondente do Corpo Vital se debilitou e atenuou previamente, ficou doente e foi sua a impossibilidade de suprir à quantidade necessária de energia vital, que provocou a manifestação dos sintomas físicos da doença. Inversamente, quando a saúde retorna, o Corpo Vital é o primeiro que se restabelece, e esta convalescença logo se manifesta no Corpo Denso. Portanto, se o baço físico fica enfermo, é evidente que a contraparte etérea não está bem e, então, é muito duvidoso que a extração do órgão seja útil. No entanto, se é feita, o corpo tratará de acomodar-se às novas condições, e a contraparte etérea do baço continuará funcionando como antes.
A tendência natural do Corpo de Desejos é endurecer e consolidar tudo quanto se põe em contato com ele. O pensamento materialista acentua esta tendência de tal modo que, geralmente, produz como resultado, em vidas futuras, a horrenda enfermidade chamada tuberculose, que é um endurecimento dos pulmões, os quais devem ser brandos e elásticos. Ocorre, algumas vezes, que o Corpo de Desejos comprime o Corpo Vital, de modo que este não pode conter o processo de endurecimento e, então, temos a tuberculose galopante. Em alguns casos, o materialismo torna o Corpo de Desejos frágil, por assim dizer, e, então, ele não pode realizar devidamente seu trabalho de endurecimento do Corpo Denso e, como resultado, produz o raquitismo ou enfraquecimento ósseo. Vemos, portanto, os perigos que corremos ao manter tendências materialistas, que dão origem ao endurecimento das partes brandas do corpo, como na tuberculose, ou o enfraquecimento das partes duras, ósseas, como no raquitismo. Naturalmente, nem todos os casos de tuberculose demonstram que a pessoa foi um materialista em vida anterior, porém, os ensinamentos das ciências ocultas afirmam que esse resultado geralmente é produzido pelo materialismo.
No caso da pessoa que está preparada para receber a Iniciação, a aceleração das vibrações é maior do que para o homem ou mulher comuns. Portanto, não requer exercícios para acelerar esta vibração, mas, necessita de determinados exercícios espirituais, ajustados individualmente para ele, que farão com que se adiante em seu próprio caminho.
Se essa pessoa, nesse período crítico, se encontrasse com um indivíduo que, por maldade ou ignorância, lhe desse exercícios respiratórios que o interessado cumprisse fielmente, com a esperança de obter resultados rápidos, esses resultados seriam obtidos, mas não da maneira que ele buscava. A vibração dos átomos do corpo, em um período muito curto, teria acelerado de tal maneira que pareceria como se estivesse caminhando sobre o ar. Também poderia produzir-se uma indevida separação do Corpo Vital com o Corpo Denso, o que traria a tuberculose ou insanidade como resultado.
Quando anestésicos são usados, o Corpo Vital é expulso parcialmente do Corpo Denso, junto com os demais veículos e, se a aplicação é demasiadamente forte, produz-se a morte. O mesmo fenômeno pode ser observado no caso dos médiuns materializadores. Na verdade, a diferença entre um médium dessa classe e um homem ou mulher comum é que, nestes últimos, o Corpo Vital e o Corpo Denso estão, no atual estado de evolução, estreitamente interligados, enquanto no médium esta relação é débil. Não foi sempre assim, e virá um tempo em que o Corpo Vital poderá abandonar normalmente o Corpo Denso, o que, no presente, não acontece. Quando um médium permite que seu Corpo Vital seja usado por entidades do Mundo do Desejo que querem materializar-se, o Corpo Vital sai pelo lado esquerdo através do baço, que é sua “porta” particular. Então, as forças vitais não podem fluir no organismo, como geralmente o fazem, e o médium fica exausto, e alguns deles se vêm obrigados a fazer uso de estimulantes, o que, com o tempo, faz com que se convertam em alcoólatras incuráveis.
A força vital do Sol que nos rodeia como um fluido incolor, é absorvida pelo Corpo Vital por meio da contraparte etérea do baço, onde sofre uma curiosa transformação de cor. Fica rosa pálido e circula pelos nervos através de todo o Corpo Denso. Com relação aos nervos, é o que a eletricidade é para o telégrafo. Ainda que haja fios, aparelhos e telegrafistas se falta a eletricidade, não se pode enviar as mensagens. O Ego, o cérebro e o sistema nervoso podem estar em perfeita ordem, mas se faltar a força vital que possa levar as mensagens do Ego através dos nervos e dos músculos, o Corpo Denso permanecerá inerte. Isto é precisamente o que acontece quando uma parte do corpo se paralisa; o Corpo Vital fica doente e a força vitalizadora já não pode mais fluir. Em tais casos, como na maioria das enfermidades, a perturbação é dos veículos invisíveis e sutis. O reconhecimento consciente ou inconsciente deste fato, faz com que os médicos mais afamados empreguem a sugestão que trabalha sobre os veículos superiores, como um auxiliar da medicina. Quanto mais fé e esperança possa o médico imbuir em seu paciente, tanto mais rápido se desvanecerá a enfermidade, dando lugar a uma perfeita saúde.
Durante a saúde, o Corpo Vital especializa uma superabundância de força vital a qual, depois de passar pelo Corpo Denso, se irradia em linhas retas em todas as direções desde a sua periferia, como os raios de um círculo irradiam desde o centro; porém, em casos de enfermidade, quando o Corpo Vital se atenua, não pode absorver a mesma quantidade de força e, além disso, o Corpo Denso dela se alimenta. Então, as linhas de fluido vital que se exteriorizam curvam-se e caem, mostrando a falta de força ou a debilidade que se produziu. No estado de saúde, estas irradiações expulsam os germes e micróbios inimigos da saúde do Corpo Denso, mas na enfermidade, quando a força vitalizadora é débil, essas emanações não eliminam tão facilmente os germes nocivos. Portanto, o perigo de contrair uma enfermidade é muito maior quando as forças vitais são escassas, do que quando se está com saúde perfeita.
Nos casos em que se amputam partes do corpo, o Éter planetário é o único que acompanha a parte separada. O Corpo Vital e o Corpo Denso se desintegram sincronicamente depois da morte, e o mesmo acontece com a contraparte etérea do membro ou parte amputada. Ela irá gradualmente se desintegrando na medida em que a parte densa se decompõe, porém, nesse meio tempo, o fato de que o ser humano possui o membro etéreo, faz com que ele afirme sentir os dedos e, também dor neles. Existe certa relação entre o membro amputado e a parte etérea, independente da distância. Sabe-se de um caso em que um ser humano sentiu uma forte dor, como se tivesse cravado um prego na perna que fora amputada, dor que persistiu até que o membro foi exumado, e soube-se que tinham cravado um prego quando o encaixotaram para enterrá-lo. O prego foi removido e a dor instantaneamente cessou. De acordo com este fato, estão todos os casos em que as pessoas sofrem dores nos membros amputados, durante dois ou três anos depois da operação. Depois a dor passa. Isto é devido a que a enfermidade ainda permanece na parte etérea do membro amputado, porém, quando a parte densa amputada se desintegra, desintegra-se, também a etérea e a dor cessa.
É de conhecimento geral entre aqueles que auxiliam os acidentados, que eles não sofrem tanto na hora do acidente quanto sofrem depois; isto é, devido a que o Corpo Vital está são no momento do acidente e, portanto, todo o efeito do acidente só será sentido quando este veículo se atenuar, e não estiver mais em condições de ajudar os processos vitais. Assim, vemos que se produzem mudanças no Éter do ser humano e, de acordo com o axioma místico, “como é acima, é abaixo” e vice-versa, produzem-se, também mudanças no Éter Planetário, que constitui o Corpo Vital do Espírito da Terra. Assim como a recordação consciente dos últimos acontecimentos que são, por algum tempo, muito vivos no ser humano se desvanecem pouco a pouco, assim também o registro etéreo, que é o aspecto inferior da Memória da Natureza, vai apagando-se.
Quando um corpo adquire certa velocidade em sua queda, os Éteres Superiores abandonam o Corpo Denso, deixando a pessoa acidentada insensível. Quando o corpo atinge o chão, ele fica muito machucado, porém, a pessoa pode recobrar a consciência quando os Éteres se organizarem outra vez. Então, começa a sofrer as consequências físicas da queda. Se a queda continua depois que os Éteres Superiores saíram do corpo, a crescente velocidade da queda acaba por desalojar também os Éteres Inferiores, e o Cordão Prateado é tudo o que fica ligado ao Corpo Denso. . . este cordão se rompe ao se produzir o impacto contra o chão e o Átomo-semente passa, então, ao ponto de ruptura, onde se mantém na forma usual.
Com base nestes fatos, chegamos à conclusão, de que é a pressão atmosférica normal que mantém o Corpo Vital dentro do Corpo Denso. Quando nos movemos com uma velocidade anormal, a pressão fica suspensa em algumas partes do corpo, formando-se assim um vazio parcial, resultando que os Éteres abandonem o corpo e penetrem nesse vazio. Os dois Éteres Superiores, que estão menos aderidos, são os primeiros que desaparecem e deixam a pessoa inconsciente depois de haver produzido, como em um relâmpago, o panorama de sua vida. Então, se a queda continua aumentando a pressão aérea diante do corpo e o vazio atrás, os Éteres Inferiores mais apegados ao corpo, também são impulsionados para o exterior, e então o corpo está realmente morto antes de chegar ao solo.
Examinando certo número de pessoas em estado de saúde normal, descobrimos que cada um dos átomos prismáticos que compõem os Éteres Inferiores, irradiavam de si linhas de força que faziam girar o átomo físico, no qual estavam inseridos, dotando todo o corpo com vida. A irradiação de todas estas unidades de força está em direção à periferia do corpo, e constitui o que se denomina “Fluido Ódio”, embora também designado com outros nomes. Quando a pressão atmosférica exterior diminui nas grandes altitudes, manifesta-se certo nervosismo, porque a força etérea é impelida de dentro para fora, sem controle, e, se o ser humano não pudesse conter esse fluxo de energia solar, ao menos parcialmente por um esforço da vontade, ninguém poderia viver nestes lugares.
Agora chegamos ao ponto crucial de nossa explicação. O Éter é uma matéria física e, enquanto os indivíduos feridos no campo de batalha por pequenas armas de fogo, possam às vezes caminhar um pouco atordoados, mas conscientes, as terríveis detonações dos grandes canhões empregados em grande escala, têm o efeito de dar volta aos átomos prismáticos e destroçar a envoltura áurica, formada pelos Éteres Luminoso e Refletor, Éteres que constituem a base da percepção sensorial e da memória. Até que com o tempo tudo volte ao normal, o ser humano fica em estado de choque e em coma, condição que pode demorar semanas. Sob semelhantes condições, a substância sutil etérea não se presta à formação de imagens da vida passada, pois, está congelada até certo grau.
Quando uma pessoa se asfixia ou se afoga, ela se sente muito tranquila e sossegada depois da primeira luta, embora se dê conta, em certa medida, do perigo, o Corpo Vital sai antes da ruptura do Cordão Prateado e, portanto, conserva a capacidade de atrair materiais do Mundo Físico. Por isso, houve casos de pessoas mortas por asfixia ou afogamento, que apareceram a seus parentes a milhares de quilômetros de distância, talvez só por um instante, porém, pareciam estar vivos. Talvez tenha sido o desejo que sentiram por muito tempo de ver seus entes queridos, e voltar até eles, e o fato de que estavam agora livres de suas cadeias corporais, que os transportou ali imediatamente nas asas do desejo. Ao chegar onde queriam, o Corpo Vital atraiu quantidade suficiente de partículas da atmosfera para se fazer visível ao ser querido. Porém, talvez nesse momento, rompeu-se o Cordão Prateado, o Corpo Vital entrou em colapso e, então, a visão desapareceu.
Não é raro que se vejam fantasmas de seres vivos. Tudo o que é necessário é que o Corpo Denso esteja num sono muito profundo ou inconsciente, como normalmente ocorre quando uma pessoa está perto do umbral da morte. Pode ser que esteja se afogando ou sob o choque de uma queda de um cavalo, de um carro, ou condições similares, ou que haja recebido um golpe na cabeça, ou que esteja muito enferma sobre o leito, muito enfraquecida e extenuada, perto da morte. Então, a maior parte do Éter que constitui o Corpo Vital pode ser extraída do Corpo Denso, deixando este em estado de transe, estado que não se prolonga mais que alguns minutos, mas, como a distância não é uma barreira nos mundos invisíveis, então o desejo da pessoa assim momentaneamente liberado, pode levá-la ao fim do mundo, para aparecer ao ser querido a milhares de quilômetros do lugar onde seu corpo jaz.
É muito mais fácil para o Espírito do caso anterior se materializar, do que para os que já abandonaram seu corpo ao morrer, porque os primeiros têm o Cordão Prateado ainda intacto, subsistindo assim a conexão com o Átomo-Semente no coração.
Exercícios respiratórios indiscriminados não produzem o desdobramento, senão que tendem a desconectar o Corpo Vital do Denso. E, desta maneira, em alguns casos, as conexões entre os centros dos sentidos etéreos e as células cerebrais se rompem, ou se estiram, resultando na loucura. Em outros casos, a desconexão se verifica entre os Éteres Químico e de Vida e, como o Éter de Vida é o material básico da assimilação, e a avenida para a especialização da energia solar, essa ruptura produz a tuberculose.
Unicamente mediante os exercícios apropriados se verifica a separação requerida. Quando a pureza de vida levou a força sexual não usada, gerada no Éter de Vida, ao coração, esta força serve para manter a limitada circulação sanguínea necessária durante o sono. Desta maneira, as funções físicas e o desenvolvimento espiritual correm juntos, seguindo linhas harmoniosas.
O autor esteve muito receoso com relação às consequências que a guerra poderia trazer, quanto ao firme entrelaçamento dos Corpos de Desejo e Vital, dando assim, vida a legiões de monstros para aflição das gerações futuras. Porém, agora está muito satisfeito em poder dizer que não devemos ter este tipo de temor. Somente quando as pessoas são premeditadamente maliciosas ou vingativas, e persistentemente abrigam um desejo e um propósito de desforra, se esses pensamentos e sentimentos são fomentados e mantidos, eles endurecem o Corpo Vital, e o relacionam mais estreitamente com o Corpo de Desejos. Sabemos das lembranças, da grande guerra, que nas fileiras dos exércitos não havia mais sentimentos de ódio de um para o outro, e que os inimigos conversavam como amigos quando, por casualidade, se encontravam em condições propícias. Assim, embora a guerra seja responsável pela terrível mortalidade atual e será a causa de uma deplorável mortalidade infantil no futuro, não será culpada com relação aos terríveis males gerados pela obsessão, e os crimes instigados por Corpos de Pecado demoníacos.
Embora as desordens mentais, quando são congênitas, tenham por causa geral o abuso da função criadora em vidas passadas, existe pelo menos uma exceção notável a esta regra, mencionada no Conceito Rosacruz do Cosmos, e em outros escritos, que é a seguinte: quando um Espírito, que tem uma vida especialmente dura diante de si, desce para renascer e, ao entrar na matriz sente ou percebe o panorama da vida que vai começar, e considera essa existência demasiadamente terrível para ser suportada, às vezes, tenta escapar da escola da vida. Naquele momento, os Anjos do Destino ou seus agentes, já tinham feito a conexão necessária entre o Corpo Vital e os centros sensoriais no cérebro do feto em formação, por isso, o esforço do Espírito para escapar da matriz de sua mãe é frustrado, mas, o arranco que o Ego dá, desajusta a conexão entre os centros sensoriais físicos e etéreos, de modo que o Corpo Vital não fica concêntrico com o Corpo Denso, fazendo com que a cabeça etérea saia do crânio físico. Então, é impossível que o Espírito possa usar seu veículo denso, encontrando-se atado a um corpo sem Mente, que não pode utilizar e a encarnação fica praticamente perdida.
Também acontecem casos que, mais tarde, na vida, um grande choque faz com que o Espírito tente escapar com os veículos invisíveis, resultando uma torção similar nos centros sensoriais do cérebro, causando desequilíbrio na expressão mental. Nós todos tivemos uma impressão parecida quando levamos um grande susto: uma sensação como se algo tentasse escapar do Corpo Denso, isto é, os Corpos Vital e de Desejos que são tão rápidos em sua ação, que mesmo um trem expresso parece com uma lesma quando comparado, vêm e sentem o perigo antes que o medo haja sido transmitido ao comparativamente inerte Corpo Denso, no qual estão ancorados, e que os impede de escapar em condições normais.
A insanidade é sempre causada pela ruptura na cadeia de veículos entre o Ego e o Corpo Denso. Esta ruptura pode ocorrer entre os centros cerebrais e o Corpo Vital, ou entre o Corpo Vital e o de Desejos, ou entre o Corpo de Desejos e a Mente, ou entre a Mente e o Ego. Além disso, a ruptura pode ser completa ou somente parcial.
Quando a ruptura se produz entre os centros cerebrais e o Corpo Vital, ou entre este e o Corpo de Desejos, temos os casos de idiotismo. Quando a ruptura é entre o Corpo de Desejos e a Mente, então predomina o violento e impulsivo Corpo de Desejos, e se apresenta o caso dos maníacos desvairados. Quando a ruptura é entre o Ego e a Mente, a Mente é que governa os demais veículos, e este é o caso dos maníacos astutos que podem enganar seus guardiões, fazendo-os crer que são completamente inofensivos, enquanto tramam algum plano diabólico e malicioso. Então, podem demonstrar subitamente sua mentalidade insana e causam uma terrível catástrofe.
Existe uma causa de insanidade que convém explicar, porque, muitas vezes, é possível evitá-la. Quando o Ego regressa do mundo invisível para um novo renascimento, lhe são mostradas as diversas encarnações possíveis. Então, ele contempla sua próxima vida em suas grandes linhas e acontecimentos gerais, como se fosse uma fita cinematográfica passando diante de seus olhos. Geralmente, neste momento, ele pode escolher entre as diferentes vidas. Ele vê as lições que tem de aprender, o destino que criou por si mesmo em vidas passadas, e que parte deste destino pode liquidar em cada uma das reencarnações que lhe são oferecidas. Então, faz sua escolha e logo é guiado pelos Agentes dos Anjos do Destino, para o país e a família em que terá que viver em sua próxima existência.
Esta visão panorâmica lhe é apresentada no Terceiro Céu, onde o Ego está despido de seus veículos, e se sente espiritualmente por cima de toda sórdida consideração material. É muitíssimo mais sábio do que logo parece ser na Terra, onde se encontra fascinado pela carne numa medida quase inconcebível. Mais tarde, quando a concepção já aconteceu e o Ego penetra na matriz da mãe, em torno do décimo oitavo dia depois da concepção, põe-se em contato com o molde etéreo de seu novo Corpo Denso, que foi formado pelos Anjos do Destino, para estruturar o cérebro que dará ao Ego as tendências necessárias para a elaboração e liquidação de seu destino.
Ali, o Ego vê novamente os quadros panorâmicos de sua próxima vida, da mesma forma que a pessoa que se afoga vê o panorama de sua vida passada em um relâmpago. Nesse tempo, o Ego já está parcialmente cego com relação a sua natureza espiritual, de modo que sua próxima encarnação pode lhe parecer muito dura e, às vezes, tenta retroceder e não entrar na matriz, estabelecendo as conexões cerebrais adequadas. Pode tentar escapar em seguida e, então, ao invés dos Corpos Denso e Vital ficarem concêntricos, o Corpo Vital, formado de Éter, pode ficar parcialmente fora do crânio físico. Nesse caso, a conexão entre os centros sensoriais do Corpo Vital e do Corpo Denso fica desajustada e o resultado é o idiotismo, a epilepsia, a doença de San Vito ou outras afecções nervosas congênitas.
A insanidade é a ruptura na cadeia de veículos entre o Ego e o Corpo Denso. Essa desconexão pode ocorrer entre o Ego e a Mente, entre a Mente e o Corpo de Desejos, entre os Corpos de Desejos e o Vital e, também entre este último e o Corpo Denso. Se a ruptura se produziu entre o Corpo Denso e o Vital, ou entre o Corpo Vital e o de Desejos, o Ego estará perfeitamente são no Mundo do Desejo imediatamente após sua morte, porque já terá descartado os dois corpos afligidos.
Quando a ruptura ocorre entre o Corpo de Desejos e a Mente, o Corpo de Desejos está ainda desenfreado depois da morte, e é causa de muitas calamidades durante sua existência no Mundo do Desejo. O Ego, evidentemente nunca está insano. O que parece insanidade, provém do fato de que o Ego não tem nenhum domínio sobre seus veículos; o pior caso é, sem dúvida, quando a Mente está afetada e o Ego está atado à personalidade por muito tempo, até que os veículos se desintegrem.
Vimos que, no estado de vigília, os Corpos Denso e Vital estão rodeados e interpenetrados por uma nuvem ovoide, formada pelo Corpo de Desejos e a Mente. Todos esses veículos são concêntricos e formam como se fossem elos de uma corrente. É a interpolação de um com o outro, de maneira que os centros sensoriais se ajustem corretamente, o que permite que o Ego manipule este complexo organismo e efetue de uma maneira ordenada, os processos vitais a que chamamos de razão, palavra e ação. Se existe um desajuste em alguma parte, o Ego está obstruído em sua manifestação. Este equilíbrio perfeito é a saúde, o oposto da enfermidade.
A enfermidade tem várias formas e uma é a insanidade que, também é de diferentes tipos. Quando a conexão entre os centros sensoriais do Corpo Denso e do Corpo Vital é oblíqua e quando, às vezes, a cabeça do Corpo Vital eleva-se acima da cabeça do Corpo Denso ao invés de ficar concêntrica, o Corpo Vital está fora de ajuste com os veículos superiores e com o Corpo Denso. Então, nós temos um idiota dócil. Quando os Corpos Denso e Vital estão ajustados, mas a ruptura está entre o Corpo Vital e o de Desejos, a situação é a mesma, mas quando a ruptura é entre o Corpo de Desejos e a Mente, nós temos o maníaco delirante que é mais ingovernável que um animal selvagem, pois este último é controlado pelo Espírito Grupo, e neste caso, todas as tendências animais são seguidas cegamente.
Enquanto muito poucos defendem o abuso da função criadora, muitas pessoas que seguem os preceitos espirituais em outras coisas, ainda acham que a indulgência frequente do desejo de prazer sexual não faz mal. Alguns acham que é tão necessário quanto o exercício de uma função orgânica. Isto é errado por duas razões: a primeira é que cada ato criador requer uma quantidade de força que queima tecido, o qual deve ser reabastecido por uma quantidade extra de comida. Isto reforça e aumenta o Éter Químico; a segunda, como a força propagadora trabalha através do Éter de Vida, este elemento do Corpo Vital é também aumentado a cada indulgência. Consequentemente, os dois Éteres Inferiores, enviando a força criadora para baixo, para a gratificação de nosso desejo por prazer, aderem-se mais aos dois Éteres Superiores que formam o Corpo-Alma, e essa aderência se torna maior e mais poderosa à medida que o tempo passa. Como a evolução de nossas forças anímicas e a faculdade de viajar em nossos veículos mais sutis, dependem da separação entre os Éteres Inferiores e o Corpo-Alma, é evidente que frustramos o objetivo que temos em mente, e retardamos o desenvolvimento pela indulgência da natureza inferior.
Nos preparativos para o Renascimento, assim que o Corpo Vital é colocado, o Ego renascente, com sua envoltura em forma de sino, paira constantemente perto de sua futura mãe. Ela, sozinha, trabalha sobre o novo Corpo Denso nos primeiros dezoito a vinte e um dias depois da fertilização e, então, o Ego entra no corpo da mãe, dirigindo sua envoltura para baixo e envolvendo o feto. A abertura na parte de baixo fecha-se, e o Ego é uma vez mais encarcerado em seu Corpo Denso.
O momento da entrada no ventre da mãe é de grande importância na vida, pois, quando o Ego renascente primeiro contata a matriz do Corpo Vital, ele vê outra vez o panorama da vida que foi impresso pelos Anjos do Destino, na referida matriz, para dar a ele as tendências necessárias para trabalhar o destino maduro, que deve ser liquidado na vida que se vai iniciar.
Neste momento, o Ego está tão cego pelo véu da matéria que não distingue o benefício final, da mesma maneira imparcial quando fez sua escolha na Região do Pensamento Abstrato e, quando uma vida particularmente dura se revela diante de sua visão, no momento em que ele está entrando no ventre da mãe, acontece às vezes que ele fica tão apavorado que tenta escapar. A conexão não pode ser cortada, no entanto, pode ser forçada, de modo que, ao invés de ficar concêntrica, a cabeça do Corpo Vital pode ficar acima da cabeça do Corpo Denso. Então, nós temos um idiota congênito.
Assim como um vampiro suga o Éter do Corpo Vital de sua vítima e se alimenta dele, assim também, repetidos pensamentos de arrependimento e remorso se transformam em um elemental de desejo, que age como um vampiro e suga a vida da pobre alma que lhe deu forma e, como semelhante atrai semelhante, ele fomenta a continuidade deste hábito de arrependimento mórbido.
Se nos permitimos arrependimentos e remorsos durante as horas de vigília como certas pessoas o fazem, estamos sobrepujando o Purgatório, pois, embora o tempo que passamos lá seja gasto na erradicação do mal, a consciência surge de cada imagem na medida em que é arrancada pela força de repulsão. Lá, por causa da ligação do Corpo de Desejos com o Corpo Vital, estamos habilitados a dar vida a uma imagem em nossa memória quantas vezes desejamos e, enquanto o Corpo de Desejos é gradualmente dissolvido no Purgatório pela purgação do panorama da vida, certa quantidade foi acrescentada quando nós estávamos vivendo no Mundo Físico, tomando o lugar daquela matéria que foi expulsa pelo remorso. Concluindo, remorso e arrependimento quando continuamente repetidos em nosso interior, têm o mesmo efeito sobre o Corpo de Desejos que os banhos excessivos sobre o Corpo Vital. Ambos os veículos ficam exauridos por limpeza excessiva, e, por esta razão, é perigoso para a saúde moral e espiritual permitir sentimentos de arrependimento e remorso indiscriminadamente, assim como é fatal para o bem-estar físico tomar banhos demais. O discernimento deve prevalecer em ambos os casos.
Assim como a força latente na pólvora e em substâncias explosivas afins, podem ser usadas para promover os melhores objetivos da civilização, ou os mais selvagens atos de barbarismo, assim também essa emoção de remorso pode ser mal-usada, de modo a causar dano e obstáculo ao Ego ao invés de ajuda. Quando nos remoemos diariamente e a toda hora, nós estamos despendendo um grande poder que pode ser usado para a mais nobre finalidade da vida, pois, o constante arrependimento, afeta o Corpo de Desejos de maneira similar à dos banhos excessivos do Corpo Denso. A água tem uma grande afinidade pelo Éter e o absorve vorazmente. Quando tomamos banho em condições normais, ele remove uma grande quantidade de Éter venenoso e miasmático do nosso Corpo Vital, no caso de ficarmos de molho um espaço de tempo razoável. Depois de um banho, o Corpo Vital fica de certa forma, atenuado e consequentemente nos dá uma sensação de fraqueza, mas se estamos em boa forma e não ficamos no banho muito tempo, a deficiência é logo reparada pela corrente de força que flui para dentro do corpo através do baço. Quando o influxo de Éter fresco substituiu a substância envenenada carregada pela água, sentimos com renovado vigor que atribuímos ao banho, embora não soubéssemos nada do que foi dito anteriormente.
Porém, quando uma pessoa que não está em sua perfeita saúde tem o hábito de tomar banhos diários, duas ou três vezes, um excesso de Éter é retirado do Corpo Vital. O suprimento que entra pelo baço é também diminuído por causa da perda de vibração do Átomo-semente, localizado no plexo solar e do enfraquecimento do Corpo Vital. Daí ser impossível para tais pessoas recuperarem-se entre tais frequentes e repetidos esgotamentos e, como consequência, a saúde do Corpo Denso sofre; elas perdem força continuamente e podem se tornar inválidas.
O Corpo Vital é tão ativo nas horas de sono quanto nas horas de vigília e pode ser influenciado pelo poder da sugestão. O sono pode ser induzido pela hipnose.
Nós temos, em nosso Corpo, dois sistemas nervosos, o voluntário e o involuntário. O primeiro é influenciado diretamente pelo Corpo de Desejos e controla os movimentos do Corpo e sua tendência é quebrar e destruir, só parcialmente restringido em sua tarefa cruel pela Mente. O sistema involuntário tem seu campo de ação específico no Corpo Vital. Ele governa os órgãos digestivos e respiratórios que reconstroem e restauram o Corpo Denso.
É esta guerra entre o Corpo Vital e o Corpo de Desejos que produz consciência no Mundo Físico, mas se a Mente não agisse como um freio sobre o Corpo de Desejos, nossas horas de vigília seriam muito curtas e, também nossa vida, pois o Corpo Vital seria logo esgotado em seu trabalho beneficente pelo imprudente Corpo de Desejos, como está evidenciado na exaustão que segue um ataque de nervos, pois a raiva é uma situação em que o ser humano “perde o controle e o Corpo de Desejos reina livremente”.
Apesar de todos os seus esforços, o Corpo Vital, pouco a pouco, perde terreno com o passar do dia, os tecidos envenenados e deteriorados se acumulam e impedem o fluxo do fluido vital e seus movimentos tornam-se cada vez mais lentos. Como consequência, o Corpo visível mostra sinais de exaustão. Finalmente, o Corpo Vital sofre um colapso, o fluido vital cessa de fluir nos nervos em quantidade suficiente para manter o equilíbrio do Corpo Denso e este se rende inconsciente e, portanto, inadequado para ser usado pelo Espírito. É o sono.
O mesmo acontece com o templo do Ego, nosso Corpo Denso, quando fica exausto. É, então, necessário que o Ego, a Mente e o Corpo de Desejos se afastem e deem amplos poderes ao Corpo Vital para que ele possa restaurar o tônus do Corpo Denso e, então, quando o Corpo Denso vai dormir, há uma separação. O Ego e a Mente, envolvidos pelo Corpo de Desejos, se separam do Corpo Vital e do Corpo Denso, estes dois permanecendo na cama, enquanto os veículos superiores pairam sobre ou perto do Corpo adormecido.
O processo de restauração começa agora. Numa luta no Mundo Físico, os ferimentos nunca são de um só lado; o vencedor também tem algumas lesões. Quanto mais violenta é a luta e mais nivelados são os combatentes, mais lesões sofre cada um. Assim acontece com o Corpo Vital e o de Desejos; o Corpo de Desejos vence sempre, embora sua vitória seja sempre uma derrota, pois ele é forçado a deixar o campo de batalha, e o prêmio, o Corpo Denso, nas mãos do derrotado Corpo Vital, retirando-se para reparar sua própria harmonia despedaçada.
Quando o Espírito se afasta do Corpo adormecido, ele entra no mar de força e harmonia chamado Mundo do Desejo. Lá ele repassa as cenas do dia em ordem inversa, dos efeitos para as causas, colocando em ordem o emaranhado do dia, formando imagens verdadeiras para substituir as impressões erradas, devido à limitação da vida no Corpo Denso e, assim como as harmonias do Mundo do Desejo o permeiam e a sabedoria e a verdade substituem o erro, ele readquire seu ritmo e tom. O tempo necessário para a restauração varia de acordo com o dia, se foi ilusório, impulsivo ou extenuante.
Então, e só então, o trabalho de restauração dos veículos deixados na cama começa, e o Corpo de Desejos, restaurado, começa a reavivar o Corpo Vital bombeando energia rítmica dentro dele, e este, por sua vez, começa a trabalhar sobre o Corpo Denso, eliminando os produtos deteriorados, principalmente por meio do sistema nervoso simpático. Como resultado, o Corpo Denso fica restaurado e repleto de vida. O Corpo de Desejos, a Mente e o Ego entram nele pela manhã, fazendo com que ele acorde.
No entanto, às vezes, acontece que nós ficamos tão absorvidos e interessados nas atividades de nossa existência mundana que, mesmo depois que o Corpo Vital entrou em colapso e deixou o Corpo Denso inconsciente, nós não conseguimos nos libertar para que o trabalho de restauração se inicie. O Corpo de Desejos fica aderido, é retirado só parcialmente pelo Ego e começa a ruminar os acontecimentos do dia naquela posição.
Durante o estado de vigília, quando o Ego está funcionando conscientemente no Mundo Físico, seus diferentes veículos são concêntricos – ocupam o mesmo espaço – mas à noite, quando o Corpo se deita para dormir, a separação acontece. O Ego, vestido pela Mente e pelo Corpo de Desejos, libera-se do Corpo Denso e do Corpo Vital que foram deixados na cama. Os veículos superiores pairam acima e perto. Eles estão conectados com os veículos inferiores pelo Cordão Prateado, um cordão fino e brilhante que tem a forma de dois números seis, com uma extremidade ligada ao Átomo-semente no coração e outra no vórtice central do Corpo de Desejos.
Durante o sono, o Ego também sai do Corpo Denso, mas o Corpo Vital permanece e o Cordão Prateado fica intacto.
O Mundo do Desejo é um oceano de sabedoria e harmonia. Quando os veículos inferiores adormecem, o Ego leva a Mente e o Corpo de Desejos para o Mundo do Desejo. Lá, o primeiro cuidado do Ego é a restauração do ritmo e da harmonia da Mente e do Corpo de Desejos. Esta restauração é realizada gradativamente enquanto as vibrações harmoniosas do Mundo do Desejo fluem através destes veículos. Há uma essência no Mundo do Desejo que corresponde ao fluido que permeia o Corpo Denso por meio do Corpo Vital. Os veículos superiores, por assim dizer, embebem-se neste elixir de vida. Quando fortalecidos, eles começam o trabalho sobre o Corpo Vital que foi deixado com o Corpo Denso. Então, o Corpo Vital começa a especializar a energia solar mais uma vez, reconstruindo o Corpo Denso, usando particularmente o Éter Químico como meio no processo de restauração.
No estado de vigília, os diferentes veículos do Ego – Mente, Corpo de Desejos, Corpo Vital e Corpo Denso – são todos concêntricos. Eles ocupam o mesmo espaço e o Ego se manifesta no Mundo Físico. Mas, à noite, durante o sono sem sonhos, o Ego revestido pelo Corpo de Desejos e pela Mente, se retira, deixando o Corpo Denso e o Vital sobre a cama, não havendo conexão entre os veículos superiores e os inferiores, salvo por um fino e brilhante cordão chamado de Cordão Prateado. Acontece, no entanto, que, às vezes, o Ego trabalhou tanto no Mundo Físico e o Corpo de Desejos ficou tão agitado que ele se recusa a deixar os veículos inferiores e só se retira parcialmente ou pela metade. Então, a conexão entre os centros sensoriais do Corpo de Desejos e os do cérebro físico ficam rompidos parcialmente. O Ego percebe as visões e as cenas do Mundo do Desejo que são extremamente fantásticas e ilusórias e elas são transmitidas aos centros cerebrais sem serem conectadas pela razão. Daí resulta todos os sonhos tolos e fantásticos que temos.
Acontece, no entanto, que, às vezes, o Corpo de Desejos não se retira completamente e, assim, parte dele permanece conectado ao Corpo Vital, o veículo de percepção sensorial e memória. O resultado é que a restauração é realizada somente em parte e as cenas e ações do Mundo do Desejo são trazidas para a consciência física como sonhos. Naturalmente, a maioria dos sonhos é confusa porque o eixo da percepção está distorcido por causa da relação imperfeita de um Corpo com o outro. A memória é também confusa pela relação incongruente dos veículos e, como resultado da perda da força restauradora, o sono cheio de sonhos não é reparador e o Corpo se sente cansado ao acordar.
O Corpo Vital, pode-se dizer que é formado de pontos que se estendem em todas as direções, para dentro, para fora, para cima e para baixo, através de todo o Corpo, e cada pequeno ponto passa através do centro de um dos átomos químicos, fazendo-o vibrar mais intensamente que sua velocidade natural. Este Corpo Vital interpenetra o Corpo Denso do nascimento à morte em todas as situações exceto quando, por exemplo, a circulação do sangue para num certo ponto, como quando descansamos a mão sobre a extremidade de uma mesa por algum tempo e ela “adormece”, por assim dizer. Então, se formos Clarividentes, poderemos ver a mão etérea do Corpo Vital pendurada sob a mão visível como se fosse uma luva, e os átomos químicos da mão recaída em seu natural e lento grau de vibração. Quando batemos na mão fazendo com que “acorde”, por assim dizer, a sensação peculiar de formigamento que temos é causada pelos pontos do Corpo Vital que, então, entram novamente nos átomos adormecidos da mão, iniciando uma vibração renovada.
O Corpo Vital deixa o Corpo Denso de modo semelhante à quando uma pessoa está morrendo. Afogados que foram ressuscitados experimentam uma intensa agonia causada pela entrada desses pontos que eles sentem como um formigamento.
Durante o dia, quando o fluido solar está sendo absorvido pelo ser humano em grande quantidade, estes pontos do Corpo Vital são estendidos ou expandidos, por assim dizer, pelo fluido vital, mas à medida que o dia passa e os venenos da deterioração obstruem o Corpo Denso cada vez mais, o fluido vital flui menos rapidamente; à noite, chega a hora em que os pontos no Corpo Vital não conseguem um suprimento completo do fluído vital, eles murcham e os átomos do Corpo movem-se mais vagarosamente em consequência. Então, o Ego sente o Corpo pesado e cansado. Finalmente, chega a hora em que, por assim dizer, o Corpo Vital entra em colapso e as vibrações dos átomos densos se tornam tão vagarosas que o Ego não pode mais mover o Corpo. É forçado a retirar-se para que o veículo possa se recuperar. Então dizemos que o Corpo foi dormir.
No entanto, o sono não é um estado inativo; se fosse, não haveria diferença de manhã e nenhum poder de restauração durante o sono. A própria palavra restauração implica em atividade.
Quando um edifício ficou arruinado após uso constante e é necessário renová-lo e restaurá-lo, os moradores têm que se mudar para dar aos trabalhadores liberdade de ação. Por razões semelhantes, o Ego sai da sua moradia à noite. Assim como os operários trabalham no prédio para que fique adequado à reocupação, assim também, o Ego tem que trabalhar sua moradia antes que ela esteja pronta para ser reocupada. E este trabalho é feito por nós durante a noite, embora não estejamos conscientes dele nas nossas horas de vigília. É esta atividade que remove o veneno do sistema e, como resultado, o Corpo está restaurado e vigoroso de manhã, quando o Ego entra na hora do despertar. Depende da maneira pela qual usamos nosso Corpo Denso durante o dia, o tempo que o Corpo de Desejos necessita para realizar o trabalho de restauração do ritmo do Corpo Vital e do Corpo Denso. Se usarmos nosso Corpo estrenuamente durante o dia, naturalmente as desarmonias serão proeminentes e o Corpo de Desejos levará a maior parte da noite para restaurar a harmonia e o ritmo. Em consequência, o ser humano estará atado ao seu Corpo dia e noite. Mas, quando ele aprende a agir inteligentemente, controla sua energia durante o dia e não gasta sua força com palavras e ações desnecessárias, quando ele começa a dominar seu temperamento e para com a desarmonia proveniente de observações incorretas, o Corpo de Desejos não fica ocupado durante todo o sono restaurando o Corpo Denso. Uma parte da noite pode ser usada para trabalhar fora. Se os centros sensoriais do Corpo de Desejos estão suficientemente desenvolvidos, como acontece com a maioria das pessoas inteligentes, o ser humano pode soltar as amarras e penetrar no Mundo do Desejo. Ele percebe as cenas, embora não se lembre delas até que tenha efetuado a separação entre a parte superior e a inferior do Corpo Vital, como foi previamente explicado.
No sono natural, o Ego, revestido pela Mente e pelo Corpo de Desejos, se retira do Corpo Denso e, geralmente, paira sobre o Corpo, ou pelo menos permanece perto dele, conectado pelo Cordão Prateado, enquanto o Corpo Vital e o Corpo Denso estão descansando sobre a cama.
É, então, possível influenciar a pessoa, instilando no seu cérebro pensamentos e ideias que desejamos comunicar. No entanto, não podemos fazer com que ela faça qualquer coisa ou nutra qualquer ideia, exceto aquela que está de acordo com seu temperamento. É impossível dar ordens para que ela faça algo e forçar obediência, como acontece quando alguém foi tirado de seu estado consciente pelos passes de um hipnotizador, pois, é o cérebro que move os músculos; e, durante o sono natural seu cérebro está interpenetrado por seu próprio Corpo Vital e ele está em perfeito controle de si mesmo, enquanto que, durante o sono hipnótico, os passes do hipnotizador afastam o Éter do seu cérebro, em direção aos ombros da vítima; esse Éter fica em volta do pescoço, lembrando a gola de um suéter. O cérebro denso é, então, aberto ao Éter do Corpo Vital do hipnotizador, que substitui o Éter do próprio dono. Consequentemente, no sono hipnótico, a vítima não tem escolha quanto às ideias que tem, ou aos movimentos que faz com seu Corpo, enquanto, no sono comum, a pessoa é sempre um agente livre. De fato, este método de sugestão durante o sono é algo que as mães acharão extremamente benéfico no tratamento de crianças teimosas, pois se a mãe se sentar perto da cama da criança que dorme, segurar sua mão, conversar com ela como se ela estivesse acordada, instilar em seu cérebro ideias que gostaria que ela tivesse, ela verá que no estado de vigília muitas destas ideias criarão raízes. Também, ao lidar com uma pessoa que é doente ou viciada em bebida, se a mãe, enfermeira ou outra pessoa usar este método, será possível instilar esperança, cura e recuperação futura ou ajudar no seu autocontrole.
Este método pode, naturalmente, ser usado para o mal, mas não podemos deixar de publicá-lo, já que acreditamos que o bem que pode ser feito deste modo irá compensar mais do que os poucos casos em que pessoas, de má índole, possam usar o método com propósito errado.
Do ponto de vista de uma só vida, os métodos, como, por exemplo, aqueles empregados pelos curadores do movimento de Emmanuel[9], são indubitavelmente produtores de um imenso benefício. O paciente, sentado numa cadeira, é posto para dormir e, lá, ele recebe certas “sugestões”, como são chamadas. Ele se levanta e está curado de seu mau hábito. Se for um alcoólatra, ele se torna um cidadão respeitável que se preocupa com sua esposa e família e, sob esse aspecto, o benefício é inegável.
Porém, olhando mais profundamente pela ótica do ocultista, que vê essa vida como sendo uma em muitas, e observando o efeito que isso tem sobre os veículos invisíveis do ser humano, o caso é completamente diferente. Quando um ser humano entra num sono hipnótico, o hipnotizado faz passes sobre ele que têm o efeito de expelir o Éter da cabeça do seu Corpo Denso e substituí-lo pelo do hipnotizador. O ser humano fica então sob total domínio do outro. Não tem vontade própria e, por isso, as chamadas “sugestões” são na realidade comandos que a vítima não tem outra escolha senão obedecer. Além disso, quando o hipnotizador retira seu Éter e acorda a vítima, é incapaz de remover todo o Éter que ele colocou nela. Similarmente, assim como uma partícula do magnetismo infundida num dínamo elétrico, antes de ser ligado pela primeira vez, permanece como magnetismo residual para ativar os campos do dínamo toda vez que ele é ligado, assim também lá permanece uma partícula do Éter do Corpo Vital do hipnotizador na medula oblongada da vítima, que é um bastão que o hipnotizador mantém sobre ela em toda sua vida, e é devido a este fato que as sugestões a serem executadas num período subsequente ao despertar da vítima são invariavelmente seguidas.
Na hora da morte, há uma separação no Corpo Vital e a parte superior entra nos Mundos invisíveis. Seu Átomo-semente é retido pelo Ego ao passar pelos Mundos celeste para ser usado como um núcleo para o Corpo Vital de um futuro renascimento.
Esta vida na Terra dura até que o ciclo de acontecimentos prenunciados na roda do destino, o horóscopo, tenha se completado. E quando o Espírito de novo alcança o reino de Samael, o Anjo da Morte, a mística oitava Casa, o Cordão Prateado se rompe e o Espírito retorna a Deus, até que a aurora de outro dia na Escola da Terra o chame a um novo nascimento para que adquira mais conhecimento nas artes e ofícios da construção do templo.
Por meio da morte foi possível para os Anjos ensinar a Humanidade, entre a morte e um novo nascimento, a construir um Corpo gradualmente melhor. Tivesse o ser humano aprendido, num passado longínquo, a renovar seu Corpo Vital como foi ensinado a gerar um veículo denso à sua vontade, então a morte teria sido de fato uma impossibilidade e o ser humano teria se tornado imortal como os deuses. Porém, ele teria imortalizado suas imperfeições e o progresso teria sido impossível. É a renovação deste Corpo Vital que está expressa na Bíblia como “comer da Árvore da Vida”. Quando o ser humano recebeu esclarecimento relativo à procriação, ele era um ser espiritual cujos olhos não estavam ainda cegos pelo mundo material e podia ter aprendido o segredo da vitalização de seu corpo segundo sua vontade, consequentemente frustrando a evolução. Daí vemos que a morte, quando ela vem naturalmente, não é uma maldição, mas nossa maior e melhor amiga, pois ela nos livra de um instrumento com o qual não mais podemos aprender; ela nos tira de um ambiente que não nos serve mais para que possamos aprender a construir um Corpo melhor em um ambiente de maior amplitude no qual poderemos fazer mais progresso em direção à meta da perfeição.
Durante a vida, o colapso do Corpo Vital à noite limita nossa visão do mundo em torno de nós, e nos perdemos na inconsciência do sono. Quando o Corpo Vital sofre um colapso logo após a morte e o panorama da vida está terminado, nós também perdemos a consciência por um tempo que varia de acordo com o indivíduo. Uma escuridão parece cair sobre o Espírito. Então, após algum tempo, ele acorda e começa indistintamente a perceber a luz do outro mundo, e só se acostuma às novas condições gradualmente. É uma experiência parecida com aquela que temos quando saímos de um quarto escuro para a luz do Sol, que nos cega com seu brilho, até que as pupilas de nossos olhos se contraem de modo a admitir a quantidade de luz suportável por nosso organismo.
Quando um ser humano passa pela morte, ele leva consigo a Mente, o Corpo de Desejos e o Corpo Vital, sendo este último o armazém das cenas de sua vida passada. E, durante três dias e meio após a morte estas cenas são gravadas no Corpo de Desejos para formar a base de sua vida no Purgatório e no Primeiro Céu, onde o mal é expurgado e o bem assimilado. A experiência da vida em si é esquecida, assim como esquecemos o processo de aprender a escrever, mas retemos a faculdade. Assim, o extrato cumulativo de todas as suas experiências, tanto das vidas passadas e das existências anteriores no Purgatório e nos vários Céus, é retido pelo ser humano e formam seu patrimônio no próximo nascimento. As dores que ele suportou falam-lhe como a voz da consciência, e o bem que ele fez lhe dá um caráter cada vez mais altruísta.
Não importa por quantos anos possamos evitar que o Espírito efetue sua passagem, pois, finalmente, chega a hora em que nenhum estimulante pode manter o corpo vivo e o último suspiro é dado. Então, o Cordão Prateado, do qual fala a Bíblia, que mantém os veículos superiores e inferiores juntos, rompe-se repentinamente no coração e faz com que este órgão pare. Sua ruptura liberta o Corpo Vital e ele, com o Corpo de Desejos e a Mente, flutua sobre o Corpo visível por um tempo que vai de um a três dias e meio, enquanto o Espírito está ocupado em rever a vida passada, uma parte excessivamente importante de sua experiência pós-morte. Desta recapitulação depende toda sua existência desde a morte até um novo nascimento.
Todos os povos antigos, tanto no Oriente como no Ocidente, sabiam muito sobre nascimento e morte, o que foi esquecido nos tempos modernos, porque uma segunda visão prevalecia entre eles naquela época. Até o presente (época em que o livro foi escrito), por exemplo, muitos camponeses na Noruega afirmam possuir a capacidade de ver o Espírito saindo do Corpo na morte, como uma nuvem branca e fina que é, naturalmente, o Corpo Vital; e o ensinamento Rosacruz que afirma que os mortos pairam em volta de sua morada terrena, por algum tempo depois da morte, adotam um corpo luminoso e são penosamente afligidos pela dor de seus entes queridos, foi um conhecimento comum entre os antigos que viviam no Norte. Quando o falecido Rei Helge da Dinamarca se materializou para aliviar a dor de sua esposa, e ela exclamou angustiada: “O orvalho da morte banhou teu corpo guerreiro”, ele respondeu:
És tu, Sigruna,
A única causa
De que Helge seja banhado
Pelo orvalho da tristeza.
Não queres pôr fim a teu pesar
Nem as amargas lágrimas secar.
Cada lágrima ensanguentada
Cai em meu peito gelada
Elas não me deixam descansar.
Quando a autora de “O Ministério dos Anjos”[10] tinha seus dezoito anos, uma amiga chamada Maggie, de repente, ficou muito doente e morreu em seus braços. Imediatamente depois que seu coração parou de bater, ela diz, “E vi, distintamente, algo semelhante à fumaça ou vapor que sobe de uma chaleira, na qual a água está fervendo, ascender de seu corpo. A emanação subiu só até uma certa altura e lá tomou a forma de minha amiga que tinha acabado de falecer. Esta forma, indefinida a princípio, gradualmente se transformou até se tornar nítida e revestida por uma roupagem que parecia uma nuvem branco-perolada, embaixo da qual os contornos da pessoa eram distintamente visíveis. A face era a da minha amiga, mas glorificada sem nenhum traço de espasmo da dor que tinha se apoderado dela momentos antes de sua morte”.
Isto é exatamente o que temos ensinado: no momento da morte, quando o Cordão Prateado se rompe no coração, o Corpo Vital se retira através das suturas do crânio e paira alguns centímetros acima do Corpo.
Quando um Espírito está se desprendendo do Corpo, ele leva com ele o Corpo de Desejos, a Mente e o Corpo Vital, e este é, naquela hora, o armazém das cenas da vida que termina. Estas cenas são então gravadas no Corpo de Desejos durante três dias e meio imediatamente após a morte. Então, o Corpo de Desejos transforma-se no árbitro do destino do ser humano no Purgatório e no Primeiro Céu. Os sofrimentos causados pela purgação do mal e a alegria causada pela contemplação do bem são levados para a próxima vida como consciência, para deterem o ser humano da perpetuação dos erros das vidas anteriores e induzi-lo a fazer o que causou alegria na vida anterior de modo mais abundante.
No momento da morte, quando o Átomo-semente do coração que contém toda a experiência da vida passada em uma imagem panorâmica se rompe, o Espírito deixa seu Corpo Denso, levando consigo os Corpos mais sutis. Ele paira sobre o Corpo Denso que agora está morto, como se diz comumente, por um tempo que varia de algumas horas até três dias e meio. O fator determinante do tempo é a força do Corpo Vital, veículo que constitui o Corpo-Alma de que a Bíblia fala. Há então uma reprodução pictórica da vida, um panorama em ordem inversa, da morte ao nascimento, e as cenas são gravadas sobre Corpo de Desejos por meio do Éter Refletor neste Corpo Vital. Durante este período, a consciência do Espírito está concentrada no Corpo Vital, ou pelo menos deveria estar, e não tem, por isso, nenhum sentimento a respeito. As cenas que são impressas sobre o veículo do sentimento e da emoção, o Corpo de Desejos, são a base do subsequente sofrimento da vida no Purgatório pelas más ações, e de satisfação no Primeiro Céu, devido ao que foi feito de bom na vida que passou.
Estes foram os principais fatos que o autor foi capaz de observar, pessoalmente, sobre a morte no período em que os Ensinamentos lhe foram dados e quando ele foi apresentado, por ajuda do Mestre, às reproduções panorâmicas da vida de pessoas que estavam passando pelo portal da morte; investigações de anos mais tarde revelaram o fato adicional de que há um outro processo em andamento durante estes dias importantes que seguem o da morte.
Uma separação acontece no Corpo Vital, semelhante àquela do processo de Iniciação. Grande parte deste veículo, que pode ser chamado de “alma”, une-se com os veículos superiores e é a base da consciência nos Mundos invisíveis depois da morte. A parte inferior, que é descartada, volta ao Corpo Denso e flutua sobre o túmulo, na maioria dos casos, como está declarado no Conceito Rosacruz do Cosmos. Esta separação no Corpo Vital não é a mesma em todas as pessoas, mas depende da natureza da vida vivida e do caráter da pessoa que se vai. Em casos extremos, esta divisão é muito diferente do normal. Este ponto importante foi descoberto em muitos casos de suposta obsessão que foram investigados pela Sede Central. De fato, foram estes casos que desenvolveram as extensas e estarrecedoras descobertas reveladas por nossas mais recentes pesquisas sobre a natureza da obsessão, que pessoas que apelaram para nós estavam sofrendo. Como era esperado, naturalmente, a divisão nestes casos mostrava uma preponderância do mal, e esforços foram então feitos para descobrir se não havia também uma outra classe de pessoas onde uma divisão diferente, com preponderância de bem, acontece. É um prazer registrar que isto realmente acontecia e, depois de pesar os fatos descobertos, comparando um com outro, o que segue parece ser a correta descrição das condições e suas razões:
O Corpo Vital tem o objetivo de construir o físico toda vez que nossos desejos e emoções o destroem. É a luta entre o Corpo Vital e o de Desejos que produz consciência no Mundo Físico e que endurece os tecidos, de forma que o corpo brando da criança se torna rijo e encolhido na idade avançada, seguido pela morte. A moralidade ou imoralidade de nossos desejos e emoções age de maneira similar no Corpo Vital. Quando a devoção a elevados ideais é a mola mestra da ação, quando se permite que a natureza devocional se expresse livremente e frequentemente por muitos anos e, particularmente, quando isto foi acompanhado pelos exercícios científicos[11] dados aos Probacionistas na Fraternidade Rosacruz, a quantidade de Éter Químico e de Vida gradualmente diminui, enquanto os apetites carnais se desvanecem e uma quantidade aumentada de Éter Luminoso e Refletor toma o lugar deles. Como consequência, a saúde física não é tão boa entre aqueles que seguem o caminho superior, como entre aqueles cuja indulgência com a natureza inferior atrai os Éteres: Químico e de Vida numa proporção tal que os leva à parcial ou total exclusão dos dois Éteres Superiores.
Várias consequências muito importantes conectadas com a morte seguem este fato. Como é o Éter Químico que cimenta as moléculas do corpo em seus lugares e as mantém lá durante a vida, quando somente uma mínima parte deste Éter está presente, a desintegração do veículo físico depois da morte é muito rápida.
Na morte, a separação acontece. O Átomo-semente é retirado do ápice do coração pelo saturnino nervo pneumogástrico através dos ventrículos e pelo crânio (Gólgota); todos os átomos do Corpo Vital são liberados da cruz do Corpo Denso pelo mesmo movimento espiral que desatarraxa cada átomo prismático de Éter de sua envoltura física.
Este processo se desenvolve com maior ou menor violência de acordo com a causa da morte. Uma pessoa de idade, cuja vitalidade foi vagarosamente diminuindo, pode dormir e acordar no outro lado do véu sem a menor consciência de como a mudança acontece; uma pessoa devota e religiosa, que se preparou pela prece e meditação sobre o além, também será capaz de fazer uma passagem fácil; pessoas que morrem congeladas encontram o que o autor acredita ser a mais fácil maneira de morrer por acidente, sendo que o afogamento é a segunda melhor situação.
Porém, quando uma pessoa é jovem e saudável, especialmente se tem uma maneira de pensar materialista ou não religiosa, o átomo etéreo prismático está tão fortemente entrelaçado pelo átomo físico que um puxão considerável é necessário para separar o Corpo Vital. Quando a separação entre o Corpo Denso e os veículos superiores foi concluída e a pessoa está morta, como normalmente se diz, os Éteres Luminoso e Refletor se separam do átomo prismático. É esta matéria, como está explicado no Conceito Rosacruz do Cosmos, que é modelada em imagens da última vida e gravada no Corpo de Desejos, que então começa a fazer sentir tudo o que houve de sofrimento ou de prazer na vida. A parte do Corpo Vital composta pelos átomos prismáticos Químico e de Vida então retornam ao Corpo Denso, pairando acima da sepultura e desintegrando-se sincronicamente com ele.
Os veículos superiores – Corpo Vital, de Desejos e Mente – são vistos deixando o Corpo Denso com um movimento em espiral, levando com eles a alma de um átomo denso. Não o átomo em si, mas as forças que trabalharam através dele. Os resultados das experiências passadas por meio do Corpo Denso durante a vida que terminou foram impressos neste átomo específico. Enquanto todos os outros átomos do Corpo Denso se renovaram de tempos em tempos, este átomo é permanente. Permanece estável não só durante uma vida, mas foi parte de todos os Corpos Densos usados pelo Ego. Ele é retirado na morte só para despertar na aurora de uma outra vida física para servir, outra vez, como núcleo em torno do qual é construído o novo Corpo Denso a ser usado pelo mesmo Ego. É, por isso, chamado de Átomo-semente. Durante a vida, o Átomo-semente está situado no ventrículo esquerdo do coração, perto do ápice. Na morte, ele sobe ao cérebro, passando pelo nervo pneumogástrico, deixando o Corpo Denso juntamente com os veículos superiores, pelo caminho da sutura entre os ossos parietal e occipital.
Quando os veículos superiores deixam o Corpo Denso, eles ficam ainda conectados por um fino, brilhante e prateado Cordão em forma muito parecida a dois seis invertidos, um na vertical e outro na horizontal, conectados nas extremidades do gancho.
Uma extremidade se liga ao coração por meio do Átomo-semente, e é a ruptura deste átomo que faz parar o coração. O Cordão não se rompe até que o panorama da vida, contido no Corpo Vital, tenha sido revisto.
Deve-se tomar cuidado, no entanto, para não cremar ou embalsamar o Corpo até pelo menos três dias após a morte, pois enquanto o Corpo Vital está com os veículos superiores e eles estão ainda conectados com o Corpo Denso por meio do Cordão Prateado, qualquer exame pós-morte ou ferimento praticado no Corpo Denso será sentido de certo modo pelo morto. A cremação deve ser particularmente evitada nos três primeiros dias depois da morte porque tende a desintegrar o Corpo Vital, o qual deve permanecer intacto até que o panorama da última tenha sido gravado no Corpo de Desejos.
O Cordão Prateado se rompe no ponto em que os dois seis se unem, metade permanecendo com o Corpo Denso e a outra metade com os veículos superiores. No momento em que o cordão se rompe, o Corpo Denso está morto.
No início do ano de 1906 o Dr. Mc Dougall[12] fez uma série de experiências no Hospital Geral de Massachusetts para determinar, se possível, se alguma coisa invisível deixava o Corpo por ocasião da morte. Para este fim, ele construiu uma balança capaz de registrar diferenças de um décimo de uma onça[13].
A pessoa agonizante e sua cama foram colocadas numa das plataformas da balança que foi equilibrada por pesos colocados na plataforma oposta. No exato momento em que a pessoa deu seu último suspiro, a plataforma que continha os pesos, subitamente e surpreendentemente, desceu, elevando a cama e o corpo, mostrando que algo invisível, mas tendo peso, tinha deixado o corpo. Logo após, os jornais de todo o país anunciaram em brilhantes manchetes que o Dr. Mc Dougall tinha “pesado a alma”.
O ocultismo aclama com alegria as descobertas da ciência moderna, quando elas invariavelmente corroboram com o que a ciência oculta vem ensinando há muito tempo. As experiências do Dr. Mc Dougall mostraram conclusivamente que algo oculto para a visão comum deixou o Corpo na hora da morte, como os Clarividentes treinados têm visto e tem sido afirmado em palestras e literatura muitos anos antes da descoberta do Dr. Mc Dougall.
Mas esta “coisa” invisível não é a alma. Há uma grande diferença. Os repórteres tiraram conclusões erradas quando afirmaram que os cientistas tinham “pesado a alma”. A alma pertence aos planos superiores e não pode nunca ser pesada em balanças físicas, embora eles tenham registrado variações de um milionésimo de um grão em vez de um décimo de uma onça.
Foi o Corpo Vital que os cientistas pesaram. Ele é formado pelos quatro Éteres que pertencem ao Mundo Físico.
Como vimos, uma quantidade de Éter é adicionada ao Éter que envolve as partículas do corpo humano e é confinada lá durante a vida física, aumentando em pequeno grau o peso do Corpo Denso da planta, do animal e do ser humano. Na morte, ele escapa, daí a diminuição do peso notada pelo Dr. Mc Dougall quando as pessoas que ele observou expiraram.
Esta característica da vida após a morte é similar à que acontece quando alguém está se afogando ou caindo de grande altura. Nestes casos, o Corpo Vital também deixa o Corpo Denso e o ser humano vê sua vida num relance porque ele perde a consciência simultaneamente. É evidente que o Cordão Prateado não está rompido ou ele não voltaria à vida.
Quando a força do Corpo Vital atingiu seu limite, ele entra em colapso da forma descrita quando estávamos considerando o fenômeno do sono. Durante a vida física, quando o Ego controla seus veículos, este colapso interrompe com as horas de vigília; depois da morte, o colapso do Corpo Vital conclui o panorama da vida e força o ser humano a entrar no Mundo do Desejo. O Cordão Prateado se rompe no ponto em que os seis se unem e a mesma divisão que se processa durante o sono é feita, mas com uma importante diferença, a de que embora o Corpo Vital retorne ao Corpo Denso, ele não mais o interpreta, mas simplesmente paira sobre ele. Ele permanece flutuando sobre o túmulo, desintegrando-se sincronicamente com o veículo denso. Daí, para o Clarividente treinado ser o cemitério uma visão repugnante e, se mais pessoas pudessem ver, pouco seria preciso para induzir as mesmas a mudar o método não higiênico de acomodar os mortos para o método mais racional da cremação, que retorna os elementos à sua condição primordial sem as desagradáveis características inerentes ao processo de desintegração lenta.
O processo de abandono do Corpo Vital é muito parecido ao do Corpo Denso. As forças vitais de um átomo são levadas para serem usadas como núcleo do Corpo Vital do futuro renascimento. Assim, quando entra no Mundo do Desejo, o ser humano tem os Átomos-semente dos Corpos Denso e Vital além de seu Corpo de Desejos e da Mente.
Quando uma pessoa morre, parece que seu Corpo Vital se avoluma; ela tem a sensação de crescer em imensas proporções. Esta impressão não é devida ao fato de que o Corpo cresça realmente, mas de que as faculdades de percepção recebam tantas impressões de várias fontes, tudo parecendo estar perto e à mão.
Quando o ser humano morre e perde seus Corpos Denso e Vital, a situação é a mesma de quando alguém dorme. O Corpo de Desejos, como foi explicado, não tem órgãos prontos para serem usados. É agora transformado de um ovoide para uma figura que se parece com o Corpo Denso que ele abandonou. Podemos facilmente compreender que deve haver um intervalo de inconsciência parecida com o sono e, então, o ser humano acorda no Mundo do Desejo. No entanto, frequentemente acontece que estas pessoas ficam incapazes de entender o que lhes aconteceu por um longo período. Não compreendem que morreram. Elas sabem que são capazes de se mover e de pensar. É às vezes, muito difícil fazê-las acreditar que estão verdadeiramente “mortas”. Elas sabem que algo está diferente, mas não são capazes de entender o que é.
Quando o momento que marca o fim da vida no Mundo Físico chega, a utilidade do Corpo Denso termina e o Ego retira-se pela cabeça, levando consigo a Mente e o Corpo de Desejos, como acontece todas as noites durante o sono; mas, agora, o Corpo Vital está inútil e se retira também, e quando o “Cordão Prateado” que uniu os veículos superiores com os inferiores se rompe, não pode ser reparado.
Lembramos que o Corpo Vital é composto de Éter, sobreposto ao Corpo Denso da planta, animal e do ser humano durante a vida. Éter é matéria física e, por isso, tem peso. A única razão pela qual os cientistas não podem pesá-lo é porque são incapazes de juntar uma quantidade e colocá-lo numa balança. Mas quando ele deixa o Corpo Denso na morte, uma diminuição de peso acontece, mostrando que algo que tinha peso, embora invisível, deixou o Corpo Denso naquele momento.
O Cordão Prateado que une os veículos superiores e os inferiores termina no Átomo-semente no coração. Quando a vida material finda de maneira natural, as forças do Átomo-semente se desprendem, passam pelo nervo pneumogástrico atrás da cabeça e ao longo do Cordão Prateado, junto com os veículos superiores. É a ruptura no coração que marca a morte física, mas o Cordão Prateado não se rompe em certos casos por vários dias.
Na palestra nº 3, dissemos que o Corpo Vital é o armazém das memórias consciente e inconsciente; sobre o Corpo Vital, todos os atos e experiências da vida que passou são gravados indelevelmente como uma paisagem sobre uma placa fotográfica exposta. Quando o Ego se retira do Corpo Denso, toda a vida registrada na memória é exposta aos olhos da Mente. É o afrouxamento parcial do Corpo Vital que faz com que uma pessoa que está se afogando veja sua vida, mas só de relance, precedendo a inconsciência; o Cordão Prateado permanece intacto, ou não haveria volta à vida. No caso do Espírito passando pela morte, o movimento é mais lento; o ser humano é um espectador enquanto as imagens se sucedem na ordem inversa, da morte para o nascimento, de modo que ele vê primeiro os acontecimentos anteriores à morte e então os anos da vida adulta se desenrolam; juventude e infância seguem até terminar no nascimento. O ser humano, no entanto, não tem nenhum sentimento a respeito. O objetivo é meramente gravar o panorama no Corpo de Desejos, que é o assento do sentimento, e, dessa gravação, o sentimento será extraído quando o Ego entrar no Mundo do Desejo, mas podemos notar aqui que a intensidade do sentimento depende do tempo consumido no processo de gravação e da atenção dada a isso pelo ser humano. Se ele não for incomodado por longo período por barulho ou histeria, uma profunda e clara impressão será feita sobre o Corpo de Desejos. Ele sentirá o mal que fez mais agudamente no Purgatório e suas boas qualidades serão abundantemente reforçadas no Céu e, embora a experiência seja esquecida na vida futura, os sentimentos permanecerão como uma “voz silenciosa”. Quando os sentimentos penetram profundamente no Corpo de Desejos de um Ego, esta voz não falará com palavras vagas ou incertas. Isso, o impelirá, sem dúvida, forçando-o a desistir daquilo que causou sofrimento na vida anterior e compelindo-o a ceder ao que é bom. Por isso, o panorama passa em ordem inversa de modo que o Ego primeiro vê os efeitos e depois as respectivas causas.
No que diz respeito ao que determina a duração do panorama, lembramos que foi o colapso do Corpo Vital que forçou os veículos superiores a se retirarem; assim, depois da morte, quando o Corpo Vital entra em colapso, o Ego tem que se retirar e então o panorama chega ao fim. A duração do panorama depende, por isso, do tempo que a pessoa possa permanecer desperta. Algumas pessoas podem ficar despertas só umas poucas horas, outras aguentam alguns dias, dependendo da força de seu Corpo Vital.
Quando o Ego deixa o Corpo Vital, este gravita de volta ao Corpo Denso, pairando acima do túmulo, desintegrando-se com o Corpo Denso e é realmente uma visão repugnante ao Clarividente atravessar um cemitério e observar todos aqueles Corpos Vitais, cujo estado de decomposição claramente indicam o estado de deterioração do que está na sepultura. Se houvesse mais Clarividentes, a incineração seria logo adotada como medida de proteção aos nossos sentimentos, além das razões higiênicas.
Nossas últimas investigações indicam que, quando um ser humano espiritualiza seus veículos, a constituição do Corpo Vital, formado de Éter, é transformada. No ser humano comum há sempre uma preponderância dos dois Éteres Inferiores – o Éter Químico e o de Vida – que têm a ver com a construção e a propagação do Corpo Denso, e um mínimo de Éter Luminoso e Refletor, que têm relação com a percepção sensorial e com as elevadas qualidades espirituais. Após a morte, o Corpo do ser humano comum é colocado no túmulo e o Corpo Vital paira cerca de dois pés[14] acima do túmulo, gradualmente se desintegrando. O Corpo Denso se desintegra simultaneamente. No entanto, quando dizemos que ele se deteriora, realmente queremos dizer que ele se torna mais vivo do que era quando o ser humano o habitava, pois, cada pequena molécula se encarrega agora de uma vida individual separada. Ela começa a se associar com suas vizinhas e a unidade de uma vida individual é substituída por uma comunidade de muitas vidas.
Portanto, falamos de tais cadáveres em decomposição como estando vivos e cheios de vermes. Quanto mais denso e grosseiro este veículo for, mais tempo ele precisará para se decompor, porque o Corpo Vital pairando acima dele tem um domínio magnético tenaz que mantém as moléculas densas controladas. Os dois Éteres Superiores vibram numa frequência muito mais rápida que os Inferiores e, quando um ser humano, com pensamentos espirituais, reuniu em torno dele um grande volume deste Éteres que compõe seu Corpo Vital, as vibrações do Corpo Denso também se tornam mais intensas. Consequentemente, quando um ser humano deixa seu corpo na morte, há pouco ou nada do Corpo Vital deixado para trás para manter os componentes do Corpo Denso sob controle. A desintegração é, portanto, muito rápida. Isto não pode ser facilmente provado porque muito poucas pessoas são suficientemente espiritualizadas para que a diferença seja notada, mas você deve se lembrar de que na Bíblia está escrito que certos personagens foram trasladados. O corpo de Moisés era tão vibrante que brilhava e não foi encontrado, etc. Estes foram casos em que o corpo rapidamente retornou aos elementos e, quando o corpo de Cristo foi colocado no túmulo, sua desintegração foi quase instantânea.
No entanto, enquanto o arquétipo do Corpo Denso persiste, ele se esforça em atrair para si matéria física que ele modela de acordo com a forma do Corpo Vital. Assim é difícil para o Auxiliar Invisível que sai de seu Corpo abster-se de se materializar. No momento em que ele relaxa a sua vontade de manter longe de si todos os impedimentos físicos, matéria da atmosfera que o circunda se adere a ele, como as limalhas do ferro são atraídas para o ímã, e ele se torna visível e tangível quanto desejar. Consequentemente, ele é capaz de realizar um trabalho físico onde for necessário, não importa que esteja milhares de milhas longe de seu corpo. Por outro lado, o que realmente provoca a morte é o colapso do arquétipo do Corpo Denso. Portanto, os Espíritos que fazem a passagem desta vida terrena são incapazes de se materializar, salvo através de um médium quando eles extraem seu Corpo Vital, revestem-se com ele e, então, atraem as substâncias necessárias para fazê-los visíveis para os espectadores.
Durante a vida e no estado de consciência de vigília, os veículos do Ego estão todos juntos e concêntricos, mas, na morte o Ego, revestido pela Mente e pelo Corpo de Desejos, retira-se do Corpo Denso e, como as funções vitais estão no fim, o Corpo Vital é também retirado do Corpo Denso, deixando-o inanimado sobre a cama. Um pequeno átomo no coração é retirado e o resto do corpo se desintegra a seu tempo. Mas, neste momento, há um processo extremamente importante se realizando e os que velam o Espírito, que se vai, devem ser muito cuidadosos para que a máxima quietude reine lá e em toda a casa, pois as imagens da vida que passou e que estão armazenadas no Corpo Vital estão passando diante dos olhos do Espírito numa lenta e ordenada progressão, em ordem inversa, desde a morte até o nascimento. Este panorama da vida dura de algumas horas até três dias e meio. O tempo depende da força do Corpo Vital, o que determina quanto tempo um ser humano pode ficar desperto sob o mais severo estresse. Algumas pessoas podem trabalhar cinquenta, sessenta ou setenta horas antes de caírem exaustos, enquanto outras são capazes de ficar despertas somente algumas poucas horas. A razão pela qual é importante que deva haver silêncio na casa durante os três dias e meio imediatamente seguintes à morte é: durante este tempo, o panorama da vida está sendo gravado no Corpo de Desejos, que será o veículo enquanto o ser humano permanecer no Purgatório e no Primeiro Céu, onde ele irá colher o bem e o mal que semeou, de acordo com suas ações praticadas quando estava em seu Corpo Denso.
Quando a vida está cheia de acontecimentos e o Corpo Vital do ser humano está forte, mais tempo será dedicado à esta gravação do que sob condições em que o Corpo Vital é fraco, mas durante todo este tempo o Corpo Denso está conectado com os veículos superiores pelo Cordão Prateado e qualquer ferimento no Corpo Denso é sentido de certa forma pelo Espírito; assim, embalsamamento, exames pós-morte e cremação são todos sentidos. Portanto, eles devem ser evitados durante os três dias e meio depois da morte, pois quando o panorama foi completamente gravado no Corpo de Desejos, então o Cordão Prateado se rompe, o Corpo Vital gravita de volta ao Corpo Denso e não há mais conexão com o Espírito que está livre para ir para sua vida superior.
Quando o Corpo é enterrado, o Corpo Vital se desintegra vagarosamente junto com o Corpo Denso de forma que, por exemplo, quando um braço se desintegra, o braço etéreo do Corpo Vital que paira sobre o túmulo também desaparece, e assim acontece com todo o Corpo até que o último vestígio desapareça. Mas, quando a cremação é feita, o Corpo Vital se desintegra imediatamente e, também as imagens armazenadas da vida que terminou. Estas imagens são gravadas no Corpo de Desejos e formam a base da vida no Purgatório e no Primeiro Céu; se elas forem destruídas pela cremação efetuada antes que três dias e meio tenham passado, será uma grande calamidade para o Espírito. A menos que uma ajuda seja dada, o Espírito não poderá manter o Corpo Vital íntegro. E isto é parte do trabalho que é feito pelos Auxiliares Invisíveis a favor da Humanidade. Às vezes, eles são ajudados pelos Espíritos da Natureza e outros indicados pelas Hierarquias Criadoras ou líderes da Humanidade. Há também uma perda quando a pessoa é cremada antes que o Cordão Prateado se rompa naturalmente, a impressão sobre o Corpo de Desejos não é tão profunda quanto deveria ser e isto tem um efeito sobre as vidas futuras, pois quanto mais profundas sejam as impressões da vida que passou sobre o Corpo de Desejos, mais agudo será o sofrimento no Purgatório pelo mal cometido e mais forte será o prazer no Primeiro Céu, resultante do bem que foi praticado em vida. É o sofrimento e o prazer de nossas vidas passadas que criam o que chamamos de consciência, de forma que, se deixamos de sofrer, perdemos a noção que nos impedirá, nas vidas futuras, de cometer os mesmos erros repetidamente. Por isso, os efeitos negativos da cremação prematura são incalculáveis.
Um fenômeno similar ao panorama da vida geralmente acontece quando uma pessoa está se afogando. Pessoas que voltaram à vida dizem que viram sua vida toda num relance. Isto é porque, sob tais condições, o Corpo Vital se afasta do Corpo Denso. Naturalmente, não há ruptura do Cordão Prateado, ou a vida não poderia ser restaurada. Nos casos de afogamento, a pessoa se torna inconsciente, enquanto, na revisão pós-morte, a consciência continua até que o Corpo Vital entra em colapso da mesma maneira como acontece quando vamos dormir. Então, a consciência cessa por um momento e o panorama está terminado.
Portanto, o tempo ocupado pelo panorama também varia de pessoa para pessoa; depende de que o Corpo Vital esteja forte e saudável, ou tenha se tornado fino e definhado por doença prolongada. Quando mais tempo for gasto na revisão e mais silencioso e cheio de paz for o ambiente, mais profunda será a gravação que é feita no Corpo de Desejos.
Como já foi dito, isto tem um efeito importante e incalculável, pois então o sofrimento que o Espírito experimentará no Purgatório, devido aos maus hábitos e más ações, será mais profundo do que se ele tivesse só uma impressão superficial, e, numa vida futura, a voz silenciosa da consciência o avisará mais insistentemente contra os erros que causaram sofrimento no passado.
Desde quando o mundo existe, nunca houve tanto sofrimento universal quanto no presente (1914). E, além disso, não devemos esquecer que estamos armazenando para nós mesmos uma grande quantidade de sofrimento futuro, pois, como foi explicado na literatura Rosacruz, é impossível para estas pessoas que são agora tão cruéis e de repente são afastadas de seu corpo, reverem sua vida que passou porque a gravação do panorama da vida não se processa como deveria. Portanto, estes Egos não colherão o fruto de sua presente existência como deveriam fazê-lo no Purgatório e no Primeiro Céu. Eles voltarão em vida futura com esta experiência a menos e será necessário, para que possam recuperar o que perderam, morrer na infância de modo a terem seu novo Corpo de Desejos e Vital impressos com a essência de sua vida presente.
Vimos que, quando o Ego terminou seu dia na escola da vida, a Força centrífuga de Repulsão expulsou seu Corpo Denso na morte e depois seu Corpo Vital, que é o próximo em densidade. Depois, no Purgatório, a matéria de desejo mais densa acumulada pelo Ego como roupagem pelos seus desejos mais inferiores é purgada por esta força centrífuga. Nos planos mais elevados, só a Força de Atração domina e mantém o bem com ação centrípeta que tende a atrair tudo da periferia para o centro.
No Segundo Céu, tanto quanto no Corpo Vital o Espírito de Vida trabalhou, transformou, espiritualizou, e, portanto, salvou da decomposição a que o resto do Corpo Vital está sujeito, será amalgamado com o Espírito de Vida para garantir um Corpo Vital e um temperamento melhor nas vidas seguintes.
Quando o Ego, em sua peregrinação através dos Mundos invisíveis, chega ao ponto em que alcança o Terceiro Céu, depois de descartar o Corpo Denso na morte, o Corpo Vital logo depois, o Corpo de Desejos ao deixar o Purgatório e o Primeiro Céu e, finalmente, antes de deixar o Segundo Céu, ele, também deixa o revestimento da Mente para trás e, então, entra no Terceiro Céu completamente livre de empecilhos. Todos os veículos descartados se desintegram, só o Espírito persiste, banhando-se no grande reservatório de força espiritual a que chamamos de Terceiro Céu, a fim de se fortalecer para o próximo renascimento na Terra.
O Corpo Vital é composto de quatro Éteres. Os dois Éteres Inferiores são avenidas de crescimento e propagação. No Corpo Vital de uma pessoa cuja preocupação principal é a vida física, que vive inteiramente para o prazer sensual, estes dois Éteres predominam, enquanto numa pessoa que é bastante indiferente à satisfação material e procura avançar espiritualmente, os dois Éteres Superiores formam a parte mais volumosa do Corpo Vital. Eles são o que São Paulo chama de soma psuchicon ou Corpo-Alma que permanece com o ser humano durante suas experiências no Purgatório e no Primeiro Céu, onde a essência da vida é extraída. Este extrato é a alma, cujas principais qualidades são consciência e virtude. A consciência é o fruto dos erros das vidas passadas que, no futuro, guiará o Espírito corretamente e o ensinará como evitar passos errados semelhantes. Virtude é a essência de tudo o que foi bom nas vidas anteriores e age como um incentivo para manter o Espírito se esforçando ardentemente no caminho da aspiração. No Terceiro Céu a virtude é amalgamada e se torna parte do Espírito. Consequentemente, no curso de suas vidas, o ser humano se torna mais espiritualizado e as qualidades anímicas, consciência e virtude, tornam-se mais fortemente operantes guiando os princípios de conduta.
Porém, há pessoas de natureza tão inferior que levam uma vida de vícios e práticas degeneradas, uma vida brutal, tendo prazer em produzir sofrimento. Às vezes, elas cultivam as artes ocultas por propósitos de maldade para que possam ter mais poder sobre suas vítimas. Então, sua perversidade e práticas imorais resultam em um endurecimento do Corpo Vital.
Em tais casos extremos, quando a natureza animal foi predominante, onde não houve expressão de alma na última vida terrena, a divisão no Corpo Vital a que nos referimos antes não acontece na morte, pois não há linha divisória. Neste caso, se o Corpo Vital pudesse gravitar de volta ao Corpo Denso e lá gradualmente se desintegrar, o efeito da vida demoníaca não seria tão grande, mas, infelizmente, há, nestes casos, um entrelaçamento do Corpo Vital e do Corpo de Desejos que evita a separação. Vimos que, quando um ser humano vive mais sua natureza superior, seus veículos espirituais são alimentados em detrimento dos inferiores. Inversamente, quando sua consciência está centrada nos veículos inferiores, ele os fortalece imensamente. Deve-se compreender que a vida do Corpo de Desejos não termina pela partida do Espírito; ele tem uma vida residual e consciência. O Corpo Vital é também capaz de sentir, de certo modo, por alguns dias depois da morte nos casos comuns (daí o sofrimento causado pelo embalsamamento, exames pós-morte, etc., imediatamente depois da morte), mas quando uma vida inferior o endureceu e o alimentou com grande força, ele tem um tenaz apelo à vida e uma habilidade de se alimentar de odores e bebidas. Às vezes, como um parasita, ele age como um vampiro em pessoas com as quais entra em contato.
Estes seres, são, portanto, uma das grandes ameaças à sociedade. Eles já mandaram incontáveis vítimas para a prisão, destruíram lares e causaram uma quantidade inimaginável de infelicidade. Sempre abandonam suas vítimas quando elas são apanhadas pelas garras da lei. Regozijam-se com o sofrimento e a desgraça de suas vítimas, sendo isso uma parte de seu esquema diabólico. Há outras classes de seres que de deleitam em fazer-se passar por “anjos” nas sessões espíritas. Eles também encontram vítimas lá e ensinam-lhes práticas imorais. O chamado “Poltergeist”, que se diverte quebrando pratos, levantando mesas, fazendo voar chapéus sobre as cabeças de um público que vibra com estas brincadeiras, está também incluído neste grupo. A força e a densidade do Corpo Vital de tais seres facilitam mais as manifestações físicas do que naqueles que entram no Mundo do Desejo; de fato, o Corpo Vital deste grupo de Espíritos é tão denso que eles são quase físicos e tem sido um mistério para o autor que pessoas que são incorporadas por tais entidades não as possam ver. Fossem elas descobertas, a visão de suas faces demoníacas e zombeteiras apagariam a ilusão de que são anjos.
Toda vez que morre uma pessoa que abrigou malícia e ódio em seu coração, estes sentimentos entrelaçam o Corpo Vital e o de Desejos, e ela se transforma numa ameaça mais séria para a comunidade do que se pode imaginar.
Espíritos apegados à Terra são atraídos para as regiões inferiores do Mundo do Desejo que interpenetram o Éter e estão em constante contato com pessoas encarnadas mais favoráveis a ajudá-los em seus desejos maléficos. Em geral, eles ficam apegados à Terra por 50, 60 ou 75 anos, mas casos extremos foram encontrados em que tais seres permaneceram por séculos. Segundo o que o autor foi capaz de pesquisar até o presente, parece que não há limite para o que possam fazer ou por quanto tempo permanecerão. Porém, eles estão amontoando para si próprios uma terrível carga de pecado da qual não escaparão sem sofrer, pois, o Corpo Vital reflete e grava profundamente no Corpo de Desejos todas as suas más ações. E quando finalmente entrarem na existência purgatorial, encontrarão a retribuição que merecem. Este sofrimento é naturalmente longo, na proporção ao tempo em que eles continuaram suas práticas nefastas depois da morte do Corpo Denso – outra prova de que “Embora os moinhos de Deus moam vagarosamente, eles não deixam nada sem moer”.
A nuvem vermelha do ódio[15] está se desvanecendo, o véu negro do desespero se foi, não há explosões vulcânicas de paixão nem nos vivos nem nos mortos, mas de acordo com os sinais dos tempos, que o autor é capaz de ler na aura das nações, há um propósito definido de levar o processo até o fim. Mesmo nos lares privados de muitos membros, isto parece ser válido. Há uma intensa saudade dos amigos que estão no além, mas não há ódio pelo adversário na Terra. Esta saudade é compartilhada pelos amigos no Mundo invisível e muitos estão penetrando o véu, pois a intensidade da sua saudade está despertando nos “mortos” o poder de se manifestar, atraindo o Éter e o gás que frequentemente é tirado do Corpo Vital de um amigo “sensível”, da mesma forma como os Espíritos que se materializam usam o Corpo Vital de um médium incorporador. Assim, os olhos cegos pelas lágrimas são frequentemente abertos por um coração terno, de modo que pessoas queridas, agora no mundo do espírito, encontram-se outra vez face a face, coração a coração. Este é o método que a Natureza usa para cultivar o sexto sentido que, finalmente, capacita todos saber que o ser humano é um Espírito imortal e a continuidade da vida é uma realidade na natureza.
Em toda morte, as lágrimas derramadas servem para dissolver o véu que esconde o Mundo invisível de nossa contemplação saudosa. O sentimento de profunda saudade e a dor na partida de pessoas que se amam, tanto as que ficam como as que se vão, estão rasgando o véu e, num dia não muito distante, o efeito acumulado de tudo isto revelará o fato de que a morte não existe, e que aqueles que passaram além deste véu estão mais vivos do que nós. A potência destas lágrimas, desta dor e desta saudade não é igual em todos os casos. Os efeitos diferem muito, de acordo com o despertar do Corpo Vital de pessoas por atos de altruísmo e serviço, e de acordo com a máxima de que todo desenvolvimento ao longo das linhas espirituais começa no Corpo Vital. Ele é a base e nenhuma estrutura pode ser construída sem que esta fundação tenha sido colocada.
Quando um Ego está no caminho para o seu renascimento o Átomo-semente do Corpo Vital reúne novo material. A polaridade deste material determina seu sexo na próxima vida.
O Átomo-semente do Corpo Vital é o próximo a entrar em atividade, mas o seu processo de formação não é tão simples como no caso no caso da Mente e do Corpo de Desejos, pois é preciso lembrar que estes veículos estavam comparativamente não organizados, enquanto o Corpo Vital e o Corpo Denso são mais organizados e muito complexos. O material de quantidade e qualidade determinadas, é atraído de mesma maneira e sob a obediência da mesma lei como no caso dos corpos superiores, mas a construção do novo corpo e sua colocação no ambiente adequado são feitas por quatro grandes Seres de incomensurável sabedoria, que são os Anjos do Destino, os “Senhores do Destino”. Eles impressionam o Éter Refletor do Corpo Vital de tal maneira que nele se refletem os quadros da próxima vida. Ele (o Corpo Vital) é construído pelos habitantes do mundo celestial e os espíritos elementais de tal modo a formar um tipo particular de cérebro. Mas note que, o Ego que retorna, ele próprio, incorpora então a quintessência de seus Corpos Vitais anteriores e, além disso, ainda realiza um pequeno trabalho original. Isso é feito de modo que na próxima vida possa haver lugar para expressão original e individual, não predeterminada por ações passadas.
O Corpo Vital, tendo sido moldado pelos Senhores do Destino, dará forma ao Corpo Denso, órgão por órgão. A matriz ou molde é então colocada no útero da futura mãe. O Átomo-semente do Corpo Denso está na cabeça triangular de um dos espermatozoides no sêmen do pai. Só isso torna a fertilização possível e aqui está a explicação para o fato de tantas vezes as uniões sexuais serem infrutíferas. Os componentes químicos do fluído seminal e dos óvulos são os mesmos todo o tempo e se fossem só esses os requisitos, a explicação do fenômeno da infertilidade, se procurada só no mundo material visível, não seria encontrada. Quando compreendemos que assim como as moléculas d’ água se congelam segundo as linhas de força na água e se manifestam como cristais de gelo em vez de se congelarem numa massa homogênea, torna-se evidente, portanto, como seria o caso se não existissem as linhas de força previamente à coagulação, não poderia assim existir a construção do Corpo Denso enquanto não houvesse um Corpo Vital no qual se construir o material; além do mais precisa haver um Átomo-semente para o Corpo Denso agir como padrão de qualidade e quantidade do material que será moldado naquele Corpo Denso. Também, no atual estágio do desenvolvimento nunca há total harmonia nos materiais do corpo, porque aquele que a tivesse seria um corpo perfeito, porém a desarmonia não pode ser tão grande a ponto de ser destruidora do organismo. Uma vez realizada a impregnação do óvulo, o Corpo de Desejos da mãe trabalha sobre ele de dezoito a vinte-e-um dias, o Ego permanece fora em seu invólucro do Corpo de Desejos e da Mente, embora sempre em estreito contato com a mãe. Após a expiração desse tempo o Ego entra no corpo da mãe. Os veículos em forma de sino dirigem-se para sobre a cabeça do Corpo Vital e o sino fecha-se em baixo. Dessa hora em diante o Ego paira sobre o seu futuro instrumento até o nascimento da criança e a nova vida terrena do Ego, que retorna, começa.
Acha-se escrito no Conceito Rosacruz do Cosmos que o Corpo Vital da mulher é positivo e que o Corpo Vital do ser humano é negativo. Quando os agentes dos Anjos do Destino estão assistindo um Ego que vai renascer, o tipo do sexo já foi determinado, tanto pela lei de alternação como por uma modificação dessa lei por circunstâncias específicas na vida individual do Espírito, e o Ego é então ajudado a captar para si quantidade suficiente de diferentes tipos de Éteres exigidos pelo seu desenvolvimento. Esses materiais são de uma certa polaridade, seja positiva ou negativa. Quando a matriz feita apenas de átomos etéricos positivos é colocada no útero da futura mãe, estes átomos irão infalivelmente atrair para si átomos físicos negativos, e o corpo resultante da criança, torna-se, em consequência, feminino. Se, de outro modo, a matriz que for colocada no útero da mãe for composta de átomos etéricos negativos, irá atrair os átomos densos positivos e o resultado é que os órgãos sexuais masculinos são mais desenvolvidos e, portanto, o sexo é masculino. A vida, como a eletricidade, necessita ambas as expressões positiva e negativa, de outro modo não se pode manifestar.
Quando o Ego no seu caminho para renascer passa pela Região do Pensamento Concreto, o Mundo de Desejo, e a Região Etérica, ele atrai uma certa quantidade de material de cada uma delas. A qualidade desse material é determinada pelo Átomo-semente, pelo princípio de que semelhante atrai semelhante. A quantidade depende da quantidade de matéria requerida pelo arquétipo por nós mesmos construído no Segundo Céu. Da quantidade dos átomos etéricos prismáticos que são apropriados para um certo Espírito, os Anjos do Destino e seus agentes constroem uma forma etérica que é então colocada no útero da mãe e gradualmente revestida com matéria física que depois forma o corpo visível do recém-nascido.
O Cordão Prateado que cresceu do Átomo-semente do Corpo Denso (localizado no coração) desde a concepção, é preso à parte que brotou do vórtice central do Corpo de Desejos, (localizado no fígado), e quando o Cordão Prateado é preso pelo Átomo-semente ao Corpo Vital, (localizado no plexo solar), o Espírito morre para a vida no mundo supersensível e anima o corpo que vai usar em sua futura vida na Terra.
O Corpo Vital de uma criança ao nascer não se acha organizado. Daí, até aproximadamente a idade de sete anos, quando o Corpo Vital individual nasce, ela se abastece do Corpo Vital macrocósmico.
No período logo após o nascimento os diferentes veículos se interpenetram entre si, como, em exemplo anterior, a areia penetra na esponja e a água penetra tanto a areia quanto a esponja. Mas, embora eles estejam todos presentes, como na vida adulta, acham-se meramente presentes. Nenhuma de suas faculdades positivas acha-se presente. O Corpo Vital não pode usar as forças que operam pelo polo positivo dos Éteres. A assimilação, que trabalha pelo polo positivo do Éter Químico, é muito delicada durante a infância, e o que dela existe é devido ao Corpo Vital macrocósmico, cujos Éteres atuam como um útero para o Corpo Vital da criança até aos sete anos, amadurecendo gradualmente durante esse período. A faculdade de propagação, que funciona pelo polo positivo do Éter de Vida, também está latente. O aquecimento do corpo, que é efetuado através do polo positivo do Éter Luminoso, e a circulação sanguínea são devidos ao Corpo Vital macrocósmico, os Éteres agindo na criança e desenvolvendo-a lentamente até o ponto em que ela possa controlar, por si mesma, essas funções. As forças, operando pelo polo negativo dos Éteres, são sem dúvida as mais ativas. A excreção de sólidos efetuada pelo polo negativo do Éter Químico (correspondendo à subdivisão sólida da Região Química) é muito desenfreada, como é também a excreção de fluidos, que é executada pelo polo negativo do Éter de Vida (correspondendo à Segunda ou divisão fluida da Região Química). O sentido passivo da percepção, que é devido às forças negativas do Éter de Luz, é também excessivamente proeminente. A criança é muito impressionável e é “toda olhos e ouvidos”.
Embora o Corpo Vital de uma criança esteja ainda comparativamente não organizado pela ocasião do nascimento, o Éter que deverá ser usado para o seu completamente está dentro da aura pronto para ser assimilado; e se alguém a sua volta acontecer de estar fraco ou anêmico, um vampiro inconsciente, ele ou ela retira do armazenamento não assimilado de Éter do recém-nascido muito mais facilmente do que do de um adulto, cujo Corpo Vital está totalmente organizado. Naturalmente a pessoa fraca retira mais facilmente Éter que está negativamente polarizado, como no corpo de um bebê do sexo masculino, do que Éter positivo de uma menina recém-nascida… Massagem do baço e estímulo dos nervos esplênicos, cuidadosa e conservadoramente praticada, irá ajudar a contraparte etérea deste órgão, em suas atividades de especialização da energia solar da qual os processos vitais são tão dependentes quanto os pulmões são de ar.
Normalmente pensamos que quando uma criança nasce, ela nasce e isso é tudo; mas, assim como durante o período de gestação o Corpo Denso acha-se protegido do impacto do mundo externo, por estar situado dentro do útero protetor da mãe até chegar à maturidade suficiente para enfrentar as condições externas, assim também estão o Corpo Vital, o Corpo de Desejos e a Mente num estado de gestação e nascem em ocasiões posteriores, porque eles ainda não têm atrás de si uma evolução tão longa quanto a do Corpo Denso e, portanto, para eles chegarem a um estado suficiente de maturidade, para tornarem-se individualizados, leva mais tempo. O Corpo Vital nasce no sétimo ano, quando o período de excessivo crescimento marca a sua vinda.
Apenas uma pequena porção do Éter adequada para um determinado Ego é, então, usada e o Corpo Vital remanescente da criança, ou melhor o material do qual esse veículo será feito, fica então fora do Corpo Denso. Por esse motivo, o Corpo Vital de uma criança projeta-se para muito além da periferia do Corpo Denso do que o do adulto. Durante o período de crescimento esse armazenamento de átomos de Éter é retirado para vitalizar os crescimentos dentro do corpo até que ao atingir a idade adulta, o Corpo Vital se projeta apenas de uma a uma-e-meia polegada[16] além da periferia do Corpo Denso.
Do primeiro ao sétimo ano o Corpo Vital cresce e, vagarosamente, amadurece dentro do útero do Corpo Vital macrocósmico e devido à superior sabedoria desse veículo do macrocósmico o corpo da criança é mais roliço e bem construído, que posteriormente na vida.
Enquanto o Corpo Vital macrocósmico guiar o crescimento do corpo da criança ela é resguardada dos perigos que mais tarde a ameaçam quando a insensato Corpo Vital individual descontrola desenfreado. Isso acontece no sétimo ano quando tem início o perigoso período de excessivo crescimento que continua pelos próximos sete anos. Durante esse período o Corpo de Desejos macrocósmico realiza a função de útero para o Corpo de Desejos individual.
Tivesse o Corpo Vital preponderância contínua e irrestrita no reino humano, como tem no vegetal, o ser humano cresceria a um tamanho enorme. Houve ocasião, num passado distante, em que o ser humano tinha a constituição semelhante à de um vegetal, e possuía apenas o Corpo Denso e o Corpo Vital. As tradições da mitologia e folclore em todo o mundo, com respeito a existência de gigantes em tempos remotos, são absolutamente verdadeiras, porque então os seres humanos eram tão altos quanto as árvores, e pelos mesmos motivos.
O Corpo Vital da planta constrói folha após folha, levando o tronco a ficar cada vez mais alto. Não fosse pelo Corpo de Desejos macrocósmico, o crescimento continuaria assim indefinidamente, mas o Corpo de Desejos macrocósmico interfere num ponto determinado e restringe a continuação do crescimento. A força não mais necessária para o crescimento fica disponível então para outros propósitos e é usada para construir a flor e a semente. De igual modo o Corpo Vital do ser humano, quando o Corpo Denso fica sob sua preponderância, após os sete anos, faz o Corpo Denso crescer muito rapidamente, mas por volta dos quatorze anos o Corpo de Desejos individual nasce do útero do Corpo de Desejos macrocósmico e fica, então, livre para trabalhar sobre o Corpo Denso. O crescimento excessivo é, então, restringido e a força, anteriormente usada para este propósito, torna-se disponível para a propagação, para que a planta humana floresça e se multiplique. Portanto o nascimento do Corpo de Desejos pessoal marca o período da puberdade. Desse período em diante é sentida a atração pelo sexo oposto, sendo especialmente ativa e desenfreada no terceiro período setenário da vida: dos quatorze aos vinte e um anos, porque a Mente controladora ainda não nasceu. Vale lembrar que a assimilação e o crescimento dependem das forças operando pelo polo positivo do Éter Químico do Corpo Vital. Este é libertado no sétimo ano, junto com o equilíbrio do Corpo Vital. Só o Éter Químico está totalmente maduro por essa época; as outras partes necessitam de mais amadurecimento. No décimo quarto ano o Éter de Vida do Corpo Vital, que tem a ver com a propagação, acha-se completamente amadurecido. Durante o período dos sete aos quatorze anos de idade a excessiva assimilação armazenou uma quantidade de força que vai para aos órgãos sexuais e está pronta, na ocasião em que o Corpo de Desejos é libertado.
Por volta do sétimo ano o Corpo Vital da criança alcançou suficiente perfeição para lhe permitir receber impactos do mundo exterior. Ela perde sua camada protetora de Éter e começa uma vida livre. E agora tem início a época em que o educador pode trabalhar sobre o Corpo Vital e ajudá-lo na formação da memória, da consciência, dos bons hábitos e um temperamento harmonioso.
Autoridade e Discipulado são os lemas dessa época, quando a criança deve aprender o significado das coisas. Na primeira fase ela aprende como as coisas são, mas não deve ser incomodada sobre os seus significados, exceto naquilo que ela capta por livre vontade; mas na segunda fase, dos sete aos quatorze anos, é essencial que a criança aprenda o significado das coisas, mas deverá aprender a apanhá-las sob a autoridade dos pais e professores, memorizando as explicações, em vez de raciocinando por elas mesmas, pois raciocínio pertence a um desenvolvimento posterior, e pois deve fazê-lo de livre vontade, com proveito. É prejudicial nessa fase forçá-la a pensar.
Não se deve imaginar, entretanto, que quando o pequeno corpo de uma criança nasceu está completo o processo do nascimento. O denso Corpo Denso tem a evolução mais longa, e como um sapateiro que trabalhou no seu ofício por muitos anos é mais especializado que um aprendiz e pode fazer melhores sapatos e mais rápido, assim também o Espírito que construiu muitos Corpos físicos os produz com mais rapidez, mas o Corpo Vital é uma aquisição mais tardia do ser humano. Portanto, não estamos tão especializados na construção deste veículo. Consequentemente demora mais construí-lo a partir de materiais não consumidos na confecção do revestimento do arquétipo, e assim o Corpo Vital não nasce antes do sétimo ano.
Quando o Corpo Vital nasce, na idade de sete anos, um período de crescimento tem início e um novo lema, ou uma relação preferencial, é estabelecida entre os pais e a criança. Isso tem que ser expresso em duas palavras Autoridade e Discipulado. Nesse período é ensinada a criança certas lições que a faz ter fé na autoridade de seus educadores, quer em casa ou na escola e como a memória é uma faculdade do Corpo Vital ele pode, agora, memorizar o que aprendeu.
É, portanto, eminentemente suscetível ao aprendizado, particularmente porque ela é sem preconceito às opiniões preconcebidas que são um obstáculo para que muitos de nós aceitemos novos pontos de vista. No final desse segundo período, por cerca dos doze aos quatorze anos, o Corpo Vital está tão bem desenvolvido que a puberdade é alcançada.
As crianças que morrem antes dos sete anos só nascem no que diz respeito ao Corpo Denso e ao Corpo Vital e não são responsáveis ante a Lei de Consequência. Mesmo depois dos doze ou quatorze anos o Corpo de Desejos acha-se em processo de gestação, como será mais bem explicado noutra ocasião. E, como o que ainda não despertou, não pode morrer, apenas os Corpos Denso e Vital entram em decomposição quando uma criança morre. Ela retém seu Corpo de Desejos e a Mente para o próximo nascimento. Portanto, ela não percorre todo o caminho que o Ego normalmente faz num ciclo de vida, mas apenas ascende ao Primeiro Céu para aprender lições necessárias, e depois de esperar de um a vinte anos ela renasce, frequentemente, na mesma família como um filho mais novo.
Os animais e as plantas também possuem um Corpo Vital. Embora esse veículo falte ao mineral, a desintegração de duras rochas, etc. afeta o Corpo Vital da Terra.
Quando consideramos a planta, o animal e o ser humano, em relação à Região Etérica, notamos que cada um tem um Corpo Vital separado além de serem penetrados pelo Éter planetário que forma a Região Etérica. Há, entretanto, uma diferença entre os Corpos Vitais das plantas e os Corpos Vitais do animal e do ser humano. No Corpo Vital da planta só os Éteres Químico e de Vida estão completamente ativos. Por isso a planta pode crescer pela ação do Éter Químico e propagar suas espécies através da atividade do Éter de Vida do Corpo Vital separado que ela possui. O Éter Luminoso acha-se presente, mas está parcialmente latente ou adormecido e o Éter Refletor está faltando. Então é evidente que as faculdades de percepção sensorial e memória, que são as qualidades desses Éteres, não podem ser expressas pelo reino vegetal.
Dirigindo nossa atenção para o Corpo Vital do animal vemos que nele os Éteres Químico, Vital e Luminoso acham-se dinamicamente ativos. Portanto, o animal tem as faculdades de assimilação e crescimento, proporcionadas pelas atividades do Éter Químico e a faculdade de propagação por meio do Éter de Vida, sendo estas de igual modo que nas plantas. Além disso, em relação à ação do terceiro Éter, o Luminoso, ele tem a faculdade de gerar calor interior e gerar o sentido da percepção. O quarto Éter, entretanto, acha-se inativo no animal, por isso ele não pode pensar, nem possuir memória. O que aparece como tal, mais tarde, será mostrado ser de uma natureza diferente.
O Ego separado está definitivamente segregado dentro do Espírito Universal na Região do Pensamento Abstrato. Isso demonstra que só o ser humano possui a cadeia completa de veículos correlacionando-o a todas as divisões dos três Mundos. Ao animal falta um elo da cadeia: a Mente; à planta faltam dois elos: a Mente e o Corpo de Desejos; e ao mineral faltam três elos na cadeia de veículos necessários para que funcione de modo autoconsciente no Mundo Físico: a Mente, e os Corpos Vital e de Desejos.
Quando um animal está para nascer, o Espírito-Grupo, ajudado pelos espíritos da natureza e os Anjos, moldam o Corpo Vital do animal que vai nascer, que é então depositado no útero da mãe e os Átomos-sementes são depositados no sêmen do macho; então ocorre a gestação e um animal nasce. Sem a presença do Átomo-semente e a matriz do Corpo Vital, o Corpo Denso do animal não pode ser formado. Condições similares governam a fecundação no caso de um ovo, ou de uma semente. Eles são como o óvulo da fêmea: eles são inúmeras oportunidades. Se um ovo é colocado numa incubadora ou sob uma galinha, o Espírito-Grupo envia a vida indispensável, aceitando a oportunidade de Corporificação. Se uma semente é jogada no solo, é também fertilizada, quando as condições adequadas forem conseguidas para o seu desenvolvimento, nunca. Quando um ovo é quebrado ou cozido ou de algum modo desqualificado para a sua designação primordial, ou quando uma semente é armazenada por anos talvez, não há vida, e consequentemente não agimos mal ao usarmos estes produtos como alimento. É até um benefício para as plantas quando os seus frutos maduros são arrancados, porque assim eles deixam de retirar desnecessariamente a seiva da árvore.
O animal ainda não possui Espírito “individual”, mas possui o chamado Espírito-Grupo, que passa informação a todos os membros de uma espécie. Os animais em separado têm três Corpos: um Denso, um Vital e um de Desejos; mas não têm um elo da cadeia: a Mente. Em consequência, os animais normalmente não pensam, mas do mesmo modo que “induzimos” eletricidade num fio colocando-o junto a outro que se acha carregado, assim de forma análoga, quando em contato com o ser humano, algo semelhante ao pensamento está sendo “induzido” nos animais domésticos superiores como o cachorro, o cavalo e o elefante. Os outros animais obedecem ao estímulo (ao que chamamos de instinto) do Espírito-Grupo animal. Eles não vêm os objetos claramente delineados como o ser humano. Nas espécies inferiores, a consciência animal se expressa cada vez mais numa “consciência pictórica” interna, semelhante ao estado de sono do ser humano, exceto que seus quadros não são confusos, mas transmitem perfeitamente para o animal os estímulos do Espírito-Grupo.
O Espírito animal atingiu, na sua descida, apenas o Mundo de Desejo. Ainda não evoluiu ao ponto de poder “entrar” num Corpo Denso. Por esse motivo o animal não tem um Espírito individual, mas um Espírito-Grupo, que o dirige de fora. O animal tem o Corpo Denso, o Corpo Vital, o Corpo de Desejos, mas o Espírito-Grupo que o dirige está de fora. O Corpo Vital e o Corpo de Desejos de um animal não se acham inteiramente dentro do Corpo Denso, especialmente no que se diz respeito à cabeça. Por exemplo, a cabeça etérea de um cavalo se projeta bem além e acima da cabeça do Corpo Denso.
Quando, como acontece em casos raros, a cabeça etérea de um cavalo entra na cabeça do Corpo Denso, esse cavalo pode aprender a ler, contar e resolver exemplos de aritmética elementar. Essa peculiaridade é também devida ao fato de que cavalos, cães, gatos e outros animais domesticados sentem o Mundo do Desejo, embora nem sempre percebendo a diferença entre este e o Mundo Físico. O cavalo se assustará com a visão de uma figura invisível para o cocheiro; um gato fará movimentos de se esfregar em pernas invisíveis. O gato vê o espírito, entretanto, sem perceber que não existem pernas densas disponíveis para o atrito. O cão, mais esperto que o gato e o cavalo, frequentemente perceberá que há algo que ele não compreende na aparência de um dono morto, cujas mãos ele não pode lamber. Vai latir num lamento e retirar-se para um canto com seu rabo entre as pernas.
Dr. McDougall[17] também pesou em suas balanças animais morrendo. Nesse caso não houve diminuição, embora um dos animais fosse um enorme cão São Bernardo. Isso foi feito para demonstrar que os animais não possuem almas. Pouco tempo depois, entretanto, o Professor La V. Twining, chefe do Departamento de Ciência da Escola Politécnica de Los Angeles, fez experiências com ratos e gatinhos que ele encarcerou em vidros hermeticamente fechados. Suas balanças eram as mais sensíveis conseguidas e foram colocadas dentro de uma caixa de vidro da qual foi removida toda a umidade. Descobriu-se que todos os animais estudados perderam peso ao morrer. Um rato bem grande pesando 12,886 gramas, subitamente perdeu 3,1 miligramas ao morrer.
Um gatinho usado em outra experiência perdeu 100 miligramas ao agonizar, e quando exalou seu último alento perdeu mais 60 miligramas. A seguir foi perdendo peso lentamente, devido â evaporação.
Deste modo os ensinamentos da Ciência Oculta relativos aos Corpos Vitais dos animais foram também comprovados quando se empregaram balanças suficientemente sensíveis. O caso mencionado – o das balanças que não acusaram qualquer diminuição de peso quando morreu o cão São Bernardo – deve-se ao fato de que o Corpo Vital dos animais é proporcionalmente mais leve que o do ser humano.
Os Anjos são particularmente ativos nos Corpos Vitais das plantas, porque o sopro de vida vivificando este reino começou sua evolução no Período Lunar, quando os Anjos eram humanos, e trabalhavam com as plantas como hoje trabalhamos com os nossos minerais. Há, portanto, uma afinidade específica entre os Anjos e o Espírito-Grupo das plantas. Assim podemos explicar a enorme assimilação, crescimento e fecundidade das plantas. O ser humano também ficou enorme na Segunda Época, ou Hiperbórea, quando os Anjos tiveram então responsabilidade especial. Assim é com a criança em sua segunda setenária época de vida, porque é quando os Anjos têm total influência, e no final dessa época, aos quatorze, a criança alcança a puberdade e está apta a reproduzir sua espécie; também devido ao trabalho dos Anjos.
Eles foram os modelos que extraíram de si mesmos o material denso para formar os Corpos das plantas atuais e, também as formas das plantas do passado, que estão incrustadas nas camadas geológicas de nosso Globo Terrestre.
Essas formas etéreas vegetais foram ajudadas em suas formações quando o calor veio do exterior, após a separação da Terra do Sol e da Lua. Esse calor deu-lhes a força vital para extraírem para elas próprias a substância mais densa. O Corpo Vital é o princípio mais importante da planta é ele que faz a planta crescer o caule e as folhas em sucessão alternada, fazendo a planta crescer mais e mais; mas não há variedade, a planta segue repetindo o tempo todo. Caule, folha e galho: sempre a mesma coisa.
As plantas têm apenas um Corpo Denso e um Corpo Vital; daí não poderem sentir, nem pensar. Elas não têm Corpo de Desejos nem Mente, e assim um maior distanciamento existe entre a planta e seu Espírito-Grupo do que entre o animal e seu Espírito-Grupo; daí a consciência das plantas ser correspondentemente mais fraca, assemelhando-se ao nosso estado de sono sem sonho.
O mineral possui apenas o Corpo Denso. Faltam-lhe três ligações para conectá-lo com seu Espírito-Grupo. Portanto, ele é inerte e sua inconsciência assemelha-se a do Corpo Denso humano no estado de “transe”, quando o Espírito humano, o Ego, passou correspondentemente além dele.
Como conclusão, notemos que os três Mundos no qual vivemos não se acham separados pelo espaço. Estão todos por aí, como a luz e a cor, encravados na matéria física, como as linhas de clivagem no mineral. Se deixarmos congelar um prato de água, e examiná-lo num microscópio, veremos os cristais de gelo divididos uns dos outros por linhas. Elas estavam presentes na água embora sem serem vistas como linhas de força, invisíveis até que condições adequadas fizeram-nas aparecer. Então um Mundo acha-se encerrado no próximo-superior, sem ser visto por nós até provermos as condições apropriadas; mas quando nos tivermos adaptados, a Natureza, que está sempre pronta a nos revelar suas maravilhas, expressa ardente alegria por todos aqueles que, como auxiliares na evolução, dessa forma alcançam a cidadania nos reinos invisíveis.
Como vimos na Conferência no. 3[18], as plantas têm um Corpo Denso e um Corpo Vital, que as capacitam a executar os seus trabalhos; vimos, também, que suas consciências eram tão profundas como sonhos sem sonhos. Assim é fácil para o Ego dominar as células vegetais e subjugá-las por longo tempo; daí o grande poder nutritivo dos vegetais. Para funcionar em qualquer dos Mundos e expressar as qualidades peculiares a cada um, precisamos primeiro possuir um veículo feito do material de cada Mundo. Para funcionarmos no denso Mundo Físico precisamos possuir um Corpo Denso adaptado ao nosso meio ambiente. De outro modo seriamos fantasmas, como comumente são chamados os invisíveis para a maioria dos seres físicos. Portanto, temos primeiro que ter um Corpo Vital para que possamos expressar vida, crescimento ou exteriorizar as demais qualidades da Região Etérea.
Quando examinamos os quatro reinos em relação à Região Etérica, vemos que o mineral não possui um Corpo Vital separado, e logo constatamos a razão dele não poder crescer, propagar-se ou mostrar vida consciente. Como uma hipótese necessária para justificar outros fatos conhecidos, a ciência material sustenta que no sólido mais denso, assim como no gás mais rarefeito e tênue, não há dois átomos que se toquem; que há um invólucro de Éter em cada átomo; e que os átomos no universo flutuam num oceano de Éter[19].
Assim como a sensação nos animais e no ser humano é devida a seus Corpos Vitais serem separados, assim também a sensibilidade da Terra é particularmente ativa em sua sexta camada, que corresponde ao Mundo do Espírito de Vida. Para compreender o prazer que ela sente quando a rocha dura é desintegrada por processos de mineração, e a dor quando jazidas se acumulam, precisamos lembrar que a Terra é o Corpo Denso de um Grande Espírito, e para nos fornecer um ambiente no qual possamos viver e adquirir experiências, ela teve que cristalizar seu Corpo na atual condição sólida.
O Corpo Vital da planta é composto por apenas dois Éteres mais densos: o Éter Químico e o Éter de Vida, que possibilitam à planta crescer e propagar-se, mas faltam-lhe, os dois Éteres Superiores: o Éter Luminoso e o Éter Refletor. Por isso ela não tem sensação ou memória do que se passa à sua volta. Por esse motivo, a amputação de um ramo não será sentida pela planta, e no caso do rochedo que é dinamitado, só o Éter Químico se acha presente, por isso os cristais nada sentem. Ainda estaria errado inferir que não há sentimento em ambos os casos; já que plantas e minerais não possuem veículos individuais de sentido, eles acham-se envoltos e interpenetrados pelos Éteres e o Mundo do Desejo do Planeta, e o Espírito Planetário sente tudo pelo mesmo princípio de que nosso dedo não pode sentir, por não possuir Corpo de Desejos individual, mas nós, os Espíritos internos que habitamos o Corpo sentimos qualquer corte sofrido pelo dedo.
Para progredir espiritualmente o ser humano precisa desenvolver mais ainda o seu Corpo Vital.
Estamos agora nos preparando para a rápida aproximação da Era de Aquário com seu grande desenvolvimento intelectual e espiritual. Isso requer um despertar do adormecido Corpo Vital, cuja palavra-chave é Repetição.
O Ego tem vários instrumentos: um Corpo Denso, um Corpo Vital, um Corpo de Desejos e uma Mente. Estas são as suas ferramentas e da qualidade e condição delas depende o quanto, para mais ou para menos, o Ego poderá realizar seu trabalho de colher experiência em cada vida. Se os instrumentos são pobres e apáticos vai haver pouco crescimento espiritual e a vida será improdutiva, no que diz respeito ao Espírito.
A vida superior (Iniciação) não começa, entretanto, até que o trabalho no Corpo Vital tenha início. O meio usado para dar início a essa atividade é o amor, ou melhor, o altruísmo. A palavra Amor tem sido tão deturpada que não tem mais o significado requerido aqui.
A segunda ajuda que agora a Humanidade possui é a Religião do Filho, a Religião Cristã, cujo objetivo é a união com o Cristo, pela purificação e o controle do Corpo Vital.
Enquanto os veículos invisíveis, especialmente o Corpo Vital, estiverem adormecidos, o ser humano poderá seguir numa carreira materialista; mas uma vez que esses veículos sejam despertados e provem do pão da vida, é como o Corpo Denso: fica sujeito à fome, fome da alma, e seus anseios não serão negados, a não ser após uma luta extremamente dura.
Tem sido dito aqui que a Humanidade, pelo menos a maior parte dela, está trabalhando hoje em dia sobre seus Corpos de Desejos, e tentando refrear seus desejos por meio da lei. Quando o desenvolvimento oculto ocorrer, quando o ser humano se tornar um pioneiro, será no Corpo Vital que se irá trabalhar. O Corpo Vital é particular e peculiarmente desenvolvido pela repetição.
É necessário educar e trabalhar o Corpo Vital de tal modo que ele possa ser usado em voos da alma. Este veículo, como sabemos, é composto de quatro Éteres. É por meio deste corpo que manipulamos o mais denso de todos os nossos veículos, o Corpo Denso, o qual normalmente imaginamos ser o ser humano completo. O Éter Químico e de Vida formam uma matriz para os nossos Corpos físicos. Cada molécula do Corpo Denso acha-se encerrada numa rede de Éter que o permeia e o impregna de vida.
Através desses Éteres as funções corporais, tais como respiração, etc., são executadas e a densidade e consistência dessas matrizes de Éter determinam o estado de saúde. Mas a parte do Corpo Vital formada pelos dois Éteres Superiores, o Éter Luminoso e o Éter Refletor, é a que podemos chamar de Corpo-Alma; quer dizer, ela é a que está mais intimamente ligada ao Corpo de Desejos e a Mente e, também a mais receptiva ao toque do Espírito do que se acha a parte formada pelos dois Éteres Inferiores. O Corpo-Alma é o veículo do intelecto, e responsável por tudo que faz do indivíduo, um ser humano. Nossas observações, nossas aspirações, nosso caráter, etc., são devidos ao trabalho do Espírito nesses dois Éteres Superiores, que se tornam mais ou menos luminosos de acordo com a natureza de nosso caráter e hábitos. Outrossim, do mesmo modo que o Corpo Denso assimila partículas de alimento e assim adquire carne, os dois Éteres Superiores assimilam nosso bem agir durante a vida e assim também crescem em volume.
De acordo com nossos feitos nessa vida atual, aumentamos ou diminuímos desse modo à bagagem que trouxemos ao nascer. Se nascermos com um bom caráter, expresso nesses dois Éteres Superiores, não nos será fácil mudá-lo porque o Corpo Vital tornou-se muito, muito firme durante as miríades de anos em que o desenvolvemos. Por outro lado, se fomos frouxos, negligentes e indulgentes em relação aos hábitos que consideramos maus, se formamos um mau caráter em vidas anteriores, aí vai ser difícil superá-los porque isso estabeleceu a natureza do Corpo Vital, e anos de constante esforço serão precisos para mudar sua estrutura. É por isso que os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental afirmam que todo desenvolvimento místico tem início no Corpo Vital.
Cada vez que prestamos serviço a alguém nós aumentamos o brilho de nosso Corpo-Alma, que é construído de Éter. É o Éter de Cristo que atualmente movimenta o nosso Globo, e é bom lembrar que se desejamos um dia trabalhar pela Sua libertação, precisamos que um número suficiente desenvolva seus Corpos Alma ao ponto em que eles possam fazer a Terra flutuar. Então, poderemos carregar Seu fardo e libertá-Lo da dor da existência física.
Além do fato de que a Escola Oriental de Ocultismo baseia seus ensinamentos no Hinduísmo, enquanto, a Escola de Sabedoria Ocidental promulga o Cristianismo, a Religião do Ocidente, há uma grande, fundamental, irreconciliável discrepância entre os ensinamentos dos modernos representantes do Leste e o dos Rosacruzes. De acordo com a versão do Ocultismo Oriental o Corpo Vital, que é chamado Linga Sharira, é comparativamente pouco importante, por ser ele incapaz de se desenvolver como um veículo de consciência. Serve somente como um canal para a força solar “prama”, e como uma ligação entre o Corpo Denso e o Corpo de Desejos, que é chamado Kama Rupa e, também, de “corpo astral”. Este, eles dizem, é o veículo do Auxiliar Invisível.
A Escola da Sabedoria Ocidental ensina, como sua máxima fundamental, que todo desenvolvimento oculto começa com o Corpo Vital, e o autor, como seu representante público, tem estado, por esse motivo, muito ocupado desde o início do nosso movimento tentando reunir e disseminar o conhecimento sobre os quatro Éteres e o Corpo Vital. Muita informação foi dada no Conceito Rosacruz do Cosmos e nos livros que o sucederam, mas as lições e cartas mensais transmitem os resultados de nossas atuais pesquisas. Estamos constantemente exibindo este Corpo Vital (vital em um duplo sentido) para as Mentes dos estudantes para que aprendendo e pensando sobre ele, assim como, lendo e observando os agradáveis “pequenos sermões” que usamos para veicular essa informação, eles possam, consciente e inconscientemente, tecer o Dourado Manto Nupcial. Advertiremos a todos que estudem essas lições cuidadosamente ano após ano; pode haver muito refugo, mas há ouro entre elas.
Temos aqui a descrição de como os estigmas ou perfurações foram produzidas no Herói dos Evangelhos, embora as localizações não estejam perfeitamente descritas, e o processo esteja representando em forma de narrativa diferindo amplamente da maneira pela qual esses fatos realmente ocorreram. Mas deparamos aqui com um mistério que deve continuar secreto para o profano, embora os fatos místicos fundamentais estejam claros como o dia para aqueles que têm o conhecimento. O Corpo Denso não é de modo algum o ser humano verdadeiro. Tangível, sólido e pulsante de vida como o vemos, é realmente a parte mais morta do ser humano, cristalizado numa matriz de veículos superiores que são invisíveis à nossa visão física comum. Se colocarmos uma bacia com água numa temperatura de congelamento, a água em pouco tempo vira gelo, e quando examinamos o gelo, descobrimos que é feito de inúmeros pequenos cristais em variadas formas geométricas e linhas de demarcação. Há linhas etéreas de forças que estão presentes na água antes dela congelar.
Assim como a água endureceu e moldou-se entre essas linhas, assim também os nossos Corpos Físicos congelaram e solidificaram em meio às linhas etéricas de força de nosso invisível Corpo Vital, que está assim no curso normal da vida, indissoluvelmente vinculado ao Corpo Denso, acordado ou adormecido, até que a morte traga a dissolução dessa amarra. Mas como a Iniciação acarreta a libertação do ser humano real do Corpo do Pecado e da morte, de modo a que ele possa se elevar às esferas mais sutis e retornar ao Corpo se desejar, é óbvio que antes que isso aconteça, antes que o propósito da Iniciação seja alcançado, o tenaz entrelaçamento entre o Corpo Denso e o veículo etéreo, que é muito forte e rígido na Humanidade comum, tem que ser dissolvido. Como eles estão mais fortemente unidos nas palmas das mãos, nos arcos dos pés e na cabeça, as escolas ocultas concentram seus esforços em romper a conexão nesses três pontos, e produzir os estigmas de modo invisível.
A Maçonaria Esotérica, que é apenas a capa da Ordem Mística formada pelos Filhos de Caim, tem nos tempos modernos atraído o elemento masculino e seus veículos físicos positivamente polarizados, e os educados na indústria e nas funções de Estado, controlando assim o desenvolvimento material do mundo. Os Filhos de Seth, que constituem o clero, têm lançado seus encantos sobre os Corpos Vitais positivos do elemento feminino para dominarem o desenvolvimento espiritual. E, enquanto os Filhos de Caim, trabalhando através da Franco-Maçonaria e movimentos congêneres, têm brigado abertamente pelo poder temporal, o clero tem brigado arduamente, e talvez de modo mais efetivo sub-repticiamente, para reter seu domínio sobre o desenvolvimento espiritual do elemento feminino.
À medida que a Humanidade avança na evolução, o Corpo Vital se torna mais permanentemente polarizado de maneira positiva, dando a ambos os sexos uma maior aspiração de espiritualidade e, embora mudemos do masculino para o feminino, em encarnações alternativas, a polaridade positiva do Corpo Vital está se tornando mais pronunciada, independente do sexo. Isso explica a crescente tendência ao Altruísmo que ainda está vindo à luz pelo sofrimento vinculado à grande guerra que estamos lutando agora (1918), pois todos concordam que as nações estão buscando obter uma paz duradoura, onde as espadas possam ser transformadas em relhas de arado e as lanças em podões.
Sabemos que nosso Corpo Denso gravita na direção do centro da Terra, portanto, uma mudança precisa acontecer; além disso, São Paulo nos diz que carne e sangue não podem herdar o Reino dos Céus. Mas ele, também chama a atenção de que temos um “soma psuchicon” (traduzido incorretamente por corpo natural), um Corpo-Alma, e este é feito de Éter, o qual é mais leve que o ar e por isso capaz de levitar. Isto é o Manto Dourado de Bodas, a Pedra Filosofal, ou a Pedra da Vida, mencionado em algumas filosofias antigas como a Alma de Diamante, por sua luminosidade, brilho e resplendor – uma gema de valor incalculável. Era também chamado de corpo astral pelos alquimistas medievais, por causa da habilidade por ele conferida, ao que o possuía, de poder transpor as regiões estreladas. Mas não se deve confundi-lo com o Corpo de Desejos que alguns pseudo-ocultistas modernos, erroneamente, chamam de corpo astral. Esse veículo, o Corpo-Alma, irá posteriormente ser desenvolvido pelo total da Humanidade, mas durante a mudança da Época Ariana para as condições etéreas da Nossa Galileia, haverá pioneiros que antecederão seus irmãos, assim como os Semitas Originais foram os precursores durante a mudança da Época Atlântica para a Ariana. Cristo mencionou esse grupo no Evangelho segundo São Mateus, Capítulo XI, versículo 12, quando disse: “O Reino dos Céus é tomado por esforço, e os que se esforçam se apoderam dele.”. Esta não é uma tradução correta.
Deveria ser, “O Reino dos Céus foi invadido” (em grego está biaxetai) e os invasores apoderaram-se dele. Os homens e as mulheres já aprenderam, por meio de uma vida santa e útil, a abandonarem os seus Corpos de carne e sangue, intermitente ou permanentemente, e a caminharem nos céus com pés alados, atentos aos trabalhos do seu Senhor, vestidos pelo manto etéreo de bodas da nova dispensação.
Repetição é a palavra-chave do Corpo Vital e o extrato do Corpo Vital é a Alma Intelectual, que é o alimento do Espírito de Vida, o verdadeiro Princípio Crístico no ser humano. Como o trabalho particular do Mundo Ocidental é desenvolver esse Princípio Crístico, para formar o Cristo interno que poderá brilhar através da escuridão material atual, é absolutamente essencial à reiteração de ideias.
Um impacto muito pequeno é feito sobre o Corpo Vital quando ideias e ideais nele penetram através do invólucro da aura, mas o que ele recebe de estudos, sermões, conferências ou leituras é de natureza mais duradoura, e muitos impactos na mesma direção criam impressões poderosas para o bem ou para o mal, segundo sua natureza.
Não podem ser obtidas informações dos Anjos; eles trabalham com o Corpo Denso, mas não diretamente; eles usam o Corpo Vital como transmissor, e não podem se fazer compreendidos por seres que raciocinam por meio de um cérebro. Eles obtêm conhecimento sem raciocinar, pois, irradiam todo o seu amor em sua obra e a sabedoria cósmica flui de volta. O ser humano também cria por meio do amor, mas seu amor é egoísta; ele ama porque deseja cooperação na reprodução; pois ele usa apenas metade de sua força criadora para a procriação, a outra metade ele guarda egoisticamente para construir seu próprio órgão de raciocínio, o cérebro, e, também usa essa metade de forma egoísta para pensar, porque deseja conhecimento. Por conseguinte, ele tem que trabalhar e raciocinar para obter sabedoria, mas com o tempo ele atingirá um estágio muito mais elevado que os Anjos ou Arcanjos. Terá então superado a necessidade dos órgãos de procriação inferiores; ele criará por meio da laringe, e será capaz de “fazer da palavra, carne”.
A razão é o produto do egoísmo. É criada pela Mente recebida pelos “Poderes das Trevas”, num cérebro construído pelo egoísmo, guardando metade da força sexual, e impelido pelos Lucíferos egoístas, pois ela é “o fruto da serpente”, e embora transmutada em sabedoria por meio da dor e o sofrimento, ela precisa dar lugar a algo mais elevado: a intuição, que significa ensinamento brotado de dentro. Esta é uma faculdade espiritual, também presente em todos os Espíritos, que embora funcionando no momento presente, tanto em homens como em mulheres, se expressa de maneira mais marcante nos encarnados em corpos femininos, pois neles a contraparte do Espírito de Vida, o Corpo Vital, é masculino e positivo. Intuição, a faculdade do Espírito de Vida, pode, portanto, ser chamada apropriadamente de “semente da mulher”, de onde todas as tendências altruísticas brotam, e por meio da qual todas as nações estão sendo lentamente, mas firmemente, trazidas juntas numa Fraternidade Universal do amor, não importando a raça, o sexo ou a cor.
O que é agora o Corpo Denso foi o primeiro veículo adquirido pelo ser humano como uma forma de pensamento; tem passado por um imenso período de evolução e organização até ter se tornando no esplendido instrumento que é agora, servindo-o tão bem aqui; mas é resistente, rígido e difícil de ser trabalhado. O veículo adquirido em seguida foi o Corpo Vital, que, também passou por um longo período de desenvolvimento e foi condensado à consistência de Éter. O terceiro veículo, o Corpo de Desejos, foi comparativamente adquirido mais recentemente e acha-se num estado comparativo de fluxo. Por fim, vem a Mente, que é apenas como uma nuvem sem forma, não merecendo ser chamada de veículo, sendo ainda apenas uma ligação entre os três veículos do ser humano e o Espírito.
Esses três veículos, o Corpo Denso, o Corpo Vital e o Corpo de Desejos, juntos com o vínculo da Mente, são as ferramentas do Espírito em sua evolução, e, contrariamente à ideia comum, a habilidade do Espírito para investigar os reinos superiores não depende dos mais sutis desses corpos tanto quanto do mais denso. A prova dessa afirmação não está muito longe do alcance de qualquer um, e certamente, alguém que já tenha tentado seriamente, já obteve essa prova por si mesmo. Senão ele vai tê-la dentro em breve simplesmente mudando as condições de sua Mente. Digamos que uma pessoa adquiriu certos hábitos de pensamento dos quais ela não goste. Talvez, após uma experiência religiosa, ela descubra que apesar de toda a sua vontade, esses hábitos de pensamento não vão abandoná-la. Mas, se ela decide limpar sua Mente de maneira que ela só tenha puros e bons pensamentos, ela pode fazer isso simplesmente se recusando a admitir pensamentos impuros. Ela vai descobrir que após uma ou duas semanas sua Mente está notadamente mais limpa que no começo de seu esforço; que sua Mente guarda de preferência os pensamentos religiosos que a pessoa vem buscando gerar em sua Mente. Até a Mente mais anormalmente degenerada pode ser totalmente limpa dentro de poucos meses. Isto é conhecimento verdadeiro para os muitos que já o tentaram, e alguém que queira e for suficientemente persistente pode passar pela mesma experiência e apreciar uma Mente limpa em bem pouco tempo.
A parte do Corpo Vital que tenha sido trabalhada pelo Espírito de Vida, converte-se na Alma Intelectual, e esta constrói o Espírito de Vida, porque aquele aspecto do Tríplice Espírito tem sua contraparte no Corpo Vital.
Na vida comum muitas pessoas vivem para comer, elas bebem, gratificam a paixão sexual de modo desenfreado, e se descontrolam à menor provocação. Embora aparentemente essas pessoas possam ser bem “respeitáveis”, elas estão quase todos os dias de suas vidas, causando uma confusão quase que ilimitada em sua estrutura. Todo o período que passam dormindo é gasto pelos Corpos de Desejos e Vital na reparação do dano causado durante o dia, não sobrando, de nenhum modo, tempo para o trabalho exterior. Mas se o indivíduo começa a sentir a necessidade de uma vida superior, controla a força sexual e o temperamento, e cultiva uma disposição serena, assim menos perturbação é causada nos veículos durante as horas que passa acordado; consequentemente menos tempo é requerido durante o sono, para reparar os danos. Assim torna-se possível deixar o Corpo Denso por longos períodos durante as horas de sono, e funcionar nos Mundos internos por meio dos veículos superiores. Como o Corpo de Desejos e a Mente não se acham ainda organizados, eles não são de utilidade como veículos separados da consciência. Nem pode o Corpo Vital deixar o Corpo Denso, pois isso causaria a morte. É evidente que medidas precisam ser tomadas para se proporcionar um veículo organizado, que seja fluído e construído de modo a preencher as necessidades do Ego nos Mundos internos, como assim faz o Corpo Denso no Mundo Físico.
O Corpo Vital é um veículo tão organizado que se de algum modo puder vir a ser separado do Corpo Denso, sem provocar a morte, o problema poderá ser resolvido. Além disso, o Corpo Vital é à base da memória, sem a qual seria impossível trazer de volta à nossa consciência física as lembranças das experiências suprafísicas e delas obterem, assim, total benefício.
Lembremos que os Hierofantes dos antigos Mistérios dos Templos segregaram algumas pessoas em castas e tribos como os Brâmanes e Levitas, com o propósito de fornecer Corpos para o uso desses Egos que já estavam avançados o bastante para a Iniciação. Isso foi feito de tal modo que o Corpo Vital ficou separado em duas partes, como eram os Corpos de Desejos de toda a Humanidade no princípio do Período Terrestre. Quando os Hierofantes tiravam os alunos para fora de seus Corpos, eles deixavam uma parte do Corpo Vital, correspondente ao primeiro e segundo Éteres, para exercer as funções puramente animais (elas são as únicas ativas durante o sono); os alunos levavam consigo um veículo capaz de percepção, por causa de sua conexão com os centros sensoriais do Corpo Denso; e, também, com o poder de memória. Ele possuía essas capacidades porque era composto pelo terceiro e quarto Éteres, que são os meios de percepção sensorial e memória.
Essa é, de fato, a parte do Corpo Vital que o Aspirante retém vida após vida, e imortaliza como a Alma Intelectual.
Desde que Cristo veio e “levou embora o pecado do mundo” (não o individual), purificando o Corpo de Desejos de nosso Planeta, a conexão entre todos os Corpos Densos e Vitais dos humanos tem se afrouxado de tal maneira que, pelo treinamento, eles são capazes de separação como acima descrita. Portanto a Iniciação é possível a todos.
A parte mais sutil do Corpo de Desejos, que constitui a Alma Emocional, é capaz de separação na maioria das pessoas (de fato, elas possuíam esta capacidade antes mesmo da vinda de Cristo). É então, quando, pela concentração e o uso da fórmula apropriada, as partes mais sutis dos veículos terem sido segregadas para uso durante o sono, ou em qualquer outra ocasião, as partes inferiores dos Corpos de Desejos e Vital são, ainda, deixadas para executar o processo de restauração no veículo denso, uma parte meramente animal.
Essa parte do Corpo Vital que se retira é altamente organizada, como vimos. Ela é uma perfeita contraparte do Corpo Denso. O Corpo de Desejos e a Mente, não sendo organizados, são de uso apenas por estarem conectados com o Corpo Denso, altamente organizado. Quando estão separados dele são apenas pobres instrumentos. Portanto, antes que o ser humano possa retirar-se do Corpo Denso, os centros sensoriais do Corpo de Desejos precisam ser acordados.
O Aspirante à vida superior cultiva a faculdade de se absorver, quando desejar, qualquer assunto de sua escolha, ou melhor, não a um assunto normalmente, mas a um simples objeto, que ele imagine. Então, quando as condições apropriadas ou o ponto de absorção tenham sido alcançados com seus sentidos completamente serenos, ele concentra seu pensamento sobre os diferentes centros sensoriais do Corpo de Desejos e eles começam a girar.
Deveríamos ser muito agradecidos pelo instrumento material que temos, pois é o mais útil de todos os nossos veículos. Enquanto, que é perfeitamente verdade que nosso Corpo Denso é o mais inferior de nossos veículos, é também um fato que esse veículo é o mais completo de nossos instrumentos, e sem ele os demais veículos seriam de pouco uso para nós no momento. Pois, enquanto este esplendidamente bem-organizado instrumento nos possibilita enfrentar mil e uma condições na Terra, nossos veículos superiores acham-se praticamente não organizados. O Corpo Vital é formado órgão a órgão como o nosso Corpo Denso, mas até estar treinado pelos Exercícios Esotéricos ele não é um instrumento adequado para funcionar sozinho. O Corpo de Desejos tem apenas certo número de centros sensoriais que não são realmente ativos na grande maioria das pessoas, e quanto a Mente, ela é uma nuvem sem forma para a grande maioria. No momento devemos ter como objetivo espiritualizar o instrumento físico, e deveríamos compreender que temos que treinar nossos veículos superiores antes que possam ser de utilidade. Para o maior número de pessoas isso vai levar muito, muito tempo. Portanto, o melhor é cumprirmos com as obrigações que estão ao nosso alcance. Assim apressamos o dia em que estaremos capacitados a usar os veículos superiores, pois, esse dia depende de nós.
Todos nós nos tornamos muito mais impregnados de materialismo mais do que percebemos, e isso é um obstáculo em nossa conquista. Como Estudantes Rosacruzes da Filosofia Rosacruz, nos acostumamos a considerar a vida individual e intermitente num Corpo Vital como uma conquista possível para poucos, mas o total da Humanidade poderá viver permanentemente por toda uma época no ar! Verdadeiramente, isso me faz prender o fôlego quando percebo que a Bíblia significa exatamente o que diz quando afirma que encontraremos o Senhor no ar e com Ele ficaremos por toda essa Época.
Quando o Cristianismo tiver completamente espiritualizado o Corpo Vital, um degrau ainda mais alto será a Religião do Pai, que como o mais alto Iniciado do Período de Saturno vai ajudar o ser humano a espiritualizar o Corpo Denso que foi iniciado no Período de Saturno. Então até a Fraternidade será ultrapassada; não haverá nem eu nem vós, pois todos serão Unos em Deus conscientemente, e o ser humano terá se emancipado pela ajuda dos Anjos, Arcanjos e Poderes Superiores.
As Orações, os Rituais e Exercícios são importantes na espiritualização do Corpo Vital.
Se, pelas orações frequentes, obtivermos o perdão pelas injúrias que fizemos aos outros e se fizermos toda reparação possível, purificando nossos Corpos Vitais perdoando aqueles que erraram contra nós, e eliminarmos todo mal sentimento, nos livraremos de muitos infortúnios post-mortem, além de prepararmos o lugar para a Irmandade Universal, que depende em particular da vitória do Corpo Vital sobre o Corpo de Desejos. Em forma de memória, o Corpo de Desejos impressiona no Corpo Vital a ideia de vingança. Um temperamento sereno diante dos vários aborrecimentos da vida diária significa vitória, por isso o Aspirante deve procurar controlar o seu temperamento, pois isso inclui trabalho em ambos os corpos. A Oração do Senhor inclui isso também, pois quando vemos que estamos fazendo alguém sofrer, nós observamos e procuramos encontrar a causa. Perda de controle é uma dessas causas com origem no Corpo de Desejos.
Muitas pessoas abandonam a vida física com o mesmo temperamento que trouxeram, mas o Aspirante tem que sistematicamente subjugar todas as tentativas do Corpo de Desejos de assumir o comando. Isso pode ser feito concentrando-se em ideais elevados, que fortalecem o Corpo Vital, sendo muito mais eficaz que as orações comuns da igreja. Os cientistas ocultos usam concentração em vez da oração, porque aquela está acompanhada da ajuda da Mente, que é fria e sem sentimento, enquanto a oração é normalmente ditada pela emoção. Quando ditada por uma devoção pura e altruísta a elevados ideais, a oração é muito superior a uma fria concentração. A oração nunca pode ser fria e sim deve apoiar-se nas asas do Amor para levar os eflúvios do místico para a Divindade.
O Espírito de Vida, na oração do Pai Nosso, roga à sua contraparte, o Filho, pela sua contraparte na natureza inferior, o Corpo Vital: “Perdoa as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tenha ofendido”.
A oração que trata das necessidades do Corpo Vital é “Perdoa as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tenha ofendido”.
O Corpo Vital é o assento da memória. Nela estão armazenados os registros subconscientes de todos os acontecimentos passados de nossa vida, bons ou maus, incluindo todos os sofrimentos infligidos ou sofridos, e os benefícios recebidos, ou os dados. Lembramos que o registro da vida é feito a partir dessas imagens logo após a saída do Corpo Denso por ocasião da morte, e que todos os sofrimentos da existência post-mortem são os resultados dos acontecimentos registrados nessas imagens.
O Corpo Vital sendo o depósito do panorama de nossas vidas, nossos próprios pecados e os erros que sofremos nas mãos dos outros lá estão gravados, daí que a quinta oração, “Perdoa as nossas ofensas assim como nós perdoamos quem nos tenha ofendido”, anuncia as necessidades do Corpo Vital. Ressalta-se que essa oração ensina a doutrina da remissão dos pecados nas palavras ‘perdoa-nos’, e a Lei de Consequência nas palavras ‘assim como nós perdoamos’, fazendo da nossa própria atitude para com os outros a medida de nossa emancipação.
Essa (a Oração Rosacruz) é o modelo de oração que eleva, que enobrece o ser humano, e quanto mais o ser humano cultive essa atitude mental, e alimente essas elevadas aspirações, mais ele elevará os dois Éteres Superiores para fora do Corpo Vital. As igrejas dizem “ore, ore, ore”, e elas estão bem em sintonia com o ensinamento oculto, pois desse modo o Corpo Vital está sendo trabalhado pela constante repetição das elevadas aspirações.
É desse modo que age tudo aquilo que tem Corpo Vital; então quando queremos atuar sobre o Corpo Vital devemos fazê-lo pelo método da repetição. Temos os quatro Éteres presentes no Corpo Vital, e os dois Éteres Inferiores cuidam das funções físicas, como nos lembramos em particular da conferência sobre Visão e Introvisão Espiritual. Vimos nela que os dois Éteres Superiores tinham que ser levados conosco quando queríamos funcionar nos Mundos superiores; e é esse repetido impacto que torna a divisão entre os dois Éteres Inferiores e os dois superiores possível. É nesse aspecto que as igrejas são ainda fatores do desenvolvimento espiritual, porque elas dizem para os devotos que eles têm que orar sem cessar. Mas não devemos orar de modo egoísta, temos que orar altruisticamente, e em harmonia com o Bem Universal. Quando rezamos para chover e nosso vizinho reza pela estiagem, tem que prevalecer o caos, se as orações forem atendidas. Nem devemos supor que seja para se negociar com Deus, como parece ser a concepção daqueles que bradam mais alto nas reuniões de oração. Existe certa atitude espiritual a ser alcançada que o místico conhece muito bem quando ele entra em seus aposentos.
A lei é um freio para a natureza de desejos, mas quando o progresso oculto, ou melhor, dizendo, o espiritual é almejado, a espiritualização do Corpo Vital deve ser também realizada. E isso é conseguido por meio da arte da Religião, em impactos repetidos com frequência, pois a nota chave do Corpo Vital é Repetição, como podemos ver, observando as plantas que possuem apenas um Corpo Denso e um Corpo Vital. Seus galhos e folhas seguem uns aos outros em sucessão contínua; as plantas os fazem crescer alternadamente. Foi o Corpo Vital que construiu as vértebras da coluna espinhal dos seres humanos, uma após a outra em constante repetição. E a memória, por exemplo, que é uma das faculdades do Corpo Vital, é fortalecida e desenvolvida pela iteração e reiteração constantes.
Quando os Protestantes saíram da Igreja Católica, eles em verdade deixaram muitos abusos para trás, mas também abandonaram quase tudo de valor. Eles abandonaram o ritual que todos deviam conhecer e compreender, apesar da má enunciação por parte do padre. Conhecendo o ritual, o leigo poderia enviar seus pensamentos na mesma direção do pensamento do padre que estivesse lendo, e assim uma enorme quantidade de pensamentos espirituais idênticos seriam reunidos juntos e projetados sobre a comunidade para bem ou para mal.
Aqueles que vão a uma igreja Católica compreendendo o ritual são, ainda hoje, capazes de unir seus pensamentos em conclave espiritual e guardar na memória o que se passou. Então, eles estão a todo o momento adicionando um pouco mais à espiritualização de seus Corpos Vitais, enquanto os membros da igreja Protestante foram afetados apenas em suas naturezas emocionais cujo efeito é logo perdido. A Bíblia nos diz para orarmos sem cessar, e muitos escarneceram dizendo que se Deus é omnisciente e Ele sabe do que necessitamos sem orarmos, e se Ele não o é, provavelmente não é onipotente, e por esse motivo nossas orações não serão atendidas, sendo então inútil orar. Mas, aquele mandamento foi estabelecido a partir do conhecimento da natureza do Corpo Vital, que necessita daquela repetição para que seja espiritualizado.
Antes de um ritual atingir seu efeito máximo, entretanto, aqueles que desse modo se destinam a crescer, precisam tornar-se afinados com ele. Isso envolve trabalho em seus Corpos Vitais, enquanto esses veículos estão ainda em formação.
É assunto de conhecimento oculto que o nascimento é um feito quádruplo, e que o nascimento do Corpo Denso é apenas um passo no processo. O Corpo Vital também passa por um desenvolvimento análogo ao do crescimento intrauterino do Corpo Denso. Ele nasce em torno do sétimo ano de vida.
Durante os sete anos seguintes o Corpo de Desejos amadurece e nasce em torno do décimo quarto ano, quando se atinge a adolescência, e a Mente nasce aos vinte e um, quando tem início à idade adulta.
Esses fatos ocultos são bem conhecidos pela Hierarquia Católica, e enquanto os ministros Protestantes trabalham sobre a natureza emocional, que está sempre procurando algo novo e sensacional sem perceber a inutilidade da luta e o fato de que é esse seu veículo mais exuberante que leva as pessoas das igrejas em busca de algo novo e mais sensacional, a Hierarquia Católica ocultamente informada concentra seus esforços nas crianças. “Dê-nos as crianças até sete anos e serão nossas para sempre”, eles dizem, e eles estão certos. Durante esses importantes sete anos eles impregnam os plásticos Corpos Vitais, de que estão encarregados nesse propósito, através da repetição. As orações repetidas, a duração e o tom dos vários cantos, e o incenso, tudo tem um poderoso efeito sobre o Corpo Vital em crescimento.
Então, todos os esforços para elevar a Humanidade trabalhando-se sobre o instável Corpo de Desejos são e sempre serão inúteis. Isso foi reconhecido por todas as escolas ocultas em todos os tempos e elas têm, portanto, se dirigido para a mudança do Corpo Vital, trabalhando com sua nota chave que é a repetição. Para esse propósito, elas escreveram vários rituais adequados à Humanidade nos diferentes estágios de seu desenvolvimento e desse modo elas têm favorecido o crescimento anímico, lenta, mas firmemente, sem se importar se o ser humano estava ou não ciente de estar sendo influenciado desse modo. O Antigo Templo de Mistério Atlante, do qual falamos no Tabernáculo no Deserto, tinha certos ritos prescritos no Monte pela divina Hierarquia que foi seu Mestre particular. Alguns rituais eram realizados durante os dias úteis. Outros ritos eram usados no Sábado, e ainda outros nas épocas de Lua Nova e nos grandes festivais solares. Ninguém abaixo do mais alto sacerdote tinha poder de alterar o ritual, sob pena de punição por morte.
Durante o sono as correntes do Corpo de Desejos fluem, e seus vórtices movem-se e giram com enorme rapidez. Mas logo que entra no Corpo Denso suas correntes e vórtices quase que são parados pela matéria densa e pelas correntes nervosas do Corpo Vital que levam e trazem as mensagens do cérebro. É o objetivo do exercício de retrospecção aquietar o Corpo Denso no mesmo grau de inércia e insensibilidade que prevalece durante o sono, embora o Espírito interno esteja perfeitamente desperto, alerta e consciente. Por isso estabelecemos uma condição em que os centros sensoriais do Corpo de Desejos podem começar a girar, enquanto permanece dentro do Corpo Denso.
Esses exercícios (Concentração e Retrospecção) serão improdutivos em resultados se não forem acompanhados por atos de amor, pois o amor será a nota-chave da idade que se aproxima, assim como a lei é a norma atual. A intensa expressão da primeira qualidade aumenta a luminosidade fosforescente e a densidade dos Éteres em nossos Corpos Vitais, as correntes de fogo rompem a ligação com o traje mortal e o ser humano, uma vez nascido da água ao emergir da Atlântida, agora nasce do espírito no Reino de Deus. A força dinâmica de seu amor abriu um caminho para a terra do amor, e indescritível é o júbilo entre os que já se encontram quando chegam novos invasores, pois cada um que chega apressa a vinda do Senhor e o estabelecimento definitivo do Reino dos Céus.
É uma máxima mística que “todo desenvolvimento espiritual começa com o Corpo Vital”. Esse Corpo é o mais próximo ao Corpo Denso em densidade. Sua nota-chave é a Repetição, e é o veículo dos hábitos sendo isso de certo modo difícil mudá-lo ou influenciá-lo, mas uma vez que a mudança tenha sido feita e um hábito adquirido pela repetição, seu desempenho torna-se automático de algum modo. Essa característica tanto é boa quanto má em relação à oração, pois a impressão gravada nos Éteres desse veículo vai impelir o Estudante Rosacruz a ser fiel à sua devoção em ocasiões estabelecidas, mesmo que ele tenha perdido o interesse no exercício e suas orações se tornado meras fórmulas. Se não fosse por essa tendência do Corpo Vital de formar hábitos, os Aspirantes acordariam para o perigo logo que o verdadeiro amor começasse a diminuir e seria, então, mais fácil reparar a perda e permanecer no Caminho. Por esse motivo o Aspirante deveria se examinar cuidadosamente de tempos em tempos para ver se ele ainda tem asas e poder com os quais sem hesitação e com firmeza possa se elevar ao Pai no Céu. As asas são em número de duas. Amor e Aspiração são seus nomes, e o poder irresistível que as impele é intensa ânsia. Sem esses e uma compreensão inteligente para direcionar a invocação, a oração é apenas um murmúrio; se realizada apropriadamente é o método mais poderoso de crescimento da alma.
Os átomos nos Corpos dos menos evoluídos vibram num ritmo extremamente lento, e quando no decorrer do tempo, uma dessas pessoas se desenvolve ao ponto em que seja possível favorecê-la no caminho da realização, é necessário aumentar essa frequência vibratória do átomo de modo que o Corpo Vital, que é o meio do crescimento oculto, possa de algum modo ser liberado das forças enfraquecedoras do átomo físico. Esse resultado é obtido por meio de exercícios respiratórios, que com o tempo aceleram as vibrações do átomo, e possibilita o crescimento espiritual necessário para o indivíduo realizar-se.
Anos atrás, quando o autor se iniciou no Caminho e estava imbuído da impaciência comum aos buscadores ardentes do conhecimento ele leu sobre os exercícios respiratórios publicados por Swami Vivekananda[20] e começou a seguir as instruções, e o resultado foi que depois de dois dias o Corpo Vital foi expulso do Corpo Denso. Isso produziu uma sensação de andar no ar, de ser incapaz de pôr os pés no chão duro; o Corpo todo parecia estar vibrando em enorme frequência. O bom senso veio em seu auxílio. Os exercícios foram interrompidos, mas foram necessárias duas semanas inteiras até a recuperação da condição normal de andar no chão com passo firme, e até o cessar das vibrações anormais.
O Corpo Vital é como um espelho, ou melhor, como a película de um filme; ele retrata as imagens do mundo externo segundo nossa faculdade de observação, e as ideias internas do Espírito que o habita segundo a clareza e o treino da Mente. Devoção e discernimento, ou ainda emoção e intelecto, determinam a nossa atitude para com essas imagens, e sua ação equilibrada leva a um desenvolvimento harmonioso. Quando suficientemente desenvolvidos, eles inevitavelmente trazem à tona o processo de purificação. O ser humano compreenderá que para alcançar o objetivo ele precisa abandonar tudo o que entrava as rodas do progresso. Um bom mecânico almeja ter as melhores ferramentas e mantê-las em perfeita ordem, pois ele sabe o valor delas na execução de um bom trabalho. Nossos corpos são ferramentas do Espírito e dependendo de como estejam desajustadas, impedem sua manifestação. O discernimento nos ensina o que está entravando o progresso e a devoção a uma vida superior ajuda a eliminar os hábitos os traços de caráter indesejáveis, suplantando o mero desejo.
FIM
[1] N.T.: Em torno de 1,3 cm
[2] N.T.: Ou Glândula Pituitária ou Hipófise: pequena glândula situada na cabeça
[3] N.T.: Aproximadamente 4 cm.
[4] N.T.: Aproximadamente 4 cm.
[5] N.T.: Prosper-René Blondlot foi um físico francês
[6] N.T.: Augustin Charpentier foi um físico francês
[7] N.T.: Uma cidade francesa
[8] N.T.: Eusápia Palladino (1854 – 1918) foi uma médium italiana. Foi a primeira médium de efeitos físicos a ser submetida a experiências pelos cientistas da época.
[9] N.T.: O movimento Immanuel ou Emmanuel é uma abordagem baseada na psicológica para a cura religiosa introduzida em 1906, como uma extensão da igreja Emmanuel em Boston, Massachusetts.
[10] N.T.: Mrs. Joy Snell
[11] N.T.: os chamados Exercícios Esotéricos Rosacruzes, bem detalhado no Livro Conceito Rosacruz do Cosmos
[12] N.T.: Dr. Duncan “Om” MacDougall (c.1866-1920) – médico americano
[13] N.T.: Medida de peso inglesa equivalente a 28,349 g.
[14] N.T.: aproximadamente 60 cm
[15] N.T.: da 1ª Guerra Mundial
[16] N.T.: 2,54 cm a 3,8 cm, aproximadamente
[17] N.T.: Dr. Duncan “Om” MacDougall (c.1866-1920) – médico americano
[18] N.T. do Livro Cristianismo Rosacruz – Max Heindel
[19] N.T.: Esse conceito de Éter prevaleceu na ciência oficial no início do século XX.
[20] N.T.: foi o principal discípulo do místico do século XIX Sri Ramakrishna Paramahamsa e fundador da Ordem Ramakrishna. É considerado uma figura chave na introdução da Vedanta e da Yoga no Ocidente, sobretudo na Europa e América.
Embora Max Heindel não tivesse completado suas investigações sobre os Éteres ao tempo de seu falecimento em janeiro de 1919, deixou uma base substancial e o que ele transmitiu está bem fundamentado, mesmo sob os impactos dos últimos descobrimentos científicos.
Declarou, muitas vezes, que os Irmãos da Rosacruz trabalham através dos cientistas e com a ciência, e não limitam suas atividades a Estudantes e Probacionistas da Fraternidade Rosacruz, ou a qualquer outro grupo específico.
Empenham-se em favor de toda Humanidade, indicando a direção para o real estabelecimento da Fraternidade Universal em nossa Terra.
1. Para fazer download ou imprimir:
A Visão Etérica e o que ela revela – Por um Estudante – Fraternidade Rosacruz
2.Em formato de audiobook ou audiolivro:
Audiobook – A Visão Etérica e o que ela revela – Por um Estudante – Fraternidade Rosacruz
3. Para estudar no próprio site:
A VISÃO ETÉRICA E O QUE ELA REVELA
Por
Um Estudante
Fraternidade Rosacruz
Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil
Avenida Francisco Glicério, 1326 – conj. 82
Centro – 13012-100 – Campinas – SP – Brasil
Revisado de acordo com:
1ª Edição em Inglês, Etheric View and What It Reveals, editada por The Rosicrucian Fellowship
1ª Edição em Português, editada pela Fraternidade Rosacruz São Paulo – SP – Brasil
Pelos Irmãos e Irmãs da Fraternidade Rosacruz – Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil
contato@fraternidaderosacruz.com
fraternidade@fraternidaderosacruz.com
O material deste livro é uma reimpressão (com algumas revisões e adições) das lições mensais enviadas pela Fraternidade Rosacruz aos seus membros, e é um resumo dos estudos e pesquisas realizadas pelos Estudantes do Departamento Esotérico da Fraternidade. As conclusões obtidas, como acontecem muitas vezes em casos de investigações científicas, poderão ser revisadas à luz de futuros conhecimentos e trabalhos.
Embora Max Heindel não tivesse completado suas investigações sobre os Éteres ao tempo de seu falecimento em janeiro de 1919, deixou uma base substancial e o que ele transmitiu está bem fundamentado, mesmo sob os impactos dos últimos descobrimentos científicos. Declarou muitas vezes que os Irmãos da Rosacruz trabalham através dos cientistas e com a ciência, e não limitam suas atividades a Estudantes e Probacionistas da Fraternidade Rosacruz, ou a qualquer outro grupo específico. Empenham-se em favor de toda Humanidade, indicando a direção para o real estabelecimento da Fraternidade Universal em nossa Terra.
Os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental foram dados de forma básica por Max Heindel; uma ciência física básica surge depois através de expressões acadêmicas. A Humanidade, consciente ou inconscientemente, está se preparando para a Era de Aquário, quando a ciência será religiosa e a religião científica. Entretanto, cada aspirante deve juntar sua pequena parte há sempre crescente fonte do conhecimento.
Max Heindel indicou que quando a Era Aquariana chegar, mais ou menos daqui a seiscentos anos ou talvez antes disso, um novo Mestre aparecerá, o qual reunirá em si e em seus Ensinamentos, a sabedoria de toda a nossa evolução passada. Este grande Mestre da Era Aquariana, ao qual Max Heindel alude novamente, será o reaparecimento daquele Ego que foi conhecido na Europa como Christian Rosenkreuz e depois como o Conde St. Germain, e, ele acredita ter sido essa uma das suas últimas encarnações públicas.
Além do Mestre da Era de Aquário, um mensageiro é sempre enviado, uma vez em cada século, pelo “Governo Invisível do Mundo”, chamado em ocultismo “A Grande Loja Branca”. Muitos ocultistas concordam que entre o ano 1965 e o ano 2000, ou talvez logo após, um destes mestres aparecerá. Podemos conhecer a direção dos seus ensinamentos pelas tendências do nosso tempo: universalismo na ciência e na religião, preparando a Humanidade para o “Mundo Único”‘ de Aquário, sob a bandeira de Cristo. Haverá o impulso para fora, para o espaço interestelar, a nova aventura cósmica para o Espírito humano, e uma filosofia verdadeiramente cósmica que o acompanhará.
A próxima Utopia do ser humano não será uma simples cidade na superfície da Terra, nem em qualquer país da Terra, mas todo o universo vivente no qual o místico ouve o movimento rápido das Asas de Deus e o incessante Som de Sua Palavra.
Sumário
1 – A Natureza da Visão Etérica.. 6
2 – O Éter Químico no Corpo Humano.. 12
Parte II – O ÉTER DE VIDA.. 23
4 – O Éter de Vida e a Genética.. 23
6 – Magnetismo Orgânico Versus Inorgânico.. 35
7 – O Éter de Vida e o Fogo Cósmico.. 41
Parte III – O ÉTER DE LUZ.. 53
9 – O Éter de Luz e o Sol.. 53
10 – A Visão do Ocultista sobre o Éter de Luz.. 59
11 – Sumário: Os Três Éteres. 65
Parte IV – O ÉTER REFLETOR.. 71
13 – O que o Éter Refletor reflete.. 77
14 – O Éter Refletor e o Registro dos Renascimentos Anteriores 85
15 – O Éter Refletor e a Sua Relação com a Matéria.. 91
16 – O Éter Refletor e as Forças Arquetípicas. 97
Um Estudo do Diagrama 1 do Conceito Rosacruz do Cosmos 97
1 – A Natureza da Visão Etérica
Em 1918 Max Heindel escreveu: “O processo de preparação para a Era Aquariana já começou, e como Aquário é um Signo aéreo, científico e intelectual, é uma conclusão previsível que a nova fé deverá alicerçar-se na razão, sendo capaz de resolver o enigma da vida e da morte de uma forma a satisfazer tanto o intelecto como o instinto religioso”[1]. Como no passado desenvolvemos cinco sentidos através dos quais nós contatamos o presente mundo visível, no futuro ainda distante, desenvolveremos outro sentido que nos capacitará a ver os habitantes da Região Etérica, incluindo aqueles nossos entes queridos que já deixaram o Corpo Denso e habitam o Éter e as Regiões inferiores do Mundo do Desejo durante a primeira etapa de sua jornada nos reinos espirituais.
“Aquário é um Signo aéreo que rege, especialmente, os Éteres”. O dilúvio que submergiu o antigo continente Atlante, que é o Dilúvio de Noé da Bíblia, secou o ar a um certo grau “ao depositar no mar a maior parte da umidade que ele continha. Mas, quando o Sol, por precessão, entrar em Aquário, mais umidade será eliminada e as vibrações visuais, que são mais facilmente transmitidas pela atmosfera etérica seca, far-se-ão mais intensas e, desse modo, as condições serão particularmente propícias para produzir uma ligeira extensão de nossa presente visão, necessária para abrir nossos olhos para a Região Etérica. O surgimento de sensitivos na Califórnia é um exemplo deste efeito de uma atmosfera seca e elétrica, embora, naturalmente, não seja tão seca como a que será na Era de Aquário”.
“Mas é bom compreender que, mediante a aspiração e meditação, aqueles que esperam ansiosamente por esse dia, não devem deixar escapar a oportunidade de desenvolver-se, e podem facilmente passar à frente daqueles companheiros que desconhecem estes fatos. Por outro lado, estes últimos podem retardar o desenvolvimento de sua visão ao julgarem que estão sofrendo de alucinações quando começam a ter os primeiros vislumbres das entidades etéricas, e ficam com medo ante a perspectiva de serem chamados de loucos, caso relatem suas visões aos outros”.
“Portanto, a Fraternidade Rosacruz foi encarregada pelos Irmãos Maiores da missão de promulgar o Evangelho da Era Aquariana e de dirigir uma campanha educativa e iluminadora para que o mundo possa preparar-se para o que lhe está reservado. O mundo deve ser fermentado com as seguintes ideias:
Embora esse desenvolvimento seja maravilhoso, ele vem acompanhado de uma grande responsabilidade. “Os Estudantes devem compreender que uma séria responsabilidade acompanha a posse do conhecimento, porque a quem muito é dado, muito será exigido e se enterramos nosso talento, não devemos esperar uma merecida condenação? A Fraternidade Rosacruz poderá cumprir sua missão somente quando cada membro fizer sua parte, difundindo os Ensinamentos e vivendo a vida. Portanto, esperamos que isto alerte os Estudantes quanto aos seus, deveres individuais”.
Entretanto, esperamos que não haja mal-entendidos em relação à natureza deste dever. Não fomos escolhidos para edificar uma organização poderosa, rica, com prédios imponentes e com milhares de membros pagando suas mensalidades. Nosso dever é simplesmente difundir as verdades pertinentes à Nova Era, da melhor forma ensejada pelas circunstâncias. Não temos que mencionar a palavra “Rosacruz”, nem “Fraternidade Rosacruz”; mas se nos perguntarem qual é a fonte do nosso conhecimento, então, será nosso privilégio, como também é nosso dever, dizer a verdade e mencionar a nossa filiação espiritual. Naturalmente não devemos tratar de impor nossos pontos de vista aos que não nos querem ouvir.
Atualmente, os hospitais de doenças mentais estão repletos de casos das chamadas depressões nervosas e mentais, que são, na realidade, casos de pessoas que sofrem por se terem expostas às forças psíquicas que não compreendem e, como resultado, padecem de enfermidades emocionais e mentais, vivendo sob um medo mortal. Estas condições são causadas por um super-estímulo do grande centro nervoso do plexo solar, antes que os centros superiores do cérebro possam ser postos em movimento suficiente para exercer uma medida de controle.
Referimo-nos a esse assunto somente de passagem, como um sintoma da sensibilização que ocorre à medida que a Era Aquariana se aproxima. Não é só o plexo solar que recebe tal estímulo das forças cósmicas, mas também outros centros nervosos, incluindo o nervo óptico e as áreas do cérebro ligadas à visão, que é, neste caso, a visão ampliada característica da Região Etérica.
A visão etérica depende, comumente, da sensibilidade do nervo óptico, mas, mesmo quando esse nervo está defeituoso, ou foi destruído, é possível que a visão etérica possa ser desenvolvida, mediante o uso de canais nervosos substitutos. Sabemos que a incidência cada vez maior de pessoas com problemas de visão deve-se à crescente densificação dos Éteres, que é parte do poderoso efeito da radiação solar quando o Sol se aproxima de Aquário, por precessão, no Equinócio de Março.
Através da visão etérica é possível ver tudo o que existe na Região Etérica do Mundo Físico. Quando esta visão é desenvolvida, ela revela primeiramente o Éter mais inferior ou Éter Químico, que varia desde o cinza azulado, passando pelo azul, até o violeta ou o azul escuro que é quase preto. Max Heindel fala do “Éter Químico como tesouro, quase preto”. Devido à entre mescla ou mistura dos outros Éteres com o Éter Químico, este também pode ser azul avermelhado, magenta, violeta ou púrpura, de acordo com a densidade dos Éteres.
Quando alguém contempla um objeto com a visão etérica, ele vê através do objeto de uma maneira semelhante ao do Raio X quando penetra substâncias sólidas. Daí ser chamada visão de Raio X, embora essa denominação não seja correta. Ao observar um objeto com a visão etérica, o vidente vê em primeiro lugar a parte externa, depois a parte adjacente próxima e, finalmente, chega à parte mais distante do objeto. Alguém pode ter graus superiores de visão (visão do Mundo do Desejo, do Mundo do Pensamento, etc.) e, não obstante, não possuir ainda visão etérica. Por meio desta visão pode-se ver através de livros, jornais, cartas, paredes ou qualquer outra coisa à curta distância. Na Era Aquariana, quando muitos já tiverem a visão etérica, será extremamente fácil estudar anatomia e descobrir um tumor maligno, uma luxação, ou qualquer condição patológica do corpo, porque com esta visão, o médico poderá estudar diretamente, sem obstáculos, tanto as estruturas anatômicas como os processos fisiológicos.
À medida que a Nova Era avançar, as pessoas desenvolverão a visão etérica e com esse desenvolvimento difundido, será impossível alguém viver uma vida dupla, agindo diferentemente no lar e em público. Se tivéssemos conhecimento, agora, das entidades invisíveis que povoam nossas casas, muitas vezes nos sentiríamos envergonhados das coisas que fazemos e dizemos. As várias espécies de entidades que enchem o ar são atraídas para as pessoas da mesma natureza, quer sejam boas ou más, e estas entidades não podem ser confundidas com nada mais que não sejam elas próprias. É impossível qualquer engano, porque essas entidades estão em nível inferior no caminho da evolução e não têm inteligência para manter um disfarce por muito tempo, e, mais cedo ou mais tarde, revelarão suas verdadeiras qualidades internas.
Quer sejam vistas ou não, as entidades etéricas invisíveis alimentam-se do Éter de Vida da pessoa por quem foram atraídas, caso tenham tido o consentimento de permanecer na sua aura. Em consequência, não apenas influenciam tais pessoas para o mal, mas também enfraquecem seus Corpos Vitais; e isto leva à exaustão nervosa como resultado de uma possessão parcial ou obsessão. É tão impossível livrar a aura da pessoa de tais entidades sem uma limpeza moral e emocional completa, como querer erradicar a malária sem a drenagem dos charcos e pântanos, onde se proliferam os mosquitos transmissores.
A atmosfera que está cheia de tais entidades revela infalivelmente, a condição de impureza psíquica e mental daqueles que as hospedam, e, na Nova Era, quando todos tiverem o poder de vê-las, não haverá maneira de esconder nosso caráter predominante. “Não haverá privacidade que não possa ser revelada por quem desejar ver-nos. De nada adiantará que mandemos o contínuo ou a empregada dizer ao indesejável visitante que ‘não estamos em casa’. Isto quer dizer que na Nova Era a honestidade e a retidão serão as únicas normas convenientes, pois não poderemos cometer erros e escapar da prisão. Haverá pessoas cuja fraqueza de caráter as levará aos caminhos da maldade, tanto no futuro como agora, mas isto será de tal maneira evidente, que serão evitadas”.
Com referência à visão etérica, Max Heindel diz mais adiante: “A experiência tem comprovado que o raio astral adverso vindo de certos pontos já mencionados do zodíaco, interferem nas vibrações sentidas pela retina do olho prejudicando assim a visão física. Se na mesma carta Netuno está focalizado numa dessas posições, o assim chamado “ponto cego” – cego porque não responde às vibrações etéricas de Mercúrio – é sensibilizado pelo raio espiritual de Netuno, e assim pode acontecer que uma pessoa de vista fisicamente míope ou mesmo cega, veja os mundos espirituais ocultos às pessoas cuja visão é focalizada pelas vibrações mercuriais” (nos nervos regidos por Mercúrio)[2].
E novamente: “Nós não vemos os objetos físicos fora do olho: (Descobertas recentes parecem sugerir que a função da retina é mais analítica e seletiva do que se pensava anteriormente, mas isto não afeta a validade do que está escrito acima, com referência à visão etérica) eles são refletidos na retina e nós vemos apenas a sua ‘imagem’ dentro do olho. Como a luz é o agente de reflexão, os objetos que resistem à passagem da luz parecem opacos; outras substâncias, como o vidro, parecem claras porque admitem, prontamente, a entrada dos raios de luz. Quando usamos a visão espiritual, uma luz de superlativa intensidade é gerada dentro do corpo, entre o Corpo Pituitário e a Glândula Pineal. Esta luz é focada ‘através’ do chamado ‘ponto cego’ no olho, diretamente sobre o objeto a ser investigado. O alcance do raio direto é inteiramente diferente do alcance do raio físico refletido. Ele penetra uma parede sem dificuldade”[3].
A Região Etérica que envolve o Planeta Terra é parte e uma parcela da própria Terra física. Não é “espiritual”, a não ser no sentido de que todo universo vivente é a expressão da beleza e sabedoria de Deus. É comumente chamada “a mais inferior” das Regiões do “espírito” invisível, e a visão etérica também é chamada a forma “mais inferior” da visão “espiritual”. Pode ser “a mais inferior”, porém ela revela um mundo que está além da fronteira da visão física, um encanto para aqueles afortunados que podem contemplá-lo.
Há diversas espécies de visões além da física, que pertencem ao olho humano normal. Dissemos que a visão etérica depende, em parte, da sensibilização do nervo óptico. Também depende, até certo ponto, do afrouxamento entre os corpos etérico e físico[4]. Nas raças primitivas, este afrouxamento do corpo etérico resulta que populações inteiras possuem certo grau de visão etérica, de modo que a existência de espíritos e fadas nunca foi contestada, e aí floresce a magia, tanto a branca como a negra. Tais pessoas são tão receptivas às forças psíquicas projetadas sobre elas pelos praticantes do ocultismo, que sabemos que chegam a se deitar e morrer, sem nenhuma causa física aparente. Isto acontece porque o corpo etérico é extraído, totalmente ou em parte, do Corpo Denso, como ocorre, também, no processo da hipnose. Sabemos de um caso em que uma pessoa, segurando a mão de uma jovem pertencente a uma raça mais primitiva, mediante um pequeno esforço de concentração e sem intenção de fazê-lo, retirou o duplo etérico da mão e do braço da jovem, que ficaram frios, úmidos e inertes. Esta era muito sagaz, demonstrando que o afrouxamento do corpo etérico interfere no enfraquecimento do intelecto nessas raças primitivas, que possuem, muitas vezes, mentalidades brilhantes.
O hipnotismo não deve ser confundido com o mesmerismo ou magnetismo; existem correntes reais magnéticas que fluem pelo Corpo Vital, visíveis como irradiantes linhas de força, e que podem ser sentidas como eletricidade na natureza. Concentradas por um esforço de vontade, tornam-se densas e quase que fisicamente tangíveis. Muitas pessoas já viram o que é chamado de “chuva magnética” na atmosfera. Porém, esta queda de força magnética não é a mesma que os “raios cósmicos”[5] da física moderna. É suscetível de ser controlado pela vontade humana – o que não acontece, pelo que atualmente se sabe, com os raios cósmicos – e pode ser dirigida de várias formas. As forças magnéticas têm alguma conexão com o processo da vida biológica; não é meramente eletromagnetismo, embora seja bem capaz de atuar nessa área, conforme demonstrações em laboratórios experimentais, onde as correntes nervosas foram provadas como sendo uma forma de eletricidade.
A Ciência oculta demonstrou – muito antes que a Ciência física entrasse neste campo – que as forças que correm pelo sistema nervoso são eletromagnéticas por natureza, e que a diminuição ou bloqueio dessas forças podem causar a paralisia. É esta aura magnética que a biologia moderna está explorando, dentro da qual cada órgão do corpo tem seu polo positivo e negativo; e alguns, como o coração, possuem mais do que um conjunto de polos. Descobriu-se que o coração tem 12 polos, alternando o negativo e o positivo.
Além disso, é esta aura magnética que liga as moléculas do corpo em seus padrões orgânicos; e o Auxiliar Invisível está, às vezes, consciente das correntes de magnetismo que circulam através dos planos internos, quando ele desperta fora do corpo, à noite.
Muitas pessoas, que desenvolveram um pequeno grau de visão etérica, ficaram admiradas quando observaram, pela primeira vez, chuvas de estrelas, pirâmides, pirâmides duplas, cubos e outras formas geométricas que emanam do corpo. Tais figuras são moléculas rejeitadas das quais o seu corpo é composto, e estão sendo excretadas através da ação da radiação das forças vitais do corpo etérico. Os Estudantes que estão interessados em fazer uma análise destas figuras podem consultar revistas e livros científicos onde está indicada a estrutura molecular da matéria. Assim, poderão saber que cada molécula possui sua própria estrutura atômica característica, que os investigadores ocultistas têm descrito sob diferentes terminologias.
Note que estes cristais microscópicos parecem ter tamanhos e formas reais para a visão etérica. Às vezes eles aparecem em grandes feixes. Por esse motivo, podemos entender porque os videntes, a princípio, não são capazes de explicar o que viram, em termos de laboratório científico. Isto não foi possível até chegarmos ao século XX, com o desenvolvimento das físicas atômica e nuclear.
Na ciência oculta, os Éteres: Químico, de Vida, de Luz e Refletor correspondem aos quatro elementos clássicos: Fogo, Terra, Ar e Água, já mencionados. Não há dúvida que deverá ser elaborada uma nova tabela para acomodar a ciência de nossos dias, mas para o leigo a antiga classificação ainda é válida.
O Éter Químico (que corresponde ao elemento Terra) é o Éter através do qual as forças atuam para manter e nutrir o corpo. Este processo inclui a eliminação do que não é bom e útil para o corpo; a eliminação se realiza por meio das forças que atuam pelo polo negativo do Éter Químico, conforme lemos no Livro “Conceito Rosacruz do Cosmos”, enquanto as forças que constroem e nutrem, agem por meio do polo positivo. Quando o alimento foi digerido e entrou na corrente sanguínea, torna-se visível à visão etérica como uma massa de Éter que flui ao longo das linhas magnéticas de força. Sem esta contraparte etérica de elementos químicos encontrada na corrente do sangue físico, o alimento que ingerimos não faria bem ao corpo. Existem profundos pontos dentro do corpo onde, para a visão etérica, o sangue parece ser quase totalmente gasoso; mas a ciência biológica, naturalmente, não achou evidência disto até o momento, em parte porque o biólogo não espera encontrar tal condição, e, em parte porque seus instrumentos não estão adequados para esta descoberta. O aspecto gasoso do sangue poderia ser descoberto apenas num corpo vivo, não mutilado. Os Raios-X não podem mostrá-lo, nem quaisquer outros raios atualmente nas mãos dos físicos.
Os venenos que se desenvolvem na corrente sanguínea são visíveis à visão etérica como miasmas pretos que pendem das partes afetadas em forma de caracóis. Para o sentido etérico do tato, este miasma preto parece pesado, e, de fato, o sentido de peso que acompanha a doença é, em parte, devido ao acúmulo de grandes massas de Éter negro no corpo. A água leva consigo muito dessa massa negra, razão porque o banho dá uma sensação de leveza e recuperação; mas, quando o corpo está doente, ele continua a gerar estes Éteres venenosos que depois obstruem a passagem do límpido magnetismo solar ou “Éter solar”, como também é chamado. Isto especificamente acontece no centro da raiz do nariz quando se acha obstruído por urna carga elevada de miasmas, mas, através da cura espiritual e da manipulação etérica do Auxiliar Invisível, esta obstrução é desfeita e a pessoa sente uma melhora imediata. O miasma denso no Corpo Vital também contribui para a obstrução da abertura da visão etérica ao retardar a ação dos centros de força etérica. Coincidindo com a densificação dos Éteres no miasma preto, o resto do Corpo Vital se atenua, porque o Corpo Denso está se nutrindo dele, assim como quando há fome, a gordura armazenada no corpo vai sendo consumida, deixando-o emagrecido. Verdadeiros “buracos” desenvolvem-se, na estrutura etérica, demonstrando que aquela energia não está sendo especializada pelo Corpo Vital.
É evidente que o miasma preto pertence ao Éter Químico, o qual, como dito anteriormente, varia na cor, desde o azul-cinzento, passando pelo azul-violeta até um azul tão escuro que é quase preto, dependendo da densidade dos Éteres.
Várias pessoas têm visto este Éter estendido como uma luva azul sobre a mão, como um envoltório azul no qual o corpo está encerrado, e como chamas azuladas iguais à chama baixa de gás aparecendo ao longo da superfície das paredes. Os físicos têm apresentado fotografias de elétrons livres, e estes têm a aparência de chamas azuis – talvez não exatamente como descritas pelas pessoas que têm visão etérica, mas como algo parecido sugerindo que o Éter Químico, com toda a probabilidade, consiste de partículas atômicas existentes num estado ainda não descoberto pela ciência física; não apenas elétrons, mas um amálgama de partículas. Este Éter Químico seria uma espécie de plasma vital, conforme demonstrado na descrição de Max Heindel sobre a “corrente de alimento” etérica, movendo-se no ou com o sangue[6].
Muitas pessoas veem os “pontos” no ar, que se parecem com poeira dourada ou prateada (ou, às vezes, multicolorida), que se movem diante da visão em grandes massas semelhantes a nuvens. Antigos videntes descreveram estas nuvens, das quais saiam “os espíritos dos antepassados” que se condensavam e se materializavam diante dos olhos físicos. Esta é novamente uma visão do Éter Químico, conforme aparece na materialização de formas etéricas em formas físicas.
Os astrônomos igualmente chamam plasma a uma espécie de nuvem magnética no espaço interplanetário, na qual partículas positivas e negativas estão suspensas, mas a nuvem, como um todo, é neutra em carga.
Sem entrar em discussão sobre a estrutura atômica, a qual exigiria conhecimento especializado, é evidente que uma correlação aproximada pode ser estabelecida entre os quatro Éteres e as várias forças atômicas ora conhecidas. A maior parte da massa do átomo reside no núcleo, que consiste de um complexo de forças ou partículas: os mais pesados são, primeiro, o próton, pesando 1836 vezes mais que o elétron, e depois o nêutron, que como seu nome sugere, não é nem positivo nem negativo. Prótons e nêutrons são ambos chamados de núcleons porque são partes do núcleo. Foram descobertas partículas ainda menores, algumas no núcleo e outras caindo através do espaço. Os cientistas estão pesquisando para descobrir qual é o “liame” do núcleo, o qual, como verificamos, não é totalmente positivo como se acreditava antes, mas consiste de algo mais que o próton de carga positiva.
O primeiro modelo do átomo popularmente aceito, comparado com o Sol e os Planetas, é agora também discutido. De acordo com este primeiro conceito, o próton ficava no lugar do Sol, carregado positivamente, e os elétrons circulavam ao redor do próton como os Planetas ao redor do Sol. Os elétrons tem carga negativa. Agora admite-se como quase possível que, desde que o elétron atue como uma onda tanto quanto uma partícula e é descrito como um feixe de energia, o elétron pode ser realmente uma onda que circunda completamente o núcleo central, com seu complexo de partículas e forças.
Contudo, enquanto houver diversos modelos ou esquemas diagramáticos para representar a estrutura atômica, todos precisam de uma averiguação. Pode ser até que o antigo modelo do Sistema Solar ainda tenha sua utilidade.
Os físicos dizem que a aura de elétrons da Terra estende-se até a Lua, que está, portanto, dentro da atmosfera eletrônica da Terra. Esta é uma reafirmação óbvia da máxima ocultista de que o “corpo etérico” da Terra estende-se até à Lua e a envolve, sendo o canal para a contínua interação magnética entre a Lua e a Terra, especialmente no tocante à influência sobre o crescimento de organismos vivos sobre a Terra.
A visão etérica revela as moléculas, os átomos e as forças contidas dentro dos átomos, como também outras forças e partículas. Cientistas ocultistas descreveram-nas da melhor maneira que puderam, mas o vocabulário deles não é o vocabulário da ciência moderna e, até que um físico nuclear desenvolva a visão etérica ou um cientista ocultista aprenda sobre física nuclear, os Estudantes terão dificuldade em equacionar seus conhecimentos ocultos com os da física e da química modernas. Poucos cientistas admitem a posse da percepção extra-sensorial.
Kekule[7], o descobridor do anel de benzeno, viu a estrutura das moléculas num sonho, ou algo que ele chama de sonho. Diz ele: “Os átomos começaram a fazer movimentos esquisitos diante dos meus olhos… Vi como dois dos menores muitas vezes uniam-se para formar um par, como dois dos maiores prendiam dois dos menores, e como os ainda maiores seguravam três ou mesmo quatro dos menores, e como todos moviam-se em vórtices. Vi como os maiores formavam uma fila, e como os menores eram levados adiante ao lado da corrente. Passei a noite transferindo para o papel alguns esboços de cada um destes quadros oníricos. Assim nasceu a teoria da estrutura… A teoria do benzeno teve origem semelhante…. Novamente os átomos faziam movimentos esquisitos diante dos meus olhos. Grupos pequenos conservavam-se modestamente no fundo. Meus olhos mentais, treinados por visões repetidas de espécie semelhante, distinguiam agora formas maiores de variados aspectos. Filas compridas e unidas tornavam-se bem mais grossas; todas num movimento serpentino e volteante. Agora, o que é aquilo? Uma das serpentes mordeu a sua própria cauda …. Acordei pelo clarão de um relâmpago. Desta vez, também passei o resto da noite resolvendo as consequências da hipótese”.
Max Heindel disse, em muitas ocasiões, que os grandes Hierofantes das Escolas de Mistérios estão trabalhando com os cientistas modernos, e fizeram o mesmo com os cientistas do passado, como por exemplo, com os alquimistas durante a Idade Média. Aqui está um exemplo da ajuda que vem do plano interno a um cientista moderno cuja honestidade seja indiscutível.
Outros cientistas também foram auxiliados no desenvolvimento de sua clarividência. Geralmente, esta é puramente intelectual em sua natureza, mas imensamente esclarecedora. Às vezes acontece que alguém vê, por um rápido instante, com a visão etérica, a estrutura atômica da matéria, mas não ousa divulgar isto.
Qual é a relação das moléculas e átomos com a aura magnética da qual falam os ocultistas, e o que a ciência está atualmente começando a explorar? Aqui ficamos no limiar do segundo dos quatro Éteres: o Éter de Vida.
Porém, antes de prosseguirmos, vamos rever o que nos é ensinado na Filosofia Rosacruz sobre o envoltório etérico do nosso próprio Planeta. O envoltório etérico do organismo humano é, de fato, uma réplica em miniatura do envoltório etérico do globo Terrestre, e é o seu representante da mesma forma que uma gota d’água do mar representa o oceano.
A Terra física está rodeada e penetrada por um globo invisível que se estende para fora, no espaço, a uma grande distância além da atmosfera, tradicionalmente até à Lua, que está incluída dentro do envoltório etérico da Terra. Este é o Corpo Vital da Terra. Este globo é composto de Éter, do qual há quatro graus: o mais denso é chamado Éter Químico e está mais próximo da Terra. O seguinte é o Éter de Vida; depois vem o Éter de Luz e, finalmente, o quarto, o mais rarefeito e mais atenuado, é chamado Éter Refletor. O Éter é substancial, mas não físico, no sentido que a matéria, como a conhecemos, é física. Contudo, para o clarividente treinado ele é tão tangível como os sólidos, líquidos e gases da nossa experiência comum. Nestes Éteres, o clarividente vê as forças vitais que dão alento às formas minerais da planta, do animal e do ser humano. Os corpos etéricos de todos os seres que existem na Terra participam do Corpo Vital da Terra; e eles também participam das forças cósmicas que fluem através do Corpo Vital planetário.
O Corpo Vital, por si só, não tem poder algum; ele é o canal através do qual as forças solares de vida fluem para dentro do Corpo Denso, e também é o canal pelo qual a energia dinâmica do Corpo de Desejos atua sobre o físico para impulsioná-lo à atividade. O Corpo Vital determina a direção na qual uma determinada força é usada, porém, essa força deve ser suprida do exterior, ou de “cima”, caso estejamos pensando em termos de forças superiores espirituais, mentais e psíquicas.
Assim como o envoltório da Terra possui seus polos positivo e negativo em cada revestimento ou camada, desde o Éter Químico até o Éter Refletor, refletidos na camada física como os polos magnéticos do globo terrestre, assim também, cada revestimento ou camada do corpo etérico do ser humano possui o seu polo positivo e negativo, manifestando-se na polaridade oposta nos dois sexos. O Éter Químico é predominantemente positivo na estrutura masculina e negativo na feminina. Os órgãos do Corpo Denso possuem, cada um, o seu próprio campo magnético dentro do corpo etérico, cada um tendo, no mínimo, um par de polos e alguns com mais de um.
Mostramos que o Éter Químico é o meio de manifestação das forças químicas que causam a formação de cristais, poeticamente explicadas como os amores e ódios dos átomos. Outras forças neste Éter promovem a assimilação, a excreção e o crescimento. A cor do Éter Químico é de uma púrpura forte ou índigo; às vezes ametista ou azul-violeta, limpo e transparente no seu estado normal, mas escuro até ao preto quando carrega doenças, e é chamado de miasma. O miasma é tão denso que fica tangível até mesmo às pessoas sem qualquer desenvolvimento oculto particular. Max Heindel descreveu um caso de doença em que o miasma negro envolvia a garganta do paciente como um colar. Também o descreveu como caindo do corpo em cachos, forma que se manifestava dos vórtices atômicos magnéticos do Corpo Vital da pessoa adoentada.
As “forças” que atuam por meio do e no Éter Químico serão descritas numa futura palestra. Contudo, podemos dizer que estas forças incluem inteligências vivas, isto é, uma classe de Espíritos da Natureza geralmente chamados Gnomos na mitologia das Fadas, e outras inteligências superiores que dirigem suas atividades, entre elas os Anjos e os espíritos humanos daqueles que chamamos “mortos”[8].
4 – O Éter de Vida e a Genética
O Éter de Vida é o caminho para a ação das forças que têm, como primeiro objetivo, a perpetuação das espécies e, em termos da Humanidade, a criação de novas formas raciais. A força cósmica que trabalha no Éter de Vida é o terceiro Princípio da Deidade, a Energia Criadora de Deus. As forças menores trabalhando neste Éter são: Jeová, o Deus de Raça Solar-Lunar (que trabalha com Planetas que possuem Luas, embora Seu foco cósmico seja a órbita solar); o Arcangélico Espírito de Raça; a mãe e o pai de cada Ego que renasce; o próprio Ego renascente; os Espíritos da Natureza; os Anjos e os Arcanjos; e os espíritos pertencentes à onda de vida vegetal, incluindo os Espíritos-Grupo das plantas. (Os minerais, geralmente, não possuem o Éter de Vida).
Semelhante aos outros Éteres, o Éter de Vida tem dois polos, o positivo e o negativo. O polo positivo predomina na estrutura feminina e o polo negativo na masculina, isto porque a fêmea requer uma quantidade extra de energia criadora, que vai ser usada pelo corpo infante do Ego que vem a ela para renascer. As forças que trabalham pelo polo positivo são as que trabalham na fêmea durante a gestação, capacitando-a a executar este trabalho positivo e ativo de criar uma nova forma vivente. As forças que trabalham pelo polo negativo do Éter de Vida capacitam o macho a produzir o sêmen, no qual o espermatozoide, contendo o Átomo-semente do Corpo Denso do Ego que renascerá, é depositado pelos Anjos.
Os Anjos são os guardiões e conservadores dos Átomos-semente de propagação da planta, do animal e do ser humano. Quando estão trabalhando com os animais, os Anjos são ajudados pelo Corpo de Desejos da mãe. Trabalhando com o ser humano, são ajudados pelo Corpo de Desejos do próprio Ego renascente.
Quando o Ego está preparado para o renascimento, os Anjos do Destino determinam o sexo do corpo, no qual ele funcionará durante essa particular vida terrena, e o arquétipo é formado de acordo com esse sexo. O fator determinante do sexo é a Lei de Alternação, a menos que esta Lei seja modificada por circunstâncias específicas estabelecidas pelo Ego, em existências terrenas anteriores. Portanto, o sexo é determinado antes que a matriz etérica, feita dos Éteres Químico e de Vida, seja construída.
A lei é a seguinte: quando a matriz do Éter de Vida do Ego que renasce é positiva, atrai Éter Químico e átomos físicos negativos, pela ação das forças que operam ao longo do polo positivo do Éter de Vida, e o Corpo Denso será feminino. Quando a matriz de Éter de Vida é negativa, ela atrairá Éter Químico e átomos físicos positivos, pela ação das forças que operam ao longo do polo negativo do Éter de Vida, e o Corpo Denso será masculino. Este trabalho tem início no útero com o óvulo fertilizado, que é, neste estágio, o próprio corpo.
O Ego renascente fica rondando próximo à sua futura mãe, revestido pela cobertura embrionária da Mente e do Corpo de Desejos, enquanto a matriz é colocada no útero materno pelos Anjos. Depois que o Átomo-semente foi depositado no corpo da mãe, e a concepção se realiza fertilizando o óvulo, o Ego que vai renascer permanece do lado de fora, por um período de dezoito a vinte e um dias, enquanto o Corpo de Desejos da mãe trabalha sozinho sobre o Corpo Denso embrionário.
Para o cientista ocultista, todos os elementos de hereditariedade estão inerentes no Éter de Vida, e são manipulados pelas Inteligências invisíveis, ainda que auxiliados pelo ser humano. As características secundárias do sexo são, também, o produto de forças, que trabalham pelos polos positivo e negativo do Éter de Vida. Deve-se notar que as características do sexo não estão confinadas às funções reprodutivas primárias do corpo, mas que cada célula no corpo mostra uma diferença de sexo. Por exemplo: cada célula no corpo feminino tem vinte e três grupos ou pares de cromossomos, e cada par são como gêmeos idênticos; mas, no corpo masculino, cada célula contém um par que é assimétrico, isto é, diferente. Podemos dizer que o “23º” par de cromossomos são os cromossomos do sexo, que na célula do corpo feminino são idênticos, e descritos como os dois cromossomos X, enquanto que o “23º” par de cromossomos na célula do corpo masculino, consiste de dois cromossomos diferentes, X e Y. É o cromossomo Y que determina a masculinidade do corpo.
Até 1957 acreditava-se que havia 48 cromossomos (24 pares) na célula do corpo humano; porém, naquele ano, um novo tipo de microscópio revelou que haviam, de fato, somente 46 (23 pares).
Repetimos, que o que dissemos aqui tem relação com todas as células do corpo, não apenas com os “gametas” ou “células matrimoniais”. Certas células são reservadas nos órgãos reprodutores, no próprio início do processo do renascimento, com o propósito específico de perpetuar as espécies. Ainda que estas células se dividam, muitas vezes, a atividade é menor do que outras células do corpo, e estão ainda novas quando o trabalho de reprodução começa. Sua maneira de dividir é também diferente daquelas outras células (meiose versus mitose), permitindo a variedade na transmissão, de elementos hereditários desde que sejam retirados de duas pessoas em lugar de uma só, e muitas misturas e associações são possíveis. Quando a célula de reserva se parte em duas, ela forma os “gametas”, que são mais comumente conhecidos como óvulo e espermatozoide, ou ovo e células espermáticas. As células do ovo contêm, cada uma, o cromossomo X; as células do esperma contêm, cada uma, o cromossomo X ou um cromossomo Y. Cada gameta contém apenas uma metade do número de cromossomos da célula normal; mas, quando os dois gametas se unem, a célula resultante (óvulo fertilizado) possui, mais uma vez, o número completo de cromossomos.
Os cromossomos levam formações diminutas chamadas “genes”, as quais são os verdadeiros agentes da hereditariedade. Desde que cada cromossomo possui cerca de 1.000 genes, o Ego renascente dispõe de cerca de 46.000 genes de cada um de seus pais. Assim, o “cunho genético” ou padrão é colocado na célula original, que continua dividindo-se na maneira usual das células do corpo, para formar o novo organismo que é o domicílio de um Espírito Humano. A feminilidade parece ser a condição básica: o cromossomo Y adiciona o elemento masculino (comparar o Diagrama 13, do Livro “Conceito Rosacruz do Cosmos”, abaixo).
Diagrama 13 – O Princípio e o Fim dos Sexos
Pelo microscópio os genes são vistos dentro das células como pequenas faixas, cruzando os cromossomos filiformes, algumas vezes comparados a gotas. Diz-se que são “moldes da natureza, que fazem uma determinada criatura, de conformidade com o padrão de seus antepassados”.
É de especial interesse, para o Ocultista, a afirmação (Gamow[9]) de que o gene é talvez uma espécie de “elo perdido”, entre a matéria viva e a morta; daí ser também chamado, “a molécula vivente”. Assim, talvez possamos começar a traçar a linha neste ponto entre a molécula comum, que pertence ao campo do Éter Químico, e a molécula vivente, que pertence ao campo do Éter de Vida[10].
O gene é a menor unidade de matéria vivente. Contudo, “possui também características da molécula complexa (semelhante àquelas das proteínas), que estão sujeitas a todas as leis comuns da química” (Gamow). Calcula-se que o gene tem cerca de um milhão de átomos. Os ocultistas dizem que os genes e os cromossomos são depositados por forças que trabalham no Éter de Vida.
Na verdade, os dois Éteres inferiores constituem um Corpo “vital” ou “de vida” que atua como uma matriz, como uma rede ou malha de força, dentro da qual os átomos do corpo são coletados, num padrão vivente ou organismo. Aprendemos que o sangue e as glândulas de secreção interna (endócrinas) são, num sentido especial, o produto mais elevado do Corpo Vital, e, entre as glândulas endócrinas, o Corpo Pituitário[11] localizado na cabeça, é nas palavras dos modernos biofísicos o mais poderoso órgão sexual do corpo. Suas secreções governam os ciclos de fertilidade, tanto no homem como na mulher. É o foco do Espírito de Vida (Cristo Macrocósmico) no ser humano, que é um Fogo (do Livro: Princípios Ocultos de Saúde e Cura – Capítulo X – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz). O Corpo Vital, como um todo, é o “reflexo” ou “emanação” (poderíamos até dizer condensação) do mesmo Princípio (do Livro: O Corpo Vital – Capítulo 1 – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz). Todos os hormônios segregados e libertos na corrente sanguínea pelas glândulas endócrinas são expressões do Éter de Vida, mas aqueles, como o Corpo Pituitário e as gônadas[12] que segregam hormônios sexuais, são mais ainda, porque estes são os participantes ativos, juntamente com os genes e cromossomos, nos ciclos reprodutivos do indivíduo e das raças. Futuramente, a Vida do Cristo Cósmico irá suplantar, inteiramente, o Princípio de Raça Jeovístico.
O número de cromossomos em cada célula difere de uma espécie de vida para outra. Somente o corpo humano contém 46 cromossomos. O completo desenvolvimento, e praticamente todas as propriedades do organismo adulto, estão determinadas pelo conjunto de genes ocultos em cada cromossomo, de cada célula do corpo. Cada animal ou planta “cresce ao redor de seus genes”.
Isto foi comparado ao modo de como é formada uma massa de matéria inorgânica. Por exemplo, certos núcleos atômicos carregando uma carga de seis unidades elétricas positivas, rodear-se-ão com uma envoltura atômica de seis elétrons cada, o que leva os átomos a se acomodarem num padrão hexagonal regular, formando os cristais que chamamos de diamantes. Não é preciso dizer que até mesmo o organismo mais simples é bem mais complexo do que o diamante, “porém, em ambos os casos, temos o típico fenômeno da organização macrocósmica, sendo determinada até ao último detalhe pelos centros microscópicos ou atividade organizada” (Gamow).
5 – A Espiral da Vida
Nas explicações anteriores mostramos o que a ciência física tem a dizer sobre as forças de vida no organismo humano. Gostaríamos de frisar, mais uma vez, que o átomo carbônico é o ponto crucial do processo da vida química, conforme as palavras do cientista: “Visto que a estrutura do universo depende do hidrogênio, a estrutura da vida depende do carbono. O carbono é a ‘pedra angular’ essencial, pelo qual todas as coisas vivas foram construídas. Por que deve ser assim? A vida exige átomos que tenham a habilidade de formar-se dentro de moléculas excepcionalmente grandes… O que dá ao átomo de carbono esta propriedade especial de adesão aos outros átomos numa escala tão grande? Parece ser um átomo comum que se distingue por ter seis elétrons planetários, enquanto que o nitrogênio e o boro, seus vizinhos na tabela atômica, possuem, respectivamente, cinco e sete elétrons, enquanto que o átomo de carbono é quase único. Isto é devido à sua estrutura peculiar. É conhecido como um átomo quadrivalente porque tem uma potência de quatro na formação de combinações de átomos, em comparação com outros que a têm para mais ou para menos. É esta qualidade que dá ao átomo de carbono, sua tremenda potencialidade de criar estruturas mais complexas. Na realidade, o número de componentes possíveis, baseado neste átomo versátil, atinge realmente milhões”[13].
Durante séculos, a ciência oculta tem falado do “Corpo de Diamante” do Adepto, ou do próprio Adepto como “O Diamante Vivo”. Atualmente, na moderna bioquímica, uma alusão reveladora evidencia-se, pois, este átomo de carbono, tão importante no processo da vida, é o mesmo que a Natureza utilizou há séculos para formar os diamantes no estrato mineral, do primitivo globo terrestre. O diamante é o símbolo da imortalidade; porém, é mais do que um símbolo. É uma promessa.
Por detrás do diamante está a energia da luz solar, a pressão de massas rochosas, e o calor da ainda jovem Terra. As mesmas forças estão presentes no organismo do ser humano, embora sob outra forma, e delineando o destino final do ser humano.
Na concepção popular, “Fogo” e “Água” são tidos como opostos, porém, na química oculta, são, na realidade, complementares. Não é de causar surpresa descobrir-se que, intimamente conectado com o Éter de Vida, está o “Éter solar incolor” ou “fluido solar”, que flui através do baço do corpo etérico, pois o Éter de Vida é a via particular para a especialização deste fluido solar, conforme declara Max Heindel.
Assim como existe um Fogo Vital universal ou macrocósmico (chamado Espírito de Vida, o qual é o Princípio Crístico), também há um magnetismo macrocósmico visível à visão etérica, como uma espécie de chuva que parece cair em linhas inclinadas, em direção à Terra. Muitas pessoas têm visto esta queda de força cósmica sem compreender o que viram. Não é o mesmo que os “raios cósmicos” da ciência moderna, embora, desde que o Sol é uma estrela e as estrelas são todas sóis, não há razão para supor-se que este “éter solar” não incluiria forças emanadas de estrelas distantes e nebulosas, assim como vindas do nosso Sol. Tanto a matéria como a luz causam fenômenos eletromagnéticos; assim também faz a “vida”, conforme os biólogos estão atualmente descobrindo. A chamada “força sexual” é “gerada” no Éter de Vida, enquanto a força cósmica ou solar precipita-se através do baço.
A chuva cósmica magnética é incolor, como a água; e como a chuva consiste de gotas separadas de água, assim também essa chuva magnética consiste de unidades separadas de força. Além do mais, tem afinidade pela água, e Mesmer[14] descobriu que os oceanos estão carregados com o que ele designou como magnetismo solar, e assim estão também os lagos, rios e correntes. O corpo humano, altamente magnético, revela sua origem nos mares primitivos, pelo fato de que ele é mais do que 80% de água. Mesmer disse, também, que o Sol é um grande magneto – o que está sendo constatado pela moderna astronomia (Livro: Frontiers of Astronomy, de Fred Hoyle).
As plantas são ricas de Éter de Vida, assim como certos produtos de origem animal, em especial o leite fresco de vaca, quando ainda quente da ordenha. Muitas das necessidades humanas são supridas através da ingestão de alimentos vegetais, aos quais é adicionado o magnetismo que flui através do baço. Algum dia a Humanidade não precisará mais de alimentos vegetais, mas tirará seu sustento diretamente do próprio campo de energia cósmica.
O magnetismo universal precipita-se através do baço até ao Átomo-semente do Corpo Vital, localizado no plexo solar; daí desdobra-se por meio do corpo, irradiando-se pelos nervos. Sem essas correntes magnéticas, o corpo não poderia funcionar, mas ficaria inerte e sem movimentos, tal qual uma máquina elétrica com a corrente desligada. A atividade do Corpo Vital, já que ele especializa o fluido solar, é audível a audição etérica como um zumbido constante ou sussurro, e os vórtices de força são claramente sentidos. A nota-chave desta atividade é dada pela “Chama Sonante”, que arde na medula oblongada, a qual, por sua vez, emite a nota-chave do arquétipo. Quando o Ego deseja agir, ele faz o cérebro especializar grande quantidade desta energia, a qual, fluindo para os músculos, compele-os à ação. É a mesma força que o Ego usou no começo quando construiu o corpo no útero materno[15].
Max Heindel descreve as “milhões de bocas” que no Corpo Vital positivo (feminino) sugam a energia solar em quantidade bem maior do que o Corpo Vital negativo (masculino) é capaz de o fazer; e isto, diz ele, é a razão da grande capacidade de recuperação das mulheres. Uma força excedente é acrescentada ao Corpo Vital feminino para suprir as necessidades da maternidade, assim como para as suas atividades diárias.
Às vezes, os Estudantes veem estas “bocas” como “círculos”, e parece que esses círculos são a unidade básica do polo positivo do Éter de Vida, o qual determina a forma de toda a matriz magnética, que é uma espécie de rede ou malha de força. No interior da malha magnética estão inumeráveis redemoinhos (ou espirais de força), grandes e pequenos, alguns girando para a direita e outros para a esquerda. Isto lembra-nos a afirmação de que a luz é energia girando em círculos, correndo livremente, enquanto a matéria é energia “engarrafada”. O Éter Químico é a “garrafa” para a matéria não vivente; os Éteres de Vida e Químico juntos são a “garrafa” para a matéria vivente.
O átomo etérico e o átomo físico estão, como uma regra, fortemente entrelaçados, porém, os Estudantes ocultistas (e alguns outros) muitas vezes, sentem uma sensação como se o átomo etérico estivesse se “desparafusando” do átomo físico. Apenas recentemente a ciência física compreendeu, que na Natureza faz diferença o fato de uma força circular pela direita ou pela esquerda. Antigamente, a “Lei de Paridade” expressava a crença comum de que não faria diferença na Natureza em qual direção as forças corressem. Todo um ramo da ciência revelou, além da descoberta, que definitivamente isso faz diferença, tanto para a estrutura da matéria quanto para o desenvolvimento da vida.
Na natureza encontramos em todos os lugares a Lei da Espiral; desde as nebulosas e galáxias nos céus, até o crescimento espiralado da folha e do broto nas plantas, tanto em baixo, no interior sinuoso dos cromossomos – no qual os genes estão enfileirados como as contas de um rosário – como mais abaixo, até os íons, e também nas bases atômicas das substâncias que vivem, ou que uma vez tiveram vida. Aí descobrimos, novamente, que o átomo de carbono parece ser um agente especial da condição espiralada. Embora existam algumas moléculas sem vida, e alguns íons que demonstram a condição espiralada, esta característica é, frequentemente, o sinal das forças de vida. Citamos: “O que deu origem ao lado direito e ao esquerdo, agora tão vitais para as coisas vivas? Se algum processo de vida deve acompanhar a separação dos materiais da direita dos da esquerda, como pode, então, começar a vida? Se tudo que agora é lado direito fosse, de repente, lado esquerdo, a vida prosseguiria sem interrupção e sem mudança? São estes os problemas estudados profundamente. Algumas conjecturas foram feitas, mas não produziram a resposta completa. As conjecturas se basearam – e a resposta completa ainda virá – no exame das simetrias das forças atuantes na matéria, juntamente com as simetrias da matéria sobre a qual elas agem. Os cristais fornecem um dos mais belos exemplos de ordem e simetria. Pensando bem, descobrir-se-á que, ordem e simetria têm aplicação de longo alcance em todas as ciências naturais. Hoje, os físicos pensam nas simetrias das partículas fundamentais das quais o universo é feito, dos campos de força nos quais aquelas partículas se encontram, e das equações matemáticas que descrevem o comportamento resultante do mundo. Os químicos pensam nas simetrias das moléculas, simples e complicadas, feitas dessas partículas. E os biólogos pensam nessas simetrias – essa regularidade – no esforço que fazem para compreender a origem e o procedimento da própria vida” (Do Livro: Crystal and Crystal Growing, Holden e Singer, pág. 274-275).
6 – Magnetismo Orgânico Versus Inorgânico
Embora possamos falar da chuva magnética como “Éter solar”, ela não é uma propriedade da luz solar. Ela é vista caindo pelo espaço, tanto na densa escuridão, como também na claridade. Eis porque a ciência oculta classifica-a como Éter de Vida; ou, como Max Heindel declara: o Éter de Vida é a via particular para a sua especialização. Seu magnetismo fluídico é a fonte do que é comumente conhecido como “atração sexual”, que a ciência oculta vê como uma atividade dos polos positivo e negativo do Éter de Vida. A polaridade, como tal, não está limitada ao Éter de Vida ou à sexualidade das criaturas organicamente propagadoras; ela é encontrada também nos planos espirituais mais elevados, onde se manifesta de modo diferente.
À medida que a evolução avança, a entidade em renascimento (Ego) é capaz de especializar, cada vez mais, este fluído magnético cósmico; portanto, o ser humano especializa esta energia em quantidades bem maiores do que as plantas e animais. Além disso, as investigações de Max Heindel sugeriram que as forças que penetram pelo baço mostram cores diferentes, conforme o uso que é feito delas pelas diferentes ondas de vida (Ensinamentos de um Iniciado – Capítulo XXIV).
Este Éter incolor é, de fato, a forma original do “magnetismo animal” ou “magnetismo orgânico”, tradicionalmente distribuído a todos os seres viventes, exceto ao reino mineral. O sexo e a hereditariedade são partes da função, mas não a função toda, a qual é, em geral, o desenvolvimento da vida em todo o organismo.
Note-se que existe um magnetismo “mineral”, bem como um magnetismo “animal”. Podemos comparar a diferença entre estes dois tipos de magnetismo àquele existente entre o ferro orgânico e o inorgânico. A planta toma o elemento ferro mineral e o transmuta em ferro orgânico, que é abundante, por exemplo, nas folhas verdes da planta. Não obstante, este ferro orgânico não é, de maneira alguma, externamente igual a uma massa de ferro ou ao minério de ferro, do qual originalmente é derivado.
O campo magnético do Éter de Vida, como já vimos, constrói o embrião no útero, começando com o óvulo fertilizado, e, porque o corpo da criança requer grandes quantidades deste Éter, a aura etérica da criança é maior em proporção ao seu corpo, do que a dos adultos. Este suprimento de reserva de Éter na aura da criança consiste de átomos do Éter Químico, bem como um suprimento de reserva da força de vida cósmica (O “átomo prismático do Éter” consiste, realmente, tanto de Éter Químico como de Éter de Vida).
Até agora, a ciência física nada descobriu sobre o incolor fluído solar, nem sobre o fato de que ele está sujeito à vontade humana; porém, se não estivesse sujeito à vontade humana, não poderia ser verdade o fato de que as formas de vida superiores especializam quantidades cada vez maiores dele. A chuva magnética cósmica, na realidade, responde à vontade humana, a qual, como sabemos, está focada no seio frontal. Muitas vezes, uma sensação de calor acompanha o “aguaceiro” da chuva cósmica. Max Heindel indica que, em épocas anteriores à nossa evolução, esta força cósmica entrava no Corpo Vital pela vontade do ser humano, e que, atualmente, ela entra de maneira diferente da anterior (pelo baço). Podemos, agora, começar a retomar o uso consciente das forças de vida cósmicas.
Quando a força “inorgânica” se direciona através da aura humana magnética, ela se converte no “magnetismo orgânico” que o corpo humano necessita para o crescimento; eis a razão da prática antiga da “imposição das mãos”. O curador magnético constrói, de fato, um útero artificial de força, no qual o corpo do seu paciente é capaz de reconstruir-se. Conta-se o caso de uma criança que nasceu com “botões” no lugar dos dedos em uma das mãos, e, após meses de trabalho de um grupo de dedicados curadores de uma igreja (membros de uma comunidade ortodoxa), esses “botões” (que são encontrados no embrião) abriram-se formando dedos normais, tal como se a criança tivesse sido colocada de volta ao útero materno e o crescimento se processasse a partir do ponto em que havia parado.
Max Heindel comentou ainda que “quando o fluído solar é exalado pelo cérebro, em grande quantidade, ele move os músculos por intermédio dos nervos”. Mas, para o trabalho de construção do corpo – que é o que a cura realmente faz – quantidades ainda maiores de fluido solar são exigidas, e, a menos que sejam atraídas do espaço por meio do seio frontal (vontade humana), e dali dirigidas pelo cérebro, tais milagres, conforme já mencionamos, não podem ocorrer; muitas vezes mais de um curador deve trabalhar no caso. O grupo de curadores, mencionado acima, nada sabia do “modus operandi” das forças cósmicas, contudo, os curadores tiveram êxito por meio da invocação feita via a oração à Divindade, que imaginavam estar no Céu. É digno de nota que a maioria dos curadores eram mulheres, com seus Corpos Vitais positivos.
A ciência chamada “mesmerismo” inclui o uso destas forças cósmicas, mas o mesmerismo não é o mesmo que o hipnotismo moderno, que depende da sugestão. A “sugestão” não podia ter feito os botões embrionários desdobrarem-se em dedos na criança. Nem poderia a “sugestão” retardar a decomposição de um pedaço de carne ou de um vegetal, como a aplicação do magnetismo vivente tem feito, segundo nos tinham relatado.
Já dissemos que essa força magnética está quase sempre ligada a alguma forma de umidade, como a seiva das árvores nas plantas, o sangue dos animais e dos humanos, ou outros fluidos. As árvores cortadas para o Natal sangram vertendo a sua seiva, e, enquanto este sangramento ocorre, o magnetismo vital da árvore precipita-se para fora logo após o corte, como uma verdadeira hemorragia acentuada. Em seguida, vagarosamente, vai diminuindo até que a árvore morre e fica seca.
É doloroso para qualquer pessoa sensível estar num lugar onde uma árvore cortada esteja sangrando até a morte. A maioria dos Estudantes ocultistas prefere ver uma árvore cheia de vida ou, na pior das hipóteses, compreenderiam a retirada de uma árvore pelo serviço florestal para dar lugar a outra mais sadia nos declives montanhosos e prefeririam até uma árvore artificial das quais existem algumas muito bonitas, em lugar de ver uma árvore cortada e ferida.
A força solar fluindo através do baço é uma força cósmica, mas ainda “inorgânica” do ponto de vista humano, e, pela alquimia do Espírito em renascimento, torna-se uma força “orgânica” de magnetismo de vida. O ferro é importante para a criação do magnetismo humano, e há quatro átomos de ferro em cada célula normal de hemoglobina; a presença do ferro no Planeta, sem dúvida, diz respeito ao magnetismo planetário. Há também no espaço interestelar grandes campos magnéticos – as matrizes dos mundos futuros.
Estivemos falando das forças de “vida”, mas a ciência oculta fala também das forças “da morte”, e assim como as forças de vida estão associadas ao Sol, as forças da morte estão associadas à Lua. Max Heindel fala das “forças lunares que tratam da morte” e também das “forças cristalizantes da Lua”. O processo de vida é um equilíbrio entre a reconstrução das forças solares e a destruição das forças lunares. Em algumas antigas escolas de ciência oculta, estas correntes são conhecidas como respirações de “fluxo ascendente” e de “fluxo descendente”.
Os ciclos de crescimento do Corpo Vital são fixados em períodos setenários que derivam das forças lunares cristalizantes. Sete anos é o período de maturação do revestimento etérico, sendo que o Corpo Vital “nasce” do seu revestimento aos sete anos; mais tarde os diversos Éteres maturam-se, separadamente, em ciclos de sete anos; o Éter de Vida aos catorze anos, com o Corpo de Desejos; o Éter de Luz aos vinte e um anos, com a Mente; o Éter Refletor aos vinte e oito anos, com a completa maturação da Mente. Max Heindel também cita uma tradição antiga dos “Seres Lunares”, cuja vida decorrida da infância à velhice é de apenas 7 anos. Tais casos são conhecidos pela ciência médica.
Até aqui falamos da visão e da audição etéricas; devemos também considerar o sentido do tato etérico. O Éter de Vida é SENTIDO, por exemplo, como uma espécie de fluido magnético pesado. Pode-se chamá-lo de viscoso, isto é, se entendermos que o seu magnetismo lhe dá esta consistência. Quando o Auxiliar Invisível mergulha suas mãos no corpo etérico do paciente e depois as retira, o Corpo Vital do paciente parece grudar em suas mãos. É comum o doente não sentir seu próprio magnetismo, mas, neste caso, a aura magnética do Auxiliar está exercendo uma atração exterior. Isto é o “material que une fortemente” de assimilação sobre o qual Max Heindel fala[16]. Note-se que o “material que une fortemente” de assimilação, que pertence ao Éter de Vida, é encontrado SOB o limiar molecular do corpo, enquanto que o “material que une fortemente” do Éter Químico é definitivamente molecular, como foi demonstrado no fato de que as linhas de força do Corpo Vital descarregam estas moléculas que muitos videntes têm descrito. Dissemos que a molécula é a menor porção de uma substância que pode ainda ser chamada de “matéria”. Quando rompemos a molécula, entramos no mundo dos átomos, e, quando rompemos os átomos, entramos no mundo das forças subatômicas. É aqui, na fronteira da matéria, que penetramos nos estados conhecidos da ciência oculta como o Éter de Vida[17].
O Auxiliar Invisível trabalha diretamente dentro e sobre a estrutura molecular do corpo no Éter Químico, embora ele possa materializar a mão física o suficiente para massagear, fazer ajustes quiropráticos ou, até mesmo, efetuar uma cirurgia.
Os bioquímicos, naturalmente, presumem que todo fenômeno eletromagnético do corpo procede da química do corpo. O ocultista alega que o Corpo Vital possui uma existência independente, que ele existe antes do corpo e que é a sua matriz permanente. Não há dúvida de que os bioquímicos, algum dia, pegarão seus instrumentos e testarão um corpo morto e, naturalmente, não encontrarão campo magnético. Eles vão declarar que isto prova que este campo magnético emanava do Corpo Denso e que, por estar morto, não tem campo. Mas, se o ocultista estiver certo, o bioquímico descobrirá o seu campo elétrico, caso ele desenvolva instrumentos sensíveis capazes de explorar o espaço logo acima do cadáver, pois ali descobrirá que, durante alguns dias após a morte, existe um campo magnético flutuando sobre o cadáver. E mais tarde, se olhar com atenção, se souber por onde conduzir seus instrumentos e como colocá-los, ele poderá descobrir um campo magnético com a forma física correspondente ao corpo morto, mas separado dele no espaço e no tempo!
Mas, se a teoria de um campo magnético flutuante parece estranha, podemos lembrar que os astrônomos atualmente admitem que os campos magnéticos existem no espaço interestelar, os quais – se nada mais fazem – lançam os raios cósmicos em seus caminhos, através do universo.
7 – O Éter de Vida e o Fogo Cósmico
Diversas vezes se tem mencionado sobre o “Fogo de Vida” que arde no Éter de Vida. Não é apenas um calor físico, mas um Fogo que demonstra a presença de um espírito vivente. Na assim chamada “Palavras Perdidas de Jesus”, descobertas no Egito em 1904 (e novamente em 1945), aparece a declaração: “Onde houver dois, eles não estão sem Deus, e onde houver um, Eu digo: Eu estou com ele. Levanta a pedra e ali Me encontrarás; quebra a rocha e ali Eu estou”. Há ainda hoje, em certas igrejas, o costume de fazerem uma Cerimônia da Páscoa em que parte do ritual consiste em tirar, pela fricção, faíscas de uma rocha, e acender as velas da Páscoa com a chama dessas faíscas, sugerindo que o Fogo do Cristo Cósmico (Espírito de Vida) está aludido nesses versículos.
Entretanto, o Fogo Universal é “frio” enquanto dorme na rocha e no espaço cósmico; é ainda “frio” no reino vegetal, embora, à visão etérica, tenha a aparência de uma chama delicada, não uma chama que arde e salta, mas um reluzir constante rosa-alaranjado que caracteriza o Éter de Vida no reino vegetal. Nos animais e nos seres humanos adquire uma cor vermelho escuro ou rosado forte, pois, assim como a radiação de energia e partículas atômicas não são visíveis ao olho humano, embora existam, assim também o “calor” dos animais de sangue frio ou das plantas não é perceptível aos sentidos humanos no âmbito geral. A este propósito citamos o Dr. Donald H. Andrews, da Johns Hopkins University, que disse numa palestra: “Se você apagar as luzes e permanecer no escuro, você não ficará brilhando; entretanto, se ficar na frente de uma câmara de televisão infravermelha, em completa escuridão, a tela da televisão mostrará uma forma reluzente brilhando com luz que irradia de você, como resultado das vibrações de seus átomos. Isto é um fato físico estabelecido”.
Há uns dez anos atrás, o professor Dr. Bernard Strehler, da Chicago University, e o Dr. William Arnold, vinculado ao National Laboratory, em Oak Ridge, descobriram que plantas verdes emanam uma luz vermelha esmaecida, igual à luz dos pirilampos, e depois, no laboratório, produziram uma substância que parece ser a mesma que nas plantas emitem o brilho avermelhado. A luz vermelha não pode ser vista a olho nu, declararam eles, mas algo que a produz deve estar lá. E acrescentaram: “Estas descobertas foram possíveis pelo estudo dos pirilampos e de bactérias luminosas. Atualmente julga-se que há uma íntima relação entre a emissão da luz que liberta energia e a fotossíntese, que armazena energia … Mais surpreendente é o fato de que os mesmos compostos químicos, que são responsáveis pela emissão de luz nos pirilampos e nas bactérias luminosas estão envolvidos na fotossíntese”.
Somente nos animais de sangue quente e no gênero humano o Fogo “frio” do espaço provoca calor, que é sentido como tal, no mecanismo sensorial do ser humano.
O aspecto de calor do Éter de Vida no corpo humano é realmente uma propriedade conferida pela atividade de forças que operam no polo positivo do Éter de Luz, do qual trataremos em nossa próxima série de lições. Justamente porque não fomos capazes de separar totalmente o Éter Químico do Éter de Vida, também não podemos separar completamente o Éter de Vida do Éter de Luz. Todos os Éteres reagem e interagem uns com os outros.
Assim como a cor está associada à luz solar, no âmbito geral da visão, também a cor está associada ao magnetismo do corpo, na visão etérica. As cinco cores especializadas pelos Éteres, que estão entre o violeta e o vermelho num círculo cromático, não são encontradas no espectro solar como as conhecidas pela visão comum, não aparecem no arco-íris, o qual é luz solar refratada. Estas são as cores que vão desde o violeta, passando pela cor púrpura média, o magenta ou a cor da flor de pêssego, até abaixo do vermelho. Embora estas cores não sejam encontradas no espectro solar, elas são, na verdade, cores primárias no Mundo do Desejo, e a cor da flor do pêssego é a cor da Força Vital, tal como é vista no Éter de Vida no corpo humano. Max Heindel diz que essa cor não é sempre descrita em termos idênticos por aqueles que a veem. Ele mesmo a denomina de “cor-de-rosa azulada” ou “rosado púrpuro”. É a expressão do Espírito de Vida Universal, conforme foi salientado anteriormente, e desde que é um Éter VIVO, aparece apenas nas plantas, nos animais e no ser humano – não no reino mineral. Comumente, a cor do Corpo Vital é designada como “cor rósea”.
O Éter Químico é caracterizado pelo azul ou índigo, com maior tendência para a púrpura média ou o quase preto.
Outras cores podem também aparecer nestes dois Éteres inferiores, porém, aquelas mencionadas são básicas.
Quando o Éter solar flui através do baço e é refratado no Átomo-semente do Corpo Vital, no plexo solar, ele flui pelo corpo de modo que cada átomo do corpo, tanto físico como etérico, recebe seu estímulo. O excesso de força, então, irradia para fora em linhas de cor rosada. O primeiro pensamento de Max Heindel, quando estudava os Éteres, foi de que esta força adquiria esta cor rosada pela refração através de cada átomo etérico prismático. Mais tarde, determinou que a mudança ocorria no Átomo-semente do plexo solar, e um grupo de átomos o rodeava (no Livro: Conceito Rosacruz do Cosmos – Introdução). Ele não havia completado suas pesquisas quando ocorreu sua súbita morte em janeiro de 1919.
Resumo
Voltamos mais uma vez ao Corpo Vital, tal como é visto por meio da visão etérica do cientista ocultista. Necessariamente o átomo do Corpo Vital é visto em conjunto com o átomo físico, com o qual o átomo etérico está fortemente entrelaçado. Para descrever os átomos físico e etérico do corpo imagine uma cesta de arame na forma de uma pera, tendo paredes de arame encurvadas em espiral que correm obliquamente de polo a polo. Esta é a parte física do átomo. É de formato quase idêntico à nossa Terra, e o átomo prismático do Corpo Vital está inserido no topo, que é o mais largo e corresponde ao polo positivo da Terra. Visto que o prisma vital está inserido no topo, o ponto do prisma estende-se em direção à base da “cesta”, que é denominada de polo negativo. O átomo todo, assim interpenetrado, lembra um pião girando, agitando-se e vibrando, numa nota que é determinada pelo arquétipo e pela Chama Sonante na medula oblongata[18].
Isto sugere que o “prisma” é parte do núcleo atômico (do qual pouco se conhecia durante a vida de Max Heindel), enquanto que a “cesta de arame” seria, talvez, os caminhos em espiral de elétrons passando pelos vórtices magnéticos, determinados pelo Éter de Vida. Note-se que este átomo não tem forma de disco, mas sim de uma pera, como agora se julga ser o globo terrestre, com a sua parte maior no Polo Sul[19].
Os prismas etéricos expandem-se quando a força de vida está passando por eles e contraem-se (“encolhem-se”) quando fatigados e as linhas de força ficam enroladas e encurvadas, forçando o Ego a se retirar através do sono. No Capítulo V, do livro “Os Mistérios Rosacruzes”, Max Heindel comenta: “Por fim, o Corpo Vital sofre um colapso, por assim dizer, os diminutos raios de força que penetram cada átomo parecem que se contraem e o Ego é impelido a abandonar o corpo às forças restauradoras do sono”. Ele menciona, também, certas forças que circundam o átomo e a terra, do polo ao equador (Livro O Corpo Vital – Cap. I).
Para a visão etérica, pontos do prisma etérico são vistos projetando-se para todas as direções. Mas, do mesmo modo que a visão física varia, assim também a visão etérica varia de pessoa para pessoa, e, embora todos vejam em grande parte a mesma coisa, ela é vista em graus variados de intensidade e clareza. Portanto, os Estudantes devem evitar declarações arbitrárias até ficarem seguros de que a sua visão etérica está bem desenvolvida. Para um, o Corpo Vital pode apresentar-se não mais que uma neblina vagamente colorida que se estende cerca de uns 3,8 centímetros do corpo. Para outro, esta névoa apresenta-se dentro de uma multidão de linhas de força rosadas. O Éter Químico pode ser visto junto ao corpo, e para alguns a sua cor azul escura pode ser interpretada como um espaço vazio, à semelhança do centro de uma chama de gás. Muitos têm observado cristais, moléculas e partículas fluindo da superfície do corpo. Faíscas de energia vital que disparam da cabeça, da face e das mãos podem ser vistas, de vez em quando, por quase todos. Também podem ser observadas ao redor das plantas, e uma faísca azulada que voa de uma semente pode assinalar a presença de um Espírito da Natureza que reside nessa semente.
Constatamos, com frequência, que quando Max Heindel diz “Corpo Vital”, ele se refere especificamente ao Éter de Vida, mais do que ao Éter Químico, pois, naturalmente, “Vital” significa que pertence à vida, mas é o Éter Químico que forma o verdadeiro duplo etérico de cada simples molécula no corpo humano. Contudo, cada átomo está também penetrado e envolvido por uma leve aura dos Éteres de Luz e Refletor (Livro: O Corpo Vital – Cap. IV).
A morte do corpo ocorre quando o arquétipo entra em colapso, que é seguido pela ruptura do Átomo-semente no coração e pelo colapso do Corpo Vital (como antes no sono), forçando o Ego a retirar-se dos seus veículos. Vê-se, então, o Corpo Vital elevar-se semelhante a uma coluna de fumaça, que logo toma a forma do indivíduo, assemelhando-se a ele, permanecendo acima do corpo ao qual ainda está ligado pela parte inferior do Cordão Prateado, e com o qual se decompõe sincronicamente. No folclore, este fenômeno é descrito como fogo-fátuo, e, embora seja vista geralmente como uma neblina azul acinzentada mais ou menos brilhante, tem sido observado, em certas ocasiões, na cor verde ou azul-esverdeado, mudando a cor no processo de decomposição.
A morte é, muitas vezes, acompanhada pela sensação de movimento em espiral nos átomos do corpo, mas esta sensação não é necessariamente uma indicação de morte, e o Estudante não necessita sentir-se alarmado se isto acontecer. O trabalho pré-iniciatório “solta” os átomos etéricos de modo seguro, capacitando o Iniciado a sair para fora do corpo, deixando os dois Éteres inferiores com o Corpo Denso. Somente um exercício exato dado pelos verdadeiros mestres ocultistas habilita o indivíduo a fazer a divisão certa dos Éteres, entre os dois inferiores e os dois superiores. Exercícios errados – especialmente aqueles que são dados aos médiuns – podem causar a divisão entre os Éteres Químico e de Vida, ou entre os átomos do Éter Químico e os físicos, e quando isto ocorre, provocam várias doenças, entre elas a tuberculose (Livro: O Corpo Vital – Cap. II). Em qualquer caso, o “movimento em espiral” dos átomos é uma sensação característica.
Deve-se, também, observar aqui que, quando os Éteres Químico e de Vida são dirigidos para fora do Corpo Denso, ocorre uma profunda inconsciência, que não é o sono, e quando a consciência volta sobre os átomos vitais, reentrando em sua contraparte física, uma sensação de picadas e formigamento é sentida. Os fisiologistas dizem que isto é devido à circulação do sangue que está sendo restaurada, pois a mesma sensação acontece quando a circulação cessa em uma parte do corpo, como quando a “mão adormece”. Quando isto é sentido, o ocultista vê a mão etérica caída por baixo da mão física. De modo semelhante, na hipnose, a “cabeça” etérica é pressionada para baixo ao redor dos ombros da pessoa, dividindo-a desde o alto. A circulação do sangue também diminui sob tais condições.
Os átomos do Corpo Denso têm uma vibração muito lenta; o átomo etérico estimula cada átomo físico para ação e vibração (incluindo os átomos do sangue). No corpo humano, a média de vibração do átomo físico é normalmente uma oitava abaixo da vibração do átomo etérico que o anima (Livro: Corpo Vital – Cap. I). A sensação de agulhadas, que é sentida quando o átomo etérico está reentrando no átomo físico, do qual foi retirado, não cessa até que a vibração normal do átomo do corpo, uma oitava abaixo do etérico, tenha sido alcançada. Então, o desconforto cessa, pois, a atividade normal está, uma vez mais, estabilizada.
A ciência oculta ainda não esclareceu o relacionamento existente entre o magnetismo planetário, solar e etérico das coisas vivas na Terra. Horóscopos para as pessoas nascidas no hemisfério sul são tradicionalmente invertidos, de modo que, onde um mapa do norte demonstre o nascimento em Áries, por exemplo, o mapa do sul apontará Libra. Será isto, talvez, o efeito da polaridade planetária? Isto é um dos muitos mistérios para serem ainda solucionados pela ciência ocultista do futuro.
Vimos, num Capítulo anterior, o que a ciência moderna tem a dizer sobre a Espiral. É um fato curioso que a Estrela de cinco pontas, sempre de grande importância para o esoterismo, é também reconhecida como um traço característico de vida neste Planeta, como aprendemos na biologia moderna. Vamos pesquisar um pouco mais o que este símbolo representa no mundo que nos rodeia.
Entre os seis sistemas de cristais conhecidos pela ciência, “não existe forma admissível com um eixo de quíntupla simetria e, portanto, nenhum cristal pode ter tal eixo” (do livro: Crystals and Crystals Growing, Holden and Singer, pág. 163). “É interessante refletir sobre a diferença, neste caso, entre os cristais e organismos vivos. Os ranúnculos e as estrelas do mar, por exemplo, possuem eixos de quíntupla simetria; porém, os cristais não podem tê-los”. Portanto, não há estrela – nem pentagrama – no domínio dos cristais (incluindo a maior parte da crosta sólida da nossa Terra), mas somente no reino de vida. A rosa silvestre de cinco pétalas, ancestral de todas as rosas modernas, também pode ser relacionada com a estrela do mar e com os ranúnculos.
Não há dúvida que os antigos cientistas observaram este simples fato da Natureza, pois em toda a parte a Estrela de cinco pontas é o símbolo do ser humano, como no Cristianismo é o símbolo do Cristo-Menino e indica o nascimento do Cristo em todo ser humano.
Intimamente associada ao esoterismo da Estrela de cinco pontas está a Espiral da Vida, observada por todo o universo. No simbolismo oculto é vista como as serpentes enroladas no Bastão de Mercúrio, o Caduceu e, como tal, é a representação da ascensão do tríplice fogo espiritual-espinhal, comentado nos livros: “Maçonaria e Catolicismo” e “Iniciação Antiga e Moderna”, de Max Heindel.
Os esoteristas compreenderão imediatamente a suprema importância desta combinação de símbolos: a Estrela e a Espiral, intimamente relacionadas com os mais complexos processos de vida.
Tanto no simbolismo Maçônico como nos rituais e mistérios da Rosacruz e do Santo Graal, a Espiral é vista na escada encontrada no Templo de Salomão. Historiadores e arqueólogos não estão de acordo quanto ao tipo de construção do Templo de Salomão. Alguns comparam-no aos templos da antiga Ur na Caldéia, local de nascimento de Abraão, onde o Templo do Deus-Lua coroava o mais elevado dos três grandes andares de alvenaria, semelhante a uma montanha. Outros o comparavam aos zigurates da Babilônia, pirâmides de sete andares com uma pequena cela na cúpula ou santuário, localizada no último piso, onde se dizia que o deus aparecia para os sacerdotes ou sacerdotisas. Podemos considerar essa “sala superior” do Templo Babilônico como o local do Oráculo, onde a vontade do céu fazia-se conhecida.
Haviam dois zigurates, ou pirâmides com degraus, dentro dos muros da Babilônia maior: o Templo de Bel, dentro da área central, e o Templo de Nebo ou Mercúrio, mais para o leste no subúrbio de Borsippa, os dois ligados por um “caminho sagrado” ou rua murada. A Torre de Mercúrio, em Borsippa, era a mais antiga e a mais sagrada, e pode-se até acreditar que, do seu topo, os sacerdotes astrônomos observavam a minúscula “estrela” perto do Sol, que era o Planeta Mercúrio.
As pirâmides em degraus da Caldéia e Babilônia necessariamente possuíam escadas e inclinações que levavam de um piso para outro, até alcançar o pavimento superior. Sem dúvida, também tinham escadas secretas internas em espiral, como atalhos para atingir o topo, que somente eram conhecidas pelos sacerdotes e seus iniciados, como tão bem sugere a Grande Pirâmide de Gizé, no Egito. Contudo, os arqueólogos jamais descobriram qualquer passagem interna nas torres e pirâmides da Babilônia. A Assíria e a Pérsia participavam da civilização da Caldéia e possuíam, igualmente, torres que eram, ao mesmo tempo, observatórios e templos. Também tinham grandes bibliotecas. Talvez mais claramente do que em qualquer outro lugar, a China mostra a verdadeira natureza das pirâmides e torres construídas nos tempos antigos como, por exemplo, o famoso Altar Celestial, em Pequim, com seus três terraços de mármore e nove círculos concêntricos, suas escadas nos quatro pontos cardeais e os numerosos “pagodes” – alguns com até treze pisos – cada um com seu telhado circular, contendo apenas uma escada em espiral para levar ao topo, evidentemente designado para observações de astronomia, bem como para venerar o Céu, em uma nação onde, por milhares de anos antes de Cristo, a religião oficial era puramente astronômica.
Recentemente, os arqueólogos descobriram, nas ruínas de Qumran, a sede dos Essênios, no Mar Morto, vestígios de uma torre, e nela a sugestão de um pilar central ao redor do qual havia uma escada que o serpenteava. Seria apenas um depósito? Uma torre de vigia? Ou um observatório? Talvez tudo isso e algo mais. É sabido que Mercúrio e o dia da semana dedicado a Mercúrio eram importantes para os Essênios. Dizia-se que a Quarta-feira era o seu Sabbath.
Voltando agora à Europa Cristã, encontramos em alguns relatos que o legendário Templo do Graal possuía, também, uma alta torre, em cujo interior havia uma escada em espiral que dava para o nível superior, onde se achava a Capela do Graal e onde os Mistérios do Graal eram celebrados. O que era mostrado nesses Mistérios no topo da torre? Evidentemente a abóbada celestial girando ao redor da Estrela Polar guardada pelo dragão, e, um pouco antes do amanhecer, em certas ocasiões do ano, o Planeta Mercúrio brilhando qual um diamante não distante do Sol nascente. É isto precisamente o que as lendas mais antigas dizem: que o Mistério do Graal está revelado nas estrelas do céu, especialmente no Zodíaco e nos seus decanatos.
Outros registros dizem que os artesãos do Templo pintavam os céus na cúpula principal do Templo, que tinha a forma de arco, com as estrelas e os Planetas movendo-se em suas órbitas. Do mesmo modo, no Templo de Cura em Mount Ecclesia, o teto sugere a abóbada celeste em torno da qual as doze constelações do Zodíaco se alinham, com Leão, o Leão dos Mistérios, sobre o altar, e Aquário, o Filho do Homem (“todo aquele que desejar, poder vir”) sobre a porta da entrada.
Numa época em que a falta de instrução era comum é fácil deduzir como o neófito seria ensinado a visualizar a escada sinuosa e, à medida que seu Corpo Denso relaxava-se num “sono lúcido”, que não é o transe como é comumente definido, a Mente desperta subiria pela escada em espiral até o local dos Mistérios, no cume, virando sempre para o lado direito, E O NEÓFITO DESPERTAVA NOS PLANOS INTERNOS DENTRO DO SANTUÁRIO DO TEMPLO DE INICIAÇÃO, ou no seu limiar, ou nas antessalas, de acordo com seus méritos.
Nos planos internos, o espaço não é considerado. A “saída” existente no topo da escada em espiral leva o neófito, imediatamente, (sem passagem intermediária) ao seu destino. Hoje, a filosofia da ciência reconhece esta condição, que é designada como “o colapso do espaço” e seu correlato, “o colapso do tempo”. É como se todo o espaço existente entre um ponto e outro desaparecesse, e o atravessar “daqui” para “lá” fosse instantâneo.
Às vezes, a meditação proporciona um vislumbre disso, pois, como a Mente torna-se espiritualmente lúcida, o neófito vê como num espaço cristalino, talvez contemplando algum ponto distante na superfície da Terra. Ele não deixou o corpo, nem foi para parte alguma; contudo, sente a realidade da localidade distante e, algumas vezes, é visto e mesmo percebido de maneira tangível, ou sua voz mental é audível por pessoas que ali vivem. Ele sente que pode estender a mão e tocar objetos naquele local distante, visto que ele está “ali” e “aqui” ao mesmo tempo.
Este “colapso do espaço” é o responsável por muitos sonhos estranhos, cujos acontecimentos e locais parecem misturar-se uns aos outros, sem razão ou lógica. Explica, também, porque o mesmo Templo de Mistério foi “descoberto” em muitos lugares diferentes: na floresta densa e escura, no topo de uma montanha, nos brejos e pântanos, nos palácios e nas cortes, na casa do próprio pesquisador.
Quando o neófito experimenta uma sensação como de movimento no espaço interno, isto significa que a sua atenção está esboçando mentalmente a distância interposta e, por assim dizer, está construindo uma trilha mental ou uma ponte sobre a qual parece viajar. Contudo, isto é desnecessário. A viagem pode ser imediata e sem nenhum sentido de transição.
Assim, para o Estudante da Escola de Mistérios, a Estrela e a Espiral, além do seu significado exterior científico e exotérico, revelam algo diferente e único: a ascensão espiral da Mente na torre da consciência, e no seu cume a estrela flamejante, que é o próprio Auxiliar Invisível, brilhando para o mundo.
Pela madrugada, o Auxiliar volta ao seu Corpo Denso, e, à medida que flutua sobre ele, sentindo a atração magnética do Corpo Vital puxando-o para dentro do seu invólucro carnal, torna-se consciente da rotação dos inúmeros vórtices de força em sua aura; e, enquanto estes vórtices giram, ele suavemente instala-se, sem choque ou desconforto algum, no instrumento físico, o Corpo Denso, que repousa no leito. Então, desperta para novamente levantar a cruz do corpo no mundo do tempo e do espaço.
9 – O Éter de Luz e o Sol
Nos Capítulos sobre o Éter de Vida aprendemos algo sobre o que Max Heindel designou como o “éter solar incolor” e o “fluido solar” e notamos que este fluido solar era visível à visão etérica sob vários estados ou condições: como uma espécie de “chuva” de força cósmica que se precipita através do baço etérico para adquirir uma cor rosa no plexo solar. Aprendemos, ainda, que esse fluido solar era magnético, e, como tal, era percebido pelos sentidos etéricos e, embora designado como um éter “solar”, é estudado em conexão com o Éter de Vida em vez de o ser com o Éter de Luz, porque o Éter de Vida é a avenida particular através da qual ele é especializado. Como magnetismo, ele pertence ao espectro “escuro” que existe abaixo e acima da faixa normal de luz visível para o olho humano. Nas criaturas de sangue frio e no reino vegetal, o éter solar mostra-se “incolor” e “frio” aos sentidos etéricos. Podemos traçar um paralelo com essa condição, se pegarmos em nossas mãos um ímã de ferro comum. Esse imã terá um polo norte e um sul ou um polo positivo e um negativo, e atrairá limalhas de ferro, embora, normalmente, não possamos ver luz nem sentir qualquer sensação emanadas do ímã. O ferro é frio e escuro, a despeito de seu campo magnético que é tão facilmente demonstrado.
Somente quando o Éter de Luz está atuando conjuntamente com o Éter de Vida temos a manifestação do magnetismo biológico e do binômio vida-fogo das criaturas de sangue quente. As cores associadas às atividades do Éter de Vida, como observamos, são aquelas que partem do ultravioleta ao infravermelho e de outros raios que ainda não são familiares ao público leigo. Porém, a percepção dessas forças e cores representa alguma coisa a mais.
Quando o Estudante ocultista começa a estudar o Éter de Luz, ele penetra no campo da luz, do calor e da cor, que são perceptíveis aos sentidos normais, porque os assim chamados “cinco sentidos” são os dons das forças que trabalham através do polo negativo deste Éter.
Podemos dizer, além disso, que o Éter de Luz é a fortaleza do cérebro-mente, porque ele é o assento de toda a percepção sensorial tanto interna, quanto abaixo e acima do âmbito dos órgãos dos sentidos. A percepção extra-sensorial pertence a este Éter no seu mais alto alcance, onde atua sobre o Éter Refletor e com o qual se interage.
As forças que trabalham ao longo do polo negativo do Éter de Luz são as que vitalizam e, no início, criam os órgãos dos sentidos, especialmente o olho, dando-lhes o poder de responder e identificar diferentes graus de vibrações, bem como de classificá-los em conformidade com os efeitos produzidos no Ego-percepção. O sistema nervoso é o seu campo especial de atividade. Sabemos que os nervos são, na realidade, parte do mecanismo sensorial do cérebro, o qual é feito da mesma “matéria cinzenta” como os nervos, e a nova biologia sabe que impulsos elétricos percorrem o cérebro e os nervos.
As vibrações situadas na faixa de 16 a 32 mil por segundo são identificadas pelo Ego como som. Estas são vibrações no ar, entretanto, há o supersom (vibrações supersônicas) que é audível, também, aos sentidos etéricos. Há outra classe de vibrações que o Ego identifica como sensibilidade (calor e frio, suave e áspero, etc.); outras como a visão, o olfato, o tato, e assim por diante. Todas são simplesmente variações de vibrações identificadas pelo Ego, cuja velocidade produz as diferentes sensações distribuídas para os cinco sentidos ou espécies de receptores. Também há órgãos de recepção interna: receptores que informam ao Ego coisas tais como peso (sensação de peso), calor (sensação de calor), equilíbrio (sensação de equilíbrio), o relacionamento entre as várias partes do corpo (sentido proprioceptivo – essencialmente um sentido muscular), ao passo que o “sentido de proximidade”, como o que é desenvolvido pelas pessoas cegas, proporciona a sensação de algo que está perto e que não pode ser visto ou sentido – a proximidade de um objeto ou de uma presença invisível – a tal ponto que o “sentido e proximidade” diminuem gradualmente e entra no âmbito de percepção extra-sensorial.
Todas estas percepções sensoriais são propriedades do polo negativo do Éter de Luz, conhecidas pela ciência oculta. É de interesse especial para o Estudante esotérico saber que a ciência moderna finalmente localizou o “sentido de calor” num conjunto especial de nervos, centralizados no próprio cordão espinhal, o qual emite longos filamentos (nervos) a regiões da pele, principalmente ao redor do meio do corpo – as nádegas e as costas são mais sensíveis à temperatura (Revista Readers’s Digest, setembro de 1963 – Mistérios dos nossos sextos sentidos).
O centro controlador do calor no corpo foi assinalado na área cerebral do cerebelo ou medula oblongata, onde os ocultistas dizem arder a Chama da Vida.
É esse polo negativo do Éter de Luz que trabalha, juntamente com o Éter de Vida, na produção de seres viventes com uma ampla gama de percepções sensoriais, ou seja, consciência física e etérica. O tálamo, um órgão pequeno perto do centro da cabeça e em frente à Glândula Pineal, julga-se ser o cérebro original ou primitivo, onde os instintos primitivos residem; enquanto que a grande massa do cérebro é o assento da consciência sensorial ou da percepção (O Corpo Pituitário está bem abaixo e mais adiante do tálamo). Talvez sejam estes os assentos das Mentes conscientes e subconscientes definidos pela moderna psicologia analítica. A assim chamada Mente “subconsciente” da psicologia moderna, atualmente, inclui o que o cientista ocultista designa como Mente “superconsciente” e como as forças que operam no Éter Refletor.
Por que a faixa do Éter de Luz é definida em termos de espectro solar? Porque todos os sentidos humanos evoluíram num sistema dominado pelo nosso Sol, cuja maioria de seus raios situam-se neste âmbito particular, do infravermelho ao ultravioleta. A ciência, até pouco tempo atrás, nada tinha a dizer aos ocultistas sobre as atividades dos polos positivo e negativo do Éter de Luz. O que o ocultista viu com a extensão da visão não pôde ser explicado em termos de ciência acadêmica. Entretanto, a situação mudou. Uma correlação agora é possível e também explicável, pois a Teoria do Quantum de Plank é digna de confiança. De acordo com esta teoria, a unidade básica da radiação é o Quantum – um feixe de energia chamado “fóton” – que é criado continuamente no espaço livre pelas colisões de pósitrons e elétrons e são, também, liberados do interior do átomo quando mudanças eletrônicas ocorrem. Nenhuma lei foi ainda descoberta para demonstrar como ou quando essas centelhas de energia são criadas ou passíveis de serem criadas. Há um “princípio de incerteza” na física.
“A radiação é composta de unidades individuais conhecidas como quanta. Quando existe uma quantidade suficiente destas partículas, elas organizam-se em modelos de ondas. Cada modelo possui um comprimento de onda” (Hoyle). Assim, a luz é tanto “partículas” (no sentido de quanta ou feixe de energia) quanto é ondas. Ambas são visíveis, como tais, à visão etérica. Podemos compreender isto melhor se imaginarmos que umas poucas gotas de água não podem formar uma onda; porém, quando há milhões de gotas de água, a onda se torna possível porque apresentaram-se condições certas. Porém, notemos também que cada unidade (“fóton”) é ao mesmo tempo partícula e onda.
“Vale a pena notar”, diz Hoyle, “que, quanto mais curto seja um comprimento de onda, mais energizada se torna o Quanta individual (fótons). Daí a razão pela qual os raios gama, raios X, e mesmo a luz ultravioleta são destrutivos ao tecido animal, ao passo que as ondas de rádio são inofensivas”.
Ele continua: “Um ponto também interessante para considerar é que da vasta faixa de comprimento de ondas, desde as ondas do rádio até aos raios gama, somente uma faixa estreita de quatrocentos milionésimos a oitocentos milionésimos (de um centímetro) pode ser detectado pelos sentidos humanos”. Ele explica: “Isto …, contudo, não é um acidente, porque esta é a faixa correta na qual a maior radiação solar é emitida. É certo que o Sol emite alguns raios ultravioletas e mesmo raios X, porém, a atmosfera da Terra absorve fortemente essas radiações destrutivas, evitando, assim, que atinjam o solo. Por isso, vê-se a razão pela qual as criaturas na Terra não tiveram a oportunidade de desenvolver sentidos receptivos a estes comprimentos de ondas” (Frontiers of Astronomy, de Hoyle). Entretanto, os ocultistas podem e fazem desenvolver sentidos receptivos a estes e outros comprimentos de ondas por meio das forças que operam no polo negativo do Éter de Luz; mas, é o aspecto científico da própria luz que é mais facilmente observado pelo ocultista cientista que está ainda no começo de seu desenvolvimento. Toda percepção sensorial pertence ao aspecto negativo ou passivo do Éter de Luz.
Hoyle continua dizendo que mais do que outros raios, o raio infravermelho é o que mais atinge o solo, devido às gotículas de água no ar (não vapor) que absorvem mais a luz visível do que o infravermelho – este raio não afeta o olho humano. “Evidentemente seria uma grande vantagem possuir olhos sensíveis aos raios infravermelhos, como na verdade eu suspeito que os pássaros possuam. Tal explicação nos levaria mais além, até a elucidação da espantosa visão que os pássaros parecem possuir”.
Os astrônomos dizem que o nosso Sol é uma estrela “amarela” ou “cor laranja”, da classe conhecida como “Laranja” ou “Anões amarelos”, estando entre as mais instáveis das estrelas. Portanto, a luz solar não é realmente “branca”, mas matizada de amarelo ou dourado. O Éter de Luz é também descrito pelo cientista como dourado ou amarelo e, tal como a luz solar, possui uma faixa completa de cores que é visível à vista comum como cor ou como luz; mas visível à vista etérica como vibração e como pontos faiscantes de energia.
10 – A Visão do Ocultista sobre o Éter de Luz
Embora todos os quatro Éteres tenham um trabalho a fazer em todas as partes do organismo vivo, cada Éter tem uma atividade especial a desempenhar. O Éter Químico é a avenida das forças concernentes à formação e nutrição do corpo todo, porém, o seu campo especial de ação é a estrutura óssea ou esqueleto. O Éter de Vida promove as atividades de crescimento e de perpetuação das espécies; sua área especial está no sangue e em outros líquidos do corpo, no sistema gerador e nas glândulas endócrinas. O Éter de Luz é a avenida das forças cósmicas relacionadas com a luz solar, a cor e o calor todos consideravelmente importantes em nossa evolução; entretanto, a sua área especial de ação é o sistema nervoso, tanto o voluntário como o simpático. A Glândula Pineal e o Cérebro, como um todo, são o assento do Espírito Humano (Ego). O Cérebro é a grande central, recebendo e coordenando o centro do sistema nervoso, organizando todas as sensações à medida que são enviadas pelos órgãos dos sentidos através dos nervos. Dissemos, em nosso último Capítulo, que se pensa que o minúsculo corpo talâmico poderia ter sido o Cérebro original, e que os instintos e os poderes psíquicos ainda tenham aí um foco, ao passo que o Cérebro superior governa toda a evolução posterior dos poderes sensoriais.
Novamente verificamos que o Éter de Vida especializa o “fluido solar” que atua como a eletricidade do sistema nervoso. Max Heindel acrescenta que, além disso, o Éter de Luz transmite a força motriz ao longo de vários nervos, o que proporciona ao Ego meios de movimentar o corpo. A força motriz não é a mesma que a energia de vida envolvida no crescimento e na perpetuação das espécies, embora brote da mesma raiz primordial. Notemos que o fluido solar também circula nas plantas, as quais já possuem um sistema nervoso rudimentar e, portanto, um início de percepção sensorial. A física moderna oferece algum esclarecimento a respeito destes tópicos, afirmando que o “fóton”, unidade do espectro eletromagnético, por si próprio “não tem carga”, embora carregue energia eletromagnética. Os fótons comentados nas lições sobre o Éter de Luz pertencem somente àquela faixa do espectro eletromagnético que conhecemos como a nossa luz solar. O espectro eletromagnético estende-se tanto acima como abaixo dessa faixa.
Já mencionamos a operação do Fogo Cósmico no Éter de Luz. O Ego Humano é parte desse Fogo e suas energias atuam por meio do Éter de Luz, não como uma parte do complexo de raça e sim como um Espírito individual, desejoso e pensante, capacitado a elaborar o seu próprio destino. Max Heindel diz que o Ego opera particularmente no calor do sangue.
Afirma-se no “Conceito Rosacruz do Cosmos” o seguinte: “… as forças que atuam pelo polo positivo (isto é, do Éter de Luz) são as que geram o calor do sangue nas espécies mais elevadas dos animais e no ser humano, convertendo-os em fontes individuais de calor” (Essas forças também circulam o sangue). Aos vinte e um anos de idade, quando “a Mente nasce” – despoja-se de seu envoltório – o Ego assume o completo controle de seus corpos, e o calor do sangue que na adolescência era muitas vezes superaquecido, agora mantêm-se ao redor de 98,6 graus Fahrenheit (37 graus centígrados). Este calor do sangue é necessário para manter a consciência do Ego no corpo. Se a temperatura sanguínea baixar muito ou elevar-se além dessa faixa, o Ego vê-se forçado a sair do corpo, ocorrendo os estados que reconhecemos como sono, coma ou morte. O Fogo do Ego é o Fogo do Alquimista que, no seu devido tempo, cria o “corpo de diamante” do Adepto.
Nos animais de sangue frio somente a circulação do sangue é ativada através do polo positivo do Éter de Luz e não há necessidade de calor.
Nas plantas, as forças que atuam pelo polo positivo do Éter de Luz circulam na seiva, e estão mais relacionadas com o calor do Sol do que com a sua luz. Através da investigação moderna, ficou demonstrado que no Solstício de Dezembro, no Hemisfério Norte, mesmo naquelas regiões em que a neve e gelo cobrem a terra, a leve mudança das forças etéricas, ocorrida quando o Sol começa a dirigir-se para o norte após a sua mais longa declinação austral, causa o despertar das árvores e a movimentação da seiva na profundidade de seus troncos e de suas raízes. É o “calor” cósmico, adormecido no polo positivo do Éter de Luz, que impulsiona esse despertar.
“As forças que atuam pelo polo negativo do Éter de Luz são aquelas que operam por meio dos sentidos, manifestando-se como funções passivas da visão, da audição, do tato, do paladar e do olfato. São também as que constroem os olhos e os nutrem” (Conceito Rosacruz do Cosmos).
Para os sentidos etéricos, as várias cores estão, atualmente, tão tangíveis como visíveis, e alguns investigadores ocultos declaram que todas as outras sensações têm uma correlação com a luz e com a cor. Os diferentes comprimentos de onda de cor no raio da luz solar podem ser sentidos, assim como uma diferença de qualidade pode ser percebida. Crianças cegas podem, algumas vezes, diferenciar cores, embora não as possam ver. Alguns físicos falam de uma “visão facial” desenvolvida por estas crianças, mas há mais de quarenta anos atrás, o Dr. Jules Romains[20] demonstrou (relatando em seu livro “Visão sem olhos”; Eyeless Sight – original: La Vision extra-rétinienne et le sens paroptique – 1920, atualmente esgotado) que muitas áreas da pele poderiam ser usadas para a percepção visual. Para ele, áreas como a fronte, as têmporas, as maçãs do rosto, o peito e as mãos eram especialmente sensíveis à luz. Embriologistas também confirmam que quase todas as partes da pele de um embrião podem ser usadas para a formação de olhos. O Dr. Romains explicou isto ao dizer que a pele é guarnecida por pequenas células chamadas ocelli, as quais, realmente, assemelham-se a olhos em miniatura. Os ocultistas afirmam que onde quer que o Éter de Luz esteja presente, qualquer organismo vivente sempre desenvolverá a percepção sensorial, especialmente a percepção da luz, em alguma forma de estrutura ocular.
As forças que operam ao longo do polo negativo do Éter de Luz são aquelas que depositam a clorofila e as cores nas flores. Assim, todas as cores nos reinos da Natureza são “depositadas” por intermédio das forças que operam no polo negativo do Éter de Luz.
Como sabemos agora que a luz não é meramente ondas em um Éter, mas consiste, também, de verdadeiras partículas, como “pacotes” de energia chamados “fótons”, encontramo-nos na posição de ver que existe uma substância definida e real que as Forças da Natureza podem usar e manejar nessa operação de depositar a cor. Estas Forças da Natureza incluem as Fadas, os seres angelicais e o Ego humano.
Como o Éter de Luz é a avenida para as forças que promovem a percepção sensorial, especialmente a dos olhos, é natural que a primeira experiência do Estudante com a visão etérica relacione-se com os fenômenos deste Éter. Em geral, ele percebe primeiro uma espécie de névoa azulada ou teia, que parece preencher o espaço e que ocorre muitíssimas vezes na penumbra de um aposento mais claro, digamos, num corredor. A percepção desta névoa é vista como um violento movimento quando a luz a atinge, movimento este que, em sua rapidez, assemelha-se ao bater das asas de um beija-flor. Posteriormente, ele poderá ver que esse bater de asas (ou teia) de luz está repleto com as cores do arco-íris, entre as quais inúmeros pontos de luz prateada que se arremetem de um lado para o outro. Quanto mais intensa for a luz, mais perceptíveis essas partículas se tornam à visão, e maiores parecem ser. Projetam-se na atmosfera com intensa energia, aparecendo e desaparecendo continuamente, mas elas não descem para o solo. (Nem todas elas são basicamente luz solar – algumas têm outra origem).
Sob uma inspeção mais aguda, essa teia no espaço parece consistir de pequenos flocos transparentes, com um núcleo semelhante a um cometa – que é a centelha primeiramente percebida – então, o floco, como um todo, torna-se transparente e turvo. Os físicos referem-se à luz dizendo que consiste tanto de ondas como de partículas, isto é, o próprio fóton é ambos as coisas. O ocultista, por sua vez, vê este fóton como uma cadeia pertencente à radiação do nosso Sol, tal como já foi descrito. O floco transparente pareceria representar o aspecto-onda do fóton, e a faísca o aspecto-partícula; o ocultista sugere que o primeiro é negativo e o segundo positivo, porém, isto é experimental.
No complexo corpo humano, diz-se que o Éter de Luz é dominantemente positivo nos homens e negativo nas mulheres. Vejamos como isto funciona. Os sentidos e as cores pertencem ao polo negativo, e as reações sensoriais das mulheres são, muitas vezes, mais rápidas do que a dos homens; elas veem as cores com mais clareza e sofrem menos da cegueira da cor. Suas auras etéricas também mostram uma ampla proporção do dourado Éter de Luz, porém, a energia positiva do Éter de Luz é evidente no dinâmico impulso para a ação, característica da encarnação masculina, e a aura masculina muitas vezes cintila densamente com os pontos de energia pertencentes a este Éter. O homem também mostra mais o impulso ígneo.
Desde que a Luz é constituída de fótons e os fótons consistem tanto de ondas como de partículas, ambos são vistos completamente unidos no espaço.
Na tentativa de estudar o Éter de Luz o Estudante não deveria olhar para um objeto, para a parede ou teto, MAS DIRETAMENTE PARA DENTRO DO ESPAÇO.
A observação seguinte merece a nossa atenção: “O Éter de Luz é uma substância de um tipo peculiar que não tem o mosaico-atômico familiar, que normalmente designamos como matéria… Podemos designá-lo como uma SUBSTÂNCIA, mas também como ESPAÇO… mantendo em Mente que… o espaço pode possuir certas características morfológicas ou estruturais que o tornam muito mais complicado que os conceitos da Geometria Euclidiana[21]. Na realidade, na física moderna, a expressão Éter de Luz (despojada das suas alegadas propriedades mecânicas) e o espaço físico são considerados sinônimos” (Gamow: no Livro: One, Two, Three … Infinity[22]).
O Estudante poderá observar esse Éter, pela primeira vez, se estiver reclinado no leito, num quarto bastante iluminado e olhar para o canto do teto. Seus olhos não devem pousar na superfície, mas dentro do espaço em si: então começará a ver ondas e fagulhas do Éter de Luz. Deve ser evitado forçar os olhos.
Antes de discorrermos sobre o Éter Refletor façamos uma revisão das características mais evidentes dos três Éteres inferiores, como são conhecidos pelas ciências física e oculta. Primeiro: a luz pertence ao chamado espectro eletromagnético, do qual somente um pequeno segmento ou faixa é visível à visão humana, pois esta faixa representa a radiação que vem do nosso Sol, em cujo campo nossos sentidos desenvolveram-se. Se a nossa raça tivesse evoluído, por exemplo, num Planeta pertencente a um gigante sol vermelho, nossa visão teria se desenvolvido na faixa do infravermelho. É um fato curioso que quando a visão etérica começa a se desenvolver é o aspecto invisível da luz em nosso próprio espectro solar o que, geralmente, é visto primeiro: as verdadeiras ondas de luz e o núcleo de energia faiscante existente nessas ondas. As ondas do Éter de Luz são realmente constituídas de unidades ou feixes de energia que são, ao mesmo tempo, ondas e partículas. Ambas são visíveis, simultaneamente, à visão etérica. A unidade de energia é chamada “fóton” e não é apenas uma unidade da luz solar, mas é a unidade de todas as ondas eletromagnéticas.
Os fótons, diz o físico, são feixes de energia que correspondem aos átomos e moléculas que são feixes de matéria. Os elétrons, os prótons e as partículas alfa são partículas de eletricidade. Toda energia radiante consiste de fótons. O fóton é definido, apropriadamente, como “pedra angular do campo eletromagnético”. Ele se movimenta à velocidade da luz.
O fóton nunca está em repouso. O elétron, o próton e o nêutron podem descansar, mas o fóton não. Por isso o elétron, o próton e o nêutron são chamados unidades de matéria, e na terminologia oculta designados como “feixes” dos Éteres Químico e de Vida, e descritos por Max Heindel como “Éteres estacionários”. A energia radiante, porém, cuja unidade é o fóton, representa a energia que está continuamente escapando da matéria. Sob o ponto de vista oculto é a unidade do Éter de Luz. O fóton, por si mesmo, não possui carga, mas carrega energia eletromagnética. As partículas subatômicas e os fótons têm uma rotação e, quando carregados, respondem aos campos magnéticos. Os astrônomos dizem que há campos magnéticos no espaço interestelar, onde novas galáxias tendem a se formar; mas o cientista ocultista também vê uma chuva de força cósmica, de natureza elétrica ou magnética, que designa como “o Éter solar incolor”. Não é idêntico, em natureza, às forças cósmicas ou ao magnetismo solar e planetário, mas, de alguma forma, apresenta uma conexão ainda não determinada pela ciência mundana e oculta. O Éter solar incolor está sujeito ao chamado da Mente e da vontade humana.
Assim como os campos magnéticos do espaço são conhecidos porque dão atividade em espiral a certas partículas subatômicas (comumente núcleos), da mesma forma o “magnetismo animal” da ciência oculta parece ser acompanhado de atividade em espiral no Éter de Vida, o qual forma e dirige as atividades do Éter Químico. Os dois Éteres inferiores são considerados, em geral, como um trabalho em unidade, pois é praticamente impossível estudá-los separadamente[23].
Os fótons não são uniformes em grandeza. A quantidade de energia está em proporção à frequência. “Os Raios-X têm frequência mil vezes maior do que a luz visível, assim, quando dão sua energia aos átomos, elétrons, etc., os seus ‘impactos’ são maiores e mais facilmente observáveis”, explica o físico.
A estrutura do corpo é formada nos dois Éteres inferiores, e o Éter de Vida especializa o fluido solar que atua como eletricidade no organismo vivo; o fluido solar é convertido de magnetismo cósmico “inorgânico” em magnetismo “vivo”, conhecido pela ciência oculta e, atualmente, sendo pesquisado pela ciência física.
A energia elétrica do fluido solar energiza os sistemas nervosos do organismo humano, tanto o voluntário como o simpático[24]. “As duas metades complementares que suprem todo o funcionamento do circuito elétrico” foram descobertas pelos biologistas. Mencionamos, de passagem, que na parte posterior da cabeça descobriu-se que há uma carga positiva e na frontal uma negativa, a qual é chamada uma “área silenciosa”, e supõe-se estar associada à percepção extra-sensorial. Na ciência oculta, a nota-chave do Corpo Vital é ouvida zunindo na medula oblongata[25] e sua vibração é sentida, muitas vezes, na parte posterior da cabeça.
Os investigadores científicos dizem que há três eixos de força magnética, aos quais, o ser humano está sujeito, e eles estão testando vários pacientes em hospitais, para ver se emissões de raios cósmicos, tormentas magnéticas no Sol e outros fenômenos desta espécie têm algum efeito no estado nervoso do ser humano. Há séculos a ciência oculta vem ensinando que tais condições cósmicas (o macrocosmo) têm efeito sobre o organismo humano (o microcosmo). Atualmente, a ciência moderna aplica as expressões “macrocosmo” e “microcosmo” tão abertamente como a ciência oculta o fazia na antiguidade; porém, o “microcosmo” da física moderna tende a ser o interior dos átomos e das moléculas e não simplesmente o organismo humano como um todo – sendo o infinitamente grande, o macrocosmo e o infinitamente pequeno, o microcosmo.
Uma compreensão cada vez maior do Éter de Luz produzirá uma nova e importante ciência no que se refere ao uso da cor, tanto para a cura como para o desenvolvimento de plantas e de animais. A terapia da cor já está em grande progresso, não somente entre os ocultistas, mas também no mundo da física, da química e da medicina. É compreensível, agora, quando se tem o conhecimento de que a natureza da luz consiste tanto de partículas como de ondas, e que a cor pode ter um efeito físico bem claro e definido. Até mesmo doenças orgânicas muito sérias foram submetidas à cromoterapia por mãos de especialistas; não somente doenças nervosas e mentais, mas distúrbios físicos comprovados.
Os terapeutas da cor creem que um raio de cor representa uma verdadeira substância, e que as vitaminas e outros elementos contêm essas substâncias e, dessa forma, num sentido muito real e como exemplo, é o raio vermelho que fornece o ferro necessário ao sangue, e assim por diante.
Mas, nenhum destes depósitos de cores poderia ser feito nas plantas sem uma nota-chave ou atividade-padrão do Éter de Vida, conforme já indicamos. Na linha divisória dos Éteres de Vida e de Luz, as singulares substâncias vitais chamadas enzimas executam o trabalho deles. Descobriu-se que “em plantas tão diversas como nas macieiras e nas alfaces, lá estão as delicadas e sensitivas enzimas regulando o seu crescimento, em todos os estágios, desde a germinação até o amadurecimento da fruta”. Estações Experimentais do Governo (por ex. o Departamento Americano de Pesquisas Agrícolas em Beltsville, Md) já isolaram parcialmente a substância, que é efetiva em quantidades mínimas, e reproduziram em tubos de ensaio aquilo que parece ser a sua reação crítica. A enzima existe em duas formas e transforma-se reversivamente, de uma forma para outra, quando exposta ao comprimento apropriado das ondas de luz. Uma forma absorve a luz na faixa do alaranjado ao vermelho, a outra absorve o vermelho extremo da luz, próximo ao limite do espectro visível. A primeira forma causa um efeito como o do avermelhamento das maçãs e a germinação das sementes da alface; a outra forma promove o florescimento e regula o crescimento.
“A forma predominante da enzima na planta depende da cor da luz à qual a planta está exposta. Ambas as formas estão presentes em quantidades quase iguais depois de expostas à luz na linha mediana da faixa do vermelho. A reação de uma extensão maior de onda favorece a forma que absorve o vermelho-alaranjado, enquanto que a ação de uma onda mais curta (em direção ao amarelo) estimula a produção da forma que absorve o vermelho intenso. Na planta viva, a intensidade, bem como o comprimento da onda de luz, influencia a função da enzima. Os investigadores verificaram que a planta da soja florescerá se exposta, durante a noite, a um período extremamente curto à luz vermelha intensa, mas não florescerá se a intensidade da luz for aumentada 100 vezes mais. A exposição a uma baixa intensidade da mesma extensão de onda estimula a germinação da semente da alface, reduzindo a sua germinação a zero quando exposta a uma intensidade alta”.
A ciência oculta divide o espectro da luz em áreas positiva, negativa e neutra; as cores abaixo do verde são chamadas “quentes” ou positivas, e as cores acima do verde são chamadas “frias”, elétricas ou negativas. O verde é neutro, porém nenhuma cor é mais importante do que essa, pois ela é a cor da clorofila. Na cromoterapia, as cores positivas ou “quentes” são aquelas que, segundo dizem, correm para cima, como se saíssem da Terra, ao passo que as negativas ou “cores frias” são aquelas que correm para baixo, como se saíssem dos céus, enquanto que o verde, a cor neutra, projeta suas forças horizontalmente. O verde, conforme provado pela nova ciência das cores, é uma cor primária.
Tudo o que pode ser dito dos efeitos da cor no ser humano como sendo puramente psicológicos, não se pode dizer das influências da luz colorida na vegetação, pois algumas espécies de luz provocam o crescimento das raízes, outras dos caules, das folhas e flores; outras, a germinação das sementes, e assim por diante; enquanto a enzima, delicada e sensível à luz, dá provas de ser, no tecido das plantas, um elo importante no processo vital.
A ciência atingiu profundamente os limites do vermelho intenso do espectro, porém não se defrontou ainda com a cor da “flor de pessegueiro”, conhecida pelos ocultistas.
A extensão de ondas de cor algum dia será usada para abrir as faculdades espirituais, porque, conforme temos demonstrado estas também pertencem às forças do Éter de Luz. A percepção supra sensorial, assim como a percepção sensorial comum, são dependentes deste Éter, no que se refere à consciência do corpo.
Por mais antigos que sejam os registros que lemos, sempre encontramos referências a “reflexos” e “imagens” para ilustrar a forma pela qual as Ideias criadoras de Deus objetivaram-se no espaço e no tempo. Ao olharmos uma poça d’água límpida – o primeiro espelho do ser humano – vemos que o céu, que está mais distante e acima de nós, é a parte mais profunda refletida na água; ao passo que outros objetos, inclusive nós mesmos, ocupam posições intermediárias ENTRE DOIS CÉUS.
Em nosso estudo do Éter Refletor vamos manter essa imagem na Mente, tal como os neófitos das Escolas de Mistérios o fazem há milhares de anos.
No Capítulo I do Livro “O Conceito Rosacruz do Cosmos”, Max Heindel escreveu: “Por mais de uma razão o Éter Refletor é assim denominado, pois as imagens nele encontradas são apenas reflexos da Memória da Natureza. A verdadeira Memória da Natureza encontra-se em reino muito mais elevado. Nenhum clarividente muito desenvolvido preocupa-se em ler esse Éter, que apresenta imagens nebulosas e vagas comparadas com as do reino superior. Neste Éter Refletor leem os que não têm escolha, na realidade, os que não sabem o que estão lendo ou vendo. Como de regra, os psicômetras e os médiuns obtêm suas informações neste Éter. O Estudante das escolas ocultistas, nos primeiros estágios do seu desenvolvimento, também investiga neste Éter Refletor, mas é prevenido pelo seu professor da insuficiência deste Éter como meio de adquirir informações corretas, o que evita que ele venha a tirar conclusões erradas”.
“Este Éter é também o meio pelo qual o pensamento impressiona o cérebro humano. Está intimamente relacionado com a quarta subdivisão do Mundo do Pensamento, a mais elevada das quatro subdivisões contidas na Região do Pensamento Concreto – a pátria da Mente humana. Ali se encontra uma versão muito mais clara da Memória da Natureza do que no Éter Refletor”.
Max Heindel ainda afirma que o aspecto “memória” desse Éter reside no polo negativo, enquanto que os processos de pensar fazem a sua impressão no cérebro por intermédio do polo positivo. Entretanto, ele não diz que esses polos são polos magnéticos. O Éter Refletor não é nem elétrico e nem magnético; seu polo “positivo” é dominante na parte frontal do cérebro, na área onde o “Vigilante Silencioso” (o Espírito Divino) tem o seu assento.
Ensina-nos, mais adiante, que o Éter Refletor é o menos denso dos quatro Éteres; que no ciclo de crescimento ele amadurece aproximadamente aos vinte e oito anos; que é negativo nos homens e positivo nas mulheres; que, como o Éter de Luz, é volátil e migratório; que, na realidade, é um hiperéter, tanto astral como etérico e mesmo mental (já que é intimamente penetrado pelas matérias de desejos e mental), e que, enquanto à primeira vista parece estar vazio, esconde dentro de seus translúcidos invólucros muitos segredos em forma de registro de quadros, que não somente reproduzem formas físicas, mas também sentimentos e emoções. Consequentemente, quando o Estudante-vidente aprende a ler nesse Éter, ele pode surpreender-se ao descobrir que não somente vê movimentação de quadros de sua vida passada, como também, algumas vezes, vê formações áuricas e pensamentos-formas que os acompanharam, embora ele não tivesse clarividência ao tempo em que os eventos ocorreram.
Outra particularidade do Éter Refletor, que torna difícil avaliar a importância do que ali é visto, é familiar a muitos Estudantes, pois Max Heindel mencionou-a muitas vezes. É o meio pelo qual o fluxo do tempo no Éter Refletor parece mover-se para trás, de maneira que se quisermos investigar um evento, digamos do ano 500, é necessário observar, primeiramente, o ano 600 e depois deixar o registro desenrolar-se para trás, até o ano 500. Entretanto, não se deve supor que esse fluir para trás possa ser comparado ao desenrolar de um filme, no qual, por exemplo, a galinha volta a ser pintinho e daí entra novamente no ovo e a casca do ovo se fecha ao seu redor. Esse desenrolar para trás é mais comparável a um movimento de pulsações de tempo, que volta para trás até um determinado ponto e, então, move-se para frente em conformidade com uma lei ainda não definida que governa as imagens-tempo. É um conhecimento comum entre os Estudantes ocultistas que os quadros de vidas passadas parecem desenrolar-se de forma regular e normal, a menos que um intervalo aconteça. O exercício de Retrospecção é recomendado para desenvolver a visão do fluxo-tempo, com o poder de regular o fluir das imagens.
O Éter Refletor algumas vezes inverte os números e um número lido como 235, na realidade pode ser 532. Entretanto, a analogia não deve ser levada assim tão longe e não seria correto dizer que os números refletidos no Éter Refletor estejam invertidos, tais como os números refletidos num espelho o estão e como também acontece com a caligrafia. Livros e documentos vistos na “biblioteca” do Éter Refletor são normalmente lidos diretamente, tal como acontece no Mundo Físico; porém, em muitos casos, o leitor verifica que, repentinamente, ao invés de estar lendo o escrito, vê-se de repente mergulhado no centro da história ou registro que ele observa como um expectador onipresente, mas invisível.
Note-se, entretanto, que os poderes suprassensoriais variam bastante de acordo com a tendência e temperamento individuais, pois, assim como o olho físico não pode ver um objeto se a sua pálpebra estiver cobrindo-o, da mesma forma a clarividência nada poderá mostrar ao vidente a menos que ele definitiva e conscientemente enfoque sua atenção numa direção determinada. Os Santos da Igreja, em muitos casos, demonstram possuir a clarividência, porém, nada viam no Mundo do Desejo a não ser os pensamentos-formas do céu e do inferno construídos pela sua própria comunidade de fé.
Os Estudantes ocultistas desenvolveram a faculdade de ver espíritos desencarnados, as Forças da Natureza e as Hierarquias celestiais, sem jamais terem descoberto as forças nucleares conhecidas pelos físicos modernos, e isto porque não pensaram em procurá-las.
Os quadros no Éter Refletor geralmente se desvanecem em alguns milhares de anos, deixando “buracos” onde o vidente nada encontra. Entretanto, nas áreas confiadas aos Templos de Mistérios, os Irmãos Maiores e seus Iniciados leem uma versão muito clara da Memória da Natureza, a qual, na quarta ou região arquetípica do Mundo do Pensamento, traz em si todos os registros pertencentes ao nosso atual Período Terrestre, e como esses registros são revisados e vivificados na Mente de cada Iniciado, o registro correspondente no Éter Refletor é, por assim dizer, reforçado e continua a ser acessível, mesmo para a deficiente visão do clarividente comum ou Estudante principiante da escola de ocultismo. Os Mestres, nos planos internos, muitas vezes, projetam no Éter Refletor quadros que eles desejam que o neófito veja e venha a recordá-los. Assim, o neófito vê os registros que, de outra forma, não lhe estariam acessíveis.
Max Heindel mostrou-nos que os Éteres de Luz e Refletor estão intimamente associados não somente ao Dourado Manto Nupcial, mas também às funções específicas do organismo corporal. O Estudante poderá achar a proximidade de funções desses dois Éteres uma fonte de confusão quando observadas pela primeira vez.
Quando o Estudante-vidente começa a ver a agitação do Éter de Luz, com seus movimentos semelhantes a asas e com seus arrojados cometas de energia como numa película, passa a reconhecer que o espaço está pulsando como as vagas do oceano – em grandes e lentas ondas. À medida que ele investiga esses espaços-ondas azulados, começa a ver o que pode parecer-lhe, à primeira vista, formas transparentes incolores, algumas vezes formas geométricas, mas, muitas vezes, formas semelhantes a folhas que se movem no mar de Éter como plantas aquáticas. Então, continuando atento e focalizando a sua atenção nessas profundas marés de luz, o Estudante poderá, repentinamente, compreender que ele está realmente contemplando o Éter Refletor, já que por detrás do movimento ondulante de luz, seu olhar pousa naquilo que parece ser um mundo de espelhos, um mundo com quadros tão nítidos e claros como as imagens num espelho. Aí não existe nenhuma ondulação, nenhum movimento.
À primeira vista, os registros no Éter Refletor não são fáceis de ler, mas, uma vez que o Éter parece estar repleto deles, todos podem ser vistos inteiramente, de modo que é necessário prática para separá-los, antes que cada um possa ser lido. Isto é feito pelo poder da vontade em manter a atenção focalizada sobre uma imagem, não permitindo imagens colaterais que distraiam a atenção. Há uma tendência em todos os videntes não desenvolvidos em simplesmente relaxar e permitir que esses quadros fluam ou se movam além da visão mental, sem nenhuma tentativa de controlá-los ou analisá-los. A pessoa comum pode, na verdade, nunca compreender que seja possível controlar o fluxo de imagens, e pode até se vangloriar do fato de que não pode “desligar” os quadros que se precipitam ante seus olhos. Este é o segredo do desenvolvimento negativo que pode conduzir à obsessão; se não à obsessão completa, pelo menos à mediunidade ou, talvez, à falta de controle mental e emocional, os quais a ciência médica designa como “desequilíbrios” ou “distúrbios”.
O Estudante deve, portanto, exercitar a discriminação em relação ao fluxo de imagens que vê. Pode parecer-lhe que essas imagens são irresistivelmente auto impelidas, mas não é assim, pois elas respondem à sua vontade, como logo descobrirá quando fizer um esforço para controlá-las.
Notemos que nem todas estas imagens são “registros”. Elas incluem, algumas vezes, cenas atuais e pessoas reais vivendo na Terra; e, também podem incluir faces e formas daqueles que já passaram para o “além”, bem como cenas dos mundos internos. Este Éter pode assemelhar-se a um espelho de duas faces, como Max Heindel diz, refletindo o universo exterior de um lado e os mundos internos e espirituais de outro.
13 – O que o Éter Refletor reflete
Frequentemente é dito que cada observador colore (por meio de sua própria tendência mental) suas observações do mundo, tal como estas existem tanto fora como dentro de si mesmo. Não há argumentos quanto a isto. Naturalmente, nós vemos o mundo e recebemos dele experiências através daquilo que somos. Não pode ser de outra maneira. Porém, o filósofo da ciência moderna vai, além disto, quando diz que não são somente aquelas impressões do mundo exterior que dependem de sua atitude mental, ou a sensibilidade individual situado no cérebro, mas que O MUNDO EXTERIOR OU OBJETIVO É REAL E LITERALMENTE ALTERADO PELO ATO DA OBSERVAÇÃO E DA EXPERIMENTAÇÃO, através da interação de forças físicas e da pressão de forças geradas mentalmente como na telecinésia. Como isso pode ocorrer?
A resposta para o ocultista encontra-se no Éter Refletor, com as suas estranhas qualidades parecidas com as do espelho.
É a força Arquetípica do Ego, “refletindo” ou “projetando-se” na grande raiz-substância da Natureza, a Mente subconsciente do cosmos, que assim afeta seu mundo. O Éter Refletor, como Max Heindel demonstrou, estende-se através do Primeiro Céu e mesmo através do Segundo Céu, pois ele contém o princípio da memória, e tem uma conexão especial com a Região das Forças Arquetípicas. Podemos designá-lo como o assoalho dos dois Céus inferiores. Quando o filósofo da ciência observa que não é mais necessário separar o sujeito do objeto, o observador do observado, ele está expressando a realidade espiritual das Forças Arquetípicas, como são conhecidas pela ciência oculta. O espaço e o tempo entram em “colapso” no reino do Éter Refletor, porém o Espírito Virginal, como Ego-consciência, permanece.
Para o cientista material, as características exteriores do Éter Refletor são de fundamental interesse. Ele pensa em mundos e universos de matéria que são explicados pelas leis inerentes (ou refletidas) nesse plano sutil. Porém, para o ocultista, o mais importante é o UNIVERSO INTERNO, que se reflete no Éter Refletor. O que entra em colapso aqui é a “sensação de barreira”, a sensação de separação entre a Humanidade e o Universo Vivente, com suas inumeráveis Hierarquias que vão desde as forças elementais até ao Ser Supremo Uno, em quem toda a criação vive, move-se e tem sua perene existência.
Assim, a afirmação de Max Heindel de que esse hiperéter é um espelho que reflete um duplo reflexo – o universo superior ou interno e também o universo descendente ou externo – recebe uma nova aplicação na ciência moderna.
Lembramos que Max Heindel designou ambos os Éteres, o de Luz e o Refletor, como sendo “migratórios” e “voláteis”. O Éter Refletor, como o Éter de Luz, é luminoso e flui, condição que, em certo ponto, dificulta o vidente quando pretende dizer onde um cessa e outro começa.
Mostrou-se que, uma vez que o Estudante aprendeu a ver as ondas do Éter de Luz e pratica sua visão observando essas ondas na meia obscuridade quando o ar parece repleto de correntes pulsantes de luz ou de neblina azulada, sua visão fixa-se sobre formas que parecem folhas que flutuam e circulam nesse Éter aquoso como plantas subaquáticas. Aqui, ele poderá ver, no inverno, os desenhos familiares das geadas nas vidraças, com suas ramificações ondulando no constante fluir, e depois de algum tempo, ele poderá ficar consciente da presença da cor e da vida movendo-se entre aquelas formas. Pode ainda ocorrer que ele veja uma pequena árvore com aparência de cristal movendo-se suavemente em ondas de luz; e um pequeno enxame de formas aladas como se fossem borboletas de cristal pousadas em seus galhos. Verificará que quando ele fixa sua atenção nessas formas, elas repentinamente parecem mover-se em sua direção como se aumentassem de tamanho, e suas cores e detalhes de estrutura podem ser estudadas como se estivessem ampliadas. Porém, se a atenção se desvia tudo desaparece.
Embora designado como “migratório” e “volátil”, o Éter Refletor apresenta quadros tão vivos e nítidos como aqueles vistos no espelho, dando ao Estudante a impressão de estar andando “através do espelho” quando tem sua primeira experiência com este Éter.
Olhando para as ondas-espaço movendo-se na quase obscuridade, o Estudante tem a impressão de estar no fundo de um oceano com uma luz azulada opaca, e as grandes vagas pulsando ao seu redor revelam-lhe incessantemente formas novas, todas elas movendo-se lentamente como objetos levados pelas marés.
Algumas vezes, o Estudante fica convencido que pode ver realmente com sua visão física nessa luz azulada e pode fixar seus olhos sobre alguma coisa existente no quadro, digamos um quadro que ele sabe estar pendurado em determinado lugar. Por um momento, parece que ele está realmente vendo o quadro; depois, percebe que, ao invés disto, está vendo as mesmas onipresentes formas vegetais brilhando translúcidas e cristalinas no Éter. O espaço está pleno de padrões: “Deus geometriza”[26]. Nesta altura, a visão do Estudante-vidente passa, sem ele perceber, do polo negativo do Éter de Luz para a visão do polo negativo do Éter Refletor. É virtualmente impossível dizer quando ou em que lugar a fronteira foi atravessada.
Note que esses “padrões” que nadam no Éter de Luz indicam que são os padrões-guias para as forças elementais que constroem as formas terrestres. Os padrões geométricos e também os intrincados padrões dos vegetais de toda espécie, juntamente com as formas de vida que trabalham através e com eles, como observados aqui, pertencem não somente aos registros do passado, mas, diretamente, ao mundo atual.
É na fronteira existente entre esses dois Éteres que as Forças Arquetípicas cruzam misteriosamente sobre e para o contínuo espaço-tempo. Aqui está o ponto em que a chamada subjetividade torna-se objetiva e o pensamento-forma paira no limite da quimicalização.
O registro inscrito no Átomo-semente do coração e no polo negativo do Éter Refletor é somente uma manifestação das forças existentes no Éter Refletor; é o registro especializado pertencente a um indivíduo. O Éter Refletor do Planeta é a “memória” do globo inteiro, recebendo reflexos da própria envoltura mental do Planeta, onde os registros – memórias do Espírito vivo da Terra são mantidos inviolados e imutáveis.
Alguns quadros no Éter Refletor pertencem inteiramente ao que chamamos passado, quer estejam contidos na Mente subconsciente de nossa presente encarnação, ou registrados no subconsciente da raça, inscritos no Átomo-semente situado no ápice do coração, que levamos conosco vida após vida. Todo o passado situa-se nessa parte do Éter Refletor que designamos como “subconsciente”, tanto no ser humano como na Natureza – o que poderá ser provado através de técnica adequada.
A propósito disso Max Heindel diz: “George du Maurier[27] escreveu uma história intitulada Peter Ibbetson, na qual esta teoria da memória subconsciente é claramente mostrada. Peter Ibbetson, prisioneiro numa penitenciária inglesa, aprendeu como ‘sonhar verdadeiramente’, isto é, colocando o seu corpo numa certa posição, ele APRENDEU COMO PRENDER DENTRO DE SI AS CORRENTES DE ÉTER, podendo assim, à noite, entrar em contato com qualquer cena de sua vida passada, conforme sua vontade. Podia ver-se como um espectador (na qualidade de indivíduo adulto) entre seus pais e companheiros de brinquedos no mesmo ambiente da época dos acontecimentos. Podia ver todas as cenas mais detalhadamente do que quando aconteceram no mundo material …. Quanto ao futuro, era-lhe absolutamente impossível obter qualquer informação, ao passo que o passado estava inscrito na placa do seu coração e era, portanto, acessível sob condições adequadas (Do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas, Vol. I, pergunta nº 54).
Note que o vidente não precisa “ir” à Região Etérica para ler os registros contidos no Éter Refletor. Não tem que deixar seu corpo ou “ir” a algum lugar. Simplesmente lê no Éter Refletor que permeia o ar que respira, o qual tem uma conexão especial com a corrente sanguínea e com o Átomo-semente no coração. No entanto, Max Heindel disse que, em sua opinião, é necessário ser capaz de deixar o corpo conscientemente para poder ler na Memória da Natureza situada na quarta Região do Mundo do Pensamento, porque esse registro existe elevado na atmosfera mental do Planeta.
Embora o Éter Refletor esteja largamente confinado ao passado e ao presente imediato, também é uma realidade que os “eventos vindouros projetam suas sombras antecipadamente”, mas quando estas “sombras” estão sendo projetadas no Éter Refletor, estão no limiar da materialização. Clarividentes, muitas vezes, veem essas sombras do futuro refletidas em seu próprio Éter Refletor e também no de outras pessoas, mas eles não veem as forças arquetípicas que pertencem ao nível superior do Mundo do Pensamento e que podem mudar essas “sombras” quase no mesmo instante em que são percebidas. O Estudante-vidente deveria notar que ele mesmo, o Ego, sendo ativo como um ser pensante, e laborioso Ser no mundo mental, pode alterar ou cancelar qualquer quadro visto no Éter Refletor; porém, fará isto não atacando o ambiente material, mas ajustando-o por meio da força espiritual e da compreensão da Ideia Criadora ATRÁS do quadro, a qual pertence ao Mundo do Pensamento (Abstrato), o mundo-lar do Espírito Humano.
Há muitas histórias interessantes de pessoas que tiveram sonhos, lampejos de quadros de eventos futuros, geralmente aqueles que estão prestes a ocorrer. Algumas vezes, como um aviso de perigo e atuando para salvar a vida do vidente. Porém, na maioria das vezes, esses quadros não são bastante claros ou completos para que o vidente seja capaz de planejar o rumo a ser tomado; e, frequentemente, eles mostram circunstâncias sobre as quais a pessoa não tem controle. Em tais casos é bom lembrar que o LUGAR VERDADEIRO DO CONTROLE ESTÁ NO MUNDO ARQUETÍPICO DO PENSAMENTO, de onde o Ego trabalha com as forças sutis da Natureza e controla cada situação em harmonia com a lei cósmica.
O Ego pode e realmente controla os eventos que estão a ponto de materialização, e que são, portanto, visíveis como quadros no Éter Refletor, uma vez que é através do polo positivo desse Éter que o pensamento faz sua impressão sobre o cérebro. Entretanto, que ninguém fique perturbado por profecias daqueles que leem a sorte ou por seus próprios sonhos ou quadros repentinos, porque esses pertencem somente ao Éter Refletor e podem ser reportados às forças espirituais do mundo-lar do próprio Ego, onde ele segura as rédeas do poder.
Então, como é feito o registro? Max Heindel diz (no Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas Vol. I, pergunta 54): “Há três tipos de memória. Em primeiro lugar o registro produzido pelos nossos sentidos . . . essas impressões são gravadas sobre as células do cérebro e somos capazes de, conscientemente, trazê-las de volta – embora nem sempre … pois esta memória é extremamente falível e caprichosa e se esse fosse o único método de obter um registro de nossas vidas, a Lei de Causa e Efeito seria invalidada – nossa vida futura não seria uma sequência daquilo que fizemos ou deixamos de fazer no passado”.
“Deve haver outra memória, e essa é o que os cientistas chamam de Mente Subconsciente. Assim como o Éter leva para a câmara do fotógrafo um registro da paisagem circundante e imprime-a sobre a placa sensível nos mínimos detalhes, assim também, o mesmo Éter que transporta o quadro aos nossos olhos, imprime-o em nossa retina, e leva para os nossos pulmões um quadro semelhante que é, então, absorvido pelo sangue e, à medida que o sangue passa através do coração, este registro fica indelevelmente inscrito sobre o sensitivo Átomo-semente que está localizado no ventrículo esquerdo do coração, próximo ao ápice. As forças (“a alma”) desse Átomo-semente são retiradas pelo Espírito no momento da morte e contêm o registro da vida toda nos mínimos detalhes, de modo que, independente de nós termos observados ou não os fatos de uma certa cena, eles estão registrados aí”.
(Podemos acrescentar que a terceira espécie de memória é a Memória Supra Consciente, situada no Mundo do Espírito de Vida, o qual é a Consciência de Cristo) (do Livro O Conceito Rosacruz do Cosmos – Cap. III).
Max Heindel disse que cada átomo do corpo tem uma película dos Éteres de Luz e Refletor, o que nos leva a admitir que isto deve formar, coletivamente, um envoltório ou aura. À medida que o Ego desenvolve maior espiritualidade, ele projeta-se mais profundamente sobre os Éteres cósmicos de Luz e Refletor e a película que envolve os átomos cresce e expande-se até o ponto de envolver todo o corpo numa ampla aura munida de poderes e propriedades especiais: o “Dourado Manto Nupcial” do Iniciado.
O registro permanente do Átomo-semente vai com o Ego, vida após vida; mas a película do Éter Refletor leva em cada átomo um registro pertencente a presente vida, momento por momento, até a morte e tudo fica gravado no registro permanente do Átomo-semente que é levado vida após vida.
Há uma pequena quantidade dos dois Éteres superiores no organismo humano comum que se encontram principalmente no sangue, no cérebro e no sistema nervoso. É precisamente o aumento da aura dos Éteres de Luz e Refletor que proporcionam uma memória mais ampla, mais forte e uma focalização melhor dos quadros que vêm da Memória da Natureza planetária, bem como as que vêm do Átomo-semente do coração.
Os filósofos medievais fizeram a surpreendente dedução que a memória não era uma parte da Mente, do mesmo modo que, atualmente, nós dizemos que ela pertence ao subconsciente, seja qualificada como voluntária ou involuntária.
Ou ainda, como Max Heindel afirmou em sua analogia com a máquina fotográfica, que os quadros do Éter de Luz são focalizados sobre a película, que é o Éter Refletor e o registro permanente do Átomo-semente.
Uma vez que o Éter de Luz e o Espaço são “quase sinônimos”, vemos que os “quadros” no “espaço” imprimem suas imagens sobre a película do Éter Refletor, fluindo em duas direções: uma em direção ao passado e outra em direção ao futuro.
14 – O Éter Refletor e o Registro dos Renascimentos Anteriores
O Éter Refletor não só contém os registros pertencentes à vida diária, mas também o registro das horas que dormimos, as quais, para o ocultista, são momentos de grande atividade. Poucos Estudantes lembram-se das atividades durante a noite quando, como Auxiliares Invisíveis, trabalham ou estudam nos mundos espirituais. Os Auxiliares Invisíveis têm preferência de ação, e, enquanto a maioria mostra interesse no Serviço de Cura, alguns têm outros campos de atividade. Frequentam aulas e têm oportunidade de visitar as regiões do Purgatório e do Primeiro Céu para observar as condições ali existentes. Algumas fases desse aprendizado são recordadas, porém, uma boa parte é esquecida. Mesmo depois da Primeira Iniciação, diz Max Heindel, sua memória ainda não estava suficientemente perfeita, carecendo de treinamento adicional.
Psicólogos referem-se a pessoas que possuem “memória visual”, “memória-auditiva” ou, “abstracionistas” (como poderíamos designar o terceiro grupo) que relembrariam cenas, mesmo sem imagens de qualquer natureza. Inacreditável, como poderá parecer para muitas pessoas, há os que podem descrever pormenorizadamente o que comeram no café da manhã, descrevendo tudo o que havia sobre a mesa, ainda que afirmem que não “veem” qualquer imagem de tudo isso. Possivelmente esse tipo de recordações sem imagens pertence à Mente matemática, comum às pessoas que raciocinam sem imagens, excetuando fórmulas matemáticas. O Estudante ocultista, que está começando a despertar nos planos internos, mostra diferenças semelhantes de memória e recordação, as quais, indubitavelmente, são devidas às diferenças de temperamento e de hábitos mentais. Alguns dirão a si mesmos: “Eu estive em tal e tal lugar ontem à noite e falei com fulano e sicrano”. Se pedirmos a eles que descrevam o lugar ou a pessoa, não poderão fazê-lo, não possuindo nenhuma imagem em sua Mente relativa àquela situação. Talvez na vida diária de um Estudante ocorra a mesma coisa, isto é, a ausência de lembranças com imagens. Para melhorar a memória, ele deverá construir imagens mentais, tal como lhe é ensinado no exercício de concentração que deve realizar todas as manhãs ao despertar.
Se o Estudante é portador de “memória auditiva”, e se tiver faculdade auditiva aguda, terá recordações mais definidas das palavras e conversações do que das imagens. Se ele possui “memória visual” e sua reação visual for de excelente qualidade, ele se lembrará de cenas, objetos e pessoas. Obviamente, os artistas plásticos são portadores de “memória visual”; músicos e oradores da “memória auditiva”. Porém, mesmo aqueles que dizem recordar experiências sem imagens, seja auditiva ou visual, não deixam de registrar essa forma de memória.
Recentes experiências psicológicas, realizadas em várias universidades, sugeriram que a ocorrência de esquecimento acontece em virtude da interferência de vários sistemas de memória, cujas imagens e detalhes são intimamente similares. Isto contraria a crença popular de que as recordações são mais facilmente lembradas quanto mais similares forem. No caso de recordações dos planos internos, os eventos incomuns são os mais facilmente lembrados, enquanto a vida de trabalho e os estudos contínuos, noite após noite, são esquecidos, porque assemelham-se, de várias formas, às nossas atividades diárias.
Paralelamente à habilidade de recordar as experiências dos planos internos, onde o Espírito funciona durante o sono do corpo (levando-se em consideração que tenha algum interesse superior àqueles do corpo) surge à habilidade de ver os quadros no polo negativo do Éter Refletor, relativos aos renascimentos passados. Sabemos que esses registros, ainda não definidos em termos científicos, são impressos no átomo-semente do coração e levados vida após vida. Esses registros do átomo-semente estão entre aqueles que, refletidos no polo negativo do Éter Refletor, o Estudante vê, frequentemente, antes de adormecer e antes de despertar pela manhã. Psicólogos designam-no como visões “hipnagógicas”, visões que são projetadas do subconsciente na ocasião do sonho ou nas proximidades do adormecer. Uma vez que elas surgem durante o sono, como sonhos, o Estudante não é capaz de exercer controle algum sobre elas, mas, à medida que a consciência-anímica do Estudante se amplia, o controle será adquirido. A maioria das visões de “transe” pertencem à área das visões hipnagógicas. Entretanto, na fase superior da clarividência, a pessoa encontra-se plenamente desperta, relaxando-se em completa tranquilidade por um ato de vontade e, então, vê as chamadas visões “hipnagógicas” em plena consciência de vigília e aprende a controlá-las e dirigi-las.
Devido à necessidade de completo relaxamento é que inúmeras escolas de ocultismo, no passado, situavam-se em lugares retirados, no topo das montanhas, no interior das florestas e lugares desertos onde o ar era puro e onde somente se ouviam os sons da Natureza. Obviamente, quando Estudantes instruídos na quietude de tais lugares são levados a viver nas barulhentas ruas das cidades, tendem a perder seus poderes tão arduamente conquistados e têm de aprender a concentrar-se no meio do ruído e da confusão.
A Escola de Mistérios Ocidentais Rosacruzes compreendeu e enfrentou esse problema. Desenvolveu um treinamento destinado a ser usado pelo habitante das cidades e, embora possa parecer a este Estudante que o seu progresso é lento, ele verificará que o seu progresso é maior do que se tivesse feito um retiro em algum ambiente espiritual afastado. Verá que adquiriu mais força do que imaginava e que leva uma vantagem em relação aos Estudantes que foram treinados num lugar solitário.
Não devemos pensar que a visão “sonolenta” leva a um estado de vigília. O que queremos dizer é que o estado de sono se torna gradualmente mais claro ou torna-se permeado pela consciência de vigília, a qual cobre tanto as horas de vigília como as horas de sono, bem como as zonas intermediárias onde ocorrem as visões “hipnagógicas”.
Nesse estado clarificado ou “claro”, o Estudante-vidente lê no polo negativo do Éter Refletor e, às vezes, nesse Éter verá quadros de seus próprios renascimentos passados, assim como os de outros.
Há certos pontos importantes para serem observados em relação à essas visões no Éter Refletor. Primeiro, a conhecida característica deste Éter de inverter algumas imagens, como foi o caso de Mme. Blavatsky[28] que lia o número de uma página às avessas. A analogia com o espelho não deve levar-nos muito longe porque, além de tudo, o Éter Refletor não é um espelho de material físico: ele é um espelho quadridimensional, onde as três dimensões do espaço são experimentadas pela consciência como uma reflexão.
Isso significa que, ao contrário da imagem refletida no espelho a qual nunca é confundida com nosso próprio físico, mas permanece à parte, nós mesmos parecemos ser levados para o fluxo do Éter Refletor, de modo que permanecemos no próprio centro dos acontecimentos que ali são mostrados. É somente no começo que os quadros se lançam para o passado, parecendo-nos um filme familiar. O Estudante, em algum ponto, ver-se-á como personagem na cena, e ele admite isto como sendo um quadro de seu próprio renascimento passado. Em geral isso é verdadeiro. As primeiras cenas vistas são geralmente aquelas que pertencem aos nossos próprios renascimentos passados. Contudo, pode ser que nós não nos reconheçamos numa cena onde muitas pessoas são mostradas e onde o nosso interesse dirige-se a alguma determinada personagem. Inevitavelmente, o Estudante-vidente identificar-se-á com quem sentir mais forte simpatia, porque ele, em razão do poder “refletivo” do Éter, penetrou no padrão emocional da pessoa que ele vê. É por essa razão que muitas mulheres escreveram a Arthur Weigall[29], o Egiptólogo, agradecendo-lhe o modo delicado que adotou ao descrever a história de Cleópatra – pois diziam que tinham sido Cleópatra em renascimentos passados! Como essas várias mulheres puderam crer que tinham sido Cleópatra? Obviamente tiveram visões do Egito com Cleópatra como personagem central, sentindo uma forte identidade emocional com a infortunada rainha.
Podemos admitir que as videntes foram pessoas que, realmente, viveram no Egito e conheceram Cleópatra. Poderiam ter sido servas, damas da corte ou amigas da rainha e até mesmo francas inimigas dela, envolvidas em sua queda e morte, e, quando no Purgatório, entre renascimentos, identificaram-se com o seu sofrimento e aprenderam a arrepender-se do mal praticado. Agora, no renascimento, onde serão levadas ao Caminho da Iniciação, o passado abriu suas portas mostrando-lhes onde tinham criado tal destino. Elas não se encontravam apenas no meio das cenas dos tempos de Cleópatra, mas estavam também no meio das ondas emocionais originadas na corte, onde ela era o pivô e o centro dos acontecimentos. Cada uma das mulheres videntes, obviamente, devido à vaidade pessoal e, talvez, ansiosas por projeções pessoais, admitiram que eram a própria Cleópatra renascida.
Dessa maneira, vemos que há uma memória de emoção, bem como a memória do pensamento e da ação, e isto também é alcançado pela clarividência no Éter Refletor; embora esta memória-emoção seja, para muitas pessoas, mais raramente experimentada do que as outras. Contudo, quando a imagem do passado não é simplesmente vista, mas ocorre uma identificação com a mesma, tal como já foi descrito, a memória-emoção manifesta-se. Assim, desde que muitos de nós identificamo-nos com nossas emoções e sentimentos em maior ou menor grau do que com as sensações corporais e com o pensamento, é natural que, sentindo uma forte emoção emanada de uma pessoa imaginada, assumamos uma identificação com aquilo que realmente não somos. Dessa maneira, situações ridículas surgem, tais como as das várias mulheres que pensaram ter sido Cleópatra.
15 – O Éter Refletor e a Sua Relação com a Matéria
Note que todo objeto existente no universo exterior tem sua réplica, clara e inconfundível, no Éter Refletor. Não é somente o Corpo-Alma, o Dourado Manto Nupcial, que se encontra lá. Tudo no universo tem seu reflexo neste Éter. Porém, as leis de reflexão no hiperÉter não são simplesmente uma imagem refletida no espelho, embora esta analogia sirva de base para as explicações dos professores. Consideramos que as teorias científicas mais recentes sobre a matéria e antimatéria têm seu pivô nesse Éter e, assim como a antimatéria tem antigravidade, podemos ler aqui uma explicação admissível para o velho ditado que a levitação é realizada por intermédio da luz astral. Uma teoria atual diz que, no princípio, a matéria e a antimatéria existiam juntas numa espécie de “ovo cósmico”, e, posteriormente, foram separadas pela ação de alguma força repulsiva ainda desconhecida. Max Heindel disse que a levitação é efetuada pela reversão da polaridade dos átomos.
A proposição que o polo negativo do Éter Refletor possa constituir-se de uma “grande massa negativa”, que é o fundamento do contínuo Espaço-Tempo do qual a ciência moderna começa a levar em consideração, poderá causar espanto a Estudantes que ainda não compreenderam, quão próxima está a Física da Metafísica.
Max Heindel refere-se, inúmeras vezes, aos “Éteres interplanetários” cujos principais são os Éteres de Luz e Refletor. Ele associa o interplanetário Éter de Luz ao Cristo Cósmico ou Logos Solar. Assim como a matéria se estende através do universo nos espaços interplanetários e interestelares – existem átomos de matéria em cada centímetro cúbico do espaço cósmico; o espaço não é vazio – assim também fazem os Éteres e cada Planeta especializa seu próprio campo no qual a evolução prossegue para a onda de vida pertencente àquele Planeta.
Muitas das assim chamadas ilusões da matéria devem-se, indiretamente, às propriedades do Éter Refletor, o qual é chamado o Espelho dos Deuses.
Todos os três Éteres inferiores são ativos dentro dos limites do Éter Refletor. Em verdade, podemos dizer que cada Éter, começando do superior, está incluindo, envolvendo (e interpenetrando) os que lhe são inferiores. Assim, o Éter Refletor “contém” os Éteres de Luz, de Vida e Químico. O Éter de Luz “contém” os Éteres de Vida e o Químico; e o Éter de Vida “contém” o Éter Químico, o qual podemos acrescentar, “contém” o organismo físico.
Exemplificando: o Ego imprime o pensamento sobre o cérebro por intermédio do polo positivo do Éter Refletor. Sabemos que os processos de pensar e memorizar do Ego renascido tem não só correlações eletromagnéticas com os Éteres de Luz e de Vida, como também correlações puramente químicas com o Éter Químico. Há uma química de memória e uma química de pensamento, assim como há um padrão eletromagnético e forças no cérebro e nos nervos que transmitem impulsos de pensamento ao corpo e que levam impressões sensoriais do corpo ao cérebro.
Certas forças no Éter de Luz fluem em resposta ao impulso do pensamento focalizado pelo Ego no polo positivo do Éter Refletor, onde o pensamento-forma move-se para fora em direção à quimicalização, passando no plano inferior (que está por fora) por meio do espectro eletromagnético e do Éter de Luz. Alguns biólogos formularam a teoria ele que correntes elétricas no sistema nervoso voluntário realmente projetam-se do cérebro, onde são geradas. O ocultista diz que o Ego tem seu assento no cérebro. Max Heindel fala de grandes ondas de energia que se projetam do cérebro, quando o Ego quer agir no corpo.
Por isso, o biólogo diz que há “uma intrincada base química para explicar como as pessoas se lembram ou porque esquecem”. Experiências têm demonstrado que o ato de aprender reflete-se em mudanças nas células produtoras do RNA (Ácido Ribonucleico), porém, ainda se ignora como o RNA é alterado. Sabe-se, entretanto, que o processo de aprendizagem é acompanhado por mudanças básicas na composição desse complexo químico. Desde que as moléculas do RNA comunicam às células que proteínas fazer, as mudanças na estrutura do RNA resultarão em mudanças na produção de proteínas. Essas proteínas, aparentemente, “formam a base química do pensamento”.
Novamente um escritor científico comenta: “A enormidade da tarefa de mecanização e eletrificação do poder cerebral ilustra-se pelo fato dele conter ao redor de 10.000.000.000 de células nervosas. Não sabemos como se opera o translado de impulsos nervosos em visão, audição e tato ou como ele armazena e retém tão enorme quantidade de conhecimento”. O ocultista situa o “poder cerebral” e os impulsos nervosos no Éter de Luz, bem como o armazenamento e retenção de conhecimentos, no Éter Refletor. O Éter de Vida supre a força de vida que mantém os tecidos e as células vivas em crescimento, e o Éter Químico é o campo no qual os átomos e moléculas são cimentados magneticamente dentro dos padrões de evolução. Max Heindel diz que o fluido vital emanado do Sol “carrega” os Éteres Químico e de Vida e que, “assim carregados, os Éteres Químico e de Vida são as avenidas da assimilação que preservam o indivíduo, e da fecundação que perpetuam a raça” (Veja mais detalhes no Livro: A Teia do Destino).
Como a percepção visual através do Éter Refletor não está na dependência do nervo óptico, o fisicamente cego pode aprender a ver nesse Éter, não só os acontecimentos do plano interno, como também imagens do plano físico. Embora essa percepção possa parecer um pobre substituto da visão física, consideremos que normalmente ninguém pode ver externa e diretamente o mundo físico. Comumente vê-se só a imagem que atinge a retina, a qual é transformada em impulsos nervosos que, por sua vez, vão passando internamente ao centro óptico do cérebro, onde, de alguma forma, os impulsos nervosos retornam como imagens, as quais são interpretadas pelo Ego. Onde se opera essa transformação? Onde, a não ser no Éter Refletor que interpenetra o cérebro?
“Há um mecanismo construído dentro de cada indivíduo, ainda não descoberto, que permite ao homem evoluir. O DNA (Ácido Desoxirribonucleico) que incorpora esse mecanismo – o código genético de todos os organismos viventes (exceto o sangue e vários vírus) – é composto de quatro elementos químicos básicos: a adenina, a guanina, a citosina e a timina. São as diferentes combinações desses quatro elementos químicos que fornecem as informações específicas usadas pelas células na construção de proteínas. É esse DNA que é modelado pela evolução. Nessas combinações há uma permanente competição pela sobrevivência e, dessa maneira, o organismo lentamente enriquece-se com experiências que facilitam essa sobrevivência. Ainda não foi descoberta a sequência básica dessas diferentes combinações destinadas a um simples gene e lembremo-nos que cada célula contém milhares de genes. Estamos agora fora do campo das generalidades da Epigênese e da Filosofia, situando-nos no laboratório dos velhos alquimistas que, com seus quatro elementos básicos, sentiam-se perfeitamente em casa” (Revista: Rays from the Rose Cross, novembro de 1963, pág. 516).
Sem o Éter Refletor, o Ego não poderia expressar consciência no Corpo Denso, isto é, não podia ser consciente no mundo físico. Segundo sugere um filósofo da moderna ciência, Erwin Schrodinger, a consciência aparece no papel de um tutor. Ela “supervisiona nossa educação e introduz-nos em novas experiências, mas permite-nos continuar na nossa velha rotina na forma de “hábitos” – o que nos relaciona com o polo negativo do Éter Refletor. Por estar intimamente relacionado com tudo o que é novo, a consciência também o está com o processo de aprendizagem, isto é, com novas experiências, com a criatividade, com a Epigênese, com as forças que operam no polo positivo, em suma, com o futuro.
Os ocultistas há muito reconheceram que o fósforo é muito importante para o processo do pensamento. Max Heindel diz: “O fósforo é o elemento particular que permite ao Ego expressar o pensamento e influenciar o Corpo Denso: … O grau de consciência e de inteligência é proporcional ao montante de fósforo contido no cérebro”. “O desenvolvimento anímico capacita o cérebro a assimilar uma quantidade crescente de fósforo” (o qual é um veneno químico).
A expressão “Luz Astral” não é de origem oriental (como comumente é apresentada), mas foi adotada antigamente pelos Mestres Ocidentais em virtude de sua semelhança com o brilho estelar do Corpo-Alma e de sua aura. Paracelso[30] refere-se a ela como “luz sideral”. As palavras do grande Paracelso são muito significativas: “As coisas ocultas da alma, que não podem ser percebidas pelos sentidos físicos, poderão ser encontradas através do corpo sideral, através de cujo organismo podemos olhar dentro da Natureza, da mesma forma que o Sol brilha através do vidro. A natureza interna de todas as coisas pode, portanto, ser conhecida pela magia em geral e através dos poderes da interna ou segunda visão”. Na Filosofia Rosacruz o termo descritivo é “Éter Refletor”, ao invés de “Luz Astral”, incluindo este último termo tanto o Éter de Luz como o Éter Refletor.
Cremos importante assinalar que tanto os ocultistas medievais europeus como os orientais afirmaram que corpos pesados podem levitar pela ação da Luz Astral, além de apontarem sua função para promover a manifestação de outros poderes supra sensoriais. Podemos estudar as várias propriedades químicas e eletromagnéticas e os processos de um corpo único ou formas coletivas, porém, a raiz do mistério só se encontra no Éter Refletor, no polo negativo, que é o Refletor Cósmico, e no polo positivo, que projeta a imagem arquetípica trabalhando criativamente e que representa o futuro.
16 – O Éter Refletor e as Forças Arquetípicas
Um Estudo do Diagrama 1 do Conceito Rosacruz do Cosmos
Neste Capítulo final sobre o Éter Refletor voltamos, novamente, à afirmação de Max Heindel de que “este Éter é o meio através do qual o pensamento impressiona o cérebro humano. Está intimamente ligado à quarta subdivisão do Mundo do Pensamento. Esta é a mais elevada das quatro subdivisões contidas na Região do Pensamento Concreto e é o mundo-lar da Mente humana. Lá se encontra uma versão muito mais clara da Memória da Natureza”.
A quarta subdivisão da Região do Pensamento Concreto é denominada a Região das Forças Arquetípicas (ver Livro: “Conceito Rosacruz do Cosmos” – cap. I). Vamos nos aprofundar mais no que diz respeito a esta região, para que possamos ter uma compreensão mais clara do Éter Refletor, pois é o registro nesta região que está refletido “abaixo”, no Éter Refletor, e a relação cósmica existente entre o Mundo do Pensamento e o Éter Refletor tem a sua réplica microcósmica dentro da aura do ser humano que renasceu.
Os registros da Memória da Natureza estão contidos no polo negativo do Éter Refletor e o mesmo acontece com a memória individual. Mas, o Ego dirige a sua força de pensamento positivo para dentro do cérebro através do polo positivo do Éter Refletor. Esta força de pensamento positivo, que trabalha através do polo positivo do Éter Refletor no cérebro e no sistema nervoso (a Mente realmente trabalha em toda parte em que esteja presente a “matéria cinzenta” no corpo), é criadora; não é passivamente receptiva. O polo negativo é o receptor e, portanto, contém a memória, sendo o depósito de todas as imagens, como se descreveu até aqui.
Max Heindel escreve a respeito da Região das Forças Arquetípicas: “É a região central e mais importante dos cinco Mundos onde se efetua a evolução do ser humano. De um lado desta região estão às três Regiões Superiores do Mundo do Pensamento, mais o Mundo do Espírito de Vida e o Mundo do Espírito Divino. Do lado oposto dessa Região das Forças Arquetípicas estão às três Regiões Inferiores do Mundo do Pensamento, e dos Mundos: do Desejo e Físico. Portanto, esta região torna-se uma espécie de “cruz”, limitada de um lado pelos Reinos do Espírito, e do outro pelos mundos da forma. É o ponto focal, por onde o Espírito se reflete na matéria” (Livro: “Conceito Rosacruz do Cosmos” – cap. I).
Em outro lugar, Max Heindel assinala que, sob outro ponto de vista, o Mundo do Espírito, propriamente dito, começa unicamente com o Mundo do Espírito de Vida, ao qual ele chama o primeiro mundo universal e que, num sentido mais amplo, o universo material começa com a Região do Pensamento Abstrato e tudo o que está acima é Espírito “puro”. O Mundo do Pensamento Abstrato é “caos, a sementeira do Cosmos”, onde as “ideias germinais” – os germes de toda a causa, e, portanto, da evolução – são criadas nesse mundo por inteligências espirituais.
Diagrama 1 – O Mundo Material um reflexo reverso dos Mundos Espirituais
No Livro: “Conceito Rosacruz do Cosmos”, Diagrama 1, é-nos mostrado um desenho esquemático para compreender melhor a “relativa permanência dos mundos visível e invisíveis”, por meio de uma analogia com a lanterna mágica e suas imagens projetadas.
O Diagrama é desenhado sob o ponto de vista do ESPÍRITO VIRGINAL, cuja Vontade corresponde ao operador da máquina estereotipa, a qual concebe, no Mundo do Espírito de Vida, um conceito por intermédio da divina imaginação criadora. Este conceito toma a forma de uma ideia na Região do Pensamento Abstrato e a ideia é posta diante da Lente da Mente, na quarta subdivisão do Mundo do Pensamento. Unicamente esta quarta divisão é apropriada e cientificamente designada “A Mente”. A Mente é a lente, mas a luz emana do Espírito de Vida, enquanto que o “slide” representa a ideia permanente criada pelo Espírito Virginal na Região do Pensamento Abstrato. Isto é, esta Ideia Permanente é a “Ideia Germinal”, assim chamada porque é a “semente” da qual brotam os objetos do mundo exterior. A luz do Espírito de Vida projeta a ideia vivente e permanente através da Mente, que existe especificamente na Região das Forças Arquetípicas e, portanto, são estas Forças Arquetípicas que, desse ponto em diante, são representadas pelos raios de luz que emanam do Mundo do Espírito de Vida. As Forças Arquetípicas irradiam para baixo, através da Região do Pensamento Concreto e do Mundo do Desejo, despertando a força impulsionadora do desejo, e a imagem (raios de luz) é objetivada no mundo exterior, correspondendo à imagem reproduzida na tela pela estereotipa projetora. O que são as Forças Arquetípicas? São todos os seres viventes que trabalham sobre os Arquétipos no Segundo Céu, e Arquétipos são formas de pensamento. Incluem seres humanos entre renascimentos, Forças da Natureza e as Hierarquias Celestiais, tais como os Senhores da Mente, os Arcanjos, os Anjos, membros avançados da nossa própria onda de vida (Mercurianos, Venusianos) etc., e os Adeptos da nossa própria Humanidade.
Quando chegamos ao Mundo Físico, em que a imagem é objetivada, aparecem sete subdivisões, das quais as quatro superiores são os Éteres, que constituem o tema destas lições; e, destes quatro Éteres, o Éter Refletor é o superior. É, diz Max Heindel, um hiperéter. Este Éter é a tela sobre a qual a imagem é projetada da Mente. Mas as forças do Mundo do Desejo estão presentes com a imagem, assim como o calor, a luz e a eletricidade da máquina estereotipa estão incluídas na projeção da imagem impressa na lâmina de vidro para a tela ou, em outra analogia, o quadro em movimento projetado desde o dispositivo.
Mas, a imagem, projetada da máquina estereotipa ou projetor cinematográfico, é plana e bidimensional. A imagem projetada, contida dentro (não sobre) o Éter Refletor é tridimensional. É projetada em profundidade, e com vida e força. A Memória da Natureza e da Mente humana é comparável, nesta analogia, às galerias de arte e aos jornais que têm quadros e símbolos, mas estes são apenas uma parte do próprio Mundo Físico completo, o assim chamado espaço-tempo contínuo da moderna ciência física.
O espaço-tempo contínuo, como um todo, relaciona-se com o Éter Refletor e, portanto, os cientistas modernos falam de “viajar no tempo” ou “aniquilação ou colapso do espaço”, e do “colapso do tempo”. Enquanto o ocultista diz que lê na Memória da Natureza” – particularmente no Éter Refletor – o cientista diz que “viaja no tempo”. E muitas ficções científicas apresentam esta viagem no tempo como se fosse possível a uma pessoa que vive no século XX voltar, efetivamente, a um tempo e forma de vida antigos, retendo, como apresentado, a personalidade e o conhecimento do presente. O ocultista questiona tal inversão da corrente do tempo. Realmente, ele viaja para trás, conscientemente, durante as suas Iniciações, nas quais revê e recorda as suas existências anteriores – não somente os seus renascimentos como ser humano no Período Terrestre, mas também as suas existências anteriores, análogas aos seres animal, vegetal e até mineral, nos primeiros períodos da evolução.
Mas, se bem que aqueles períodos tenham sido experimentados sem consciência própria, o Iniciado agora os contempla e entra neles com satisfação (ou com empatia, empaticamente), em plena consciência própria despertada e, ao fazê-lo, torna-se capaz de usar voluntariamente as forças que, àquela altura, usou involuntariamente – passiva ou negativamente – sob a orientação de seres espirituais superiores.
Assim como o Corpo Denso do ser humano está rodeado pelo mundo à sua volta e deriva deste; assim também o Espírito Divino e o Espírito de Vida estão rodeados pelos seus correspondentes mundos macrocósmicos do Espírito e deles derivam. O Espírito Humano também é diferenciado dentro do Mundo do Pensamento Abstrato, e a Mente e o Corpo de Desejos dentro dos seus correspondentes Mundos; enquanto o Corpo Vital consiste de Éteres que o rodeiam por todos os lados, o Corpo Denso é feito de substâncias físicas.
Mas, sob outro ponto de vista, podemos dizer que o universo consiste unicamente de Espírito: o Espírito Divino que é “refletido” ou condensado dentro do Corpo Denso, como seu representante; o Espírito de Vida, que é “refletido” ou condensado dentro do Corpo Vital, como seu representante; o Espírito Humano que é “refletido” ou condensado dentro do Corpo de Desejos e na Mente Concreta como seu duplo representante. Mas – conforme vemos como resultado de um processo de eliminação – é a própria Mente que é o foco, condensação ou reflexo do Espírito Virginal puro. E o Éter Refletor é, por assim dizer, uma espécie de polaridade inferior ou oitava da Mente; a Mente subconsciente ocupa um plano abaixo da verdadeira Mente.
Chamar o Éter Refletor a “oitava inferior” da Mente é, naturalmente, uma analogia musical, mas tal analogia tem um alto grau de exatidão em relação ao Mundo do Pensamento, porque esse mundo é o grande mundo cósmico do tom ou som. Cada modelo de som cósmico criado na Substância-Raiz-Cósmica por uma Ideia Criadora é enviado pelo Tríplice Espírito, conforme mostra o Diagrama 1 do Livro: “Conceito Rosacruz do Cosmos”.
O Mundo-Arquétipo canta um canto emanado do Logos Solar e do Grande Espírito diante do Seu Trono, que é o Logos Planetário; e o Ser Humano, como Espírito Virginal, é parte deste canto, e ele canta também em companhia dos inumeráveis espíritos das Hierarquias celestiais.
Os músicos sabem – assim como os físicos que esboçaram uma ciência do som – que quando certa nota é tocada num piano, outras notas que estejam em harmonia com ela vibrarão também em harmonia, criando tons, semitons, acordes e oitavas, conforme seja o caso (veja mais detalhes no Livro: “Conceito Rosacruz do Cosmos”). Assim, a harmonia do Tríplice Espírito soa, e ao soar cria modelos de tons no Mundo do Pensamento Concreto, que se traduzem em forma e substância no Mundo Físico. É por esta razão que se diz que o Éter Refletor é a “oitava inferior” da quarta região ou Região Arquetípica do Mundo do Pensamento e, portanto, reflete ou ressoa com os quadros da Memória da Natureza, e com todas as outras forças que pertencem a esse reino superior.
FIM
[1] N.T.: Os Textos a seguir entre parênteses são do Cap. VII – Livro: Ensinamentos de um Iniciado
[2] N.T.: Livro: Mensagem das Estrelas – Indicações sutis da Visão Espiritual
[3] N.T.: Livro: Cartas aos Estudantes – carta nº 32
[4] N.T.: Corpo Vital e Corpo Denso, respectivamente.
[5] N.T.: Raios cósmicos são partículas extremamente penetrantes, dotadas de alta energia, que se deslocam a velocidades próximas à da luz no espaço sideral. Portanto, raios cósmicos não são raios, mas partículas.
[6] A palavra “plasma” tem diversas definições na ciência atual:
As definições 2 e 3 se aproximam do que o ocultista se refere como condições etéricas.
[7] N.T.: Friedrich August Kekulé (1829-1896) foi um químico alemão. Inovou o emprego de fórmulas desenvolvidas em química orgânica, criou em 1857, a Teoria da Tetracovalência do carbono, criou hipótese das ligações múltiplas e propôs, em 1865, após um sonho que teve, a fórmula hexagonal do benzeno.
[8] N.T.: Em linguagem comum é frequente falar do “magnetismo”, quando o que se quer realmente mencionar é o Éter do Corpo Vital. Os curadores magnéticos falam em “despojos magnéticos” para indicar que os Éteres doentes são retirados do Corpo Vital do paciente e “arremessados” ao chão. Isto não é cientificamente correto, como os estudantes compreenderão através da nossa exposição sobre os dois Éteres inferiores; mas isto é uma expressão comum e deve ser entendida no seu sentido popular.
Por isso, Max Heindel diz que este miasma, quando retirado do corpo do paciente, está sujeito à gravidade, podendo ser queimado ou levado pela água. “Para a visão espiritual é como um fluído escuro, semelhante a uma geleia negra que fica se agitando e tremendo no solo. Se o doente se levantar aliviado e passar sobre o lugar onde este magnetismo foi jogado, o miasma reentrará no seu corpo e a pessoa ficará em condições piores que as de antes”.
[9] N.T.: George Anthony Gamov (1904-1968) foi um físico e divulgador científico norte-americano nascido na Ucrânia. Gamow tornou-se cidadão estadunidense em 1940. Propôs a existência de um código genético inscrito no DNA.
[10] N.T.: Diz-se, corretamente, que as leis de hereditariedade demonstram uma simplicidade matemática e uma clareza que sugerem que “nós estamos tratando com um dos fenômenos fundamentais da vida”.
[11] N.T.: também denominada hipófise ou glândula pituitária.
[12] N.T.: gónadas ou gônadas são órgãos onde os organismos multicelulares (ou metazoários) produzem as células sexuais (Gametas).
[13] N.T.: do Livro: The inhabited universe: an inquiry staged on the frontiers of knowledge, pág. 28 e 29 – 1958 – de Kenneth William Gatland e Derek D. Dempster
[14] N.T.: Franz Anton Mesmer, Friedrich Mesmer, porém, mais conhecido por Franz Mesmer (1734-1815) foi um médico suábio, linguista, advogado, músico e fundador da teoria do magnetismo animal chamada Mesmerismo.
[15] N.T.: A maioria dos físicos concorda que uma carga elétrica em movimento gera um campo magnético. Mas, uma minoria está pesquisando a possibilidade de que o magnetismo e a eletricidade não são, de fato, a mesma coisa, e postulam a existência de “monopolos”, que são para o magnetismo, o que o elétron é para a eletricidade. De acordo com esta teoria, existem tanto os “monopolos” positivos e negativos, como os elétrons positivos e negativos. O estudante ocultista fala do ponto de vista da experiência etérica e, portanto, fala tanto da eletricidade quanto do magnetismo do corpo, em conexão com os dois Éteres inferiores; porém, deve-se observar que as “forças elétricas” são muitíssimas vezes referidas em conexão com o Éter Químico, e as “forças magnéticas” com o Éter de Vida.
[16] Livro: O Corpo Vital, Capítulo II.
[17] N.T.: Todas as reações, incluindo as da matéria vivente, são ligadas ao núcleo (1964-1965)
[18] N.T.: Bulbo raquidiano, bolbo raquidiano, medula oblonga, ou simplesmente bulbo é a porção inferior do tronco encefálico. Juntamente com outros órgãos como o mesencéfalo e a ponte, que estabelece comunicação entre o cérebro e a medula espinhal. A forma do bulbo lembra um cone cortado, no qual a substância branca é externa e a cinzenta interna. É um órgão condutor de impulsos nervosos.
[19] N.T.: Max Heindel, especificamente, designa isto como o átomo físico comum; mas escritores ocultistas modernos acham que talvez não seja o átomo de hidrogênio, mas um átomo “etérico”, que é realmente subatômico. Do que se costuma chamar “o derradeiro átomo físico” Max Heindel diz: “Se alcançarmos um desenvolvimento tal que nos permita deixar nosso Corpo Denso e sair para um voo anímico pelo espaço interplanetário, veremos que o derradeiro átomo do Corpo Denso tem forma esférica, como a nossa Terra, isto é, apresenta-se como um globo” (Os Mistérios Rosacruzes – Cap. I)
Físicos do século XIX sustentaram que os átomos possuíam várias formas, daí este comentário de que o verdadeiro átomo é redondo. Físicos modernos dizem que os átomos da matéria são energia em movimento circular.
[20] N.T.: Nome verdadeiro: Louis Henri Jean Farigoule (1885-1972) foi um poeta e escritor francês.
[21] N.T: é a geometria, em duas e três dimensões, baseada nos postulados de Euclides de Alexandria.
[22] N.T.: One Two Three… Infinity: Facts and Speculations of Science é um livro popular de ciências pelo físico teórico George Gamow (1ª edição de 1947), explorando alguns conceitos fundamentais de matemática e ciências, mas escrito a um nível entendível por estudantes de cursos do ensino médio.
[23] N.T.: A ciência fala de “bioeletroquímica” e “bioeletromagnetismo”
[24] N.T.: Sistema nervoso periférico voluntário, também chamado de sistema nervoso periférico somático. Sistema nervoso periférico involuntário, conhecido também como sistema nervoso periférico autônomo ou sistema nervoso periférico visceral.
[25] N.T.: Também chamada de Bulbo raquidiano, bolbo raquidiano, medula oblonga, ou simplesmente bulbo é a porção inferior do tronco encefálico
[26] N.T.: disse Platão
[27] N.T.: George du Maurier (1834-1896) – cartunista e autor franco-britânico
[28] N.T.: Elena Petrovna Blavatskaya (1831-1891), mais conhecida como Helena Blavatsky ou Madame (Mme.) Blavatsky, foi uma prolífica escritora russa, responsável pela sistematização da moderna Teosofia e co-fundadora da Sociedade Teosófica.
[29] N.T.: Arthur Edward Pearse Brome Weigall (1880-1934) egiptologista, designer, jornalista e autor.
[30] N.T.: ou Paracelsus – Philippus Aureolus Theophrastus Bombastus von Hohenheim (1493-1521) – físico, botânico, alquimista, astrólogo e ocultista suíço-germânico
Logo que entramos nesse Reino da Natureza, estamos num Mundo invisível e intangível, onde os nossos sentidos comuns são inoperantes. Daí ser essa parte do Mundo Físico praticamente inexplorável pela ciência material.
O ar é invisível, mas a ciência moderna sabe que existe. Por meio de instrumentos pode medir sua velocidade como vento, e pela compressão pode torná-lo visível como ar líquido. Com o Éter, porém, isto não é tão fácil. A ciência material admite-o como necessário de algum modo para a transmissão da energia elétrica com ou sem fios. Por isso viu-se obrigada a enunciar como postulado a existência de uma substância mais sutil do que as conhecidas, à qual chamou “Éter”. Não sabe realmente que o Éter existe porque, até o momento, a engenhosidade dos cientistas não pôde ainda inventar um recipiente capaz de confinar essa substância, que é no seu todo demasiado esquivo aos “magos de laboratório” da atualidade. Com efeito, eles não podem medi-la, pesá-la ou analisá-la com os aparelhos de que dispõem atualmente.
Por certo são maravilhosas as conquistas da ciência moderna. Contudo, a melhor forma de conhecer os segredos da natureza não é inventar instrumentos, mas sim o investigador aperfeiçoar-se a si mesmo. O ser humano tem em si faculdades que eliminam a distância, e em grau muito maior do que os mais potentes telescópios e microscópios podem consegui-lo em comparação com o olho nu. Esses sentidos ou faculdades são os meios de investigação usados pelos ocultistas, sendo também por assim dizer, o “abre-te Sésamo” na procura da verdade.
Para o Clarividente exercitado o Éter é tão tangível como os sólidos, os líquidos e os gases da Região Química o são para o ser humano comum. Ele vê as forças vitais – que dão vida às formas minerais, vegetais, animais e humanas – fluindo nestas formas por meio de quatro estados de Éter. Os nomes e funções específicas desses quatro Éteres são os seguintes:
Como o Éter Químico, esse Éter tem também seus polos positivo e negativo. As forças que trabalham pelo polo positivo são aquelas que atuam na fêmea durante o período de gestação, capacitando-a para o trabalho ativo e positivo de formação de um novo ser. Por outro lado, as forças que trabalham pelo polo negativo do Éter de Vida dão ao macho a capacidade de produzir o sêmen.
No trabalho de impregnação dos óvulos animal e humano, bem como no da semente da planta, as forças que atuam pelo polo positivo do Éter de Vida produzem plantas, animais e seres humanos do sexo masculino, enquanto as forças que se expressam pelo polo negativo geram fêmeas.
Nos animais de sangue frio, o polo positivo do Éter de Luz é o veículo das forças que fazem circular o sangue. Quanto às forças negativas, estas atuam do mesmo modo que nos animais superiores ou no ser humano com relação aos olhos. Onde estes não existem, as forças que trabalham pelo polo negativo do Éter de Luz, possivelmente, constroem e nutrem outros órgãos sensoriais, conforme o faz em tudo o que possui tais órgãos.
Nas plantas, as forças que atuam pelo polo positivo desse Éter de Luz produzem a circulação da seiva. Portanto no inverno, quando o Éter de Luz carece de Luz solar, a seiva deixa de fluir, até que o Sol do verão volte a recarregá-lo com sua força. As forças que atuam pelo polo negativo do Éter de Luz formam a clorofila – a substância verde das plantas – e, também, cobrem as flores. Numa palavra, todas as cores de qualquer Reino da Natureza são criadas mediante a ação do polo negativo do Éter de Luz. Por esse motivo os animais têm as cores mais acentuadas no dorso, e as flores as têm no lado mais exposto à luz solar. Nas regiões polares da terra, onde os raios do Sol são mais fracos, todas as cores são atenuadas. No caso de alguns animais elas se acham tão parcamente formadas que no inverno chegam a desaparecer, ficando brancos esses animais.
Por mais de uma razão o Éter Refletor é assim denominado, pois as imagens nele encontradas são apenas reflexos da Memória da Natureza. A verdadeira Memória da Natureza encontra-se em Reino muito mais elevado. Nenhum Clarividente muito desenvolvido preocupa-se em ler esse Éter, que apresenta imagens nebulosas e vagas comparadas com as do Reino superior. Nesse Éter Refletor leem os que não têm escolha, os que na realidade não sabem em que estão lendo. Como de regra, os psicômetras e os médiuns obtêm suas informações nesse Éter. Até certo ponto o Estudante das escolas ocultistas, nos primeiros estágios do seu desenvolvimento, também investiga nesse Éter Refletor, mas é prevenido pelo instrutor da insuficiência do mesmo como meio de adquirir informações corretas, o que evita que ele venha a tirar conclusões erradas.
Esse Éter é também o meio pelo qual o pensamento impressiona o cérebro humano. Está intimamente relacionado com a quarta subdivisão do Mundo do Pensamento, a mais elevada das quatro subdivisões contidas na Região do Pensamento Concreto – a pátria da Mente humana. Ali se encontra uma versão muito mais clara da Memória da Natureza do que no Éter Refletor.