A Amizade como um Ideal
Dezembro de 1910
Em um movimento religioso é costume se dirigir um ao outro como “Irmã” e “Irmão”, em reconhecimento de que todos, de fato, somos filhos de Deus, que é o nosso Pai comum. Entretanto, irmãos e irmãs nem sempre estão em harmonia. Algumas vezes chegam ao extremo de se odiar, mas, entre amigos não pode haver outro sentimento que não seja o amor.
Foi o reconhecimento desse fato que levou Cristo, nosso grande e glorioso Ideal, a dizer a Seus Discípulos: “De agora em diante já não vos chamarei de servos… mas de amigos” (Jo 15:15). Nada melhor podemos fazer do que seguir o nosso grande Líder, tanto nesse como em todos os outros acontecimentos da Sua vida. Não devemos nos contentar com simples relacionamentos fraternais, mas vamos nos esforçar por sermos amigos no mais santo, puro e amplo sentido da palavra.
Os Irmãos Maiores, cujos belos ensinamentos nos uniram no Caminho da Realização, honram os seus Discípulos do mesmo modo que Cristo honrou os Seus Apóstolos chamando-os de “Amigos”. Se você persistir no caminho que você começou a percorrer, algum dia, estará na presença deles e ouvirá a palavra “Amigo” pronunciada em voz tão suave, carinhosa e dócil que ultrapassa qualquer descrição ou até a própria imaginação. A partir deste dia, não haverá trabalho que você não efetuará para merecer tal amizade. Servi-los será o seu único desejo, sua única aspiração, e nenhuma distinção terrena será comparável a esta amizade.
Sobre os meus indignos ombros caiu o grande privilégio de transmitir os Ensinamentos dos Irmãos Maiores ao público em geral e, em particular, aos Estudantes, Probacionistas e Discípulos da Fraternidade Rosacruz. Você que solicitou que seu o seu nome figurasse na minha lista de correspondentes, saiba que eu, alegremente, lhe estendo a minha mão direita em fraternidade, cumprimentando-o pelo nome de amigo. Aprecio a confiança que depositou em mim, e lhe asseguro que me esforçarei para ajudá-lo em tudo que estiver ao meu alcance e ser merecedor de sua confiança. Espero que também me auxilie no trabalho que me proponho a fazer em benefício de todos, e peço que me desculpe no caso de descobrir alguma falhar em mim ou em meus escritos. Ninguém necessita mais de orações de seus semelhantes do que aquele que tem por missão ser um líder.
Por favor, lembre-se de mim em suas preces e tenha certeza que o terei nas minhas. Incluo a primeira lição com a esperança que o que foi exposto nessa carta estabeleça as nossas relações e firme, entre nós, uma amizade sincera.
(Do Livro: Carta nº 1 dos Estudantes)
Sobre o autor