Sobre as constelações, deve-se lembrar que no âmbito astronômico trata-se de grupos de estrelas localizadas em nossa galáxia que se chama Via Láctea.
Nossa galáxia compreende entre 200 e 400 bilhões de estrelas e se estende por mais de cem mil anos-luz (um ano-luz equivale a viajar 9.500 bilhões de km).
Ela recebe esse nome de Via Láctea porque sua protuberância central aparece como uma longa trilha esbranquiçada no céu noturno devido ao empilhamento de bilhões de estrelas.
Até o início do século 20, os astrônomos concordavam que objetos celestes chamados “nebulosas” faziam parte da Via Láctea. A partir de 1924, Edwin Hubble (1889-1953) demonstrou que certas nebulosas eram, de fato, outras galáxias distantes da nossa por vários milhões a vários bilhões de anos-luz (a mais próxima é Andrômeda, de 140 mil anos-luz de diâmetro, localizada a 2,5 milhões de anos-luz da Via Láctea – estima-se que existam 1.000 bilhões de estrelas).
Acrescentemos que, graças ao telescópio espacial Hubble, em 2017, o número de galáxias em nosso universo observável é estimado em 2.000 bilhões.
Mas, voltando às constelações. As estrelas que formam as constelações estão bem “próximas” de nós: de algumas dezenas a algumas centenas de anos-luz.
Por exemplo:
• Antares que, dada a Precessão dos Equinócios, está atualmente a 10° no Signo de Sagitário, na verdade faz parte da constelação de Escorpião e está a 360 anos-luz do nosso Sistema Solar;
• Regulus está na constelação de Leão, a 56 anos-luz de nós;
• Aldebaran está na constelação de Touro, a 57 anos-luz de nós.
Existem atualmente 88 constelações, incluindo as vistas pelo hemisfério norte e hemisfério sul da Terra.
Em 1930, a União Astronômica Internacional aceitou a delimitação, que guarda certa arbitrariedade, dessas 88 constelações, escolhidas pelo astrônomo Eugène Delporte (1882-1952).
As constelações que nos interessam na Astrologia estão localizadas nas proximidades do curso aparente do Sol que é representado por um grande círculo da esfera celeste chamado de eclíptica (do ponto de vista geocêntrico).
Elas são chamadas: constelações do Zodíaco. “Zodíaco” vem da palavra grega “zodiakos” que significa “roda de seres vivos”, “zodiaion” sendo um diminutivo de “zoon” que significa “animal”.
Essas constelações são em número de 12, a saber: Áries, Touro, Gêmeos, Câncer, Leão, Virgem, Libra, Escorpião, Sagitário, Capricórnio, Aquário, Peixes.
Agora, como veremos com mais precisão, as constelações não devem ser confundidas com os Signos astrológicos de mesmo nome.
Primeira diferença entre os Signos e constelações do Zodíaco:
• Os Signos são todos de 30° e têm como ponto de partida um dos dois pontos de intersecção da Eclíptica com o Equador Celeste, denominado ponto vernal (ou ponto gama). Esse é o ponto onde o Sol está, todos os anos, no primeiro dia da primavera no Hemisfério Norte, e corresponde ao 0° do Signo de Áries.
• As constelações do Zodíaco não são exatamente 30°. Por exemplo, com o fatiamento de Delporte, a constelação de Virgem cobre 46°, enquanto a de Libra cobre 18° (esses são os casos extremos).
Segunda diferença: algumas constelações se sobrepõem parcialmente (por exemplo, as constelações de Aquário e Capricórnio têm cerca de dez graus “em comum” na eclíptica).
Outra diferença fundamental: pelo efeito combinado da atração do Sol, da Lua e dos Planetas, a Terra tem um movimento semelhante ao de um pião que faz com que o ponto vernal (e, consequentemente, todos os Signos) se movam em relação às constelações do Zodíaco em 1° em 72 anos, ou seja, aproximadamente 25.800 anos para completar uma “volta completa” na direção: Áries, Peixes, Aquário etc.
Esse movimento é chamado de Precessão dos Equinócios. Devido à extensão variável das constelações do Zodíaco, essa coincidência é apenas muito aproximada e válida apenas alguns anos a cada 25.800 anos.
Quando o ponto vernal se move de uma constelação para outra, há uma mudança de Era zodiacal. A relativa arbitrariedade na delimitação das constelações não facilita a datação.
Max Heindel nos diz que a coincidência entre os dois Zodíacos ocorreu pela última vez em 498 d.C. (então entramos, nessa data, na Era de Peixes) e que a Era de Aquário começará por volta de 2600, mas já estamos em sua Órbita de Influência.
É sobretudo por causa desse fenômeno de Precessão dos Equinócios que o Zodíaco tropical (ou intelectual) formado pelos Signos é geralmente usado na Astrologia e não o Zodíaco sideral (ou natural) formado pelas constelações.
Acontece que esse fenômeno de Precessão dos Equinócios continua sendo o primeiro embate dos adversários da Astrologia (o outro é o sistema heliocêntrico).
E ainda nos oferece, ao contrário, uma grande prova, entre outras, da validade da Astrologia, com a consideração das diferentes Eras: Touro, Áries, Peixes, Aquário, etc. com elementos históricos relacionados com a natureza dos Signos correspondentes.
Sobre as constelações, podemos notar que praticamente nada de objetivo na disposição das estrelas que as constituem permite ver um carneiro, um touro etc.
Provavelmente são as faculdades de Clarividência dos descendentes atlantes que estiveram no ponto de partida da Astrologia.
Isso constitui uma explicação mais plausível do que a transmissão do “boca a boca” no que diz respeito às semelhanças das mitologias na Mesopotâmia, na Grécia, nos países nórdicos e celtas, na civilização pré-colombiana, mesmo no Extremo-Leste.
Os astrólogos que, por uma razão ou outra, querem ignorar o esoterismo, afirmam que séculos de observação mostraram que o planeta Marte corresponde ao espírito guerreiro, Vênus à beleza e ao amor, etc., e que seria o mesmo para o simbolismo dos Signos.
Um meio-termo satisfatório pode ser alcançado, reconhecendo que o conhecimento astrológico que se desenvolveu ao longo dos séculos não se deve apenas à Clarividência, mas que também houve pesquisas com “tentativa e erro”, bem como transmissão de geração em geração.
Isso é confirmado por Max Heindel, em resposta a uma pergunta sobre Astrologia heliocêntrica:
“Aqueles que basearam suas pesquisas na Astrologia geocêntrica registraram durante séculos suas observações sobre as influências astrais desse ponto de vista” (Pergunta nº 160 do Livro Filosofia da Rosacruz em Perguntas e Respostas – Volume 1 – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz).
(de: Introduction: L’astrologie Selon Les Enseignements Rosicruciens : L’Astrologie Rosicrucien, da Association Rosicrucienne Max Heindel, Centre de Paris – Texte inspiré de l’enseignement rosicrucien légué à Max Heindel par les Frères Aînés de la Rose-Croix – Traduzido pelos irmãos e irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)
Astrologia Esotérica
A astronomia ensina que o Sol está se movimentando, com seu poderoso conjunto de Planetas, Luas e outros objetos, através do espaço a uma velocidade de dezesseis quilômetros por segundo! O movimento do voo não pertence apenas ao Sistema Solar. A ciência dos céus avançou o suficiente para revelar o fato de que todas as estrelas estão em movimento. Muitos desses orbes gigantes possuem uma velocidade, em seu voo através do espaço infinito, que ultrapassaria facilmente o Sistema Solar. Por mais que a abóboda celeste tenha revelado seus segredos ocultos para o estudo do ser humano, ela ainda não deu qualquer pista sobre o circuito rápido e complicado que é indicado pelos mundos gigantescos com os quais está enfeitada. Nenhuma regra definida pode ser estabelecida para essas complexidades; as estrelas parecem se mover de um lado para outro mais como um enxame de abelhas.
Essas luminárias imensas são as moradas de outras criaturas? Para que elas existem? Foram feitas simplesmente para derramar em rios inúteis sua inundação de luz e calor sobre os abismos do infinito?
Para essa questão a ciência não tem o que falar. E depois de 6.000 anos de astronomia, antiga e moderna, não houve resposta, exceto nas palavras inspiradas das Sagradas Escrituras. Assim, lemos, por exemplo em Efésios 3:10, “Portanto, de agora em diante, as dominações e potestades celestes podem conhecer, através da igreja, a infinita diversidade da sabedoria divina”. Esse texto nos faz saber que ao grande Apóstolo foi permitido por Deus obter a visão dos lugares celestiais; o Apóstolo que uma vez foi “arrebatado ao Terceiro Céu” e que, ao escrever as glórias que se seguiram à ressurreição, pôde dizer que “Há também corpos celestes e corpos terrestres… Há uma glória do Sol e outra glória da Lua, e outra glória das estrelas; pois uma estrela difere de outra estrela em glória”.
Ele não apenas sabia que existiam lugares celestiais e declarou seu conhecimento desse fato, mas também nos deu claramente o entendimento de que eles desempenhavam um papel objetivo no plano eterno de salvação. Para os redimidos, grandes glórias ainda estavam por vir. Para esses reinos majestosos do espaço a igreja, em seu caminho, deveria ser levada não apenas para entretenimento ou aumento de conhecimento, mas para transmitir alguns dons espirituais.
Dê uma olhada na constelação do norte e veja a bela estrela Capela, branca e leitosa, na constelação de Auriga. Viajando em linha reta da estrela polar e através dessa Capela, passamos à esquerda pelo Aldebaran rosa avermelhado, na constelação de Hyades. Um pouco mais à direita está a estrela laranja Betelguese, no ombro de Orion. O voo continuado nos levaria àquele Sol branco e brilhante, o gigante Rigel. Então poderíamos olhar novamente à direita, ver o Sirius imperial e, próximo a ele, Procyon, de cor ligeiramente branco-amarelada. Levante os olhos, ao passar por essa galeria, e haverá algo mais do que mortal. Devemos dizer, então, que essas vastas luminárias foram criadas em vão? Foram chamados à existência apenas para lançar uma maré de esplendor inútil sobre a Solidão da imensidão?
Por que resistir por mais tempo à conclusão principesca, pressionando em nosso peito para ser expressa? Será que o gigante Arcturus carregará consigo sua sucessão de satélites que, se forem análogos à sua luminária central, são maiores e mais imponentes do que os Planetas do Sistema Solar, sendo todos apenas um carnaval de vazio? Não. Em vez disso, vamos concluir com o Apóstolo que esses reinos são as moradas de bem-aventurança. Embora as Escrituras nos levem a crer que seus habitantes não desconheçam as provações, as esperanças, os temores e os acontecimentos da nossa Terra, ainda assim, vejamos qual é a razão divina para a qual a comunicação atualmente não é estabelecida.
Em primeiro lugar, vemos pelo argumento do Apóstolo, que a igreja estava sobres testes. Os céus estão sobre testes? Nós pensamos que sim. Lendo Jó 15:15 (não nos esqueçamos de que Jó foi um grande erudito e astrônomo), vemos o seguinte. “Eis que ele não confia nos seus santos; sim, os céus não são limpos aos seus olhos”. Aqui somos levados a refletir que a grande revolta de Lúcifer deixou os habitantes de outros mundos um tanto confusos. Isso os colocou também em provação, mas com uma diferença. Um ser pode estar em provação sem pecado e sem ter incorrido na penalidade do pecado. Na verdade, há muito que mostra que até mesmo os Anjos estivessem em provação. Embora miríades deles tenham seguido o grande rebelde em sua revolta, muitos mais, embora ainda sob provação, permaneceram fiéis em sua lealdade ao divino Criador. Quando esse momento probatório terminar, todos, tanto nos Céus quanto na Terra, serão reunidos como um em um universo infinito, completo e testado. Portanto, lemos novamente em Efésios 1:10: “Para que na dispensação da plenitude dos tempos, Ele possa reunir todas as coisas em Cristo, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra; mesmo n’Ele”.
Os céus são habitados? Vamos primeiro ter a resposta das Escrituras, antes de tomarmos a resposta da astronomia. Quem pode resistir à conclusão da poderosa declaração feita pelo Apóstolo São João, em Apocalipse 12:12? “Alegrai-vos, pois, ó céus, e vós que neles habitais. Ai dos habitantes da terra e do mar! Porque o diabo desceu sobre vós com grande ira, porque sabe que não tem senão pouco tempo”. A palavra “céus” neste texto está no plural. E a declaração do Apóstolo vai mostrar que a regra geral do Criador para seu universo é esta: “Ele o estabeleceu, não o criou em vão, Ele o formou para ser habitado.” (Is 45:18).
Voltando agora para o primeiro capítulo do Livro do Gênesis, lemos que “no princípio Deus criou os céus e a terra”. Também lemos: “E o Espírito de Deus Se movia sobre a superfície das águas”. O Espírito Santo estava presente, agindo como um grande agente na criação desta Terra. Durante cinco dias cósmicos, o amor divino preparou o berço com antecedência para a vinda da família humana. Associado à criação estava o Senhor Cristo, como lemos no primeiro capítulo do Evangelho Segundo São João: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus… Todas as coisas foram feitas por Ele; e sem Ele nada do que existe teria sido feito”.
Portanto, essa criação é uma criação de Cristo, uma criação cristã. De si mesmo, no jardim do Getsemani, Cristo disse: “Glorifica-me com a glória que eu tinha contigo antes que o mundo existisse”. Isso o leva de volta a um período antes do começo do mundo.
Movendo-se pelo espaço a uma taxa de, aproximadamente, 306.000.000 quilômetros por ano a Terra, em seu voo rápido, percorre cerca de 30 quilômetros por segundo. Está ao alcance do ser humano mortal produzir esse resultado? Suponhamos que todo o poder que habitou o braço de Adão e, posteriormente, residiu no braço de cada filho seu, desde a manhã da criação até o presente, pudesse estar, todo ele, concentrado em um único braço humano, hoje. Poderia esse braço dar à Terra sua velocidade atual? Impossível! Existe um poder e apenas um capaz de um resultado tão estupendo: o Cristo. E embora possamos nos distanciar entre estrelas tão densas que parecemos voar através do pó estelar, não pode ser encontrado um único Sol gigante que saltou à existência por qualquer outro meio que não o divino poder do Filho de Deus. Ele existe, como diz o profeta, “desde os dias da eternidade”.
Desde os dias da eternidade, Ele teve um propósito infinito. Ele viu o fim desde o início. Ele havia planejado o último ato, antes de delinear o primeiro. E o Apóstolo São Paulo nos admitiu um pouco disso em seu conselho secreto. Era com a intenção, diz ele, de que por meio da igreja fosse dada a conhecer aos principados e potestades em todos os céus a multiforme sabedoria de Deus. É maravilhoso demais para acreditar? Não duvide disso. A astronomia ainda vai alcançar esse conhecimento com a inspiração.
Algumas palavras do astrônomo, agora. E aqui citamos a magnífica passagem de Sir Robert Ball:
“O homem é uma criatura adaptada para a vida em circunstâncias que são estreitamente limitadas. Alguns graus a mais ou a menos de temperatura; uma ligeira variação na composição do ar; a adequação precisa dos alimentos; tudo isso faz muita diferença entre saúde e doença, entre a vida e a morte. Olhando para além da Lua, no comprimento e largura do universo, encontramos incontáveis globos celestes com todas as variedades concebíveis de temperatura e constituição”.
“Em meio a esse vasto número de mundos com os quais o espaço é ocupado, há algum habitado por seres vivos? A essa questão a ciência não pode responder; não podemos dizer. No entanto, é impossível resistir a uma conjectura. Encontramos nossa Terra repleta de vida, em todas as partes. Encontramos vida nas mais variadas condições que possam ser concebidas. É encontrada sob o calor escaldante dos trópicos e nas geadas eternas dos polos. Encontramos vida em cavernas onde nenhum raio de luz já penetrou. Nem está faltando nas profundezas do oceano, à pressão de toneladas por centímetro quadrado. Quaisquer que sejam as circunstâncias externas, a natureza geralmente fornece alguma forma de vida para a qual essas circunstâncias são adequadas”.
“Não é de todo provável que entre as milhões de esferas do universo haja uma única exatamente como a nossa Terra — como ela na posse de ar e água, em tamanho e composição. Não parece provável que um indivíduo pudesse viver por uma hora em qualquer corpo do universo, exceto a Terra, ou que um carvalho pudesse viver em qualquer outra esfera por uma única estação. Os seres humanos podem morar na Terra e os carvalhos podem prosperar nela, porque as constituições do ser humano e do carvalho são especialmente adaptadas às circunstâncias particulares da Terra. A filosofia mais verdadeira sobre este assunto foi cristalizada na linguagem de Tennyson:
“Esta verdade em sua mente ensaia,
Que, em um universo sem limites
É ilimitadamente melhor, ilimitadamente pior.
Pense neste molde de esperanças e medos.
Não pode encontrar alguém mais majestoso do que seus pares
Em centenas de milhões de esferas?”
Que caminho de voo infinito está diante de nós! A velocidade mais alta que nossa inteligência humana atinge agora é a velocidade da luz, que se move com a rapidez de 300.000 quilômetros por segundo, aproximadamente. Conte os segundos, os minutos, as horas, os dias e isso totaliza quase 10.000.000.000.000 de quilômetros por ano. Com essa rapidez indescritível, levaríamos mais de cinquenta anos para alcançar o gigante Arcturus. Outros sóis estão ainda mais distantes e os astrônomos conjeturaram outros mundos tão distantes que, correndo à velocidade da luz, levaríamos 300.000 anos para alcançar.
Essa jornada não está dentro da esfera de possibilidade do ser humano finito. Ele poderia começar, mas sua juventude seria consumida, a meia-idade viria e os anos de enfermidade estariam sobre ele antes que deixasse uma dúzia de lugares celestiais, em sua retaguarda.
Quão divinos, então, são os atributos que em breve nos serão conferidos. Mais do que mortais, nossos corpos imortalizados se erguerão para alcançar glórias indizíveis. Há mudanças maravilhosas pela frente. O autor delas providenciou para que pertencessem a nós, desde que vivamos a vida real e verdadeiramente.
(Publicada na Revista Rays from de Rose Cross de janeiro/1918 e traduzida por Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)
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