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Os tons emitidos por Deus e Seus auxiliares, por exemplo, no Período de Saturno

Todo o Sistema Solar é um vasto instrumento musical, que é Deus. No Período de Saturno, os tons emitidos por Ele e Seus auxiliares são representados pelos tons produzidos pela oitava mais baixa da escala musical.

Foram esses tons, começando com o mais baixo, que construíram, sucessivamente, os sete Globos do Período de Saturno nos quais toda a vida existia, assim iniciando o seu lento, mas seguro, desenvolvimento.

As teclas brancas de um piano de todas as oitavas musicais produzem os tons construtores, positivos; e as teclas pretas produzem os tons assimilativos, negativos.

Ambos os tons são necessários para produzir resultados (Vontade, Amor, Atividade – Pai, Filho e Espírito Santo; assim como é em cima, assim é embaixo).

As ondas de vida que trabalharam conosco durante o Período de Saturno foram: Áries, Touro e Leão.
A nota-chave de Áries é Re Bemol maior.
A nota chave de Touro é Mi Bemol maior.
A nota chave de Leão é Lá Sustenido maior.

Note que as teclas pretas no piano são assimilativas e foi, durante a primeira Revolução deste Período de Saturno, que a Hierarquia Zodiacal de Leão, Senhores da Chama, conseguiram implantar, na estrutura em evolução do ser humano, o germe do Corpo Denso. Nessa época, cada ser humano era um Espírito Virginal diferenciado puro, que tinha como Campo de Evolução o Mundo do Espírito Divino, que é o Mundo da vontade pura, o Mundo mais elevado que compõe o Caminho da Evolução.

 (trecho do Livro: A Escala Musical e o Esquema de Evolução, digitalmente publicado pela Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)

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Sugestão para o seu Exercício Esotérico de Meditação nesse período: A Parábola do Jovem Rico

A Parábola do Jovem Rico contém o ensinamento apropriado para a meditação de Áries:

Essa parábola bíblica é um dos ensinamentos do Cristo que mais mal interpretada tem sido. Não é o uso, mas o abuso das riquezas o que engendra o mal e a infração. Cristo, que é o Mestre de todos nós, disse: “Porque a quem muito é dado, muito será exigido”.

O dono de uma grande riqueza tem uma grande responsabilidade. Ele atesoura riquezas, e desperdiçá-las em diversões ou em prazeres tresloucados ou em gratificar a vaidade, gera uma pesada carga de destino maduro, que há de ser liquidada, algum dia, em alguma parte, por meio da dor e da angústia.

Os que estão destinados a herdar grandes fortunas deveriam ser instruídos, muito cuidadosamente, sobre o seu verdadeiro valor e finalidade. Se se omite essa informação, os pais, geralmente sofrem, devido a que seus filhos não compreendem, com exatidão, sua responsabilidade para com os demais.

Quando um ser humano é esclarecido sob a sua responsabilidade concernente à riqueza, ele se considera como um administrador do vasto depósito divino da abundância. Compreende que não é nada mais do que um canal para fazer fluir e esparramar auxílios, com as que abençoar e elevar àqueles com os quais se relaciona. Tal dedicação converte esse indivíduo em um ser ungido. Dedicando-se ao supremo bem, atrai só o Supremo Bem, e sua vida se converte em uma inspiração e um exemplo a se seguir.

É difícil para a pessoa média dissociar as coisas do espírito que há nelas e as subjazer. É fácil comprovar que muitas pessoas são escravos de tudo aquilo que, por inconsciente ironia, chama de “minhas posses” quando, em realidade, são elas que as possuem. Isso é aplicável, com certeza, ao nosso mundo moderno.

O verdadeiro objetivo e propósito da vida humana, no entanto, é o de que o ser humano sublime de tal modo seus pensamentos e emoções relativos às posses materiais, que possa se identificar com o espírito que jaz sobre e por trás de suas posses físicas. Esse espírito é o poder de Deus, o Deus-Todo; e a união com Ele atrai tudo o que é elevado e nobre, formoso e verdadeiro. Esse foi o ideal que o Mestre previa para o jovem discípulo quando lhe disse: “Vende tudo o que tens…e vem e me siga”.

A chamada de Áries não é para o “eu pessoal”, mas para o “Eu Sou”, com o objetivo de fortalecê-lo e afirmar sua divindade por meio da aquisição do domínio sobre todas as coisas.

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Sol transitando pelo Signo de Áries (março-abril)

Dado que é o Signo inicial do Zodíaco, Áries é o lugar de todo começo.

No ciclo anual do passo solar através dos doze Signos, Áries indica o princípio do ano espiritual. Há sido considerado assim incluído pelas nações que começam seu ano civil em outro ponto do círculo zodiacal. Moisés fixou o começo do ano (Ex 12:2) no mês de Abib (março-abril), porque era o mês da brotação do trigo e dos demais cereais. Também foi ordenado à Moisés que o sacrifício do cordeiro pascal ocorresse quando a Lua Nova estivesse em Áries. No momento do passo anual do Equador pelo Sol, esse estava junto à estrela El Natik, palavra que significa: “perfurado, ferido ou assassinado”. A Lua Cheia estava, então, junto à estrela Al Sheraton, palavra que significa, também, “contundido ou ferido”. A cruz do Equador pelo Sol prefigurava a crucifixão de Cristo Jesus, já que os céus proclamam a chegada dos grandes acontecimentos do destino da humanidade.

As palavras-chaves para Áries são pureza e sacrifício, e seu símbolo, o cordeiro ou o carneiro. Como a vinda do Senhor Cristo à Terra ocorreu durante a Dispensação de Áries, Ele foi denominado o Bom Pastor. A representação familiar o mostra com um cordeiro nos braços.

Quando o Sol entra em Áries anuncia a gloriosa ressurreição, começando a estação anual da transmutação. Então, as águas brancas de Peixes se mesclam com os fogos vermelhos de Áries. Também é, para o ser humano, a época da transmutação, a época mais apropriada para seguir empurrando a pedra de sua velha vida e alcançar todo o poder da consciência “ressuscitada”.

E, assim, o Cristo transcende a agonia do Gólgota, por meio da exaltação do amanhecer da Ressurreição, o Discípulo que tem seguido, com fé e persistência, a Cristo, ascendendo atrás d’Ele pelo íngreme e estreita Trilha, obtém sua própria ressurreição por meio do despertar dos poderes crísticos dentro de si mesmo.

É uma época na qual se pode produzir em seu Corpo-templo uma transformação maravilhosa: uma nova força emana do líquido branco de seus nervos e se mistura com uma nova essência nas correntes vermelhas de seu sangue, união que produz a luz dourada que impregna e rodeia o Corpo de um ser iluminado.

São João se referia a uma transformação desse tipo quando escreveu que nós, algum dia, “caminharemos na luz, como Ele na luz está” (IJo 1:7). Vermelho e branco são as cores de Áries e, também, são as cores da transmutação, tanto no ser humano como na natureza.

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Calendário Anual da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil – 2021 – Março

Para saber qual é o Trabalho Cósmico do Cristo em cada parte do ano, clique aqui
Para esse Mês Solar tome como material para os seus Exercícios Esotéricos: Cristo é libertado da esfera terrestre
Para saber que Signo a Lua está em cada dia desse mês, e daí saber as partes do Corpo, clique aqui
Para obter mais detalhes sobre o Melhor Período para Cirurgias, clique aqui
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04-Mês de Abril: Espírito de Cristo derrama Seu Amor para nutrir todos os Seres Vivos do Planeta Terra

Mês de Abril: Espírito de Cristo derrama Seu Amor para nutrir todos os Seres Vivos do Planeta Terra

Os antigos persas denominavam o mês de abril como o mês do paraíso, e os primeiros pais Cristãos declaravam que era durante essa estação de encantamento quando o Sol entrava em Áries que Deus moldou o Planeta Terra, e tudo que nele habita. Abril é, geralmente, considerado um mês de ressurreição.

Quando o Senhor Cristo faz Sua ascensão os reinos internos assumem a aparência de uma massa fundida de ouro brilhante.

Na lenda do Santo Graal, os Cavaleiros diziam que na Sexta-feira Santa uma pomba descia do céu para repor a água da vida no Cálice Sagrado, e que eles eram capazes de retirar a nutrição espiritual dele ao longo do ano que se seguia.

Por isso, é que o Senhor ressuscitado derrama o Seu amor e espírito para nutrir todos os seres vivos sobre o Planeta Terra.

Se não fosse por esta reposição anual, os campos seriam estéreis e as árvores e videiras não produziriam frutos. À luz desse fato, pode-se observar que o Senhor Cristo proferiu uma profunda e literal verdade quando disse aos Seus discípulos na Última Ceia: “Isto (pão) é o meu corpo que é dado por vós: … Este cálice é a nova aliança no meu sangue, que é derramado por vós” (N.T.: Lc 22:19-20).

(Você pode ter mais material para estudos em: Cap. XII – Ensinamentos de um Iniciado; O Cristo Cósmico – Interpretação Mística da Páscoa; Cap. I – Interpretação Mística do Natal; A Estrela de Belém – Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel; A Escala Musical e o Esquema de Evolução – compilado por um Estudante da Fraternidade Rosacruz)

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Pergunta: Quando o Ascendente está em Áries, isso mostra que o nativo é uma alma nova?

Pergunta: Desejaria fazer uma pergunta a respeito da declara­ção feita por Max Heindel em alguns dos seus artigos, no sentido de que, quando o Ascendente está em Áries, isso mostra que o nativo seja uma alma nova, ou, em outras palavras, esteja no início da manifestação material. Em oposi­ção a isso, Max Heindel diz também que sempre que o Ascendente ocorre em Escorpião indica que a disso­lução começou a ocorrer.

Porém, enquanto o aspecto relativo a Áries indica uma proposta física, o relativo a Escorpião deixa-nos em dúvida. O aspecto de Escorpião está relacionado unicamente ao físico, de que forma? A dissolução ocorre imediatamente ou será de natureza gradual, culminando finalmente na passagem pelo Signo de Peixes?

Max Heindel declara também ser difícil elucidar o horóscopo de uma criança de sete meses, porque parece estar fora da linha relativa ao nativo. Eu sou um exem­plo de criança nascida aos sete meses e posso comprovar a veracidade dessa declaração. No entanto, levando em consideração a primeira parte desta carta, não consigo ver como poderia reconciliar, em minha Casa, as condi­ções relativas ao Ascendente de cada membro com a apa­rente indicação e inclinação de cada um como opostas a mim.

Resposta: Mesmo que tivéssemos feito a declaração que o consulente nos atribui, ou seja, que aqueles que têm Áries no Ascendente sejam almas novas, isso não poderia servir-lhe de orientação neste caso, pois admite ser uma criança nascida aos sete meses. Em consequência, os princípios gerais não poderiam ser aplicados em seu caso. Contudo, na realidade, nunca fizemos tal declaração. Se procurar a passagem à qual se refere, verá que sua memória o enganou. O que dissemos, e ainda dizemos, é que o Espírito nasce sob todos os doze Signos a fim de adquirir a experiência advinda de cada um deles; e podemos considerar como princípio, falando em termos gerais, que os que nascem com Áries no Ascendente entraram recentemente em um novo ciclo de vida, uma espiral mais elevada no caminho de sua evolução.

Torna-se evidente que alguns de seus familiares ou outros que o rodeiam possam ter qualquer um dos onze Signos se elevando e, assim mesmo, estar a um ou mais degraus, ou espirais, abaixo ou acima daquele que tem Áries no Ascendente. Quando isso for entendido, compreenderemos facilmente que quando uma pessoa alcança Escorpião, o Signo da morte e da dissolução, os frutos de todas as vidas regidas pelos vários Signos precedentes estão começando a amadurecer e a dissolver-se para que, quando o Espírito progredir através de Capricórnio, Aquário e Peixes, esses frutos sejam gradualmente assimilados, a semente amadureça para permitir a entrada da alma em Áries e, assim, iniciar um novo ciclo de vida.

Devemos também entender que o número de nascimentos referentes a qualquer Signo particular varia de acordo com a adaptabilidade do Espírito e a facilidade com que aprende as lições programadas para ele pelas Divinas Hierarquias. Só pode haver um único nascimento sob Áries num determinado ciclo de vida e, talvez, cinco ou dez sob os outros Signos; e vice-versa, de forma que, se dois espíritos tivessem que nascer sob o Signo de Áries na mesma espiral de evolução e um dentre eles se mostrasse diligente na aprendizagem de suas lições na escola da vida, poderia ser promovido à classe de Touro ou mesmo Gêmeos, antes que o outro deixasse Áries. Tendo ele uma especial preferência pelo trabalho de Gêmeos, poderia acelerar-se, ultrapassando o outro que marcharia lentamente pelo caminho de Câncer e assim por diante. Não há regras definidas. Tudo depende da qualidade inerente ao Ego e o que um faz não pode servir de critério para o que o outro possa fazer. Por isso, não podemos julgar a condição de qualquer um examinando apenas o seu Ascendente.

Só há um método que fornece solução aproxi­mada para a questão da intenção das Divinas Hierarquias a respeito de uma vida particular, que é comparar a progressão relativa do Ascendente com a do Meio-Céu. Ao fazer isso, podemos notar que um deles esteja movendo-se mais rapidamente que o outro. Supo­nhamos, por exemplo, que estejamos acompanhando o ho­róscopo de uma pessoa durante quarenta anos. Digamos que um grau de Áries esteja no Meio-Céu e um grau de Câncer, no Ascendente, no momento do nascimento. Imaginemos, então, que, aos quarenta anos, o Meio-Céu tenha progredido até Touro, 5, e o Ascendente, até Leão, 15. Isso mostra que o Meio-Céu percorreu 35 graus, enquanto o Ascendente andou 45. O Meio-Céu indica as tendências espirituais e as oportunidades na vida e o Ascendente mostra o lado material. Assim, é evidente que as oportunidades colocadas diante daquele Ego foram principalmente materiais e a tendência da sua evolução, na vida que estamos considerando, seria especialmente terrena.

Contudo, preste atenção a isto: o horóscopo, como reiteramos repetidamente, só mostra as tendências e é perfeitamente possível que uma pessoa com tal horóscopo decida seguir seu próprio caminho e cultivar todas as oportunidades espirituais que puder. Se ela tiver suficiente força de vontade, poderá mudar completamente a sua vida. Outra, cujo Meio-Céu progrida mais rapidamente do que o Ascendente, poderá encontrar dificuldades em atingir o sucesso material, mas terá todas as oportunidades para o crescimento anímico que almejar em seu caminho. Poderá também decidir governar as suas estrelas e ser bem-sucedida nos casos mundanos, mas o fato de conseguir isso, ou não, dependerá da sua força de vontade em oposição à indução das estrelas.

(Pergunta nº 36 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. 2)

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Teologia cósmica (PARA NÃO PERDER O PONTEIRO SUBSTITUIR POR OUTRO TEXTO)

Teologia cósmica

O Sistema Solar, como o próprio nome indica, é uma combinação de partes que formam uma unidade, um todo: um ajuste ordenado de acordo com uma lei comum, um grupo de Planetas ou Mundos tão relacionados entre si que indicam método em sua formação e movimentos. Como sistema, é completo em si mesmo, embora possa estar relacionado a outros sistemas em harmonia consigo próprio e apesar de todos os seus subsistemas, combinados, constituírem um sistema maior. Sendo um sistema de mundos, é cientificamente organizado e forma a base da Ciência da Astronomia. Ou seja, não sofre variabilidade, de modo que, se suas leis forem descobertas, poderemos saber exatamente o que procurar e nunca ficaremos desapontados com as expectativas.

A palavra “solar” designa o caráter do sistema e como esse adjetivo se refere ao Sol, indica que o sistema é dominado pelo Sol. A ciência afirma que o Sol originou e controla o sistema. Se o Sol puder ser visto como pai, este seria o nome da família: a família Solar.

O sistema está repleto de vida e movimento, eternamente em movimento, e a pergunta que devemos responder é esta: qual é sua causa? Três respostas são dadas. O ateísmo sustenta que esse processo é totalmente fortuito, o resultado de um mero acaso. Os teístas da escola exotérica consideram que os Planetas são compostos de matéria inerte, impulsionados e guiados em seus movimentos por um Ser inteligente e todo-poderoso que chamam de Deus, assim como o motor controlado pelo engenheiro impulsiona o maquinário da fábrica. Os teístas esotéricos afirmam que cada Planeta é um organismo vivo e possui alma inteligente, ela mesma a criadora ou geradora da forma, guiando-a em todos os seus movimentos, do mesmo jeito que o ser humano é uma alma viva que originou seu corpo e controla suas atividades. Essa última ideia é a base da Teologia Cósmica: os Planetas são constituídos por uma Hierarquia de divindades subordinadas, cada uma com seu próprio Espírito inerente, e o Sol é o Pai Divino de todos.

Contudo, a teologia cósmica vai mais longe e abarca nesse sistema todos os organismos vivos que habitam os Planetas, cada um dos quais sendo uma imagem microscópica ou semelhança do Todo, o que é especialmente verdadeiro para a humanidade. O pensamento é o seguinte: todo o sistema, visto como unidade, é a Deidade em sua totalidade, no sentido cósmico, chamado macrocosmo ou ordem cósmica e universal, o todo-abrangente; e o ser humano, uma miniatura do todo, é um microcosmo.

Então, se o ser humano é uma miniatura de todo o sistema, ele é o Sol, a Lua e os Planetas, tudo dentro de sua composição. Isso está de acordo com a Lei da Correspondência, reconhecida por todas as grandes religiões do mundo e expressa nos Livros sagrados delas. Nossa Bíblia declara que Deus criou o ser humano à Sua própria imagem e semelhança. Se o ser humano é uma miniatura do todo, seu corpo inteiro pode ser adequadamente comparado ao espaço ocupado por todo o sistema, em miniatura, dividido em doze Signos ou Casas, desde Áries, na cabeça, até Peixes, nos pés. Ele é, então, uma Deidade em miniatura, em si própria, superior e inferior, com todo o seu corpo como o parque dos deuses, sendo o mundo em que vivemos o campo de operação, expressão e o teatro da experiência e evolução.

Como uma divindade minúscula, cada um de nós é um deus cósmico em formação; portanto, a missão que nos foi dada é desenvolver nossa individualidade para adorar em casa o deus centralizado em seu próprio ser; isto é, amar a Deus em espírito e verdade como somos ordenados pelo grande Mestre. Isso significa idealizar o Eu divino, o Ego, pela adoração, em tudo o que Ele representa, elevando o ser humano inteiro a esse ideal.

A humanidade nunca poderá ser o seu melhor nem atingir suas altas ambições em nenhuma esfera, submetendo sua vontade à de outro e isso é uma característica tanto na religião quanto no mundo prático. Assim, a Bíblia nos proíbe de adorar o exército celestial, não porque não seja feito de divindades cósmicas, mas porque adorar qualquer ser externo é idolatria, mesmo que seja Jesus Cristo, que proibiu seus Discípulos de adorá-Lo. Todos os deuses lá fora são apenas símbolos, incluindo o Cristo, cujo ofício é ajudar, mas não controlar. Ceder à vontade de Deus, então, significa obedecer ao melhor de nós mesmos.

Todo esse assunto é um grande mistério. Os religiosos comuns descartam o místico e seguem a letra, principalmente porque não são suficientemente desenvolvidos para compreender a verdade interior e mais profunda. Eles são educadores de jardim de infância, em sua religião: puramente elementares; contudo, não devem ser desprezados ou combatidos mais do que as crianças devem ser pelos graduados das universidades. A Lei é esta: primeiro, o natural; depois, o espiritual. No entanto, a adoração em espírito e verdade abraça o místico. São Paulo, o principal místico entre os Apóstolos, declarou que “Grande é o mistério da piedade, Deus Se manifestou em carne”. Mais de uma vez ele disse que o grande mistério, escondido desde a fundação do mundo, fora-lhe revelado, que era “Cristo em vós, a esperança da glória”.

Já foi dito que “um ser humano honesto é a obra mais nobre de Deus”; no entanto, Robert Ingersoll, invertendo o ditado, disse que “um Deus honesto é a obra mais nobre do ser humano”. Isso implica um conceito idealizado sobre a Divindade. Essa é a maneira usual de se pensar em Deus, o processo indutivo de argumentar que parte do efeito para chegar à causa. E não estaria incorreta, se o ser humano soubesse completamente e se controlasse perfeitamente. Entretanto, o procedimento a ser seguido é fazer o pensamento macrocósmico crescer, o que, como foi mostrado, é uma ciência e, portanto, absolutamente correto tanto em sua natureza quanto influência, para depois aplicá-lo ao microcosmo. As divindades cósmicas serão consideradas símbolos a serem seguidos, como aqueles que em outras épocas venceram a corrida, alcançaram seus destinos e, agora, como Irmãos Maiores, estão nos ajudando na corrida para alcançar um destino semelhante.

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de 09/1915 e traduzido pela Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)

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Almas perdidas ou atrasadas na evolução?

Almas perdidas ou atrasadas na evolução?

 

Não existe, absolutamente, nenhum fundamento que justifique a ideia generalizada a respeito de “almas perdidas”. Não há, na Bíblia, uma só palavra que exprima a ideia a que todos nos habituamos sobre eternidade com o sentido de para sempre. A palavra grega aionian significa “um período indefinido de tempo”, “um longo período de tempo” e, quando lemos na Bíblia as palavras “eternamente” ou “para sempre”, deveríamos interpretá-las como “pelos séculos dos séculos”. Além disso, como é uma verdade que “em Deus vivemos, movemos e temos o nosso ser”, uma alma perdida seria o mesmo que se tivesse perdido uma parte de Deus e isto não é possível!

Desde que escrevi a lição anterior ocorreu-me outro ponto que mostrará como a perda de um período de anos está relacionada ao próximo período, sendo até mesmo compreendida por ele. Lembremos que no Período Lunar desse atual Esquema de Evolução  que espíritos lucíferos não puderam achar campo para a sua evolução no presente esquema de manifestação.

Os Arcanjos habitam o Sol; os Anjos têm a seu cargo todas as luas; porém os espíritos de Lúcifer foram incapazes de residir em qualquer desses luminares. Não podiam ajudar a geração pura e desinteressadamente como fazem os Anjos, mas atuavam sob o império do desejo, da paixão vil e egoísta, pelo que foi necessário separá-los dos seus irmãos mais adiantados e fixá-los num lugar apropriado às suas condições.

O ambiente que necessitavam era o de Marte, a quem os antigos astrólogos atribuíram o poder sobre o signo zodiacal de Áries, o Carneiro, que tem domínio sobre a cabeça dos seres humanos — convém recordar que o cérebro foi construído com as energias subvertidas dos órgãos sexuais —, o que comprova que aquele planeta exerce igualmente o seu domínio sobre o signo zodiacal de Escorpião, o regente dos órgãos da reprodução. Carneiro é a primeira casa do horóscopo, regendo o começo da vida; Escorpião é a oitava casa do horóscopo, a que nos fala da morte. Em tudo isso está contida uma lição, ensinando-nos que tudo aquilo que foi gerado pelos desejos vis é chamado à dissolução, à morte.

Assim, pois, Marte é, esotérica e astrologicamente, o que se chama de diabo e Lúcifer, o mais notável dos Anjos caídos, é realmente o adversário de Jeová, quem dirige o poder fecundante do Sol por meio da ação lunar. Todavia, os espíritos de Lúcifer estão ajudando a nossa evolução. Deles recebemos o ferro que, por si só, torna possível a vida em uma atmosfera oxigenada. Foram e continuam sendo os agitadores das forças que impulsionam o progresso material e, por isso, não temos o direito de os anatemizar. A Bíblia tacitamente nos proíbe ultrajar os deuses. O próprio apóstolo Judas declara que mesmo o Arcanjo Miguel não se atreveu a denegrir Lúcifer — Porém o Arcanjo Miguel, quando, lutando contra o diabo, disputava o corpo de Moisés, não ousou pronunciar contra ele juízo blasfemo, mas disse: ‘Repreenda-te o Senhor’. E no livro de Jó vemos Lúcifer como um dos filhos de Deus. O seu embaixador na Terra, Samael, é o Anjo da morte, representado pelo signo zodiacal de Escorpião, mas também é o anjo da vida e ação, simbolizado pelo Carneiro: a vida que desabrocha.

Se não fossem os impulsos marcianos, agitadores e belicosos, talvez não sentíssemos as aflições tão ao vivo como sentimos, mas também não poderíamos progredir na mesma proporção e é seguramente melhor “gastar-se ao criar bolor”.

Desse modo, podemos compreender que a essas “ovelhas perdidas” de uma era anterior foi concedida a oportunidade para recuperar, no atual esquema de evolução, o tempo que perderam. Ficaram atrasadas e, por esse motivo, são consideradas más, como no caso dos Anjos caídos; entretanto, “não se perderam; apenas afastaram-se da redenção”. Podem se salvar e certamente conseguirão, servindo-nos e provavelmente ajudando a transmutar a natureza de Escorpião na de Carneiro, levando-nos a sublimar em nós mesmos tudo que for grosseiro e mau.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de julho/1970)

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O Aspecto Cósmico da Páscoa

O Aspecto Cósmico da Páscoa

As quatro estações do ano determinam, desde os mais remotos tempos, os mistérios da relação do ser humano com a Terra (Planeta-mãe) e de ambos com o Sol. Constituem o importante Mistério da Nona Iniciação Menor.

Ademais das influências zodiacais, que levaram os Guias-Iniciados a estabelecer as formas religiosas (religião do Touro, do Cordeiro (judaica), dos Peixes (cristã), etc.), houve, desde recuados tempos, uma tradição esotérica ligada aos equinócios e solstícios. Encontramos essa tradição, velada por mitos, nas várias civilizações que nos precederam.

A passagem pelo Mar Vermelho e a travessia de quarenta anos pelo deserto, na história dos hebreus, relatada na Bíblia, é um simbolismo da evolução através do Signo de Áries, cuja cor é o vermelho e cujo Signo é o Cordeiro, tomado por adoração em lugar do bezerro.

Quando Moisés negociava com o Faraó a libertação de seu povo, este lhe resistiu, e o Senhor fez cair sobre o Egito as famosas pragas, que culminaram na matança dos primogênitos. Para preservar seus lares, os israelitas sacrificaram o Cordeiro e pintaram com sangue as ombreiras das portas. Por essas casas a morte não passou. É um símbolo de que, na transição evolutiva de uma para outra Era, aqueles que resistem acabam se cristalizando e ficando para trás. O cordeiro é o emblema da Dispensação que deveria suceder à do boi Ápis. Na pressa de deixar suas casas, quando o Faraó finalmente cedeu, os israelitas esqueceram o fermento em casa e tiveram que fazer seus pães sem fermento. Daí se originam os pães ázimos, lembrança da libertação do Egito.

Como símbolos, o sangue derramado do cordeiro representa a expiação; e os pães sem fermento, a pureza decorrente dela.

De toda a maneira, antes do êxodo, os solstícios e equinócios já haviam influído na determinação dos principais festejos, em todos os povos. A libertação do Egito ocorreu na Páscoa e a ela está associada, pela razão esotérica já exposta, a transição evolutiva para a Era de Áries. Mais tarde, o sacrifício do Cristo ocorreu na mesma Era, para designar a transição para a Era de Peixes.

Herdeira dos mistérios astrológicos ocultos, a tradição cristã-esotérica nos conserva o Cristo Solar, com seus doze Apóstolos, substituindo a epopeia de Sansão e a história de Jacó e seus filhos.

Desde Seu sacrifício, pelo qual o Cristo se crucificou à cruz da Terra, para redimi-la dos registros negativos dos pecados dos seres humanos. Ele desenvolve uma sublime e penosa missão, em ciclos correspondentes aos equinócios e solstícios.

No cristianismo popular este mistério remanesce como tradição, nos festivais cristãos (Natal, Páscoa, Festas juninas de São João, São Paulo e São Pedro e Imaculada Conceição).

Hoje a Igreja católica volta a considerar, com razão, a Páscoa, como o mais importante acontecimento do ano cristão. Nela o Senhor demonstrou o triunfo do Espírito imortal, levantando-se do túmulo, ressurgindo dos mortos e dando o modelo do que todos nós, ao devido tempo, devemos individualmente alcançar. O fato é relacionado com o dia de Pentecostes, o batismo de fogo prometido, que o Messias interno há de nos dar, para abertura interna e comunhão com todos os seres, além de todas as línguas, limitações e preconceitos.

Os cristãos-esoteristas (Estudantes Rosacruzes) comemoram a Páscoa na entrada no Equinócio de Março, com um ritual adequado que nos relembra a missão do Salvador, e a tarefa individual de libertação, de si e da Terra, em colaboração com o Cristo. Adverte, mais, que Ele, na Páscoa, uma vez mais deixa a cruz do Planeta, onde voluntariamente se cravou, desde o último Natal, a fim de insuflar um renovado impulso de Sua Luz e Amor, que eleve vibracionalmente a Terra em seus nove estratos, além de suscitar o altruísmo de todos os homens e mulheres, na medida da receptividade deles.

Recomendamos aos estudantes estudar e meditar profundamente sobre os mistérios dos Solstícios e Equinócios, em ligação com a missão do Cristo. Por eles, poderão compreender como, desde o dilúvio que abriu os portais do Arco-Íris para a Era Ariana, as estações do ano constituíram os ciclos alternados, em graus maiores e menores, de todos os fatos evolutivos, começando com a festa das primícias (os primeiros frutos), início do ano solar.

Ao conscientizarmos, ainda que em pequeno grau, os ciclos da vida do Cristo, assumimos um dever inegável, prazeroso e caloroso, de colaborar no plano de Salvação do Mundo, começando conosco mesmos – que é de nosso exclusivo interesse, – pois não temos feito tudo o que poderíamos fazer em prol de nossa libertação.

Ao começarmos uma vida nova, o ano também se torna novo para nós – um convite desdobrado em quatro etapas de realização trimestral, nas quais somos desafiados a tomar a nossa cruz, a assumir conscientemente nosso destino e caminhar para a libertação, seguindo a meta do Cristo. Então estaremos atuando em ritmo e harmonia com o Universo. Deixaremos de ser um peso a mais para o Cristo. Ao contrário, converter-nos-emos em Simão Cireneu – aquele que ajudou a carregar a cruz do Senhor. Com isso estaremos abreviando o tempo para nosso interno Pentecostes, cuja abertura e despertar nos traçarão o umbral para uma vida mais ampla. Será o cumprimento: “rasgou-se o véu do Templo de alto abaixo”. Será o romper do ovo da páscoa individual, para que o “novo nascido”, havendo cumprido o período de amadurecimento interno (3×7); havendo realizado o trabalho de dentro para fora, pode nascer como pintinho. Mas será ainda um pintinho, convidado a tornar-se um galo – símbolo da vigilância, do ser realizado – pelas Iniciações que o esperam.

O pintinho não pode abreviar sua gestação de 21 dias, porque está inteiramente sujeito a um trabalho externo. Mas o ser humano pode abreviar seu amadurecimento interno, porque atua de dentro – quando assume

conscientemente a tarefa evolutiva. O tempo de romper o ovo depende de cada um.

Você, agora, está dentro do ovo de seus corpos. Esperamos que aproveite a oportunidade que está recebendo e se esforce devidamente, para abreviar o tempo de maturação e possa romper a casca de seu ovo, nascendo para uma vida nova.

Cada iniciado e mesmo cada estudante sincero que trabalha conscientemente na Missão do Cristo, é um carvão a mais, para aumentar em progressão geométrica, o fogo e a Luz redentora – até que um número suficiente de seres humanos possa manter a Terra na própria levitação.

Será, então, a última Páscoa do Cristo; a consumação dos séculos (tempos profanos); e o definitivo

“CONSUMATUM EST”!

(E ao subir, Ele a todos nos elevará também)

(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 04/76 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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As Aventuras de Rex e Zendah no Zodíaco – A Terra do Carneiro – Áries

As Aventuras de Rex e Zendah no Zodíaco
A Terra do Carneiro

Porque o calor aumentasse muito, Rex e Zendah perceberam estar próximos do último portão, o do carneiro.
Pela primeira vez em todas as suas aventuras, Rex e Zendah estavam realmente assustados. Por um momento, chegaram a ter medo. Onde esperavam encontrar um portão, havia uma muralha de chamas cintilantes, impetuosas, crepitantes, tão alta que parecia tocar o céu. Pararam para olhar e viram todas as tonalidades do verde, do azul, do vermelho e do lilás, onde, antes viam somente amarelo. Cada cor parecia emitir uma nota musical, sendo agradável vê-las e ouvi-las.

– “O último portão!” disse Rex após alguns minutos. “E parece difícil transpô-lo. Veja, entre as chamas há uma buzina, mas como faremos para atingi-la e fazer soar o alarme?”

– “Bem”, replicou Zendah, “a senha desta terra é CORAGEM. Será melhor vermos se podemos chegar perto dela”.
De mãos dadas, pouco a pouco eles foram se aproximando. Estranho como possa parecer, o calor não aumentava à medida que eles se aproximavam do portão. Afinal chegaram bem perto das chamas. Rex, ousadamente esticou seu braço e verificou que podia pôr a mão na buzina sem se queimar. Tocou-a; houve um outro som sem resposta, do outro lado do portão. As chamas dividiam-se, formando dois pilares recurvados e enrolados na parte superior, como chifres.

Unia-os uma espécie de corrente de fogo vermelho, da qual pendia uma cortina de chamas de cor rosada. Os pilares eram dourados e muito brilhantes. A buzina de dentro tornou a soar, vindo após, a pergunta: – “Quem ousa chegar a este portão?”

Os meninos responderam conforme estava nas instruções:

– “Rex e Zendah, com coragem, ousam penetrar na Terra do Carneiro”.

– “Atravessem o fogo”, mandou a voz. Isso parecia difícil. Os meninos entreolharam-se por um ou dois minutos, mas nenhum deles disse que o outro estava com medo. Aproximaram-se mais do portão e viram que a cortina de chamas abriu-se pelo meio, possibilitando a entrada sem que eles se queimassem, embora as chamas fossem ameaçadoras. Atravessando a cortina de chamas, chegaram a uma terra de sol ardente. Era tão brilhante que eles sentiram vontade de pular e cantar.

Ninguém os esperava como acontecera em outras terras. À sua frente estendia-se grande campo silvestre com florestas enormes, selvagens, mas bonitas. Não se via nenhuma estrada. Perto, encontraram duas machadinhas que, evidentemente, eles deviam apanhar, pois havia um cartaz no qual se lia:

“Usem-me; servirei para desbravar caminhos difíceis”.

– “Não parece haver nenhum caminho”, disse Rex, apanhando as machadinhas e dando uma a Zendah. “Gostaria de saber que direção devemos tomar”.

– “Sigamos o Sol”, propôs Zendah. “Devemos chegar a algum lugar”.

Partiram por aquela terra selvagem, trepando pedras, atravessando bosques onde tiveram de abrir caminho usando as machadinhas. Isso era mais divertido do que enfadonho. Afinal, depois de algum tempo, chegaram a campos cultivados e viram algumas casas. Ao saírem do bosque, depararam com enorme carneiro branco. Dos chifres enfeitados do carneiro pendiam campainhas. Os campos estavam cheios de ovelhas, mas o carneiro, de alguma maneira, fez Rex e Zendah compreenderem que o deviam seguir. Era por certo, um carneiro sábio!

Lá se foram eles atrás do carneiro.

O sol estava muito quente e a brisa era forte, mas eles sentiam-se vigorosos e podiam caminhar sem cansaço.

Afinal chegaram a uma estrada cheia de casas. Da maior delas saía barulho de máquinas e de pancadas de martelo. Pararam para olhar, pois todas as portas e janelas estavam abertas. Dentro, vários homens trabalhavam com ferramentas, máquinas e forjas, alguns malhando o ferro aquecido ao rubro.

– “Que estão fazendo?” perguntaram a um homem que saía da casa.

– “Tudo o que se pode fazer com o ferro”, respondeu o homem. “Todas as ferramentas que se usam no campo para arar e colher, e agora, triste é dizê-lo, fazem também espadas e canhões e todas as coisas que os homens precisam na guerra. Teremos de fazer essas coisas até que os homens acabem de combater. Então, a energia do carneiro será utilizada somente para fazer ferramentas úteis”.

Durante alguns minutos ficaram observando aquela afanosa colmeia humana, vendo as centelhas pular do ferro, de quando em quando. Por fim, recomeçaram a seguir o carneiro. Pela estrada vinha ruidoso grupo de cavaleiros que resplandeciam ao sol. Parando seus cavalos perto dos meninos, estes verificaram que eram cavaleiros vestidos com armadura real. O chefe saudou-os com sua espada.

– “O Rei quer vê-los imediatamente”, disse ele, “e mandou buscá-los. Montem ligeiro e sigam-nos”.

Deram um cavalo a cada um. Os meninos radiantes reconhecendo que aqueles eram os mesmos cavalos que montaram na Terra do Arqueiro. Também já haviam-se encontrado com o chefe dos cavaleiros antes, na Terra do Leão e assim os meninos sentiram-se à vontade.

Rex foi convidado a encabeçar a tropa por ser uma visita especial, já que estava visitando sua própria terra. Cavalgaram depressa. O vento revolvia seus cabelos, tal a velocidade com que iam. Atravessaram clareiras onde havia cabanas; passaram por cidades que pareciam ter sido acabadas de edificar, até que por fim chegaram à Cidade de Marte.

O palácio estava numa elevação. Era todo construído de mármore vermelho polido. Era esplendoroso e brilhava como fogo sob os raios do sol. Os meninos não pararam para observá-los. Subiram logo as escadas que conduziam à entrada do palácio, onde os outros cavaleiros vieram ao seu encontro. Estes últimos traziam túnicas brancas sobre suas armaduras, com o emblema da cruz e do carneiro bordado a ouro vermelho. Alguns deles – não muitos – tinham túnicas vermelhas e cruzes brancas. Cada cavaleiro tinha um pagem, um rapazinho de cabelos ruivos que tinha a frente, carregando a espada e o elmo do cavaleiro, feito também de aço forjado.

Rex e Zendah foram escoltados através das passagens e da longa escadaria de degraus de pedra verde-escuro até em cima, onde encontraram um homem idoso vestindo hábito de monge.

– “Vocês têm algo muito importante a fazer”, disse ele. “Nesta sua visita, que é a última, recebemos ordens de sagrá-los Cavaleiros do Sol, se prestarem juramento. O fogo pelo qual passaram no portão de entrada foi a primeira prova. Vocês prometem, Rex e Zendah, falar sempre a verdade, não terem medo, combater pelos fracos e serem leais ao nosso Rei?”

Os meninos responderam: – “Sim”.

O senhor idoso colocou-lhes então sobre os ombros uma longa capa com uma cruz vermelha na parte posterior e mandou que eles o seguissem até a sala e que não falassem até receber ordem para isso. Era uma sala muito bonita, tão alta que não se via o teto. As paredes eram de cor-de-rosa pálido; os pilares de magnífico vermelho, como uma papoula. Cavaleiros, em suas armaduras brilhantes, permaneciam em “sentido” ao longo das paredes que tinham bandeiras de todos os países espalhadas, algumas novas, outras gastas ou rasgadas. O trono não estava no lugar habitual, mas no centro da sala. Frente a ele, no fundo da sala, havia um altar. A janela por trás do altar tinha a forma curiosa de uma espada, indo do chão ao teto. O punho da espada formava o diâmetro de uma estreita janela circular com doze divisões, cada uma com vidro de cor diferente.

Devagar, os meninos seguiram o senhor idoso até o trono onde estava o Rei Marte sentado, vestido com maravilhosa roupagem vermelha e ouro, tendo à cabeça uma coroa de aço polido. Marte cumprimentou-os e disse-lhes:

– “Fui comissionado por nosso Senhor, o Sol, para sagrá-los seus cavaleiros, esta é grande honra. Vocês prometeram obedecer as leis dos cavaleiros e assim, quando chegar o momento oportuno, vocês me seguirão até as almofadas que estão diante do altar. Vejam que o fogo do altar não está aceso; somente uma vez por ano o sol acende o Fogo Sagrado para mostrar que a Terra despertou para seu trabalho anual com seu auxílio. É nessa ocasião que são admitidos aqueles que se qualificam para serem sagrados Cavaleiros do Sol”.

Defronte do altar, do lado direito, estava em pé um arauto com uma trombeta. De cada lado, sentados, seis tambores. Os tambores rufaram. Marte deixou seu trono e caminhou até defronte do altar. Rex e Zendah seguiram-no e ajoelharam-se nas almofadas. Ouviu-se uma nota clara, tocada na trombeta e nesse momento um grande facho de luz solar brilhou através da janela em forma de espada, atingiu o altar em seu percurso, brilhando sobre Marte e os meninos ajoelhados aos seus pés.

A madeira aromática incendiou-se e nuvens de fumaça ergueram-se no ar. Nas nuvens de fumaça viram o rosto do senhor sol sorrindo para eles, desaparecendo a seguir. Enquanto eles estavam banhados pela luz do sol, Marte retirou sua espada e batendo com ela levemente no ombro de cada um dos meninos, exclamou:

– “Levanta-te, Cavaleiro do Sol, toma tua Espada de Luz semelhante à do Rei Artur e, com coragem e destemor, combate o Dragão do Egoísmo no mundo, sem jamais desesperar, seja qual for a dificuldade da tarefa”.

Os meninos levantaram-se. Os pagens cingiram-nos com cintos vermelhos e entregaram-lhes espadas luzidias em cujas copas seus nomes apareciam feito brilhantes. Todos os cavaleiros que estavam na sala desembainharam as espadas e saudaram-nos. Foi um lindo espetáculo ver tantas espadas brilhando no ar.

Logo depois, os dois tomaram seus lugares, já como cavaleiros, ao lado de Marte e esperaram que estes assinassem os passaportes, para que os cavaleiros pudessem, durante o próximo ano, seguir para terras estrangeiras onde combateriam a favor dos oprimidos.

Marte disse a cada um deles, enquanto apunha seu selo vermelho sobre o passaporte:

– “Segue com coragem, irmão, e vence todas as dificuldades”.

Aos poucos o facho de luz solar foi-se extinguindo. Marte virou para os meninos e disse-lhes que era hora de partirem. Saudando-o com suas espadas novas, os meninos fizeram meia volta e saíram do palácio, tomando de novo seus cavalos que os esperavam na entrada.

Os cavaleiros os seguiram até o portão de entrada e depois de saudá-los com suas espadas, os meninos logo estavam do lado de fora do portão.

– “Nossas aventuras terminaram, Zendah”, suspirou Rex; “agora voltemos para casa”.

– “E vocês verão que isso não é fácil sem mim”, gritou uma voz. Voltando-se os meninos viram Hermes.

– “Bem, vamos rápido. Quando chegarem em casa, ajudarei vocês para se lembrarem de tudo o que viram e ouviram. Estão ansiosos para usar os talismãs? Então, cada mês, pensem na palavra senha corresponde e logo verão que poderão usar o talismã durante todo o mês. O uso que vocês poderão fazer deles, depende da prática.

Vejam: aqui estão as outras chaves para abrir o Livro da Sabedoria; estas chaves vocês poderão usar quando forem mais velhos”.

Hermes segurou os meninos pelas mãos e voou de volta para a terra, tão depressa que não tiveram tempo de contar até dois e já estavam no seu quarto.

– “Agora”, disse Hermes, “saiam bem devagar dos seus trajes estelares para se lembrarem de tudo pela manhã”. Tocou-os com seu báculo e … a primeira coisa que eles lembraram é que estavam sentados na cama, o sol alto, brilhando pela janela e sua mãe dizendo:

– “Vocês demoraram a levantar hoje”.

– “Oh! Mamãe, passamos momentos deliciosos. Estivemos na Terra das Estrelas com Hermes. Você se lembra de nos ter encontrado na Terra do caranguejo?”

Mamãe sorriu – ‘Então vocês também se lembraram? Vocês estão de parabéns, pois não são todas as crianças que Hermes leva às Terras do Zodíaco”.

EPÍLOGO

 

AS AVENTURAS CHEGARAM AO FIM. Mas vocês poderão encontrar as portas da entrada das Terras do Zodíaco se por elas procurarem. Vocês verão que será mais fácil visitar umas terras do que outras. De certo isso depende de qual fada haja sorrindo sobre o berço de cada um, quando nasceu, dando-lhe o talismã e a senha do seu signo natalício. Se foi o Rei Netuno quem sorriu para você ou se foi a Senhora Lua, você terá para contar, quando acordar, aventura ainda mais excitantes do que as de Rex e Zendah. E então você poderá escrevê-las para outras crianças lerem.

Melhor que tudo, se você conseguir persuadir Hermes, o mensageiro dos Deuses, a tocá-lo com seu báculo mágico e a dar-lhes seus sapatos alados, eles serão seu passaporte para todas as Terras das Estrelas.

(The Adventures of Rex and Zendah In The Zodiac – por Esme Swainson – publicado pela The Rosicrucian Fellowship – publicado na revista Rays from the Rose Cross nos anos 1960-61; As Aventuras de Rex e Zenda no Zodíaco (as Ilustrações são originais da publicação) –Fraternidade Rosacruz – SP – publicado na revista Serviço Rosacruz de 1980-81)

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