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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: É errado usar a Quiromancia, Astrologia ou Frenologia como meio de ganhar a vida financeiramente (seja por meios diretos ou indiretos)?

Resposta: O que é certo ou errado depende do ponto de vista do indivíduo. Há menos de cinquenta anos atrás[1], pensava-se que era certo matar um negro teimoso e fujão. O proprietário do escravo podia matá-lo e ficar impune, assim como pode hoje em dia matar um porco ou um boi. Hoje, consideraríamos isso um assassinato. Algumas pessoas hoje consideram a astrologia meramente uma questão de cálculo e a quiromancia[2] e a frenologia[3] como algum tipo de ciências materiais, sem qualquer significado espiritual. Quem assim vê essas ciências seria inocente se as usasse como meio de vida, enquanto qualquer um que tivesse obtido uma ideia do lado espiritual dessas ciências estaria, na opinião do autor, prostituindo seu conhecimento.

Além disso, ninguém que assim menospreza essas ciências espirituais pode dar o melhor e mais elevado conselho a seus “clientes”, pois “o brilho do ouro sempre obscurecerá o julgamento”.

Essa tem sido a experiência do autor e de muitos outros que têm as mesmas opiniões. O inquiridor, de qualquer forma, faria mal em usar seu conhecimento dessas ciências espirituais para ganhar a vida financeiramente (seja por meios diretos ou indiretos), pois sua pergunta mostra que ele deve ter dúvidas; e então ele já é julgado no seu interior, se prostituir seu talento.

Há uma recompensa que é muito maior que o ouro. Se usarmos nosso conhecimento para curar e ajudar, nunca nos faltarão meios de ganhar a vida financeiramente e estaremos acumulando tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem corrompem (Mt 6:19-21). Maiores e melhores oportunidades de serviço serão nossas, se dedicarmos nossos talentos ao serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível) ao irmão e à irmã que estão ao nosso lado, esquecendo os defeitos deles e focando na divina essência oculta em cada um de nós, que é a base da Fraternidade.

(Pergunta nº 154 do livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas, Vol. I” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)


[1] N.T.: antes de 1864 nos EUA.

[2] N.T.: A quiromancia é um método complexo de adivinhação e de interpretação de sinais baseados nas linhas da palma da mão e no seu formato, tamanho e textura.

[3] N.T.: Frenologia é uma pseudociência que envolve a medição de saliências no crânio para prever características mentais e a certos aspectos da personalidade.

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Mandamento dos Ricos: a Deus ou a Mamon?

O Mandamento dos Ricos: a Deus ou a Mamon?

“Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam; porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração. São os olhos a lâmpada do corpo. Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso; se, porém, os teus olhos forem maus, todo o teu corpo estará em trevas. Portanto, caso a luz que em ti há sejam trevas, que grandes trevas serão! Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas” (Mt 6:19-24).

Quando aprendermos a abandonar o mundo material e tudo a que ele está ligado, centralizando nosso interesse sobre assuntos espirituais, aprenderemos a lição com a qual todos os aspirantes espirituais têm que se defrontar no caminho esotérico do Cristianismo.

Sob o antigo regime a humanidade foi estimulada a adquirir posses materiais, sepultá-las na terra ou escondê-las nas paredes, o que foi praticado pelos seres humanos desde tempos remotos. Mas Cristo trouxe um ideal superior: os tesouros espirituais, as qualidades interiores de bondade, ajuda e inegoísmo, que não podem ser afetadas pela ferrugem nem por traças nem os ladrões podem roubá-las. Pessoas que tinham os interesses pelas terras, casas, joias e tudo que o dinheiro pode comprar tinham centralizado seus corações nessas coisas.

A vida ligou-se a esses falsos valores ou ilusões e o espírito mantinha-se ancorado em tudo que provém do ser inferior. Não existe nada errado nas posses materiais, contanto que sejam usadas para bons propósitos; desinteressadamente, e contanto que nossos corações não se centralizem neles. Na verdade, os olhos são a luz do corpo e a ‘porta da alma’. Se for sincero do ponto de vista espiritual, então o corpo se inunda de luz, interpenetrado pelos dois éteres superiores, despertando a vontade de servir desinteressadamente aos demais. Se os olhos são maus ou adoentados pela vida mal vivida, o corpo estará cheio de sombras ou doenças. Tais olhos indicam quem está cheio de cobiça e inveja, e a envoltura áurica estará cheia de pontos escuros de fermentações.

A aura de fato revela os interesses pelos bens materiais ou espirituais predominantes na vida da pessoa. Nas famílias unidas no Leste, aconteceu frequentemente, e sem dúvida ainda acontece, que um servo foi chamado para servir duas famílias. Isso usualmente era desagradável, porque surgiu amargura e ciúme entre as duas, devido à atenção e serviço do empregado. Poucos servidores eram capazes de amar por igual, preferindo uma à outra, dependendo do seu próprio interesse.

Da mesma maneira surge a dificuldade em servir a Deus e a Mamom, sendo os dois de natureza oposta. Quem se interessa em se envolver no mundo material, não tem tempo de conhecer ou servir a Deus. O aspirante espiritual que se esforça para servir a Deus pela vida que vive de acordo com suas leis, fica livre da tentação da matéria ou da sua natureza inferior. A boa qualidade de discriminação capacita-o a perceber que a Realidade é unicamente o Espírito.

(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 01/86 – SP)

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