O Despertar do Cristo Interno em Nós
O Cristo Interno é o Ego ou o Espírito Interno do ser humano, o qual se faz consciente no Mundo Físico através da Mente, para obter experiência; operando um Tríplice Corpo para extrair a Tríplice Alma, a que se amalgama com dito Espírito formando parte dele.
Na humanidade comum e corrente, que vive unicamente para a vida material, o Cristo Interno permanece adormecido, como em letargia; mas quando o ser humano começa a transitar pelo Caminho Espiritual, esforçando-se em viver uma vida pura e limpa, então começa o Cristo Interno a despertar, à medida que vai recebendo alimento espiritual.
Nesse enorme processo de nutrição espiritual, o qual pode durar várias vidas, o Cristo Interno vai desenvolvendo em nós os poderes latentes de cada corpo a seu cargo. Paralelamente, se vão desenvolvendo os éteres superiores: o Luminoso e o Refletor, os quais, ao amalgamarem-se formam o Corpo-Alma, o radiante Vestido de Bodas.
Desta maneira, o Cristo Interno desperta seu poder em nós, equipando-nos com dois veículos, cuja posse nos converte em cidadãos de dois mundos: o físico e o de desejos. Ou seja, nos faz capazes de funcionar com plena consciência em ambos os mundos. Recordemos que a maioria dos seres humanos só estão conscientes do Mundo Físico, no que concerne aos desejos egoístas.
Sir Launfal, na busca pelo Santo Graal em terras distantes, o encontrou no final de seus dias na porta de seu Castelo, quando sua alma já estava desligada das coisas materiais mas havia-se desenvolvido mediante o seu próprio sacrifício, o Cristo Interno, cuja voz escutou: “Olha, sou Eu. Em muitas terras gastastes sua vida sem proveito, buscando o Santo Graal. Olha, aqui está: este pedaço de pão que me destes, é meu corpo, e esta taça que enchestes no arroio, é o sangue que por ti derramei no madeiro.”.
Na interpretação esotérica: Sir Launfal encontrou-se frente a frente com seu Cristo Interno, o qual havia estado alimentando na última parte de sua vida, participando das necessidades dos demais, dando-se a si mesmo.
Disse-nos Max Heindel, que se lermos a Bíblia com o Coração e não com a Mente, a Fraternidade Universal seria realizada agora mesmo.
O Coração é o foco do amor altruísta, no qual tem seu assento o segundo aspecto do Tríplice Espírito, o Espírito de Vida. No Coração se encontra o Átomo-semente de nosso Corpo Denso, chamado o livro da vida, onde estão gravadas todas as nossas ações conscientes ou inconscientes.
Para que possamos “ler com o coração”, é importante despertar o Cristo Interno em nós. Esta “visão” é ocultada pelo eu inferior (personalidade), que temos estado alimentando através de nossas vidas. Mas quando por nosso sacrifício e dedicação a nosso Grande Ideal, fazemos estremecer nossos poderes latentes, notaremos que o eu inferior não tem forças para nublar nossa visão.
Então nos assombraremos ao encontrar tantos tesouros escondidos, que seremos como o ser humano que vai por um caminho e a cada curva encontra uma pepita de ouro. Então não nos será necessário devorar quantidades de livros buscando a verdade, porque a encontraremos diante de nossos próprios narizes.
Quando o Cristo Interno se encontra em processo de realização, pode emitir sinais, os quais podemos captar, se somos suficientes sensíveis. Por exemplo, quando somos tentados a cair em atividades que podem afetar-nos espiritualmente, esta voz pode ser percebida como uma aura de calor que aquece nosso próprio coração.
Essa reação física, produto de uma reação espiritual, é como um grito do Cristo Interno, o qual chega a sentir-se quando queremos dizer ou dizemos algo injurioso contra alguém, que todos sabem, não merece o trato que queremos lhe dar. Mas, em todo o caso, é necessário que a “persona” não esteja muito agitada ou encolerizada.
Essa voz do Cristo Interno pode chegar a converter-se em algo assim como um “radar” que nos diz o que soa verdadeiro ou falso. Desde logo, quando o fato já está consumado, só fica o fogo do remorso que nos queima o coração. Mas ainda neste caso, a memória da reação física faz que tenhamos mais precaução na próxima vez.
Este fogo do remorso é o mesmo que durante a retrospecção apaga a impressão que estampou nossas más ações no Átomo-semente do coração, aumentando sua intensidade, à medida que ganhamos em espiritualidade.
Também nosso Cristo Interno se regozija enormemente quando realizamos uma ação de serviço dando-nos a nós mesmos, e pela gratidão que sentimos pelo que outros tem feito por nós. Neste caso, o efeito é sentido como um grato aroma que brota de nosso coração.
Como pudemos apreciar, os lamentos de tristeza ou regozijos de alegria ou gratidão podem ser percebidos em nosso próprio coração. Não devemos confundir isto como ouvir de vozes com os ouvidos físicos, o qual pode provir de entidades negativas do mundo do Desejo, o que deve ser recusado categoricamente por nós.
Como Aspirantes espirituais, estamos laborando o despertar do Cristo Interno através de nossas vidas passadas, em maior ou menor grau, de acordo com nossa aplicação. Assim, na medida de nosso esforço na presente vida, dependerá o despertar do Cristo Interno nesta vida ou em outras.
Não existe nenhum processo rápido na natureza, e nós não somos nenhuma exceção. Nossa capacidade para apreciar nosso grau de progresso espiritual se deve principalmente a que a falta de persistência tem alterado nosso estado de consciência.
Antes de Max Heindel ter tido contato com o Mestre, já era um clarividente, ainda que nem sempre esta clarividência estava sob seu controle, segundo ele mesmo nos relata em seu encontro com o Mestre, em seu livro Ensinamentos de um Iniciado.
Logicamente, entendemos que Max Heindel havia estado desenvolvendo seu Cristo Interno e com ele sua clarividência durante várias vidas, na última das quais, havia sido um sacerdote católico na França, entre 1600 a 1700.
Max Heindel nos diz que os Evangelhos (que são fórmulas de Iniciação) começam com o “relato da Imaculada Concepção e terminam com a Crucificação”; ideias maravilhosas às quais chegaremos algum dia, pois somos Cristo em formação, e teremos que passar pelo nascimento místico e pela morte mística.
Lemos na Bíblia, no Evangelho de São Mateus 18:1-4: “E naquele momento os discípulos se acercaram de Jesus e lhe disseram: Quem é, pois, o maior no Reino dos Céus?“. Ele chamou a uma criança e a colocou entre eles e disse: “Eu vos asseguro, se não mudais e fizerdes como as crianças, não entrareis no Reino dos Céus. Assim, pois, quem se fizer pequeno como esta criança, esse será o maior no Reino dos Céus.“.
Cristo, ao colocar uma criança como exemplo, nos quis mostrar a condição requerida para aquele que desenvolveu o Cristo Interno, o Cristo Criança, por meio de uma vida de pureza e de serviço.
Para entrar no Reino dos Céus, ou seja, conseguir o estado de consciência apropriado para desenvolver o Cristo Interno, é necessário fazer-se como uma criança pequena, mas uma criança sábia. Por isso também nos disse Cristo, que fôssemos mansos como as pombas e sábios como as serpentes.
“Quem se fizer pequeno como esta criança, será o maior no Reino dos Céus.“
Recordemos que o Céu está dentro de nós. Tendo extraído a essência dos três Corpos – a Tríplice Alma – durante o processo de desenvolvimento do Cristo Interno, o aspirante conquista o Reino dos Céus (templo do Espírito), e se converte no maior em si, mas ao mesmo tempo se faz pequeno como uma criança, ao fazer-se servidor de todos.
As afirmações dos parágrafos precedentes ficam corroboradas com as palavras do Cristo, quando lhe foram apresentadas algumas crianças, e Ele disse a Seus Discípulos: “Deixai que as crianças venham a mim, e não as impeçais, porque daqueles que são como elas é o Reino do Céus.” (Mt 19:13-15).
“E aquele que recebe uma criança como esta em meu nome, a mim recebe. Mas aquele que escandalize a um desses pequenos que creem em mim, mais vale que lhe amarrem ao pescoço uma pedra de moinho que os asnos movem, e lhe atirem-no profundo dos mares.”
“Ai do mundo pelos escândalos, mas aí daquele ser humano por quem o escândalo vem.” (Mt 18:5-7).
Não é o mesmo escandalizar a uma pessoa comum e normal, que não tem nenhum sentido da vida espiritual, que escandalizar a uma pessoa que está despertando ou despertou o Cristo Interno. A palavra escandalizar é usada para significar o fato de querer destruir um núcleo ou levedura espiritual, seja individual ou coletivo, em qualquer grau de desenvolvimento em que se encontre.
Não é um segredo como se protege de estorvos físicos ou suprafísicos ao sincero aspirante espiritual, principalmente quando está realizando seus serviços devocionais; ou como se protege a uma congregação em suas atividades espirituais, salvo casos em que se tenha estimulado a lei de causa e efeito, individual ou coletivamente.
“Quando o menino Jesus foi perseguido por Herodes com intentos criminosos, sua segurança se baseou na fuga, e assim se preservou sua vida e seu poder para desenvolver-se e cumprir sua Missão. Similarmente, quando Cristo nasce dentro do aspirante, pode preservar melhor sua vida espiritual, fugindo do ambiene dos degenerados, buscando um local entre os ideais semelhantes sempre que se tenha liberdade para fazê-lo.” (Max Heindel).
Se desejamos acelerar o despertar do Cristo Interno em nós, devemos, com persistência, nutri-lo com pensamentos de pureza e serviço desinteressado a nossos irmãos. Desta maneira, nossos diferentes veículos começam a brilhar com o ouro espiritual que atrai infalivelmente a atenção do Mestre, capacitando nos assim para poder servir em uma esfera mais elevada, onde realmente “caminharemos na luz”, uma luz que, lamentavelmente, a maioria não vê, ao menos por enquanto.
(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 09/88 – Fraternidade Rosacruz)
O Ser Humano é um Portador de Luz Divina
O Oficio Devocional da Fraternidade Rosacruz ressalta em um de seus mais belos parágrafos que “DEUS É LUZ”.
Na impossibilidade de definir o indefinível, João Evangelista procurou dar uma ideia, a mais aproximada possível da natureza da Divindade. O termo “LUZ”, em sua acepção mais elevada, foi usado pelo “Discípulo amado” para corporificar uma imagem de algo transcendente.
Lemos no Antigo Testamento que fomos “criados a imagem e semelhança de Deus”. Isto deixa transparecer, em termos esotéricos, nossa identidade com o Pai Celestial, do qual herdamos um manancial infinito de potencialidades. Por enquanto, são apenas poderes latentes, aguardando as várias etapas da evolução para manifestarem-se em todo seu esplendor.
Para o ser humano comum, tudo isso não passa de fantasia, se loucos devaneios. Ledo engano. A humanidade, em sua maioria, ainda se encontra muito impermeável aos raios da verdade.
Cristo, Espírito incomensuravelmente mais avançado que qualquer ser humano, expressou essa grande possibilidade nestas palavras: “Vós fareis o que eu faço e coisas maiores ainda”.
Em termos potenciais, nossa relação com Deus pode ser entendida mediante a comparação da árvore com a semente. Esta contém todas as possibilidades de desenvolvimento da árvore. Contém, germinalmente, a árvore em si mesma. Porém, ainda não é uma árvore. Para chegar a esse ponto requer certos cuidados e um trabalho especial.
Com o ser humano ocorre algo análogo. Ele é possuidor de todas as faculdades de seu Divino Pai, mas em estado latente. Para chegar à estatura divina, só mediante os cuidados e o trabalho especial promovido pelas Grandes Hierarquias. Um sábio esquema evolutivo fornece todos os meios para que o ser humano desenvolva, com segurança, todos os seus poderes. Pelo menos no que diz respeito ao ser humano, “Involução, Evolução e Epigênese”, constituem a tríade responsável pelo seu progresso.
Vemos, portanto, que se “Deus é Luz”, essa luz brilha também dentro de nós. E se projeta para fora à medida que estamos conscientes de sua presença, agindo e vivendo como seres autenticamente divinos. A paz e pureza irradiadas por um ser humano, seu amor a verdade, seus atos de bondade e compaixão, seus sentimentos de ternura, tudo é manifestação dessa luz divina.
Alguém nos comparou a diamantes brutos, carentes de lapidação para poder brilhar. Quando a crosta opõe resistência a ação de Deus — o Grande Lapidador — necessário se torna o emprego do esmeril. É quando a pedra geme, fazendo desprender a matéria grosseira que a envolvia em trevas. Observamos aí uma alegoria ao sofrimento. O ser humano não deve resistir a luz divina, ansiosa por perpassá-lo, sob pena de transgredir uma lei natural e colher o resultado em forma de dissabores.
Devemos ser como um transparente cristal permitindo à divina luz irradiar seu fulgurante brilho. Para lograrmos ser esse foco luminoso, é indispensável alimentarmos somente pensamentos e sentimentos positivos, traduzindo-os em atos realmente edificantes.
“Pelos seus frutos os conhecereis”. A vida de uma pessoa é o indicador da medida em que a luz divina dela é irradiada. A consciência de nossa identidade com Deus, faz crescer nossa responsabilidade em face aos problemas dos nossos semelhantes e do mundo em que vivemos. Não há como fugir dessa realidade.
Temos uma missão a cumprir, missão essa consubstanciada naquelas expressivas palavras de Cristo: “Vós sois o sal da terra e a luz do mundo”.
Irradiemos, portanto, essa luz superior.
(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 07/79 – Fraternidade Rosacruz – SP)
O Ego e suas manifestações
Pode-se comparar o Ego a uma pedra preciosa, a um diamante bruto. Quando este é retirado da terra está muito longe de ser formoso. Uma crosta grosseira oculta «o esplendor que ela encerra, e antes que o diamante possa converter-se em uma gema, deve ser polido sobre uma pedra duríssima de esmeril. Cada aplicação contra o esmeril arranca uma parte da crosta e modela uma faceta através da qual entra a luz, refratando-se em ângulo diferente pela luz que as outras facetas refletem. O mesmo acontece com o Ego. Como diamante bruto entra na escola da experiência, sua peregrinação através da matéria. Cada vida é como uma aplicação da gema à pedra de esmeril. Cada Vida na escola da experiência arranca uma parte da crosta do Ego e permite a entrada da luz da inteligência sob um ângulo novo, dando uma experiência diferente. Assim como os ângulos da luz variam nas muitas facetas do diamante, assim também, o temperamento, o caráter do Ego difere em cada vida.
Desde a infância até aos 14 anos, a medula dos ossos não forma todos os corpúsculos sanguíneos. A maioria deles é subministrada pela glândula timo, que é maior no feto, e gradualmente vai diminuindo conforme vai-se desenvolvendo a faculdade individual de produzir sangue, ao crescer a criança. A glândula timo contém, por assim dizer, certa existência de corpúsculos proporcionados pelos pais. A criança que haure o sangue dessa fonte não compreende sua individualidade. Até que a própria criança elabore seu sangue, não pensará em si mesmo como um “eu”.
Quando a glândula timo desaparece aos 14 anos, o sentimento do “eu” expressa-se plenamente, pois então o sangue é produzido e dominado inteiramente pelo Ego.
Contrariamente à ideia geralmente aceita, o Ego é bissexual. Se o Ego fosse assexual o Corpo seria também necessariamente assexual, porque não é mais que o símbolo externo do espirito interno.
O Ego tem vários instrumentos: um Corpo Denso, um Corpo Vital, um Corpo de Desejos e uma Mente. Estes são seus instrumentos, e de sua qualidade e seu estado depende a obra que poderá realizar para adquirir experiências.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – 9/72 – Fraternidade Rosacruz – SP)
Semente de um Novo Ser Humano: nossas crianças atuais
É interessante observar que a semente de um novo ser humano está começando a nascer entre nós. Olhem as crianças! Como são diferentes se nós a comparamos com nós próprios quando éramos jovens. Elas têm uma nova mentalidade, uma nova resistência nervosa e novas qualidades espirituais. Não os levemos para trás com nossas ideias fixas e antiquadas. As crianças deste novo dia têm olhos mais brilhantes, um aspecto mais claro, a Mente mais perspicaz; elas não são absolutamente do tipo musculoso. São mais vivas e interpretam a vida sob um ponto de vista mais espiritual. Elas aplicam a inteligência nos seus trabalhos diários. Elas têm os mesmos problemas que nós tivemos, mas elas os veem sobre um plano mais elevado. Elas têm um entendimento intuitivo maior e mais profundo sobre a vida e nós devemos estar preocupados com o nosso próprio desenvolvimento se quisermos acompanhá-los. Devemos ainda dar-lhes instrução espiritual, conselhos e ensinar-lhes a pureza do coração.
Se entendermos que cada um de nós é uma parte componente da raça humana, nossa visão da vida mudará completamente. Trazer crianças para este mundo é uma boa maneira de fazer-nos sentir ligados à humanidade como um todo. Alguns nunca conceberiam crianças se dependesse meramente do instinto primitivo da multiplicação. Eles desejariam trazer uma criança para este mundo se por esse meio sentissem que estavam fazendo uma contribuição para a raça humana, como uma coisa mais perfeita é mais refinada do que antes. A pessoa altamente desenvolvida tem sempre o desejo de levar adiante alguma coisa nova e sentir a responsabilidade de fazer o melhor para ajudar o aprimoramento e a perfeição da raça humana.
Tudo o que fizermos sinceramente em serviços elevados – tanto no trabalho de um ideal como para um ser humano – se reflete sobre nós mesmos, não somente agora, como nas vidas que virão. Se pudermos educar nossas crianças, despertando-as para o sentido da responsabilidade tanto individual como racial, estaremos inspirando-as a viver saudável, bela e inteligentemente para benefício das futuras gerações. Devemos trabalhar continuamente através dessas.
(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 06/85 – Fraternidade Rosacruz – SP)
Aquele que deseja servir como Auxiliar Invisível deve, durante o dia, cultivar uma atitude benevolente, e, à noite, ao se deitar, depois de feito o exercício de Retrospecção, rogar ao Adorável Espírito de Cristo, que enquanto o seu corpo repousar dormindo, lhe seja concedida a graça de cooperar na Seara espiritual em benefício dos seus semelhantes.
1) O Corpo-Alma não é um extrato, como o é a Alma. É um dos veículos do Espírito, ou um dos seus Corpos. É composto dos dois Éteres Superiores do Corpo Vital: Éter Luminoso e Éter Refletor. O Corpo-Alma é construído por meio de uma vida abnegada de Amor e Serviço em favor da humanidade. Essa vida abnegada é que atrai e aumenta os Éteres Superiores. Com a união do Pensamento, poder do Amor, a ação correta e da constante repetição estamos realmente construindo e revestindo-nos com o Dourado Traje Nupcial, o qual ainda não pode ser visto pela maioria dos olhos mortais. Nenhum conceito humano nos pode dar uma ideia aproximada do que é o Corpo-Alma.
2) A Alma é a quintessência dos três veículos inferiores e as experiências adquiridas por esses instrumentos nos seus aspectos de retidão no pensar e no agir. Essa quintessência é extraída pelo nosso Espírito. Uma das mais maravilhosas experiências da vida para a Alma é quando despertamos a grande verdade de expressar o Divino Interno, que é a verdadeira finalidade de nossa vida terrena, e para expressá-Lo é necessário cultivarmos a ação que é o alimento para o crescimento da Alma.
3) Vemos, pois, que a Alma se atrofia quando deixamos de alimentá-la, e que as ações bondosas, pensamentos de amor e serviço aos outros são o alimento para o crescimento dela. A ação tem três principais campos de operação, ainda que ela derivasse seu poder do Espírito por raios de energia. A ação no plano mental é o pensamento, a ação na natureza emocional é o sentimento, a emoção, a paixão e o desejo, a ação na natureza física é movimento com o propósito de alcançar todas as relações da vida. O propósito de cada ato, seja mental, emocional ou físico, é induzido pelos pares de opostos como o Amor e o ódio, Altruísmo e egoísmo, generosidade e avareza, atividade e indolência etc., e seu fruto é incorporado na alma, como consciência, que nos avisa em tempo de tentação ou nos provê do dinamismo para tudo quanta é Bom, Reto e Altruísta.
4) Há em todas as pessoas duas naturezas inteligentes e distintas, chamadas o Eu Superior e o eu inferior, ou Individualidade e Personalidade. O Eu Superior ou Individualidade do ser humano completo está feito do Tríplice Espirito – Divino, de Vida e Humano, juntamente com a Tríplice Alma – Alma Consciente, Emocional e Intelectual. Enquanto a personalidade, ou eu inferior, é feita dos quatro Corpos – Denso, Vital, de Desejos e veículo Mente. O Elo entre a Individualidade e a personalidade é a Mente. Quando a pessoa responde ao impulso do Eu Superior, renuncia ao que lhe é cômodo e útil a favor do que seja proveitoso a muitos. Antepõe o Serviço de Deus a todos os valores materiais. Busca em todas as coisas e em tudo os valores eternos. Porém, quando na pessoa prevalece o eu inferior ou personalidade, a renúncia lhe é desagradável, prefere mais receber ao que dar, cuida mais dos bens materiais e transitórios do que dos espirituais, e o resultado é um grande obstáculo ao desenvolvimento espiritual.
5) Sim, é algo bastante deplorável encontrar-se algum espírito em um estado de inércia durante inconcebíveis milhares de anos, até que, em uma nova evolução, chegue ao estado de unir-se ao ciclo evolutivo e prosseguir em sua tarefa.
6) Conforme nos ensina Max Heindel por meio do Conceito Rosacruz do Cosmos, unicamente três quintas partes do número total de Espíritos Virginais que começaram a evolução no Período de Saturno passarão o ponto crítico da próxima evolução e continuarão até ao fim.
7) Queridas Irmãs e prezados Irmãos, a finalidade da Fraternidade Rosacruz é nos mostrar o caminho da iluminação para nos ajudar a construirmos nosso Corpo-Alma e desenvolvermos as potências de nossa Alma que nos permitirão entrar conscientemente no Reino de Deus e obter o conhecimento direto. É uma longa tarefa, porém se continuarmos com fé e persistente perseverança alcançaremos o Nosso Divino Objetivo.
(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 04/83 – Fraternidade Rosacruz – SP)